You are on page 1of 2

Ficha de Trabalho

10 ANO

Conceitos fundamentais da ao humana

O Profeta e o fugitivo Um homem que fugia, perseguido por outros homens possudos pela violncia, passou perto de um velho Profeta e pediu-lhe ajuda: - Esses homens querem o meu sangue, Protege-me! O Profeta manteve toda a sua calma e disse-lhe: - Continua a fugir, sempre a direito. Eu encarrego-me dos que te perseguem. Assim que o homem se afastou, o Profeta levantou-se e mudou de stio. Sentou-se na direo de outro ponto cardeal. Os homens violentos acorreram e sabendo que ele s podia dizer a verdade descreveram-lhe o homem que perseguiam e perguntaram-lhe se o tinha visto passar. O profeta recolheu-se um instante e respondeu: - Desde que aqui estou sentado, no vi passar ningum. Os perseguidores foram para outro caminho e o fugitivo salvou-se. J. Carrire, Tertlia de Mentirosos. Contos filosficos do mundo inteiro, Teorema, p.233 (adaptado) in Manual Ser no Mundo 10, Areal) 1) Qual a ao do agente (do Profeta)? 2) Qual a inteno do agente? 3) Por que motivo decidiu agir? 4) Qual a deliberao feita pelo agente antes de agir? 5) Que deciso tomou o agente? 6) O agente desencadeou a ao de forma livre? Respostas: 1. Responder parcialmente aos perseguidores. 2. Para qu? Proteger o fugitivo sem faltar verdade; Ou para dificultar a ao dos perseguidores, sem faltar verdade. 3. Porqu? Podemos pensar que foi porque era contra a violncia e/ou achava injusta a perseguio daquele homem em particular. Por esse motivo ocultou a direo do homem. (Por vezes to difcil saber o motivo, que nem o prprio capaz de o determinar). 4. Sabemos que ele deliberou atravs da frase O Profeta recolheu-se um instante. Este recolhimento implica a avaliao das alternativas possveis para alcanar o seu propsito. 5. A deciso visvel na frase e respondeu foi o momento a seguir deliberao. Deliberada a questo, o Profeta decidiu agir: responder s parcialmente aos perseguidores e, sem faltar verdade, ajudar o fugitivo. 6. No foi ele que desencadeou a ao. Foi o que lhe aconteceu que o obrigou a decidir. No entanto, ele agiu depois de ter deliberado livremente. A sua deciso pode ter sido tomada no s com base na anlise racional das opes, mas pela interferncia de

emoes, crenas, hbitos culturais que o condicionaram. Mesmo assim, ele podia ter escolhido outra alternativa.

You might also like