Na tabela matriz elaborada pelo colega Paulo Sousa verifiquei que o mesmo indicou alguns aspectos que considero bastante pertinentes na área das Bibliotecas Escolares.
Assim, no que se refere às competências do professor bibliotecário, o colega
refere como ameaça a “resistência, por parte de pais ou de outras pessoas, a didácticas que não se concentrem na transmissão e reprodução de conteúdos”. Este aspecto é sem dúvida muitas vezes um obstáculo à aceitação da realização de actividades que promovam a criatividade, o espírito crítico, a capacidade de observação e análise por parte das crianças. É muito frequente ouvir alguns elementos da comunidade questionar as práticas diversificadas a que alguns professores recorrem para realizar nas suas aulas, nomeadamente, nas actividades realizadas no âmbito da Biblioteca Escolar. Esta, para a maioria dos elementos da comunidade, ainda têm um papel muito redutor, nomeadamente, contar histórias e fazer a requisição de livros.
Relativamente à organização e gestão da BE, verifiquei que o colega
refere como sendo um desafio a implementar na BE “dividir e definir as tarefas da equipa, se esta vier a existir”. Considerando imprescindível a distribuição das tarefas da equipa, noto que, não é apenas uma problemática que me atormenta o facto de ter uma equipa muito reduzida. Uma equipa de trabalho bem orientada e com tarefas bem definidas é sem dúvida um grande passo para termos a BE a funcionar em pleno. O facto de necessitarmos frequentemente de um número mais elevado de membros, é uma questão que assola muitas bibliotecas. A falta de recursos é também frequente no âmbito dos materiais, como o colega refere relativamente à “necessidade de deslocações”. O facto de muitos Agrupamentos terem pólos das BEs e escolas afastados uns dos outros, condiciona frequentemente a realização de actividades uma vez que, é necessário organizar as actividades de forma a rentabilizar o tempo.
No domínio “BE e os novos ambientes digitais” o colega evidencia um
aspecto que também a mim me preocupa que se prende com os “Vícios no uso dos computadores e outros meios electrónicos”. Constatei também na BE que coordeno que este aspecto também está aqui evidenciado. É frequente os alunos utilizarem os computadores para realizarem apenas jogos assim como, é se verifica o recurso aos meios áudio-visuais para a visualização de filmes de animação e audição de músicas infantis.
Gostaria ainda de referir um último aspecto que considero bastante
pertinente “pensar e agir proactivamente: antecipar cenários”. É frequente os professores das turmas não preverem a planificação de uma actividade que tenha a ver com efemérides ou temas muito específicos que podem surgir ao longo do ano lectivo. Enquanto professores bibliotecários é frequente ouvirmos os nossos colegas a dizerem no próprio dia, “não tens nada para o S. Martinho”, ou “não há nada na biblioteca sobre a digestão”. Cabe-nos a nós o papel de antever as necessidades dos professores das turmas, de modo a não só facilitar o trabalho dos nossos colegas como também, facilitar a nossa própria planificação de actividades.