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CENTRAL DE CURATIVOS
MANUAL DE CURATIVOS
Cuidar de feridas sempre pareceu ser muito simples. Tão simples que
dificilmente era prioridade no tratamento do paciente. Qualquer pessoa
podia fazer o curativo e utilizar o que tinha disponível. Não se dava a
devida importância à técnica e a outros fatores associados.
Hoje sabemos que vários fatores interferem no processo de cicatrização
e que o mercado dispões de uma variedade de produtos que podem ser
utilizados com sucesso tanto na prevenção quanto no tratamento de
feridas.
Contudo, sabemos que para o cuidado de pacientes com feridas, é
necessária a atuação de uma equipe multidisciplinar a fim de que as
ações terapêuticas possam ser integradas.
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SUMÁRIO
CAPÍTULO I
I. INTRODUÇÃO
1.3. Feridas Ulcerativas: são lesões escavadas, circunscritas na pele, formadas pela
morte e expulsão do tecido, resultantes de traumatismo ou doenças relacionadas com o
impedimento do suprimento sanguíneo.
O Termo úlcera de pele representa uma categoria de ferimento que inclui úlceras de
decúbito, assim como de estase venosa , arteriais e ulceras diabéticas.
2.3. Contaminadas: lesão ocorrida com tempo maior que 6 horas (trauma e atendimento)
sem sinal de infecção;
2.4. Infectadas: presença de agente infeccioso no local e lesão com evidência de intensa
reação inflamatória e destruição de tecidos podendo haver pus.
5.2. Feridas crônicas: tem um tempo de cicatrização maior que o esperado devido a sua
etiologia. Por exemplo, os pontos epiteliais de uma ferida cirúrgica podem ser retirados com 7
a 10 dias após o procedimento, pois nesse período espera-se ter ocorrido o reparo da lesão,
que aguarda apenas a fase de maturação. No caso da ferida não apresentar a fase de
regeneração na época esperada, havendo um retardo, a ferida é encarada como crônica.
1.1. Fase Inflamatória: reação local não específica a danos teciduais ou invasões por
microrganismos. Seu início é imediato e a duração é 3 a 5 dias.
É o processo que ocorre no organismo como defesa à lesão tecidual que envolve
reações neurológicas, vasculares e celulares que destroem ou barram o agente lesivo e
substituem as células mortas ou danificadas, por células sadias.
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1.5. Maturação - leva um ano nas feridas fechadas e mais nas feridas abertas. Nessa
fase diminui a vascularização, o colágeno se reorganiza, o tecido de cicatrização se remodela
e fica igual ao normal. A cicatriz assume a forma de uma linha fina e branca. Aumenta a força
de distensão local.
• Idade : nos extremos de idade o funcionamento do sistema imunológico está alterado, ora
por imaturidade, ora por declínio de função;
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• Uso de substâncias impróprias para limpeza da ferida : algumas soluções são irritantes e
citotóxicas;
• Uso de substâncias impróprias para anti-sepsia : algumas substâncias são lesivas aos
fibroblastos;
• Compressão exagerada na oclusão ou na limpeza mecânica da lesão : pode promover
necrose dos tecidos;
• Constituição/ peso em relação à altura: na obesidade temos o aumento da espessura do
tecido subcutâneo (adiposo), o qual é pobremente vascularizado;
• Estado de nutrição (alimentação e hidratação) : para reconstrução tecidual é necessário
aporte de nutrientes, especialmente as proteínas;
• Diabete : além da diminuição da resposta imunológica, os novos capilares podem ser
lesados devido a hiperglicemia;
• Uso de drogas : esteróides, imunossupressores, citotóxicos;
• Tabagismo : a nicotina altera o funcionamento do sistema imunológico, as substâncias
liberadas pelo cigarro (ou similar) são citotóxicas, além disso, causam vaso constricção,
favorecem aterosclerose e hipóxia tecidual, haja vista a diminuição da capacidade de perfusão
alveolar;
• Infecção : a presença de mcrorganismos prolonga a fase inflamatória e a lesão tecidual.
• Gerais: idade, nutrição mobilidade, estado mental, incontinência, saúde geral, higiene
geral;
• Locais: edema, isquemia, lesões de pele, corpos estranhos;
• Drogas: citotóxicos, esteróides, antibióticos;
• Procedimentos invasivos: cateterização, cirurgia, intubação;
• Doenças: carcinoma ( leucemia, anemia aplásica), anemia grave, diabete, doença hepática,
doença renal, AIDS;
• Duração da internação pré operatória : sabe-se que em 48 horas de exposição ambiental
ocorre a colonização do paciente pela flora nosocomial, que é especialmente patogênica e
antibiótico resistente;
• Ocupação de leitos : quanto maior a taxa de ocupação das enfermarias, maior será o
volume de microrganismos circulantes, os quais provém das pessoas que estão no ambiente.
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• Tricotomia : a raspagem mecânica dos pelos cria micro-áreas de lesão que servem de
porta de entrada para microorganismos. Recomenda-se que em alguns casos os pelos sejam
apenas aparados (parto normal ) ou, ao realizá-la, que se execute o procedimento o mais
próximo possível do ato cirúrgico;
• Não lavagem das mãos por parte da equipe de saúde antes e após manipular cada paciente.
Localização anatômica
Tamanho: cm2 / diâmetro;
Profundidade: cm;
Tipo / quantidade de tecido: granulação, epitelização, desvitalizado e necrose;
Bordas: aderida, perfundida, macerada, descolada, fibrótica, hiperqueratose;
Pele peri-ulceral: edema, coloração, temperatura, endurecimento, flutuação, creptação,
descamação;
Exsudato: quantidade, aspecto, odor.
01. Tamanho: use a régua para medir, em centímetro, o maior comprimento e a maior largura
da superfície da ferida, multipliquem comprimento x largura, para obter a área em cm2;
02. Profundidade: escolha a profundidade e a espessura mais apropriada para a ferida usando
essas descrições adicionais:
• Dano tecidual sem solução de continuidade na superfície da ferida;
• Superficial, abrasão, bolha ou cratera rasa. Plana/nivelada com a superfície da pele, e / ou
elevado acima da mesma (ex. hiperplasia);
• Cratera profunda com ou sem descolamento de tecidos adjacentes;
• Sem possibilidade de visualização das camadas de tecidos devido à presença de necrose;
• Comprometimento de estruturas de suporte tais como tendão, cápsula de articulação.
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04. Exsudato: algumas coberturas interagem com a drenagem da ferida produzindo um gel ou
um liquido que pode confundir a avaliação. Antes de fazer a avaliação do tipo de exsudato,
limpe cuidadosamente a ferida com soro fisiológico ou água. Escolha o tipo de exsudato
predominante na ferida de acordo com a cor e a consistência, usando o seguinte roteiro:
• Purulento pútrido: Espesso, de amarelo opaco para verde, com forte odor.
6.1. Cor da Pele ao Redor da Ferida: a partir da borda avalie quatro cm de pele ao
redor da ferida. As pessoas de pele escura apresentam colorações “vermelho brilhante” e
“vermelho escuro” como um escurecimento normal da pele ou roxo, e conforme a
cicatrização vai ocorrendo o novo epitélio apresenta coloração róseo e poderá nunca vir a
escurecer.
CAPÍTULO II
I. DEFINIÇÃO DE CURATIVO
01. Objetivos:
• Auxiliar o organismo a promover a cicatrização;
• Eliminar os fatores desfavoráveis que retardam a cicatrização da lesão;
• Diminuir infecções cruzadas, através de técnicas e procedimentos adequados;
02. Finalidades:
• Limpar a ferida;
• Promover a cicatrização, eliminando fatores que possam retardá-la.
• Tratar e prevenir infecções;
• Prevenir contaminação exógena;
• Remover corpos estranhos;
• Proteger a ferida contra traumas mecânicos;
• Promover hemostasia;
• Fazer desbridamento mecânico e remover tecidos necróticos;
• Reduzir edemas;
• Drenar e/ou absorver secreções e exsudatos inflamatórios;
• Diminuir odor;
• Manter a umidade da ferida;
• Fornecer isolamento térmico;
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03. Categorias:
• Curativos primários: colocados diretamente sobre a ferida
• Curativos secundários: colocados sobre o curativo primário.
4.2. Curativo oclusivo: não permite a entrada de ar ou fluídos, atua como barreira
mecânica, impede a perda de fluídos, promove isolamento térmico, veda a ferida, a fim de
impedir efízema,e formação de crosta.
4.4. Curativos abertos: São realizados em ferimentos que não há necessidade de serem
ocluídos. Feridas cirúrgicas limpas após 24 horas, cortes pequenos, suturas, escoriações, etc
são exemplos deste tipo de curativo.
5.2. Curativo Médio: curativo realizado em ferida média, variando de 16,5 a 36 cm2.
(ex: Cesáreas infectadas, incisões de dreno, lesões cutâneas, abscessos drenados, escaras
infectadas, outros especificar).
5.3. Curativo grande: curativo realizado em ferida grande, variando de 36,5 a 80 cm2.
(ex: Incisões contaminadas, grandes cirurgias – incisões extensas (cirurgia torácica,
cardíaca), queimaduras (área e grau), toracotomia com drenagem, úlceras infectadas, Outros
especificar).
5.4. Curativo Extra Grande: curativo realizado em ferida grande, com mais de 80 cm2
(ex: Todas as ocorrências de curativos extragrandes deverão obrigatoriamente constar de
justificativa médica).
• Se houver mais de uma ferida, iniciar pela menos contaminada; Nunca abrir e trocar
curativo de ferida limpa ao mesmo tempo em que troca de ferida contaminada;
• Quando uma mesma pessoa for trocar vários curativos no mesmo paciente, deve iniciar
pelos de incisão limpa e fechada, seguindo-se de ferida aberta não infectada, drenos e por
último as colostomias e fístulas em geral;
• Ao embeber a gaze com soluções manter a ponta da pinça voltada para baixo;
• Ao aplicar ataduras, fazê-lo no sentido da circulação venosa, com o membro apoiado,
tendo o cuidado de não apertar em demasia.
• Os curativos devem ser realizados no leito com toda técnica asséptica;
• Nunca colocar o material sobre a cama do paciente e sim sobre a mesa auxiliar, ou
carrinho de curativo. O mesmo deve sofrer desinfecção após cada uso;
• Todo curativo deve ser realizado com a seguinte paramentação: luva, máscara e óculos.
Em caso de curativos de grande porte e curativos infectados (escaras infectadas com áreas
extensas, lesões em membros inferiores, e ferida cirúrgica infectada) usar também o capote
como paramentação;
• Quando o curativo for oclusivo deve-se anotar no esparadrapo a data, a hora e o nome de
quem realizou o curativo.
• O curativo não deve ser realizado em horário de limpeza do ambiente, o ideal é após a
limpeza;
• Em feridas em fase de granulação realizar a limpeza do interior da ferida com soro
fisiológico em jatos, não esfregar o leito da ferida para não lesar o tecido em formação.
• Os drenos devem ser de tamanho que permitam a sua permanência na posição vertical,
livre de dobras e curva;
• Mobilizar dreno conforme prescrição médica;
• Em úlceras venosas e neuropatias diabética (pé diabético) manter membro enfaixado e
aquecido com algodão ortopédico;
• Em úlceras arteriais, manter membro elevado.
- Localização anatômica;
- Tamanho e profundidade;
- Tipo de Tecido
- Presença de secreção / exsudato (quantidade, aspecto, odor);
- Bordas e Pele peri-ulceral;
- Presença de crosta;
- Presença de calor, rubor, hiperemia e edema.
Observações:
• A evolução do curativo, bem como os materiais gastos deverão ser anotados ao término de
cada curativo, evitando assim erros e esquecimentos de anotações;
• Se houver mais de um curativo em um mesmo paciente anotar as informações separadas
para cada um deles citando a localização do mesmo.
Lembre-se de:
• Evitar falar no momento da realização do procedimento e orientar o paciente para que faça
o mesmo;
• Fazer a limpeza com jatos de SF 0,9% sempre que a lesão estiver com tecido de
granulação vermelho vivo (para evitar o atrito da gaze);
• A troca do curativo será prescrita de acordo com a avaliação diária da ferida;
• Proceder a desinfecção da bandeja, carrinho, ou mesa auxiliar após a execução de cada
curativo, com solução de álcool a 70%;
• Manter o Soro Fisiológico 0,9 % dentro do frasco de origem (125 ml);
• Desprezar o restante em caso de sobra;
• O T.C.M. deve ser distribuído em frascos pequenos estéreis, (individuais);
• Realizar os curativos contaminados com S. F. 0,9 % aquecido (morno).
• Ferida limpa e fechada: o curativo deve ser realizado com soro fisiológico e mantido
fechado nas primeiras 24 horas após a cirurgia , passado este período a incisão deve ser
exposta e lavada com água e sabão. Se houver secreção (sangue ou seroma) manter curativo
semi-oclusivo na seguinte técnica;
Materiais: bandeja contendo 01 pacote de curativo estéril (com 02 pinças e gases); gases
estéreis, esparadrapo (micropore) soro fisiológico 0,9% e luva de procedimento.
Procedimento:
1. Lavar as mãos com água e sabão;
2. Reunir o material e leva-lo próximo ao paciente;
3. Explicar ao paciente o que será feito;
4. Fechar a porta para privacidade do paciente;
5. Colocar o paciente em posição adequada, expondo apenas a área a ser tratada;
6. Abrir o pacote de curativo com técnica asséptica;
7. Colocar gaze em quantidade suficiente sobre campo estéril;
8. Calçar as luvas;
9. Remover o curativo anterior com uma das pinças usando soro fisiológico 0,9 %;
10. Desprezar esta pinça;
11. Com outra pinça, pegar uma gaze e umedece-la com soro fisiológico;
12. Limpar a incisão principal, utilizando as duas faces da gaze, sem voltar ao inicio da
incisão;
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13. Limpar as regiões laterais da incisão cirúrgica após ter feito a limpeza da incisão
principal;
14. Ainda com a mesma pinça, secar a incisão cirúrgica após ter feito a limpeza da incisão
principal;
15. Ocluir a incisão com gaze e fixar com esparadrapo ou ataduras se necessário;
16. Manter o curativo ocluído enquanto houver exsudação;
17. Colocar o setor em ordem;
18. Lavar as mãos;
19. Fazer a evolução da ferida e anotações de materiais na papeleta do paciente.
Observação: em feridas cirúrgicas após 24 horas não ocorrendo exsudato realizar apenas
higienização com água e sabão e manter a ferida aberta.
• Feridas com drenos abertos: O curativo do dreno deve ser realizado separado da incisão,
e o primeiro a ser realizado será sempre o do local menos contaminado. O curativo deve ser
mantido limpo e seco, isto significa que o número de trocas deve estar diretamente
relacionado com quantidade de drenagem.
Feridas com drenagem superior a 50ml quando possível deve-se aplicar uma bolsa
para coletar o excesso de drenagem. Colocar bolsas em torno de feridas permite medir com
exatidão a quantidade de drenagem, restringe a disseminação de contaminação e aumenta o
conforto do paciente.
Alfinetes não são indicados como meio de evitar mobilização dos drenos de pen rose
pois enferrujam facilmente e proporcionam a colonização do local.
Materiais: bandeja contendo pacote de curativos estéril (com 02 pinças), gases estéreis,
esparadrapo (ou micropore) soro fisiológico 0,9%, luva de procedimento e bolsa para
colostomia estéril se necessário.
Procedimentos:
1. Lavar as mãos com água e sabão;
2. Reunir o material e levá-lo próximo ao paciente;
3. Explicar ao paciente o que será feito;
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Materiais: bandeja contendo pacote de curativo estéril (02 pinças e gaze), gazes estéreis,
esparadrapo, soro fisiológico, álcool a 70% e luva de procedimento.
Procedimento:
1. Lavar as mãos com água e sabão;
2. Reunir o material e levá-lo próximo ao paciente;
3. Explicar ao paciente o que será feito;
4. Colocar o paciente em posição adequada, expondo apenas a área a ser tratada;
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• Feridas Abertas sem infecção: Podem apresentar perda ou não de substâncias, por
estarem abertas estas lesões são altamente susceptíveis as contaminações exógenas. O
curativo deve ser oclusivo e mantido limpo. O número de trocas está diretamente relacionado
a quantidade de drenagem, no entanto o excesso de trocas deve ser evitado afim de não
interferir no processo de cicatrização.
Materiais: bandeja, pacote de curativo (contendo 02 pinças e gaze) SF 0,9%, ácidos graxos
essenciais, gaze, coxim compressa de acordo com o tamanho da ferida.
Procedimentos:
1. Lavar as mãos com água e sabão;
2. Reunir o material e leva-lo próximo ao paciente;
3. Explicar ao paciente o que será feito;
4. Fechar a porta para privacidade do paciente;
5. Colocar o paciente em posição adequada e expor apenas a área a ser tratada;
6. Abrir o pacote de curativos com técnica asséptica;
7. Colocar gaze, coxim, compressa de acordo com o tamanho da ferida sobre o campo estéril;
8. Calçar luvas;
9. Remover o curativo anterior com uma das pinças usando soro fisiológico;
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Materiais: Bandeja contendo: 01 pacote de curativos estéril (com 02 pinças e gazes); gazes
estéreis, esparadrapo (ou micropore), soro fisiológico 0,9%, coxim, compressa (se
necessário), luva estéril, colagenase se houver tecido desvitalizado ou necrosado, lâmina de
bisturi, se necessário desbridamento.
Procedimentos:
1. Lavar as mãos com água e sabão;
2. Reunir o material e leva-lo próximo ao paciente;
3. Explicar ao paciente o que será feito;
4. Fechar a porta para privacidade do paciente;
5. Colocar o paciente em posição adequada, expondo apenas a área a ser tratada;
6. Abrir o pacote de curativo com técnica asséptica;
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7. Colocar gaze em quantidade suficiente sobre o campo estéril, abrir todo o material a ser
utilizado no curativo;
9. Colocar gazes, compressas ou lençol próximos à ferida para reter a solução drenada;
10. Calçar luvas;
11. Remover o curativo anterior com uma das pinças usando soro fisiológico 0,9%;
12. Com a mesma pinça, pegar uma gaze e umedecê-la com soro fisiológico;
13. Começar a limpar a ferida da parte menos contaminada para a mais contaminada, ou seja,
neste momento limpar ao redor da ferida;
14. Limpar a ferida com gaze embebida com soro fisiológico;
15. Se necessário, remover os resíduos da fibrina ou tecidos desvitalizados (necrosados)
utilizando debridamento com instrumento de corte, remoção mecânica com gaze embebecida
em SF 0,9%, com o cuidado de executar o procedimento com movimentos leves e lentos para
não prejudicar o processo cicatricial ver técnica de debridamento; também poderá ser
utilizado o debridamento enzimático;
16. Embeber a gaze com pomada desbridante atingindo toda a área com tecido desvitalizado;
17. Ocluir a ferida com gaze estéril e coxim, se ferida muito exsudativa utilizar compressa;
18. Colocar o setor em ordem;
19. Lavar as mãos;
20. Fazer evolução da ferida e anotações de materiais na papeleta do paciente.
Material: Pacote de curativo com 02 pinças e gaze, cuba pequena estéril, cuba rim, sonda
uretral nº 8 e 12, seringa de 20ml, SF 0,9%, ácido graxo essencial se a ferida não estiver
contaminada: luva estéril.
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Procedimentos:
1. Lavar as mãos com água e sabão;
2. Reunir o material, e levá-lo próximo ao paciente;
3. Explicar ao paciente o que será feito;
4. Fechar a porta para privacidade do paciente;
5.Colocar o, paciente em posição adequado expondo apenas a área a ser tratada;
6. Abrir todo o material com técnica asséptica sobre o campo estéril;
7. Colocar SF% na cuba;
8. Colocar luva estéril;
9. Conectar sonda a seringa, aspirar o SF% e introduzir no orifício da ferida;
10. Aspirar novamente e desprezar na cuba rim;
11. Repetir o procedimento até que a secreção aspirada saia limpa;
12. Secar as bordas da ferida;
13. Se não estiver contaminado aplicar ácidos graxos essenciais;
14. Ocluir a ferida com coxim ou compressa quando necessário;
15. Colocar o setor em ordem;
16. Lavar as mãos;
17. Fazer evolução da ferida e anotações de materiais na papeleta do paciente;
Material: Bandeja contendo pacote de curativo (02 pinças), cabo de bisturi, uma cuba
pequena, lâmina de bisturi e soro fisiológico;
Procedimentos:
1. Lavar as mãos com água e sabão;
2. Reunir o material, e levá-lo próximo ao paciente;
3. Explicar ao paciente o que será feito;
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Não recomendamos a coleta de material superficial das feridas, pois como orienta o
Manual de Coleta de Microbiológicas da Santa Casa * , o swab de úlceras ou feridas não é
amostra mais adequada para recuperar o agente responsável pela infecção.
Os agentes responsáveis pelo processo infeccioso não estão nas secreções superficiais
que podem conter microrganismos que apenas colonizam as feridas. Os microrganismos de
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importância para o processo infeccioso estão nos tecido hiperemiados e edemaciados, porém
não desvitalizados. Portanto, antes da coleta as lesões devem ser limpas com soro fisiológico
e o material preferencialmente obtido por punção ou biópsia.
Os resultados obtidos por meio de cultura de líquidos, através da aspiração de secreção
da área mais profunda da lesão ou biopsia (retirada de um pequeno pedaço de tecido), são
considerados como mais fidedignas, uma vez que culturas de Swab proporcionam resultados
com crescimento apenas da flora superficial que pode não ser a fonte infectante.
* O Manual de Coleta Microbiológica foi elaborado por profissionais do Laboratório de Análises Clínicas e
Aprovado pela CCIH em 2004.
3.1. Aspiração:
Material: Todo material para curativo mais uma seringa de 10ml e agulhas 4012.
Procedimentos:
1. Proceder a limpeza mais solução fisiológica;
2. Coletar material utilizando seringa com agulha;
3. Identificar a amostra e encaminhar ao laboratório.
Quando não for possível a realização da técnica de aspiração, realizar a coleta com Swab.
3.2. Swab:
Material: Todo material para curativo mais um Swab com meio de cultura.
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Procedimentos:
1. Limpar minuciosamente a ferida com soro fisiológico;
2. Gire suavemente o Swab no interior da ferida e depois bordas da ferida.
3. Coloque o Swab em meio de cultura, identifique-o e encaminhe ao Laboratório
O tratamento das Úlceras infectadas deve ser primeiramente local com utilização
adequada dos curativos e acompanhamento dos casos.
O uso de antimicrobianos sistêmicos deve ser reservado para os casos em que houver
comprometimento local além das bordas, com hiperemia e calor local evidente (celulite) ou
repercussão sistêmica (p. ex. febre) sem outro foco evidente.
O uso indiscriminado de antimicrobianos pode causar seleção de patógenos resistentes
sem benefício para o paciente.
Absorve o excesso de
Feridas moderadamente exsudato, estimula a
Alginato de Cálcio exsudativas. agregação plaquetária,
promove desbridamento,
mantém a umidade e, tem
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
01. APON, S; Análise e Críticas dos Modelos Propostos para Avaliação de Feridas. In:
Simpósio – “Avanços e Controvérsias no Cuidado com a Pele no Contexto da
Infecção Hospitalar”. APECIH – Associação Paulista De Estudos e Controle de
Infecção Hospitalar, 2001.
06. FERNANDES A. T. et. All. Infecção Hospitalar e Suas Interfaces na área da Saúde.
São Paulo: Atheneu, 2000.
____________________________ _______________________________
Dra. Flávia Valério de L. Gomes Dra. Luciana Augusta A. Mariano
Enfermeira SCIH / CCIH Enfermeira SCIH / CCIH
_______________________________
Dra. Mônica Ribeiro Costa
Infectologista da C.C.I.H. /S.C.I.H.