Este documento discute os aspectos do direito à vida garantido pela Constituição Federal brasileira, incluindo o início e fim da vida humana e a proibição da pena de morte, com exceção em caso de guerra declarada. O documento também resume as posições da Suprema Corte sobre o status jurídico do embrião e feto.
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Artigo 5 - Direitos Fundamentais Em Espécie - Juspodivm 2011 Aul A
Este documento discute os aspectos do direito à vida garantido pela Constituição Federal brasileira, incluindo o início e fim da vida humana e a proibição da pena de morte, com exceção em caso de guerra declarada. O documento também resume as posições da Suprema Corte sobre o status jurídico do embrião e feto.
Este documento discute os aspectos do direito à vida garantido pela Constituição Federal brasileira, incluindo o início e fim da vida humana e a proibição da pena de morte, com exceção em caso de guerra declarada. O documento também resume as posições da Suprema Corte sobre o status jurídico do embrião e feto.
Direitos Fundamentais Em Espcie (Art. 5da CF/88) Direito Constitucional Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho Procurador Regional da Repblica Doutor pela USP Mestre pela UFBA Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 2/59 Art. 5 Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes: (...) Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 3/59 Direito vida o maior de todos os direitos, at porque sem ele os demais perdem seu significado. Abrange diversos desdobramentos, dentre os quais: a) o direito existncia; b) o direito dignidade da pessoa humana; c) o direito integridade; d) o direito privacidade. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 4/59 Direito vida: existncia O direito existncia Consiste no direito de estar vivo, de lutar pelo viver, de defender a prpria vida, de permanecer vivo (Jos Afonso da Silva). A vida um processo: INCIO CICLO VITAL FIM Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 5/59 Direito vida: existncia Termo inicial do direito vida, na sua projeo de existncia: Concepo gentica: novo conjunto gentico (concepo ou fertilizao) Nidao: fixao do vulo na parede do tero Concepo Embriolgica: 3 semana Concepo Nemolgica: atividade cerebral (8 ou 20 semana) Concepo Ecolgica: capacidade de sobreviver fora do tero, pulmes prontos (entre a 20 e a 24 semanas). Concepo Personalista: atribuio da personalidade. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 6/59 Direito vida: existncia Correntes doutrinrias sobre o nascituro: Teoria natalista: a personalidade tem incio a partir do nascimento com vida. No h direitos sem sujeito, e o nascituro no um ser humano j formado. Teoria da personalidade condicional: o nascituro tem personalidade, sob a condio de que nasa com vida. Teoria concepcionista: desde a vida intra-uterina o nascituro pessoa, sendo portanto titular de direitos: Desde que haja vida vivel, a partir da nidao; ou Desde a fertilizao pura e simples. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 7/59 Direito vida: existncia STF: III - A PROTEO CONSTITUCIONAL DO DIREITO VIDA E OS DIREITOS INFRACONSTITUCIONAIS DO EMBRIO PR-IMPLANTO. O Magno Texto Federal no dispe sobre o incio da vida humana ou o preciso instante em que ela comea. No faz de todo e qualquer estdio da vida humana um autonomizado bem jurdico, mas da vida que j prpria de uma concreta pessoa, porque nativiva (teoria "natalista", em contraposio s teorias "concepcionista" ou da "personalidade condicional"). Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 8/59 Direito vida: existncia STF: E quando se reporta a "direitos da pessoa humana" e at dos "direitos e garantias individuais" como clusula ptrea est falando de direitos e garantias do indivduo-pessoa, que se faz destinatrio dos direitos fundamentais " vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade", entre outros direitos e garantias igualmente distinguidos com o timbre da fundamentalidade (como direito sade e ao planejamento familiar). Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 9/59 Direito vida: existncia STF: Mutismo constitucional hermeneuticamente significante de transpasse de poder normativo para a legislao ordinria. A potencialidade de algo para se tornar pessoa humana j meritria o bastante para acobert-la, infraconstitucionalmente, contra tentativas levianas ou frvolas de obstar sua natural continuidade fisiolgica. Mas as trs realidades no se confundem: o embrio o embrio, o feto o feto e a pessoa humana a pessoa humana. Donde no existir pessoa humana embrionria, mas embrio de pessoa humana. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 10/59 Direito vida: existncia STF: O embrio referido na Lei de Biossegurana ("in vitro" apenas) no uma vida a caminho de outra vida virginalmente nova, porquanto lhe faltam possibilidades de ganhar as primeiras terminaes nervosas, sem as quais o ser humano no tem factibilidade como projeto de vida autnoma e irrepetvel. O Direito infraconstitucional protege por modo variado cada etapa do desenvolvimento biolgico do ser humano. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 11/59 Direito vida: existncia STF: Os momentos da vida humana anteriores ao nascimento devem ser objeto de proteo pelo direito comum. O embrio pr-implanto um bem a ser protegido, mas no uma pessoa no sentido biogrfico a que se refere a Constituio. IV - AS PESQUISAS COM CLULAS- TRONCO NO CARACTERIZAM ABORTO. (...) (ADI 3510, Relator: Min. Ayres Britto, Tribunal Pleno, julgado em 29/05/2008) Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 12/59 Direito vida: existncia O termo final do direito vida, na sua projeo de existncia, a morte, que pode ser: Natural; ou Provocada. Considera-se morte a ausncia de atividade cerebral (morte enceflica), no a ausncia de batimento cardaco: conveno humana. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 13/59 Direito vida: existncia A redefinio de morte, que deixou de ser aferida pela ausncia de batimento cardaco e passou ser considerada a morte enceflica, foi feita em 1968 por uma comisso ad hoc da Harvard Medical School, logo aps a realizao do primeiro transplante cardaco na Cidade do Cabo (frica do Sul). Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 14/59 Direito vida: existncia Lei n 9.434/97: Art. 3 A retirada post mortem de tecidos, rgos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento dever ser precedida de diagnstico de morte enceflica, constatada e registrada por dois mdicos no participantes das equipes de remoo e transplante, mediante a utilizao de critrios clnicos e tecnolgicos definidos por resoluo do Conselho Federal de Medicina. Vide Resoluo 1.480/1997 do CFM. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 15/59 Direito vida: existncia Em princpio toda morte provocada ofensiva ao direito vida, mas h excees admitidas pelo direito, como a legtima defesa e o estado de necessidade. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 16/59 Direito vida: existncia Pena de morte: Art. 5, XLVII no haver penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 17/59 Direito vida: existncia Pena de morte: Fora da hiptese de guerra declarada vedada, e clusula ptrea (art. 60, 4, IV). A PEC 01/88, de 06-10-88, de autoria do Dep. Amaral Neto, previa a pena de morte. Foi inadmitida pela CCJ da Cmara em 04-12-1997, unanimidade. Mesmo no caso de guerra externa a previso de pena morte tem que obedecer proporcionalidade. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 18/59 Direito vida: existncia Pena de morte: Cdigo Penal Militar (Dec. Lei 1001, de 21-10-1969): Art. 55. As penas principais so: a) morte; () Art. 56. A pena de morte executada por fuzilamento. Art. 57. A sentena definitiva de condenao morte comunicada, logo que passe em julgado, ao Presidente da Repblica, e no pode ser executada seno depois de sete dias aps a comunicao. pargrafo nico. Se a pena imposta em zona de operaes de guerra, pode ser imediatamente executada, quando o exigir o intersse da ordem e da disciplina militares. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 19/59 Direito vida: existncia Pena de morte: Crimes apenados com a morte: Traio prpria (art. 355); Favor ao inimigo (art. 356); Tentativa contra a soberania do Brasil (art. 357); Coao a comandante (art. 358); Informao ou auxlio ao inimigo (art. 359); Aliciao de militar (art. 360); Ato prejudicial eficincia da tropa (art. 361); Traio imprpria (art. 362); Cobardia qualificada (art. 364); Fuga em presena do inimigo (art. 365); Espionagem (art. 366); Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 20/59 Direito vida: existncia Pena de morte: Crimes apenados com a morte: Motim, revolta ou conspirao (art. 368); Incitamento em presena do inimigo (art. 371); Rendio ou capitulao (art. 372); Falta de cumprimento de ordem qualificada (art. 375, pargrafo nico); Separao reprovvel (art. 378); Abandono de comboio qualificado (art. 379, 1); Dano especial (art. 383); Dano em bens de intersse militar (art. 384); Envenenamento, corrupo ou epidemia (art. 385); Crimes de perigo comum (art. 386); Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 21/59 Direito vida: existncia Pena de morte: Crimes apenados com a morte: Recusa de obedincia ou oposio (art. 387); Violncia contra superior ou militar de servio (art. 389); Abandono de psto (art. 390); Desero em presena do inimigo (art. 392); Libertao de prisioneiro (art. 394); Evaso de prisioneiro (art. 395) Amotinamento de prisioneiros (art. 396); Homicdio em presena do inimigo qualificado (art. 400, III); Genocdio (art. 401); Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 22/59 Direito vida: existncia Pena de morte: Crimes apenados com a morte: Roubo ou extorso em zona de operaes militares ou em territrio militarmente ocupado (art. 405); Saque em zona de operaes militares ou em territrio militarmente ocupado (art. 406); Violncia carnal em lugar de efetivas operaes militares quando resulta morte (art. 408, pargrafo nico, b). Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 23/59 Direito vida: existncia Pena de morte: EUA: Supremo considera inconstitucional pena de morte para menores de 18 anos - 01.03.2005 - 15h58 Um acrdo da Suprema Corte dos Estados Unidos, aprovado hoje com cinco votos a favor e quatro contra, determina que a aplicao da pena de morte a pessoas que cometeram crimes antes dos 18 anos de idade inconstitucional. Esta a segunda derrota judicial dos defensores da pena de morte nos Estados Unidos, depois de em 2002 ter sido proibida a condenao morte de deficientes mentais. A Suprema Corte dos Estados Unidos j tinha considerado inconstitucional, em 1988, a execuo de jovens com menos de 16 anos de idade, mas 19 estados norte-americanos continuama executar pessoas que tinhamcometido crimes antes de fazerem18 anos. O porta-voz dos juzes do Supremo, Anthony Kennedy, fez notar que a maioria dos estados norte-americanos no condena morte menores de 18 anos e salientou que os que recorrem a esta prtica fazem-no cada vez com menos freqncia. A tendncia, segundo o Supremo, no sentido da abolio da pena capital. Para alm dos Estados Unidos, a condenao morte de menores de 18 anos tem sido aplicada em poucos pases, como o Ir, o Paquisto, a China e a Arbia Saudita. A pena de morte foi reintroduzida nos Estados Unidos em 1976. Atualmente aguardam execuo mais de 3.400 prisioneiros nos 38 estados que permitem esta punio. Supremo confirma deciso do estado do Missouri A deciso de hoje da Suprema Corte resulta de um recurso motivado por um acrdo do Tribunal Federal do Missouri, que rejeitou a aplicao da pena de morte a Christopher Simmons, de 17 anos, que em 1993 raptou uma vizinha, amarrou-a e atirou-a de uma ponte abaixo. Durante o julgamento a acusao afirmou que o jovem planejou o roubo e a morte de Shirley Crook e que se gabou da possibilidade de escapar priso devido sua idade. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 24/59 Direito vida: dignidade O direito dignidade: no basta existir, a vida h que ser digna. O direito dignidade da pessoa humana hoje considerado o fundamento do prprio direito. A dignidade um princpio e o um valor fundamental. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 25/59 Direito vida: dignidade DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA Relao entre pessoas e coisas. Segundo Kant: PESSOA: Fim em si mesmo Dignidade Autonomia Insubstituvel COISA Meio, instrumento para realizar a dignidade Preo: Econmico Afetivo Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 26/59 Direito vida: dignidade Declarao Universal dos Direitos do Homem: Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da famlia humana e de seus direitos iguais e inalienveis o fundamento da liberdade, da justia e da paz no mundo, () Artigo I - Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. So dotadas de razo e conscincia e devem agir em relao umas s outras com esprito de fraternidade. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 27/59 Direito vida: dignidade CF/88: Art. 1 A Repblica Federativa do Brasil, formada pela unio indissolvel dos Estados e Municpios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrtico de Direito e tem como fundamentos: (...) III - a dignidade da pessoa humana; Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 28/59 Direito vida: dignidade CF/88: Art. 170. A ordem econmica, fundada na valorizao do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existncia digna, conforme os ditames da justia social, observados os seguintes princpios: (...) Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 29/59 Direito vida: dignidade CF/88: Art. 226. (...) 7 - Fundado nos princpios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsvel, o planejamento familiar livre deciso do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e cientficos para o exerccio desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituies oficiais ou privadas. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 30/59 Direito vida: dignidade CF/88: Art. 227. dever da famlia, da sociedade e do Estado assegurar criana e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito vida, sade, alimentao, educao, ao lazer, profissionalizao, cultura, dignidade, ao respeito, liberdade e convivncia familiar e comunitria, alm de coloc-los a salvo de toda forma de negligncia, discriminao, explorao, violncia, crueldade e opresso. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 31/59 Direito vida: dignidade x existncia Eutansia Significado do termo eutansia: morte bela, morte suave, morte tranqila, morte sem dor, morte sem padecimento. No confundir eutansia com ortotansia, que implica no mais prolongar artificialmente a vida para no gerar mais sofrimento. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 32/59 Direito vida: dignidade x existncia Eutansia A eutansia no admitida no nosso ordenamento, diante da alegao de irrenunciabilidade do direito vida. No parece caracterizar eutansia a consumao da morte pelo desligamento de aparelhos que, artificialmente, mantenham vivo o paciente, j clinicamente morto. Pois, em verdade, vida j no existiria mais, seno vegetao mecnica (Jos A. da Silva) Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 33/59 Direito vida: dignidade x existncia Eutansia Lei n 9.434/97: Art. 3 A retirada post mortem de tecidos, rgos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento dever ser precedida de diagnstico de morte enceflica, constatada e registrada por dois mdicos no participantes das equipes de remoo e transplante, mediante a utilizao de critrios clnicos e tecnolgicos definidos por resoluo do Conselho Federal de Medicina. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 34/59 Direito vida: dignidade x existncia Eutansia Mesmo com o consentimento do paciente a prtica da eutansia pode levar responsabilizao penal do mdico. Induzimento, instigao ou auxlio a suicdio Art. 122. Induzir ou instigar algum a suicidar-se ou prestar- lhe auxlio para que o faa: Pena - recluso, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, se o suicdio se consuma; ou recluso, de 1 (um) a 3 (trs) anos, se da tentativa de suicdio resulta leso corporal de natureza grave. Pargrafo nico. A pena duplicada: I - se o crime praticado por motivo egostico; II - se a vtima menor ou tem diminuda, por qualquer causa, a capacidade de resistncia. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 35/59 Direito vida: dignidade x existncia Eutansia A vedao eutansia ofende a dignidade humana? Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 36/59 Direito vida: dignidade x existncia Aborto O aborto deve ser tratado como crime ou como questo de sade pblica? Tema polmico: - Reunificao alem - Caso Roe versus Wade Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 37/59 Direito vida: dignidade x existncia Aborto EUA - O aborto um direito da mulher at a 24 semana; JAPO - O aborto pode ser feito at a 21 semana (mnimo hoje para o feto sobreviver for a do tero teoria ecolgica) em casos de estupro, risco fsico ou risco econmico; FRANA - O aborto pode ser feito at a 12 semana, e aps isso s se houver risco vida da mulher ou grave problema de sade do feto; Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 38/59 Direito vida: dignidade x existncia Aborto PORTUGAL - O aborto (interrupo voluntria da gravidez) foi legalizado por referendo em 2007 (Lei n 16/2007 de 17 de Abril ) e permitido: a) at a 10 semana de gravidez a pedido da mulher, independentemente, das razes, aps um perodo de reflexo de 3 dias; b) at a 16 semana em caso de violao ou crime sexual (no sendo necessrio que haja queixa policial); Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 39/59 Direito vida: dignidade x existncia Aborto PORTUGAL - O aborto (interrupo voluntria da gravidez) foi legalizado por referendo em 2007 (Lei n 16/2007 de 17 de Abril ) e permitido: c) at a 24 semana em caso de malformao do feto; d) em qualquer momento em caso de risco para a grvida ("perigo de morte ou de grave e irreversvel leso para o corpo ou para a sade fsica ou psquica da mulher grvida") ou no caso de fetos inviveis. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 40/59 Direito vida: dignidade x existncia Aborto CHILE - O aborto proibido em qualquer circunstncia, mesmo com risco de vida para a mulher. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 41/59 Direito vida: dignidade x existncia Aborto BRASIL - O aborto crime, nos termos do Cdigo Penal: Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena: deteno, de 1 (um) a 3 (trs) anos. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 42/59 Direito vida: dignidade x existncia Aborto BRASIL - O aborto crime, nos termos do Cdigo Penal: Aborto provocado por terceiro Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - recluso, de 3 (trs) a 10 (dez) anos. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 43/59 Direito vida: dignidade x existncia Aborto BRASIL - O aborto crime, nos termos do Cdigo Penal: Aborto provocado por terceiro Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena - recluso, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 44/59 Direito vida: dignidade x existncia Aborto BRASIL - O aborto crime, nos termos do Cdigo Penal: Aborto provocado por terceiro Pargrafo nico. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante no maior de 14 (quatorze) anos, ou alienada ou dbil mental, ou se o consentimento obtido mediante fraude, grave ameaa ou violncia. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 45/59 Direito vida: dignidade x existncia Aborto BRASIL - O aborto crime, nos termos do Cdigo Penal: Forma qualificada Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos anteriores so aumentadas de um tero, se, em conseqncia do aborto ou dos meios empregados para provoc-lo, a gestante sofre leso corporal de natureza grave; e so duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevm a morte. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 46/59 Direito vida: dignidade x existncia Aborto BRASIL - Porm, h hipteses excludentes de punibilidade: Art. 128. No se pune o aborto praticado por mdico: Aborto necessrio I - se no h outro meio de salvar a vida da gestante; (Aborto teraputico) Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 47/59 Direito vida: dignidade x existncia Aborto BRASIL - Porm, h hipteses excludentes de punibilidade: Art. 128. No se pune o aborto praticado por mdico: Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 48/59 Direito vida: dignidade x existncia Aborto Ponderaes de interesses: 1) Aborto teraputico ou necessrio, para salvar a vida da gestante: Existncia x Existncia Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 49/59 Direito vida: dignidade x existncia Aborto Ponderaes de interesses: 2) Aborto no caso de gravidez resultante de estupro: Existncia x Dignidade/honra Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 50/59 Direito vida: dignidade x existncia Aborto ADPF 54: aborto de feto anenceflico. ADI 3510: pesquisas com clulas- tronco no constituem aborto. Sistema nico de sade e aborto. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 51/59 Direito vida: integridade O direito integridade abrange: Integridade fsica Integridade moral Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 52/59 Direito vida: integridade fsica H uma preocupao constitucional especial em relao integridade fsica e moral do preso: a) ningum ser submetido a tortura ou a tratamento desumano ou degradante (5, III); b) a lei considerar a tortura crime inafianvel e insuscetvel de graa ou anistia, e por ela respondero os mandantes, os executores e os que, podendo evit-la, se omitirem (5, XLIII); c) no haver penas cruis (5, XLVII, e); d) assegurado aos presos o respeito integridade fsica e moral (5, XLIX); Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 53/59 Direito vida: integridade fsica e) a priso de qualquer pessoa e o local onde se encontre sero comunicados imediatamente ao juiz competente e famlia do preso ou pessoa por ele indicada (5, LXII); f) o preso ser informado dos seus direitos, dentre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistncia da famlia e de advogado (5, LXIII); g) o preso tem direito identificao dos responsveis por sua priso ou por seu interrogatrio policial (5, LXIV); h) a priso ilegal ser imediatamente relaxada pela autoridade judiciria (5, LXV); i) ningum ser levado priso ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisria, com ou sem fiana (5, LXVI). Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 54/59 Direito vida: integridade fsica Uma das piores formas de violao integridade fsica a tortura. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 55/59 Direito vida: integridade fsica A tortura vedada pelo sistema internacional de proteo aos direitos humanos: Conveno contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruis, desumanos ou degradantes (Resoluo 39/46, da Assemblia Geral das Naes Unidas, em 10 de dezembro de 1984); Conveno Interamericana Para Prevenir e Punir a Tortura (Cartagena das ndias, Colmbia, em 9 de Dezembro de 1985) Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 56/59 Direito vida: integridade fsica A tortura, tambm vedada constitucionalmente: Art. 5, III ningum ser submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; Art. 5, XLIII a lei considerar crimes inafianveis e insuscetveis de graa ou anistia a prtica da tortura, o trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evit-los, se omitirem; Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 57/59 Direito vida: integridade fsica A tortura tratada ainda pela lei 9.455/97, cujo art. 1, diz que constitui crime de tortura: I - constranger algum com emprego de violncia ou grave ameaa, causando-lhe sofrimento fsico ou mental: a) com o fim de obter informao, declarao ou confisso da vtima ou de terceira pessoa; b) para provocar ao ou omisso de natureza criminosa; c) em razo de discriminao racial ou religiosa; II - submeter algum, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violncia ou grave ameaa, a intenso sofrimento fsico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de carter preventivo. Incorre na mesma pena (2 a 8 anos de recluso) quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurana a sofrimento fsico ou mental, por intermdio da prtica de ato no previsto em lei ou no resultante de medida legal ( 1). Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 58/59 Direito vida: integridade fsica Como derivao da proteo integridade fsica e da inalienabilidade dos direitos fundamentais, temos a vedao constitucional a qualquer forma de comercializao de rgos, tecidos e substncias humanas, prevista no artigo 199, 4, da Lei Maior: A lei dispor sobre as condies e os requisitos que facilitem a remoo de rgos, tecidos e substncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfuso de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercializao. Prof. Robrio Nunes dos Anjos Filho 59/59 Direito vida: integridade moral A integridade moral tambm protegida constitucionalmente: Art. 5, V assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, alm da indenizao por dano material, moral ou imagem; Art. 5, X so inviolveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenizao pelo dano material ou moral decorrente de sua violao; Art. 5, XLIX assegurado aos presos o respeito integridade fsica e moral;