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1. Introdução
2. Biologia do parasita:
Fig. 1 – Detalhes da morfologia externa de Pediculus humanus Linneaus macho, aspecto dorsal; a,
clypeus; b, linha correspondente a sutura epicraneana; c, protorax; d, mesotorax; e, metatorax; f, nus; g,
dilator; h, tarso; i, polex; j, tibia; k, femur; l, trochanter; n, coxa; m, estigma; o, costela; p, cova esternal; q,
faixas transversais; r, placa pleural; 1-6 estigmas abdominais (Caporrino, 2000).
Figura 2. Vista lateral em corte da cabeça de um piolho (à direita) e à esquerda, o ROSTRO como seria
visto se cortado (Caporrino, 2000).
A fêmea de P.capitis é capaz de colocar durante a sua vida adulta, que dura
cerca de 3 a 4 semanas, uma média de 50 a 250 ovos. O ciclo completo passa pelas
seguintes fases: ovo (incubação), 8 dias – eclosão - ninfa 1 (primeira forma jovem), 2
dias - muda – ninfa 2 (segunda forma jovem), 2 dias – muda - ninfa 3 (terceira forma
jovem), 3 dias – muda – adulto ( o período pré- ovipositório dura cerca de 1 dia). Por
apresentarem metamorfose gradual são chamados de paurometábolos (ANDRADE,
2000).
Figura 3: Ciclo
Biológico do
piolho (Andrade,
C.F, 2000)
Após a
fecundação,
as fêmeas
começam a
depositar os
ovos na base
do fio de
cabelo. As
lêndeas são então cimentadas com uma sustância secretada por glândulas especiais
denominadas glândulas coletéricas; esta ação de postura de ovos dura em média 17
segundos. O período de incubação dura cerca de 8-9 dias e só é possível graças ao
calor humano (LINARDI, 2003).
Antes de tornar-se sexualmente madura, a ninfa passa por três períodos de
muda, que podem ser diferenciados em função do tamanho (ANDRADE, 2000).
O ciclo ocorre em um período de 15 dias, em condições favoráveis de
temperatura e umidade e do hospedeiro. A picada é intermitente e dura cerca de 3-10
minutos. Parecem ser mais ativos à noite, pois é o período que corresponde ao
descanso do hospedeiro (REY, 2001).
7
2.2. Transmissão
toxidade considerável e a região afetada, a cabeça, caracteriza-se por ser uma região
extremamente vascularizada. Outro fator que deve ser considerado é que o inseto pode
adquirir resistência a algumas drogas, induzindo a uma falsa sensação de cura,
fazendo com que as pessoas se tornem descuidadas em relação à praticas higiênicas
(BARBOSA, 2003).
Medidas extremamente eficazes e naturais merecem destaque, pois são de
grande importância no tratamento da pediculose. O primeiro meio que podemos
destacar é a catação manual seguida da destruição do inseto pelo fogo ou pela imersão
do mesmo em álcool; neste caso não é recomendado que o inseto seja morto entre os
dedos, pois esta é uma das formas de transmissão das doenças já mencionadas
(LINARDI, 2003).
Outra forma de tratamento é através da penteação ou escovação freqüentes,
utilizando-se um pente fino para retirar insetos adultos e jovens. Também possui
eficácia na retirada de lêndeas (BARBOSA, 2003). Tanto os insetos jovens e adultos
quanto as lêndeas podem sofrer lesões e escoriações pelos movimentos do pente fino,
e essas injúrias fazem com que os insetos jovens e adultos sejam mutilados enquanto
as lêndeas tem o seu desenvolvimento impedido. A penteação pode ser facilitada
quando o cabelo é previamente massageado com óleos, pois esta substância faz com
que os insetos sejam imobilizados (LINARDI, 2003).
Medida extrema como a raspagem total da cabeça ainda é muito utilizada em
algumas comunidades e principalmente quando os homens são infectados por esta
ectoparasitose. É importante ressaltar que o corte dos cabelos só é eficiente se o
cabelo for cortado até 8mm do couro cabeludo (REY, 2001).
A pediculose também é comumente tratada através do uso de substâncias
piolhicidas como pomada mercurial, benzoato de benzila organoclorados (lindane e
hexaclorocicloexano), compostos sulfurados e piretróides sintéticos (deltametrina e
permetrina). Entretanto, ao fazer uso destas substâncias, deve-se ter em mente que é
possível aumentar a resistência dos insetos em virtude da seleção natural (LINARDI,
2003).
Outro grande risco do uso das substâncias citadas é que as mesmas possuem
grande toxidade. A pomada mercurial pode causar lesões hepáticas e renais; os
produtos com base em benzoato de benzila não são aconselhados em caso de
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3. Objetivos
4. Materiais e Métodos
As pessoas acolhidas que são não sabem ler e escrever, são alfabetizadas na
instituição. Os albergados também participam de ciclos de palestras sobre temas como
drogas e violência.
A instituição abriga em média 30 (trinta) pessoas quinzenalmente. Este número
varia de acordo com a época do ano, por exemplo, em épocas de moagem da cana-de-
açúcar na cidade, onde é grande a procura por mão de obra sem especialização, o
número de pessoas que vem a cidade à procura de emprego temporário cresce, o que
faz com que o número de albergados também sofra uma elevação.
O objetivo principal desta Instituição Municipal é recuperar a cidadania dos
acolhidos, buscando oferecer oportunidades para que estas pessoas sejam resgatadas
socialmente.
5. Resultados
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Sangue Outros Não sabem
50%
45%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Pula Voa Pula e voa Não pula e não
voa
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Contato Contato Pelo ar Outros Não sabem
c/pessoas c/objetos
cont. cont.
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Coceira Não sabe Outras respostas
Com relação ao nome do ovo do piolho 57% dos entrevistados afirmaram que o
ovo do piolho chama-se lêndea, enquanto 43% dos entrevistados desconheciam a
resposta. (Gráfico 5). E a respeito da forma como essas lêndeas devem ser retiradas,
37% dos entrevistados afirmaram que a melhor forma de acabar com as lêndeas é
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utilizando o pente fino, 17% acredita que a utilização de remédios é a forma mais
eficaz, 31% dos entrevistados sugeriram métodos diferenciados e perigosos como por
exemplo utilizando de álcool e fogo e 15% afirmou não saber como retirar os ovos dos
piolhos (Gráfico 6).
Lêndea; 57%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Remédios Pente fino Outros Não sabem
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Remédios Tratamento Higiene Cortar o
Alternativo cabelo
Não; 23%
Sim; 77%
Sim; 22%
Não; 78%
Não; 49%
Sim; 51%
Não; 23%
Sim; 77%
Não; 38%
Sim; 62%
Manter o cabelo
curto; 37%
Higiene; 63%
6. Discussão
e Neocid. Estas substâncias podem provocar graves danos a saúde, podendo levar o
indivíduo ao óbito. Os entrevistados que citaram a utilização destes compostos,
afirmaram que sentiram muita tonteira, falta de ar e dor de cabeça após o uso.
Houve relatos da utilização de areia, água e sal, por pescadores de uma
comunidade praiana que submeteu um dos entrevistados à esfoliação brusca do couro
cabeludo pela areia da praia (esta contaminada por fezes de animais, lixo e outros
resíduos). Após esta esfoliação, o individuo foi submetido a um banho por imersão em
água do mar. O albergado que relatou este caso, disse ter permitido o tratamento, para
que pudesse ser aceito pela comunidade local.
Além do uso de substâncias agressivas e tóxicas, verificamos que a raspagem e
o corte dos cabelos era uma prática comum, adotada por homens e mulheres, que
residiam na casa. As mulheres queixavam-se muitas vezes pelo fato de ter perdido
seus cabelos, mas acreditavam que o “morar na rua” contribuía para o aparecimento
dos piolhos e por esse motivo, era necessário manter os cabelos bem curtos. Esta
medida poderia ser evitada, se os métodos de erradicação e prevenção dos piolhos
fossem adotados (catação e penteação).
A baixa procura por acompanhamento ou orientação médica, aliado ao uso
inadequado destas substâncias gera preocupação em nível de saúde pública. Pois sem
a orientação para um tratamento eficaz (catação e utilização do pente fino), aumenta as
chances para a proliferação da doença, bem como os riscos de intoxicação pelo uso de
tratamentos alternativos extremamente perigosos à saúde.
8. Referências:
- AMED, A.D; Domingos, B., 1995. Moradores de rua e o C.S de Barra Funda: a
problemática desta população e a possibilidade de atendimento. Universidade Católica
de São Paulo.
- ANDRADE, C.F; Brandão, A.T, Santos, L.U., 2000. Controle da pediculose, um projeto
educativo. UNICAMP.
- ARAÚJO, A.; Ferreira, L.F.; Guidon, N.; Maués da Serra Freire, N.; Reinhard, K.J. &
Dittmar, K., 2000. Ten Thousand Years os head lice infection. Parasitol. Today 16 (7) :
269.
- BARBOSA, J.V & PINTO, Z.T, 2003. Pediculose no Brasil. II Encuentro Nacional de
Entomologia Médica y Veterinária.
- CARBONE, M.H, 2000. Tísica e rua: os dados da vida e seu jogo. Fundação Oswaldo
Cruz.
- HEUKELBACH, J.; Oliveira, F.A.S & Feldmeier, H, 2003. Ectoparasitosis and public
health in Brazil: challenges for control.
- ZALUAR, A. 1992. Quando a rua não tem casa, São Paulo. I Seminário Nacional
sobre População de rua.
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Ap ê n d i c e A: Q u e s t i o n á r i o
Projeto Parasitoses do Norte Fluminense - Pediculose (Albergue)
• Nome:____________________________________________________________________________
• Data de nascimento:____________
• Idade:________________
• Sexo: ( )M ( )F
• Estado civil: ( )Solteiro ( )Casado ( )Viúvo ( ) Mora com companheiro(a)
( )outro________________________
• Escolaridade: ( ) Fundamental Incompleto ( )Fundamental ( )Médio ( )Superior
• Profissão:______________________
• Com quem mora: ( )Marido/Esposa/Companheiro(a) ( )Pais ( )Filhos ( )Colegas
( )Outros Parentes______________________________
• Cidade de origem:______________________________
• Cidade de destino:_____________________________
Questionário:
1. Você conhece piolho? Sim ( ) Não ( )
2. Dê que o piolho se alimenta?__________________________________________
3. O piolho pode deixar você doente? Sim ( ) Não ( )
4. Qual o nome do ovo do piolho?_________________________________________
5. O que devemos fazer para acabar com o piolho?___________________________
6. Como retira-se lêndeas?______________________________________________
7. Piolho voa? Sim ( ) Não ( )
8. Piolho pula? Sim ( ) Não ( )
9. Como nós pegamos piolho?____________________________________________
10. O que você sabe sobre Pediculose?______________________________________
11. O que você sabe sobre piolhos?_________________________________________
12. Quais os tipos de piolho que você conhece?________________________________
13. Quanto tempo os piolhos vivem nas pessoas?______________________________
14. O que acontece com o piolho fora do corpo?_______________________________
15. O que a pessoa sente quando tem piolho?_________________________________
16. Você vai ao médico e/ou Posto de Saúde para tratar de piolho: ( ) sim ( ) não
17. ( ) caso não, onde você vai?___________________________________________
18. Faz tratamento? Sim ( ) Não ( ) Com que remédio?____________________
19. A pediculose é uma doença ruim para as pessoas? Sim ( ) Não ( )
20. Porque?____________________________________________________________
21. Você faz alguma coisa para não pegar piolho?______________________________
22. É importante não pegar piolho? Sim ( ) Não ( )
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Se Analfabeto:
Na presença de uma Testemunha independente alfabetizada (Se possível indicada pelo
participante).
Nome da Testemunha:_________________________________
Endereço da Testemunha:________________________________
Assinatura da Testemunha:________________________________