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Oc ee ae eae el eee Ceoroon Cred Clute -BRASILEIRA To rere BN 85-02.0800 PREFACIO Tan Pa SF con Este 6 um livro dito, introdutGrio, que adora uma perspectivahistérc sobre as oigens do nosso (aub)dexenvolvimento e sobre as caracteristicas funda RABE mentais da evolugio da economia brasileira, de sua situagao atual ¢ das perspec- Podemos, grosso modo, dvidir« historia econémica do Brasil em duas gran- 7 Ciapesatir des etapas: 0 periodo mercantil, até 1930, e © pesiodo industrial, de 1930 em ca - diante. No periodo mercantil, destacam-se duas fises: fase colonial, composta de dois grandes ciclos — 0 da canaede-agécar no século XVII € 0 do outo no século XVIII — e a fase primiriovexponadora, caracterizada prineipalmente pela cexpansio cafeeima iniciada no século XIX — quando se verifica um significative processo de desenvolvimento — que entaria em de ada de 1930. nessa fase primitio-expotadora que comega a ocorcer, efetivamente, a acumula 20 primiiva de capital na economia brasileira, com a formagio de uma burguesia local detentora de capital propeo, » burguesia cafecia, inio na de Saraiva © primeiro sunto industrial, no final do sécuto XIX, f acontece como fruto da meresvenieknt CEPOND Sorahne we mB msn expansio cafecira, mas € com 4 erie de 1930 que o processo de industializacio B51 Tern) aka de (SST Et Pad se ncelet, consubstancianda 6 period fnchstrial do desenvalvimento hrasleen, =a que se desenrola por intemmédio de um processo de substituicio de imponagbes. shinee A crise da década de 1960 assinala um ponko de inflex20 no processo de substituigdo cust to MMS CEOAS oy pootatve de imporagbes. A manutengao dessa estratégia pelo regime militar (1964-1980) re ont Ie ct en PSB resuliou-em um agaivamento das distorgdes estratutis da economia Drs, xara ct nado pumicularmente a concentnigao de renda, a inflate o endvidamento extern sah so ween mT A partir do segundo ehoque de peteéleo v do signiiestive amen cas taxas sro de jutos inteeracionais, em) 1979, tem inieio a crise dos snes I9H0. Na dfinigie de poe : reser Mercia, tataese da “erie fiscal do Estado", unt crise do modo de inter A kengo do Estado na economia ¢ na sociedade ¢ dt forma de administragio desse Estado, O Plano Real, de 1994, 0 mais bem-sucedido plano de estabilizacio inflacio- nisia desse periodo de crise fiscal do Estado, foi precedido, ¢ esta sendo comple- mentado, por um conjunto de reformas econdmicas — ajuste fiscal, liberaliza0 = fom ae aorsraro sro comercial, reestuturagio das empresas privadas, privatizagio das empresas esta- wc Fem 7 9 7 eT oe tais e reforma da administragao publica ~ de cujos resultados ainda nao é possi- ogee 05 cl extairconclusdes definitivas Tore t0n9 00 1/920 — Fede Depois da lesvalorizacdo, porém, tornou-se clara que o pais atravessa um : ao period de yrandes difculdades, expressis, sobretud, pelos eomtiauos «lec 1 snoria Br rox esse longo processo de evolusao dt economia bres SAT TE do Dor no ter sido eserxo por um. 36 201, mas sim POF PROFESS sSiptinas —- macroeconomia, hist6ria econbmica, we 1 dla economia setor publica —, 0 livro ganhou ws abot we diferenciada, Comum a todas os autores, no enkani T do aspecta didatico a obra spagao de mao se descuid nao obstante, que ePer Seria quiase desnecessirio regisiat ® legis de profissto sugesies de medortas, eto de feigoamento desta abr por fim, gostariamos de agradecer a oportana imi editorial Fabi des de incentive € di de coniedido, izadores Pants 1 Panre 8 Pane S Panre 4 Panre S Panre 6 SUMARIO RESUMIDO Economia Colonial — Séculoy XVI # XIN 1. A empresa mercat 2. Os cielos econduni Expansio Cafceira € Origens da Industria P 3, A economia cafeira processo de Substiwicae de Importacdes: da Crise de 1930 a0 11 PND 5. Acrise de 193060 wan lei G. Anos 1950. Geto 0 7. Plano de Mets de fo jamento estate con: finnigao de importagoes 1942-1967, 0 PAEG U as F BA crise 9. O milagre brasileiro: auge € ¢ 10. OIL PND: 0 fim de una ciel Anos 1980: Crise € Inflacio 11. Choques externas e desessrururagio 3 12, crise ela civic os 13. Teoria dh inflacae ner Anos 1990: A Modernizacio Conservadora 14, Abertura comercial ¢ © governe Collor 15. Novo modelo de insergiio d 16. Plano Real ksdobrumen Um Retrato do Brasil Atual 17. In 18. A populace bnasilei 19, Transfarmicdes no mer addones de crescimento © tke des SOSHSOHSHSHHSHOHSHSEHHSSOHSEHSHOHOCHSOHESHOOEE ~~ SUMARIO Panes 1 Feonomia Colonial — Séculos XVI a XP 1A empresa mercantil, colonial ¢ escravocrata 3 Pad tes vias de consttuigao do capitalist 4 = gcumulagio geral ¢ prititiva 5 1.2 objtivagio da logica do capital e sus expansio.. 6 1 3.ascensdo da burguesia € 0 pacto colons! — Mercantilismo 5 Pacto colonial 1.4.4 marca da colonizagio de exploragin 1 — Plantation 2 A questio da mao-de-obr 2D 1 m Quentdes de revisto Mi 2.08 ciclos econémicos 5 16 2.1. produgio acucareirs ) cielo do ouro 3,0 renaseimento agricola 4 Entraves a consolidacio do capitalise ‘Vantagens comparativas sm Questoes de revisia Panre 2... Expansto Cafeeira ¢ Origens da Indust 3. Aeconomia cafecira aL 3.1.0 comerciante de café 0 eréaito agrien: 2 oe etacdes transcenetiam ox Timites comercks 4 5.2. Fapotamento co sistema de financiannene cht €€0 rnomia cafecira a 4.3. questao da mo-de-obra i mr Questdes de revise 8 4.Origens da indiist TL comolidaeio das condigdes par o desenvalv mento industeal ‘s 2. formagao da indistria c A imporineia dos investimentos extranet 49 \ classe industrial 31 {3.1 As inhastcias Matan77e 51 13.2. O grape ororantioy % ‘ Economia Brasilia 1.4, Aprofundamento da crise dla economia tudicional.. 5 H Quesides de revisao 6 Panta 3 — Proceso de Substituiglo de Importagies: da Crise de 1930 a0 PND. 5.4 crise de 1930 € 0 avango da industeializacio brat sileira 6 5.1.4 Grande Depressio res 52.4 politica de defesa do cate 6s 5.3.0 crescimento industrial durante a Grinde D pressiio 1.Celso Furtado eo modelo de inelustriaiz e substituigi ¢ OF 6.0 pos quer € © crescimento industrial ulo Novo e a Sepuinda Guernt Mundial 6,Anos 1950; Getiiio Vargas ¢ 0 desatio da indistria pesada 9 — Padres de acumuligio na economia: un ani lise departamental 8 6.1.0 panjeta nacionalista de Vargas 2” 6.2.0 suieidio de Vargas: Calé Pho © Bugenio Gudin... 84 FMI — Fundo Monetivio Internacional 6 m Questoes de revisio Plano de Metas de Juscelino Kubitschek: planeja mento estatal consolidacae do proceso de substituigio de importagies Bs 7.1. Planejamerto estat $0 anes em $ s 7 2.Capital estrangeiro eo 92 7.3.4 consolidacio da estrutura industria brasileira... 95 CEPAL — Comissai Econdmica para a América Latina 9% 1m Quesides de revisio 9 8.4 crise 1962-1967, © PAEG © as bases do mikigee S.A primeira crise industrial cn sesso de substituicio 8.2.Crise politica eo Plano Trienal 841964: rape ira democritica ¢ 0 mealclo dependen Ha PAEG: estabibizagao ¢ mudancis ai i B Questées de revis x fileiros auge € crise 9. 0 milagee be nso ch €¢ 9A exp: 3.2, Financiamento. extern: 9.3. As contradicoes do milagre (9:4, Os limites esiratanas do crest 10, OILPND: 0 fim de um ciclo 10.1.0 11 PND (1975-1979 1 ler 10.2.0 financiamento extern 10.3.0s limites do I PND DALA desaceleragio € 0 al colheita nos anes 1980 Panre4 — Anos 1980: Crise e Inflagio. 11. Choques externos € desestruturagio interna: recessito 1981-1983 11.1.0 retomo de Delfin Netto um bre 11.2.4 tecessio brasileira ca 11,3, retomada do crescimento ei 1984 fm Questdes de revisio A crise da divida externa ¢ a crise fiscal do Estado 12.1. Divida externa: origem e crescimer hi ~ Divides bruta € liquid, ¢ transagoes «« 12.2. Desequilibrio ext ‘A especulagao financeirs mE Quesices de revisto ww Apéndice: alguas indicadore 13. Teoria da inflagao inercial ¢ politi I-A tenatva de decirar a illacio brasil ndstco da iniagao inert ’ 13.2. Une nova extraéyiade combate sna potas de chaque heterodox © de i x added 13.3.0 fracas das temtatias etents de esta 9OFOOH HOSES HHHHOHOHHHOHROEHHCEHHHOECOH Economia Brasiiira 13.4.Planos de estabilizagio her fodoxos. 170 13.4.1. Phane Crurado. 70 13.4.2 Plano Bresser v7 13.4.3. Mailson da Nobrega: da politica do feifao comarroz ao Plano Verio 74 1 Questdes de revisio 176 ante 5 — Anos 1990: A Modernizagio Conservadora Consenso de Washington 180 — Moxternizagio conservador: 180 14, Abertura comercial e o governo Collor 181 Lid Abertura comercial nas paises em desenvote 14.2, Abertura comercial brasileira: o governo Collor 14.2.1, Os Planos Collor Le I 15, Nove modelo de inseegao d: leiea 1x9 15.1.4 nova politica industrial 190 18.7 © programa de privatieaghes 103 15.2.1. Resultaclos das privatizagbes apés a ct Glo do PND: de 1991 a 1998 194 153.Fluxo de capitais: investimentos dirctos estran seiros 198 : 154. Debate acerea da viabilidade do mocielo de insereao da economia brasileit 200 15e4.1 Angumentes favoriveis & posigio do oe verno 201 5.4.2. Crticas 4 posicio do governo 202 @ Questoes de revisto 205 16. Plano Real e seus desdobramentos 204 16.1.0 plano ems 205 16.1.1. Fase 1: 0 PAL 205 16.1.2, Pase 2: URV 209 16.1.3, Pase 3 nova moe an 16.2. Nivel dle atividade, renda e empiego 212 4 Avaliagaio do Plano Real e perspectivas 213 16.3.1, Setor extern 2 16.4.2. © retorts aor PML 25 Questies de revision 26 —_—S Panre 6 Um Retrato do Brasil Atuat 17.Indicadores de crescimento € de desenvolvi 17.1. Evolucio do PIB 172.Andistria 17.3, Comércio exterior 174.0 Indice de Desenvolvimento Humano (DH) 17.5.Disteibuiga0 1 Questoes de tevisio 18.4 populagao brasileira € 4 transigho demo. geiien T1.A populago brasil 18.2.0 nono paddo demogritico TR beTinpron nova et i whe rotngune conceos demografios ws Quesbes de revisio 19. Transformagdes a0 mercado de trabalho € a reforma da previ ial . 19.1.0 aumento do desemprego © a precarizagio do cemprego 19.2.0 seguro-desemprey 7 193.4 erse financeisa ¢ a reforma cht previdéncia social " Salguns conceitos relatives 2 previckencia social m Questous de revision mw bsibliogratia am Siglas e abreviaturas indice onomastico m inice analiico xu be séculos xv a XIX 4. A empresa mercantil, colonial e escravocrata 2. Os ciclos econdmicos cnn Lo A empresa mercantil, colonial e escravocrata 4a. No século XVI, a Peninsula Ibética destacavaese como unt dos agentes mais dinimicos do capitalismo comercial, © Brisil, dominio porugnés inserido na empresa mercantil, colonial ¢ escravocrata que Pgncterizou a expansio ultrimarina, figurava como uma dis pecas Contrais do intrineado mosaico criado pelo périplo dos portugueses. Virias fortes nos ajudam a desvendar esta rica historia, na qual a €o nomia acupa lugar nobre' determinou um dos ‘A acumulacdo primitiva gerada nas coloniss talismo, O Brasil mis significaivos da acionadlacdo geral do capi na deste processo como plo exportacor de siquevats para todo medio de sta meteépole. Esta marca na Ja extratura colonial a part a for patti fo continente europeu, por inter formacio econdmica brasileira constituiria a matriz« do pais, que perdurou mesmo apds a emancipagio politic rma estado-nagio ocorrida no século XIX, VIAS DE CONSTITUIGAO BO CAPITALISMO, AS TRE! produgao ca Hid ts casos paniculaces de construcao dlo modo ds sista: o caminho clissico, o prussiano ¢ o colonial, que colo vem set responds de acordo p plano tedrico e pritico, questoes que de ‘com as possbilidades reais de cack ca ‘cada ttma dis vias sto dadas no inert ccapitalismo mundi 5. As mucanigas possiveis em da insergao de cada regito no (Os paises lideres do capitalisme consruiram sew desenvolvimento pela ria cassia, forina sustentac de ealizar a inchstalizagao, beneh Fando-se dos ganhos da era colonial, Nos séculos XVIIE ¢ sequintes, Geoneram transformagoes pollico-econOmicas a partir das revohigOes democritico-burguesas. | bia prassiana foi seguida pelos paises de incustializacio retard "XIX. Marcados pela auséncia de processos democriticos tafia, no século de emancipagio, conquistaram, no ena rte dita, vale lembear Ji 0s patses Ue va colonial som némico, Antes de abordar-se essi vit propriame Gque existe algumas semelhangas enizeo capitlsm de via prussiana € 1. Com relaga Nowais (1995) © Holanda (1993), 5 assunto, ver prncipalmente Prado jr (1989), Furtado (1960, Capitulo 1 + A Limpresa Mercantil, Colonie Psctawocrata 5 9 de via golonial, que os afustam da via ¢ mesmo mano das formas nio-clissicas de tansigio para o capitalism 3 semelhancas, como, por exer, lucdes democrtico-burg isencia de uci eter, Mi também dlcrengas substantvas eatre a5 duas formas « Goan via prussiana representou uma passagem do feudalism pars 0 eapitalismo, 4 via colonial nto o fez, pois nasceu inserida no sistem ddominado pelo capital Tose, portarto, na quesiao cental da fox de propredade tettorial dos palses de extragio colonial. Alem dis, est forma colonial de construcio capstalsea criou uma burguesia Porém, apesar condigoes de abter autonomia poli "A pata scus paises ¢ incapar dh Ccontribuir para que estes escapassem dos marcos da dependéncia col nial, ou seja, da subordinacio aos piblos dindmicos das economiss ce trais. Em outras palavras, 2 burguesia dos paise realizou nem suas tarefas econdmicas nem as politcas, a0 contre prussiana, que deixou apenas de realizar suas tarclas politicas Ty aeumulagio de capi fl teorzada pelo fiaofo e economia | alemio Katl Mabe Na cseia ieardiana, por sua contDicbo rica 3 economia pole, sstenaizou 3s leis yeas da produgio. Ab compA 8 forga de tatbalo,o capa apropria se de seu excedente, decomina Gio maiseata. A resliagio desta toaisvala enyajese na reprodkigo Smoplnds de sinema aeons, pois pane do excedente reinvent fa produsio, Como € 2 forga de trabitho — denominada de capital hartdvl-~ que cia valor, a acum capitals decorre da explorago do contngente de vabalhadores,asociada 3 ulizagio de maquias, et fei, inimos, ou sj, 0 capital constant a A acumuiagio geral de capital pressupoe a acumulagio primis aque ocorrera na passagem do feudalism para o modo de producio cap tallsta na Europa. Esa forma origindra de processo de acumulagn ear terizourse pela separagio do teabaladir das condigdes objetivas de tra balho, prineipalmente a terra eas ferramentas, De mancira concomitante 4 essa Separagio, formou-se 0 capital comercial advind tanto, a acumulagao originria deve se a reuniao de riquezas pelos nego antes de mercadoris durante 0 renascimento comercial & urbano, 3 partir do século XI, a0 wifico de eseravos ¢ 3 apropriagao das teras dos camponeses — fendimeno hist6rico identificado como cercamentos. | as trocis, Por Acumulacao geral e primi __Alinglter é exemple clssico de desenvolvimento econdmico but ‘guts © bergo da Revolugio Industral, resultado da acumulagao prima 2, Sobre eye asso, ver prnipalmente Prado Je (2989), Furtado (1980, Novas (1993) e Cardovo de Mells (1982), Segunulo estes autores, Dai insete-se feontexto do capitalism comercial ima emprest colonial desde «dec SOCHOHOSNHSHHVSHSOHSHHHOHSHKHHSSHHHEEEOE Parte 1 = Economia Colonial — Séculos XVI a X0X OBJETIVAGAO DA LOGICA DO CAPITAL E SUA PANSAO Situada a importineia do contexto hhist6rico para entendermos as relagdes brasileiras com as demais regides do globo no momento atu ppassemos & anilise da economia colonial brasileira (Os textos clissicos discutem © tema da ocupacio territorial duran: te # colonizagio da América a partir da divisto entre coldnias de povo mento e dle exploracac As coldnias dle poroamennto dizem respeto ao estabelecimento de jnitivo de europeus no Novo Mundo; caracteriza-se, como 0 proprio home indica, pelo povoamento, pela busca de um novo las, por pesso- ‘as que procuravam afastar-se de conilitos internos da Europa. Desde 0 Seculo XI, 0 continente europe vinha-se desenvolvendo comercial mente, alcanganelo notavel siniaelo socioecondmica no século XV, pri Cipalmente na Inglaterra, Ocorriam, no entanto, simultaneamente, tas poliico-religiosas e transformagies econmicas considerivets, paricu- Tarmente o fendmeno das cercamentos. Durante dois séculos, grandes contingentes populacionais migraram para regides de clima similar a0 Seu local de origem, concentrando-se, priontanamente, na zona wx perada* As coldrtias de exploragao centravamese ma produgio de generos ional, A diversidade de condi Js, propiciava a obiencie de que interesassem a0 mereado interna Gdes naturtis, em comparaglo As europs Féncros diferentes © attativos consideradas artigos de luxo, como Tedat, por exemple, clumudy, entie, de “ouro branco”, Tais produ Jos ufereciam alas taxas de tetorno para quem neles investisse Atraidos por tis estimulos, que eram diferentes daqueles «los co Jonos da zona temperada, esses ocupantes buscavam ensiquecer, para depois, usuuis, na Metropole, a sua nova condiglo. Esses interesses ‘eatavam voltados para. usufrute das potenciais vantagens, porém © ccsforeo fisico em ambiente 10 indspito deveria ficar a cargo de outros. (Os colonos exam empreendedores, mas, raramente, trabalhadores pro: priamente ditos 5 Regisanann se movimentis migrstOrios também para Tocais onde tims fhe cea simiir go europe Mesmo «Beas atesi imigrantes, come foi > Capitulo 1 + A Empresa Mercantil, Colonial e Escravocrata 7 © sentido tltimo das ages dos donos das novas terras era 0 co- ‘mércio, pois, na sua realizagao, obtinha-se o lucro. Sendo assim, como, 2 principio, as novas descobertas nao contemplacam nenhum bem comercializivel, a idéia de povoar as terras brasileras no surgiu de imediato, Entretanto, outras circunstiincias. advindas da dispura de noves aventureiros de aléni-mar, colocaram a necessidade da ocupagio etetiva a consicugio de lagos para além do habitual estabelecimento de feitorias — forma que assumiram as primeiras possessdes portugue- do solo sas na Aftica, Foi, portanto, através das coldnias de explors capital comercial se objetivou no Bes 0 que 0 Inicialmente, 0 problema a ser resolvido dizia respeito a determi nagio da natureza dos géneros que poderiam ser aproveitados no nove ter iu sobre os produtos naturais, como madeiras, destinadas 4 consirugio ou a obtencio de tinturas, cujo exemplo clissico € © pau-brasil t6rio. De imediato, a solugao vishumbrada re Posteriormente, o extrativismo viria a ser substituido pela agricul tuna. Sua explorugao seria feita em grande escala, gerando wnidades monocultoras com elevado niimero de trabalhadores. A necessidade de mio-de-obr abundante conhecer! sua solugio definitiva na excravi «to afticana, pois o gentio utilizado nas etapa iniciais das lavouras, mostrou-se pouco adaptivel ao tipo de trabalho requerido, como vere mos mais adiante ASCENSAO DA BURGU A EO PACTO COLONIAL, Inicialmente, durante meio século, para os ponugueses 0 deseo: brimento clas terras nativas pareceu ser um episddio secunditio, En- quanto 0s espanhéis colheram imediatamente os frutos auriferos da conquista — bastava exendet a mio ¢ aleancé-los —, os portugueses mo tiveram a mesma sone. Por isso, os principais objetivos da emprei tac lust estavam comprometidos: primeiramente, aio haviam encon: trado a almejada passagem para as ricas indias, centro das especiaris, alvo maior das navep:cdes. Secundarkamente, nao desfnstavam das van ‘agens extrativas de « & gozavam os espanhis Todavia, 3 notieit da existéncia de riqueras metilieas no Novo Mundo espalhava-se pela Eueops ¢ Faria aumentar a cobiga em retago 1 outro lade do Adntiew, As coldiniss ihéricas 1ornavamese alvos de possiveis invashes europélas, Diante de tal quad, a ocupacao efetiva SS Parte 1 + Economia Colonial — Séculos XVI a XIX ouira providencia maior revelava-se prioritiria, pois, antes de qualquer 0 ‘ és park tn necessario garantir a posse do territério colonial pou além dos proprios interesses mercantis imedistos. Sendo assim, a genese da nossa civilizagao ocorreu por peessdes poliicas das Iutas no continente europeu. Os rvais europeus enten: iam que os ibéricos poderiam desfrutar somente dos cerrt6rios ue ealmente ocupavam, E nio foram poucas as vezes que este reconhec’ mento carla por tera nas vérias invasdes ozortidas, Por todos estes otivos, 1 ocupagio tinha de se realizar, concorrendo com 05 recursos rerissos destinados antes, prioritariamente, ao Oriente, Coube 3 alts ‘aministragao [usa encontrar, de forma criativa, os meios produtivos adequados para maximizar as fontes de recursos. jstas da economia politica do Reiteradamente, os diferentes anal mereantiisme sustentam a impordincia cabal do comércio na transic To feudalism para o capitalismo €, consequentemente, © papel das fravepagoes ¢ dos descobrimentos na aceleragao da dindaica mercy Til Sem chivida, as trocas mereciam papel de destaque, porém © dese hho estaria jacompleto se nfo adicionassemos fatore ree b cconomia eusnpytia, que facilitaram a realizagRo dos grandes em preendimentos capitalists. ean a conjaio oon re fomacio dos csados a Era Modera. Pact 2 ha 1 ido a See er occas, ra waspensvel uno ds teriios sno a yuan, ee doe costumes et plies enti mee stent opt apa a ndava a husca de superivit dla bakingst comercial € jena de mutant sno comercial, Revomen tio balango de pagamentos, o conole « Imuaximiear os lueros ¢ 2 organizag30 das Companhias Tnfas, selos.e outrss medidas que vishiiaam Mercantilismo popolista, que cravam leis, cos negocios. ales, que Como furor externo, deve-se destacar a influéncia dos 4 tntroduziram novos hébitos, técricas ¢ conhecimentos zerais no terri ope. Como fatores internos, observaram ‘avangos tecnol6gicos nas manuf produtos manufatucados, que P as de lucro. As feinas, nicleos das fio €: se crescimento dt pro: dutividade agricola © fassim, excedentes de alimentos © diam ser expostados com atrativas tt primeiras eidades modernas, ¢ as Cruzadas tarsbém contsbuica pectivamente, de fora loca «internacional, para desenvolver 0 sise Capitulo 1+ A Empresa Mercantil, Colonial ¢ Escravocrata % As condigoes descritas acima estimulavam o coméreio de long, distincia, O increment produtivo verificado nas atividades secundarias da economia, criando uma nova agricultuea de eseal dil renciada e impulsionando a sanufatura, tornou-se pressupose di ex jAsio ultramarina ¢ da colonizago das novas terras. Esa nova dade fer surgir novos gr ram sua ascensio politica devido a forea econdmica ¢ finanevira dl jwidades mercantis. Surgiam as grandes Companhias le Coméecic ‘organizadas em monopéilios e ligadas a0 sparetho de :moldado pela transig2o, pois comportava grupos de interesses antay ipos sociais, que se fonaleceran ¢ conbec ado, Ese nicos: clero, nobreza e a burguesia nascente eso tempo em que a nobreza ea lyreja detinham hee 1, dividiam com a burguesia uma legislagio coadunad ‘com as necessidhides das novas atividades econdmicas — 0 comercio « 44 manufatura, A burguesia se apresentava como contrapeso 2 mon ‘qui feudal, jogando habil xadrez na cunquista de espacos polit ccorrespondentes a cada avanco econdmico, Classe oprimida pelo desp tusmo medieval, avancava paulat governos recém-uniticados. A bunguesia¥ de classe social, constituida nos mascos do capitalism, serem (radu ddos pela economia politica do mercantilismo, por meio de uma len) lagio que trazia a sua marca: 0 estado absolutisa mente ds comunas urbsanas finaimente, seus ansei Entre as agdes de sua plataforma politica, destacam-se: bulionisn ‘ou metatismo, balanga comercial e balango de. pagamentos fnvocivei acto colonial, que somados a criago de tarifa, selas € atos neuldor res, realizavam © projeto da forca econdmica emergente, circunscrits rnesse momento his6rico, as tarcfas da acumulacio originsria Pacto colonial ‘© practo colomal fo um dos elementos basicos consttuintes da po Ikea econémica mercantlsta. Exclusivisino comercial da Metsipole em rekigao 3s suas colénias, subordinando-as por meio de um conjunto de medidas econdmicas e polticas. Os representantes locas das navies eu topeias controlavam as relagdes comercial ¢ defendiam ox intereses dt Corea e das Companhia de Comézcio, orzanismes de capital mists ou | esta. Ap out seja, a demands por maximizar ouro € prata crcunse: tas nacionais, cresceu © desejo pelts garantias de sempre se obter sli favorivel na halanga comercial, Desta mancira. as exportagdes de ben foram incentivacis © as importages foram inibidas. Para tanto, 0 50 periodo em que prevaleceu a busca por metas precionos, (os 8 frontel POOSSSSHSHHSHHHSHEHHSHHSHHHOEHEHHOCE Parte 1 + Economia Colonial — Séoulos XVI a XIX monopélios agiram com firmeza, dado que a regulamentacio existente fortalecia a politica econdmica, alimentando o pacto colonial junto &s coldnias. Era uma logica carregada de contradigdes, pois as medidas beneficiavam alguns setores do capital comercial, prejudicando outros. Esta marca da concorténcia capitalist presente em germe no iscedouro do sistema, deteminaria a politica de aliangas do poder ais visando um retorno maior de seus proprios real com grupos comer Futuramente, na era industial, a clasie comerciante teria de rom: per todos estes lagos que haviam garantido sua ascensio, pois a sen- fy que a fonificara tornar-se-ia uma camisa de forga. Em azo de seu poder sia suportaria essa transigao para {lar © xeque-mate posteriormente, a partir das revolugdes. democi ‘co-burguesas da via clissica € das “reformas pelo alto” da via condinicorfinanceleo, a burg |\ MARCA DA COLONIZAGAO DE EXPLORACAO Coube a0 colonizacor sistematizar 0 pacto colonial nos moldes dos intoresses events, criando, no solo nativo, alternativas que per- imitissem auferie 0 lucro almejado © aproveitar as potencialidades: da oldnia, tsansformando-a em produtora efetiva de riguezas. As solu bes encontradas —a principio, o extrativismo e, maistarde, a plantation: dos da mineragio, do renascimento agricolt € ‘da cafeicultura — inscreveram a economia colonial na historia metro~ politina. As Terras de Vera Cruz consubstanciaram-se em uma inesgo fivel Fonte de recursos, responsivel junto a economia do Velho Mundo por uum dos veios mais promissores da consteugio do capitalism, so- bretudo © ingles A maneita encontrada pelos colonizadores para ocupar a colénia la, superando a mera atividade extrativa reali du segundo os mokles do Oriente. A empresa foi ideada levando emt Conta todas as dificuldades: era preciso encontrar um produto favors ctras virgens, sem contingente 1s taxas de Fetomno aos seus foi a exploracao agricol uabalhista respeitivel e que gerasse Pans tal empreitaca, 3 experiéneia dos portugueses desempenhou papel relevante, p Aikinico, Pos iss is kt praticavam a planation agueateint nas ia do ii dispunbam de conheeimemo téenico © de wnt Capitulo 1 + A Empresa Mercantil, Colonial e Escravocrata n cescala, as mercadorias portuguesas conseguiam concorrer €om as its Tianas, a pregos baixos, difundindo o habsto de consumo de agucar Sem davida, 0 forneeimento do agticar brasileiro para 0 mercado curo- jeu tomou'se pagina importante da cra colonial, transformando esta Espectaria em um bem de consumo t20 importante que passou a inter ferir até mesmo nos costumes da €poca. Colaborando para a edificagao desta atividade com sabores lucra tivos, contourse com 0 capital holandés, uma vez que parte significat va dos investimentos proveio dos Paises Baixos. Os batavos integraram fas varias ctapas, financiaram 0 comércio e a refinagao, ¢ ainda partici param da importigio de mBo-de-obra africana, Vislumbrada a viabil dade da nova empresa, tomou-se mais fic atrair a atengio dos empr endedores, (© problema maior, sem sombra de dhivida, desde 0 inicio har sido 6 suprimento de mao-de-obra, pois, sem este efetivo, pouco te riam valido a experiéneia Iusa e o capital neerlandés. Como sabemos, @ ‘mto-de-obra nativa brasileira, apesar de diversas tentativas Ssentou como solucto definitiva da questio. A Europa nao tinha condi (Goes de sofrer grandes sangrias populacionsis, principalmente para ‘cumprie este papel, como vimos nas paginas precedentes. Somente se 4 pigt Fosse inuito boa, © colono europen se disporia a trabalhar nos {esipicas, Nao era 0 caso, pots a propria acurnulacio estaria comprome- tida se um dos fatores essenciais da produgio, a forea de trabalho, cexigisse remuneragao elevada, Mesmo a possibilidade de digeiigde ide temras, como ocorreu no norte dos Pstados Unidos, nfo se mostrava vidvel, AS populaces destinadas & zona temperada davam conta dos terifcios de receber lates que careciam de (otal investimento para dar algum retorno' ‘A unido de todos os elementos descritos acima — técnica de produgio, mao-de-obra, investimentos, mercado consumidor mados 2 necessidade ca ocupacao definitiva, tornov 0 empreend ‘mento sim sucesso. Aliados légica do capital comercial, criaram a marca da colonizagio, gerando vantagens comparativas que determi rharam a opgio de ocupar o Brasil e romper a linha do Tratado de ‘Tordesithas. TT Bse expeddiente +6 frtificou, de forma raat rei sul, apes vin da familia eal, clam 0 oyjtivo de fasta ipcional, na ccupagio definitivs fos expanse Bast Ls. Parte 1 « Economia Colonial — Séculos XVI a XIX ‘Sisteia de propriedades agricolas de grandes proporgoes em que s pravicwva a monoculturs e nas quals se explorava mo-de-obra eseravs Gorante a era colonial. A produgao oriunda dessus temas destinava-se, priortariamente, 2 exporagao. Foi introduzide pelos portugueses, que Griginariamente @ peaticavam na ilha de Sio Tomé. No continente amet ‘cano, foi implantado principalmente no Beasi, nas Antthas © no sul dos. Estudos Unidos. Este sistema era um dos elos que sustentavam a empress mercant, colonial eescravocrats ieee Plantation AO DA MAO-DE-OBR, A QUES A acumulagio capitalista esti contrada no bindmio propriedade privada ¢ trabalho, A natureza € a fonte potencial de todos os valores de 180, € o trabulho — a mediagio de sua apropriagio — € matrizador da sociedade. A economia politica clissica, desde a sua edificagio, preocupou-se em torizar como ests dindmica, combinada de forma cficiente, poderia gerar lucros. Na Europa, bergo do capitalismo, esses elementos uniram-se através de variados desenhos, desde a manulaty sistema fabri. |A forma gremial foi o germe da Futura filbrica. © mesire artesio ra 0 proprieirio da oficina, das fe (que, em alguns casos, eram recebidas no ato da encomenda) ¢ traba Ihava junto com seus jornaleiros. Estes, em toca, de aprendizado, mo: radia alimentao, ajudavam a fabricar as mercadorias cujo destino era o mercade. As inchstrias t2xteis desenvolveram-se a partir desse sistem, evi do paulatinamente um controle ausdnomo ds. pre imento da economia e o desenvolvimento urbang, deu-se a separ do erescente do trabalhador dle seus meios de produgi0 — terra © Ferramentas —, restando-Ihe a venda de seu poweacial de trabalho como tiniea fonte de subsisténeia, Os cercamentos constituem um dos elementos historicos mais importantes no proceso de acumula 0 primitiva Entretanto, © tabalho assalariado — forms classica do sistem capitalist, pots tomou-se dominante © estendeu-se part os warios 1 foi a tinica forma de trabalho presente ma historia do cp talismo, A escrividio modern panicipott ativamente do creseiment dlas riquezas geradas no periodo inereantl, seja como polo scumulativ Capitulo 1 + A Empresa Mercantil, Colonial ¢ Estat no ttifico negreiro © no escambo, seit come nas plantations No caso brasileiro, houve varias rental gentio, icialmente, a mio-de-obra iné do patebrasil e depois, timidamente, ns Nesta iltima atividlade 0s esforgos necessi compensivam a empreitada, Com exces tivas de aproveitamer lavoura da cana-de-acik dirios para a compulst no dos jesuitast, que 10 ram um real aproveitamento desse contingente produtor locsl na niss6es, boa parte dos demais colonizade te suad necessidades de fator ‘A partir do alvard de 29 de margo de ba de ‘governador do Brasil, cada sensor de ens ‘escravos do Conge, paganido apenas 17 fo Tomé e ordenando que, a vista de c bres resolveut definitivam 5 a av cap bu puidesse resyatar a yo de direitos, que co ser menor a pendiria de bracos africanes Na coldsta’ No inicio, registrou-se escrava. Somente a partir de fins do 56 culo XVII, os tealicante gena foi utlizada na extrac palhio com o uso dos escraves alr iniclalmente portugueses, substituidos por franceses ¢ . Com 0 sur industrial, passou a ser produzido em todo o 6 Pani ao Parana, passando por Gis, chegando até © Rio Gran (© agticar acompanbaria 0 algodio no renascimento agricola da colnia Apés um centendrio de decadéncia, as antigas regioes produ. foras cenasceram. A regio paulista também participou desta nova fase, ‘comecando a demarcar su futura posigao na economia nacional Ouira produgio que floresces neste ciclo foi a do arroz. Embora secundirio em relagho no agGcar, teve cera expressio na pauia de “exportages. As principais avouras estavam circunseritas, primelramente, no Mariniie &, depois, ao Para e a0 Rio de Janeiro, oa séovlo XVIII os maiores producores mundiais, superando a produgao jndiana, que era a grande fornecedora de ento. Esse produto foi cult ado 108 Estudios Unidos, em S20 Domingos ¢ também no Brasil, que ‘chegou a exportar 5,000 arrobas através da capitania do Rio de Janeiro. nil foi uma esperanga frusirada. Os americanos se tornaram no orem, nesse mesmo século comecou a decadencia €a lideranga comer al coltou a ser exescid pel Inclia, Os ingleses, com at perda de suas Coldnias americans, voltsram a investir na Asia, ¢ a culturt de anil brasileira conheceu 0 declinio. io baiano e na Ainda no século XVII, © cacau apareceu'no regito paraense, Complementarmente, observou-se, no Pari, a expor- facto de produtos Norestais, tais como baunilha, cravo e canela, junta mente com as Fesinas aromiticas, explorando a mao-de-obra indigens) apesar de todas as dificuldades conhecidas. 0 calé, proveniente da Abissinia, passou pela Europa antes ¢ atingit a América © chegow ao Brasil na primeira metade do século XVII Aduptando-se perfetamente 20 nosso solo € sendlo plantido ¢ ‘onsumidly conwa bebida no pais, cwusou uM Brande expan Na Capitulo 2 + Os Ciclos Econdmicos 23 24. Pane 2 deste livro, um estudo minucioso, pois sua ascensio & auge ‘ocorterim jf fora dos marcos da epoca colonial Por ona, € suficiente lembear que esse produto surgiu, paradoxal mente, como um genero de menor importancia. No inicio, foi despre- ado em favor do acta, Mas acabaria por figurar praticamente isolado nna balanca comerckal cabocla a partir do 2° Império. em grande parte em rizto da posicao adotada pelos Estados Unidos, que, menospre= zando os grandes cents, até ent (8 olhos para a produyio brasileira, Caio Prado Je. relata que: ‘0s maiores produtores, voltaram (0s Estados Unidos, grandes consumicores de café, vottar-se-do (..) para os novos produores(..). Em particular 0 Brasil, favorecido além: ‘do mais, com relagdo a eles, pela sua postcao geogrdjica. & producdo cafecira encontrard nos Estados Unidos wn dos seus principats merea: dos, ent meados do século, quando 0 café se torna 0 grande artigo de exportacao brasileira, aguele pais absorverd muis de 50% dela. E est porcentagem ainda crescerd com 0 tempo" © renascimento agricola colonial foi marcado por ter superado a mineragao, Definiivamente, a agricultura retomou sta impor- € foi reconhecida como a ruzio de ser da produgio local. Nov mente, © Brasil voltcu-se do interior para a costa, cumprindo suas tare fas de colénia de exploracao, Esse novo surto nao teve uma longa vida no Nordeste, pois, j na segunda metade do século XIX, 0 Centro-Sul tomaria a lideranca, fenquanto se assistia ao declinio das regides Norte ¢ Nordeste ¢ ascensio do Sul'e do Sudeste, na época do Brisil politicamente ide: pendente. ENTRAVE A CONSOLIDAGAO DO CAPITALISMO ‘Um dos nédulos mais significativos no desenvolvimento da socie dacle capitalista 6 formagéo do mercado interno. A economia colonial brasileira, na fase agueareia, era orientada apenas para o mercado ex: terno, Produziu uma imensa colegio de mercadorias txpor 4 siqueza obtida acabou sendo despendida com importagoes, ou se} retornow As economias centrais, enriquecendo um seleto grupo de co- lonizadores ¢ comerciantes. A economia brasileira no logrow frutos substantivos que fossem respponsiveis por inaugurar uma nova era. Ao Parte 1 + Econgniia Colonial ~ Soaulos XVI RIK conttirio, entrou & saiu dos ciclos emdnicos do 6s mniarca de uma economia subordinada aos centros he pital, O pais permanecia povoado por uma massa humana, em sut joria escravizada ou vivendo de subsisténcia, impossibilitada de for ‘im coniingente consumidor relevante que gerasse um mercaco ismo desenvolvido, local nos moldes daqueles dos paises de capital ‘A economia mineira foi mais propicia a formagao de um mercado interno, ainda que resttito, do que a economia centrada no ages Apesar de ter gerado uma Iucratividade inferior & da sua antecessoray 8 Ceonomia mineira criou um cendrig um pouco mais promissor part # colonia, De Fito, Fonge da costa, en! alguns casos, compensa 2 ative Gade local supnir necessidades antes sitifeitas pela impotagae. Entretanto, 0 fator mais dindmico que efetivamente podera tirar 0 pais de seu atrso estutural — a producio manufatureita — 0 ie thou, Em visa das dificuldades existentes na prapris Metropole, dic rene a colonia apresentaria facela diferenciada neste setor, So fay ‘do Trataco de Methuen ¢ suas conseqiiéncias pant sas as analise rmanulatura portuguesa vinronto mannujaturetro que tivora Portugal rhea anions que compreendera vada. Oacondo de 1703 cum comego de tdtistria e fo © pequeno desenvole fins do séeuln anterior resulta de ama pe ‘a importagao de mao-de-obra especial Inglaterra (Tratado de Metiwuen) destrutt este de conseqiéncias profundas tanto para Portugal como para std cole saa, Houvessem chegado ao Brasil innigrantes com aguma experirrct mmannfeneretra, ¢ o mais provdvel & qite as inictativas surgisert te momento adequado, desenvotvendo-se uma capacidade de organize (do técnica que a colinia ndo coegou a conbecer” Nests fase cht inchistria pascente, contudo, no se 5, provavelmente, fo 0 muior respons passo suliante, O ure brasil Rel por todos esses entre, pois entorpecet a uxapoke, denen rulando avangos da dindmica fabil, Usado para veneer a decadléncis do fim do perioda agucareiro, foi consumido i inpleses, biseadas no Tratady de Methuen, favorecendo os produtore de vinho portugueses. as ocas com produc sil ndo foi capaz de adentrar jomia de mercado. [nse lista, nao pode conver Por diversas razdes, como vimos, 0: fo século XIX com uma ampla e dinamica econ fido desde 0 inicio na periferia do sistema ¢ | ' Capitulo ter as imensas riquezas que tinh produzido durante tes secu sua histdria em desenvolvimento econGmico € social. Sia passa uma era pa pela permanéncia do atraso estrutural vivido pelo maior pais oc pente sul-americano, Na primeira metacle do século XIX, apos 0 f do perfgdo colonial, na epoca do renascimento agricola, nio se 1 travam alteragoes substantivas nessa estrutura arcaica brisilei As vicissitudes da exploracio Iusa conseguiram dominar, {g0 tempo, um vasto inpério colonial ¢ determina Enconirando-se & i sropa dividida em Innis intestinas, havia mer io ainda para que Portugal mucasse sua politica colonial. 7 tiea para t Espana, quando ines gozava, junto com os holandeses, das benesses do acticar brasil Nao foram poucas as sangria financeiras durante as sessenta anos que ficou subordinado aos eastelhanos. Quando retomou a hegemori sobre os seus terrivrios, temeu ser atropelado peas nagdes europe Concorrentes no periodo setecentists, A neutralihade ert impos! esse cendrio de nagdes bem mais fortes que o enfraqueclo te uso, Restavathe a alianca dos ingleses como dima recurso, Com busca do apoio brikinico, 0 Brasil sofrer mais riquezas. No século XIX cheyga a familia real ao Brasil, fugindo ds gueit napolednicas, Mesmo podendo-se registrar algumas modificace colénia, nada realmente diferenciaclo do que descrevemos sc fecorreu, Ao contririo, © Brisil fimou-se defintivamente cometh ragio ingle economia capitalisia dine Diferentemente do capialismno de vis chissica © de via russ ccapitalismo de vis colonial nav © mica lisme sustentado, A stcumulagio capitalist fadvinda da produgio de tantas riquezas no Brasil migrou para st Eur pa, palo hegeménico do capitalismo mundial, ou seja, produziu-se pars Metropole © mio se ret re na Coldnia 0 resultado de tantos estoy ‘As formas arcaicas que provediam da organizagio do sistema y dutivo brasileiro emperravam as leis dt acumulago capitalist, No By sil, bem como nay demais colanias, a evolugio do eapitalismo 0: acompanhada de um periodo dle id Imentos humanists, mesmo que WOpICOs P Comunidade democritica, com lembra Coutinho na sua anise sot Parte 1 + Economia Colonial — Séculos XVI a XIX (0s morimentos neste sentido, ocorridas no século passado e no int: cto deste século, foram sempre agilagées superficiats, sem nenburt ca: iter verdadeirimeste nacional e popular. Aqui, a burguesia se tigoi as antigas classes dominantes, operou no interior da economia retro rentadaa. Quando as transformacoes poltticas se tornaram s ona feias “pelo alto’, atraves dle conciliagoes ¢ con cessées mrituas, sem que @ poco participasse das decisses e tmpusesse orgamtcamente a sua vonuade coletiva. Em suma, 0 capitalismo brast de promover uma transformacao social revoluctondria aretaa era — 0 que implicaria, polo menos momentaneamente, a criacdo de wm ‘grunde mundo” democritico — contriburu, em muitos casos, para rcontuar-o bolaments e a soltdao, a restrigdo dos bomens ao pequend neo dle wma mesqueinha vida privada®. a das, rem esses elementos, Durante mais de ues séculos de coloniza- ho da Coroa portug 20 organizou, de forma auténo- rma, una produgio agricola, As vicissitudes que acompanharam a his tosla produtiva inicial trazem, até os dias atuais, suas cores estampa. das nas contradigoes de uma forma capitalista que nao consegue ainda propiciae chances reais de ascensie social para a grande maioria dit A economia talver.seja eas mais ricas para se enxer esa, 0 Brasil A esperanga de muitos economistas de que 0 capitalismo podria, por seu desenvolvimento crescente ¢ pelas leis da economia de merea do, resolver os problemas materiais dos paises periéricos ainda nao se Coneretizou, Segundo a interpretagio da escola eSiruturalista, 2 Teor nas Coniparativas, enquanto modelo de interpretacio da das Vi ‘ histérit colonial, colo. tinamica expiant, nto. passon pelo Cand novas questoes pe a teoria econdmica resolver, Tals ObKAIVOS Tigann anise da epoca colonial aos demas cipitules da economia politica gerale brasileira, desafianda 0 economista a buscar nowas cia ‘des analiticas que déem conta do pasado ¢ dd presente. O pasado. fo podert scr mudado, mas a sua elucidagio gerar, part o presente (Oo fatto, nowas perspectivas A insergio da economia byasileira na divisie internacional do ta bralho € definila, desde a colonizaco da América, a partir da empreit da comercial. No século XIX, mesmo conquistando sua independéacia politica, © Brasil no rompeu os tacos de subordinac’ Capitulo Vantagens comparativas 2 + 08 Cicios Econdmicos 7 polos hegem@nicas do capitalismo internacional. Desde 0 inicio da historia colonial, © pats se encontrava diante da problemtica da eman- cipaco, que pzrdura até os dias atuais € que tem alimentado um rico debate, ino qual podemos vislumbrar pelo menos trés grandes cozren- tes de pensameato | primeira delas identifica a solugio dos problemas econdmicos do pais si va, sem acirar as contradigBes com © sistema financeito intemacional aceitando pacificamente as regras do jogo ditadas pelo capital interna ional por meio de seus paises lideres. Trata-se da abertura para 0 capital internacional em nome dat imtegraco com 0 mercado mundial & dla aceitagao ca livre concord ido internacional de forma p: sala incorporagio no mer |A segunda corrente defende a possibilidade de o pais ainda um centio auténomo dentro do capitalismo, consequindo sua emanci pagio econdmica circunscrita & [Ogica do capital. O desenvolvimento econdmico poderia ser alcangado desde que certas politcas econdmi- ‘eas gartntissem nossa soberania, por melo de protecionismo e cle uma paticipacao agressiva do Estado aa economia, quer como catalisador & Financiador do provesso de industralizigae, quer como produtor dire to de seivigos pablicos e mesmo de bens intermediaries como aco, yetasica © produtos quimicos A terceira posigio defence a superagio da dependéncia econ6 mica brasileira pelo rompimento com 0 modo de producao capitals: ta. Nao existiria possibilidade de emancipagao: econdmica-e, conse- {qtientemente, politica, nas hostes do capital, mas apenas part além de sua tutela, Romper com a subordinagio € com 0 subdesenvolvi- mento, segundo esta corrente de pensimento, seria romper com 0 capitalism Possucm vantagens comparaivas os bens produzidos em um deter minado pats, cus custos de produc sejam menores que os produzidos fem outro pais. As vantagens comparatvas podem ser naturals ou acquis tds, As aturais so aquelasligadas aos produtesapricolas eas adquiridas so aquelasligndas & produgao de bens industriais. Eve conceito econé: rnico’€ originirio da economia politica elssica e foi seguido pela escoli ‘marginalista, Apo 2* Guerra Mundial, 2 Teoria das Vantagens Compara tivas fot cttcada pelos extrturalistas cepalines, como Ratt Prebisch & [Seed 8 Parte 1 + Economia Colonial — Séculos XVI a XIX Questdes de Revisio s6cio-politico-econdmico do ciclo do agiiear? 0 € formagio do 3. Que razdes explicam o renascimento age 4, Aponte que produtos tiveram alguma imp dos grandes rante 0 periodo colonia, além daqueles represent clos incipais ohsticulos 5. Quis fo Bra 6. Que heranga restou-nos da era colonial, traduzida nas contradigoes da economia brasileira? 7. De que maneira 0 Brasil poderia alcangar sua emancipagio econd: Industria economia cafeelta igi ry ai insta A economia cafeeira ivoura de café do inicio de século no enfrentow nenbums mndo-de-obra, O mercado de trabalio crise mais séria de escassez de ia produsio funcionava adequaclamente, pois obra fora resolvida a partir da cgeada de 1870, com: abundante imi a ia. Além disso, a terra nie constituia obsticulo a expan sho da producto do café, ji que vastas regifes do Estado de Sto Paulo tencontravam-se Jesocupadas, podendo vir a ser cultivadas no futuro, ina presenga de uma rede ferrovidria que se expandia na ago eUFOF necessidade de acupagio das terris nov medida d Assim send, a kavoura do café, ©, portants, 3 produsia, pos uta amplas condigdes de ereseimento no estado, sem enfrentar culos de monta, Em conseqtene wimenta ses eram perfeitamente adequacos, sem reclamar qualquer muciangs métodos produtivos que exigisse absorgao de recursos de capital, para 0 prosseguimento da empresa do café, cuja aplicugio mais lucrativa encontravat-se na tesfera coinercial, Visto que a formagio da lavoura ¢ «producto de café necessitavam de financiamento, coube ao comerciante ocupar relos entre 0 fave espago deixado pela inexisténciz de vinculos elo © os Lanes “DITO DE CAFE EO CR 3.1. 0 COMERCIANT AGRICOLA Durante o longo perioxlo do século XIX em que a economia caleita se assentara subre 0 regime de twahulho eseriva, © mesma nas dias écadus seguintes, ao final da escravidio, nas Livouras de café, 0 me canismo de financiamento da produgao vinculava-se profundamente & comercializagio do produto. Adquiriam er tal sistema um papel cea tral os comerciantes (ou comissirivs) de cafe das pragas de Santos e dc Rio de Janeiro, dos quais depencliam em grande medida, 0s fazendet para iar seus Iucros, com a venda do produto; « Gi obter os recursos financeiros necessirios 4 produgio. (© que diferenciava um comerciante de café de um comerciante 6 fato de exercer a atividade de Financiador dt lo 3 «A Economia Cateeira Como em qualquer atividade produtiva no sistema capitalista, se ria razoivel supor que a principal fonte de fin > dle ca Tesidisse nos lueros gerados na propria producho, ou em outrts pal ‘yas, no autofinanciamenta, Contudo, tal no se dava na lavoura ¢ mté pelo menos a crise de superproducio do final do século XIX principio do século XX, em razio da exigéncia de recursos part sf mage € ope (0s recursos financeiros na lavour de ca ducs razdes, Primeiramente, por se (ratar de um cultura permanent {que exige um periodo relativamente longo para sua formaco. AS ar Gades de café comentes rio camece do século produziam seus pr ceramn importantes inicial cra modesta. A lavoura era considerada formda produco apenas no seu quinto ou sexto ano de vida. Em conseqi a, gastos com a Formaciio exig) cursos Cu primeitos retornos tardariam longo tempo a aparecet, A Pefere-se as elevadas exigéncias do trato do cafezal. So necessit diversas carpas durante © ano para conservar a lavoura limpa a fi reservar a produtividade da planta. E assim evidente que, s¢ « Je trabalho envolvia remuneragdo menetiria da forea de ably lnvoura cxigia muito capital de giro para stir operacdo. Tis obser ches merecem ateneio quando Fazendeito de cafe diante do comerciante sa época juaito ano apy em pl fam uma inversio de Havia, ainda, outs comercializagio do café era extremamente especializada, pois env) © prepara de ligas de div atenglo especial 2 bebida, e outras carscteristicas que refletiam as exigéncias cis tmandas externas, de diversas procedencias, © comeércio concentra inclusive por essa raz Assim sendo, ao Euzendeiro nit responsabilidades ao comerciante de sua confiangs, criandu-se ki 80s tipos de café, um pportos de Santos € do Rio de Fan busca explicar a dependéncia cexplicagio para tal dependéncia. A fungio de Comerciais que acabavam por atingir © campo do Tinanciamento produgio. 4s relagées entre o comerciante eo produtor assentavan fe fornecer o primeiro a massa dle recursos 1 ‘pensdveis para 0 desenvolvimento das operas ‘Segundo durante o periado da formagao dos cafe nna rotagao @ as, com a obrigagdo taxatiit {¢do do produto para a anon hes sao correlates. ual das col sé ds eadintamentas e dos on de cultura a cargo Parte 2 « Expans {dase redio aos eseritos da €poca, as relagbes entee 0 fazendei ‘© 0 comissirio, durante longo tempo, no apenas eram 2mistosas, mas transcendiam os limites das negécios. Ao objetivo do Tucro fazendeiros © ‘cmissdrios mesclaram uma forte dove do sentimentalismo das relages de Tamia, do viver pattareal que levavam. © comissiio ni se limitava ser 0 comerciante incumbido da venda do café do fazendeiso e 0 Seu Fornecedor de capitis, era também 0 mentor, 0 parente oxt amigo mai avisado que Ihe impunha moderacao nas despesas eo assstia nas princi pals emergéncias da vida com seus conselhos e seus recursos. Achou-se assim # assum fungdes, que por muko tempo manteve, de regulador ca atividade dos lavradores, dsciplioando-os na exploragao da livouras 4 texitentes © estabelecendo-hes a justa medida na expansio de nowis counts ites comerciais como aga este mentor, amiga mais avisado, em que se ts formou comissitic? Ele “servia part Rido": achar hospedagem perme rnente aos filles, sobrinhos ou parentes do comitente, distribuirlbes me sic pura os estudes, comprarlhes roupas, lives, mandar acompanta-los 1 ceatros, centres de diversdes, enfim, assist-dos nas menores coisss. Vi ‘nha tiem os comitentes 3s veres hospedar-se na casa comercial © 35 imesas do correspondente assumiam “prnporgbes de hots". A acto do comissacin com relagao 20 fazendeto ultrapassava, pols, + limiter comerciais. Alm do fornecimento de erédite e da venda de cafe por ele produ, o comissério encarregava-se da prestaglo de int eros servos pessoais a fazendeio, adquitindo dessa forma a cond clo de seu amigo e conselhciro. Evidentemente, 28 elagbes de amizade tenconiravam viabidade e fundamento nasbases de interesses comer- Relagies transcendiam os | 10 Cateeira e Origons da Indistria Capitulo 3 «A Economia Cafeeia 3 Um conjunta de circunstincias a cercar © mecanismo dle co: mereializagao ¢ Fnanciamento da tavoura de café, no inicio do século XX, trunsparece da leitura do quadro acim, eserita em 1925, Em patti colar, deve ser desucada a Enfase no relacionamento entre 0 comer cianteco fazendetro, nao se tratava simplesmente de uma intermediag.20 io complexa na qual a fungio financiador do primeito audquitia eelevo essencial. Cabia a0 comerciante a funcio azencleiro 08 recursos necessirios para a formagio dt hea do café. Em outr vyras, cabia ao comerciante forhecer os recursos para a formaca capital fixo e cle giro da proxugl0. Ent o comerciante, pois, o “banque ro" da lavoura, Na auséncia de ui sistema bancario, piblico ou priv dlo, ligado diretamente & producao, 0 comerciante de café chamava Iavouira e para 0 ato do cafezal ¢ a €0 para si © papel fundamental de suprir o crédito necessario. Em conteapartic, esigit reviprocidade do Lizendeito, pois a produc ent ccntregue acs seus cuidaclos, que consistiam no prepara e na venda do sganhando uma comissio que na época ent fixada em 3% do valor nerciante fornecia 0 crédito 20 fazendeiro, em roca, ie cativo. Nao era, contudo, um “eativeiro” tao dificil da venda, 0 0 adguiria um cl de suportar. relacionamento comercial entre a casa comissiria ¢ a fazenda principiava pelo fornecimento de crédito 20 fazendeiro, tanto para a formucao da lavoura quanto para 0 custeio da fazenda, Os juros cobra das pelo comércio comissirio sobre tais adiantamentos variavam entre © 12% 0 ano. Ao que tudo indica, a0 fazer o repasse doc bancirio a0 fazendeito, © comissieio mo auferia hucto, Isto é. a taxa cobrada ao fazendeiro era a mesma cobrada pelo banco a casa coms ‘siria, Assim, como 0 dinheito forneciclo a0 fazendeiro tomava a forma de adiantamento para cobrir as despesas 20 longo do ano agricola, 0 era pouco formalizado: os bancos em também © empréstin banc’ prestavam sob crédito pessoal do comissirio (Firma social ou indivi ual) “a descoberto”, mediante simples comprovagio de existéncia de conta corrente, Mais tarde, exigiam:se letras da terra, depots letras com ‘endosso, raramenie eram necessirias ovtras garantias, Assim send, a cesrutura do sistema de exédite era informal dos dois lados, tanto do bbanco a0 comissirio come deste ae xzencleiea Durante todo o séeulo XIX, ainda sob o regime de escravidiio nas fazendas de café, esse papel de comerciante-banqueiro era 0 exigido do comissério. O sistema geral de vend de café no Estado de. Sao, Paulo, desde os mais remotos tempos a que nos chega a tradiglo, era depois de transportado 0 produto 20 porto do ms, consigndslo a um ‘comerciante que, por unts comissie sobre o valor di venda, transferia-¢ 1um exportador que, por sua vez, © eolocivst no mercado consumidor (© eomissirio cont seer suas fuingdes até pelo menos os primeiros anos do século XX. Mesmo depois, até a crise de 1929, con ervou ainda pare da sua importincia na auséncia de um sistema ban: Cio ligado & producao: Era, embora em estado rudimentar, 0 mesmo comerciante que hoje designamtos por comissirio, e que, com pequenas variagdes natu mais da evolugao dos tempes, perdura aid nossos dias, como principal le de megsicion de café, no que toca ao predutor, em nosso porto de exportacai! Fd Parte 2 « Expansio Calaoira e Origens da Industria ‘Ao citar um trabalho de Paulo Ponto Alegre, de 1878, Taunay afir maya que: pelos anos em que ele escreveu, nao bavia ainda casas ex pportadoras e 58 comissdrias. Eran. os comissdrios, os banguetros dos lavradores. Concentravam, om seus armazéns, as colbeitas que as tro~ ‘pas faziam descer do planalto ao tuoral. E, em seguida, afiemava que ‘ndo havwndo crédito agricola no Brasil, va-se o comissario forgado a servir como banqueiro da lavoura’, comissario ocupa, pois, UM e& pago deixado pela inexistencia do crédito agricola no pais. Como ert possivel a0 comissirio financiar a formacao das lavouras € 0 custeio Gs mesinas? Continua Taunay: Os barcos emprestancam sob 0 crédito fo comissdrio, de sua firma ox pessoal, sob letras endosscidas por ortras comer iantes, pots recusaviann-se, sistematicamente, @ acettar enddossas ide lavradoves, de modo que se eriacan imerdepertdécius comerciais intermedidrio iperigosas e por tezes rwinosas*. Desa forina, a funca0 financeiro, exercida pelo comissdrio, eyuivalit a.um tipo de especial zagio do sistema bancirio, ji que este tikimo, nas condigies vigentes nna époea, no passufa vinculo financeiro com at producto de cate vedado a0 farendet Por que era possivel a0 comissirio © que 10? Que caracteristicas permitiam ao comissirio obter crédito junto sos pancos, enquanto 20s fazendeiros © mesmo crédito era negado? Uma rio bésiea residia no fi10 de que 0 exédito, durante 1odo 0 sécule pussido eat 1930, er basicamente consituio de eiprerinss pes Foals. Em conseqiéncia, o conhecimento € as relagdes pessoas asst iam relewincia ha concessio do financiamento. O comércio comissi rio situava-se, dessa forma tacks perante os hancos, fenquanto os fazendeiros encontravam enorme dificuldade. As casas ‘comissirias, no estado de'Si0 Paulo, localizavamse na praga de San tos, centro do comércio interno e de exportagio de cafe tinkam um relacionamento constante com os hunicas que, mesmo quit Uo sediados na capital, atwavam dliretamente nas atividades comerci Ue Sanlos. Os Eendeifos, a0 contxisio, tinhant pouct oportunidade le posigo paivil snanter qualquer elacionamento com os buncos, pois Fest em te joes distantes de Santos e da capital. Evidentemente, isso fazia sentido fpenas pelo fato de o sistema bancisio ser pouco desenvolvide, con tundo-se nos dedos o namero de agéncias localizadas fora de Sto Pat foe Santos. A abertura de agéncias dos bancos nacionas e do Banco do Brasil no interior de S40 Paulo, que aproximaria os bancos dos favendeiros, somente tomaria vullo nos anos 1920. F 0 que se conclu da passagem a seguir Capitulo 3 + A Economia Cateoira dtigprn estado, Em 1924 esse ntipiero subiu a 53, (Jem 1918, 0s bencos nactonais, en Sito Patd TT agéncias no interior d “para atingir 88 agenctas em 1927. 0 Banca do rail em 1918 128 agéncias, das quais quatro ficavam xo Estado de Sao Paulo, b 10 cias, das quats 16 em nosso estado "Po prineipal estabelecimiento banceirio brasiletro dispoe le 70 agen Havia ainda ounras razdes que possibiliavam sos comissinios icesso 40 crédito bancirio, Entre essis, segurumente, 0 fato de 4) buncos, Olconselheiro Antonio Prado, por exemp fazendleiro na regido de Ribeirao Preto e SerGozinho, desde « século passido, ent proprictiria, juntamente com ouvies me 1, de uta casa comissiria em Santos {, 20 mesmo tempo, era o controlador de um dos mas important bancos. «Comindy® la época — 0 Banco do Comércio ¢ Indastria de Sie Paul ‘A razio principal, contudo, para o acesso dos camissrios tina n vinculo efetis Giomento bancirig, bem como para a inexistencia de Centre as bancos € 08 fazendeiros no comegn do sécullo ata, resis propria natureza da empresa do café. De um lado, os eapicais da pos fossem eles nacionals ou estangeiros, estavam aplicados by no grande negécio que era o comércio do café, Sendo © produto Imercadorias de maior valor no comércio internacional, en na este negeécios, acumt dda comercializago que se realizavam os grand ‘vam-se fortunas€ prosperavam as empresas, A produsiiode cafe evident ‘mente, proporcionava lucros ao fazendeiro, mus, seguramente, men ‘que agueles que se auferiam nit sux comercializaicio, nio apens 1 Jimbito domésticy, mas também, © sobretud, ats exportiyoe SGOTAMENTO DO SISTEMA DE FINANCIAMENTO DA ECONOMIA CAFEEIRA do a0 fazendeiro, Se por acaso a colheita fosse pequena, oui se ais rho mercado internacional ¢ as preys no me do informal, o sistema crediticio revelava-se flesivel ¢ ade) sem as cotagdes do ca cado interno, o pagamento do empréstime era muitas vezes posters "5, Macedo Soares (1934429) 6, Silva 19TH 59 60, Parle 2 « Expansae Catesira © Origens da Industria do. As vantagens que um sistema de exédto como esse proporcionava tanto 20 comissério quanto 40 fazendeito ram evidentes. A este ti- mo, em particular, era aliamente favorivel tinha acesso ao crédito de {que necessitava a juros razodveis e ainda contava com flexibilidade em periodos de apeno financeiro. Ao comissirio, por sua ver, mesmo nO auferindo lucros re repasse, cabia a vantagem de assegurar para si a colheita do fazendeiro, cuja comercializagio Ihe proporcionava os I~ ros da sua atividade. (© ponto fraco do sistema residia, a par de suas vantagens, precisa Inente no carter pessoal do crédito: na medida da expansto da lavoura edo conseqiiente aumento do volume de negécios, as somas empresta {las crescerum © passaram @ eigir garantias mais sOlidas. Mesmo ess UUchilidacte do sistema encontrava solugdo nos primeiros tempos da gran. de expansio da lavoura, a partir de meados da década de 1880: 0 au mento do niimero de casas comissrias fazia com que os riscos maiores se diluissem. A parte possiveis exageros, as casas comissarias surgiram ‘em grande nimero, acompanhando a expansio dos negocios. Taunsy cchega a apontar cerca de 2,000 firmas comissarias no Rio de Janeiro, [Em entrevista 2 um jornal do Rio de Janeiro em 1927, um antigo: comerciarne de eafé assim descrevia o sistema: (..) havia até 15 anos passados trés classes distintas no comércio de café do Rio: 0 comissério, o ensacador, ¢ 0 expontador. O comissério recebia 0 café do interior. Adiantava dinbeiro ao fazendeiro, represen and em face do produtor, 0 papel de bangueiro. O fazendeiro. além dos fdtos, que variavam entre 9'@ 12%, pagava do comissdrio ume co- mivsiio de 3% como, de resto, acontece ainda boje. O ensacador com rave por conte propria o café ans comissirios. Era este sntermedtiario iquen: muanpulaca e classificava as tipes de café...) Oexportador nao Jazia, come boje, a classificagdo do café para os mercados extern, Ele se linitava a compré-to 34 manipulado do ensacador para a exports (ao, Ensacadore comesarto, via de regra, eram ou brastletros on port [pueses. O exportador era uma classe na sua quase rotaldade constitu ida do elemento estrangeiro, ingleses principalmente. Nao tinbar ne~ fm de depisito. Possuiam apenas escritérios. (..) Atual- mente ndo existe mais a distingdo entre ensacador e exportador, bat fapenas duas classes de intermedidrios entre 0 produtor e 0 mercado exportador, ¢ que sdo 0 comissirio e o exponador. A existéncia outrora dieu classe tutermediaria entre o comvissdrio e 0 exportador ere 10 fajna para aguee. pois que o-ensacador ajudave 0 comissario a resist fh eesveslorizaicday do predut, Oensacedor era ran interessaide nace Capitulo 3 + A Economia Cateeira x” tanto quanto 0 comissdrio, B assim toda vez que 0 café tendia para baixa, era ele quem, via de regra, ajudava 0 comissirio ober crédito ios bancos, para 0 café ndo tr parar a precos ndo-remusreradores as ‘mas do exportador. (© autor da entrevista referia-se a0 comércio do café de antes da Reptblica, ¢ na praga do Rio de Janeiro. Contudo, adianta que tal siste- ma prevaleceu até “I5 anos passados”, ou seja, at€ por volta de 1912 Descontando-se © papel do ensacador, importante principalmente no Rio de Janeiro no século XIX, no essencial era esse o sistema na pra de Santos, no inicio do século XX. Muitas sto as informagdes importantes no depoimento acima re produzido. A primeira delas € o imeresse alista do comis interesse do exportador na baixa do café. Af residia um ponto de con- vergéncia de interesses do comissario ¢ do fazendeiro. Ao comissiri, assim como ao fazendeiro, 36 interessava a alta, pois sua comissio repousava sobre 0 vaior da venda, Ao exportador, ao contririo, era a baixa do prego interno que interessava, pois ganhava na diferenga en- Ire esse prego € 0 de exportagio. Nesse sentidy, pode-se concluir que fa casa comissiria era o representante do fazendeiro nas pracas de San- tos e do Rio de Ianeiro. COutrs informacao importante diz respeito 0 controle do comércio exportador. Da mesma forma que no Rio, 0s maiores exportadores da praca de Santos eram estrangeiros. Do total de sacas exportadas pelo porto de Santos, no periode de 1895 21907, verifica-se que 09 der. :maiores exportadores foram responsiveis por mais de 70% das expor taghes. Dentre eles figura apenas uma empresa brasileirs, » Prido & Chaves. Mesmo assim, essa firma brisilein foi responsivel pelo equ: valente a menos de 4% do total exponado no periodo, © controle das casas exportadonis por firmas estrangeinis, na priga de Santos, era pois, absoluto, Em conseqdéncia, uma parcela considerivel da renda gerada na economia cafeeira era apropriada por capital estrangeito © drenada para o exterior ‘A medida que erescia a rea de atuagt0 das casas exportdoras, fem detrimento das casas comissérias, maior era a capacklade baixis {do exportador ¢, portato, maior a importancia da renda apropriada & transferida para o estrangeio, © comércio funcionava de tal modo qu 3 queda des precos interacionais no se seqoia uma correspondente Inaixa dos precos no varej, Esse mecanismo funcionow entre 194-1904, > dos interne provocanda 6 aumento dt masgem de comercializaea tins, que parson de 15 centavos pot libra-peso em 1892-1895 para 40 Parte 2 Expansae Cafosira o Ongens da Industria 17,4 centavos por libra-peso em 1901, Em outros termes, os exportade tes estrangeires da praga de Santos exerciam um papel de olkgopsdnio cebre vendedores, enquanto as casas comissitias Organizavam-se numa serutuen concorreacial. Decorre desse fato um confronto designal en: fre fracas interesses altistas c poderosos interesses baixistas, verificr- Hos, sobretudo, em periodos de superprodugio, como o que teve Lagat no final do século XIX € principios do século XX Se os comissirios trabalhavam pela alta dus cot presentavam interesses que eram seus ¢ dos fazendeifos, por outro aie ua atividade incluia préticas que contrariavam intevesses dos pro- pritiios de tera, como, por exemplo, manipulagdes como cake a Guitide em consignagao dos fzendeiros. Quanto um tipo de café de Gualidade era misturado com outros, de qualidade inferion slcance cisese: preas mais buixos, Para 0 comissiio, est pratica er interes ane. pols assim encontrava colocacio para produtos que, de our aga nao teriam mercado, Isto €, 10 comissirio interessava vender pelo maior preso, mas vender todo 0 cafe de que dispunlut em cons anes que acurretava perdas para 0 fazendeiro que enviava| um cafe fino 'Santos COunras priticas tami prejudicavam 6 fuzendeito © café vendo pelo cominsirioao exporador era scompantiado de wa simples comet Te venda do comissairio a0 fuzendeiro, selatando as condicoes da ver Caco exéclito que o fazendeiro possua em sua conta na casa comissiria Nada impedia que esta emitisse a conta de vena em data posterior gata em que a uansacao fora de fato realizada. ais peices, vit oe Snape @obvamsente ipossvel de ser avaiads, era, contd aeinivo de queixas por parte dos fazendeitos. Essa reacao velo & 10%, Too ae podena esperar, nos momentos dificets de superprosiaci « queda dos precos do café, For justamente nesses momenton de ¢ aiscanismo de comercializagio € financiamento do café, baseacdo ne rernisainio, comecou a se mostrar inadequado para o empreenclimsente calecito, {bem verdade que algumas tentativas de formagio de um sistema de crédito agricola haviam sido sealizadas desde os tempos co minério. a pecessidade de um sistema financeiro alternativo ji era senticla bern srves, principalmente por grande’ fazendeiros, ineressicos ent fea ar investimentas volumosos, A questo di mio-de-obs, contudo, fumia uma gravidade de tal ordem, na segunda metade do século XIX. > integral do capital cafecir. {que absorvia aten ‘A inrodugao do trabalho livre nas frends pauiistas desencackeons un meeanbano expansionist sem precedes ni kivourt e, oM CONSE Capitulo 3 + A Econotnia Cateeita n 33. evelou-se mais claramente a insuficiéncia do sistem: de quenci sanrnelamento baseado no comissifio, Assim sendo, se, por um lado, ecursos financeitos adicionais se tornaramn necessirios pars o custek tas fazendas, de outro a introdugaio do trabalho livre veto clininar feeessidade de recursos anteriormente exigidos part a aquisigdo dy TAO DA MAO-DE-OBRA fio em mast do trabalho assslariado representou a pri imeing fase de desenvolvimento do capitalismo no Brasil 4 Formac re tnereado de trabalho assalariado aclquitiy wi sitmo mais intenso 1 cin definitiva do sistenst escravists, Na anise des pais depois ds Meprocesso, sata 2 vista 0 fato de ue, praicsmente até a década de 3530, a mio.de-obra asslariada era recrutads, na regiao de desenvolst weonto mais infenso — Sudeste —, prefererkialmente entre os imigran fen, embora jz houvesse, desde as uitimas dcadas do séeulo XIX, um grande contingente potencial de waballuacores #8 por Brasileiros natos, Una invesigagio pari ds recursos de ro Fecober efetuada em 1882 demonsirou que de cerca de 5 eioes de pessoms na idade de 1345 anos que vivian ns ses mires provi Bias do pais — Rio de Janeiro, Minas Gerais, Sto Paulo, Balls Pemambuco € Ceari —, 651 mil, ou 13%, eram eseravos, O ntimens de pessoas livres que se dedicavam a qualquer ts Prthao, ou 29%: Asdemais, 2,9 milhdes, ov SA¥-de tod 8 popelica “pta a0 trabalho, foram qualifcidas como “individuos sem ocupse palo cra igual a 1 [A aboligao da escravaura em 1888, casi como um serie de ccataclismas socials e econémicos no tltimo quartel do séeule por exemplo, uma seca catasuofica no Nordeste em 1877-1879 08 Fecadéncia dos cafezais outrora prosperos na provincia do Kio de Jt feito © a sua transformacio em pastage Go nomero de pessoas que nic tinham fonres de rendimentos perms srentes pa sua subsisténcia e, muias veres, nem sequer domi PO) precisamente nessa época que surgiram, no Rio de Janeira © em algu fms outras cidades do Brasil, xs favelas = resultarain no sumer xo de imigrantes, APE seupada? Durante Files de Hi 0 Paulo, que ef © que explicaria a necessidade de importagh sat da existéncia de tanta mio-de-obra nativs dese Singita anos, de 1880 a 1939, chegaran a6 PAS ries, maior parte dos quais se esaheleces eS Parte 2 + Expansio Cafecira © Origens da Industria ‘uma espécie de epicentro do desenvolvimento capitalist. Em fins do ‘século XIX, os imigrantes constituiam cerca de metade da populaga0, ‘adulta de S40 Paulo e mais de 10% da populagio adulta do pats Isto aconteceu, em primeiro lugar, porque milhdes de habitantes locais pauperizades, sem ocupacio certa, representaram por muito tempo lum exército de trabalho sobretuco potencial e no real. O longo dom nio do sistema eseravista e de outros sistemas arcaicos, a exploragio impiedosa e a opressio social que as camadas dos despossuldos, canio fos escraves como os pobres livres, sofreram durante varias geragdes, imutilaram-nas moral, psicoldgica € fisicamente. Além disso, 0 primi: tivismo dos seus habitos de trabalho, que se combinava freqitentemente com a deficiénca fisica, assim como tradigdes e costumes que the fo ram inculeados, enavan\ sétios obsticulos & exploragio capitalista da wao-de-obea nzcionall 0 fazendeiros de café de Sao Paulo & 08 industrais principiantes do Rio de Janeiro ¢ de Sao Paulo, durante muito tempo, preferiam admitir operarios-imigrantes que j& haviam “cursado uma escola de traballio assalarado”, habituados a mais disciplina ¢ autonomia, embo- 1 seus sitios fossem mais clevados. Ao mesmo tempo, 0 govemno federal e as administracdes locais dos estados do Sudeste, principal: mente Sao Paul, continuavam a gastar importantes somas para subsi- iar a imigragao, apesar da intensilicagio do superpovoamento agranio, {As primeiras restrigdes 3 imigracao, ainda timidas, como a proibigao do ingresso de pessoas doentes e idosas, foram introduzidas no pais ein 1921. Depois de 1930, com © agravamento do problema do emprego, devido, entre outras razdes, 20 crescimento da oferta de mdo-de-obra rno mercado nacional, restrigdes mais sérias foram imposta. De mode geral, até a década de 1930, a reserva de mao-de-obra utilizada relativamerte pouco © de preferéncia nos ramos em que prevaleciam relagbes de procugao tradicio- nals, Via de regni, as condigées de contratacao «le mao-le-obra nacional feram consideravelmente piores, Segunda Roberto Simonsen, em} 1938, ingllenta anos depois da aboligo da escravatura, 0 salisio de um traba Thaador de muitas zonas do Norte e do Nordeste do Brasil era inferio jgastos com a manutengao de um escravo nos iltimos anos do impéro. omposta de bnisleims nativos era Por condicées econémicas ainda mal estudadas, 0 trabalhador ti bre, em vasias zonas do pais, nito ganba o suficiente para se alimentar: é um subalimentado execusando miseravelmente 0 pouco Irabalbo dle ‘gue é capac, a troco do simples diretto de viver Capitule 3 « A Economia Calecica B ‘Tudo isso permite afirmar que a libertagio dos escravos niio os transformou em operirios assalariados, como supoem alguns, mas apenas cciou possibilidades para isso. Toar-se-iam proletirios apenas filhos € hhetos os antigos escravos, cujos pais © avs tiveram de passar pela 13G40 20 novo modo capitalista de producao. severa escola ds ad (© baixo nivel de desenvolvimento das forgas produtivas e do pro: prio produtor imediato, no entanto, nao foram as vnicas causas do Gesenvolvimento atrasado e lento do mercado de trabalho assalariado. jh concentragao das terras mais féreis e melhor situadas nos latftindios foi um importante obsticulo A transformacio da maior parte das pes soas livres em proprictirios de terra. Apesar clisso, muitas tiveram aces: fo 40 meio de producio hasieo, estabelecendo-se nas ferras alle como arrendatarios. Além disso, monopélio da grande propriedade de terra no Brasil jamais teve um ‘carder absoluto, Na periferia ¢ dentro das principais tronas de produgio agricola existiam grandes macigos de terms que ‘po pertenciam a ninguém ou tinham sido abandonadas, o que abria 3 populagio indigente livre, que crescia cada ve7 mais, possibilidades de Cobter meios de subsist@ncia, Portanto, embort a maioria das pessoas Hivres nao possuisse os meios de produclo, no estava destituida total- mente dos meios de existéncia, o que deu condigdes para transformar uma parte cla populacao rural indigente em camponeses. Esses proces os tomaram-se especialmente intensos apés a derrocada do sistema tseravista € resultaram na formacio de dois sistemas econémicos: um ide economias “semifeudais" ¢ de pequenas economias camponesas, {que concortiam na utlizagao do excesso de.mao-de-obs.com outta, sistema, verdadeiramente capitalista, Questaes de Revisio 1. Por quea cultura do café revelou-se adequada a0 Brasil, tendo sido, durante décadas, o carro-chefe cla economia brasileira? 2. Por que se pode afirmar que 0 comerciante de café desempenhava ‘um papel fundamental na economia cafeeira? 3. Sobre que bases se assentava a relacio entre fazendeiros e comercian- tes de cafe? ‘Como funcionava o sistema de financiamento da produgao cafeeina? Quais erum suas limitagOes? jo da populaglo 5. Como foi equacionado © problema da inadequa rativa ao trabalho nas lavouras de cule? CONSOLIDACAO DAS CONDIGOES PARA O 4 CARLTULO 4a. NVOLVIMENTO INDUSTRIAL Origens da industria (cto arcaicas e modernas. Nos paise No Brasil, a econ esenvolviam paralela 3 langada para o 1 deterioragio das formas econdmi ue ‘oes pana a reprodiugto da p capitalists de exp fo por muito tempo sti, iva, como atesta o exemplo da ut 1 durante 0 ciclo Je milhares de pe fe decompacicio def balho forgado em massa na Am: panir do fim do século XIX. Centen | tenure a populagio desempresaida dos e condigio de & 2 Primeira Guerra Mundi sempregados 3s rho mercado internacional. Resltaram, port No final do século XIX, no entanto, observouse n de um merc Jariada (como apontado na sec > da concentragio de rights desenvalvimento de relagdes ‘dgsempenharam papel fundamental, uma vez massa aumentava a disponibil Yor fi, ver mus x om naturais. A de-obyra, assim come cio da oferta n e e e e e e e e e e e e e e e e e e e e e e e e e e é « e e e td Parte 2 « Expansao Cafeoira e Origens da Indistria ‘em 1889 este indice subi para 15 mil-réis (1,65 libras esterlinas por habitante), 0 que sugere que, no periodo, a citculagao mercantl, pro~ vavelmente, tenha-se intensificado. De modo geral, a envergadura do mercado interno e da economia financeira eram ainda bastante limitadas, pois asseguravam condigées ‘minimas para © inicio da produg2o capitalista, mas insuficientes para abrir caminho ao seu desenvolvimento livre. No momento da queda do império, por exemaplo, o total de papel-moeda em circulagao era igual ‘4 apenas 211 milhdes de mil-réis (cerca de 25 milhoes de hibras ester: nas), valor 2,4 vezes inferior a0 da circulaglo mercantil externa, O restrito meio circulante de uma economia escravista nao era suficiente para permitir um funcionamento adequado de uma economia baseada no regime de trabalho assalariado. O governo republicano que chegou ‘a0 poder intensificou a emissao de papel-mocda ¢ concede maior ‘utonomia © responsabilidades aos bancos privados. Durante um pra 20 curto, 0 total de recursos financeiros em circulagao mais que dupli cou. Teve inicio um processo inflacionario acompanhado de especula ‘elo nas bolsas de valores, eriadas no fim século XIX, em Sao Paulo € ‘outras grandes cicades, Durante um ou dois anos, foram fundadas no Brasil centenas de sociedades acionarias que possuiam, via de regra, apenas uni capital ficticio, Os investimentos estrangeitos, cuyo afluxo aumentou considera velmente a partir de meados do século pasado, também foram enca- minhados, sobretudo, para a infra-estrutura. No periodo de 1860 a 1889, por exemplo, foram concedidas licencas para a abertura de 137, companhias estrangeiras, 111-das quais eraminglesas. A matoria es: agadora das empresas foi criada na esfera financeira — bancos, ‘companhias de seguros do, transportes urbanos, abastecimento de gis — ¢, mais raramente nha industria mineira ¢ de servigos — estradas de ferro, navega: A FORMAGAO DA INDUSTRIA . [A formagio dos primeicos focos de produgio capitaista comegou no Brasil s6 no tilimo quartel do século XIX, especialmente no segun- do qlingiiénio da década de 1880. Contribuiu para isso, em primeiro: lugar, o surgimento do mercado de mao-de-obra assalariada originado pela imigracio em massa, abolicio da escravatura e intensificacao da deterioracao das outras estruturas peé-capitalistas, Certas mudangas th veram lugar também na ideologia da classe dominante. Enquanto ante: riormente boa parte de seus representantes considerava que © Brasil ‘Capitulo 4 + Origens da incistia 47 deveria continuar a ser wim pats exclusivamente agrario, agora nao fal tavam partidirios da criagRo da inddstria nacional. Essas tendéncias deviame-se em grande parte ao crescimento das dificuldades na esfera {da economia tradicional. A crise econdmica mundial de 1875 ea de supemproducio de café de 1880-1886, que acaretaram a ruina de muitos fazendeicos, comerciantes e bancirios, tornaram evidente a vulnerabilidade da economia cafeeira [As primeinas tentativas, em geral infelizes, de organizagao da in- astria capitalsta haviam sido empreendidas no Brasil em meados do século XIX, Em 1844, 0 governo brasileiro aproveitara a expiragao do trauids comercial desigual com a Inglaterra, «que limitava os iinpostos aifandeygirios ao nivel maximo de 15%, estabelecendo uma nova tart alfandegiria, bem mais alta, Embora essa medida tenba sido toma, sobretudlo, para alcangar certos objetivos fiscais, teve também certo feito protecionista. Alem disso, em 1846, © govemo baixou varios 8 produgio local de artigos téxteis. decretos concedendo subsidio: sas medidas, assim como 0 efeito demonstrative da indistria ccapitalista da Inglaterra, estimularam alguns brasileiros ricos a criar ‘empresas industrias. No entanto, essas indistrias — ainda em pequena {quantidade — nto eram capitalstas, pois uilizavam, em geral, trabalho fescravo € equipamentos primitives. Segundo informagoes de Morse, fem vodo o Brasil havia apenas 590 manufacuras qualificaclas como em presas industiais com capital de 7 milhoes de mil-éis, equivalente a cerca de 840 mil libras esterlinas’, Ferreira Lima aponta por sua ver, jue, em 1850, cram 74 as empresas produtoras de chapéus, citios, sabi, cerve)a, cigarros, tecidos de algodao ete., 50 das quais se encon- travam na capital e na provincia do Rio de Janeiro. Bram fiabricas pe- (quonas, usaoido poucas marinas, que ainda eram mitio caras, mas jue apresentavam produtos de notdvel acabamento, embore fossem de mbito apenas local, néo se realizando quase interctimbio de manufa~ snuras entre as provincia’. Entre essas empresas primitivas, havia também ceras excegdes, como 0 estaleito na cidade de Nitersi, inaugurado em 1850, Construida de acordo com modelos ingleses e sob a diego de engenheiros ingle- rela ttabalhavam mais de mil pessoas. Entre 1850 e 1861, esta tempresa de Matid construiu 72 navios, além de ter produzido tubos, pecas part a construgto de pontes, etc. Contudo, # maior parte das Morse 119700 Parte 2 + Expansio Catecira © Origens da Indisia empresas criadas depois da reform de tarifas de 1844 nao conseguit sobreviver devido a falta de miio-de-obra qualific: por parte de esferas mais Iuerativas de aplicag2o do capital e, especial mente, a0 enfraquecimento do protecionismo alfandegirio a partir de 1857. Em particular, em 1858 foram fechacas muitas fabricas capital, mesmo as que recebiam ajuda por parte do governo. Depois da diminuicio dos innpostos sobre a imporaclo de navios a vapor, de alguns tipos de veleiros ¢ de miquinas 2 vapor, 0 estaleito de M: ‘vi se Forgado @ se dedicar a0 conserto de navies pequenos pars, final- mente, ser fechado em 1861 A campanha em prol da politica protecionista intensificoti-se apés m 1880, cli Associacie Industral, cuje direco foi assum por A. Felicio dos Santos. Em 1882, ele publicou, em nome «lt Associ ‘do, um manifesto contra 0s ps agriria do pais, A sua argumentag indkistia era a sequinte idkirios dh orientagho exclusivamente favor do desenvolvimento dt O Império, gragas a ela (indiisiia) ndo 6 obteria a indlependdéncia econsdmica, mas resolveria alguns de seus problemas, pois airairia bragos ecapitaisestrangeiras, acuparta ema poplacdo rrbanu desocupada que poderta susctiar uma questao social, licraria a nagao de sua ‘oulnevabilidade de una economia monocultora e, abastecendo 0 mere do interno, diminiiria a importagdo, aliviando a balanga comerctal®. EF interessante assinalar que o ideSlogo da burguesia industrial ein vias de surgimento interpretava a dependéncia econdmica exclusiva -mente.como dependéncia comercial ¢ consicleniva capital esrangel ro como um elemento indispensivel ¢ util do desenvolvimento, Além dliss0, A. Felicio dos Santos ent adversisio da abvoligao dla escravatura. Fagard Catone chamow a atengio para mis una panicularidade ca ccampanha em defesa da indi sttia: “© singular € ter mused» no Wns Luma associacao profissional favorivel & industrializago, antes dle exis tir uma indistria propriamente d A atividade da Associaglo Industrial contribuiu pa dle tendéncias pr6-industrializantes, n o crescimente wa sua influeneia dicta Sobre politica do governo ent insignificante. A nova (arta alfandegaria posta fem vigor em 1887 esiabeleveu elevados impostos, sobretudo pasa, os produtos agricolas que podiam concorrer no mercado intesio com o» produtos locals, ¢ impostos mod jos para produtos em cult imports 1. Gane 01 Capitulo 4 + Ongens da Industria ” {ao estava ihteressiudo © setor ageitio, Foran aumentas anal ts Xas alfandegirias sobre 0 fiado de [i e de alyockio importado por fat intes locais ce tecidos, Em outras palavras, © proteeionismo afand importancia dos investimentos A [___| etn tn 257 item 920, Camps asta rio tinha como objetivo atender basicamente os interesses dt clisse dominante tadicional Medides mais enérgicis em defesa da indstria foram tumadas pelo primeito governo republicano, especialmente na épocs da gest do Marechal Floriano Peixoto (1891-1894). O Minisiro d Barbosa estabeleceu impostes protecionistas pant os produtos manuf cionais, tendo diminuido consideravelmente as taxas C1 Ao de equipament mesma Epoca, fol promulgada a lei dt protec Fazenda Ru turados das sobre a impor 10 e de matérias-primas. Nesss i, que estabe Teceu privilégios adicionais. Essas decisives foram anutadas depois ¢ tomada do poder pelo governo de Prudente de Morais (18-1898), « a representar, na época ckt Repablica Velhia (ISK. primeiro president 1930), os interesses da oligarquia do café de Sio Paulo, A politica do ado foi especialmente pré-oligirquica ¢ antindustial na Epocs dos presidentes Campos Salles (1898-1902) ¢ Rodrigues Alves (1902-29800 Em particuat, tarifaalfandegéria de 1900 que continuo em vigor at 1934 levava em consideraciio, sobretudo, 0 in agricultura que se orientavamm para :t exportagio © dos grupos socials ligados a esses ramos, 1920, encontramos dadlos relativos wo capital No secenseamento de jotal das empresas industriis entdo existentes, ans come 40s periods fem que foram fetos 08 respects inveximentos, 0 que pemnte fazer tama idéia sobre a épaca de formagio da indissia bessilei saa formed intensiicvnrse no peril da derrocada sinters exeravists © nes primes anos dt Replica, Resabeleciks poder da oligarquia tradicional, depois de 1994, ese processo orn nis lent, para volar se aclerar na deci Mundial e Uorante a propria guerra, Mais de 5c cupackde dd indi, registad pelo recenseamento de 1920, for eiada wm AIS 1919, aproximadamente um quarto dela, em THS4-189%; © apenss 9% é 1884. Em 1884, no Brasil ava apenas 200 empress industais. En 1889, o ndimero auimentou para 600 (60% css quais eran xteis) Mais 4450 empresas industrais foram fundads em: 18301895. Em 1907, © 96 estrangeiros mero de empresss regisiidas como industiais cheat 2 3.2 mi € 1920, 13.3 nil. Aumentavy paralelamenteo numero ce operirios eur dow a ikdra, Fin 1980, avis mo pas entre 50 & (Hm cere se A importancia dos investimentos estrangeiros Parte 2 = Expansio Catecira @ Origens da Indistria rados dos recenseamentos oficais, indicam nimeros um tanto exagert ddos de operitios industria. Baer indica que, no recenseamento de 1920, foram rexistrades como operiri industrais 26 os artestos que nao havi sam fenuneiado totalmente a producio agricola. Mas, de um modo geral, 0 rrimero de pessoas ocupadas na indstria ou ligadas a ela tia efetva ‘mente aumentado, A particle meados da primeira dicada do século XX, o crescimento ipido da indkistria foi propiciado em grande parte por uma nova crise de Superprodigio de café, ainda mats profunda do que em 1880-1886, que ‘iminuiu a fentbilidade dos investimentos na produglo de café e criou os estinillos para investinientos a indstria. Além disso, em 1907, 0s siulvstsais conseyirem aumentar tim pouco © nivel de protege alfande- trina, Condighes favoriveis para 0 desenvolvimento da inckistis forma fnse tambem durante a Pimeica Guerra Munclal, pois © mercado inter rho ressenti-se da falta de mercadorias de origem estrangeira.Ritmos felativamente altos de erescimento da indlstra verificaram-se também fem alguns anos Jo pesiodo do. pés guerra, mas, a panir de 1923, ¢ até 10929, houve pratieamente uma estagnacio. O crescimenta do produto phacional brut, cuja meédia anual atingia 4.5% na década de 1920, deveu: fe, sobertuclo, 0 inctemento da produgao agricul Apésa Primeira Guersa Mundial, intensifiegurse 0 afluxo de inveati- ments esteangeios ao Brasil, Os investimentos diretos provenientes da Inglaterra tlevasan-se, em 1923, 8 120 milhdee de hibras exterinss Cpe: ximadamente 500 miles de dolares) os dos EU, em 1929, atingiram 193 milhdes de dares. De modo geral, no perfodo de 1920 a 1931, 0 afloxo anval médio de capitis estrangeires no Brasil variava ente 65 € 75 nllies de dolares, grande parce dos quais drigis-sea industria, Em 1920, { companhia americana Ford abr no pais a sua primeira fal para mon- fagem de alguns tipos de automéveis. A companhia ingles TDatch-Amenian Tobacco comegen a constuir em 1923 a maior fAbrica de eigutros da Amc Lina, Furdaram ss Hiliais no pai as companh- ts americana armour (matadouro), Pank Davis & Co. (produts farts euticns), International Harvester (soaquinaria agricola), Goodrich (pro- ‘Guglo de pneus), dentre outrs, Paralelamente aumentou muito a capaci ‘ade instalada das fliis das companhias de enengia el@ica Light and Power e Amertean Foreign Power. Em 1921, coth capital belga, comegou ver consis em SabarieMG a primeira fabrica metalirgica moderna do pais; em 1924, a compania holandesa Philips abr sua primera filial tno Brasil No petiodo de 1925 a 1929, além de’ empréstimos contraidos pelo governo, ingressaram no pais vukosos capitais procedentes de ou 12. fixer 9 Capitulo 4 + Origens da Industria st A CLASS f INDUSTRIAL Em 1872, 0 Barto de Piracicaba construiu, na cidade de Sao Paulo, 4 primeira Fabrica téxtil de tipo moderno, que utilizava cerca de 30 teares adquiridos da firma inglesa foba Prati & Sons e 0 trabalho de apenas 60 operirios. Em 1877, 9 filo do Bardo de Piracicaba, que Lina sido edicado na Inglaterra, construiu outra Fabrica téxtil, ainda maior, munida de 350 miquinas da mesma firma inglesa. No estado de Sio Paulo, em particular na zona algodoeira de Itu, foram abertas mais dez pequenas empresas de flago de algodio. No Brasil, tal como em nvuitos outros paises, 0 setor text foi durante muito tempo o principal amo industrial, Bay 1881, aela estavam ocupacos 3 mil ops 1907, $3 mil ¢, em 1921, 109 mil No period de 1875 a 1885, comecaram a surgir empresas de di versos ramos em outras regides, como no Nordeste, onde foram construidas, sobretudo com a ajuda de créditos ingleses, 50 refinarias cle agticar, que substituiram em parte os engenhos de tipo colonial. Em 1881, umm empresa téxtil bastante grande foi aberta em Madalena-PE Em 1890 eclodiria ai uma das primeiras greves de operatios industrais no Brasil, Uma algodcaria ainda maior foi abesta em 1891 na Bahia, por lum ceno L. Tarquinio, conhecide como autor do projeto de libertagio dos escravos publicado em 185, Iniciava-se também a construgao de modernas refinarias de agar nas provineias do Rio de Janeiro ¢ de S40 Paulo. Algumas delas fora construidas pela companhia francesa Société de Suucreries Brisilicime, Douteas, por proprietarios de novas plantacdes de café altamente proc tivus, eriadas ma parte ociental do estado de Sto Paulo em fins dt Ugeaiks de 1860, depois ct eonstrugio ds estradks «le Ferra. Os enor mes lucos de alguns dos fizendeitus dest zona, cujas temas feteis permitiam obter colheitas sem precedentes, foram investidos, em parte, na eriagao de outras empresas capitalistas, c anhavam fama especial, entio, Antonio da Silva Prado e outros representantes da elite do café de Sto Paulo, que se tornariam empre: Sitios capitalistas. Muites deles paricipavam, ao mesmo tempo, na vid pplltca do pais, 0 que lhes permitia obter diversos privilégios dos go ('¢ estadual. A partir da década de 1880, ¢ especialmente durante a de 1890, comes empresas industri. Lacerda Frnco, por exemplo, proprietirio de vi Fas plantagdes, grande comerciante de café e senador federal, fundou. vernos fe ram a investi recursos na construga0 de Gin 1890, 0 Baneo Unig © construit mais tarde, ent SorocabasSP, 3 Parte 2 « Expansive Gateora v Ong et Inds Fabrica téxtl Votorantim, uma das maiores do Brasil, Fra também pro prietirio de uma pequena fabrica txtil em Jundiai-SP € de uma comps Fila telefOniea, além de ser acionista ¢ digetor de uma companhia fer oviirit R. Miranda, proprietario de grandes plantagoes de café ¢ de {ima ficma de imputtagao, deputado federal © ministo da agriculturs Cconstruiu uma fabrica t2xtil em Piracicaba-SP. © proprietirio de planta goes de café A. Rodovalho fundou em 1890 uma fbrica de papel que EXiste ainda hoje sob © nome de Companhia Melhoramentos de Sie Paulo, Em 1897, construiu na sua fazenda a primeira fabrica de cimento do Brasil, Em 1891, um grupo de latifundiirios ricos de Si juntamente com alguns comerciantes-importadores locais de origem Hen, ligados ao banco alemao Brasiliarische Bank fir Dewaschiand. Fundaram a companhia Antarctica, atualmente uma dis maiores fabri ‘cas de cerveja do pais. Em 1902, de maneira semelhante, foi eriad’ a, a Brahm 1 grande compania de very |A fim de abastecer com garratas a inclUstris de cerveja em vias dc nascimento, foi fondada a Companhia Vidrarix Santa Marina, uma das faiores ainda hoje. Seu fundador ¢ principal acionista fol Antonio da Silva Prado, a quem jf nos referimos; agdes dessa companhia Foran sdquiridas ainda pelo conde A. a9 Nascimento (presidente da Fabrica the cervela Antarctica), por G, Marchke (0 entao deno da Brahma), por ©. Campos (antigo presidente da provincia de Sto Pauloy € por algun esurangeiros ricos, representantes da elite local ‘Antonio da Silva Prado, que pertencia 2 elite latfundiéria tradi: ‘ional de $40 Paulo, chegou a representar durante cent perfodo i su provincia na capital, ocupando » posto de ministro em um clos gover hos do Império. No periodo de 1866 3 1889, criow mumnerosas (des ni regiio Oeste do estado ce So Paulo c partieipou ativaamente dk as de ferro, Foi presidente ¢ dietor da Companbi fe consiruitl, entre 1870 € 1872, 0 treche gutsas outs ccanstmugao de es Paulista de Estradas de Fes fereovidrio entre jundiai ¢ Campinas ¢, posteriormente samificagdes parte ocidental do estado. A oficina de feparagio, eiada junto com a companhia, tormou-se mais tarde win imponante empresa industrial onde trabalhavam mais de 700 oper fos, Fssa empresa dedicava-se nito s6 a reparagao, mas também 3 pro Gucto de vagdes ferrovidrios, caldeiras, bombas djgua, etc, A partir de 1911. essa oficina comegou 4 efetuar a montagem: de locomativas que vinham do exterior. Entre outras companhias industrials fundadas por ma fabriea de couros € um Antonio Prado pode-se mencionar aint ‘matadouro. A pani de mead da décad de 1880, Anton hizar x produgio de uma maquina para purficaco € seeagem de ca Capitulo 4 = Oxiyons da Indira inventada pelo imigrante alemio B, Engelberg, mas a tentaties trics sou, pois 6s fazendinos locais ato acreditavam que algo de valor dleste set inventado e produzido no Brasil e recuswvamyse a ac ‘maiquinal Em 1888, + patente de Engelberg foi vendila nos EUS miquina produzida a partir dese prot6tipo passou a gozar seb procura no mercado internacional, inclusive no Brasil Deap, exagerando, escreveu! Quase todos os empresivios brasileiras saivam da eiite fatifunal ra. Até 1930, nit se podia descobrir um s6 enypresario que pertenc smo te por origem a classe local media on infertor. Alids.n data, semelbantes exemplos eran muito raves Na verdade, © grupo social de onde saiu grande parte dos ew sirios locais eram os comerciantes importadoses e exportadares de « intes pentencentes A nove. migraéria, que chegaram 20 pais em fins do século passado na es) rringa de enriquecer rapidamente. Estes tilimos erum especialment ressivos. Em geral, comegavam 4 sua earreirt de nexocios no Bi na esfera do comércio de importacio, Depois. tendo aumentado 0 espace Sistintas, consubstanciadas em dois Ministros cst Fazenda Gudin, economista ultraliberal, considersde 0 ct eursos de Citnetis Econdmicas no Brasil, © © banqueiro Jost Maria Whitaker representantes a cafelculna paulist Eugenio Gudin podia ver considerudo a anittese Uo governo Warts vemtistas e defensor de usm pol: Je politicas anti cera inimnigo das propostas desenvolv tica econdmica ortodoxa, que tinka como prioridac inflacionarias baseadas no controle da emissio monetiria ¢ do crédito polemista, com ‘constante Pat imprensi € Gudin, gr prim polémica cam Roberto Simonsen. Federagao das Indisteias do Estado Jes estatsis. desenvalvimentistas 1s publicagdes econdmicas do pais, partici > Paulo (FIESP), defensor dt industrializacio brasileira © das. 80 Capitulo & Anos 1950: Gotilio Vargas eo Desatio da Indistia Pesada ss Sua indicacio para o ministério deveusse a0 seu prestigio na comut dude financeira internacional, pois se aereditava que ito facil negociagdes para desafogo da grave crise cambial que 0 pals at fa, em fungao de vultosos compromissos externos assumidos mente Conéretamente, a principal aco de Gudlin foi a Instrugao SUMO, de 27 de janeiro de 1955, que permitia as empresas 1 miquinas ¢ equipanentos sem rs instaladas no pais impor ta cambial, para a complementagio dos eonjuntos industith Tentes no pais. ¢ classificados nas tes primers cate fo, conforme a essencialidade dos produtos, Essa foi a forms enc trida por Gudin para a estingio dos obsaculos livre cnteukt de A existéncia de taxis cambiais miliplas bencticia tal esttangeiro, duplamente © capital estrangeiro. Ao importa’ necessidade de primeigo inteznatizar as divisas 3 ta ges por un valor 1 para depois recomprar as licengas de impo: alto nos leildes de cambio, o capital estrang subsidio equivalente ao diferencial entre o custo cis diviss mt ria relevante e a taxa do mercado livre". Esse subsicio mio era cure lide &s empresas nacionais, que jf enfrentavars normalmente c llicoes de inferioridade a concorréncia com as emprests estrangei “que quase sempre importavam maquinas ¢ equipamentos de seaun iio, resuitantes de finhas de producto obsoletas ¢ jt desat seus paises de origem?. A Instrugio 113 seria, posteriormente, no Yerno Kubitschek, um dos principais instruments part entrada capital externo no pais. A politica de etabilizacio implementacla por Guclin fos extn mente ontodoxa, buseadt no diagndstico de que 3 inf ante ck monetizagas dos défiits pablicos edo eseessn de exc (que resularia na exacesbagio da demand. A partir deste diaggndstic jalmente in ‘ortodoxo, Gudin buscou corr os gastos piiblices, espec Vestimentos, ¢ executou uma forte politica de contrac creditcia, © resultado foi uma fala de liquider que prov Crise bancéria, com a ligiidacio de dois buncos paulistas, uma corr nos pequenos e médios bancos, bem como o aumento de faléneiss & concordatas no Rio de Janeiro ¢ em Sio Paulo, Alem disso, a poitien Gudin com relacao eeritendia as expectativas otimistas dt cee rom, exacerbacas devido & posigao histGrica de Gudin, de ds FMI —Fundo Monetario Parte 3 « Processo de Substituig&o de Importagdes: da Crise de 1930 a0 II PND fensor da voca¢ao agriria do pats, Como nao houve a extingio do confisco cambial, que prejudicava a cafeicultura através de uma taxa bastante desfavoravel, a oposicio dos cafeicultores deixou Gudin sem enhuma sustentagao politica. A troca do apoio de Janio Quadros, 80" Yernador de Si0 Paulo, a candidatura udenista 2 sucessio de Café Fi tho, resultou na queda de Gudin, em 4 de abril de 1955, € na indicaga0 do banqueiro paulista José Maria Whitaker para a pasta da Fazenda” [Assim que assumiu, Whitaker defrontou-se com uma nova € mais séria crise bancitia, ainda decorrente da politica contracionista de Guin Imediatamente, a liquidez da economia foi restabelecida, por intermé- dio da aao do Banco do Brasil. Os objetivos de Whitaker iam além da ‘administricho da crise: propés uma profunda reforma cambial, buscan do unificar as dez taxas distintas: cinco de importagao, quatro de ex portagio © a do mercado livre, por onde se cfetuavam as transagdes financeiras™. Essa reforma liberalizante, elaborada sob os auspicios do EMI, sigaificou a derrota de uma politica desenvolvimentista, impulsio- nadora do PSI, € no contou com o apoio politico dos prineipais candi- Gatos 2 sucessio de Café Filho. Particularmente, cho« propostas de Juscelino Kubitschek, cuja plataforma polit Intensificar 0 PSI. Com a falta de sustentagao politica para suas propos- tas, Whitaker foi exonerado, nao tendo conseguido implementar sua reforma cambial, nem tampouco defender os interesses da cafeicultura, ‘Organizagio financeia internacional, criada em 1944, na Conferéneis Internacional de Bretton Woods (Estados Unidos). E uma agéncia especis: lizada da ONU, com sede em Washington, e faz pane do sistema financeiro jnteznacional, 30 lado do BIRD (Banco Internacional de Reconsticlo Desenvolvimento) ¢ do BIS (Banco de Compensagbes Internacionas) (0 FMI foi criado vom a finalidade de promewer a coopericio mone: tisia dos paises capitalists, coordenas as paridades cambiais, ¢ levantar fandos entre os diversos paises membros para aukliar 0s que encontram ilifculdades nos pagamentos internacionas. Embora a associaglo a esse “nganismo seja voluntira, cla acaba se impondo 2 maioria dos patses, pois o sistema fnanceiro internacional, incluindo os bancos prvados, utiliza as agbes ¢ as recomendagbes do FMI para a concessi0 de cxéditos, Internacional Desde 0 seu inicio, o FMI esteve voltado ao socorro 2 assisténcia 10s paises com desequiibrios em suas balangas comereiais. Com ¢ pas- fr dos anos, os desequilrios passaram a ter um forte peso financeir, pressionando a conta de servigos. Nessa nova situagio, as orientigoes Capitulo 6 « Anos 1950: Getulio Vargas ¢ 0 Desafio da Indistria Pesada 87 FMI — Fundo Moneta Internacional técnicas deste organismo tém sido cada vez mais questionadas, na medi- suas propostas de paliicas econémicis, nealmente monctrist sabes e confltos sociis nos paises sob sua assisténcia na provocam re (Os questionamentos sobre o papel ¢ os limites da atuagio do FMI também sumentaram muito ags dltimos anos devido & instabilidade fi panceita mundial provocada pela desregulamentaao banciria € 0 inten Ss incremento des Baxos financeitos internacionais. ‘Auualmente, quase todos os paises do mundo fazem paste do FMI {que é controlado pelos patses mals rcos, que detém wm maior nimero de ‘cotas, ou se, do capital da insiuigao. Questdes de Revisao “3 23 0 Explique quais sao 08 setores ou departamentos da economia Quais foram as bases econdmicas da nova tentativa de Vargas de implementar um projeto nacional no inicio dos anos 1950? Descreva a atuacto do gover Café Filho © da gestio Eugenio Gudin no Ministerio da Fazenda, Qual foi a importincia da Instrugio 113 da SUMOC? Quais eram suas princinais caracteristicas? . Explique o que foi a tentativa de unificacao do cimbio, proposta por José Maria Whitaker axeyf Lo Plano de metas de Jusceline Kubitschek: planejamento estatal e consolidacao do processo de substituicdo de importacoes | Contrariamente ao p 7.1. PLANEJAMENTO ESTATAL: 50 ANOS EM 5 ee porte 3 « Processo de Substtugae de importagées: da Crise de 1930 20 | PNO ceconomis capitalstas, que nfo eram centralmente planejadas, Posterior coerce, com a divulgacao da macroeconomia keynesiana e com a Gv Thad ‘dow modelos de cresciment, tipicos da ideologin desenvole ieee ccs, 0 planejamento estatal passou a ser uma técnica wilizads vrrensimente em todo o mundo, Alguns aurores, como Galbraith, apon aoevmcla a erescemte importancia do planejamento empresa ware grandes corporagoes privadas,confizmando a witidade dessa fera- As técnicas de planejamento foram aperfeigoadas rapidamenté, com a utilzagio de maciclos de politica econbmica € de novos instsumen ton como a programacio linear, 05 modelos econometricas, as mart vee inwumo-produio etc. Além disso, desenvolvew-se nto s6 0 lane scent global, mas também o regional — inclusive de micrortes.Oes Sepcelalmente, 0 setortl, que podera chegar& elabonasio de proie tas bem espectficos™, esse contexto, iniciou-se « atividade de planejamento no pals Entre 1951/1983, ainda no governo Vargas, foi constituida a Comissio Nita BrasiPEstados Unidos (CMBEU), com 0 objetivo de elaborar Pro jetos que seriam financiados pelo Banco de Exponacio ¢ Imponasto ites tttados Unidos (EXIMBANK) © pelo Banco Internacional de Me ces frugio ¢ Desenvolvimento (BIRD). Posteriormente, €m 1954, foi seratituide © Grupo Misto BNDE-CEPAL que, sem sombra de dividas, constitu base do Plano de Metas™. © trabalho do Grupo Misto seria de fazer um levantamento exaustivo dos principais pomtos de estan _- gulamento da economia brasileira — sobretudo os setores de ranspor aevenersia € alimentagio —, além de identificar éreas industias com ‘Nomandi reprimida, jue nto poderiam ser satsfeitas com importagoes dada a eseassez estrut asso duagnostco, caberia as comissOes propor projetos € planos ese foltiea do governo mili Outras medidas, como a substuikde ¢® Feo eombustivel por energia eletrica para a proxlucio de cimento, 8 sseriam implantadas posteriormente 2 Cannio 19%) 3M cle Cast) Sens (1985) ~ ea ate eee eee eaeeeaeeé ET a Parte 4 « Anos 1980: Crise e Inflagao Em 1980, houve grandes dificuldades para financiar o deficit em transagdes correntes de US$ 12,8 bilhdes, resultando em uma queda de USS 3 bilhoes no nivel das reservas. A grave deterioraca externas provocou uma guinada radical: a politica macroecondmica a partir dat se voltaria para 0 controle da absorcao interna, recuzindo as necessicades de divisas estrangeiras' O efeito da recessio foi uma queda de ts pontos percentuais do PIB em 1981. O PIB de 1982, apesar do agravamento do quadro extemno, Cresceu 1,196, 0 que nto evitou, porém, a queda do PIB per capica. Sem vila, a realizagio de eleigdes em 1982 diminuiu um pouco o ardor recessivo da poliica econdmica. Passadas as eleigdes de novembro de 1982, no entanto, © pais teve de recorrer formalmente 40 FMI As negociagdes entre o pais € 0 FM foram bastante complexas, resultandio na assinatura de sete cartas de intengdes em 24 meses. A ‘questto que causava maiores divergencias era a medida do déficit pi blico: em uma economia indexada como a brasileira, o deficit era af lady diretamente pela taxa de inflagao. Na quarta carta de intengbes, ssinada em novembro de 1983, criou-se um novo critério de afericao do desempenho fiscal — 0 conceito de déficit operacional, obtido pela dedugio das correcdes monetiria € cambial incidentes sobre a divida pablica, A partir de entio, as contas pablicas passarum a ser aferidas utilizando-se trés conceitos de déficit (ou superivit} (_Primario: considera-se apenas a diferenga entre as receitas e despesas, excluindo-se os custos da divida piiblica (const tia a forma de se medir 0 esforgo do governo na busca do equilfbrio das contas piiblicas) i) Operacional: obtido pela adigao do resultado primicio aos juros das dlividas interna e externa iil) Nominal, também denominado Necessidades de Financia mento do Setor Pablico (NFSP): obtido adicionando-se, 30 ‘operacional, as despesas com as corregées monetiria & cam- bial do estoque da divide’ AAs metas bdsicas acordadas no sofreram grandes alteracoes, pois a preocupagio central do FMI era com 0 equilibrio do balango de pagamentos, ot seja, girantir que © pais pagaria os seus compromis- sos externas, Para isso, em 1983, 0 (ero do deficit em transagdes corren. i, Cameino & Modiano (1990), 5. Munk (19 Capltule 11 + Choques Externos e Desestruturagao Interna 135 tes foi ixado em USS 6,9 bilhdes, o que implicaria um superavit comer. cial de USS 6 bilhoes e expontagdes liquidas de bens ¢ servigos de USS 4 bilhoes. Para aumentar 0 volume de exportagoes, previa-se uma des- valorizagio do eruzeito a uma taxa mensal superior A taxa de inflago, cem 1%. A meta de inflagao fixada para 1983 era de 78% ¢ deveria ser alcangada com 0 controle das contas pailicas, incluindo os gastos das empresas estatais, além da contencio da demanda agregada via desindexacio parcial do salirios. A RECESSAO BRASILEIRA E A MORATORIA. MEXICANA {A politica econdmica adotada no final de 1980 e ao longo de 1981 seguiuy 0s manuuais da ortodexia: controle das despesas piblicas ¢ dos gastos das empresas estatais; aumento da arrecadagio do Imposo de Renda (IR) e do Imposto sobre Operagdes Financeiras (IOF) nas opera gbes de cambio para importacio, e uma violenta contrago da liquide real e do crédito, com excegao da agricultura, cujo volume de crédito seria expandido, Em razio dessas medidas, registrou-se uma queda de 3.1% no PI em 1981. Eniretanto, a inflagio no sofreu grandes redu- {hes — 0 IGP cain levemente, de 110% em 1980, para 959 em 1981. Na verdade, tal diminuigio deveu-se a um chogue agricola favorivel: en- quanto os precos industrais subiram 99,7%, os precos agricolas cresce: ram 70,7% emt 1981 Em 1981, a balanga comercial apresentou um superavit de USS 1,2 bilho, contra um deficit de USS 2,8 bilhoes em 1980. As exportacdes alcangaram 8,5% do PIB, com um aumento de 0,5% em relagio a 1980. |i as imporagoes eaicam 1,296, pasando de 9,2% do PIB em 1980 para ‘8,004 em 1981. As taxas de juros internacionais aumentaram, porém, em ‘quiase quatro pontos percentuais em 1981, aumentando em USS 3 bi hoes as despesas com jures da divida externa, que absorviam, entio, 40% das receitas com exportagoes’ A queda do PIB — a primeira no pés-guerra — foi da ordem de 3,19 em 1981. A producao industrial caiu 10%, com uma retragio de 26,386. 19% nos segmentos de bens de consumo duriveis e de bens de capital, respectivamente. Enfim, foi uma politica econdmica recessiva muito rigorosa, talvez mais até do que a que seria praticada em 1985, sob a supervisio do FM! Parte 4 + Anos 1980: Crise e Inflacao |A morat6ria mexicana de 1982 tomnow ainda amas dramatieas as pressées sobre 0 balango de pagimentos. © superivit comercial foi reduzido para USS 780 mihoes, em fungio cle uina queds de US$ 3.1 bilhdes nas exportagdes, que alcangaram USS 20.2 bilhioes em 1982, contra US$ 23,3 bilhOes no ano anterior, Mas as impor US$ 22,1 bilhdes em 1981, para USS 19,4 bilhOes em 1942, diminuinde (impacto da queda das exportagdes sobre © deticit comercial. As de pesas com os juros da divida externa atingiram USS 11.4 bilhdes nesse no ¢ o deficit em conta corrente, USS 14,8 bilhies, A moratoria mex nae a deteriora leiras dificultaram 0 fi nent desse défict € as reservas liquichas do pas se tornaram jo das contas externas br negativus erm mais de USS 2 Dilhdes. Os pa slo juros dv dis externa representaram 70% dos déficits em conta corrente no perio: do 1980/1982" Em 1983, prosseguiu a politica de contragio da demanda, 4 io cambial de 30% efetuada em Fevereiro de 1983, ica, que ating mnaxidesvalon assoctada a um choque agy ‘marca anual de 211%. A aceleragio da inflayao, aliada @ desindexagac parcial dos salirios, provocou uma pestla de 15% no poder de compra dos assalariados. A queda do PIB foi de 28%, enquinto 0 produto industrial caiu 5,2%, provacando uma txa'de’desemprezo de tentre 0 pessoil ligado & produgio. O setor de beas de expital sofreu luma queda dle 19%, acumulando uma retray20 na produgio de 55% no petiodo 1981/1983. A ampliagio da capacidade produtiva desse seior, beorrida cont © I PND, foi praticamente pulverizada. A queda 1a pro: dugio de bens intermedilirios foi de somente 2.5%, conira 5% na de vis € 194 na de bens duriveis. A recess 1981/1983 ‘ola, acelerow a in! eas niio-dluriv provocou uma perda de 119% na renda per capita, stag somente teafrentada pelo pais na Grande Depressi. © forte declinio da produgdo de bens de capital, fe caiticos do PSI, que nto associavam as dificuldades econdmieas do pais "Luma brutal sangria de recursos causada pelos choques do petroleo scriticos, as dificuldades enfrentadas pe! dos juros externas, Para es industria decorriam de seu anificialismo e de sus pouea competitividade ‘40 provocada pelo proprio PSI, Diante disso, © pais estar att que deveria levar a0 sucateament vessanlo uma “crise purificad de uma indistria ineficiente, assim coma jf ocortera em outros paises litino-americanos. A retomada do creseimento em 1984, impulsionado yes erescentes, cost Impontagdes bastante iit, Capitulo 11 + Choques Externos @ D 1.3. ssestruturagao Interna La minuiu a credibilidade desses argumentos © de seus final dos anos BO, essas questées voltiriam novamente so cents) debates sobre as solugbes para a retomada do processo dle desea mento brasileiro, Em 1983, en a terrivel recess contas externas atingiram as metas acor uanto © pais enfrentava es \das com 0 FMI, O supe comercial chegou a USS 6,5 bilhoes, devido 2 reducio das impoutace para 66% do PIB, Esses res inicio das operagdes de varios projetos implantados com o Ti PND. ys peraitiram 0 aprofundamento «la substituicio de impostagoes Ums rec0s do petrdleo, bem como a contre tados $6 forum possiveis em rizr ¢ emanda cutsada pela recessio tube ¢ reabaisim put Causar « ses resultados. Mesmo com a retomaclt clo crescimento emt importagdes 10 voltariam 4 crescer: © Sup atingiria USS 13 bilhOes, e permanecesta neste ps A RETOMADA DO CRESCIMENTO EM 1984 [A recuperagio da economia americana a panir de 1984 foi d fundamental inportancia para a retomada do creseamenio da econom brasileira, apoiada no aumento daa exponasdes © no crencimente ¢ renda agricola, em fungio de uma forte alta nos pregos dos produt primarios, que repercutiram em compras de insumos ¢ maquinarios A produga0 industrial cresceus 796 em 1984, A inchistria de teinsfo malo teve tima expansto de 6,1%, enquanto : indiisria extrativa ms rneral cresceu 27.3%, em decorréncia da continua expanse dkt prox Gio de petréleo. A participagaa do petrsleo nacional no consume Fente passou de 21% em 1981, part 42% em 1984, resultando em un redugdo de USS 4 bilhoes nas despesas com impontagde’s no period A indistria de bens de consumo duriveis soffeu nova queda d 7.5% em relagio a 1983. A produgio de bens niio-durivels crescc 2.586, em fungao de uma pequena recuperacto salaral. © setor de ben: cde capital cresceu 14,8%, em funglo da demandia proveniente dos su res agricolas, dos produtos de exportaciio e do erescimento da incis ria extrativa mineral. Enquanto 0 PIB cresceu 5,7% em 1984, a producio apricots a ‘© bignio anterior desfavorivel, cresceu 7 9%, cory wt grande ane 5 Commeiio 8 Mdina (1990) Parte 4 » Anos 1980: inflagao do choque alimentos para © mercado intern abilidade da economia, i elevagio dos patamares arios a cada novo tentativa de mudanga na estrut d s, foram sendo desenvoivicas as ste6ticas que ‘conceito de iafla (ao inercial. A grande recessto no periodo 1981/1983, com seus altis- posta de choque heterodaxo, uma po- rodoxo, b propost ser iimplementada no pais em 1986, com o Plano Cruzado. TABELA 11.1. BRASIL: VARIAVEIS MACROECONOMICAS INTERNAS. 3978-1985 (%) Tino] P16 | _ivestimentars me | as | eee 1979 | 72 230 too | 90 2s 4953 | -28 16,1 tams,| 4 ie2_ Fortes Banco Cental e Conn Ezonénica. Questdes de Revisd0 Simonsen e a voka de Delfin vada do crescimento condi Delfin Netto em Comente as prineipais caracteristicas da recessio delfiniana do ps 1983, jrira um periodo de estagtlagac? 5. Comente os prineipais farores que explicam idle 1984 42 A crise da divida externa e a crise fiscal do Estado 12.4. A crise ds divida e direta do proceso de insergio internacio destacido pela sta magnitude ¢ dura fis uma crise cambial que atingiu a economia bra apontaram varios autores, os problentas da nosst econo pre associados, direta ou indiretamente, as crises cambinis, brasileira nos unos 1980 foi decorréncia Yo pals. Embors renha se ic, essa crise foi Elo-su ia est sem © aumento dy endividan mnto foi acclerade a pair do milagre econdmico, supostamente finunciado pela entradas de recursos exter nos, A partir do primeito ch iimplintcio do Il PND, ocndividamento aumentou devido ao tinanets jue do peteéleo « durante 0 periaclo de nento dos déficts em transagoes comentes do pais. Apos o segundo choque do petr6leo do choque das juros externos, o crescimento do endividamento passow a se alimentar do aunento dos custos: da pro pia divida e da deterionscao dos terms de toes (0s dados sobre a evoluglo da divida extern do Urasil nio deixam dividas quanto & importancia dos fatores externos na explicagio pura 1 escalasks do endividamento. O erescente aumento das despesas com © senigo da dlivida estava na origem da deterioragao «las contas inter nas do pais —a chamada crise fiscal do Estacto —, no estancamento cle seu crescimento, na queda do nivel de investimentos ¢ na disparada da inflagio. A crise da divida externa desestruturou profundamente a cco nomia brasileira ¢ conduziv o pais 2 hiperin‘l DIVIDA EXTERNA ORIGEM E CRESCIMENTO (© aumento do endividamento externo do pais, aproveitando grande liquide? internacional de capitais, ocorreu. no final da décadkt de 1960, aps 0 inicio do milagre econdmico. Em 1969, a divida ultra passou 05 US$ 4 bilhdes, apés permanecer pouco acima dos USS 3 bilhoes durante toda a década, A divida subiu de US$ 3,3 bilhdes em 1967 para USS 12,6 bilhdes, crescendo a uma taxa média de 25,19 20 ano, Além disso, « estrutura da divida alterou-se profundamente. Nesse periodo, a participagao na divida publica sobre a total cresceut de 26,9% para 64,190 Procurou-se associat este ripido crescimento da divida ao grand reseimento do PIB durante o milagre economico, mas, na verdade, Capitulo 12 + A Crise 6a Divida Externa e a Crise Fiscal do Estado at ‘esse crescimento foi Financiado quase que totalmente por recurs cmos. De 1968 2 1973, 0 crescimento dis reservas corresponceu 3 Jo aumento do endividamento de médio © longo prazos. A divicle ‘externa liquida, diferenca entre a divida bruta ¢ as reservas internacio n 1968 para US$ 6,2 billies em 1973, a0 ano, O aumento nals, passou de USS 3,1 bilhées ‘com um erescimento médio de apenas 12 Cndividamento, portanto, no foi usado para financiar déficits em ta sagoes comrentes, que devem ser cobertos por iavestimentos diretos « rava 0p “Empréstimos externos. Normalmente, o capital externo e1 Soh a forma de empréstimos, que representavain 86%, em média, de ingress total no pos-guerrt. Os ‘Capital de disco, representavam apenas 14% do ingress total. Bats nostra que, entre 1970 ¢ 1973, por exemple, & contibuigio o-somente 53% do financi sos externas represento, em 7 mento da formagio bruta de capita Qual era a motivagao das autoridades econdmicas part mante moniantes Go clevados de reservas? Considerarse segueo um nivel de enervas que possa garantir pelo menos tres mucses de impomagdes, Er 1967/1968, cobeir um mi regativas, Diante dessa situagin, © cl grundes volumes de reservas podem ser atribuidos @ urna preoxti Gjto em assegurar um bom volume de reservasintermacionals, Bnet tora relagao entre reservasliquidas e importagbescresceria rapiamne ter atingindo quase 100% em 1973, isto é, as reservas seriam suficientes pra garaniir © pagamento de um ano de importagoes. & manutenc Ue um nivel tio elevado de reservas tem um custo equivalente 9 di renga entre o custo de endividamento e a receita aufericht com cvervas brutas brasileira no eram sufietentes nem pi de impontagdes, enquanto as reservas liquids eran mento da divida e a constitu aco dhs resereas, Mesmo Com is GINS Feals GHHISe ERAS primeira fase de endividamento, estes cuslos tendett medida que aumentava 6 priprio montane total da divi No periodo 1974/197 financiamento via endividamento dos altos deficits em transages 4 rentes, causados pelos choques externos. A divida liquids saliost de US$ 622 bilhoes em 1973 para USé 31,6 em 1978, erescerido a tax de 38.7% a0 ano. Nest épocs, @ aumento do endividamento dlecorre também da decisio de implantar o IT PND, financiando os deficits ¢ 1a divida cresceu aceleradamente com bralanga comercial ¢ de servicos com recuros externos puarticipagio estatal no endividamento subi de 51,796 em: 1973 PATS Tih Was WC —_— Parte 4 + Anos 1980: Crise Infagao 63.3% em 1978. Além disso, os empréstimos passaram a ser feitos a taxas de juros varidveis, que se tornariam cada vez majores. O aumento da divida bruta, a taxas de juros cada vez mais altas, tornou © tendividamento externo um processo auto-alimentado €, em 1977/1978, 1 pagamento de juros jf representava quase 50% do deficit em conta $8] osumento da avid bata total de um pats pode ser decomposta da B| spice forma 5 App TC+ EID + AR | | onte 3 1B] apn - varagio da divide externa ba 8 B] 7c atc em transagdes coments 2 =) 10 = investments diets tguidos 43) AR = variagao das reservas internacionais. (© aumento da divide iquida corresponde 3 diferenga entre o deticit ‘em conta corrente © os investimentos diretos Kquidos: ADL= TC -1D onde ADI. = variaga 1 da divida externa liquida; dficit em transagdes correntes oy em conta corrente; TD = investimentas dieetos liquids. A partir de 1979, a stuago das eon mente grave, devide ao novo choque do petréleo € 20 choque dos juros externos. Além das perdas nas relagdes de troca, ocorteu © au- mento do protecionismo € a retragao dos fluxos comerciais, 0 que implicou a redugio nas exportag6es brasileiras em 1982 € 1983. As taxas de juros internacionais dispararam: a BOR chegou a 16,4% 20 ano tm 1980, enquanto a Prime Rate atingiu 215%". s externas tornou-se extrem 11. A HIBOR (Londan Interbank Offered Rate ou Taxa Interbanciria do Mere {do de Londres) é a taxa preferencial de juros palm os grandes emprést mos entre os hancos intemacionais que operam bom euroddlares. A Pi ime Rate ou taxa preterencial de jros € cobrada pelos buncos norte-ame- ficanos dos chertes com melhores avaliagies de créditos, Fests taxas Capitulo 12 + A Crise da Divide Externa e a Crise Fiscal do Estado 143 12.2. Como resultado, 0s pagamentos liguidos de juros awmentaram de uss 2,7 bilibes em 1978 para US$ 11,4 bilbdes em 1982, fato que reflete wndo apenas a acentuada elewacao das taxas de furos internacionais, mas também 0 ripido crescimento da divida liquica e as spreads mais Laltos pagas pelos tomadores de empréstimos depoisde 1980. O custo meio “da alvida subius, om termos nominais, de 10,9% em 1978 para 21,1% fem 1983 e ce 3,3! para 14,2%6 em termos reat Conseqlentemente, a transferéncia de recursos para 0 exterior, ‘medida como a diferenga entre expomtagoes ¢ importagdes de bens € Servigos, aumentou de 0,4% do PIB em 1980 para cerca de 39% do PIB tem 1981/1982 e atingiu 5% do PIB em 1983, No final de 1982, apés a moratéria mexicana, © Brasil buscou junto ao FMI, recursos e apoio para renegociar suas dividas. O objetivo {do pais era reescalonar as amortizacoes, enquanto os esforgos do FMI, dos outros organismos financeiros multilaterais ¢ do governo nore Gmencano, visava diminuir a exposicao dos grandes bancos america hos € europeus nos seus empréstimios com o Brasil ¢ 0 resto da Amét {a Latina, o que 86 seria alcangado com 9 aumento das transferéncias Tiquidas de recursos para o exterior. Foi este 0 destino dos elevados superdvits comerciais que o pais passow a apresentar a partir de 1983 DESEQUIL{BRIO EXTERNO E A CRISE FISCAL A partie da deterioragio das contas externas do pais, avangou tam: bem a deterioragio cas contas internas, configurando 0 que James O'Connor denominow de crise fiscal do Estado. A divida externa foi ‘quase toda estatizaca © os seus pesados encargos provocaram um pro~ fundo desequilibrio estrutural no setor pablico brasileiro. No periodo 1970/1973, auge do milagre econdmico, a poupanca do governo atingi- ra uma taxa média de 6,6% do PIB, 0 que equivale a dizer que os tt hiveis de governo, apés todas as suas despesas, haviam poupado pou: co mais de umn quarto da arrecadacio total, que alcangara uma média de 25,936 do PIB no periodo. A poupanga pablica foi declinando con. Trivicas ho referencias usadas para a malor pare dos empréstimos interna onais, Nos empréstimos para os paises pobres € com alas divas, sho obmidos juroe bem acima dessas taxa basicas,conforme a avaliaga0 do Grea’ chr operigae Esta taxa accion cobeadh. pelo mercado Finance Alenomini-ss spread 12, Has. C988 144 Parte ¢ = Anos 1960; Crise © Inlagac tinuamente, conforme aumentava « instabilidade: externa, até tornar-se negativa em 1985, aleangando 296 do PIS em 1988" Mais uma vez, as explicagdes para estt questo dependem cos pressupostos de eada andlise. Para os ortodoxos, 0 problems era de estatizagio da economia brasileira, dos pesados corrente da excessiva ‘encargos com pessoal e previdéncia e do excesso de despess corren tes, os quais, sendo tipicos de uma situago dle descontaole fiscal, rest inde déficit pablico que efa financiade pelo aumento do tendividamento interno, Além disso, acreditan « como a dive: piblica foi crescentemente indexackt, 05 seus tiulos transformsaram-se fem uma quase-moeda; a divica seria rolad:t em prizoy cath! Ver my Ccurtos, até o limite da rolagem dria, no mecasisnio conhecido com over night. & partir de endo, os titulas pablicos praticamente piss is funcdes ekissicas dla moeds unidade de valor, além de apresentar ysande segurangs alta Tiquidez, Essa corrente de pensamento localizvi, porn fiscal a forte do descontole influcionario no pais (Outea linha interpretativa, abrangendo diversas autores keynesianos © estruturalissas, associ fa diretamente 0 aumento de endividamento interes ao endividamento © durante meio século um papel fundamental ny avango € na consoli- dagio do PSI. A deterioragio qualitativa dessa acio estatal ocorr: simultineamente & deterioragio dis nossas contas externas, Nao se trataria de nenhuma coincidéncis estatistiea 0 fato de que a poupangs: publica & os investin 1 medica em que umentivam os pagamentos de jufos das dividas externa e intern: Na verdade, o creseimento da diviela intesnat estar associado diret mente ao da divida externa: as autoridades monctarias teriann prov cado © primeite a0 esteriizar 0 excesso de moedi proveniente do ingresso de capitais externos no pais, um Vez que us eXpressives superivits comerciais crim obtides pelo setor privado di economia enquanto o responsavel pelo pagamento ca ilivida externa era 0 setor publice, Essa associtgdo entre umf de fone desequilibrio exte muse ¢lassica nat lireramt econbmics com desequilibrios internoj 1 partir dt anailise da hipefinflacio lem dos slinhadlos teoricamente Com a Teorkt Quanta Capitulo 12 «A Crise da Divida Externa ea Crise Fiscal do Estado 145 vam no désequilibrio fiscal alemo a origem da expansio excessiva de oferta nominal de moeda, que resultaria em inflacio © em desvaloriz: Gio cambial, Esta era a explicagio monetarista clissiea pars hip inflagio alema'™ lemdes desenvolveram uma inerpretago alternative, (y cou conhecida como Teoria do Balango de Pagamentos, e eujo pont de partidi era o pagamento das reparagdes de guemnt pela Alemanh {que resultow em un grande desequilbrio no balango de pagramente alema, causava inflagdo € resultav \ieneia, ¢ nao cauisa, do desequilibrio fiscal © da propria cexperincias hist6ricas de hiperinflagdes dao evideneia empisics pa feta teoria: em todas os casos estucdados de colapso cht moedt dk v seria também 4 situagao presente quando dt eclosio «le biperinilac ra América Latina a pair dos anos 1980. 0s economistas keynesianos tendiam a concortlar com a Teor do Balanco de Pa Mas virins desses autores desenvolweram um modelo interpretatis edlético, associando a0 desequilibrio externo fatores ligados 3 politic ceconémica seguida inteinamente pelo pais. Assim, os component iam importincia no desenc amentes, seguindo a pripria posigao de Keyo) internos de politica fiscal também « Geamento da inflaclo e sua ftansformacio em um processo hipeti flacionario. Tais autores procuravam considerar as poliieas econdn cas com que os paises reagem as restrigoes externas! Na verte indlise das variiveis macroecondmicas dos 15 principatis devedor tes ajustes externos por que pa prOprio FMI, esse grupo de paises implementou um importante aj textemo entre 1981/1982 ¢ 1984/1985, pois o deficit em conta corrent cdesses paises passou de 33% das exportagdes pars praticamente equilibrio®. 14, BresclaniPurron (1949) Parte 4 » Anos 1980: Crise eInfiago A ESPECULAGAO FINANCEIRA © aumento da inflagio a pani clos choques externos teve a estrt tuna oligopolizada do sistema financeiro como mecanismo de sustenta- ‘Go e aprofundamento, exacerbado pela especulagio financeira que foi articulando os interesses da chamado capital produtivo com 0 capi tal especulativo, Quanto mais a inflagao subia, maior era a realimenta: ‘io financeira provocada pela rede de endividamento das empresas privadas e publicas e dos consumidores. © resultado fot uma carga financeira crescente sobre a renda liquid disponivel dos agentes eco- némicos com pouco poder de barganha, especialmente os asa dos, os Tocadores de iméveis, como também as pequenas € médias ‘empresas, além de empresas piblicay cujos pregos ¢ tarfas eram con- trokados As grandes empre poder de mercado, acumulavam lucros excessivos, acima de suas ex cexativas. Esse capital excedente era destinado & especulagao finan ‘culando € soldando os interesses do capital produtivo com o ‘capital especulativo””. Por conseguléncia, em momentos de queda no mento econémicn om em situacdes de dificuldades em setores 5, inclusive as publicas, em fungio de seu tespecificos, essas empresas apresentavam resultados financeiros maio- res que os resultados operacionais. A face perversa da correo monetiria apareceu claramente quan «do-os agentes econdmicos se tornaram “s6cios da inflagio": os ttulos péblicos, originalmente criados para permitir ao governo v erenciamentd da liquide da economia, tornavam-se ativos de prime! fr linha, detesminandg a taxa minima de rentabilidade do mercado, pois apresentavam isco nulo & eram protegides contra a inflagao, panir dessa constatagio, Octavio Gouveia de Bulhdes, um cos criado. fes do mecanismo da corregao monetéria, comecou a criticar a indlexagho da economia. Se a correc’ monetérla permitira a convivéncia com altas taxas de inflacao e um combate a elas de forma gradual, transfor mouse pouco a pouco em um mecanismo auto-alimentador passadks mesino em una situagio de recess, FL (que esperavam que seus concorrentes também 0 fi acordo com a inl Quanto aos fiores sancionadores di inflago, Bresser Pereira ¢ Nakano definem dois no anigo de 1983: moeds e défick pable. Quanto A moeda, apenas repetiam as ideas de Ignacio Range! e, mais amp mente, dos esteuturalistas laino americanos. Se, em inflacdes moder fem inflages ale tarmaste est moeda ji é em parte endégen indeua, O maximo que 0 governo pode fuzer ¢ pultiica de juros, Nao pode, porém, determinar a oferta nominal de moeda, que tem de eres cer com a inflago, “acomodando-se 2 inflay30", como ha diivida de que principalmente os dois primeiros cho- ques heterodoxos latino-amert © Plano Austral, na Argentina, 0 Plano Gruzado — fracassaram em grande parte porciue forant pos: teriormente vitimas de polticas populistas. © essencial na idéta de pax salt @estrat nimico. N no heterodoxo ‘chamar a atengio para 0 fato de que as estratégias convencionais ou ortodoxas para combater a inércia inflaciondria eram ineficientes, exigindo uma solugio inovadora, que neutralizasse ssi Em 1984, 2 eoria da inflagio inercial amadureces finalmente. Bresser € Nakano haviam escrito dois artigos que deixavam o diagnéstico © a terapéutica da inflagio brasileira muito claros. André Lara Resende, que vinha trabalhando no problema da inflacai doutoramento no MIT, publicow em setembro, na Ge desde sua test de fa Mercantl artigo bailhamte, “A moeda indexad: ums proposta para climinara infls {cto inercial”, no qual propuinhs umn reforms monetiria que permitisse Capitulo 12 + Teoria da Inflagdo Inercial e Polticas de Establizagio 163 por algum tempo, a convivéncta entre duas moedas. Desa forma, seria possivel aos agentes econdmicos redefinir seus contratos na nova moe da. Na medida em que isso fosse feito, a estabilizagao viria sem maiores traumas, quando a reforma monetisia eliminasse 2 moeds antiza ssa idéia vinha sendo por ele discutida com seu amigo Pérsio ‘rida que, no ano anterior, publicara na mesma Economia e Perspect: tua um pequeno artigo que, em conjunto com o de Lara Resende, constitu! a base do que seria muitos anos depois a estratégia do Plano Real para neutralizar a inércia inflacionavia, ambos foram convidados por John Williamson para participar de um Seminitio sobre inflagio em Washington. Escreveram, entio. juntos Lum artigo mais bem estruturado e fundamentado sobre a mesma idéia do antigo da Gazeta Mercantil, “Inertial inflation and monetary reform’ Seja pela qualidade do amigo, seja pelo fato de ter sido publicado orig rhalmente em inglés, esse trabalho ficou conhecido come o artigo fun- dador da teoria da inflagao inercial. Na verdad, a inovagao que conti- tha era a proposta alternativa, e muico mais elegante, 20 conge!amen- fo, com tabelas de conversto pars neutralizar as defusagens de precos existentes na inflacio inercial, novembro daquele ano, Segundo a proposta Larida, para os agentes econdmicos que ado- tassem a nova moeda, os ajustes de pregos na moeda antigs passariam 4 ser didrios, sincronizados portanto. Dessa forma, em um segundo momento, quando a reforma monetitia eliminasse a moeda antiga, a Ancora nominal representada pela nova moeda teria a capacidade de climinar a inflagao, ji que nao haveria pregos atrasados ow adiantados: 1s precos relativos estariam razoavelmente equilibrados. Seria possivel realizar um ajuste neviro em termos distabutivos, Eset seria a base tedrica do Plano Real, com a diferenca de que, em ver de se eviar uma nova moeda, criou-se um indice-moeda, como Arica i propunlia em 1983, Francisco Lopes, por sua vez, que entrara em confli tesrice ‘com seus colegts da PUC, André © Pérsio, ao optar por um cong mento®,, no final do ano chegou a um consenso com cles". 23, Avda, P.*Neutalizar a Inflaglo, wma Idéia Promissora". J: Rego (1986). 4, Atkla & Lara Resende (1984). 25, Pura uma excelente andlise dis diferengas tfricas entre a proposta Lara (63 proposta Lopes, ver Bier, Paulani & Messenberg (1987) 26, Fn devembao de 1984, no congress dt ANPEC, Lopes apresenton seu incor anigo seve a inflate Ineriak “Inlacio Inercia, Hiperinflagde Desinflacio, Notas ¢ Congetoris Sg TT los Parte 4 + Anos 1980: Crise e intingao Ainda em 1984, Bresser Pereira ¢ Nokano publicaram fnjftagdo & recessdo, no qual reuniam todos os artigos que haviam escrito até en tho sobre 6 tema, inelusive dois novos, redigidos no primeiro semestre ide 1984: um sobre a eurva de Phillips © a inércia, outro sobre as causas da aceleragio da inflagio em 1983, Comparindo-se a visio de Bresser te de Nakano com a de Pérsio ¢ André subre a inflacio inercial, verific se uma proximidade evidente, embora aqueles adotassem ase Inais estruturalisa, dando maior importancia ao conflity distributivo, tenquanto estes ressaltavam o aspecto monetirio, ainda que endogeno”. Quando Bresser Pereira ¢ Nakano estiveram no Ministério cla Fazend porém, consideranam seriamente a alternativa Lavidla, Fra a solugto dx S-que exminarim exaustivamente, mas que, por fin, ban: ‘que afinal servirit dle base part © Plano donaram®, Essa alter Real, contimuou, no inicio dos anos 1990, a ser desenvolvida por André Lara Resende (1992), mediante sua proposta da criagio de um currency board, ¢ da convivéncia de uma moeda conversivel em déilar (que substitufsse a moeda indexada) com o vellio cruzeiso por algum tempo. © que Lata Resende ¢ Arida pretendiam era criar uma situacio de dolarizagio de fato on de hiperinfligio sanificial, em gue 0s pregos frum modificados diariamente, sem incorrer em hiperinflagio teal ‘Em relacau a Francisco Lopes, as poxigdes de Rrosser e de Nakano ceram ainda mais préximas, Davam uma enonine impostincia 1 mecink ‘ca defasada dos reajustes de prego ¢ a0 conflito distributive subjacent Por isso, também cfticavam a posigo monetarista, expressa expecial- ‘mente por Thomas Sargent em seu artigo sobre o fim das hiperinflagces ‘fh quao paises apés a Primeira Guerra Mundial. Segundo o econo mista dais expectativas racionais, bastara aos governos de Alemanha, Austr, Hunglia € Poldnia mudar o “regime de polities econ’mica” € 1s correspondentes expectativas quanto ao aumento tht oferta de mee dda para que a hiperinflagio fosse rapidamente contralida Essa visio segue a perspectiva monetarista — cor segundo a qual & possivel pensar em um cquilibrio macroecondimico com alta inflagio, desdle que as expectativas sejam condizentes com o guimento de precos ¢ da oferta ck: moeda, mas recai em um erro bsisico 7, Sobre as proximidades e diferencas entte as d Ue Bresser Perec e de André Lira Resende no Livro Contwrsaseom Bon ‘mistas Braseias, de Bierman, Goze € Rego (19%) 2s, A respeito, er capitulo sobre © Plano Bresser no ivr de Francisco AIL) 1s propostas, ver entrevitas (0 cdewafi la hiperinflag er reser ce eee 2). Ver Heo C98. Capitulo 13 + Teoria da Image tnorcal e Politoas de E 13.3. abiizagao 168 1 imag Sentes na inércia inlacionria possamn ser corrigidos com tun simples imudanga de expectativas. O modelo de Friedman de inflacdo ¢ perf tamente compat na aktima edigao do livo introdutério de economia de Samutelson, ap tia co-assinado por Nordhaus, existe uma segilo sobre inflagao inercial 1 que os desequilibrios recorrentes de precos relatives pre rel com a idéia dle inércia. No € por outra razio que © FRACASSO DAS TENTATIVAS ORTODOXAS DE. PABILIZACAO Do final da década de 1970 até 0 inicio da Nova Repablics, em 1985, a inflagio brasileira apresentou cols grandes sultos. © primein doles ocorreu em fins dle 1979, O segunclo choque do pettsleo, « pol fica interna de fixagio de *pregos realistas’ e 0 simultaneo aumento da FeeqQéncia dos reajustes salasais de anual para semestral dobraram a tana de inflaglo, que passou de 50 para 100% 0 ano, © segunch grande salto aconteceu em 1983, impulsionacy por uma maxides valorizacio de 30% do cruzeino em fevereito, Foi alcangado, entio, 0 patamar de 20096 a0 #0, |A Nova Republica iniciou-se em margo de 1985, apés 21 anos de regime militar. Embora twesse sido muitu eulatizada durante 8 compa fihia eleitoral de Tancredo Neves a necessidade de um pacio soctat, inio real coin a meta de para conciliar os pleitos por aumentos do reduzir as taxas de inflagio, 0 novo governo deu inici ‘econémica anunciando apenas medidas de austeridade fiscal monetiria. A restrigao das operacies ativas dos hancos oficiais, um corte adicional dle 10% no orgamente fiscal para 1985 & Ccontratayoes de novos fanciondrios para a adminisieagio publica cons tituiram o cere das medidas adotuds. Alga de facilitar as nexoci fem curso com 6 FMI, 6 corte nos istos puiblicos € @ aperto m1 polities monetiria deveriam ser percebidos como o primeiro passo na ditese de um pacto social, que, contudo, no se materializou, A hetero- gencidade da equipe econdmica do governo — concebita pelo falect i gest ca {Bo Tancredo Neves, mas conduzida pelo seu sucesso, Jose Same imtegnada por economistas onccioxos e heterelonos, alo permit vs iUmbrar elaramemte 6 alcance da politica econdmica ontodoxa anunci 4 principio tical etivas poserian leva al stn una de inflaho, ques em finmento de precos fe Como as politicas monetiria gum tempo part provecar um «lectin marge de 1985, aleancava 12.7%, wnt con Parte 4 » Anos 1980: Crise ¢ Infagao temminado pelo ministro da Fazenda Francisco Dornelles para o més de abril. Além disso, com o objetivo de amortecer a aceleracio da infla: (a0, as formulas de célculo da corregao monetiria e das desvaloriza- des cambiais foram modificadas, estendendo a “meméria" do proces 0 inflaciondtio de um para ts meses, Até margo, aS Corregdes mone tiria € cambial eram determinadas pela inflagio do proprio més em ‘curso, cuja imprevisibilidade aumentava a incerteza nos mercadios aberto ‘e cambial. A partir de abril, as taxas mensais de correcio resultariam de ‘uma média geométrica da inflagao dos trés meses anteriores. Aléni dis 50, minidesvalorizayoes difrias do cruzeiro, que distribuiriam unifor ‘memente a taxa de correcao cambial prefixada para o més, eliminariam 1 especulagio em rorno da data € do percentual do. reajuste subse quente, Apés 0 aniincio da nova politica econémica, a inflacio caiu signi- ficativamente, passando para 7,2% em abril, © bom desempenbo da inflago em abril pode, no entanto, ser quase inteiramente explicado pela suspensio dos reajustes de pregos dos produtos sideringicos © derivados de peudleo, que correspondiam, respectivumente, 2 74% € 11% do indice de pregos por atacado (IPA-DI) que, por sua vez, repre- sentava 60% do indice geral de pregos (IGP-DD) da Fundag30 Gettlio Viaigas. A contribuigio dos pragos privados, que ao se encontravam sob estrito controle e, portanto, mio seguiam o congelamento, esiava superdimensionada, Apesar do Onus para o setor pliblico, 0 governo decid estender a duragto do congelamento de precos. Como os cus- {05 de_producio cresceram em termos reais durante esses primeiros Tiieses’ jé que as longas defasagens embutidas nos reajustes salariais semestrais e, agora, também nas formulas das corregdes cambial © monetiria, captavam as taxas mais elevadas da inflacto passada, 0 con: selamento de precos foi gradarivamente colocado sob pressio. © ms de fanho marcou 0 inicio do processo de descompressi0 dos controle sobre os pregos privados e de descongelamento dos pre- Sos publicos © Conselho Imerministrial de Pregos (CIP) concede Ste outros, aumentos de prevos as industras automobilistjca ¢ Cimenicit, de 93% e 13%, respecivamente, para vigorarem a partir do dit 20. No que tinge 20 setor pablico, foram reajustados ainda em junho os preyos dos agos planos (15,6), da enengia erica (22.8%), ¢ ts tanfas pomtias (7.28) e de transporte urbane (60%). Para guitar tim repiqueiiacioniio no final do congelamento, menores percenvals de reumte de prego foram concedidos a08 proton snus au ante, Um aumento posterior na freqdén: Capitulo 13 + Teoria da Inflagio Inercial ¢ Polticas de Estabilizagao 167 ras margens de lucro incorridas na vigéncia do congelamento. Sacrifi cava-se, assim, a estabilidade do processo inflacionfrio a médio prazo tem troca de menores taxas mensais de inflacao a curto prazo. O 1GP-Di registrou variagdes mensais de apenas 7,8% € 8,9% em junho € julho respectivament, Durante 0s cinco primeiros meses da Nova Republics, acirraram: se consideravelinente as tensdes dentro da equipe econbmica do go- vverno. © ministo da Fazenda Francisco Dornelles liderava a corrente conodoxa, enquanto o ministro do Planejamento Joao Sayad era identi ficado com uma linha heterodoxa. Tornaram-se publicas as divergén: cias quanto aos moldes da renegociagao da divida externa, a0 prolon- ‘gamento do controle de pregos, a pritica de taxas de juros reais eleva clas, aos ingredientes do ajuste fiscal, 2 correcao do salério minimo. 2 mudanga de frmula das cortedes cambial © monetaria, entre outras. 10 Ministério do Planejamento havia sido esvaziado de diversos ‘érgios, como 0 CIP, a SEAP ea SUNAB, que foram transferidos para Ministério da Fazenda, num processo contririo 20 do perfodo em que Geisel fora presidente, quando esvaziaram a Fazenda trazendo estes mzdos para o Planejamento. Estava claro que as rédeas da politica ‘econdmica ficariam com Francisco Dornelles, sobrinho de Tancredo. € [Anténio Carlos Lengruber, presidente do Banco Central [A recomposigao dos pregos estava apenas comegando quando a economia sofieu um violento choque de oferta agricola, com os pregos dos géneros alimenticios no atacado aumentando 19% em agosto de 1985, A coincidéncia do periodo da entressafra, quando a carne apre sentout alta de 50%, com a recomposigio dos pregos dos produtos agropecurios controlados, tal como 0 leite que fot reajustado em 30 tem meados de julho, levou a inflagio a 14% em agosto. O fracasso do. pacote antiinflacionario de margo de 1985 marcou, com a substituiga0 do ministro da Fazenda, o final da primeira fase da polltica econdmica da Nova Repabli © novo ministro da Fazenda, Dilson Funaro, anunciou uma meta aantiinflaciondria mais modesta: estabilizagao & taxa de 10% a0 més. [As regras de indexagao foram, mais uma vez, alteradas, visando evitar 1 propagagio da taxa de inflagio de 14% registrada em agosto. partir de setembro de 1985, as corregdes monetiria © cambial volta- vvam a ser norteadas pela inflagio do proprio més em curso, A maioria das tatifas publicas ¢ dos pregos administrados passou a ser cortigida tem bases mensais €, portanto, em menores percentuais, eatficando 3 ese de que a estabilizagao da taxa de inflacao seria obtida a eusta de 68 Parte 4 « Anos 1980: Crise Inlagdo lum aumento do grau de indexagao di economia, A nova politica antiinflacionadria dava menor énfase 20 controle da base monet {que havia sido objeto permanente de preocupagio da equipe ante Fior Assim, a taxa de juros real, que subira veriginosamente durante © periodo de abril a julho de 1985, declinou, como resultado de uma politica monetiria menos restrtiva, tornando-se mais compativel com 4 recuperagao econ6mica ‘A mudanga da formula de corregio ¢ a conseqilente redugio da ‘meméria inflaciondria sugeriam que 2 economia estivesse caminhando na diregio da indexagao plena, mesmo porque os autores da proposta nna economia Drasileint original de adogho de uma moecla indexad: integravam a nova equipe econémica do governo CAndeé Lari Resende no Banco Central, veio fazer companhia a Pérsio Arida, que ja fazia pane da equipe de Sayad), No camino da moeda indexada, pregos, taxs de cambio © ativos. financeiros tornavam-se crescentemente atrelados as variacoes mensais, da ORTN. Nao havia, no entanto, uma regra clara ¢ amplamente aceiti para a indexacto dos salérios, que permanecia oficialmente baseada na politica de reajustes semestrais estabelecida em 1979. A perspectiva de Fetorno a 1axas mensais de inflacho de 10 a 12% ao més, depois do fracasso do congelamento de pregos, dava novo impulso 3. demanda de reajustes salariais mais frequcates. ‘As propostas para uma nova politica salarial reclam: tes trimestrais; reajustes mensais, de acorda com a varia indice de pregos ao consumidor; uma escala mével com garilho de 30% € 1 discussdes publi io de abonos, adiantamentos ¢ esquemas alternativos de indexago, desde que os aumentos nao fossem repassadlos aos presos. Os drgios de controle de pregos ndo considerasiam, no cémputo de variagoes de custos, qualquer aumento salarial que no estivesse de acordo ‘com a regra oficial de reajustes, baseada ainda nas variagoes semes: trais do custo de vida, Em conseqéncia, © poder de compra dos sams reas 10 de umn justes mensais prefixados, a cada 1r6s meses. Fnqutinto as prosseguiam, © governo permitiu a livre negocta salirios cresceu durante esse periodo, dando continuids mento de reposigao salatial que se iniciara nos setores exportadores ainda em fins de 1984, A recuperagio da renda interna em 1985, pelos efeitos induzidos sobre o consumo, em especial sobre as vendas de hens duraveis, foi suficiente part compensar queda das vendas 10 exterior, que haviam sido a origem da recuperagio Ua atividade eco Smica no ano anterior Capitulo 13 + Teoria da Inflagdo Ineical ¢ Polticas de Estabilizagao toy Se por um lado 0s reajustes de precos administrados mantiveram inflagao em 9% 20 més durante o bimestre setembro/outubra, por OW {10 nio abriram espago para aumentos compensatérios das perdas in comtidas, principalmente pelas tarifas publicas, duramte 0 congelamento de abril a julho. A inflasdo reprimida, aliada a um novo choque < oferta agricola, origindrio da seca que atingiu as lavouras, leven! 0 1GI Dia registrar elevagao de 15% em novembro de 1985. A desinde segui, ento, um caminho alternativo: 0 indice que media oficiahnen: te 2 inflacao deixou de ser 0 indice geral de pregos (IGP-DI) da FGV ¢ &r0 indice de pregos a0 consumidor amplo (IPCA) do IBGE out ume taxa de inflagio de que reps penas 11,1%em novemhro, As diversas politieas de combate 2 inflagio adotadas nv perioxle 1985-1989 variaram de acordo com a orientagio econdmica — dese mais ortocloxas até as mais heterodoxas — © segundo © fimo — de gradualismo ao choque. Durante a segunda metade da década de 198%) 4 politica econémica brasileira concenteou-se no combate 4 infligio Os planos de estabilizagao de inspiragao ortodoxa, adotados no perio. do de 1981-1984, promoveram 0 ajustamento extemo da economia ‘mas nao conseguiram evitar a escalada da inflacio, Durante todo 0 ano de 1985, 0 governo da Nova Repoblica conse uiu manter afastadas do pais as missoes do PMI. As negociacoes pars lum novo acordo, interrompidas em janeiro de 1985, em consequigncia da divulgagao dos dados relativos ao desempenho da politicr monet ria no final de 1984, foram proteladas. Assim, o governo brasileiro pode rmanter sua independéncia em matéria econémica em relagio is reco: mendagdes do Fundo, adotande politicas monetiria e fiscal mais acomodaticias, que privilegiavam o creseimento da economia, Esta ati tude se tornara possivel gragas aos superivits mensais da halanct c mercial da ordem de USS | bilhio, que permitiam que 0 pitis ac dependesse de novos recursos extemos, € AS SUCESsIVAS pAOItO4 do acordo com os bancos privados internacionais que, dads 3 favor vel situaga0 externa da economia brasileira, podiam mostrar con! preensio em relagio as dificuldades politicas envolvidas no restabelecimento de negociagdes com 0 FMI pelo novo governo demo critico. O inflamado siogar: de campanha de Tancredo Neves le que = dlivida externa no seria “paga com a fome ¢ a miséria do povo" reco- mendava cautela aos bancos credores. A inflagio oficial acangou 13.41% em dezembro de 1985 16.29 tem janeiro de 1986, O choque de oferta agricola finalmente se marsfe {avi para 0 consumidor, tendo os pregos dos gzneros alimenticio» eres fe 17% ao mes durante o bimestre deaeibror SCOCHOHCEHSEHHSOHHOSHCCHOHHLOEHEEHROODRSAG Parte 4 + Anos 1980: Crise e Inlagao neiro. No atacado, o aumento desses precos alcancou 26% somente em janeiro de 1986, Nao havia dividas de que, com a indexacio generali zada da economia, a taxa de inflagio tenderia rapidamente para o novo patamar de 400% a 500% ao ano, Nessas condigdes, © governo nao seria capaz de manter os teajustes salariais na freqliéncia semestral, 0 que poderia resultar em outra pressio, de custos, colocando a econo mia na rota da hiperinflagao, © fracasso do gradualismo em produzir sequer a estabilidade das taxas mensais de inflagio encerra a segunda fase da politica econdmica da Nova Republica. As elevadas taxas de inflaglo no ameagavam ape~ nas 05 ministros da Area econdmica, mas também a coalizao politica {que sustentava 0 governo. A legitimidade dos processos de votagio inditeta, que elegera Tancredo Neves, € de sucessao presidencial apos a suia morte foi novamente posta em questo. Assim, em 28 de feverei- 10 de 1985 fot decretado 0 Plano Cruzado, um programa de estabiliza- cio de caracteristicas heterodoxas. PLANOS DE ESTABILIZACAO HETERODOXOS 13.4.1. Plano Cruzado © programa brasileiro de estabilizagto de 28 de fevereiro de 1986, mais conhecido como Plano Cruzado, promoveu uma reforma mon ria que estabeleceu 0 cruzado (Cz$) como novo padrio monetirio na ‘ional. A taxa de conversio foi fixada em mil cruzeiros por cruzado. O iiai6r“objetivo do Plano Cruzado era criar uma“nova moeda, estavel, {que eliminasse a meméria inflaciondria, Nao foram estabelecidas com lareza, no entanto, metas fiscais ov monetirias de médio prizo, cujas polticas ficariam a cargo dos condutores do [A dessincronizacao ¢ as diferentes periodicidades dos reajustes de salirios (semestral) e pregos (de ditio a semestral) requereram © de- senvolvimento de regras especificas para a conversio, de forma a evitat redistribuigdes de renda e riqueza, Essas regras pretendiam proxhuzit lum choque neutro, 0 qual ieia restaurar, sob 0. cruzado, os mesmos padroes de renda e riqueza verilicados com 0 cruzeiro (Os salérios forath convertidos em cruzados, tomando como ase 0 poder de compra médio dos seis meses anteriores. & {Grmula dé con- versio dos salirios computava 0 poder de compra médio entre setem bbro de 1985 e fevereito de 1986 em valores correntes, ou seja, « pregos de fevereien, Admitia-se que 08 salirios eram pagos no iitime dit do més e gastos integralmente por ocasiio de seu recebimento. Um alyone Capitulo 13 = Teoria da Inacio Inerciale Polticas de Estabilzagdo m de 89% foi concedido a todos os assalariados, de acordo com a decisto ide cunho politico de promover uma redistribuiglo da renda em favor dos assalariados, o que deveria facilitar a aceitaco por parte dos tab: Ihadores da “conversio pela média”. Favorecendo ainda mais as clas ses de renda mais baixa, 0 salirio minimo foi fixado em C25 804,00. 0 ‘que significava um abono de 16% em relagio ao poder de compra ‘médio dos seis meses anteriores. s salérios nio foram congelados com 0 Plano Gruzado, Ao con- ‘as datas anuais dos dissidios coletivos, que haviam prevaleci até novembro de 1979, foram restauradas, Por ocasito dos dissidios Anus, 05 salrios seriem automaticamente corrigidos com base em 60? ‘da varlagio acumulada do custo de’ vida. Além dos reajustes anuais, salirios seriam automaticamente corrigidos de acordo com uma dvel — 0 gatilbo — sempre que a taxa de inflagao acumulasse 20%, Com excecio das tarifas industriais de energia elétrica, que foram reajustadas em 20%, 0s pregos a0 consumidor foram congelados por tempo indeterminado nos niveis prevalecentes em 27 de fevereiro de 1986. Nao houve qualquer compensagio pela inflagao anterior (desde © tikimo reajustamento), nem tampouco pela perda furura, durante a Vig@ncia do congelamente,. Os pregos pilblicos e adiinistrados, conge Inds, encontravam-se defasados em relaclo aos custos de produs3o. devido a sua frequente utilizacio como parte da politica antinflacionria dos anos 1980. Nao existia nenhum plano para determinar de que ms. reira se procederia o cescongelamento de pregos posteriormente. (© Plano Cruzado deslocou a base do indice de precos ao consu: imidior (IPCA) para 28 de Fevereiro de 1986. O novo indice, denomina dlo indice de pregos ao consumidor (IPC), manteria as mesmas ponde- rages do IPCA. O deslocamento da base, com a construgio de um ‘vetor de precos para dia 28 de Fevereiro de 1986, era justificivel, uma vez que, com pregos medides como médias didrias ou semanais, IPCA registraria uma inflacao positiva no primeiro més do congelamen- to (margo de 1986), | prine‘pio, o plano foi considerado um sucesso, pois as taxas de inflagao efetivamente cairam no custo prazo. O plano obteve, entto. grande apoio popular, © que se podia constatar pelo trabalho de fisca- lizagao, pela populagio — os chamados fiscais do Sarney —, dos pre- {cos congelados. © congelamento transformou-se assim no elemento do Plano Cruzaco de maior apelo popular, o que levaria o governo pele, sobrerudo sustenti-lo, a qualquer custo, © mais longamente « 1m Parte 4» Anos 1980: Crise ¢ Inlagao (© aumento do poder de compra das sakirios aliado ao consumo reprimido durante Os anos anteriores levou 2 despoupanca ¢ it explo~ so de consumo, algo que nio fora contemplado pelos idealizadores do plano. A tarefa de sustentar o congelamento revelava-se dificil, pois havia uma presto de demanda muita forte. Ademais, alguns pregus, sobretudo de tarifas piblicas, encontravam-se efetivamente defasidos devido ao fato de no terem sido alinhados antes do congelamento. O setor privado, por sua vez, alegava que os pregos congelados de seus produtos tamixém nio cobriam os custos de producio. AOS Poucos, 05 empresirios foram aprendendo téenicas para butlar a fiscalizacao € escapar a0 congelamento, por meio da maguiagem de produtos. Em julho, menos de 6 meses aps a decretagio do plano, havi mercados paralelos para diverses produtos, tis como leite, carne e semédios. _governo viu-se compelido a remonetizar abruptamente a economia aumentar a liquide, Part manter © congclamento, © governo havi sacrificudo us em- presas estatais, as contas externas e as finangas publicas. A taxa de ‘clmbio havia sido congelada também,.o que provocou grande sangria de reservas internacionais e dificuou 0 pagamento dos servigos di divida externa, Nessa conjuntura, 0 governo tinha que tomar uma decisio: ou desacelerava a economia ou desistia do congelamento, A proximidade do pleito eleiioral de novembro, no entanto, impedia que fossem toma: das providéncias de racionalidade estritamente econdmica. Em 24 de julho, um conjunto de medidas conhecido como Cruzadinbo foi unum. “Gadd, visando uma contracho da demanda agregada, por meio de au mento de impostos indiretos € cobranca de impostos compuls6rios sobre automsveis, gasolina e compras de moed: gens aéreas, O efeito das medidas mo foi suficiente para contigir as graves distorgdes conjunturus Apés as eleigtes (ha verdade, apenas uma semana depois!), que deram vitoria esmagadora ses panidos do governo — PMDB e PFL — seria anunciado um pacote mais contundente no combate aos desequiltbrios, conhecido como Cruzudo If, Tratava-se de uma tentat vva de atacar © problema fiscal do governo, que se mostrava © mais, preocupante, Houve aumento de impostas dizetos sobre prodlutos como cigartos, bebidas ¢ automéveis ¢ reajuste de pregos publicos. Em de corréncia dessas medidas — que constituiram um choque inflacionario =o silirios perderam poder de compra Com © Crvado 11, o governo alleangow o objetive de retrair a demand sgrepad em sizzi0 de farores como a elevagv das taxas de Capitulo 13 + Teoria da inlagao Inerciale Politicas de Estabilizagao ns juros, a incenteza em um ambiente econdmico novamente inflaciondrio fa queda no salirio real. Rapidamente, poréi, 08 antigos conlitos Gistributivos voltaram a ganhat imporiincia — a memoria inflacionaris ainda nio havia sido eliminada —, ¢ a indexagio via correga0 monet ria mensal volton a ser praticada. Além disso, as dificuldades a balan. ‘ca de pagamentos eram crescentes, em decorréncia das politcas mone tiria ¢ fiscal praticadas durante 0 Plano Cruzado, A meta de inflago zero ¢ 4 inflexibilidade cambial levaram o pats a ter de declarar mor téria aos credores internacionais em fevereiro de 1987. Ex ail 1987, Dilson Funaro foi substitulde por Bresser Pereira no comand ministério da Fazenda, 13.4.2. Plano Bresser nistro, Bresser tomou alg Em seus primeiros dois meses como n mas medidas isoladas procurando dar mustras de que © pais estav lisposto a revera moratéria decretads meses antes, contrait a demanc!t tgregaca e aumentar as expongdes, mediante umit desvalorizacio de 8,536 do cruzado. J no més de junho, 0 nove minisiro langou © Plano de Estabiliz ‘do Bcondmica, mais conhecido como Plano Bresser, um pacote hibs Uo, com elemertos orodoxos ¢ heterodoxos, assemelhando-se 0 Gru ado em alguns aspectos, mas procurando evitar Os erros comeuidos “ntcriormente. © plane nio visava atingir inflagio zero nem climinar 4 indexaglo, mas apenas controlar os indices para evitar que se esse uma hipetinflagio. Para isso, 0 gatilho fot extinyo € procurots reduzir os gastos do governo. As taxas de juros reais foram mantis tlevadas para inibie © consumo de bens duriveis. Os silinios € 0s aluguéis foram congelados no patamar em que cencontravam no dia 12 de junho. Criou-se a URP (Linidhde de Reler’ cia de Prego) que, a panir de setembro, seria 0 indexador uilizado pu (0s ajustes salariais, Os pregos foram congelados por um prizo de imeses, mas sofreram alinhamentos prévios defensivos para evitar pres s8es inflacionétias furunas. Contratos financeiros pas-fixados foram te peitados e, para conversao dos prefixados, criou-se uma fablsa, Alte rouse a base do IPC para evitar que 0 indice do més de julho foss sobrecarregado por uma inflagio anterior a0 plano, 10 inicial de 9,5%, 0 cambio passou a Alam da desvaloriay desvalorizado diariamente, ev vados durante og meses de congelamento de precos eo Plano Cry politica fiscal € montirit do os desequilibries extemne © governo comprometeu-se ainda praticar SCOHOCEHSHSHOHOHHSEHOHHSCHHOEOHHOEOEOEO Parte 4 * Anos 1980: Crise e Intlagao rigorosas, reduzindo o déficit piblico e assegurando a inclependéncia do Banco Central A principio, © plano, que er mais consistente ¢ flexivel que Cruzado, atingiv alguns de seus objetivos, fazendo cair a inflagao, 0 Aéfict pablico e expandindo os saldos comerciais, possiblitando a0 go- verno renegociar com credores internacionais ¢ suspender a moran No emtanto, com © passar do tempo, outros problemas comegaram falta de credibilidade do plano junto a opi pelo fato de se ter langado mio de um congelamento, tal como fora Feito no Cruzado, expe eneficios no cute prtza, mas produzia eleitos desastrosos a medio prazo, Em segundo lugar, os desequilibrios de alguns preos relativos, pesar do Cuidado que se tomara na implantacio do plano, aliados 20s grandes superavits na balanga comercial, causavam consideraveis pres- Ses inflaciondris, Em terceiro lugar, a manutengao do regime de taxas de juros reais positivas, ao mesmo tempo em que inibia a explosio de consumo — algo, de fato, almejado —, também estimulava o dire- Gionamento do investimento para © setor financeico em detrimento do produtiva, © que constituiria um grande problema, sobretudo no mé- dio prazo, Por fim, embora fizesse parte da estratégia do ministério da Fanenda, para que © plano fosse bem-sucedido, a realizagao de uma reforma tributaria, esta nao foi levuda adiante pelo governo devido as mais diversas restrigdes, sobretudo ule orden {ro sucesso do Plano Bresser. Em primeiro lugar, havia uma 10 pliblica, especialmente lente que havia trazido, como se sabe, grandes politica “Apesar do congelamento de pregos, as taxas de inflac2o permane: ciam elevadas. Por essa razao, avtorizou-se um aumento emer sncial de precos, ainda no més de agesto, antes que terminasse 0 prazo pre Visto inicialmente — 3 meses — para que se iniciasse « hbenilizacio dos precos, Em dezembro de 1987, a taxa de inflagao mensal atingiu 14,1496, precipitando © pedido de demissio de Bresser Pereira 13.4.3. Mailson da Nobrega: da politica do feijao-com arroz ao Plano Verio Mailson da Nobrega sucedeu Bresser Pereir,no comando do, Mi nistério da Fazenda e empreendeu, ao longo de 1988, uma politica econémica timida, gradual ‘¢ pouco intervencignista, de orientagao ‘eminentemente ortodoxa, denominada politica do feifao-com-arroz. Sev objetivo era cortar 0 déficit operacional de 8% para 4% e reter a inflac30 xo sedor dos 15% aum, Dentre as medidas tomadas para estabilidat xa de inflagho ¢ desaquecer 4 economia, destacam-se 3 suspehsto Capitulo 13 « Teoria da inflagso Inarcial e Poliicas de Estabilizagao 175 temporiria dos reajustes do funcionalismo piiblico € o adiamento dos aumentos de pregos administados. 1A politica do felfdo-com-arroz nao teve sucesso e, em julho de 1988, quando a inflacio jf ultrapassava a marca de 24%, os precos puiblicos foram reajustados. Emitia-se moeda para cobrir os superdivits {da balanga comercial. A nova Constituiclo, promulgada naquele ano, amarrou ainda mals os gastos oramentirios da Unio, dificuktando a pretendicla redugio dos gastes publics Em novembro de 1988, celebrou-se, entre governo, empresirios € trabalhadores, um alardeado pacto social, que estabelecia timites pars aumentos de precos € propunha uma revisio dt metodologit de res justessalariais e um plano para equilibrer as contas pablicas. Apesar de toda « discussd0 anterior ao pucto, este nJo trouxe os resultados espé rados € causou descontentamento a todas as partes envolvidas. No fentender dos trabalhadores, © poder de compra dos salirios erescia hens que 6s pregos, Os empresirios justificavam os aumentos de pregos em rizto de uma suposta subestimacio das custos de procu- (ao. O governo era prejudicado pelo reajuste defasado das tarifas pv bieas em relagdo aos pregas dos produtos do setor privado, Nao rest va akernativa a0 governo senao decietar um ovo plano econdmico [que procurasse solucionar os impasses distributivos, Em 15 de janeiro de 1989, foi anunciado 0 Plano Verio. Tratava se, mais uma vez, de um plano misto, com caracteristicas heterodoxas © ontodoxas. Foi 0 terceiro choque econdmico € a segunda reforma monetiria do governo Sarney, cuja credibilidade j se encontrava bas: momento, Criou-se uma nova unidade monet ), equivalente a mil eruzados, © délar for colada NCzS 1,00, apés uma desvalorizagay da ante arranhada ness ria, © cruzado novo ( move nacional © Plano procuraria, no curto prazo, contrair a demanda agrepada 6, no médio prazo, promover queda das taxas de inflagao. Os mecanis mos utilizados foram a manutengio de taxas resis de juros elevadas. resttgao do crédito a0 setor privado, desindexagao e promessa de ajus Te fiseal, As maiores dlividas pairavam sobre este dltimo item, sobret do por ser um ano eleitoral Mais uma véz, 08 precos foram congelados por tempo inde: terminado, nos niveis em que se encontravam no dia do antincio do plano. Alguns pregos foram realinhados antes do congelamento para vitar os problemas de defasagem de precus ocorridos no Plano Cruza- fo. Os aalitios, por sti vez, forim convertidos pelo poder de comps medio dos dove meses anteriores e reajustads em 26.1%, A URP, inde: 16 Parte 4 » Anas 1988: Grise eInflagao sxador dos sari, foi extinta, Caberia a6 Congresso Nacional deterini- nar como seria conduzida, a partir de entio, a politica salarial (0 IPC continuaria a aferira inflagio oficial, mas a OTN foi extinta (Os contratos pés-fixados foram congelados nos valores de 13 de janet ro, enquanto 6s prefixados seriam calculados com base em uma fablita de conversio diiria, A extingo simultinea da OTN ¢ da URP, os indi ces mais utilizados para a indexagio da economia, traziam 3 tona possibilidade de o pais ter de enfrentar unia hiperinflagio caso 0 pil nao desse resultado. Desde 0 inicio, varios fatores colaboraram para determinar 0 fr sasso do plano. A inflagio que cai para pouco mais cle 3% em fever sea, ji em abril, para mais de 7%, Como contrapartida, 0 ota eal por ro, elev governo viuese obrigado a elevar as taxas de juros, © que f terra a promessa de reduir 0 déficit pablico nuquele ano. Fm pouco tempo, alguns aumentos foram autorizados, 0 cruzado novo foi desva Jorizado e o congelamento comecou a ser desfeito. 4 indexagio voto 2 ser praticada com a criago dos Bénus do Tesouro Nacional (BTN) Em setembro de 1989, 0 governo suspendeu o pagamento dos juros d divida externa, em razao da deterioragto do saldo comercial (Os siltimos meses do governo Sarney foram marcados por win verdadeiro caos politico e econdmico, Nav lnvia nists credibilidade nem sustentag2o politica a0 governo, ap6s as diversas tentativas — todas fracussadas — de establlizago econdmica. Embors os trés pla- nos — Cruzado, Bresser ¢ Verio — tenliam procurado eliminar ou redutit a inflacio, esta atingia aiveis ainda mals preocupantes do que antes, no limiar da hiperinflacio. A taxa de inflacto anual em 1989 foi de 1.764,86%, enquanto as taxas mensais nos primeiros meses de 19 foram de 64,17% em janeiro, 73,219 em Fevereiro e 85,12% ns primeir (quinzena de mao. Fernando Collor de Mello assumiria a presidéncia da Repiblics em 15 de margo, anunciando um novo plano de estabilizagio econd: grinde mica — o Plano Collor —, além de uma série de medidas de impacto sobre a economia brasileira, O yoveino Collor seri objeto de analise do proximo capitulo. Questdes de Revisio 1. A partir de que momeato 3 iaflacdo tornourse un problem evinieg no ail Capitulo 13 + Teovia da lnflagdo Inercial e Politics de Quais sio as diferengas lundamentais entre o disgndstico de ir Go feito pelos inercialistas € os diagnésticos clos ec« monetarista € keynesiane? . Que economisias brasileitos contribuiram para a formulagiio da teo- fia da inflago inercial? ‘Quais eram os fatores aceleradores, mantenedores ¢ suncion da inflagao, segundo a anslise de Bresser © Nakano? tiincionaias Quais eram as controvérsias enn selacio as politicas que deveriam ser seguidas, uma vez que se tomasse como correto diagndstico da inflagio inercial? Caracterize as estratégias untinflaciondrias da Nova Republica si sores 0 Plano Cruzado. Aponte 0s principais motivos que explicain o fracasso do Plane Cruzado, . Por que 0s outros planos heterodoxos de estabilizasio — Bresser « Verto — também falharam nia tentativa de debelar o processo inf 9000 COOOOOECOOEOHOHLOOEOOHHOOOOS ____conservadora AN A; Ma Abertura comercial 9 governo Color #** Nos anos 1990, a economia brasileira recessio do inicio da década, fruto dos efeitos dos Plano mas também por uma profunda reestruturacio produtiva, Essa reestru turagio, designada por alguns autores modermizagdo conservadora, fol marcada no 86 pela twigao de impo senso de Washingior Latina. Provocou acel proceso de privatiza onomia ¢ desregulamentacio Em 1994, 0 Brasil adota bem-sucedi substancialmente os niveis inflac sobrevalorizado, no entanto, aumentarim a vulnerabilidade extern, restringiram o crescimento econémico ¢ agravaram o problema da de terioragio das contas publicas. Consenso de Washington: express americano John Williamson, que lec Gecilogo de medidas Ubcralizances © de ajustes sugerido par : as palses em desenvolvimento, concebide no imbita de orginizacces sediadas ou vinculadas a Washington, como o FMI (Fundo Monetiio Internacional) ¢ 6 Banco Mundial’ dda Alemanha © do Japact | 2. Nor Tavares & Pion (1995) 44 Abertura comercial e Oo governo Collor ABERTURA COMERCIAL NOS PA{SES EM DESENVOLVIMENTO [As discusses a tespeito da abertura da economia dos paises em descavolvimento vio além dos argumentos favoriveis © contririos, mas também englobam questées sobre a maneira como deve ser empreen- ida. Destacam-se indagacdes relativas 20 ritmo do processo de abert 12 a0 contexto macroeconémico propicio e a seqéncia da liberalizagao — ou seja, a discussto sobre 0 que deve ser lberalizado primeira, © mercado de bens ou o de capitals? a0 timing da abertura, existe um razodvel con- 10 deve ser nem muito rapido, para no agravar o impacto do ajuste especialmente sobre o nivel de emprego, rnem lento demais a ponto de se tornar vulnerivel a pressoes politicas”. Em relacto a0 ambiente macroecondmico propicio, hi consenso ‘de que 0 proceso de liberalizagao deve ocorrer em um contexto de economia estivel advindo de politicas econdmicas bem-sucedidas, possbiliando um mellior alvcayae Ue reeuisus, Destaca-se ainda 2 necessidade de que a taxa de cimbio seja desvalorizada no inicio do processo de abertura ‘A questio selativa & seqiiéncia da liberalizagao, envolvendo os -mercados-de bens ¢ de-capitais@-a quevapresenta mais-polemica. ‘grande maioria dos analistas, porém, pautando-se nas experiéncias de Chile e Argentina na dcada de 1970, recomenda, em primeiro lugar, a liberalizagao do mercado de bens, para, apenas posteriormente, libera- lizar 0 mercado de capitais, especialmente no que se refere a resti- ses sobre © fluxo de capitais externas. Para sustentagio dessa tese, hi tanto argumentos de ordem micro quanto macroecon6miea, Os aspectas de ordem microecondmica basefa: se no principio de que o mercado de capitals é nmi gil e se adapta mais rapidamente a mudangas profundas do que o mercado de bens. 3, Segundo Moreira & Cosréa (1996), esse agumenio aparece em Rodeik (1993), ‘Choksi, Michaely & Papageongiu (1991) & World Bank (1991), send que ‘exe slime & mais especifico,slirmando que “a experiéncia di supome pers tuna liberalizagio subswneit! e abrangente no pruzo de Binco anos; out Capitulo 14 = Abertura Comercial e 0 Governo Color 183 Do ponto de vista macroeconémico, argumenta-se que a possibi lidade de existéncia de diferenciais de juros e rentabilidade de invest rmentos incentivariam a entrada de recursos externos em larga escala, cuja consequéncia mais provavel seria uma apreciagio da taxa de cim bio real’. Embora se reconhega 0 potencial auto-regulatério desse movimento, existe uma preocupagio no que se refere a sua duracao. uuma vez que, em sendo longa, pode gerar um excesso de endividamento cextemo, que & 20 mesmo tempo, causa e conseqiéncia da apreciacie ‘cambial, Esse processo tende a ser compensado com desvalorizagoes cambiais de efeito deletério sobre a economia, como ilustram os casos do Chile e da Argentina (anos 1970). Outra conseqiiéncia ¢ a deteriora: ‘io do balango de pagamentos decorrente do crescente déficit em con ta corrente, pressionado por um progressive movimento de pregos re lutivos. desfavordveis aos bens comercializaveis pela combinacio de valorizacio cambial ¢ eliminagio de barreiras comerciais. Ambos o= processes tendem a provocar atrasos no processo de liberalizago co- mercial. No inicio dos anos 1980, acrrditava-se que a abertura era ineviti- vel, apesar das controvérsias @ respeito de sua conduglo, uma vez que © process de substituigao de imponagées se esgorava e comesava 2 ser questionada. Desde entio, a liheralizacao vem-se constituindo no igrande condutor das politicas econdmicas dos paises em desenvolvi- mento, © pano de fundo desse processo é a crenga em que © livre comércio possa proporcionar desenvolvimento econémico com methoria da qualidade de vida da populagio, proporcionados pelo crescimento econdmico advindo da melhor eficiencia alocativa dos fatores de pro- dugao. © Chile havia sido o primeiro pais da América Latina a promover luma tentativa de abertura de sus economia so mercado exteno ji em 1956, processo que teve que ser revertido em 1961, em fungio dos desequilibrios provocados na balanca comercial. O Brasil ensaiow um primeiro projeto de abertura em 1964, que, no entanto, falhou também, tem funcao de dificuldades no blanco de pagamentos. Jécada de 1970, varios patses da América Latina promoveram liberalizagao econémica:.o Chile em 1973, a Argentina em 1976, 0 Mé- xico em 1977 € a Venezuela em 1979. A crise da divida externa, em J eapreciacio da taxa de eimbio teal se daria em fungio da valorizaio da tat de cimbio nominal, em regime de tas Mex on através date ‘io ch hase: montis, em tim reine de taxa cass As EE 184 Parte S = Anos 1990: & Modernizagao Conservadora 1982, encarregou-se de abortar todas essas experineias liberalizantes, com excegio da chilena, A pantir da segunda metade dos anos 1980, ocorreu uma general zada abertura comercial nos paises lazino-americanos. Em 1988, 0 Bru sil iniciava sua reforma comercial com a eliminagio clos controles qua titativos e administrativos sobre as suas importacoes © uma proposta de reducto tarifiria, A abertura da economia brasileira intensificou-se a partir de 1990. ‘© esgotamento do modelo de substituicao de imporagdes ¢ a crescen- te desregulamentaglo dos mercadas internacionais contibuiram para uma reestruturagio da economia brasileiz, influenciada pela reduglo las tarifas de imponagio ¢ eliminagio de varias barreiras nio-tarkrias A tarifa nominal média de imponagao, que era dle cerca de 40%, em 1990, foi reduzida geadualmente até atingir sew nivel mais baixo em 1995, 13%, como se observa na figura 14.1 FIGURA 14.1, ALIQUOTAS NOMINAIS MEDIAS DE IMPORTAGAO 9 a5 208 anos 1980 foram medidas nao-tariférias, dentre as quais se destacava Lei do Similar Nacional, que listava alguns produtos cuja importacao cera proibida, Além disso, havia Programas Especiais de Imponacio © licengas de importagao, Todo o processo de impostacio era conduzic pela Carteira de Comércio Exterior (CACEX), do Banco do Brasil, n que se referia aos aspectos regulatorios © operacionais Paralelamente ao controle das importacbes, © governo implementa lum projeto de promogao de exportacdes. Apesar das distorgdes decor rentes da concessio de incentivos que scabavam privilegiando alguns setores, houve um avango na qualidade clas exportagdes brasilein periodo. Ou seja, aumentou a participa de setores dt indsirit ps sada em relagaio ao total das exportagdes, ao mesmo tempo em que se reduziu a panicipacio dos ntensivos em recursos naturais © mao-de-obra Enire 1980 ¢ 1990, as exporiagdes Drasileitas cresceram & méd anual de 495, um pouco abaixo da média mundial, Esse resultado, es plicvel em parte devide aos varios ajustes macroecondmicos do petio~ do; representaram uma.desaceleragao em relagio @ média de ctesc mento anual de 9.3%, otida entre 1965 e 1980, bem superos, inclu xe, 8 media mundial de 6,0% ao ano, No final dos anos 1980, havia uma certa percepcto por parte dos agentes proxlutores e dos policy rakes «le que muxelo deveria se joni dos demais paises revisto, © que fi vinha ocorrendy naa NN ee ee arte S = Anos 1990: A Modernizagio Consorvadora América Latina, © quadro de instabilidade ¢ recessio, indefinigio de politica econémica e descontrole inflaciondrio, ao sabor da politica do _fetjao-com-arroz, do ministro Matlson da Nébrega, no governo Sarney. ccaracierizou o fim da década de 1980 e inicio da de 190% Em fungao do quadro de instabilidade, reinante praticamente du- rante toda a década de 1980, grande parte dos setores da economia brasileira encontrava-se em atraso tecnolégico em comparago com os, padroes incernacionais. Esse atraso se manifestava tanto na obsolescéncia das méquinas e equipamentos quanto nos métodos administrativo- sgerenciais e nas relagdes capitaltrabalho. A aberura provocou uma profunda reestruturacao indusitial- no Brasil, razendo beneficios para 0s consumidores pela maior disponibi- lidade de hens e servigos, com melhores pregos e tecnologia, embora ‘com impactos negativos sobre 0 nivel de emprego. A abertura brasile ra se deu em condigdes particulares, sem que os fatores de ‘competitividade sistemica fossem adaptados, 0 que provocou tum dese fio exemplar para os produtores locais. Estes, a0 contririo dos concor rentes internacionais, foram prejudicados com tributago ¢ juros eleva: dos, caréncia de infr-estemura ¢ excessiva burocracta Internacionalmente, 0 cenéria & aliemvs rapidamente, Nos anos: 1970, 0 padrao de indusisiaizagio era liderado pelos complexos metal- mecinico e quimico. Na década de 1980, passou a ser condicionado pelas novas tecnologias da microeletrOnica, informitica, telecomunica. ‘9bes, pela automagio, pela busca de novos materials e de energias * rendVveis e pela bioteenologia. Suifgia a necessidade de aniculagao € definicao de uma politica industrial efetiva que buscasse uma adapta. cho do pais as transformagdes em curso na economia mundial e fo imentasse intemamente a recuperagio do atraso tecnol6gico. ‘A-caténcia de investimentos na década de 1980 refletia-se na pre- cariedade dos servicos de infra-estrutura econdmica, principalmente rnas Areas de energia, telecomunicagdes, transportes © portos. A. ctise fiscal do Estado também repercutia na qualidade insuficiente do siste- 1 educacional basic e na auséncia de desenvolvimento de progra- ‘mas de treinamento profissional especializado. Essa caréncia, além de 5A chamada politica do fodo-com-arroz prevaléceu no periode em ‘que « Minisro Mailson da Nabeega conduzia a politica econdmics (988-1989) Foi pejoratiamente assim denominada pela auséncia dk estates mais Uleinids no crnjunte das medidas adotacss, que st resting ne inter Vira mercado. A resp deste assunto, ver Tepe 1843 Capitulo 14 + Abertura Comercial e 0 Governo Collor 187 gerar ineficigncias e custos elevados, dificultwva a adaptagto da forca de trabalho a padrBes tecnoligicos mais avancados, concorrendo para 1 estagnacio dos ganhos de produtividade. Tomando-se os indicado- res de producto, emprego e horas trabalhadas, da Federagio das In- diistrias do Estado de Sa0 Paulo (FIESP), entre 1980 ¢ 1990, a produ vidade eresceu apenas 3,596 20 ano — um gantho muito baixo em com- parago com os niveis intemacionais, Do ponto de vista dos niveis de utlizagao da capacidade instal da, os dados mostram que a ocupagio se dava em nivel satisfat6rio somente em alguns segmentos industrais exportadores ¢ produtores {de bens intermedirios basicos. Os demais setores operavam com oci sidade elevada, em especial 0 segmento de bens de capital, © que implicava pressdes de custo ra estrutura produtiva e atraso tecnolégico 14.2.1. Os Planos Color Le It Fernando Collor de Mello assumiu 0 governo nesse contexto eco" némico em 1990, adotando, na seqtléncia, dois planos de estabilizagao Pianos Collor 1 ¢ Collor I. Ambos implicaram retragao da atividade econdmica como resultado direto das medidas fiscais e monetirias Jotadas, © Plane Coll 1, de margo de 1990, combinava confeso dos de- pésitos a visa e aplicagoesfinanceias com prefixacao da correg20 dos Dregos © salatos, cimbo futwant, tnbutacko ampliada sobce as apli- Capbes Financeias @1 chamada “reforma aéministraiva" que implicou 6 fechamento de indmeros orgios pablicos e demissio de uma grande Gquantidade de funciondrios © quadio fiseal era de tal geavidade que © presidente adotou um programa de dristica redugio da divida interna, de corte nos gastos piiblicos ¢ de aumento da receita fiscal. Isso permitiu que se atingisse supesivit operacional de 1,2% do PIB em 1990, para 0 que foi necess rio gerar um superivit primario de 4,5% do PIB. No entanto, dada a precariedade do ajuste, cujos efeitos foram passageiros ¢ nao duradou- 0s, 0 supertvit primario reduziu-se 2 metade ji em 1991 ‘Outro plano de estabilizagio, 0 Plano Collor II, foi adotado em jangiro de 1991, em situac2o, de desespero devido 3 reaceleragio da inflagao, Mais uma vez langiva-se mao de congelamento de pregos ¢ saldrios e da unificagao das datas-base de reajustes salarais, alem de owas medidas de contragao monetria € fiscal ‘A conjugagio dessas tentativas de combate 2 inflagio com a oestruturagio que se vishumbrava fez cym que @ periode 1990-1992 Nove modelo de inser¢gao da economia brasileira 3 TT 4. Aponte pinipais caracterstcas dos planos de exabiliza Jeu. i ‘OmIO Dy y A NACKO 4 pruvariencag °° Povo 2 < A NOVA POLITICA INDUSTRIAL A liberalizagao passou a ganhar contornos mais definitivos em 1990, como ja registrado, As primeiras indicagdes dos objetivos e dire~ (sizes da nova politica industrial foram explicitadas na Exposicio de Motivos da Medida Provis6ria 158, publicada em 15 de marco de 1990. As bases «la nova politica estavam fortemente enfocadas na questio da competiividade, em contraponto as politicas adotadas anteriormente, {que objetivavam a expansio da capacidade produtiva mediante 0 in: centivo a substituiglo das imponacdes 2 proposta inicial fot detalhada posteriormente no documento Dicetrizes Gerais para a Politica Industrial e de Comércio Exterior (PICE), divulgido em meados de 1990. O objetivo central da nova politics industial, apontado no documento, era 0 aumento da eficiéncia na produgdo ¢ comercializacto de bens e servigos, com base na modern zagio e reestruturacho da indiistria’ Essa nova Politica Industrial e de Comércio Exterior contemplava as seguintes estratégias, segundo Guimaries: a) Redugie progressiva dos niveis de protecio taritana eliminagho da distribuiglo indiscriminada e ndo-transparente de incentivos € sub~ sidios, e fortalecimento dos mecanismos de defesa da concorréncia by Reestruturagao competitiva da indastria miediante adogio de meca- fMlifios de coordenacao, de instriitientos Ue apoid crediticio ¢ de fortalecimento da infra-estrutura tecnolégica. ©) Fonalecimento de segmentos potencialmente competitivos ¢ desen: volvimento de novos setores, por meio de maior especializagao da produgo. ) Exposicio da induistia 4 competiglo internacional, visando maior in: sergio no mercado extemo, melhora de qualidade e prego no merci do intemo, e aumento da competiclo em setores oligopolizados. ©) Capacitagao tecnolégica da empresa nacional, através de protecio tarifiria seletiva as indistrias de tecnoiogia'de ponta e do Apéio 3 ifusio das inovaigdes nos demais setores’ T Ministério da Economia, Fazenda ¢ Planejamento (1991), 7. Guimaries 1995) Capitulo 15 + Navo Modelo de Insergao da Economia Brasileira 191 Para atingir esses abjetivos e cumprir as estraégias delineadas fo ram criados dois mecanismos principais: 0 Programa de Competitividade Industrial (PCD € 0 Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade (BOP) (© BNDES também teve papel fundamental nese processo. No final dos anos 1980 ¢ inicio dos 1990, defini: um modelo de desenvol vimento denominado #ntegragdo competitiva, baseado nos conccitos de compettividade e produtividade desvinculado de politicas setoriais, ‘As novas linhas de financiamento eram direcionadas as induistrias que apresentassem resultados em termos de competitividade, como progr ‘mas de qualidade total € aprimoramento de tecnologia e de mito-de- obra Para as pequenas empresas foi institufda uma carteira de investi- mentos de risco, « Contec, visando suprir caréneias de capital. O finan: ‘Giamento do comércio exterior ficou a cargo do Finamex, enquanto © Finame agricola destinava-se & agroindlstria, Na intengao de fomentar fusdes e incorporagdes de empresas, foi langado o Programa de Reestruturagao © Racionalizagio Empresarial no segundo semesire de 1992. © BNDES foi ainda indicado gestor do Programa Nacional de Desestatizagio (PNDY. © Plano Estratégico do Sistema BNDES priorizava ués focus de 8) Modemizacio da estrurura produtiva existente, incluindo melhorias tecnoldgicas em unidades instaladas, substituigio de processos ¢ mesmo de tinidades produtivas obsoletas, aplicaczo de sistemas de automagao industrial ¢ de controle de processo, introdugo de novos produtos, reestrituraco de modelos de comercializagio, de adminis tragho tWenica ¢ firanceita, ¢ estimulo 3 associagoes entre empresa bb) Ampliagio da eapacidade produtiva por meio de expansdes ¢ no instalagdes em setores de bens de consumo ¢ de insumos bisicos 1 investimentos visavam atender 2 demanda interna e externa para Ielamente & modernizagao dos processos produtivos. © Investimentos nos setores de infraestrutura, particularmente nos sotores de energia elética, transportes € portos; previa-se a amplia ‘cao da pantcipacao de capitais privados em atividades anteriormen te sob a responsabilidade estataP? B Ver Capitulo WO. 9. Navi 1901 192 Parte 5 Anos 1990 A Modernzaga0 Gonservadora [As prioricades na destinago dos recursos objetivavan incremen to de competitividade e produtividade industeal, ampliacio € modern zagao dos investimentos em infra-esirutura, redefinican do papel do Festado, parceria com a iniciativa privada e tentativa de diminuigao de clesequilibrios regionais ¢ sociais. A combinagio da nova politica in dustrial com a recessio provocada pela politica de estabilizaglo € ‘vigor implicou, por pare das empresas, um severo ajuste «ue se esten- dria ao longo dos anos subseqdentes. desse ajuste foi © niimezo significativo de demiss6es. posios Uma fac Dados da FIESP revelam que a indistria paulista desfez 278.467 de trabalho em 1991 e 277.529 posios em 1992, Em 1993, com a reto- sucks do crescimento da economia, registrou-se uma timid recuper (80, senda criados 4.908 novos postos dle trabalho" Vale destacar que as demissdes no se restringiram aos operisios sas também alingitam dccas administrativas e cargos de diregao, dene: tando nio somente um movimento de ajuste da producio, mas urna reesiruturagao dos processos administrativos, As mudangas ocorrerim tem fungio de técnicas administrativo-gerenciais mais modernas, como fs processos de reengenharia e qualidade total, além da sistematica Jkanban", na disposigto de materiais e produce. [As inclistrias adotaram estratégias diferentes nos dois periods dle “depressdo veriticados nas ultimas duas décadas: 1980-1983 © 1909-1992 No primeito, o ajuste se dera essencialmenie no Ambito financeiro- patrimonial, observando-se uma significativa redugio dos niveis de endividamento, As empresas compensaram a redugio da produgio ¢ —cemanda com 0 aumento crescente dos ganhos nao-operacionais. J no segundo perfodo, aum cenério de abertura comercial, 0 ajuste pro ‘vocou uma reestruturagie da produgio propriamente dita, Este ajuste cenvolveu as sequintes medias: + concentragdo em linhas de produtos compeiitivos + reducho da diversificagio da produgio, 10, Essa questo apresenta ainda alguns pontos nao suficientemente eselarec dos, tendo em vista que © movimento de terceinzagao que se obvervava no periodo transferia atvidades para pequenas e médias empresas que nem sempre fazem pare da amostta di FIESP. No cnlanto, mesmo com ess ressva, a diminuigio dos postos de tranalbo na indstria se evelava ur tendencia inexorivel part osn0s 1998, aglizar vs processes Trata-se de método japonts de suprimento, que vs dle producto peta reposigio ripicae adeqqsla das components fink Capitulo 15 + Novo Modelo de insercao da Economia Brasilia 193 * terceirizagao de atividades; e + implaniagio de programas de qualidade ¢ produtvidc No se observatam investi dotiva, mad sim nos processos de produgio, que liveram de xe aptar ao novo cenitio de aberura que sé delineava, Bilschowsky Wentiico numa ama de 55 empresas transnacionais das 10K) maiores instr. de transformagie, que aproximadamente 809% demiticam mais de 10 dos seus enpregados em 1990-1991, sendo que a médiaesteve en tozne de 20%. 29% no setor ée equipamentos de transporte; nos de eleronica/telecomunicagies, equipamentos i cos, quimica & metalurgia sien; proxima de zero no de alimentos ¢ 15 (0s em ampliaglo da capacidade prev ros dlemais rimos. A pesquisa revelow and, segundo os entaevis ue mais da metacle dessis demissdes era de orem estrutural Adicionalmente, as empresas em geral apresentavam outs det Encias no menos importantes * Tentidio de resposta as alteragdes da demanda, + baixa Mexibilidade na producto, * defici€neias de qualidade e desempenho dos produtos. Esse conjunto de deficiéncies também ontribuia para a reduzida wacidacle competitiva das indtistrias, consideranda sua fala de pron: tidy para atender as demas por uovus langamentos, sOPSICAG AO. qualidade e diversidade dos bens e servicos ofertadas, As principais caracteriticas deste ajuste forum a dessenicalizaci 4 Jerceirizapdo. Em outras palavras, as empresas passaram a se espe cializar € a se concentrar nas suas atividades pfincipais, encerrire tividades de plantas e linhas procutivas secundérias. AKim disso, pas saram a adquirir de outras firmas alguns servigos anterioemente sup dos internamente, sobretudo atividades intensivas em mao-de-obya con limpeza, vigilincia, uansporte, cozinha, manutengic de equipaments 0 PROGRAMA DE PRIVATIZACOES A questio da privatizagao foi um dos aspectos mais polemivos da década de 1990, Freqdentemente, discutiu-se 0 que deveria e 0 que indo deveria ser privatizado, quais eram as implicagdes do process © que as conseqiiéncias poderiam acarsetar para 0 pais. Eni nou-se a propria importincia do programa de privatizacoes. case, Parle 5 + Anos 1990: A Modernizagao Conservadora Na década de 1980, a privatizagao caracterizou-se como uma Fase de reprivatizagio de empresas que haviam sido absorvids pelo Esta ddo, geralmente em fungio de dificuldades financeitas, Por outro lado, Sinda mio havia a intengao de se criar um programa definido, em larga scala, pois o principal objetivo no era a yeragao de receitas para © fesouro, mas sim evitar que © gavemno ampliasse ainda mais sua pre~ ssenga no setor produtivo. © resultado obtido com a reprivatizacao de $38 empresas de pequeno porte foi a arecadacio de cerca de USS 780 ‘milboes. Com a criagho do Programa Nacional de, Desestatizagao (PND), em. 1990", 0 processo de privatizagdes foi intensificado, tornando-se pute integrante das reformas econdmicas do governo. Inicialmente, 68 Empresas foram incluidss no Programa, quantidade que se fot alteran- do no decorrer do tempo, com a entrada de novas empresas © a excl sho de outras, Até setembro de 1998, somente no Ambito federal, 60 Ccompanhias ja haviam passado das mtos do Estado para 0 setor priv do, gerando um resultado de aproximadamente USS 28,49 bilhdes (0 BNDES teve fungao importante no PND, pois foi designado sgestor do Fundo Nacional de Desestatizacio (FND). Suas principais Strihuigdes estavam relacionadas 2 licitacao € 2 contratagao dos prestadores de servigos que atvariam no PND, ou seja, consultores & lauditores encarregados de realizar a8 avaliagdes econdmico-financei- tas, propostas de modelo de venda e auditoria do processo de vend ide cada empresa, bem como as empresas encarregadas da divulgacio das informagdes relativas ao programa, A ele também caberia superi= Sionar, acompanhar e coordenar 0 trabalhos dos consulrores ¢ auto: fos até as operagoes finais de venda, assim como recomendar ao Con- ional de Desestatizagio (CND) as condicdes ‘bos ajustes prévios A desestatizacao das empresas, se necessitios, ee tar as decisdes do CND, divulgar ao pébligo todas as etapas eo» resultados do proceso ¢ administrar 0 FND, onde sao depositadas a agdes das empresas incluidas no PND, v selho N: sgenais de 15.2.1, Resultados das privatizagdes apés a criagao do PND: de 1991 a 1998 ‘As desestatizagdes do Governo Federal tiveram inicio coma vend dda siderdingica Usiminas por USS 2,31 billies, em leilto realizado ne Polka de Valores do Rio de Janeiro, em outubro de 1991, No periods 15.0 PND foi erkudis em 1990 pela Lei 8031/90. 1 Capitulo 15 * Novo Modelo de Insergio da Economia Brasieica 195 imediatamente posterior a criagao do PND, em 1991 € 1992, 0s resulta- dos das privatizagoes jf foram consideriveis. Haviam sido desestatizadas 18 empresas dos setores de sidenurgia, fertiizantes © petroquimica, ge rando uma receita de USS 4 bilhbes. Dessas privatizagoes, 4 ocorreram durante o ano de 1991 ¢ 14 em 1992, De inicio, © PND concentrou esforgos na venda de estatais produ tivas, pertencentes a setores anteriormente considerados estratégicos para o desenvolvimento do Pais © que, por isso, permaneciam sa nies do Estado, © incentivo & compra, por parte dos interessados, fot realizado mediante a aceitagao, em grande escala, das chamadas moe- das de privatizagdo™, ttulos eepresentativos da dlivida paiblica federal entre 1993 195, concluiu-se a desestatizacio do seror siclening co, tendovse arrecadado USS 4,5 bilhes com a venda de 15 empresas oe cm 1993 ¢ 9 em 1994. Intensificou-se 0 uso de moeda corrente, © ‘que, porém, ndo diminui a importancia das moedas de privaizacio Dara alwvancar © proceso foram introduzidas mudangas na legislagio. de forma a permitic a ampliacao do uso de créditos contra 0 Tesouro Nacional como meios de pagamento, a vend de participagdes minoritérias, detidas direta ou indiretamente pelo Estado, e a elimina. (ao da discriminagdo contra investidores estrangeiros, permitindo sua faricipagao em até 100% do capital vounte das empresis # sere alienadas, TO proceso de privatizagto brasileiro admite, para aquisigao das participa (oes acionarias das soctedades 4 Seren desestatizadas, Outs meias de Fagament,aléan da moeda corrente: as chamadas moedas de privatizai Rio civkias contraidas no passida pelo Governo Federal, que sio acets Crna forma de pagamente das agdes das empresas eats que esto sen ‘os pivatizais, Dessa Forma o Governo Federal reduz seu endividament ‘Cuca com os compromissos Financeiros provenientes dessus divids Cube ao Presidente da Republica decidir sobre © percentual minimo de tmocds corence a ser uliizada na prvatizacao de cata empresa. percentual fesante poders ser complementado com as moedas dle privatizagio, As moedas de privatizagao vtilizadas no PND sto ax sequintes + Debéntures da Siderbris (SIBR) + Cenificados de Privatizagio (CP), 1 Obriaagdes do Fundo Nacional de Desenvolvimento (OND: {Crédit Vencidos Renegociados (securtizides) (DISEQ) D Titulos da Divida Agraeta CTODA), 1 Tiulos da Divida Externa (DIVER J eteas Hipovecirias dl Caixa Beondnica Federal (CEP 1 Notas dor Tesora Nactonal, série MNTN-M 96 Parte 5 « Anos 1990: A Modermizagao Conservaaora A partir de 1995, conferiu-se niaior prioridade as privatizagdes. Criow-se 0 CND, ¢ a privatizagio das estatais que atuam no segmento industrial fot praticamente concluida. O escopo do PND foi ampliado ‘com as concessdes de servigos piiblicos a iniciativa privada, Essas con- ccessdes inclufam 0s setores de eletricidade e as drcas de transportes telecomunicagdes, o que acrescentaria 10s objetives do PND a melhoria da qualidade dos servigas piiblicos, por meiv do aumento dos investi rmentos a serem realizados pelos novos controladores. A inclusto da Companhia Vale do Rio Doce no programa de pr vatizagdes © © apoio as priv com 0 suporte do Gor izagdes estaduais, a cargo dos estados sno Federal, também foram muito importante npliagio do escopo do PND. De um toil de 19 desestatizagoes lizadhas no periodo em questio — 8 em 1995 e 1 em 1996 — foram, arrecadados USS 5,1 bilhdes Em 1997, 0 Programa Nacional de Desestatizagao alcangou gran: les resultados com 2 privatizagio da Companhia Vale do Rio Doce, 0 \éimino da desestatizagao da RFFSA, o arrendamento do Terminal de Contéineres 1 do Porto de Santos, 2 aceleraglo do processo de desestatizigao de empresas estaduais © 0 leildo de sobras das ages ordinarias da Escelsa, Asm disso, merece destaque especial pr vvenda do PND no setor financeiro, com a priv ional do Brasil S/A. Realizaram alcangado um resultado de USS ago do Banco Meri 4 privatizagoes federais, tendo-se 416 bilhoes, As privatizagoes no Ambito estadual ganharam impulso: foram vendidas a Companhia de Eletricidade do Rio de Janeiro (CER), & Companhia Estadual de Gas do Rio de Janeiro (CEG) Riogsis $/A, 2 Companhia de Fletricidade do Estado da Bahia (COELBA) ¢ as Com: panhias de Distribuicho Nonte-Nordeste © Ceniro-Oeste da CEE. Le m consideragao também a vencht de pasticipagdes mine: rititias dos estados em empresas como 1 Companhia Riograndense de Telecomunicagdes (CRT) ea Companhia de Eletricidade de Minas Gerais (Cemig), o resultado das privatizagdes estaduais atingiu, até 0 final de 1997, aproximadamente, US$ 14,9 bilhoes, No Ambito legal, a aprovagae da Lei 9.491/91 também foi muito imporante para o,processo de privatizagdes brasileiras, uma vez que inclutu varios adendos & Lei 8.031/90, que crite regulamentara 0 PND. Com a nova lei, péde-se passar a uiilzar 0 FGTS no PND, por meio de investimentos em fundos de privatizigio. O maior impacto, berm, fol causido peta sprovacio dt lei 9472/97, a cham Lt Geral das Telecomuni ices, que autorizou a privatizgo do Sistema Capitulo 15 + Nove Modelo Insergae da Economia Brasile Ww Telebras e'criou o orgao regulatGrio do setor, a Anatel, Env lecorréncia se novi lei, iniciou-se 0 processo de privatizagio do setor de teleco inicagods, Foram lictadas concessoes de telefonia mével celular para s areas do territ6rio nacional, no valor de USS 4 bilhoes. TABELA 15:1. AESULTADO DAS PRIVATIZAGOES NO AMBITO FEDERAL 19171208 (US$ BILHOES) ts | tt |r” | au 4 1,61 0.37 | 198 | 109) | 9.63 1.63 rae a | ae Ls Les privatizndas, rendenidu w Geverno Federal um coral de USS 26 bilhaw th receita decorrente dessas vendas e do repasse & iniciativa privada de cis concessoes da Rede Ferrovidria Federal, além do arrendam para exploragio de um terminal de contéineres, no Porto de Santos. Chegou 4 USS 23,226 bilhdes — incluindo a transferéncia de USS 8,12 bilhoes em dividas para a iniciativa privada, conforme a Tabela 15.1 Com « vend «las panticipagGes minorities que © governo det se wma receita adicional da order nha em outras 25 empresas, RerO% de US$ 2.799 bilhbes — elevando para USS 26,075 billioes © montant arecadado dentro do PND. (0 recorde de receita foi estabelecido na venda da Companhia Val do Rio Doce, leiloada por USS 6,858 bilhdes Gncluindo a transferéncis de US$ 3,559 bilhoes em dividas), praticamente a metade do prey :minimo ixado para a panicipagio do governo no Sistema Telebras. Outras 18 empresas chegaram a ser incluides no Programa de PrivatizagOes, mas acabaram sendo excluidas do processo ou simples ividades encerraclas pelo governo, dante da fal: a schas empresas sere privatizach mente tiveram suas de interessados aa compra. Na relaco dk permanecem outris 15 estaais, incluindo u Sistema Fletrobris € Parte § + Anos 1990: A Modemizagao Conservadora Banespa, transferido para a Uniao no. proceso de renegoctagio das dividas do governo paulist: Enice 1991 € 1997, 0 setor sideningico fot aquele que mais gerou privatizigdes (aproximadamente 32%), seguido pelo setor cle mineraglo (com cerca de 19%, sobretudo devido a venda da Companhia Vale do Rio Doce, o setos de energia (17%) € 0 petroquimico (25%). Os pagamentos foram realizados, em sua maioria, em dinheito (5100), seguidos de Titulos de Débito Federais (2494), Debentures da Siderbris (899, Cemfcados de Privazagto (7%), e outras formas de ppagamento (10%). receitas para A arrecadagio do Governo Federal dentro do PND foi, durante ‘muito tempo, proveniente das moedas de privatizaglo, Cerca de 30% ddos US$ 26,8 bilhdes arrecadados vieram de titulos de dividas contrat das pelo Governo Federal no passado. De acordo com dados divulga- dos pelo BNDES, nas 56 privatizagbes realizadas desde 1991, incluindo as participagdes minoritirias em 25 empresas, USS 8,86 bilhOes entra- ram no caixa da Unio sob a forma de titulos de dividas, valor equiva- Tente a 49,4% do total arrecacado em dinheieo. Nos trés primeiros anos do programa, essas “moedas" chegaram a representar entre 93% ¢ 999% da receita total auferida pelo governo nos leildes de privatizagao. En- tretanto, nos ‘limos anos, © percentual tem diminuicdo bastante (© ano de 1998 foi marcado por varios processos de desestatizago ro setor de energia e também pelo inicio do proceso de privatizagao do setor de Telecomunicagdes. FLUXO DE CAPITAL ESTRANGEIROS : INVESTIMENTOS DIRETOS, Um aspecto positivo vem sendo registrado nas contas externas esté sendo possivel melhorar a qualidade do financiamento devido & maior parcela de investimentos diretos — que atingiram US$ 17 bilhoes ‘em 1997 —e av fato de o Brasil ter conseguido alongar 0 perfil da sua divida externa no mercado internacional. Ao mesmo tempo em que 0 ‘deficit em contas eorrentes passou a representar parcelas crescentes das exportagdes; 0s investimentos diretos estrangeiros também adquiti Fam maior importincia no financiamento do déficit em transagdes cor rentes, tEnquanto a rekigo expontagbes/déficit en} transagdes correntes ceresceu de 1.7% em 1993 para 63.1% em 1997, os investimentos diretos Capitulo 15 « Novo Modelo de Insergao da Economia Brasileira 199 cestrangeitos chegaram a financiar 50% do déficit corrente em 1997. De fato, 2 posigio do Brasil no ranking dos principais paises recebedores ce investimento direto estrangeiro evoluiy da décima sexta posi¢ao em 1994, para a décima quarta, em 1995, e quinta, em 1996. (© aumento da captagao de investimentos diretos estrangeiros tem permitido ao Brasil usufruir de um maior potencial de poupanca exter na. A participacio dos investimentos diretos em relacio ao PIB fot de 2,0%%, em 1997, a melhor marca desde os anos 1970. Entretanto, a partcipacio brasileira na absorco dos fluxes de in~ vestimento mundial, embora se esteja elevando desde 1993, tendo atin pido 2,7% em 1997, ainda encontra-se muito aquém do desempenho ‘obtide nos anos 1970, quando chegou, em alguns anos, a absorver ™ do fluxo mundial. Observa-se a mesma tendéncia em relacdo & participagio brasil ra no fluxo de investimentos diretos esirangeiros destinaclos aos paises fem desenvolvimento, que atingiu 6,7% do total em 1996, igualmente aquém do desempenho dos anos 1970, quando chegou a representar 30% do toral FIGURA 151, PARTIGIPAGAO DO BRASIL NOS FLUXOS MUNDIAIS DE INVESTIMENTO DIRETO ABSORVIOO — 1970/1986 Fone UNGTAD — WoW fximen Report — averne nero Sabect Parte 5 = Anos 1990: A Modernizagao Conservadora GURA 152. PARTICIPAGAO DO BRASIL NOS FLUXOS MUNDIAIS DE INVESTIMENTO DIRETO DESTINADOS AOS PAISES EM DESENVOLVIMENTO — 1970/1996 Fonts: UNCTAD — World investment Report — verso nimeosSobeet 15.4. Uma tendéncia mundial, observada também no nove fluxo de ins vestimentos ditetos direcionados para a economia brasileira © que a tem influenciado de maneira sigaificativa € 0 crescimento do processo de fusdes e aquisigdes. Aproveita-se, assim, a insergo local das firmas ‘adquiridas, a despeito da forma tradicional, ou seja, baseada em novas acdes. DEBATE CA DA VIABILIDADE DO MOD INSERCAO DA ECONOMIA BRASILEIRA, A sustentabilidade do modelo de inserco da economia brasileira vinha sendo questionada, pois, 0 mesmo tempo em que ingressavam grandes volumes de investimento, observavam-se juros elevados e chm: bio sobrevalorizado. (© tema suscitow intenso debate. Por um lado, membros da equipe yaémica como Franco, Mendonga de Barros e Goldenstein aposta Alises ertcas do proces ‘vam na estratégia governamental; por out, 50, como Laplane e Sart, destacavam que a te timentos era a de se voltarem para os setores de mao-comerciiz psirangimentos no financiamento clo Balan {co de Paggamentos. lcerda apontava distorgdes entre a potitien de es ndéneia dos novos inves 16 que poderia provoca Capitulo 15 = Nove Madela de Insergao da Economia Brasil aor tabilizagag € a auséncia de uma melhor definicao de politieas de competitividade"™. 15.4.1. Argumentes favoraveis a posigao do governo Analisemos primeiramente os arguments favoraveis 3 politic governamental. Mendonca de Barros ¢ Goldenstein destacavam que fa passava simultaneamente por quatro processor economia brasilel abertura da economia, estab que interagiam entre si: globalizaga zasio € privatizago, Essa tansformacées estariam alteralo 3 est fun basiea do capitalismo brasileira ¢ provocando uma “verdadei (Os autores consideravam que as eriticas aos processon erat de correntes da dificuldade de separar 0s efeitos conjunturais (como a alt taxa de juros, por exemplo) da mudanga estrutunl, tal como a deseer tralizagdo produtiva (© segundo aspecto que destacavam era a excessiva concentrs «40 dos r1ovos investimentos nos setores de bens de consumo dur 696 do total levantado, Com base sia andlise eis, que representam 72) dos projetos de investimentos de 79 empresas estrangeiras pa pertodo 1994/1998, detectou-se que mais da metade do total de ie Vestimento previsto de USS 14,8 bilhoes concentrava-se ma produy de autoveiculos (auioméveis, Onibus, caminhoes, trator ageicolas, equipamentos de terraplanagem ¢ respectivas pevas © con onentes), Segundo 0s autores, a explicacao para esse fato se encon itaria na expansio do mercado doméstico em decorréncia dt estabil zagio da economia .- msiquinas ‘Um dos principais pontos dor debate econdmico tratava cht Capa iit em conta corrente no haan dade de o Brasil financiar 0 seu di de pagamentos. O argumento central daqueles que apostava ni sia tranqhila era que o déficit em conta corrente apresemtava a st ‘contrapartda na captagao de poupanga externa, Assim, © componente fexterno complementaria a baixa taxa de poupanga interna propicianc! ft sustentabilidade do balanco de pagamentos ¢ dos investimentos, # Esse componente extern provi sim como do crescimento econdmico. a do aumenty da participacio do investimento direto estrang Franco (1996); Mendonga de Burns & Galdenstein (199) (1997) € Laverda (1998. 16, Mendonca de Ihutros & Goldenstein (199713), 5 Parte 5 + Anos 1990: A Modornizagao Conservadora meio da instalagto de novas fabricas ou através do movimento de fu: ses € aquisigdes, incluindo ai o processo de privatizagio, AA erescente entrada de novos investimentos diretos estrangeiros foi crucial para o financiamento do déficit em transagoes correntes do balango de pagamentos. Em 1997, 0 volume de investimentos diretos esangeiros alcangou USS 17 bilhdes, praticamente a metade do dé it corrente. Esse foi um fator positivo pois eram de recursos de longo pmzo. O Brasil é 0 segundo pais em desenvolvimento no ranking dos receptores de investimentos diretos estrangeiros, logo apés a China © governo apontava a desvalorizagio gradual do real como ame- nizador dos problemas dos produtores locais « exportadores, ¢ as priva tizagdes previstas como grande trunfo de que dispanha a economia brasileira para 0 rompimento de dois grandes gargalos no desenvolvi mento: (a questio externa, como atrativo para novos investimentos liretos; ¢ (i) a superagao das restrigdes de recursos estatais para finan- ciar 05 elevados investimentos em infra-estrutura necesstirios para st portar o crescimento continuado da economia, 15.4.2. Criticas & posicao do governo © cambio soheevalorizade as elevadas taxas de jur0s praticu até janeiro de 1999 devem ter sido © principal fator de resirigho dos invesimentos. As evidéncias mostram que 0 acréscimo potencial que podera estar sendo representado pela contrapartda proporcionacla pela levacto da poupanga externa no se tem refletido no aumento da taxa de investments Constata-se que a vulnerabilidade externa decorrente do cxescente deficit em contas correntes no balango de pagamentos ¢ 3 suai conte partida representada pelo aumento da poupanga externa tém fi do © consumo © nto o investimento, numa combinagio de deficits [gémeas (em contas correntes € contas puiblicas), com destaque para o peso do componente jusos do dict puiblico, fea fiscal, todo 0 esforgo arrecadat6rio, que fez com que carga tributéria bruta crescesse de 26% do PIB em 1993 pam 30%6 xo PIB em 1997, vinha sendo consumidlo pela conta dos juros reais, que de 49% do PIB a0 ano. Isso porque 0 cendividamento piiblico, somente em nivel Federal, que er de R860 bilhoes, no inicio do Plano Real, jf superava, em margo de 1998, 0 montante de RS 287 bilhdes. Com a peitica de juros etevados, dificil mente este custo pexleria reduzie-se substancialmente no cure prizo, representa Capitulo 15 « Nove Modelo de Insereao da Economia Brasileira 203 Questoes de Revisio 1 - Que avaliagto do Programa Nacional de Desestatiz Quais foram as prineipais estratégias estabelecidas pela nova polit a industrial e de comércio exterior adotada pelo governo brasileiro? . Identifique 0s principais ajustes microeconémicos que tiveram de ser realizados pelas empresas para se adaptarem 20 novo cenario feita a partir dos dados apresentados neste capitulo? . Comente « panicipagio do Brasil no fluxo de investimentos diretos esirangeiros nas anos 1990 tanto em relagio ao fluxo mundial come .queles direcionados aos paises em desenvolvimento. . Explique, de inaneira sucinta, 08 principais argumentos favoriveis € contririos a0 novo modelo de inserg2o intemacional da economia brasileira +6 Plano Real e seus desdobramentos 16.1, © PLANO BM SI Parte 5 « Anos 1990: A Modernizagao Conservadora Reduglo dos gastos da Unizo ¢ aumento da eficiéncia no ano de 1993, Recuperagao dla receita tributary Equacionamento das dividas de estados € muniefpios com & Unido; Controle mais rigido dos bancos estaduais; faneamento. dos bancus federais; Aperfeigoamento do programa de privatizagio, ou sea, redu ‘ho da participagao do governo na economia através da privatizagao das estatas, © governo tomava como correto 0 diagndstico de que © desequilibrio era decorrente de problemas fiscais. Apontava © setor financeiro como beneficiirio direto do desajuste, pelo efeito das taxas de juros € inflagio sobre suas receitas. A partir dessas constatagdes, previa-se que, quando a inflagio caisse, ¢, conseqilentemente, houves- se uma redugao dos juros, diversas instituigdes financeiras teriam que recotrer a0 Banco Central para sobreviver. Seria necessirio promover lum processo de saneamento dos bancos pablicos e privados, de ma- neira a garamtir a sobrevivéneia de wm sistema bancirio saueavel [As medidas iniciais do PAI foram: + Corte orgamentario de USS 6 bilhbes em 1995, com prioridaces definidas pelo Executive a serem aprovadas pelo Legislative; = A proposta orcamentiria .da em um etimnativa Fealisa da receita, a0 i f basead no desejo de quanto o govemo pretendesse gastat; Encaminhamento de Projeto de Lei que limitasse as clespesas ‘com os servidores civis em 60% da receita corrente da Unido, assim como dos estados ¢ municipios, q que permitiria exercer ‘aioe controle sobre os gastos com funcionalisino; Elaboragao de Projeto de Lei que definisse claramente as nor mas de cooperagdo da Unio com estados e municipios. Esta lei também estabeleceria a obrigatoriedade dos estados © mu nicipios de se manterem em dia com seus débitos com a, Uniso para teceberem verbas federais. Esta rigidez legal foi imposta por ser um elemento essencial para outras etapas do Plano Real. : com essas medidas, 0 governo pretendia efetar um aust Fiscal pas contas pablicas © aprotundamento do ajute fo viablizde & par mci, Cujo objetivo era equili- tir da eriacio ck Fundo Social de Emer Capitulo 16 « Plano Real e seus Desdobramentos 207 brar o orgamento e atenuar a excessiva rigidex dos gastos da Unido, determinada pela Constituigio de 1988, Dentte os problemas com os quais 0 governo se defrontava, desta cava-se a falta de recursos para execucio dos servigos bisicos sob seu tencaigo, bem como para realizar os investimentos necessirios a0 desen- volvimento do pais. Ademais, os escassos recursos de que © governo dispunha para investi eram desperdigados devido & ineficiéncia. Para auxiliar 0 governo federal a equilibrar suas contas no biénio 1993/94 foi aprovado 0 Imposto Provisério sobre Movimentagio Pinanceira (IPME)" Combate a sonegaci0 A evasio fiscal inviabilizava 0 ajuste das contas pablicas. Dacios dda Secretaria da Receita Federal indicavam que, para cada cruzeiro arrecadado, outro cruzeiro era sonegado, Como parte do PAI, o gover ro federal iniciou uma campanha massiva de conscientizacio contra 3 sonegacao, aumentou a fiscalizacao sobre as maiores empresas do Pais. ppassou a aluar de maneira mais contundlente na cobranca dos impostos das pessoas fisicas Foram tomadas medidas procurando aumentar a eficiéncia da ad. ministracao do patriménio da Unio, com potencial de receita estima ‘em cere de USS 1 bilhao/ano. Proibiu-se a inadimplentes do governo federal a participagao em concorréncias piblicas, a tomada de emprés- timos dle bancos oficiais e a manutencao de qualquer tipo de conces- sto piiblica © objetivo expresso pelo governo para 2 realizagao desse ajuste tributario era o de se fazer justiga, procurando criar condigdes para uma Futura redugao das aliquoas € uma simplificacao do sistema tu tito, de modo a melhorar a eficigneia e a competitvidade da econo- ‘mia brasileira Boa parte dessas medidas, no entanto, ao foi levada a cabo por diversas raz6es, entre as quals a inviabilidade de alguns projetos, a falta de “vontade politica’ de realizi-os € 0 fato de a reforma ttibutéria ter sido preterida por sucessivos “pacotes’ de medidas emergenciais Relacionamento com estados € municipios © passo seguinte do programa foi restabelecer as relagdes finan: ceiras entre © governo federal ¢ 0s outros niveis de governo, buscando Fae impesto seria o precursor da CMF (Coninuicio Provissira sre Movinentaca Finance), mphiniade pesteriormente 208, Parte 5 « Anos 1990: A Modemizacao Conservasora as wansferéncias de recursos federais, regularizc o pagamento 0 € impedir o retorno de estados © reduzi de divida vencida para com a Uni municipios & condicio de endividamento insolivel a oendividamenty Para tanto, foram definidas condigoes globais ps puiblico e também restringido 0 acesso ao crédito ¢ retiddos 08 repasses de recursos Federais para os estados e municipios em débito com insti- twigSes federais Bancos estaduais ¥ mentar 6 esforco de ajuste do Governo Federal, no sando ine ‘imbito do PAL, o Banco ilo sobre os bancos estaduais, com estreito cumprimento relativas ao montante minimo de capital dessas instiwuigdes, bem come 10 na eoncessao de empréstimos pars entidades de, setor publi= ago dos ictal deveria exercer um controle mais ri limita co, Além disso, 0 governo procurasia promover uina reestrutura bancos estaduais € federais, de modo a rucionalizar suas estruturts, tornando-os mis competitives. O Banco do Brasil teria sua vocagae agricola incentivala Privatizagbes © governo reconhecia a importincia que as empresas pablicas tiveram no desenvolvimento indusitial do pais durante as déeadas or teriores, mas considerava que sua atuagio deveria ser eentrulizada spe nas nas areas essenciais, como sade, educigio, justiga, segurangs, ciéncla e recnologia ‘Adicionalmente, a privatizagao das estaais revelava-se necessaria pari 0 atingimento do equilibrio fi importantes recursos (de 1982 a 1992, 0 Tesouro Nacional aportou # 4 USS 21 bilhOes nas empresas incluidas no progr cursos equivalent ma de privatizagio) Com a privatizagio, 0 governo também esperava transferir para 0 sctor privado 08 custos da necessiria modernizacio da infra-estranurs pré-requisito para Q desenvolvimento do pais Alam de procurar atiagir 6 equilbrio fiscal com o PAL, € part que este se tomasse duradouro, 0 governo reconbecia que 6.) evam necessdrias mudangas adicionais nn areabouce adi snismratien e financeiro do Estado (...) entolvendo altered ds Cons Iragéio no que respeite a organzagdo federativa, sistent Capitulo 16 + Plano Ral e sous Dasdobramentos 20 boragao do orgamento, firncionalismo, precidencia ‘¢do no dominio econdmice™ Para tanto, 0 governo encaminhou diversas sugestdes a0 Congres ‘consideraclo, peks equipe eciane ‘uma condiglo essencial part que a economia se estabilizasse ¢ 50, uma vez que 0 equilibrio fiscal e abrisse caminho para um processo de desenvolvimento sustentade de longo prazo. Gontudo, © PAL nao impedia que a inflagho se acelerasse forte mente em 1995, Ficow patente a falta cle entusiasano da classe politics ¢ demais esferas do governo para com uma agencla ambicioss cle recon. tnigio gradual da eapacidacle de Financiamento pablico. Uma agio adicional do governo fui procure tornar as agdes Bo vernamentais, fossem elas federais, estaduais ou municipais, mais tnins parentes. O objetivo era procurar elevar a confianga da populaglo no scior piblico, aumentando a credibilidade do governo e peniitindo passagem a segunda fase do Plano Real: a implementacio de um inclice monetirio, ou unidade de ecrta, a ORV. 16.1.2, Fase 2:4 URV A URV foi implementada em 27 de muio de 1994 ¢ serviu com transigao para a introduglo de um nova moeda. A equipe econdmics considerava que a confianga da opinido publica na administrigio fede ral e, em particular, no Ministo da Fazenda, Fernando Henrique Cardo: so, era elevada, mas nig o suficiente para que uma nova mocds pues: se, mais uma vez, ser subitamente introduzida. Assim, eriacio dha UR deveria proporcionar “aos age pata a estabilidade cle pregos"™ tes econdmicos ums fase de transic (© Cruzeiro Real, introduzido em 1993 por Collar, estava-se des valorizando a taxas crescentemente clevadas, o que alimentava ‘mentos constantes de pregos e salisios na economia. Essa espiral inflaciondria nio impedia, no entanto, a deterioragio do valor real dos salirios, cujo poder de compra era corroido pelo aumento dos pregos, A URY foi uilizada para restaurar a fungao de unidade de conta dt moeda, que havia sido destnuidla pela inflagao, bem conto para referenciar regos e sablrios. O Bunico Central emits, cariamente, rlat6ries sobre Minis da Fazenda (1994), 1, Minit dat Fazenda (1994) 9000000006 OCEEEOOOOOHSOOHHHOOOHOED: | Parte 5+ Anos 1990: & Madernizagao Conservadora a desvalorizagao do Cruzeiro Real e a cotagio da URV. Assim, URV Serviu para 0 comércio determinar seus pregos, efetuar contratos € de- Terminar salérios, indlependentemente das desvalorizagdes montérias provocadas pela inflag20, ou seja, provocando twma indexagio enert- Jizada da economia Patroes ¢ empregados utlizavam o ator de conversibilidade entre URV ¢ Cruzeiro Real para determinar presos ¢ salérios. Por motivos juridicos, e também devido 2 preocupagto do governo com 0 Uesequilibrio social, 0s sabitios ¢ os beneficios previclenciarios foram ‘os primeiros valores a serem converiidos para URV, seguidos pelos Contratos € precos. Nao se tratou de um processo imediato; pelo con- trino, desenvolveu-se durante um periodo de trés meses, de maneira # tevitar © surgimento de divergéncias entre trabalhadores ¢ patrdes, indkistria € comércio, Apesar das objegOes iniciais de alguns empress Tios € politicos, o processo de conversto foi bem recebido ¢ bem- sucedido. © pressuposto biisico do Plano Real, na fase da URY, foi o da neutralidade distributiva, Para evitar a distorgdes que haviam compro~ neti o éxito de outras politcas antvinflaciondrias, notadamente © Plana Crugacln, a equipe econémica considerava essencial que @ con versio dos contratos para a URV no interferisse no equilibrio econo: nico das relagbes reguladas por esses contraros. No caso dos salitios € beneficios, a aplicagao desse critério exclufa tanto a conversio “pelo pico", que trari de vols espira!inflaciondria depois de-uma efemera Buforia dé consumo, como a conversio “pelo piso", que imporia prej ‘ros 208 ttabalhadores. A alternativa encontrada foi a conversio pelt media de quatro meses, levando em conta a periodicidade da, atualiza ao monetaria dos salérios conforme a politica vigente quando da in trodugao da URV™ Dos salirios e beneficios previdenctirios, a introducio da URV se cestenden 20s pregos privados, aos contratos prefixados ¢ pds-fixades, dos contratos financeitos, 3s tarifas € aos pregos pablicos ¢,firjalmente, dos contratos continuados com cldusulas de reajust. ‘A adoglo da URV nas transagbes entre empresas foi conduzida de ‘modo cauteloso, visando evitar maiores tensdes entre 0 comércio € a inckistria, entee © atacado ¢ o varejo, ou entre prestadores e dem pra eacclha Gente ertéro nao impediu intenso debate, pois a medi toma refletia ‘que m0) iron em diferentes stuagoes de valor real, ust Ver hravia plensindessicto dos reausies Capitulo 16 = Pano Real e sous Desdobramentos an de servigos. Para faciltar essas negociagdes, © governo baixow mat série de normas permitinds a emissao de faturas e duplicatas em URV. Ao transformar negécios prefixados em pésfixados, © novo pat dro monetdrio exerceu um importante papel diditico, levando os agen: tes econémicos a uma analise mais crteriosa de seus custos, iniciando ‘um processo de eliminagto da meméria inflacionaria facilitado pela ampla disseminagao da URV. Nos eneses de abril, maio e junho de 1994, 0 governo procedeu a cconversto dos pregos pablicos ¢ tarifas do setor puiblico em URV. 0 ‘grau de complexidade das negociagoes, envolvendo 0 imbito federal, cestadual @ municipal da administracio piblica e agentes privados, fez ‘com que 0 governa federal baixasse mais de 100 portarias regulamen: tando precos e taifas pablicas, O objetivo fundamental desse trabalho foi preservar o equilibrio econdmico-financeiro das empresas publica, na tentativa de nao ferie 0 principio da neutralidade da conversio do ponto de vista do usuario final 16.1.3. Fase 3: A nova mocda ‘Uma vez que grande parte dos valores havia sido convertida para 4 URV, a nova moeda — o Real — fol introduzida sem que houvesse lum consenso na sociedade de que a transicao ja estava completada. Hm 1? de julio de 1994, » yoverno decierou a Medida Proviséria do Plano Real, acusado de render-se a objetivos eleitorais. [A apresentagio da nova moeds fol feita por meio da Exposicao de Motivos da Medida Provis6ria do Real, onde se esclareciam as regras para sua introducio e teciam-se consideragdes sobre 0 quadro inflack ‘nario vigente e a impordincia da estabilizagio. Para manter o valor da nova moeda, 0 governo alterou radical mente os métodos empregados para definicao da politica monetitia. Anteriormente, © Conselho Monetirio Nacional (CMN) autorizava as temissGes monetias, que deveriam ser homologadas, em seguida, pelo Congresso. Obedecendo & Constituigio, a nova politica, recentemente implementada, implicava que 0 Conpresso deveria estabelecer regula mentos e direttizes na forma de limites quantitaivos rigidos para emis: slo de moeda, que poderiam ser alterados pelo CMN somente em 20% € em ocasiées extraordinarias Adicionalmente, um teto méximo na taxa de cimbio foi introduzi- do; um real equivalia a um délar, Nessa época, o Banco Central detinha USS 40 bilhoes de reservas. E importante ressaltar que a tax: de cimbi nao era fix, porém, tanto o CMN quainto 0 Banco Cer al inbsam inst Parte 5 + Anos 1990 A Modernizagao Conservadora goes hei igidas com relagao a nccessidude de muanutencae do eto ‘imo. A vilorizagio ocorrida na fase inicial do Plano foi posterior mente muito eriticada, como veremos mais adiante: © Plano Real tem sido considerado por diversos analistas como sendo um dos mais bem-sucedidas programas de estabilizagh na his roria do Brasil IPREGO NIVEL DE ATIVIDADE, RENDA E (0 PIB cresceu 5,67% em 1994 € 0 setor industrial apr asi de 7% A agropecusria acusow crescimento and 7,6%, confirmado pela 80 milhdes de tonel dhs de grios. © setor de servigos cresceu 4%, menos que Os oulN Serores, 0 que se explica, em parte, pelo #feito do desaparecimento do ‘antes contribuia para o grande movimento de fra recorde de cerca sganh inflacionssio dinheiro no sistema financeito, A economia manteve-se em expansio nos primeitos tr meses de 1995, contrariando aqueles que, de antemao, qualificavam 0 programa como recessive. A taxa de crescimento do primeiro timestre (ajustauke te), em Felago aus ues dkimos mezee de 1994, foi de 4.1%, pressivo de 10,4, sobre © primeito trimestre atingindo 0 aumento ex} de 1994 Segundo 0 IBGE, entre junho de 1994 e margo de 1995, a produ- Gao industrial cresceu 15,5% em termos dessazonalizados, Até marco, 0 stor de bens duriveis liderava o erescimento industrial estimulado polo Plano Real, acumulando expansto de 29.7%. O setor de hens de Capital, no entanto, responsivel pela ampliagdo dt ¢ ta da cconomia, também teve expressivo crescimento, apacidhde de ofe aleangando a taxa de ‘A brusca queda da inflagio teve efeitos significativos sobre © po der de compra da populago, © consumo foi estimulado também pelos nos na massa salarial € no nivel de emprego. Dados ddo comércio do estado de So Paulo indicam que 0 impacto do Real Sobre © consumo foi significativo, © faturamento cresceu ase 18° co de 1995, em relagio a marco de 1994, e registrourse clevacic periodo. Be um de 57,6 % nas vendas do setor de duriveis, no mestno fano para o OU, portanto, as venus de eletrodoméstices 5 ¢ outros produtos duriveis eresceram em weis, geladeiras, Fog de 50% Capitulo 16 « Piano Reale seus Desdobramentos MB 16.3. Ao ddotar, no final de 1995, medidas de aumento dos eompul rias, restrigdes de crédito e juros elevados, o governo claramente op por sacrificar 0 crescimento a fim de evitir um deficit muito elevado 2 saldo da balanca comercial © de reforgar a preveagao a uma even inflagio de demands. Loge apés a intradugao da nova moeda, os salarios passaram a recebidos pelos trabalhadores em uma moeds com poder de comp! relativamente constante, 0 que ado acontecia antes da estabilizagae Fim tempos de inllugie elevads, os silos sofriam fonte deterionses entre 08 picos que se seguiam ao reajuste quacrimestral ¢ as Vales ¢ Embora as médias fosseu iguais, um ginho adieional de re real adveio da eliminagao da incertezs assuciada 2 Forte ascilgio U ilirios reais. Esse ganho derivado da estabibizagio da moeda exp! Gtou-se no mercado pela maior facilidade que 0s assafariados pass fam a fer no acesso so cF€dito AO ConsuMidor, que Se EXPanditt « forma considerdvel no periodo: entre junho € dezembro de 1994 tempréstimos do sistema financeito ts pessoas fiscas se expandican cem 150% AVALIACAO DO PLANO REAL E PERSPECTIVAS: © Plano Real é upontado comio a melhor experiéneia de estabilz 20 da economia brasileira, No entanto, a sua sustentabilidade ©, pr no econdimico dependem de re Cipalmente, a retomada do crescin formas mais profunelas, de Ambito estrutural, envolvendo a seas caltvibutiria, patrimonial, fnanceira e administrativa Assim, a experiéncia brasileira corrobora a visio de que os des. fios sio enormes, ja que Virias mudngas ocorrem simultaneament alteragio do perfil do mercado consumidor, reestruturacd0 proxlutis ‘com aumento do coeficiente de imporagio, privatizagio, entrack, ovos concorrentes por meio los investimentos diretos em novos e1 preendimentos e/ou fusdes ¢ aquisigdes. 0s impactos dessus grandes iransformaces mo se restrn croecon6mico, em que a vulnerabiliade dk : dade inner do ado Fiza 0 aso politica econdmica, Também no Ambito microecondimico observa se enormes mudangas, sobretudo no ambiente empresa que te se adkaplar a uma nova realidad Parte § + Anos 1990: A Modernizagao Conservacora a fase p6s-Real, a inflagao caiu, o ambiente eeonémico tornou-se mais estivel e previsivel, mas a equagio basica do crescimento nao foi Solucionada. Como a capacidade instalada nao cresceus 0 quanto deve fia, qualquer movimento de crescimento de consumo foi abortaco por medidas de restrigio de crédito, elevagio dos juros ¢ aumento dos um subproduto, ‘compuls6rios, de forma que © crescimento tornou- tnho o objetivo principal da politica econmica Vale ressaltar que a caréncia de poupanga interna 6 um dos princi: pais fatores de restrigio da expansio dos investimentos, pois 4 pot Banca externa pode exercer apenas um papel complementar. A precos Comentes, a poupanga interna reduziu-se de cerea de 25%, quando utingiu um pico em 1989, para cexca de 16% do PIB em 1995/96. Paises que pudecam sustentar investimentos superiores a 30% do PIB, como Foro caso do Japio & dos Tigres Asiéticos, antes da crise de 1997, apoiaram-se na taxa de poupanca interna, Nao hi processo de aberturi € experiéneia de estabilizagao sem ‘eustos, mas é importante que baia sintonia fina no timing ¢ na dosa~ fpem das medidas, de politica industrial ou de estabilizagao, ino sejam gerados, desnecessariamente, mais pre} ficios 10s do que 4 combinagio da reduglo das aliquotas de imporacto com a vac lorizagio da moeda local e a ineficécia, quando no inexisténcia, de imecanismos de protecao ao dumping e a priticas desleais de comércio {internacional tem e1usado um pesado 6nus a0 pats, provocendo a subs tiwigto da produgto local por importagdes, mesmo em setores,com boa capacidace competitiva 16.3.1. Setor externo © fraco desempenho das exportagdes brasileiras nio se restringe anos recentes, nem aos setores dinimicos, como 0 eletroeletrOnico, Nos anos 1980, a queda na taxa de investimento agregado e a crise dx divida externa haviam limitado o desempenho das nosis vendas a0 texterior. Eniretanto, houve uma mudanca estrutural na economia brasi Teira. A redugio das aliquotas tarifirias e 0 d6lar barato estimularam © aumento das importagdes, ao mesmo tempo em que exportar se torna va um mau negocio, A resirigio externa tornou-se © mator fator de limit mento eeondmico, porque, sempre que a atividade econdmien dresce, is impomtacdes aunientam. Adicionalmente, quando 0 mercado interno teatf aqquecido, os proclutones tendem i se voltar pant o atendiment Capitulo 16 « Plano Real e seus Desdebramentos 215 ddemanda interna, geralmente em condigoes mais rentaveis devido 3 Situagio cambial A combinagio desses dois processos — aumento das iimportacdes e reducio das exportagbes — provora 0 desequilorio externo, As exponagdes sto necessirias no s6 para equilibrar o balango de pagamentos, mas também para gerar maior valor agregaco local, proporcionando mais fenda e emprego. No entanto, 0 Brasil vem per- lendo participacao no comércio mundial. Estima-se que o fluxo mun- dial de exportacoes tenha atingido USS 5,3 tilhoes em 1996, dos quais ‘2 economia brasileira partcipava com aperias 0:96. Apés a introdugao do Plano Real, em 1994, a sobrevalorizielo mbial, aliada 4 abertura da economia, incentivou sobremancira © ‘aumento das importagdes. As importagdes, que representavam US§ 25,8, Dulles em 1993, cresceram para US$ 33,2 bilhdes em 1994, USS 50 bilhoes em 1995, US$ 53,3 bilhdes em 1996 e USS 61,5 bilhdes em 1997. Observou-se um aumenio de 143%, em apenas quatro anos. © quadro das expontagbes, em contrapartida, rfletesituaglo diferente, Essis evo- luiram de US$ 38,7 bilhdes em 1993 para US$ 43,6 bilhdes em 1994, USS 46,5 bithdes em 1995, USS 47,7 bilhoes em 1996 ¢ US$ 53,0 bilhOes ‘em 1997, ou sea, eresceram apenas 37% no periodo. Em conssqiténeia Osuperivit comercial, que era de US$ 13,3 bilhoes em 1993, redariv-se para US$ 84 em 1997, © reflexo na balanga de transagdes correntes € dramatico, Com os crescentes défcits comerciais, sobretudo ma conta de turismo ¢ 0 serv ‘co da divida externa, @ passivo aumentou substancialmente, © result Go em transagdes correntes evoluiu de um deficit de USS $92 miles tem 1993 para USS 1,7 bilhao em 1994, USS 17,9 billhdes em 1995, USS 24,3 bilhoes em 1996 & USS 33.4 bilhes em 1997, Em 1997, diante da crise asiatica, a vulnerabilidade da economist brasileira tornou-se mais evidente, Com um déficit em contas correntes de US$ 33,4 billioes, equivalente a cerca de 4,2% do PIB, 0 governo foi novamente obrigado a adotar medidas de contengao do nivel de ativi dades para evitar © descontrole externo. 16.3.2. 0 retorno ao FMI (© ageavamento dos fundamentos da economia brasileira no an0 ‘de 1998, principalmente 0 déficit nominal nfss contas pablicis, que tdheyava a 8% do PIB, e o déficit em conta comrente, superior USE 35 hilhees, aumentaya a deseonfianga dos credores. A crise rust, em menos do and, dificultou a abrencio de créditos extemos. aT STC Parte § + Anos 1990: A Modernizay: A conseqiiéncia foi a perda das reservas cambiais e 3 neces ofereceu um aponte de recursins de USS 41,5 nl y,.em que 0s tecursos sto disponibilizados bilhes, em um pac mediante necessidade. foi desvslorizado tfeto_da desvalorinaga e de aumento dos ures, yravou a perspectva 10 € da deterioragio das indicadores socio: A exigncia de geragao de superivits primarios nas contas publ: instabilidade causuda pelas mudangas ne cimbio provocanun 's decisoes de investimento € ds eetomada do cresci mento sustentado. QuestBes de Revisao, 1. Delineie as principais caracteristcas das tés fases de implementacho do Plano Real Quiié exam is maiores vinudes € vilnerabilidades do Plano Real? Quais foram as inovagées em relagio aos planos de estabilizagio stingir os objetivos previstos quanclo ca sts 3.07! formula » Real conseg 4. Que avaliaglo pode ser feita do Plano Real analisando-se os indice capitulo? lores apontados ne: ternos € externos a serem superados pe 5. Quais sho as obsticulos cconomia brasileira nos préximos anos? 1. rom de ' cre imento e de. ea reforma da previdéncia social Indicadores de crescimento ede desenvolvimento 4 faa 5. aS (m4. EVOLUGAO DO PIB Durante os anos 1990, 0 desempenho do Produto laremno Brute (pip) for bastance irregular. Nos primeiros anos da década, periodo de inflagao elevada, 0 produto chegou a «presentar crescimento negativo voltado a aumentar no momento da implantagio do Plano Real ¢ sda. O retorns do crescimento, contudo, pds a estabilizagio da moc: arireu 2 taxas decrescentes, refletindo ay dificuldades enfremtadas para T retomada do investimento em bases mais sustentadas |} Tabela 17.1 apresenti a evolucio clo PII no periodo 1985 1m 1990, ano em que © governo Collor tentou deb reform monetiria radical, la historia do Note-se que et 0 pprocesso inflacionario por meio de wma {queda do PIB foi extremamente expressiva — a mulos puis — superando até mesmo 0 periodo cecessivo di primelra crise ct dlivida externa, em 1981 TABELA 17:1. EVOLUGAO D9 PRODUTO INTERNO BRUTO — BRASIL {EMRS BILHOES — OEZEMBRO DE 1985) _ 7 i | _iiee ase — 1088 ane |_ 91a varngo anual A sees | 4709 e19 toe | 4084 | 33 soes | “505.1 #80 jee ose 1009 1967 | 5958 1035 988 | 5947 | 134 seo | atg8 1087 x90 | sora | | 1991 539,8 | | | es ea | 614.0 | | rose | e502 | ses | 775 | sos | | ese | sor | 73 | _ - Fra: 180 [A Tubes 17.2 mostra a participagao des composicio do PIB pars 1990/1996 Capitulo 17 « Incicaddces do Crescimento @ de Desenvolvimento 224 17.2. TABELA 1/2. PIO —PAFTICINGAO RELATWVA DOS SETORES DE ATWIOADE ri [so00 [191 [19 [199 [1908 [198 [238 ‘Agropecusria| | za] 77) 81] 78] 78] 78 Indistvia | 959] 35:6] 94.1 | 25.1 | 35.6| 95.1 Initia’ Geral 2a5| 292| 223] 252] 238| 234 Constugio so] 96| 22] 8a] a4) 9, siur 2a| 26| 26| 26 25) 27 Servigos 642| 64.0, 64,7 | 63,7 | 62,7| 023 Comercio 7a\72| 70| 78) 78 79 Transportes 29| 29| s0| 30| 29) 30) a1 Comunicagses 40/12) 12, 13) We a7 100| 95| 90| 85) 79, 70| 6 174] 175| 179| 17.6| 168) 16.4) 16 8, | | mo | | zee | x0 an2|aea| a ‘Adminisiagies pubicas tos servos 2 | | Dummy Financetra -3| -720|-06|~01] 53 | 47 _ 100 |100._|100 100 Fon: PEA INDUSTRIA No inicio dos anos 1990, foi definida uma Politica Industrial © ds Comércio Exterior (PICE) que visava melhorar a capacitagio indust brasileira e Walizar @ abenua comercial pars estimular a concorrénc ‘Seu pressuposte bi na adogio de estratégias de modemnizaco por parte da indistr sico era 0 de que o advento da concorréneia resul- brasileira, & qual receheria apoio governamental me cespecificos, tis como o Programa de Apoio 3 Capacitagio Tecnologic da Indistia (PACTD ¢ 0 Programa Brasileiro de Qualidade © Produti dade (PBQP), ‘A abertura da economia foi realizada fazendo uso de dois mecs hismos: redugio tart lo inicialmente para quatzo anos, e climinagio imediats das restrigdes 8%0- tariférias as importacdes,-que se refletiy rapidamente em aumento de dadas 2s dif ra, de acordo com um cronograma idealiza importagdes. As agdes de apoio a modernizacio do set avangaram muito nox primeiros anos da década de 18 as cht recess e da instabilidacle econ! Tiséncia de mecanismos institucionals € aides det Parte 6 + Um Retrato do Brasil Atual essa forma, entre 1990 ¢ 1994, a politica industcal restringiu-se & abertura comercial. Essa, embora considerada inevitivel, foi muito ‘riticada quanto a seu ritmo e forma, pois faltou & indiistria brasileira o Sapoia necessirio para o desenvolvimento de capacitaczo competitiva No perfodo seguinte, nto houve alteragao na orientacio de polit cca industrial adotada pelo governo. Como a estabilidade da economia tra prioritiria, sobrevalorizou-se a moeda nacional, 0 que acabou por concedes & abertura comercial 0 Gnico fator de incentivo ® moderniza~ (Qo das empresas do parque nacional. Mesmo assim, 0 govern abris Tinhas de cxécito especias junto a0 BNDES para as empresas que apre ‘em petspectivas de aumento de competiividade. abertura, associado a0 cimbio significatives Como resultado desse processo d valorizado e taxas de juros elevadas, ocorreram mudanga ha estrutura produtiva brasileira, especiaimente na incl mostra a Tabela 17.3. Note-se que a produc2o fisica industrial em todas lis eategorias de uso melhorou quando se compara a 1980. A tinica fexcegio fica por conta da indiisria de bens de capital, que sofreu ura “queda de quase 30%. Isso significa que, no periodo analisado, a indus tria brasileira aumentou seu grau de dependéneia & importagao de bens de capital, © que nao € desejavel no longo prazo. ria, tal como TABELA 17.3. EVOLUGAO DA PRODUGAO FISICA INDUSTRIAL — POR GATEGORIA DE USO (BASE 1990 = 100) am Bens de | Sens de Indastria de~| Bens'de| Bens consumo) consumo ‘Ano’|transtormagdo | capital | intermediérios-| duréveis | nfo-duréveis_ 19a0| 102.1 1408 45 1058 90 1905) 989 107 997 905 96.1 x990| 100.0 tooo | 1000 sono | 1000 1991 ore 987 978 1047 1018 se2| 1180 319 954 910 oro soa | 10141 sia | 1008 s163 | 1085 se04| 109.8 reoa | 1072 4353 | 1088 soos] 1109 risa | 1074 herr | 1t10 yoo] 1119 wee | 1109 wig 1142 seo7| 1163 sors | 1183 s7zo_| 1158 ena Corie fea 1 ; 4 maior expansio ocorret junto aos bens fle consume duriveis pana qual contnbuit o desempenho da inisria montadlors de vee fos, una das poucas beneficitdas por politicgs setoriais de cunbo Capitulo 17 + Indicadores de Crescimento ¢ de Desenvolvimento 23 protecionista,tais como a reduco do imposto sobre © produto indus- Uializado (IPD, Entre 1990 e 1997, essa industria apresentou um au. mento de produgao de 12696, 4 as indstrias de bens de consumo nio- curiveis e de bens intermedifrios cresceram a taxas mais baixas, em tomo de 15%. No conjunto, chama atengao a disparidade de desempenho entre os diferentes segmentos da indistria, Uma maior harmonia nas taxas de crescimento estatia mais de acordo com 0 fato de 0 pais jd ter completado sua matsiz industrial COMERCIO RIOR (© cambio sobrevalotizado tornou os produtos nacionais menos competitivos ¢ estimulou as importagdes, Desse modo, entre 1992 ¢ 1997, enquanto as exportaydes brasileiras sumentaram apenas 34,18%, as importagécs cresceram 63,34%. Além disso, 08 produtos industrial zados perderam competitividade externa, pois os produtos primrios aumentaram em 4 pontos percentuais sua paricipagao na pavia de exportucio (Tabela 17.4), A manutengao de competitividacle em seto- res tradicionais, produtores de bens de baixo valor agregado, contraria, a tendéncia observada nas principais economias do mundo, ‘TABELA 17.4. EXPORTAGOES BRASILEIRAS — PERCENTUAL tens [1992 | 7993 [7998 7996 ]1997 Produtos primérios sa] 3 | 96 Produtos Industrilizados e6 | ov | 64 62 | 62 ‘Meter de ransporte @componantes | 12) 11 | 11 aquinas ¢insivmentos mectnieos| 6 | 7 | 7 Equipamontos léicos eleténicos | 3] 3 | 3 Produtos metalirgions wl a Produtos quimicos Madeias @ manuiaturas Cakgados @ produ de couro Detivados do petites Papel e colulose tuvot sh Produtos texteis Outros Total 1 Bon awane Bid a is A Baw awens | 100 [1 Fone: Banco Cental a ST SE EE Parte 6 = Um Retato do Brasil Atwal co erescimemto cht 43% no Do lado ct pauta de importagoes, destac participagao dos bens de capital, que passou de 31% pat periodo 1992/1997. Dentro desse item, miquinas « equipannentos au 1 peso em 7 pontos percentuats (Tabela 17-5). BELA 17.5. IMPORTAGOES BRASILEIRAS — PERCENTUAL _ — Towa | 1090 | 1994] 1998 1206] lena de Consume a *2) 12] 18| 17| atmerce Ja) ) | a} os estilo } af a} a] 2] al 2 ous |) a) a] sl ols Aatéras-rimas a) a7 5) 33 3] 3 Ceeaseproduios deinieia de meagem | 4 | 5) « a Adubos ofrizantes 2| 2| 2 2 Prato quimees | 15) a5] 15 6 Ferro fundido @ ago } 2] 1 2 Metais ndo-terosos | 2.2) 2) cervao af3| 2 utes 3| 10| | Petraleo e derivados ao| a7) | wens de Capitat a) o33) 3a | 40, Material ce ensporte | 3) 1 Volvos, automovels, vatores, 4] 2| 1 owes a] 4) Maqunac amateralelésico . ... | 24), 25]. 20| 2 Total 10 | 100 | 100 | io noo Cental. (© maior crescimento das impontagdes em religao as exportagies provocou recorrentes déficits na balanca comercial brasileirt € na de fransagdes comrentes, 1850 exigit a manutengho de elevadas taxas dle juros para atrair a entrada de capitais € equilibrar 0 bslanco de pag 17.44 0 INDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (DH) mat das Nagdes Unidas pant o Desenvolvimento Segundo 0 Pro (PNUD), o Indice de que busca captare sinuetizar a d so de descuruteiniesrta bunnies, a isso, ent x metacolOgia, re Desenvolvimento Humano (DH) é un ind sas cimerisses do ersas ¢ comple Capitulo 17 « Indicadoras de Crescimento ¢ de Desenvolvimento 25 1m padrao de vida decente! A meigdologia empregads para o cilculo do IDH & a seguinte Como indicador de longevidade, utliza-se a esperanga de vida 40 nas- cer, Como indicadores de nivel educacional, iomam-se a taxa de alfs Detizagao dos adultos © a taxa combinada de matricula nos ensinos lamental, médio e superior. Essas taxas So, entio, reunidas em um om pesos dois € fan indicador tnico através de média ponderada, Como indlieador de acesso a recursos, computse a zenda per capita (© resultado do IDH varia entze 0 1. Unn IDE compreendtico entre 0 1 0,5 indica baixo desenvolvimento humuino, se estiver na fava de 05 a 0,8, considerise que hi um desenvolvimento hunano medio; cso se tencontre entre 0,81, verifci-se alto deserwolvimento human, reo, houve uma refor A panir de 1999, para corrigit unia dis mulagio no IDH no que se refere a0 cileulo do inclice de rencla. De acordo com a metodologia antiga, quando 3 renda per capita de wn pais era menor que a média mundial (USS 5.990,00 em 1995), peque fhos ganhos de rend tinham grande efeito sobre o indice. Quando « renda per capita eta maior que a média mundial, mesmo grandes ase mentos de renda citisavam pouco impacto sobre o indice. A novi metodologia manteve 6 principio de que © aumento ct rend aprese! ta rendimentos decrescentes para o bem-estar da populagto, ms “sts Vizou" a curva, agora logaritmic: Para que fosse possivel comparar dads de anos anteriores com ox recentes, © PNUD refer tod a série historica do [DH até 1997, ultimo Ano part o qual se dixpde de dades do IDH. A noes metadoloxis rebaixou a posigio do Brasil 90 ranking mundial. Ent 1995, por ese plo, pela metodologia antiga, o Brasil ocupava a 62* entre as 174 mi oes cujo IDH € calculado, De acordo com a nova metodologia, © Brasil passov a ocupar apenas a 81? posiglo naquele ano. Nesta Secao, exporemos dados do IDH calculado com a nova metodologia, pars Ccomparagdes internacionais, ¢ com a metodologia antiga, para compa rages entre regides e estados brasileirost 1 IPEA C1990). 2, Aincla no hit aces disponiveis do IDH com nos metodologia 0 Umit racional, A uilizacio do IDH com meta antiga ri invalid 3 anil eum ver que os fmpetante & comprcensder a maggie das {Gr soci ene 8 lferentes reyines do Pas Ent 1997, 0 IDH brasileira era 0,739, referente 79 posicio termos mundiais, um pouco acima da classificagao de 1995, quando 0 pais ocupara a BI? posigia com IDH 0,728. © pats de maior IDH dk mundo em 1997 era 0 Canada, seguido de Noruega e Estados Unido No extremo oposto, Ftidpia, Niger e Sesra Leoa ecupavam, respe mente, a antependhima, a pentitima e a sltima posicao d¢ ridia!, Veja 0 IDE de alguns paises na Tabela 17.6. Parte 6 + Um Retrato do Brasil Atual TABELA 17.6. RANKING DO IDH — PAISES SELECIONADOS (1997) Posigio Pais (oH 1 | Cana ogc 2 Noruega 0.92 3 EUA 0.927 4 Japa 924 5 Belgica 0923 . Franga ote 2 Israel 0.883 2 Argent eer IDH med: ey cube 0.765 7 Rassia 747 ra Brasi 0.739 Be Paragual 0730 sot Aiica do Sul 0.695 120 Ego ogi Baixo 1D 4 Nigéria pss 60 Angola 0,308 172 Et6pia 0.298 173 Ni 0.208 14 Serra Leos 0.254 scar de © WH nacional ser de nivel médio, a andlise heteropene humana. Rio Gran a, Rio de Jane Capitulo 17 + Indicadores de Creseimento @ de Desenvolvimer faixas de desenvolvimento médic (0 resultados também indicam a existéncia de uma forte diferenci > regional. Entre os estados com menor IDH, nove sto da regi A Tabela 17.7 mostra o IDH por re Nordest 20 do pais TABELA 177, CLASSIFICACKO DAS AEGIOES BRASILEIRAS, SEGUNDO O ID — 1901 Regito en) su Daas Sueate 0.838 Cent-0 0.826 Nowe 0,706 Nordeste ost A Tabela 17.8 apresenta a classificaglo dos estados brasileiros se- gundo 0 IDH eni 1991. Observe-se que a classificagio segundo esse indice geralmente difere do ordenamento realizado apenas com a ren da per capita, Segundo esse tiltimo indicador, 0 Rio Grande do Sul, por texemplo, estana colocado em quarto lugar, mas pelo IDH, ocupa a primeira pasicao. TABELA 17.8, CLASSIFICAGAO DOS ESTADOS BRASILEIROS SEGUNDO 0104 — 198% cr ssificagao segundo: | Uniardes da Walor do Pie | Esperanea | | Federagao OH |IDH pereapita | de vida | Escolardade | Rio GrandedoSu | oa7t | 1| 4 2 3 Ditiho Fosral | 0.888 1 6 Sio Paulo 0850 2 " 2 santaCatatna | ogee | a] 6 -| 5 5 Rio dodanoko | 0838 | <5] 3 2 4 Parana om | 6] 5 0 6 Malo Grossodosu | 0g26 | 7) - 8 | 7 7 Espirito Sano ose | 8 ° a 8 ‘Amazonas | o7e7 | 8 15 maps ove | 10 | 13 a 10 Minas Gerais oma || 10 8 " Mato Grosse ore 2) 1 a 2 Parte 6 + Um Retiato do Brasil Atual ~ —crasiearo segundo: Unidades da | Valor do PIB | Esperango Federagso 1DH | 10H | poreaplta| de vida _| Eso 72 Goias o760 | 13 | Rowsima | ovsa | | 16 | 3 i ondéaia jars | 15) 14 ” 3 Part oges | 16| 18 wu | 8 pera oses |r| 7 | 8 | 2 Serine ooo) | = | 8 Bahia ogo | | 2 | 2 Pamambuco as77 | 20) 21 23 ” fro trande do Note] 074 | 21] 19 | 28 8 Maranhéo jos | 2) 2 | 2 2 Ceard oso | 23) 23 | 2 | 2 Piaut oso | a | 2 we | 8 Alagoas soo | 25) 22 a | Paraiba [caee | 2s| 2 | 2 | _ Fete: PEA (996) Neto 10H Ge Tocantins ro to enelado porno se spore formas relstvas & ose ‘Sagat vin no esta; sus 2, ro era, ro nova O08 Em 1995, mantiveram-se as posigdes dos quatro primeiros estaclos no ranking Ge 1991: Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Sie Paulo ¢ Santa Catarina, O Rio de Janeiro, que estava na 58, passou part a 7% java Grosso do Sul, Os dados BELAA79. CLASSIFICAGKO DOS ESTADOS BRASILEIROS SEGUNDO 0 IH — 1995 — Classitt- | | taxa do Unidades a Valor do} cago | Esperanga | alfabetizagao) PIB (USS) 0 DH | WOH | devida(enos)| (+) | percanita Rio Grande do Sul | 0,888 7 70,88 92.08 6.446,00 Distto Feder! oes | 2 cess | sam: | 6520.00 Sto Pave | oaee| a | s0a9 sacs | 651100 Sanacawina = | 0803 | 4 zoo | sze7 | 6405.00 fuwconossu| cae| 5 | sas. | ergo | sse000 Parand | oga7 | 6 69,23 | 8828 €.402,00 Rio de Janeiro | 0.844 | 7 | 66,97 93.65 | 6.47700 eprto Santo case | 8 | 6922 esos | s2st0 Minas Gerais css | 9 | e827 aris | 596800 ron tee | we | exc | ears | camnoo Capitulo 17 = Indicadores de Grescimanto e de Desenvolvimento ny | Cassie. Taxade | Unidades da Valor do| cage | Esperanca | alfabetizagio | PIB (USS) _Federagio | 10H | IH _| devida(anos)| 3) _|_ per capita Fondon ‘osie | it 6628 | 888 6.231,00 Amapa ores | 13 e785 as02 8370.00 Amazonas os | 14 or 7ar1 | 5.71200 Mato Gross0 o7e7 | 15 6801 807 | s.003.00 Ace o7s4 | 18 67,04 yoxs | §.743,00 Sergipe om | 7 65,93 ver | 5.12200 ard oa 18 e758 7asr | 4.268,00 Ric Grande do Norte | 0.668 19 6518 7is1 | 4,083.00 Behia | oss | 20 5647 7es1 | 3677.00 Pernambuco oss | at 62a 7375 | 3213.00 coara sso | 22 | 65.4 5899 | 2.667,00 Tocantins ose7 28 67.19 7eaz | 1575.00 Pane tor ese | ae | Se Maranido osa7 | 25, 6364 6588 | 2.15800 ‘Alagoas osos | 25 | 6189 azz | 2,490.00 Past tae | ar | cas | esas | 200K00 ome | = | ors | amas, aragn ‘Fonte; IPEA (1996), ‘Nota: Oba usta plo pda decomp 173. DISTRIBUIGAO DE RENDA 0 Indice de Gini permite avaliar a disribuiglo de rend un pais regio ou estado, Este indice varia de 0a 1 e indica uma distibuicio renda tanto melhor quanto mais proximo de 0 estiver 0 valor encontrado Durante 05 anos 1990, observou-se uma deterioragao da distribu de renda no pais. Segundo a Pesquisa de Orgamentos Familiares (POP), sealizada pelo IBGE, 0 Indice de Gini para o ecebimento me dio mensal das familias brasileiras passou de 0,5698 em 1987, past 10,5813 em 1996. Isso significa que, nos anos 1990, a renda detida pelo segment mais pobre da populacio brasileira foi cada vez menor, © @ pparcela dos mais ricos, cada vez maior. Na Tabela 17.10, apresenta-se o Indice de Gin, par 1991, por nda dos chefes dos som Glios, Observa-se que, em fermos dle rgito ¢ estado, Sule Santa Caraniet 1 (0 5963 € 0.5650, FES regio e por estado brasileiro, conforme a ren presenta as menores concentragdes de FEM SPOSCSHSHEOEHEHSCHESOSCHOOSTOHOHEOOOOCE pectivat te), Os piores indices encont Parte 6 « Um Retrato do Brasil Atval (6.6472 e 06533, respectivamente). TABELA 17.10, |NDICE DE GINI— 1991 a Norte "008 DOMICILIOS Rondéaia Roraima Para aAmapa Tocantins Nordeste Maranheo Pisui Ceara fo Grande co Navte_ | Paraiba | Pernambuco Alagoas sergive “Bahia — FENDA DOS Ct FES asia | Suerte jester tieoot | Nas Gere ose? oo | eawiriosanio | 8815 06208 | Rio de Janeiro 0,628 BSis0 | Sto Pave os? ceos | oso” | Sul | esses asces | Parana Osos Barra | 08s aga | moGendedssd | 0598! cieore 0.6298 | contro-oeste | 0.6318 geaos | Gmrogrsrososul | Osise aetse | Mat Gosso 0.808 eect | aise owner fea | pate Fede! | O2u89 oasis | oe | |_osess __osaes Questdcs de Revisto 1. Apés a abertura politica industrial, (0 que exp! ira ger nelra 5. De que fom ta economia brasileie m que situacao se enconta 2. como se tem comportado a balan 1 este comportamento? liferentes FexiOes ‘ato no periodo recent nis si0 observados node de desenvolvimento do Brasil ém aco re? Argumente senda observade do [ee no, Brasil atwa tram-se no Nordeste ena Bahist ¢ a implementagio da novst nddstria nacional? sal brasileira nos fiimos A CAPITPTO A populacao brasileira e a transicao demografica Capitulo 18 + A Populagao Brasiaira ea Wansicao Demogtatica aan A queda da taxa de monslidade observada desde a dead de 1900 uns po aumema da longevitade provdvel de om brs A POPULACAO BRASILEIRA tes ee arte walier iste We ON Em 1991, a populace residente no pais ext de 1468 milhoes Cinco anos mais tarde, atingisia 157 milhées, sendo 49.3% homens ¢ | 50.7% mulheres, populacao brasileira A esperanga dle vida € desigual entre as regides do pais. Contudo, . sen diferenga entre o Nordeste € 0 Sul era de 12 anos en) 1940, passou Na década de 1970, pela primeira vez, 0 censo reqistrou qe SEN Ie. mmaioria da popelagio brasileira — 55,92% — resid no melo wbaro Nov anos sepuines, esa tendéaca se acentuou, de mod que, em TABELA 188, ESPERANGADEVOA POR SEXO EIDADE — BRASIL — 1980 Woh pena 21640 vivian no meio rr, contra 7A. em Zona Esperonea de via ihana. Em terms de distbuigdo por sex0. as mulltes superam oS _— — homens nas cidades, mas n20 no campo. Esperangs: | Vida |Esperanca |Ganhos de Vids dade Cabrevidet [mest | evi’ |sobrevide media! TASELA 84. EVOLUGAO DA POPULAGAO BRASILEIRA ~ TOTAL E | S| as a PORE | 1 | aszs | 4a | seo | 7020 pa? peal cea | ah 10 399 | 609 611 73,71 vio | Asasavs | asuow [sno | zaeez7 | ts | sass | 625 | eat) fase we | Seareay | aster | So | Seome | so 2 gs | as oat [0 toro | sarcaoor | aaasiaxs | 407 | seoreae | soa ee | ger oe peae toon | vvozoeron | Soran | a7 | searse | soa a1 32 | = mimeo de cap adsciag vivs/populao, T8idakat"de Miortalidade = @bitds/poplage 7" y" - taxa de migragio ~ saldo migratério/populag30 + Transigdo demografica: periodo em que uma populacio pass de toma situagdo de altastaxas de mortalidade e natalidade para uma de baixas taxis. A taxa de mortalidade costuma en primeira Alguns conceitos demograficos Capitulo 18 A Populagao Brasileira e a Transigéo Demogratica 239 + taxa de fecundidade: nimero médio de nascdos vives por mulheres «| enue 1524) anos, observades os nivel coments de fecundkade por 2B) cade 3 B B). nasto de dependencia total: populagto dependente (Oa 14 anos © BB) 65 ans ov mas sobre a populato em ade ava 54 64 anos) BB). assoc dependenca joven: popula ente 2 M nos oir BBL” a popu em ace ava 05 a 4 ro BB | + naito de dependéncia — kdosos: populagto com mas de 54 anos Sex| sobre a populago em idade atva (153 64 anos). Questdes de Revisto 4. Quais foram as transformagdes mais marcantes qué se fizeram sentir sobre a populacao brasileira nas altimas décadas ¢ que alteraram profundamente seu perfil? 2. Quats sto as principais caracterfsticas da populagao brasileira atual 3, 0 que se entende por transigio demogrifica? 4. Quais sto os impactos da nova estrutura etdria sobre as politicas pulblicas? co Transformacées noe mercado de trabalhoea reforma da previdéncia social © AUMENTO DO DESEMPREGO E A PRECARIZAGAO. DO EMPREGO A década de 1990 foi extremamente negativa no mercado de tabalho. O principal ind mento do numero de desempregados IBGE, a desemprego no pai 1991, saltou para 7,66% em serembro pelo IBGE incl waais entre as, més Sio Paws lo, ‘apontow um crescimente no mesmo periado, no conceito de desemy TABELA 16:1. TAXA DE DESEMPREGO — BRASIL E AE! BT METROPOI TANA DE SKO PAULO (AM deeamprego | Taxa de dsempreg | T “Weeia [axa nual | aberto —Breat(@) | toll—RMSP(®) | bers “yo [8 87 900-| a a eee a ee 1991 48 17 80 | se | Fone (2 IBGE — Peaquise Mensal do Emprego (PME); (2) Je Empre Parte 6 + Um Retato do Brasil Atal 0 realizada pelo IBGE. No mesmo periodo, houve ampliasio dos cha Dados conta pripria’ em 43 pontos percentuais, enquanto a participa: Cao da categoria empregador permaneccu praticamente Constante Esses dados indicam que esté diminuindo o tamanho relativo do mer- cado formal de tabalho, isto é, aquele regulamentado pelas les trabalhistas ¢ integrado aos mecanisinos institucionais que garantem proteg0 ao taba Thador, tis como a previdencia social, o Fundo de Garantia por Tempo de Sonigo (FGTS) € 0 seguro-desemprego. O crescimento do mercado infor Jal observado nos anos 1990, sea sob a forma de trabalho assalariado sem Canela assinada ov mediante a ocipagio como conta-prépria, avanca em. “diego contriria a0 que ocomera no pais durante a década de 1970, Naque- Te periodo, ampliara-se © mercado formal do trabalho, em razi0 do cresct mento do tabulho assilarado com carteira assinada. TABELA 19.2. POPULAGAO OCUPADA DE 15 ANOS OUMAIS — PERCENTUAL ttéeta | Enipregados com | vue z “anual | cartora assinads! ortasropeta | Emprogador om | S87 204 44 1992 54 219 44 rss 208 ais aa 904 493 218 42 1995 104 220 45 1996 “07 2B 45 Sse 40a 23. 45 1908 53 232 Fone: 6G — PvE. ‘Gouenacfo: Os peeenias ne ttazam 100% devo a peblmas de sesensameria (© aumento do desemprego e a precarizagho das condigoes We trabalho tiveram impacto extremamente negativo sobre 0s programas piiblicos que dependem de contribuigdes calculadas sobre a massa Salarial dos trabalhaclores vinculados ao mercado formal de trabalho. Essa massa salarial € formada basicamente dos réndimentos de assala rhados com carteira assinada, O principal exemplo ¢ o da previdéncia social, que teve de enfrentar unia situagio financeirt extremamente Gelicada tos dftimos anos da década de 1990. Embora essa situagao também seja resultado da evolugio de stias despesas, principalmente Fy Bo pesonas que tabatham por conta prépea, no tendo vinculo empresaticio {de mentum espécie capitulo 19 = Tanelermagies no Mercado de Tabalho e a Reforma da Previdenca Social 243 de aposentadoria, grande parte do problema enfrentado decorre da Jindmica atual do mercado de trabalho brasileiro. Em 1998, as receitas de conteibuigdes encontravam-se em um ni vel inferior ao arrecadado em 1986. Tendo em vista que a economia Jumentou sua capacidade de produgio a0 longo desses anos, mesmo {que a taxas pouco expressivas, seria de se esperar que houvesse cres- Cimento do hivel de emprego junto 20 mercado de trabalho formal. Gxsteneia de elevadas taxas de desemprego indica que as empresas tem procurado ampliar sua capacidade de producto por meio de ga Inhoe de_produtividade, seja introduzindo novas formas de gestio © rpinizacho da producto € da mlo-de-obra, seja modernizando sua pprodugao mediante a implantacao de mquinas € equipamentos mals fnodemos, muitas vezes poupadores de mao-le-obra © SEGURO-DESEMPREGO © crescimento significativo do desemprego provocou @ aumento da procura pelo seguro-desemprego junto 20 Ministério do Trabalho (hitb) durante a década de 1990. Entre 1989 ¢ 1997, 0 niimero de tuibathadores que requereram esse beneficio aumentou eit 132%, € © total de segurados, em 169%, como mostra a Tabela 19.2. Apestr it xpansio do programa, nem todos os desempregacios puderam fazer so do benefiio, pois a seguro-desemprego protege apenas os taba Iadores que pertencem ao mercado formal de trabalho’ TABELA.19.3,__EVOLUGAO 00 SEGURO-DESEMPREGO — BRASIL SS es =e valormésio do Ta aa | paused | GT a eogureann | Beg mS. ees | 1910165 1620 589 170 jae0 | scs9910 2800820 178 901 | 372480 13490.295 ey tee | 4015205 21805.157 10 aos | a25sa7 3759.05 tes 1994: | /aongie. |. o09 710 155 tees | 4789.304 ‘794170 tise 1996 4952.00 ts8 weer | 44997.982 ts $900 (9: SRD fa 64.757 456 Foro: Tb — Satara de Plas de Eprogoe Salo — Goardenario Geral do Sep. Dasamoren @ Azo Sula Seca mine. ("janet a ovo. T No memento da demissio, entrega-se, junto com a rescisao do contrat, war formivo peri de soliiaco de se 00, Parte 6 + Um Retato do Brasil Aual © aprofundamento do desemprego comecou 1 dificultar 0 acesso 40 seguro-desemprego mesmo para trabalhadores assalariados com canteint assinada, Um desempregado que voltasse a trabalhar depois de longo periodo de inatividade e ficasse novamente desempregado no teria como comprovar 0 tempo de contsibuigio ao INSS, condiga0 mi rnima para se beneficiar do seguro. Essa situagio, resultado do alonga ‘mento do tempo em que o trabalhador permanece desempregado, de terminou que, por diversas oporunidades, © Ministério do Traballio aumentasse o niimero de parcelas 2 serem pagas pelo seguro-desem: prego. Note-se que 0 avango do desemprego foi acompanhado de redu- ‘¢20 do valor médio do beneficio. Entre 1989 e 1998, houve uma perda de 8.2%, provocada pela diminuigio do salirio médio dos trabathado- res quando em atividade e/ou pela maior participagao daqueles menos remunerados no conjunto dos segurados. © valor do beneficio, embo: ra baixo, € compativel com a remuneragao da maioria dos trabalhado: res brasileiros, Em outubro de 1998, 0 valor médio do seguro-desem- prego correspondia a 1,57 salério minimo, isto é, a RS 204,10. Em outubro de 1998, a maioria dos segurados provinha do setor Servicos (32.3%), seguides pela Indistria (24,48%) e pelo Comércio (23,8490. A Uisttibuigiv dos segurades por setor de atividade pode ser vista no Grafico 19.1 Grérico 19.1. - ‘Sequro-desemprego — distribuicdo por sotor de atividade — outubro de 1998 arp. Datos Fonte: Mb — Secetava de Policas de Empegoe Salto ‘Coordenage Gea do Segure-Dasemerogo 0 Aboro Sala —_—_ Capitulo 19» Tanslormagies no Mercado de Tabathoe a Relorna da Providéncia Socal 245, Em termos de disuibuigio regional, 55, 10 Sul e 16,9% no Nordeste, como se ‘pagos na regio Sudeste, 17,8 observa tio Grifico 19.2 RArtco'192. ‘Seguro-desemprego — distribuigdo regional recone. wan eee 5.00% — | Siete 4 | 24— Su Fonte Mb — Secretaria do Paticas do Emer Coarenagie Gar! do SequeDesempre3e€ Aono Fm entubro de 1998, do total de rabalhadores que receberain pela primeira vez 0 beneficio do seguro-desemprego (302.568), 27,04 tinham a 8 série incompleta, 20,43% o ensino médio incomplcto, 16,51 f 4 série completa €-11,2296 a 48 série incompleta. Os teabalhadore= ‘com curso superior completo representavam 10.51%. No que concerme ao valor do salirio desses trabathadores no mi» mento da demissio, a maior incidéncia recai sobre os rendimen A maioria los talc lites minimos (30.3 centre 201 € recebia até 3 salirios minimos (73%) A CRISE FINANCEIRA E A REFORMA DA PREVIDENCIA SOCIAL Durante toda a década de 1990, esteve em discussao na sociedacte brasileira a necessidade de empreendlr diversas teformas: previdencis ributiria e administrativa, Entre todas elas, a Unica que havia swags 1g meados de 1999 era a previdenciiria, Mesmo assim, ss mucdane: > sistema de protect into chegaram a transformar significativamente social SOOHHSHHSHOSSSHOHSOHHSHESHHHSHHHECOHRESCEOE Parte 6 « Um Fetiato do Brasil Atal Nos tiltimos anos, a arrecadacio das contribuigdes de empregados ‘¢ empregadores nao tem sido suficiente para financiar os gastos cres- ccentes com beneficios, como se nota no Grifico 19.3. De 1997 para 1998, apesar de © govemo (er aumentado a transferéncia de outros recursos vinculados & seguridade social para a previdéncia social, nto foi possivel evtar o surgimento de detcits no Ambito da protegto dirigida aos assalariados do setor privado da economia GRAFICO 19. Evolugao das contribuigdes previdencisrias ¢ do gasto ‘com beneficios — milhoes de reais de dez97 450000 ‘4000.00 sssoo00 300090 250000 seas | See bE amr ttenco cies sn f i nen a on ale crescimento da despesa e o frco dlesempenho da receita. Para se ana lisar os sleterminantes do aumento da despesa é preciso lembrar 44) que 0 beneficio pago pelo INSS apresenta uma certa relacho com 0 salirio recebido pelo trabalhador quando em atividade; 1 b) que a legislagdo determina um piso correspondent a um sakiio ‘minim, isto €, que o menor beneficio no pods ter valor inferior #0 © Que 0 valor maximo a ser recebido 6 igual a 10 Salo minis, 4) que a grande maioria daqueles que recebem aposentadoria é com- posta de trabalhadores com carteira assinada Isso significa dizer que, até certo ponto, os beneficios pagos.sefle tema estrutura de sakdrios do mercado formal de trabalho. Em 1996, do ‘capitulo 19 » Tanstormagies 10 Mercado de Trabaho @ @ Rotorma da Previdéncia Socal 247 total dos beneficios concedidos, 76.04% eram de valor até 3 salérios {nimos. Abrindo-se os beneficios por tipo de clientela, esse percentual balxa para 71,46% entre os urbanos, € tinge 99.36% entre 0s rurais. Se ‘¢ valor do beneficio for ampliado para até 5 salirios, a participagio ‘entre os beneficios urbanos fica em 83,396, entre os rurais, em 99.85%. ‘Tal como 0s salirios da maioria da populaglo brasileira, os bene: ficios previdenciérios sto de valor reativamente baixo, Tendo em vista essa realidade, nto se pode procurar a explicagao do erescimento 4 ddespesa previdenciiria no valor dos beneficios paBos. © principal fator explicativo deve ser buscado na dindmica do mercado de trabalho brasileiro, Principalmente nos anos 1970, € mes fo anteriormente em alguns setores de atividade, expandiv-se 0 asa farlamento junto a0 mercado formal de trabalho, 0 que ocasionaria aumento substantivo da demanda previdenciiria exatamente nos anos $950, uma vez que o principal item da despesa da Previdencia Social slo as aposentadorias. As regras permitiam que 0 trabalhador tivesse diseto a aposentadoria integral aos 35/30 anos de trabalho (homem ¢ mulher, respectivamente) € a0s 30/25 anos no caso de aposentadoria proporcional, Dessa forma, o crescimento da demanda & produto do binamismo do mercado de trabalho no pesiodo do chamacio milagre dda economia brasileira Além disso, € reduzido 0 niimero de benefictos que cussan de ser pages, pois aumentou o niimero de anos de permanéncia do aposenta- Go no sistema em funglo dos ganhos de-sobrevida, tal como visto no, Capitulo 18. Nenhum desses aspectos apresentaria problemas maiores para a ‘previdencia caso 0 mercado de trabalho formal nao estivesse sofrendo Fhtensa deterioragio, Em outras palaveas, apesar de a populagio bras Teira ter comecado a envelhecer, esse proceso € acompanhado do aumento significativo da panicipaclo daqueles com idade para traba- thar, de Forma que, se houvesse emprego de qualidade, a fase atual da transigio demoprifiea mais do que garantiria 0 financiamento dos be- neficios dos atuais aposentados. Contudo, nos anos 90, especialmente apés 2 estabilizagdo, as taxas de desemprego atingiram nivels nunca antes vistos, e€ 0 mereado informal de trabalho cresceu a expensas do trabalho com carteira assinada, (© movimento-de antecipagao da demanda provocado pela discus so da reforma previdenciiia também colaborou para ampliar 0 nivel 7 Narquen 99. Parte 6+ Um Retr do Bras Atal do gusto da previdéncia social, Nao foram poucos os que, jt tendo preenchido 05 requisites exigidos pela lewislacao anteriormente viger te, anteciparam sua aposentadoria, mesmo que para receber o valor proporcional, Esse fenémeno fol observado tanto no setor privado {quanto nos regimes dos funcionsrins pablicos federais, estaduais € ‘municipais, A evolugio do nimero de beneticios em manutengao ea despesa mensal média realizada no perfodo 1988/1997 slo apresents. das na Tabela 19.4 ‘TABELA 19.4, - EVOLUGAO DA QUANTIDADE E DA DESPESA COM BENEFICIOS MEDIAS MENSAIS EM RS 1,000.00, DEZ/T | uanidade de bevetiios em manvieng80 | _Despese ci ‘Wbanos | Rurais Total | _beneficios Taso rie | seeaeis | 1ree6 sb | 162585 | rateseo | 2oseis | serzn20s | 190887 eueaes | 4seacas | re4ra78 | 189247 fasasz0s | arorce6 | 126x571 | 205676 frotou | s00s727 | 13709767 | 222687 aors4s7 | sosseas | rs1z0135 | 2arase Saaros | casaer | 15750100 | 201563 arreis | eaoo7a1 | wr7ess7 | 338878 roszaoss | bseoaso | tease | 579040 11.50.652 a | sra7eei0_| 41988 Do lado da receita de contribuigdes de empregados € empregado- res, principal fonte do financiamento do sistema previdenciisio®, a evo Tugao recente reflete a precarizacio do mercado de trabalho € 0 baixo crescimento da economia brasileira. Esse desempenho seria mais desanimador ainda, nao fossem a5 inovagdes realizadas na esfera dt fiscalizagio que permitizam, principalmente nos dois tiltimos anos, au ‘mentar substantivamente o resultado das ages dos fiscais previdencifrios, [Até 0 inicio de 1999, a reforma previdenciiria no Ambito da prote «0 piblica concedida a08 trabalhadores do setor privado havia alter do poucos dispositives da leglsliGtc anterior. As principats imudangas residem na eliminagao das aposentadorias especiais (exceto pulr ¢ tou 8M% do total disponivet no perindo Fes fate de recursos repre 1980/1990 Capitulo 19 + Tanstormagées no Mercado de Tabatho @ a Relorma da Provincia Socal 249 professores do ensino médio ¢ fundamental) € na substituigao do tem po de servigo pelo tempo de contribuic2o no acesso 2 apasentadoria ‘As mudagas, embora modestas, atuam exatamente no principal iter de despesa da previdénci [A introdugto do eritério de idade para a concessao da aposentade sia, defendida pelo govero federal, nio foi aprovada pelo Congress > Aposentadorias especiais:teoricamente eram concedidas pact as ct tegorta eujo tabalho envolvesse atividades insilubres, perigosas ov jpenosas, Ene ela, ineluiam-se jomalstas © professores de todos 0s pive's de ensino, A'nova legislagio, 20 extinguir esa especie de entadoria pata categoras (com excecio fei aos professores de 1° e 2 gras), mamteve 6 principio vido para o wabalhalorindivicisl que | Alguns conceitos relativos a ‘exerya atividades insalubres, perigosis ou penosts ‘eneficios em manuteng20: so caracterizados por pag sais contauos, até que alguma causa (morte, por exemplo) provoxque ‘sua cess. + Beneficio concedido; € aquele cujo requerimento apresentado pelo segumada € deferido e liberado para pagameato. A concessio repres 1, portano,o fluxo de entrada do beneficio no cadastto de beneticios tnntide pela Empresa de Proceseinvento de Dados da Previdericia So- cial (Dataprev). previdéncia social (a Questdes de Revisio. = 1. Quals sto as principais caracteristicas do mercado de trabalho brass Teiro nos anos 1990 2. Qual € 4 gravidade da questo do desemprego no Brasil? Des quando isso consitui um problema? 3. © que quer dizer a expressio “precarizagio do emprego!? 4. De que forma a expansto do desemprego afeta a viabilidade dh programas piblicos de protecio a0 trabalhador, especialmente cconcessio do seguro-desemprego? '5. Quais sao 08 principais problemas do sistema previdencirio bras leiro? 6 Qual €relasio existente entre a deterioracio do mercado de ths tho formal c a erise da previdencia soctaP SOHCHOSHOHOHSHSHSSHHOSHHESOHHHOHCHSSCHSEEEEOE ABREU, Marcelo de Pala A ordem do progres to: cem anos de poca econdmica repubicana, 1889/1989, Rio de Jxnexo: Campus, 1990. ALENCASTRO, LF. 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Sto Palo: Difusto Ex ‘opti do Lio, 1961 ="_g SIGLASEE-ABREVIATURAS Saga [IRD — Banco ntemacionl de Reconsinage & Desenvolvimento BIS — thinco de CompensagdesIntemacionais NDE — Banco Nacional de Desenvolisento evabimicn [NDES — Rano Nacional de Desenvaimento Feondmico e Soci INH — thine Nacional da Hubaagda TEN — Bonus do Tesouro Nacional ACEX — Cameita de Coméscio Extetior (CEPAL — Comissto Eeondenica Para a Amética MBE — Comissto Mista Rrasil-Estados Unidos MN — Consetho Monetisio Nacional [OND — Conseio Nacional de Dessaatnagio DATAPREV — Empresa de Procesmeno de ‘Dados da Previdenela Social, DIFESE — Depamamento Inersindical de Fa tisica © Estudos Sociosconémicos| EMI — Empreas Mulinaionas EXIMBANK — tana de Expentag e lspona ‘0 dos Exido Unicos FGTS — Pundo de Garantia por Tempo de FV — Pantages Gea Yaris IFSP — Federals ness do Estado de So Paulo a= Fano Montara Intemaciona IND — Fondo IBGE — Instn Drain de Geogr e sta. scional de Desesaiagio IDH — Indice de Desenvolvimento Humaso IT PND — 11 Plane Nacional de Deserolvinento ss TPC — Ince de reves ao Consundor Insitute Nacional de Sequriade Social LEW — Letras do Tesouro Nacional (ONU — Orpanizagao das Nagdes Unidas ORTN — Obrigacées Reajusiveis do Tesouro ‘Nacional (OTN — Otnigagdes do Tesoro Nacion PACTI — Programa de Apoio a Capacitagio “Tesnologics da Indices Pars PAI — Programa de Apt timed PASEP — Programa de Ass@ncla aos Serio res Pblicos PRQP — Programa Braseeo de Qualdaée ¢ Produsvidae PCa — Panido Communist Brasiivo C1 — Programa de Competividde Indust PL — Pari da Frome Uiberat PICE — Politica Industeial © de Comércio Is — Programa de integrsto Social PMDB — Partido do Movimente Democrco Ressiero PND — Programa Nacional de Desesiaizacao PNUD — Programa das Nages Unit pans © esenvolemnento POF — Pesquisa de Orgamentos Fares POC) — Ponificia Universe Cates do i de nce RIPSA — Rede Feria Federal SA Plano de Asi0 Feonsmica do Govern SALTE Plano} — programa de ivestinentos em Side, Almenta;a0, Transpaes © Energia SEADE—Fundagio Sistema Estadual de Anise ‘de Dados SPH — Sistema Financeiro da Habiagao SUMOC — Superintendéncia dt Mocds e do credto LURP — Unidad de Referéncis de Prego UURV — Unidude Real de Vitor Aes, Marcelo de Paiva 76,105, Alves, Rodrigues 49 Andrea, tio 152 Ai, Perio. 138,205, | r Rell, Claudio 125, arose Con, Antoni 96 tsa Je, Paulo Nogueira 14t Bellz, Wie Gonzaga he Blo 81 Bielschowsky, Rewrdo. 96, 12 Dresser Perera, Lule Catlos 155,156, 173 Buthaes, Ocavio Gouvea de 104 (6 Fhe, Joie. 84 pen, 52 | {Campos Salles. 49 | Cardoso de Melo, Joba Manuel 73,8 Cardoso, Ferand Henggue, 96, 188,205, ~ CCarone, Edgind 48 Castelo Branca, Canto Collar de Mello, Femando 196 209 (Conia Silvs, Anhue da 11 Rode 33 ‘Gnu, Paulo Davies? 113, Dean, Warten 53 Delim Neo, Anidaio 8, 132 DeltAcqus, E53 Domvelles, ranesco 166 utes, Euro Gaspat 7% e eherle 56 petbeng E58 NDICE'ONOMASTICO = Fanner, Fernando 117 ener Aldo 9% Fo, Jose Ls 88 Calta, John Kennet, 90 Geiss Emeso 18 rds 56 oto. 99 " Hon bee 66, 8) alec, sichel 81 Klabin anaos) 5 Kubluchel, Juscelino 63, 89 1 Laces, Antonia Ciméa de 200, Laplane 200 {rr Resende, Ande 105, 164, 165,205 enguberAtitnio Carlen 16 tessa, Cathe 90,3, 96 acon, Angus 103 ke, . tlk, Evo Garrastazs 110 hale, Jose 125 an, Yoshiaki 158 eves Tancredo 165 Ghee, Maton ds 174, 18% suo, Anibal 96 Pra re Cn 23 Frock Arti da Stes 37, @ ‘quads, io 86,300 angel, [gnicio 102, 105 Economia Brasileira sales, Campos Samuchon, Paol archony 165, Samos, Theotnlo dos 117 Sargent, Thoms. 166 Saves. ose 165 Soya, Joo 167 Scarpa Nicolas 36 Schumpeter, Joseph Alois 156 Sets, Host. 96 Scrubal Plo, ere 125 Siva Adria Moura da 155 Simonsen, Mio Henrique 1 Singer, Paul 81 Suniel, Osvaldo 90, 158 tr Targuinio, L5t Tauray, Afonso de E36 Tavares, Maria dx Goncelg30. 72. 9% ‘Truman, Hoey $. 7% vargas, Gettin Doenelles 63,4, 84 Wilares, Paulo. 125, ‘whiter, Jos Maria 84 Wickes Johan Gus Krot Sellars, John 168, 180 sneha comer, 182,185, 21 aholigio da escrvatue, gue, 6 10,16, 17,22 0 do, 1618 refinara de, 1 aewimulagao eral, 5 pms 45.12 aget¥o, 21 Aamertcam Fase Pow, 50 snalive departimcaal, 80, 81 a, apocentaoria, 243, 247, 208 fao2, 22 ‘itoclagao Bravia para © Deseavovimento ‘tes tists de Base (ABDIB), 125, associa Inds, 48 B ‘Commerciale dt Miao, 4 Commerciale babana 53 a Napol, 55 Danco ‘Cena, 105, 206,208, 209 doe Ethos tn ‘Export dos (ERIMBANRY, 90 ho ras, 36, 37,7, 185, 208 fo Comésco bia de So Pas (Comin Ietemacional de Reconstnucho (BIRD, 8 Muna 95, 180 tuandeirs paulisas, 1 Bancspa, 198 heneficios previdenciios, 20 tls de lores he Nova York, 6 ANALITICO #3 brah, 52 Brastian che Bark fr Detscland, 32 Bresilian Traction, {ft ar Pour, 57 Breton Words, 75,85 Bris Ban of Seth America 3 ‘Bris Americare Tohaceo, 50 Ca, 22, 32:48, 66, 68 comercianie de, 837 omissinn de, 3-36 mmecanstnos de defesa do, 68 prlica de valoeagso do, 68 Foca dos excedentes de, 70 Telagoes entre comerctnte e produtor de, 33, Sinema de financlamento di economia da exonomia fecira, exgatameno do, 3/4 superpeoducio de, 0 capil vantvel, 5 area de Comercio Exterior (CAGEX). 185 ‘comin, 35. casas de Func, 20 senso, 282285. Cen) nds do Baws, choque os jros extern, 152 utr, 170 rode, 138 a borraca, 16 do age, 16-18, fda our, 1823 ciclo econtmicos, 15.28 tase indus, 31 nde explo peter 60 tho Vale do Sto Francisco, 77 ‘Misa Bras-Estades Unidos (CMBEUD, 90 compaahia de Comercio, 8,9 td Diarbuigio None-Nordestee ento-Oeste (GEE) 196 se Pewcidade de Minas Gerais (Cernig), 196 (Se lerledade do Estado da Hahia(COELBAD, de Blerncidade do Rio de Jneit (CFR, 196 xadual de Gis do Rio de Janeio (CEG), 196 ac do ehoramentos de 8 Paulina de Esc de Feo, 52 Riograndense de Teleconnunicagoes (CRT). 16 Sieringiea Nacional, 8 Male do Ro Doce, B2, 196 Vitara Sana Mating, 52 sonfaco cambil, 86 cenito disributvo, 156, 158, 164 congelamento de preci, 168, 172 Conselho| ‘Monetiio Nacional MND, 105,211 consemso de Wishington, 180 Conte, 191 Genito dé Taubaré, 68 ‘seo arin, 32 asics, 215, th divide extra, 139,20 fiscal do Esti, 139 rs, 215 curva de Pilips, 158, 164 > department 130 1,60 derrame, 20 - esregulamentagio dos mercados, 180, 184 Disntade De DKW, 95 Economia Brasilia erodes, #2, 123 Enbrel, 123 mpc Tee dO 20 Empresa de Processament0 de Di ‘enc Soc (Dauptes), 29 fempreas multinacionais (EMN) geno, 16 Faces, 195 marinas, 2 expen se ia, 288,237 Fat abwokatst, 9 (taco le § Paulo, 0.124 Fido Novo, 74 F Finame ago 181 Finamex, 191 frat do Samey, 171 For, 50 Fando Nacional de Descstatzacio (PND), 19 Fundo Social de Energi, 206 gato, 168,17 ce Mercantl 125, 62,108 ‘Senenl Mar, 93 soe altar de 1964, 10, 102 spain, 10), 170 Ere Dope, 38 fe inddsaaomeiice (GEA), 9 ira dco al (GEICO. 91 dh besa de mga aos ero fs (GHMAID, ca ‘histns meni pes (GEIMAP), 91 ic armayenagem (Comrio Conse de A imams e093 de exponacia de mine defer (GEM, 91 po Mato BRDE-CT , Mun Indice Analitiew 11 Plano Kartal de Besemolvimerte (I PRD), 1s 122,124 isto de diss, 76, npc ment, 188 Import Provistrio sone Mowimentagao Fin fein (PME), 207 oso sobre Prox Incsritizado I) Tnconidéncts Minera, 20 indenagio, 158,159,160 indice te Desenvolvimento Hamano (DH), 224 Indice de Gin, 225. J jos, 13 John Pratt & Sons, 31 L Le dv Sila Nacional, 185 tei Gol dis Felecomnicagies, 196 Hperazagto, 190 Lino London iserbank Offre! Rated, 42 ght and Ponce, 50 rode ssa, Soria, 2, 3 ‘nigema, 22 raguiagem de produtes, 172 reread de trabalho focnal, 242 informal, 292 mets, 9 milage exon, 98, 9 261 ene, 170, eal, 20, 20,201 Moin Famine, 5 surbras. 7,13, 16 Pesquisa de Oration Fanulares (POF? 2 Pesquisa Mensa de Emre Philips, 30 plancpmento est Asal, 162 ewer, 173174 Coll 1 180,187 oli, 187 ‘Cruzin, 172 Cara, 138,158, 162, ATI, 178.17 ae acto Fe eal, 153,163, 80,22 ena, $9409 plano quingoeral, 89 planos de esebiagso heterodox, 170+ plaration: 10, 12,16 and 0, 105 Seip cups, 238 ‘8 Chaves, 37 Hencia Social, 256, 297,245 80 de substituigio de imporagoes (PSD, 6 tsileiro de Qualidade e Frodutivida (HOP), 198, 221 Nagoes Unidas pura 0 Desenvolvimento digeria PACT, 221 ‘Competividade Instr (PCD, 191 Esabizagho Econdmica, 205-212 Reestruuragio © Racionalizagio Empee sana 191 sovonal de Desesatzagto (PND), 191, 194 amma nuclear bravo, 121 fas Especiais de mporasao, 185, sia Lard, 162, 163 158, 180,205, -e-dependénci (RDP, 287, 238 Fermovtra Federal S.A (RFFSA), 196 scmento agricola, 2123 Economia Brasileira t tata, 173,176 taxa de Crescimento popuacionl, 238 ‘dserpreg, 241 Fecundidage, 234, 255 sortie, 235 ‘do Balango de Pagamentos, MS ‘Qanttata da Moeda, 14 trahiadorasslariado treo segrewo. 13.17 Tratado ‘de Methven, 28 de Tones, 31 v Unidsde be Referncia de Prego CURD), 173 Beal de Vil CURV), 205, 209 siinas, 93,194 ‘antagens comparative, 25 vins de conatuigio do captalismo, 4,5 vin classi, | vis colonial, 4 a prsiaa, 4 Volkswigen, 9 doers agi fort 32,55 ses, 21 B89, 198 Paulo Alps, 57 rodesemprego, 23-265 assis oAesbamente for, 123 reat 2 sot, 196,197 EDITORA e GRAFICA ti de Sucre Bren 3 IDA & CONSCIENCA erimendéncia da Mocda eo Cxédo Seeneme rere

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