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ESTRADAS DE RODAGEM PROJETO GEOMETRICO Glauce Pontes Fitho Engenheiro Civil bidim [TPC] _InsTrTuTo PANAMERICANO DE CARRETERAS BRASIL FF PAN AMERICAN INSTITUTE OF HIGHWAYS - PIH ® emai: ipcrasivalexxa.combr- Home Page: www ip oer Copyright © 1998, Glauco Pontes Filho Proibida a reprodudo, mesmo parcial, € por qualquer processo, sem autorizagao expressa do autor. Editoragio Eletrénica: Glauco Pontes Filho Fotoitos: Diagrama Pré-Impressio Dados Internacionais de Catalogacto na Publicagio (CIP) (Ciara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Ponies Fillo, Glauco. Estradas de rodagem : projeto geométrico / Glauco Pontes Filho. - Séo Carlos : G. Pontes Filo, 1998. 432 pail, 1. Bstradas rurais 2. Rodovias —Projeto 1. Titulo. epp.625.75 Indices para Catslogo Sistemdtico 1. Projetos geométrios : Rodovias 625.725, 2, Rodovias : Projetos : Engenharia 625.725 3, Rodovias rurais: Projeos : Engenharia 625.725 ‘A.cada dia ¢ hora o transporte fica mais importante para a economia e 0 bem estar social, Primeiro, porque é a capacidade que o homem desenvolven ao aprender a trocar 0s seus excedentes de producéo, tornando-se o principal recurso para ampliar a capacidade de sobrevivéncia, a longevidede, a flicidade e 0 conforto dos seres tumanos, Segundo, porque 0s avangos da tecnologia contribuem para fazer de :meios e equipamentos para transporte um conjunto de elementos que ampliam 0 ciclo da economia, mesmo consumindo recursos humanos € naturais ao produzir a viagem de bens ou pessoas. Por outro lado, embora a maioria dos cursos de graduagéo em engenharia civil inclua fondamentos sobre projetos de vias para transporte, boa parcela dos engenheirosformados carecem de prtica e métodos para colocar em ago‘ eoria os processos de estimativa de caracterstcas de rodovias e assemelhaos de maneira eficaze eficiente. 0 pior ocorre quando livros, normas e manuals preocupan-se apenas em mostrar fo subjacente e a excecio de teorias e fundamentos que podem ser aplicados a0 trabalho de projeto e manutengio de vias. [A presente obra cobre exatamente uma parcela da necessidade de engenheiros cestudantes em ter acesso a resumos de teorias e especificagdes sobre procedimentos para tratamento de caracteristicas de rodovias e outras vias para estudos, projetos ¢ -verificagées. E dirigida ao pritico e ao pesquisador iniciante, e inclui de maneira sintética e pronta para uso os métodos indispensdveis para o processamento do conhecimento sobre os t6picos que se dispée a abranger. Este livro & destinado ao sucesso porque seu contesido abreviard os caminhos para o aprendizado de engenheiros, estudantes e pesquisadores. Yost Bermardes Felex Professor Titular, Diretor do Centro de Processamento de Dados, CChefe do Departamento de Transportes © Presidente da Comissio de Pesquiss na Escola de Engenharia de Sio Carlos da Universidade de Sio Paulo APRESENTAGAO E AGRADECIMENTOS Escrever um livro é uma tarefa laboriosa, porém, tera experiéncia de varios anos rmaterializada desta maneira é um sonho de qualquer professor que st dedica a0 censino e & pesquisa. No Brasil, a maioria dos professores universitirios das diseiplinas de projeto geométrico de estradas adotam apostilas nos seus cursos devido & caréncia de livros didéticos atualizados sobre o tema. Esperamos, com a presente obra, preencher este lacuna. O livro € direcionado aos estudantes ce engenharia civil (cursos de grauagio) estudantes de pés-graduacéo e engenheiros civis engajados no projeto ¢ construcdo de estradas. Este livro contém 0 programa bisico das disciplinas relacionadas 20 projet geométrico de estradas de rodagem, lecionadas nos cursos de engenari civil das ‘universidades brasieiras. O objetivo principal dolivroé transmitir, em linguagem idética eacessvel,o8 conceitos fundamentais para projeto geométrico de estradas de rodagem, de acordo com as mais recentes normas rodovisrias do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER). Tabelas, grificos, abacos ¢ programas ra alculadora HP-48 G/GX sio apresentados, assim como exerciciosresolvidos ¢ propostos, que possbilitardo melhor fixagio de conhecimentos © conceitos. Durante o longo caminho trilhado entre a idéia inicial ¢ a publicacéo do livro, contamos com a colaboracéo dos engenheiros Roberto Toshimitsu Aramaki (BIDIM - BBA), Cassio Alberto Teoro do Carmo (VERAM Tecnologia), John Kennedy Guedes Rodrigues e Gilmar Trindade de Araijo (UFPB), Alexandre Henrique Borges Assi (QUACIL Construgdes Terraplenagem Ltda), Rubens Brazetti (DNER), Marcio Augusto de Sousa Nogueira, Carlos Henrique Barreiro, Fernando Luiz Mendes Mariano, Adauto Medeiros Filho e Romildo Teles Pinto da Frota, aos quais deixo aqui meus sinceros agradecimentos. ‘Agradecemos também aos professores Carlos Reynaldo Toledo Pimenta e Marcio Pires de Oliveira, da Escola de Engenharia de Sio Carlos / USP, pelos exercicios que enriqueceram esta obra, Um agradecimento especial ao meu grande incentivador, mestre ¢ amigo José Bemardes Felex, professor titular da Escola de Engenharia de Sio Carlos da Universidade de Sio Paulo, a0 qual exteriorizo aqui a minha eterna gratidio. Finalmente, aqueles que desejarem criticar e sugerir alteragbes para incluso em futuras edigdes, apresento meus agradecimentos antecipados, solicitando que cenviem suas observagies pelo e-mail gpontes@usa.net. Sao Carlos, novembro de 1998. Glauco Pontes Filho “A terra ferida vinga-se produzindo flores” Tagore SUMARIO CAPITULO 1 - CONSIDERACOES GERAIS Introdugao Estudos para construgao de uma estrada Reconhecimento Exploragéo Projeto Fatores que influem na escolha do tragado Desenvolvimento de tragados Classificagao das rodovias 1) Quanto a posigéo geogrifica 2) Quanto a funcio 3) Quanto a jurisdigio 4) Quanto as condigdes técnicas Niveis de servico CAPETULO 2 - ELEMENTOS GEOMETRICOS DAS ESTRADAS Introducdo Azimutes e ingulos de deflexao Curvas de concordéncia horizontal Greides Segoes transversais Exercicios 01 OL 03 08, 12 20 20 23 Rae XIl__ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho sumAKO_xitl CAPITULO 3 - CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROJETO 51 CAPETULO 5 - CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSICAO 127 Introdugio 51 Introdugao wr ‘Velocidade de projeto 52 Tipos usuais de curvas de transigio 128 Velocidade de operagao 53 ‘Curva horizontal com transigao (simétrica) 131 Veiculos de projeto 54 Célculo dos elementos da espiral (método do raio conservado) 132 Distancias de lade 59 Comprimento minimo de transigio (critério dintmico) M41 lidade de parada 60 Comprimento maximo de transicéo 144 lidade de ultrapassagem 67 Locagio de curvas de transigao 151 Curva circular com transig6es assimétricas 158 CAPETULO 4 — CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 72 Curvas compostas com transicao 160 Exercicios 164 Introdugio n Geometria da curva circular 2 cAptTULo 6— SUPERELEVACAO a7. Locagio de curvas circulares por deflexio 82 1) Deflexées sucessivas 83 Introducdo a1 2) Deflexdes acumuladas 84 ‘Taxas de superelevacdo para raios acima dos minimos 176 Locagdo de curvas circulares por offsets 87 Distribuicdo da superelevagio 182 fnimo de curvatura horizontal 90 Diagramas de superelevacdo 190 idade nas curvas horizontais 96 1) Giro em toro do eixo 190 Curvas circulares compostas 102 2) Giro em torno da borda interna 191 ‘Curva composta com 2 centros 102 3) Giro em torno da borda externa 191 Curva composta com 3 centros 108 Exercicios 14 Curva composta com 3 centros (acesso-tipo DERSA/SP) 112 ag 1) Clculo dos angulos centrais A,, A, € A, 14 CAPETULO 7 - SUPERLARGURA 2) Célculo da tangente T : : aa = a Caleulo da superlargura _ Exercicios 7 sigio da superlargura (pistas de 2 faixas) XIV_ESTRADAS DE RODAGEM— PROJETO GEOMETRIC __Glauco Pontes Filho seo 1) Alargamento simétrico da pista 203 Momento de transporte - 2) Alargamento assimétrico da pista 204 Exercicios 7 mee = | CAPITULO 10 — ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 283 CAPITULO 8 — CURVAS VERTICAIS 209 | i ‘ 283 | Alinhamento horizontal 28 Introdugao 209 | Alinhamento vertical ad Tipos de curvas verticais a4 | Faixas auxiliares para vefculos Jentos em rampas a Célculo das cotas e flechas da parabola simples 25 ‘Comprimento critico de rampa Célculo do ponto de ordenada maxima ou minima 218 | Determinagao dos pontos de inicio e fim das rampas 296 Cotas ¢ estacas do PCV ¢ PTV | a) Ponto de inicio da rampa ia Nota de servigo de terraplenagem 29 | b) Ponto final da tampa : i ‘Comprimento minimo de curvas verticais 20 | Determinagio do ponto de inicio da faixa adicional Comprimento minimo de curvas convexas 221 Determinagio do ponto final da faixa adicional 301 Comprimento minimo de curvas concavas 227 Coordenagéo dos alinhamentos horizontal e vertical 309 Exercicios 242 Se Ey CAPITULO 9 — NOCOES DE TERRAPLENAGEM 255 eioaesso 317 Introdugio 255 Intersegées em nivel 7 Calculo de volumes 256 Intersecées com 3 ramos 7 Calculo das éreas das segdes transversais 258 Intersegdes com 4 ramos = 1) SegGes transversais em terreno plano 258 Intersegdes de ramos miltiplos sea 2) Seco mista 259 Rotaiérias aa 3) Método analitico 259 ‘Tipos de manobras e conflitos a 260 Prineipios de canalizagao de trafego Diagrama de massas. 261 Faixas de mudanca de velocidade i Fator de homogeneizacdo de volumes 265 Intersegdesem desnivel ou interconexdes pal Propriedades do diagrama de massas 266 Trevo completo XVI__ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Gilauco Pontes Filho Tse" Diamante Trevo Parcial Direcionais Caracteristicas das interconexdes Diamante simples Diamante aberto Diamante aberto com um sentido de circulagao Trevo completo ‘Trevo completo com vias C-D (coletoras-distribuidoras) Trevo parcial (Parclo — Partial Cloverleaf) Trevo Parcial (Parclo ~ 4 quadrantes) Trombeta Interconexao giratoria Interconexées direcionais, Escolha do tipo de interconexao RESPOSTAS DOS EXERCICIOS ANEXO I Resumo de Férmulas e Equacbes |ANEXO II — Listagens de Programas ~ Calculadora HP-48 G/GX ANEXO IIT ~ Resumo dos Critérios Basicos para Projeto Geométrico de Rodovias Rurais, Agrupados por Classe de Projeto BIBLIOGRAFIA 335 336 337 337 338 338 339 340 341 342 343 Fg ae LISTA DE FIG ad 1.2 13 14 15 16 7 18 1.9 1.10 aad 1.12 113 1.44 1.45 24 2.2 23 24 25 2.6 Diretriz geral de uma estrada Planta e perfil longitudinal de uma estrada ‘Segio transversal de uma estrada Desenvolvimento de tracado em ziguezague Desenvolvimento de tracado em ziguezague Desenvolvimento de tragado acompanhando o talvegue Desenvolvimento de tragado acomp. as curvas de nivel. Diretriz cruzando espigo pela garganta. ‘Transposicao de gargantas. ‘Tragado ao longo de uma cadeia de montanhas. Estudo de tragados. Estudo de tracados. Desenvolvimento de tragado em regio plana. Exemplos de rodovias do Estado de Sao Paulo. Exemplos de rodovias federais. Elmentos geométricos de uma estrada. Elementos geométricos axiais. ‘Azimut e comprimento de um alinhamento. Citculo de coordenadas retangulares. Dedugio do azimute de um alinhamento. ‘Tipos de curvas horizontais. YVIII__ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho LUSTADEFIGURAS XK 2.7 Tipos de curvas horizontais. 38 4.8b Curva composta com 3 centros (inverso da figura 4.8a). 110 2.8a Elementos de uma curva composta com dois centros. 38 49 Acesso-tipo DERSA/SP. 12 2.8) — Elementos de uma curva composta com trés centros. 39 2.9a Perfil Longi 41 5.1a _ Curvas de raio varivel. 129 2.9 _ Perfil Longitudinal. 43 5.1b _ Tipos de clotéides. 130 2.10 Tipos de greides. 43 5.2 Curva horizontal com espirais de transicao simétricas. 131 2.11 _ Tipos de curvas verticais (greides curvos). 44 5.3 Elementos da espiral. 133 2.12 Segdo em corte. 45 5.4 Elementos da espiral de transicio. 138 2.13 Segio em aterro. 45 5.5a Elements para locagio da espiral de transicio. 151 2.14 Segio mista. 45 5.5b Procedimento para PI inacessivel. 152 5.6 Curva horizontal circular com transig6es assimétricas, 158 31a Dimensées do veiculo de projeto VP (cm). 57 5.7 Concordancia de curvas circulares com espiral. 160 3.1b Dimensées do vefculo de projeto CO (cm). 57 5.8 Curva composta com transicao. 161 3.1c Dimensdes do vefculo de projeto O (cm). 58 3.1 58 6.1a Valores possiveis de e, em funcio da estabilidade. 174 32 61 6.1b _Variagdo do atrito f, em fungao da curvatura (V= Vij.) 174 3.3. Relagio entre o coef. de atrito longitudinal e a velocidade. 64 6.2 Distribuigio parabélica da superelevacdo. 177 3.4 Esquema de ultrapassagem. 68 6.3 SuperelevagGes para raios acima dos minimos. 178 6.4 Grifico de superelevacéo (V = 70 km/h). 179 4.1 Curva horizontal circular simples. B 6.5 Grifico de superelevagao (V = 80 km/h). 179 4.28 Locagio de curvas circulares por angulos de deflexao. 82 6.6 Grifico de superelevacao (V = 90 kth). 180 4.2b — Locacio de curvas circulares por offsets. 87 6.7 Grifico de superelevagio (V = 100 kan/h). 180 4.3. Forcas atuantes num vefculo em curva. 90 6.8 Processos de obtengao da superelevagio. 183 44 96 6.9 Secdes transversais de uma estrada. 184 4.5 Curva horizontal em corte. ” 6.10 Giro em tomo do eixo. 185 4.6 Curva composta com 2 centros. 02 6.11 Esquema mostrando a variagio da superelevacio. 188 4.7 Curva composta com 2 centros (inverso da figura 4.6). 103 6.12 Distribuicdo da superelevacao em bifurcagdes. 189 48a Curva composta com 3 centros. 109 7.1 Trajet6ria de um vefculo numa curva. 197 XX _ESTRADAS DE RODAGEM— PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho 7.2 Elementos intervenientes no célculo da superlargura. 198 7.3. Distribuicdo da superlargura numa curva de transicao. 204 7.4 Distribuicdo da superlargura numa curva circular simples. 205 8.1 Perfil de uma estrada. 210 8.2a Pardbolas de 2° grau: (a) simples; (b) composta. 2 &2b _ Elementos da pardbola de 22 grau composta. 212 83. Tipos de curvas verticais. 214 8.4 Esquema para célculo das cotas e flechas da parébola. 215 85 Comprimento minimo de curvas verticais convexas ($<). 221 8.6 Comprimentos de curvas verticais convexas (recomendados). 224 8.7 Comprimentos de curvas verticais convexas (excepcionais). 224 88 Comprimento minimo de curvas verticais convexas (S>L). 225 8.9 — Comprimento minimo de curvas verticais cncavas ($L). 231 9.1 Prisméide formado num tramo de rodovia.. 257 9.2 Area de uma secio transversal num terreno plano. 258 9.3 Secio mista. 259 9.4 Método analitico para célculo de dreas. 260 9.5 Perfil longitudinal e diagrama de massas. 264 9.6 Expansio e contracio de solos durante a terraplenagem. 266 9.7 Onda de Briickner. 268 9.8 Determinacdo do ponto de passagem (PP). 269 9.9 Momento de transporte. an LSTA DE FIGURAS XX 10.1 Alinhamento horizontal de uma estrada. 286 10.2 Escolha de raios de curvas sucessivas. 287 10.3 Terceira faixa. 291 10.4 fico de rampa para caminhdes de 201. 292 10.5 de uma faixa adicional de subida. 293 10.6 Exemplo hipotético de comprimento de rampa. 296 10.7 Curvas de desaceleragao para semi-trailer de 23 ¢. 301 10.8 Determinacao da distancia de aceleragio. 303 10.9 Determinacdo da velocidade de caminhdes nas rampas. 304 10.10 Forgas atuando num veiculo pesado em rampa. 304 10.11 Localizagio e geometria de faixas a. res de subida. 308 10.12 Diagrama de barras. 310 10.13 Periil longitudinal e diagrama de barras. 3 10.14 Combinagio de alinhamentos. 312 10.15 Combinagio de alinhamentos. 313 10.16 Combinagao de alinhamentos. 314 10.17 Combinagio de alinhamentos. 315 10.18 Combinacao de alinhamentos. 316 11.1 Tipos de manobras. 322 11.2 Tipos de conflitos. 323 11.3 Intersecdo canalizada de alto padrao (tipo bulbo). 325 11.4 Faixas de aceleracdo (1) € desaceleragio (2). 328 11.5 Alguns tipos de ramos em interconexdes. 334 11.6 — Recomendagoes para a definigo do tipo de intersegiesem 348 ‘reas rurais. di 24 22 3. 32 33 34 35 41 42 43 44 4s 51 5.2 LISTA DE TABELAS Classes de Projeto (Areas Rurais). Largura das faixas de rolamento em tangentes em fungio do relevo (m). Largura dos acostamentos externos (1). Velocidades de projeto por regio. Dimens6es basicas dos veiculos de projeto (m). Coeficiente de atrito longitudinal pneu/pavimento (Vigay.) Coeficiente de Distincias de longitudinal pnew/pavimento (V3, dade de ultrapassagem (D,). Locagao de curvas circulares simples. Valores méximos admissiveis para os coeficientes de atrito transversal f. ‘Taxas méximas de superelevacdo admissiveis, ¢,..- Problemas tipicos de curvas compostas com 2 centros. Condigdes minimas de projeto, para borda dos pavimentos, nas conversdes de intersegoes. ‘Valores-limite dos raios R acima dos quais podem ser dispensadas curvas de tr Locagio de curvas de transicao. 47 54 56 65 65 70 85 94 96 108 113 155 61 62 TW 72 81 o1 10.1 10.2 10.3 ua 2 LISTADE TABELAS XXIII rrr ‘Valores dos raios acima dos quais a superelevagio é dispensivel. ‘Comprimentos minimos dos trechos de variagéo da superelevagio (pista tinica, 2 faixas de tréfego de 3,6 m). Valores de G,. Valores dos raios acima dos quais € dispensavel a superlargura. Nota de Servigo de Terraplenagem. Calculo de volumes e ordenadas de Briickner. Rampas maximas (%). Determinacdo do inicio das faixas adicionais ¢ respectivos comprimentos minimos. Determinacdo do final da 3 faixa para diferentes greides. ‘Comprimento de projeto das faixas de mudanca de velocidade para greides suaves (= 2%). ‘Variagdo do comprimento das faixas de mudanga de vvelocidade em funcio do greide. 181 187 202 219 262 307 307 329 330 CAPiTULO 1 CONSIDERACOES GERAIS A pay ba anice forma de noe sentinmos cealmente humanos.” ‘ALBERTEINSTEIN CGentista alemio INTRODUCAO Se entende por projeto geométrico de uma estrada ao processo de correlacionar os seus elementos fisicos com as cara icas de operagio, frenagem, zceleragio, condigdes de seguranca, conforto, etc. Os critérios para o projeto geométrico de estradas baseiam-se em principios cde geometria, de isica enas caracteristicas de operaco dos vefculos. Incluem no somente calculos tedricos, mas também resultados empiricos deduzidos de numerosas observagées ¢ anilises do comportamento dos motoristas, reagées humanas, capacidade das estradas, entre outras. A construgio de tuma estrada deve ser tecnicamente possivel, economicamente visvel esocialmente abrangente. 2. ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROIETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Muito mais do que uma causa, as estradas devem ser encaradas como uma conseqjténcia da civilizagdo. Em todo projeto de engenharia pode-se, em geral, optar entre diversas solugdes. Porém, nos projetos de estradas a indeterminacio é maior. E decisivo para a escolha da solucdo final o critério adotado pelo proje a sua experiencia e o seu bom senso. Deverd ento 0 projetista escolher os tracados possiveis e em seguida comparé-los entre si, atendendo a critérios que a0 longo deste livro sero apresentados (raios minimos de curvas clinagdes de rampas, curvas verticais, volumes de cortes ¢ aterros, superelevacao, superlargura, etc.). ESTUDOS PARA CONSTRUCAO DE UMA ESTRADA Os trabalhos para construgio de uma estrada iniciam-se por meio de estudos de planejamento de transporte. Esses estudos tém por objetivo verificar 0 comportamento do sistema vidrio existente para, posteriormente, estabelecer prioridades de ligagdo com vistas as demandas de trifego detectadas & projetadas de acordo com os dados sécio-econdmicos da regio em estudo. As principais atividades para elaboragio de um projeto visrio sao: + Estudos de tréfego. + Estudos geolégicos e geotécnicos. + Estudos hidrolégicos. Cap. 1 - CONSIDERAQOES GERAIS 3. + Estudos topogréficos. + Projeto geamétrico. + Projeto de obras de terra. + Projeto deterraplenagem. + Projeto de pavimentacio. + Projeto dedrenagem. + Projeto de obras de arte correntes. + Projeto de obras de arte especiais. Projeto de viabilidade econdmica. + Projeto dedesapropriacao. Projetos de intersecdes, retornos € acessos. + Projeto d + Projeto de elementos de seguranca. Orcamento da obrae plano de execugio. Relat6rio de impacto ambiental. O projeto geométrico de uma estrada comporta uma série de operacdes que consistem nas seguintes fases: Reconhecimento, Exploracio ¢ Projeto. A seguir faremos uma descrigao sucinta destas fases. RECONHECIMENTO E a primeira fase da escolha do tracado de uma estrada. Tem por objetivo principal o levantamento ¢ a andlise de dados da regio necessérios a definicao dos possiveis locais por onde a estrada possa passar. Nesta fase sao definidos 0s principais obstaculos topogrdficos, geolégicos, hidrolégicos e escothidos ocais para olangamento de anteprojetos. 4 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRIC Glauco Pontes Filho Consideremos a ligagio entre dois pontos A e B de uma determinada regio, esbogada na figura 1.1. oo Cidade C FIGURA 1.1 — Diretriz geral de uma estrada (Fonte: PEREIRA). Os pontos A e Bio denominados pontos extremos. A rela AB, ligando esses pontos, chama-se diretriz geral da estrada, A cidade Ceo porto D que serio servides pela estrada a construir, sio conhecidos como pontos obrigados de passagem de condicéo ¢ so determinados pelo érgio responsivel pela construgao. A topografia da regidio pode impor a passagem da estrada por determinados pontos. A garganta G é um exemplo. Esses pontos chamam-se pontos obrigados de passagem de circunstancia, Cada uma das retas que liga dois. pontos obrigados intermediérios é denominada diretriz parcial. Cap. 1 CONSIDERAGOES GERAIS 5. ‘As tarefas a serem desenvolvidas na fase de reconhecimento consistem basicamente de: Coleta de dados sobre a regio (mapas, cartas, fotos aéreas, topografia, dados s6cio-econdmicos, trafego, estudos geol6gicos ¢ hidrolégicos existentes, etc.). Observacio do terreno dentro do qual se situam os pontos obrigados de condigo (no campo, em cartas ou em fotografias aéreas). ‘A determinagao das diretrizes geral e parciais, considerando-se apenas 05 pontos obrigados de condigéo. Escolha dos pontos obrigados de passagem de circunstancia. Determinagio das diversas diretrizes parciais possiveis. Selegio das diretrizes parciais que fornegam o tracado mais pr6ximo da diretriz geral. Levantamento de quantitativos e custos preliminares das alternativas. Avaliagéo dos tracados. Ostrabalhos de escrit6rio consistem em preparar as plantas e perfis levantados ‘no campo e comparar 0s diversos estudos realizados, indicando e justificando o tracado mais conveniente para a futura estrada. ‘As escalas comumente usadas nos desenhos so: planta (1:20.000) e perfil da linha de reconhecimento (1:20.000 Horiz.,e 1:2.000 Vert.). 6 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO _Giauco Pontes Filho Deserihados os detalhes planimétricos, extraem-se das cademetas e do perfil os dados que permitem tracar as curvas de nfvel do relevo do solo da faixa estudada. No reconhecimento nao se justifica levantar grandes detalhes topograficos, face ao cardter preliminar dos estudos, que so desenvolvidos a partir de levantamentos de natureza expedita empregando métodos de baixa precisio. EXPLORAGAO A exploragao consiste no levantamento topogrifico de uma faix: terreno, dentro da qual seja possivel projetar o eixo da estrada, Nesse levantamento empregam-se métodos e instrumentos muito mais precisos que 05 utilizados na fase de reconhecimento. Durante a fase de exploracao sio desenvolvidos outros estudos, além dos topograficos, tais como: tréfego, hidrologia, geologia, geotecnia, entre outros. Estes estudos possibilitam a elaboracdo dos anteprojetos de terraplenagem, de drenagem, de pavimentagio, geométrico, etc. O langamento do anteprojeto geométrico segue normalmente a seguinte seqiéncia: Escolha dos pontos de intersegdo das tangentes (PI) e determinagéo de suas coordenadas. CAlculo do comprimento das tangentes. Cap. 1 - CONSIDERAGOES GERAIS 7 Escolha dos raios das curvas horizontais. A escolha do raio é feita colocando-se diversos gabaritos sobre a planta de modo que as curvas neles representadas tangenciem 0s dois alinhamentos. Dimensionamento das curvas horizontais. Estaqueamento do tracado, geralmente de 20 em 20 metros, Levantamento do perfil do terreno relativo ao tracado escolhido. Escolha dos pontos de intersecio das rampas (PIV). Determinagao das cota estacas dos PIV's. CAlculo das dec Calculo dos comprimentos das rampas. Escotha d Dimensionamento das curvas verticais. idades das rampas. curvas verticais. ‘A scala das plantas a serem apresentadas deve ser 1:2.000. O perfil longitudinal do terreno € feito nas escalas 1:2.000 (horizontal) ¢ 1:200 (vertical). As segGes transversais, de preferéncia, séo desenhadas na escala 1:10. ‘Com os dados obtidos nesta fase obtém-se uma avaliagéo de custos € beneficios de cada umas das solugdes propostas e assim escolhe-se entre 05 diversos anteprojetos o mais adequado. 0 detalhamento do projeto geométrico geralmente € feito na fase seguinte. ‘8 _ ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho PROJETO Ea fase de detalhamento do anteprojeto, ou seja, 0 calculo de todos os elementos necessérios a perfeita definicao do projeto em planta, perfil longitudinal e segées transversais. O projeto final da estrada é 0 conjunto de todos esses projetos complementado por memérias de célculo, justificativa de solugées e processos adotados, quantificagdo de servigos, especificacdes de materiais, métodos de execugio e orcamento. Uma estrada, quando bem projetada, nao deverd apresentar inconvenientes como curvas fechadas e freqiientes, greide muito quebrado e com declividades fortes ou visibilidade deficiente. Ao projetar uma estrada deve-se, na medida do possivel, evitar essas caracteristicas indesejéveis. Como regras bisicas, leva-se em consideragio o seguinte: ‘Ascurvas devem ter o maior raio possfvel. ‘A rampa maxima somente deve ser empregada em casos particulares ¢ com a menor extensio possivel. A visibilidade deve ser assegurada em todo o tracado, principalmente nos ‘eruzamentos € nas curvas horizontais e verticais. Devem ser minimizados ou evitados os cortes em rocha Devem ser compensados os cortes € 0s aterros. + Asdistancias de transporte devem ser as menores possiveis. Cop. 1 - CONSIDERAGOES GERAIS |A planta, que 6 a representacio da projegdo da estrada sobre um plano horizontal, deverd conter basicamente as seguintes informagbes: Bixo da esirada, com a indicagdo do estaqueamento ¢ a representacao do relevo do terreno com curvas de nivel a cada metro, Bordas dapista, pontos notaveis do alinhamento horizontal (PC's, PT's, PI's, ete.) ¢ elementos das curvas (rains, comprimentos, angulos centrais, etc). LLocalizagio e limite das obras de arte correntes, especias ¢ de contencio. Linhas indicativas dos offsets de terraplenagem (pés de aterro, cristas de corte), dos limites da faixa de dominio, das divisas entre propriedades, nomes dos proprietérios, tipos de cultura ¢ indicagdes de acessos 8s propriedades. Servigos piblicos existentes, bem como propostas para sua relocacéo, se for 0 caso. 'A planta, em geral, 6 desenhada na escala 1:2.000. Deverdo ainda ser executados desenhos suplementares, agrupados por assunto (drenagem, pavimentagi, etc), de forma a permitir uma compreensto cara e objetiva de todos os servigos a serem executados. 10 ESTRADAS DE RODAGEMPROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho inal, que € a representagio da projecio da estrada sobre uma rica vertical que contém o eixo da estrada em planta, normalmente é desenhado nas escalas 1:2.000 (horizontal) ¢ 1:200 (vertical). (Os desenhos deverdo indicar: + O perfil do terreno, + Alinha do greide. + Asestacas dos PIV’s, PCV’s, PTV’s. + Ascotas dos PIV’s, PCV’s, PTV’s. + Qs comprimentos das curvas verticais de concordancia. + Asrampas, em poreentagem. + Osraios das curvas verticais, + Asordenadas das curvas verticais sob 0s PIV’s. + As cotas da linha do greide em estacas inteiras ¢ em locais de segées transversais especiais. +A localizagio ¢ limites das obras de arte correntes e especiais, com indicagao de dimensoes ¢ cotas. + Perfil geol6gico. ‘Atepresentagio grdfica do perfil longitudinal, preferencialmente, deverd ser feita na mesma folha em que é desenhada a planta, com correspondéncia de cestaqueamento, como mostra a figura 1.2. Cap. 1 - CONSIDERAGOES GERAIS 11 FIGURA 1.2—Planta e perfillongitudinal de uma estrada (Fonte: DER/SP). 12 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Filho As segdes transversais sio projegdes da estrada sobre planos verticais perpendiculares ao eixo. Devem ser desenhadas varias segdes-tipo em pontos escolhidos, que permitam a perfeita definigdo de todas as caracterfsticas transversais do projeto. As secées transversais (figura 1.3) devem conter: Dimensées e/ou inclinagdes transversais dos acostamentos, faixas de tréfego e demais elementos que constituem a plataforma da estrada. Taludes de corte e/ou aterro. Indicacioe ki izagao de obras de arte, dispositivos de drenagem, obras de protecao, etc. Areas de corte ¢/ou aterro. Posigao dos offsets de terraplenagem e faixa de dominio. Outras informagées complementares. FATORES QUE INFLUEM NA ESCOLHA DO TRACADO So virios 0s fatores que interferem na defini¢ao do tracado de uma estrada. Dentre eles, destacam-se: a topografia da regio. as condigdes geolégicas e geotécnicas do terreno. ahidrologia ea hidrografia da regio. + apresenga de benfeitorias ao longo da faixa de dominio. Cap. 1- CONSIDERACOES GERAIS 13 Banquets pre —\ Vatea de pedecone vate ae roegtoge FIGURA 1.3 — Sedo transversal de uma estrada. Regides topograficamente desfavordveis geralmente acarretam grandes movimentos de terra, elevando substancialmente os custos de construgio. ‘As condigées geol6gicas e geotécnicas podem inviabilizar determinada diretriz de uma estrada. Na maioria dos casos s4o grandes os custos necessérios para estabilizacio de cortes ¢ aterros a serem executados em terrenos desfavordveis (cortes em rocha, aterros sobre solos moles, etc.)- ‘A hidrologia da regido pode também interferir na escolha do tragado de ‘uma estrada, pois os custos das obras de arte e de drenagem geralmente S80 clevados. O mesmo acontece com os custos de desapropriacio. Dependendo do mimero de benfeitorias ao longo da faixa de implantagio da estrada, os custos de desapropriagdo podem inviabilizar o tracado. 14 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Filho DESENVOLVIMENTO DE TRACADOS Aparentemente, a melhor solugao para a ligagéo de dois pontos por meio de uma estrada consiste em seguir a diretriz ger. Isto seria possivel caso 1ndo houvesse entre estes dois pontos nenhum obstéculo ou ponto de interesse que forcasse a desvi estrada de seu tragado lade de uma regio for ingreme, de modo que nao seja lancar 0 eixo da estrada com declividade inferior a valores admissiveis, deve-se desenvolver o tragado. As figuras a seguir mostram alguns exemplos de desenvolvimento de tragados. FIGURA 1.4 — Desenvolvimento de tragado em ziguezague. Cap. 1 CONSIDERAGOES GERAIS 15 Ee eevee SeeeeeEe oe ee UE B See 100 A FIGURA 1.5 — Desenvolvimento de tragado em ziguezague. A 1 120 146 160. 180 FIGURA 1.5 — Desenvolvimento de tragado acompanhando 0 talvegue : ha Quando o eixo da estrada acompanha as curvas de nivel (figura 1.7), hé Si Es Jo ocorre porque, uma redugéo do volume de material escavado. Esta reducio ocorre Por menos ao se acompanhar as curvas de nivel, a plataforma da estrada cruzaré é {ssico disso. com as mesmas. A foto da capa deste livro é um exemplo clissico 16 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO Glauco Pontes Filho FIGURA 1.7 — Desenvolvimento de tragado acompanhando as curvas de nivel. Quando 0 eixo da estrada tiver que cruzar um espigio, deve fazé-lo nos seus pontos mais baixos, ou seja, nas gargantas (figura 1.8). Deste modo, as rampas das rodovias poderio ter declividades menores, diminuindo os movimentos de terra. FIGURA 1.8 — Diretriz cruzando espigéo pela garganta. Cap. 1- CONSIDERAGHES GERAIS 17 Em regra, a garganta ¢ transposta em corte, a fim de diminuir a declividade média e 0 desenvolvimento do tracado. Se a garganta for estrcita ¢ alta, pode ser trarsposta em tinel. A encosta pode ser vencida em aterro, contribuindo para a diminuigdo do tragado. Sendo H a diferenga de cotas entre 08 pontos A e B da figura 1.9, L a distancia horizontal entre estes pontos, ia rampa méxima do projeto ¢ fa altura méxima de corte aterro, temos: se HIL i, podemos ter: a) (H-2hyL i, 6 necessério passar em tinel ou desenvolver o tragado. FIGURA 1.9 — Transposigao de gargantas. 20 _ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO Glauco Pontes Fitho (CLASSIFICACAO DAS RODOVIAS 1) Quanto & posicao geografica As estradas federais no Brasil recebem 0 prefixo BR, acrescido de trés algarismos. O primeiro algarismo tem o seguinte significado: 0 -> rodovias radiais 1 — rodovias longitudinais 2. -» rodovias transversais 3 —> rodovias diagonais 4 = rodovias de ligagio s dois outros algarismos indicam a posicao da rodovia com relagao & capital federal ¢ aos limites extremos do Pais, de acordo com o seguinte critério: + RADIAIS: partem de Brasilia, ligando as capitais ¢ principais cidades. ‘Tém a numeracio de 010 a 080, obedecendo o sentido hordrio. Ex.: BR-040 (Brasilia-Rio de Janeiro). LONGITUDINAIS: tém diregao geral norte-sul. A numeracao varia da Gireita para a esquerda, entre 100 ¢ 199. Em Brasilia 0 nimero € 150. Ex.: BR-116 (Fortaleza-Jaguario). Cap. 1 CONSIDERAGOES GERAIS_21 -TRANSVERSAIS: tém direglo geral leste-oeste, sendo caracterizadas pelo algarismo 2. A numeragéo varia de 200 no extremo norte do Pais a 250 em Brasilia, indo até 299 no extremo sul. Ex.: BR-230 (Transamazénica). DIAGONAIS PARES: tém direcdo geral noroeste-sudeste (NO-SE). A numeragéo varia de 300 no extremo nordeste do Pais a 398 no extreme sudoeste (350 em Brasilia). O ntimero ¢ obtido de modo aproximado, por interpolagio. Ex.: BR-316 (Belém-Macei) DIAGONAIS {MPARES: tém diregao geral nordeste-sudoeste (NE-S0),¢ a mumeragio varia de 301 no extremo noroeste do Pais a 4399 no extremo sudeste. Em Brasilia o némero é 351, Ex.: BR-319 (Manaus-Porto Velho). LIGACGES: em geral essas rodovias ligam pontos: importantes das outras categoriss. A numeragiio varia de 400 a 450 se a igagio estiver Para norte de Brasilia e, 451 a 499, se para 0 sul de Brasilia. Embora sejam estradas de ligaclo, chegam a ter grandes extensOes, como & BR-407, com 1051 km, Jé-a BR-488 & a menor de todas as rodovias federas, com apenas 1 fm de extensio. Esta rodovia faz 2 conexto 2 BR-116 ‘com o Santuério Nacional de Aparecida, no Estado de Sao Paulo. 22 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO _Gluco Pontes Filho J4 no Estado de Sao Paulo, as estradas sio classificadas apenas em longitudinais ¢ transversais. Sao longitudinais as rodovias que interligam pontos do interior do Estado a capital, ou que esti alinhadas em diregdo adas por SP ¢ um némero que é o azimute do alinhamento médio, aproximado para niimero par. Sao transversais aquelas que apenas interligam pontos no interior, no alinhados com a diregio da capital, ¢ s40 codificadas por SP e um néimero correspondente a distancia média da rodovia até a cidade de Sao Paulo, aproximada para valor impar, como mostra a figura 1.14. FIGURA 1.14 — Exemplos de rodovias do Estado de Sao Paulo. FIGURA 1.15 — Exemplos de rodovias federais. 2) Quanto a fungao ‘A classificacdo funcional rodovidria € o processo de agrupar rodovias em sistemas e classes, de acordo com o tipo de servigo que as mesmas proporcionam ¢ as fungées que exercem. Quanto & fungio, as rodovias classificam-se em: 24 __ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Fitho ARTERIAIS: proporcionam alto nivel de mobilidade para grandes volumes de tréfego. Sua principal fungao 6 atender ao tréfego de longa distancia, seja internacional ou interestadual. COLETORAS: atende a nicleos populacionais ou centros geradores de tréfego de menor vulto, nao servidos pelo Sistema Arterial. A fungi0 deste sistema é proporcionar mobilidade e acesso dentro de uma érea specifica, * LOCAIS: constituido geralmente por rodovias de pequena extensdo, 200 po ‘Volume médio dio (VDM) > 1400 [Pista simples ‘VDM entre 700 ¢ 1400 TH [Pista simples ‘VDM entre 300 ¢ 700 wy | [Pista simples VDM® entre 50 € 200 B_| Pista simples vom? < 50 1 Os volumes de feo biircionaisinadorefrem-e a veel mislon «340 aqucles prvisos no 10° ano apés a aberture da rodovia ao téfego. 2. Videitem NIVEISDE SERVICO. 3. Volumes previstos no ano de abertra ao tréfego. Fonte: DNER (Cap. 1 - CONSIDERAGOES GERAIS a NIVEIS DESERVICO © conceito de nivel de servigo esté associado as diversas condigoes de operagio de uma vi, quando cla acomoda diferentes volumes de tafen0. nivel de servigo é estabelecido em fungéo da velocidade desenvolvida na vine da relacao entre o volume de tréfego e a capacidade da via. Qualquer segio de uma via pode operar em diferentes niveis de servigo, dependendo do instante considerado. De acordo com o Highway Capacity Manual, os diversos niveis de servigo sio assim definidos: NIVEL A: condigo de escoamento livre, acompanhada por baixos volumes « allas velocidades. A densidade do tréfego € baixa, com velocidade controlads pelo motorista dentro dos limites de velocidade e condigbes fisicas da via, Nao ha restrigdes devido a presenca de outros veiculos. NIVEL B:fluxo estavel, com velocidades de operacio a serem restringidas fego. Os motoristas possuem razodvel liberdade pelas condigdes de de escolha da velocidade ¢ ainda tém condigbes de ultrapassagem. 28 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO _ Glauco Pontes Filho NIVEL C: fluxo ainda estavel, porém as velocidades e as ultrapassagens jé sio controladas pelo alto volume de tréfego. Portanto, muitos dos motoristas nao tém liberdade de escolher faixa e velocidade. NIVEL D: proximo a zona de fluxo instavel, com velocidades de operagio toleraveis, mas consideravelmente afetadas pelas condigdes de operacio, cujas flutuagdes no volume e as restrigbes temporérias podem causar quedas substanciais na velocidade de operagio. NIVEL E: ¢ denominado também de nivel de capacidade. A via trabalhaa plena carga ¢ 0 fluxo ¢ instével, sem condigGes de ultrapassagem. NIVEL F: descreve 0 escoamento forgado, com velocidades baixas volumes abaixo da capacidade da via. Formam-se extensas filas que impossibilitam a manobra. Em situagdes extremas, velocidade e fluxo podem reduzir-se a zero. _ cAPETULO.z ad ELEMENTOS. GEOMETRICOS . DAS ESTRADAS. se ‘A lembranga gue wm loro detra €, as vez male importante que 0 liens. em ot.” ‘ADOLFO CASARES Excritor argentino INTRODUCAO ‘A geometria de uma estrada é definida pelo tracado do seu eixo em planta e pelos perfis longitudinal e transversal. A figura 2.1 a seguir resume os principais elementos geométricos de uma estrada. Fixo de uma estrada € 0 alinhamento longitudinal da mesma. O estudo de um tracado rodoviario € feito com base neste alinhamento. Nas estradas de rodagem, o¢ixo localiza-se na regido central da pista de rolamento A apresentagao de um projeto em planta consiste na disposigao de uma série de alinhamentos retos, concordados pelas curvas de concordancia horizontal. 30__ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho TANGENTES] PLANIMETRICOS} [CURVAS HORIZONTAIS) ASIAN ‘GREIDES RETOS| ALTIMETRICOS} SUENENTOS CURVAS VERTICAS] |cEOMETRICos SEQUES EM ATERRO] TRANSVERSAR] SEQUES EM CORTE] SEQUES MISTAS] FIGURA 2.1 — Elementos geométricos de uma estrada. Alinhamentos retos sao trechos situados entre duas curvas de concordancia. Por serem tangentes a essas mesmas curvas, sio denominados simplesmente tangentes. Os demais alinhamentos retos sd chamados de tangentes externas. Um alinhamento caracteriza-se pelo seu comprimento ¢ pela sua posigdo relativa (quando se refere & deflexdo) ou absoluta (quando se refere a0 azimute). Considerando a figura 2.2, temos os seguintes elementos: * Os trechos retilineos AB, DE e GH sao as tangentes. * Ostrechos retilineos BC, CD, EF e FG sio as tangentes externas. + A, eA, sfo os angulos de deflexao. cap. 2 ELEMENTOS GEOMETRICOS DAS ESTRADAS _ 31 i in ntos. + ay, cy € «S40 08 azimutes dos alinhame «© Osarcos BD e EG sio os desenvolvimentos das curvas de concordancia. FIGURA 2.2 Elementos geométricos axiais. AZIMUTES E ANGULOS DE DEFLEXAO Pode-se calcular o azimute ¢ 0 comprimento de um alinhamento a partir de suas coordenadas retangulares (N, E)tilizando as equagées 2.1,2.2¢ 2:3. Os azimutes obtidos esto compreendidos entre 0° ¢ 180° porque 0 tragado das estradas € uma poligonal aberta e nos projetos seus alinhamentos tm desenvolvimento da esquerda para dircita. 32___ESTRADAS DE RODAGEM —PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho ‘Cap. 2 ELEMENTOS GEOMETRICOS DAS ESTRADAS 33, | © principio fundamental para o célculo das coordenadas retangulares de uma poligonal de estudo é o seguinte: FIGURA 2.3 - Azimute e comprimento de um alinhamento. | ‘Com base na figura 2.3, as seguintes relagdes podem ser facilmente deduzidas: FIGURA 2.4 — Célculo de coordenadas retangulares. 1) Sejam A B dois pontos consecutivos da poligonal, cuja distancia ¢ L,, | ‘Chamando N, ¢ , as coordenadas do ponto A e conhecido azimute do ae CER = oe 1 |Az, 10" + ta | (00°< Az, =1809| 2) | alinhamento AB («,), tem-se: Ny = No + AN = No +l "C08 b= VE B+ Ny’ = GE) + (ANY? (23) Ey = Ey + AE = E,+L,°senay 34 __ ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Para o ponto C: No = Np, +L,-cosa, Ne = No +Ly"c08cty +L, “coset, Eg = Eq +L;-senay, Eo = Ey +Ly-senay +1, sena, E, em geral, para um ponto de ordem i: IN, = No +S. “cosa, 4) a [B= Bo (Essen, (25) Para o célculo das coordenadas ¢ necessério o conhecimento dos azimutes de cada alinhamento da poligonal, os quais podem ser deduzidos a partir do azimute do primeiro alinhamento a, (em geral obtido por triangulagio ou determinacao astrondmica direta), € dos angulos de deflexao A. Cop. 2 - ELEMENTOS GEOMETRICOS DAS ESTRADAS 35 FIGURA 2.5 — Dedugdo do azimute de um alinhamento. De posse do primeiro azimute e considerando os elementos da figura 2.5, ‘0s demais azimutes sao calculados da seguinte maneira: a, = 05 +4, a, =a, -Ay Generalizando, temos: fg =, gg 2) 36 __ESTRADAS DE RODAGEM PROJETO GEOMETRICO _Glauco Ponts Filho Da expresso 2.6 também se deduz que o Angulo de deflexdo entre dois alinhamentos de azimutes conhecids ¢ igual & diferenca entre eles, sendo a deflexdo direita ou esquerda, se o resultado for positive ou negativo, respectivamente. [Deflexdo = Azimute,,, — Azimute, | (27) As vezes, dispomos dos rumos ao invés dos azimutes dos alinhamentos. De acordo com o quadrante onde se encontra 0 rumo, 0 azimute sera: QUADRANTE NE SE A, = 180° - Rumo sw A, = 180° + Rumo NW A, = 360° - Rumo CURVAS DE CONCORDANCIA HORIZONTAL ‘As curvas de concordancia horizontal sao os elementos utilizados para con- corder 0 alinhamentos retos. Essas curvas podem ser classificadas em: cap, 2 FLENENTOS GEOMETRICDS DAS ESTRADAS 37 «SIMPLES: quando se emprega apenas arco de cireulo, + COMPOSTAS COM TRANSICAO: quando sao, ‘empregadas as radisides na concordancia dos alinhamentos retos (figura 2.6). © COMPOSTAS SEM TRANSICAO: sio utilizados dois ou mais arcos de cfrculo de raios diferentes (figuras 2.7, 2.8a e 2.8b). / Curva compost. ‘com ransigio| FIGURA 2.6 — Tipos de curvas horizontais. Quando duas curvas se cruzam em sentidos opostos com 0 ponto de tangéncia em comum, recebem o nome de curvas reversas (Figura 2.7). 38 __ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO Glauco Pontes Fitho FIGURA 2.7 ~ Tipos de curvas horizontais. xX, ———_—— FIGURA 2.8a — Elementos de uma curva composta com dois centros. cap. 2 — ELEMENTOS GEOMETRICOS DAS ESTRADAS __39 0, O FIGURA 2.8) — Elementos de uma curva composta com trés centros. A AASHTO (American Association of State Highway and Transportation Officials) recomenda que a utilizagio generalizada das curvas circulares ‘compostas nos tracados de rodovias deverd ser evitada sempre que posst- vel. Quando a topografia da regidio mostrar ser imprescindfvel o seu us0, & relagdo entre 0 raio maior ¢ 0 raio menor néo deverd ser superior a 1,5. 40___ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO _Glaueo Pontes Fuho HICKERSON, em seu livro Route Location and Design, afirma que as Curvas compostas so elementos importantes na adaptagio do tracado de uma estrada a uma topografia acidentada, especialmente em terrenos montanhosos. GREIDES A apresentagio de um projeto em perfil é também constituida por uma série de alinhamentos retos (elementos altimétricos), concordados por curvas rs no plano vertical das diferengas de ni de concordancia vertical. O perfil linal do terreno ¢ a representacao cotas ou altitudes, obtidas do nivelamento feito ao longo do eixo da estrada (figura 2.9a). Greide de uma estrada € 0 conjunto das alturas a que deve obedecer o perfil longitudinal da estrada quando concluida. Os greides sio classificados em retos ¢ curvos. Sao retos quando possuem uma inclinago constante em um determinado trecho. Os greides sio curvos quando se utiliza uma curva de concordéneia para concordar os greides retos, conforme ilustra a figura 2.98. ‘A curva normalmente usada para essas concordancias € a parabola de 22 greu, A figura 2.10 a seguir mostra a classificacio dos greides de uma estrada e a figura 2.11 mostra os tipos de greides curvos. ap. 2= ELEMENTOS GEOMETRICOS DAS ESTRADAS 4 ae FIGURA 2.9 — Perfil Longitudinal. No lancamento do greide de uma estrada, algumas condigSes importantes devem ser observadas, especialmente em relagio as rampas maximas € idade. Basicamente, as condigdes so as minimas ¢ s distancias de vis seguintes, podendo variar de projetista para proj + Minimizagao das rampas longitudinais. A principal limitacao ao emprego de rampas suaves reside no fator econémico, traduzido pelo aumento do custo de construgéo em regides topograficamente desfavoriveis (figura 2.9). Deve-se garantir um vo livre de 5,50 m para passagem sobre rodovia federal, de 7,20 m sobre ferrovia e de 2,00 m sobre a méxima enchente verificada nos cursos d’égua. 42__ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho + Otimizagdo das massas. O greide deve ser uma linha que minimize os volumes de cortes ¢ aterros, equilibrando-os. * Cuidados com a drenagem superficial. Evitar que pontos de cota mais baixa fiquem situados dentro de cortes, assim como trechos com declividade menor que 1%. + As curvas verticais devem ser suaves e bem concordadas com as tan- gentes verticais. Freqiientes quebras no greide devem ser evitadas. + Nas rampas ascendentes longas € preferivel colocar rampas maiores no inicio e diminui-las no topo, tirando proveito do impulso acumulado no segmento anterior & subida, + Harmonizar os projetos geométricos horizontal e vertical. Sempre que possivel, as curvas verticais devem estar contidas nos trechos de curva horizontal. Isto, além de oferecer melhor aspecto estético tridimensional, aumenta as distancias de visibilidade em alguns casos. * Onde houver rampas de comprimento acima do critico e seo volume de tréfego de veiculos lentos for considerdvel, deve-se prever uma 3° faixa para uso destes veiculos. + Para maior facilidade no célculo das ordenadas da curva vertical, deve- se projetar os greides retos de forma que o PIV coincida com estacas inteiras ou intermediérias (+10,00). © Garantir amplas condigées de visibilidade. Cap. 2 ELEMENTOS GEOMETRICOS DAS ESTRADAS 43 + Bvitar cortes profundos, principalmente em rochas. nsns= Menores eustos “Methoria das caractersticas tnicas FIGURA 2.10 — Tipos de greides. pe 44__ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO___Glauco Pontes Filho coras PIV, FIGURA 2.11 — Tipos de curvas verticais ( SECOES TRANSVERSAIS Segio transversal é a representacio geométrica, no plano vertical, de alguns elementos dispostos transversalmente, em determinado ponto do eixo longitudinal da estrada. A secdo transversal da estrada poder ser em corte, aterro ou mista. As figuras 2.12, 2.13 e 2.14 ilustram estes trés tipos de secao. ‘As segdes transversais podem ser divididas em comuns ¢ especiais. AS comuns so perpendiculares 20 eixo, nas estacas inteiras (a cada 20 m), ¢ indicam a linha do terreno natural e a seco projetada, em desenhos feitos de preferéncia na escala 1:100, Mostram, em cada estaca, com as cotas necessérias, a terraplenagem proposta. cap. 2= ELENENTOS GEOMETRICOS DAS ESTRADAS FIGURA 2.14 — Segao mista. 4 46___ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Isto inclui a indicacao dos taludes, os limites das categorias de terreno, a faixa de do da segiio para sua adaptagdo ao terreno adjacente. aS cercas, as areas de corte e aterro eo acabamento lateral Nas estradas, a inclinagao transversal minima aconselhavel de um pavimento asfaltico 6 2%, ¢ 1,5% no caso de pavimentos de concreto bem executados, podendo essa sé 5% no caso de estradas com solo estabilizado. ‘O mais freqiiente € uso de pistas com inclinagio transversal constante para cada faixa de rolament meétricas em relacdo ao eixo da estrada. Muitas ‘vezes sio usadas pistas com uma jinica inclinagao transversal para todas as faixas, no caso de estradas com pista dupla. ‘A largura das faixas de rolamento € obtida adicionando a largura do veiculo de projeto a largura de uma faixa de seguranca, fungio da velocidade diretriz € do nivel de conforto de viagem que se deseja proporcionar. Os valores bésicos recomendados para a largura de uma faixa de rolamento pavimentada em tengente esto na tabela 2.1. ‘Todas as vias rurais deverio possuir acostamentos, pavimentados ou néo. Quando pavimentados, os acostamentos contribuem para conter e suportar a estrutura do pavimento da pista. E importante que os acostamentos possuam textura, mugosidade, coloracdo ou outras caracteristicas contrastantes com a pista, A tabela 2.2 resume as larguras de acostamentos a serem adotados para as diversas classes de projeto. Cap. 2 ~ ELEMENTOS GEOMETRICOS DAS ESTRADAS 47, ‘TABELA 2.1 — Largura das faixas de rolamento em tangentes em fungéio do relevo (rm). CLASSES DE fs RELEVO: PROJETO PLANO, ONDULADO MONTANHOSO- o 3,60 3,60 3,60 1 3,60 3,60 3,50 u 3,60 3,50 3,30 ul 3,50 3,30 3,30 VA 3,00 3,00 3,00 VB 2,50 2,50 2,50 Fonte; DNER- ‘TABELA 2.2 — Largura dos acostamentos externos (nm). ‘CLASSES DE RELEVO. i _PROJETO | MONTANHOSO _ 0 3,00 3,00 1 2,50 2,50 2,50 2,00 2,00 1,50 N-A 1,30 0,80 VB 1,00 0,50 Fonte: DNER 48___ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO Gtauco Pontes Filho cap. 2= ELEMENTOS GEOMETRICOS DAS ESTRADAS 49 EXERCICIOS 3, (Concurso DNER) 0 azimute é o Angulo, no plano horizontal, de uma 1. Caleular 0 raio R da curva circular da figura abaixo. diregdo qualquer com o meridiano. O rumo de 76° 30’ SE de uma visada a vante corresponde ao azimute de: a) 103° 30" b) 166° 30° 6) 256° 30° ) 283° 30° + (Concurso DNER) Nos projetos de estradas de rodagem, 0s perfis Tongitudinas sao desenhados em papel quadriculado ou milimetrado, em escalas horizontais (disténcias) ¢ verticais (cotas), que normalmente guardam uma proporgio de: a) 10:1 b)23 e110 3:2 2. Calcular os comprimentos ¢ os azimutes dos alinhamentos da figura ae 5. (Concurso DNER) Na planta de um projeto, a indicagio de escala 1:500 abaixo, Calcular também os mbém os Angulos de deflexio. (horizontal) significa que 1 cm no desenho equi le, no terreno, a uma fe distancia de: «00 | 8)50m b)Sm —€)0,50m 4) 0,05 m | tae | 6 (Concurso DNER) Numa rodovia de 3.000 metros de comprimento, a a \ ‘numeracGo final da Gltima estaca é: | a)30 b) 60 150d) 300 saad © 7, Catcular 6s comprimentos ¢ os azimutes dos alinhamentos da figura @ 0 1000 3000 anata seguir, Calcular também os angulos de deflexéo. 50 6000 ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho N 11000 «iE CAPITULO 3 ©; “CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROJETO - Dealguer exiange me desperta dots seatimentes’ enmcra pole que tc veapelte pele que poderd win 6 ser” LOUISPASTEUR ‘Quimico francés fprnopucio seas mm on ue te Projeto geométrco & a fase do projeto de estradas que estuda as diversas caracerstcas geoméiricas do ragado, principalmente em fungio das lis do movimento, caracteristicas de operagio dos vefculos, reacdo dos motoristas, seguranga €eficiéncia das estradas e volume de trifego Caracteristicas geométricas inadequadas so causas de acidentes de tafe, baixa cficiénciae obsolescéncia precoce das estradas, Os diversos elementos geométricos devem ser escolhidos de forma que aestada possa atender 208 de modo que 0 volume de tréfego para os quais foi projetada, 1¢0 investimento realizado. '52_ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho VELOCIDADE DE PROJETO A American Association of State Highway and Transportation Officials (AASHTO) define velocidade de projeto, ou velocidade diretriz, como a ‘maxima velocidade que um veiculo pode manter, em determinado trecho, em condig6es normais, com seguranca, A velocidade de projeto é a velocidade sel ada para fins de projeto da via © que condiciona as principais caracteristicas da mesma, tais como curvatura, superelevacio ¢ distancias de visibilidade, das quais depende a operagio segura e confortavel dos veiculos. A velocidade de projeto de um dcterminado trecho de estrada deve ser coerente com a topografia da regifio ea classe da rodovia. Em uma determinada estrada deve-se sempre adotar uma tinica velocidade de projeto, usando-se velocidades diferentes em casos especiais, A variagio acentuada na topografia da regiao 6 um motivo para 0 uso de trechos com velocidades de projeto diferentes. Um dos principais fatores que governam a adoco de valores para a velocidade diretriz € o custo de construcio resultante. ‘Velocidades diretrizes elevadas requerem caracteristicas geométricas mais amplas (principalmente no que se refere a curvas verticais ¢ horizontais, acostamentos ¢ larguras) que geralmente elevam consideravelmente 0 custo de construgao. * de percurso. Pode ser definida também como a mais cap. 3 CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROJETO_53 Definida a velocidade de projeto, a maioria dus caraceristicas geométricas so calculadas em fungio dessa velocidade. Porém, mais importante ques r - sha de uma determinada velocidade dretriz, 6a manutencio de umn pacrso escol thomogéneo a0 longo de todo o trecho, evitando Surpresas para o motorisia¢ conduzindo-o a um padrao também uniforme de operacio. ‘Atabela 3.1 resume os valores das velocidades dirctrizes a serem adotadas para as diferentes classes de projet. VELOCIDADE DE OPERAGAO Chama-se velocidade de operacio a média de velocidades para todo 0} trafego ‘ouparte dele, obtda pela soma das distincias percorridas dividida pelo tempo fa velocidade de pereurso que o vefculo pode realizar, em uma dada via, sob condigoes favordveis de tempo e tréfego, sem exceder a velocidade diretriz. E utilizada nos estudos de capacidade e niveis de servigo da via. Devido a uma série de fatores, especialmente as condigées de trifego, oS vefculos nfo conseguem percorrer toda a estrada na velocidade de projet. Desta sracteristicas geométricas, que devem ser maneira,existem algumas caracteristicas geomeétricas, q fidade determinadus em fungéo da velocidade de operacio ao invés da vel de projeto. ‘54 ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Fontes Filho TABELA 3.1 — Velocidades de projeto por regido. CLASSES DE | __ VELOCIDADE DE PROJETO (Km/h) «| proweto 0 100 100 80 1 LA 100 80 60 B 100 80 60 Oo 80 70 50 MW 70 60 40 wa 60 40 30 B 60 40 30 Fonte: DNER 5 10 [iy ————> Pepa plane Womfian 2D & 40 mfr —o Ban owdulode, D> dom | kon —___» Ruyiso oreibanalver® VEICULOS DE PROJETO Denomina-se vefculo de projeto 0 veiculo tedrico de uma certa categoria, cujas caracteristicas fisicas ¢ operacionais representam uma envolt6ria das caracterfsticas da maioria dos veiculos existentes nessa categoria. Essas A largura do vefculo de projeto influencia na largura da pista de rolamento, dos acostamentos ¢ dos ramos de intersegdes. ‘A distancia entre eixos influi no célculo da superlargura ena determinagéo dos raios minimos internos ¢ externos das pistas dos ramos. cop. 3~ CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROJETO__55 © comprimento total do veiculo influencia a largura dos cantelros, & extensdo das faixas de espera, etc. «Aselagdo peso bruto total/poténciainfuencia o valor da rampa maxima participa na determinagio da necessidade de faixa adicional de subida. Altura admissivel para os vefculos influi no gabarito vertical ‘A-escolha do vetculo de projeto deve levar em consideracio a composica0 do trfego que uliza ou uilizaré a rodovia, obtida de contagens de trafego ude projegdes que considerem o futuro desenvolvimento da repi80. Existem quatro grupos bisicos de vefculos, a serem adotados conforme as caracteisticas predominantes do trfego (no Brasil, normalmente 0 vefoulo CO): + VP:-Vefculos de passeio leves, fisica e operacionalmente assimilaveis a0 automével, incluindo utilitérios, pick-ups, furgoes e similares. © CO: Veteulos comerciaisrigidos, compostos de unidade tratora simples ‘Abrangem os caminhées e 6nibus convencionais, normalmente de 2 eixos 6 rodas. 56___ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRIC Gleuco Pontes Filho + SR: Veiculo comercial articulado, composto normalmente de unidade tratora simples e semi-reboque. +O: Representa os veiculos comerciais rigidos de maiores dimensdes que © veiculo CO bisico, como dnibus de longo percurso ¢ de turismo, € ‘caminhées longos. As dimensées bisicas dos veiculos de projeto estéo representadas graficamente nas figuras 3.1a, 3.1b, 3.1¢ ¢ 3.1d. A tabela 3.2 resume as principais dimens6es basicas dos veiculos de projeto recomendados para utilizagéo nos projetos geométricos de rodovias no Brasil. TABELA 3.2 — Dimensdes basicas dos veiculos de projeto (m). VEICULO DE PROJETO Cap. 3 - CARACTERISTICAS TEONICAS PARA PROJETO. 57 Trajetéria do { Balango dianteiro 730 (min) Re CARACTERISTICAS DO VE{CULO. 4 Largura total 21 | 26 | 26 | 26 Comprimento total 58 | 91 | 12.2 | 168 Raio minimo da roda externa dianteira | 7,3 | 12,8 | 12,8 | 13,7 Raio minimo da roda intema traseira | 4,7 | 8,7 | 7,1 | 6,0 Fonte: DNER FIGURA 3.1b— Dimensoes do veiculo de projeto CO (cm). 58 __ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO Glauco Pontes Filho a y= 1280 ie f= 70am Rots) {260 | blanco dianteiro \g_Trajetsria da roda jiantira esquerda 20 FIGURA 3.1d—Dimensées do veiculo de projeto SR (cm). cap. 3 — CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROJETO__59 DISTANCIAS DE VISIBILIDADE ‘Um dos fatores mais importantes para a seguranga ¢ eficiéncia operacional deumaestrada éa sua capacidade de poder proporcionar boas condigdes de visibilidade aos motoristas que por ela trafegam. ‘As distincias de visibilidade bisicas para 0 projeto geométrico rodoviario sséo as distincias de visibilidade de parada e as de ultrapassagem. Segundo DNER, as distancias de vi ‘dade traduzem os padrées de visibilidade a serem proporcionados ao motorista, de modo que este nao sofra limitagoes visuais diretamente vinculadas as caracteristicas geométricas da rodovia € possa controlar oveiculo a tempo, seja para imobilizé-lo,seja para interromper ‘ou concluir uma ultrapassagem, em condig6es aceitaveis de conforto ¢ seguranca. Oprojeto de uma estrada deve sempre ser definido de forma que 0 motorista tenha a melhor visibilidade possivel em toda a estrada. A visibilidade ¢ limitada pelas mudangas de direcdo ¢ declividade ao longo de sua extensao, especialmente pelas curvas horizontais nos trechos em corte ¢ pelas curvas verticais.Em qualquer trecho da estrada, 0 motorista deverd dispor de de, tanto em planta como em perfil, para que possa frear 0 vefculo ante a presenca de um obstéculo. 60__ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRIC __Glawco Pontes Filho A distincia de visibilidade ¢ fungdo direta da velocidade. As condigées minimas de visibilidade que um trecho de rodovia deve satisfazer se referem a distancia de visibilidade de parada ¢ distancia de visibilidade de ultrapassagem, definidas a seguir de acordo com estudos da AASHTO, e adotadas pelo DNER. DISTANCIA DE VISIBILIDADE DE PARADA Eaadistancia minima necesséria para que um vefculo que percorre uma estrada possa parar antes de atingir um obstéculo na sua trajet Distinguem-se dois grupos de valores minimos para as distancias de visibilidade de parada a serem proporcionadas ao motorista: os valores minimos recomendados e 0s. valores minimos excepcionais (ou desejaveis). Os valores recomendados representam 0 caso normal de emprego. O uso de valores excepcionais esta sujeito a aprovacdo prévia do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem DNER. ‘No caso do valor minimo recomendado, a velocidade efetiva de operagio do veiculo € reduzida, em condigées chuvosas, para um valor médio inferior velocidade diretriz, de acordo coma tabela 3.4. A hip6tese adotada para obter 08 valores excepcionais reflete a tendéncia dos motoristas de trafegarem 0 mais rpido possivel, com um velocidade igual & velocidade diretriz, mesmo em condigées chuvosas. Cap. 3 ~ CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROJET 6 ‘A distancia de visibilidade de parada é a soma de duas parcelas, conforme mostrado na figura 3.2. A primeira parcela, D, ,€ relativa & distancia peroorrida pelo veiculo no intervalo de tempo entre o instante em que 0 motorista vé 0 obsticulo e o instante em que inicia a frenagem (tempo de percepgio ¢ reagio). A segunda parcela, D,, €relativa a distancia percorrida pelo veiculo durante a frenagem. D, ” obstéculo EE > Ds Perepiio erento Frengen FIGURA 3.2 — Distancia de visibilidade de parada. ‘Quando um motorista vé um obstaculo leva um certo tempo para constatar se 0 objeto é fixo, Esse tempo depende de varios fatores como condigdes atmosféricas, reflexo do motorista, tipo e cor do obstéculo, e especialmente, tengo do motorista. A AASHTO, baseada em varias experiéncias, aconselha ‘oso do valor de 1,5 segundos para esse tempo de percepcao. Adicionando- se a esse valoro tempo necessirio & reagdo de frenagem (1,0 seg.), teremos ‘© tempo total de percepgio e reagio de t= 2,5 segundos. Logo: Dyav-ta25-v G1) 52_ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Com vem m/s e D, em metros. Como em projeto geométrico de estradas 6 ‘comum 0 uso da velocidade em km/h, toma-se necessdrio compatibilizar as unidades da seguinte maneira: V(donth) 36 D, =2,5-v(m/s) =2,5- =0,7-V (3.2) onde: V = velocidade de projeto, em km/h. D, = distancia percorrida durante o tempo de percepcio e Teaco, cm m. ‘A.segunda parcela corresponde & distncia percorrida desde o inicio da atuacao do sistema de frenagem até aimobilizagao do veiculo. Esta distancia € chamada de Distincia de Frenagem (D,). Para o célculo de D,, basta aplicar alguns conceitos de fisica. A energia cinética do veiculo no inicio do processo de frenagem deve ser anulada pelo trabalho da forga de atrto ao longo da distancia de frenagem. Assim, temos: AE, =T;, (3.3) G4) @5) Cop. 3 - CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROIETO 63 Em unidades usuais, e sendo g = 9,8 mis?, a equagio 3.5 fica: W36F Vv? G6) 2-98: f ~ 255-f D, ‘Quando o trecho da estrada considerada esté em rampa, a distancia de frenagem em subida seri menor que a determinada pela equaco 3.6, e maior no caso de descida. Para levar em contao efeito das rampas€é usada a equagéo abaixo: ye = G7) Ps 355 F 4) Assim, teremos para a distancia de visibilidade de parada: D,=D,+Dz (3.8) ve G9) |D, =0,7V+ 255(F 4), onde: D, = distancia de visibilidade de parada, em metros. i =greide, em mim (+, se ascendente; -, se descendente).. V = velocidade de projeto ou de operacao, em km/h. f =coeficiente de atrito longitudinal pnew/pavimento. 64 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho Ocoeficiente fexprime a atuacao do processo de frenagem, seja a eficiéncia do stema de frenagem, seja 0 esforco reativo longitudinal decorrente do atrito pneu/pavimento no caso de frenagem, considerando 0 pavimento molhado, em condigGes superficiais razosveis (figura 3.3). Pavimento seco Coeficiente de atrito & Pavimento mothado 32 48 6803 Vm) FIGURA 3.3 — Relagao entre o coeficiente de atrito longitudinal e a velocidade. Medidas experimentais mostram que o valor de f nio € 0 mesmo para qualquer velocidade. Além disso, esse coeficiente também varia com o tipo, presso ¢ condigdes dos pneus do vefculo, tipo e estado da superficie do pavimento, e especialmente se 0 pavimento esté seco ou molhado. Os valores de fadotados para projeto, correspondentes a velocidade diretriz esto na tabela 3.3. cap. 3 ~ CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROJETO 65 TABELA 33 — Coeficiente de atrito longitudinal pneu/pavimento rei) Alguns projetst velocidade efetiva do veiculo € reduzida para um valor médio inferior & (km/h)| 30 | 40 | 50 60 ] 70 | 80 | 90 | 100} 120 fh |040| 0.37 | 0,38 [0.38 | 0.31 | 0.80 | 0.29 | 0,28 | 0.25 Fonte: DNER fas levam em consideragdo que em condigdes chuvosas, @ velocidade ditetriz, de acordo com a tabela 3.4, TABELA 3.4 — Coeficiente de atrito longitudinal pneu/pavimento erase) 60 | 70 | 80 | 90 40 | 50 100 | 120 ae | 46 | 54 | 62 | 71 | 79 ae | 98 0,38 | 0,36 | 0,34 | 0,32 | 0.31 | 0,30 0.0 | 0,28 Fonte: DNER, idade de parada, Em todos os célculos envolvendo a distincia de recomenda-se adotar 1,10 metros como a altura dos olhos do motorist em relacio ao plano da pista e 0,15 metros como a menor altura de um obstaculo que o obrigue a parar. A distancia de visibilidade de parada ¢ utilizada nas intersegoes, nos seméforos e nas curvas verticais, entre outras aplicagoes. 66 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO _Gilauco Pontes Filho EXEMPLO 1: Calcular a distancia de visibilidade de parada recomendada numa estrada cuja velocidade diretriz € 100 km/h. Solucio: Dy = 0,7 -Vyog +: =0,7-(86)+ 86" ae f 255-(030) "1°" EXEMPLO 2: Calcular a distincia de visibilidade de parada excepcional numa estrada cuja velocidade de projeto é 100 km/h. vi me a, =0,7-V,,, +—#— = 0,7-(100) 255° F (000) +555 (0,28) = 210 m Denomina-se Disténcia Dupla de Visibilidade de Parada a distancia minima que dois vefculos podem parar quando vém de encontro um ao outro na mesma faixa de trifego, Ela € utilizada no projeto de curvas verticais convexas de concordaincia, podendo ser calculada pela expressio: (3.10) Cap, 3~ CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROJETO. 67 DISTANCIA DE VISIBILIDADE DE ULTRAPASSAGEM adistancia que deve ser proporcionada ao vefculo, numa pista simplese de ‘mio dupla para que, quando estiver trafegando atrés de um vesculo mais lento, possa efetuar uma manobra de ultrapassagem em condicdes aceitaveis de seguranga ¢ conforto. Em rodovias de pista simples e mao dupla, toma-se necessério proporcionar, rechos com a distancia de a intervalos tGo freqtientes quanto possi lidade de ultrapassagem. A freqiéncia dos trechos que proporcionam visibilidade de ultrapassagem, bem como sua extensio, ¢ restringida pelos custos de construgéo decorrentes. Porém, quanto mais elevados forem os volumes de tréfego, mais longos e freqiientes deverdo ser os trechos com essa caracteristica, sob pena do nivel de servigo da rodovia cair sensivelmente, em conseqiiéncia da redugio da capacidade, Erecomendado que devam existir trechos com visibilidade de ultrapassagem acada 1,5 a3,0 quilometros ¢ tio extenso quanto possivel. E sempre desejavel que sejam proporcionadas distncias superiores, aumentando as oportunidades de ultrapassagem ¢ o ntimero de vefculos que a realizam de cada vez, A figura 3.4 mostra. esquema de ultrapassagem. Daz dt dot dyt dy ia percorrida duramte 0 tempo de percepeto, reagdo e aceleracéo inicial ia percorrida pelo veiculo 1 enquanto ocupa a faixa oposta tancia de seguranca entre os vefculos 1 ¢ 3, no final da manobra, 4, = distancia percorrda pelo veiclo 3 que trafega no sentido opost, FIGURA 3.4 — Esquema de ultrapassagem. D turante os anos de 1938 « 1941 foram feitas numerosas observagoes de campo a respeito da manobra de ultrapassagem mostrada na figura 3.4 Com ‘ado desses los, ci calcul ‘omo resultado desses estudos, as distincias d,, d, d, € d., sio calculadas hy dy dyed, da seguinte maneira: Cap, 3 ~ CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROJETO 69 Distancia d,; esta distancia depende dos seguintes fatores: tempo de percepciio ¢ reagio e tempo para levar o veiculo 1 desde sua velocidade {forcada i posicio de ultrapassagem. As distncias percorridas durante estes tempos sio: 4) distancia percorrida durante 0 tempo de percepeao e reagio: (v—m)t,/36 onde: v = velocidade média do veiculo 1, em km/h. im = diferenga de velocidades entre 0 veiculos 1 ¢ 2, em km/h. 1, = tempo necessério para percorrer a distincia d,, em seg. 2) distancia percorrida durante 0 tempo de aceleragéo: wh) 2) 36 onde: a = aceleragio média do veiculo 1, em km/his. Somando as duas tiltimas expressées, temos: 70__ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Gauco Pontes Filho See SE PROFTOGEOMETRICO _Glauco Pontes Fillo Distancia d,; esta distancia é calculada pela equagio: E ‘ CAPITULO 4 1 d,=— vt, aa ag Mh CURVAS HORIZONTAIS tempo em que vefculo 1 ocupa a faixa oposta, em seg. ; CIRCULARES v_=velocidade média do veiculo 1, em km/h. Distéincia d,: distancia de seguranca, variando de 30 a90 m. pp aed, se nda conceguem fazer com gue bebamos dela com mais avides? Distancia dj; distancia percorrida pelo veiculo 3, que vem em sentido oposto. HENRY MILLER. Escritor americano Segundo a AASHTO, o valor desta distancia é estimado em 2/3 ded, Os valores da distancia de visil lade de ultrapassagem recomendados pelo DNER estio resumidos na tabela 3.5 ¢ se referem a pistas com greidesem | * nivel. INTRODUCAO. A geometria de uma estrada é definida pelo tragado do seu eixo em planta «pelos perfis longitudinal e transversal. De maneira simplificada, o tragado é hos retos concordados por curvas horizontais TABELA 3.5 — Distancias de idade de Ultrapassagem (D,) em planta é composto de trec! que sao usadas, em geral, para desviar de obstéiculos que ndo possam ser van] 30 | 40 | so | 60 | 70 | 80 | 90 | 100 vencidos economicamente. D.(m) | 180 | 270 | 350 | 420 | 490 | 560 | 620 | 680 | (Obs: Nao cabem valores para V maine que 100, Fonte: DNER A principio, uma estrada deve ter 0 tragado o mais curto possivel. Porém, 96 Semel 5 roe pla ep ligeiras deflexdes, quando necessérias, podem harmonizar o tragado da estrada com a topografia local, 72_ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Geralmente a topogratia da regio atravessada, as caracteristicas geol6gicas € geotécnicas dos solos de fundagdo, a hidrografia e problemas de Ry, 2 Caloula-seG” = 1145,92/R’ 3, Adota-se G, miltiplo de 40’, prximo aG. 4, Calcula-seR = 1145,92/G. Outra expresso que fornece o valor do grau da curva pode ser obtida considerando a seguinte proporcio: Gic=A:D 49) Na figura 4.1,sendo AB =, tem-se: (4.10) © G <-ne(2) ©, para c= 20m: 80_ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Aplicando alguns conceitos de geometria, pode-se verificar facilmente na figura 4.1 que os valores da deflexdo sobre a tangente so dados por: G \d=—| LL) 2 @u) Para 0 célculo da deflexio por metro, basta dividir a deflexdo sobre atangente pelo valor da corda c: (4.12) para c= 20m: dm = En. Recomenda-se adotar valores inteiros para a deflexo por metro, para faclitar as leituras dos angulos de deflexao para a locagéo da curva. EXEMPLO 1: Dado R’ = 300 m, calcular um novo raio R > R’ de modo que o grau da curva seja miltiplo de 40". 145,92 _ 145,92 R 300 Gy = 3,82° = 229,20" cap. 4 CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 81 ‘Adotando G,, = 200" = 3° 20° = 3,33333°, temos: 1145,92 _ 1145,92 = 343,78 m Gay 333333" Re EXEMPLO 2: Numa curva horizontal circular, temos: 4 = 45,5°, R= 171,98 me E(Pl) = 180 + 4,12. Determinar os elementos T, D, E, Gy 4, dm, EPC) € E(PT). Soluciio: 455° T#R: ial 3) |= =171,98- tn ss )- 712m RA _:17198-45,5° 180° 180° eft te oe 1145.92 _ 114592 _ 6 6631° w 400! R 17198 De =136,55 m Gay = ae Go. ie = A 20's = 3°20! 82_ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho dm = Ga. 00 1g 40 EPC) = E(PI) - [7] = (180 + 4,12)—G + 12,12) = 176 + 12,00 E(PT) = E(PC) + [D] = (176 + 12,00) + (6 + 16,55) = 183 + 8,55 Para o calculo do afastamento E, pode-se usar também a equacio abaixo: E- Pot F )- =7212- ta(* S) =1451m LOCACAO DE CURVAS CIRCULARES POR DEFLEXAO Parse FIGURA 4.2a — Locagao de curvas circulares por Angulos de deflexao. Cap. 4 QURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 83 |.) Deflexées sucessivas “Adeflexio sucessiva € aquela correspondente a cada estaca isoladamente, ou seja, 60 Angulo que a visada a cada estaca forma com a tangente ou com a visada da estaca anterior. A primeira deflexio sucessiva (ds,) € obtida pelo produto da deflexdo por metro (dm) pela distancia entre o PC € @ primeira estaca inteira dentro da curva (20-a), de acordo com a expressao abaixo: ids, = 0-0-2 (4.13) De modo anélogo, a ltima deflexio sucessiva (ds,,) € calculada multiplicando a deflexéo por metro pela distancia entre o PT ¢ a ultima estaca inteira dentro da curva (4.14) ‘As demais deflexdes so calculadas pela expresso : G lds=d=—| (4.15) das (4.15) 84 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Ponts Filho 2) Deflexées acumuladas Estas so referidas sempre em relagio & tangente ¢ apresentam valores acumulados das deflexdes sucessivas. Admitindo-se que os pontos PC ¢ PT sio estacas fracionérias (caso mais comum), temos para as deflexdes acumuladas os seguintes valores: G da, = ds, = (20-2): i = ds, = (20-a)-> GG da, = ds, + ds, = \-a)- a, = ds, + ds, = (20-0) 4 5 da, G G6 = ds, + ds, +d, =(20-a)-E ds, +d8, +ds, = 20-0) «4S da, ds +s, +...4ds, =(20-a)- +f +4 ~00-0)-S4(n-28 da, = dapy = (20-2) g +(n-2) S408 Para concluir, organizada a cademeta de locagio da curva, de acordo com atabela 4.1. Para verificagio dos célculos, a deflexio acumulada para o PT deverd ser igual metade do angulo central da curva. ‘cap. 4— CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 85, TTABELA 4.1 — Locagao de curvas circulares simples. Pr=y+b spr dary = A EXEMPLO 3: Construira tabela de locagio da curva do exemplo 2 (extrafdo do livro ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO, do professor ‘Wiastermiler de Sengo)- Solueiio: Temos: _-E(PC) = 176 + 12,00 (a= 12,00) ET) = 183+ 8,55 (b= 855) Calculo da primeira deflexio (ds,): 45, = (20-0) $2 = (20-12) =80'=1°20' 86_ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO_ Glouco Pontes Filho SRS DE ROPAGEN'PROJETO GEOMETRICO Gleuco Pontes Fito Clculo da dltima deflexao ( G, 400" Aypp = b- G20. 8,55. 400" _ 95 5._ 1095) er = Be = 855-8551 Cileulo das deflexdes intermedi ds = S20 40 092 32997 2 2 ‘TABELA DE LOCAGAO ESTACAS sated cen ae. 1°20" 1RoF L 178 3°20" Por a78 3°20" a 80 3°20" 11°20" 181 3° 20° 44: ar 166) 3°20" 18°00" es 3° 20° a 183+8,55 (PT) 1°25" 22° 45" = a2 1. 4 — CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES _ 87 : 4 Cor ce arson cnaies © LOCAGAO DE CURVAS: (CIRCULARES POR OFFSETS Jocagéo de uma curva circular por offsets, deve-se caleularos valores Paraa da perpendicular WP = y, quando AN == ‘eoraio R da curva séo conhecidos (figura 4.2b). Do triangulo ODP da figura 4.2b, temos: AD = y=R-OD OD=VR-x FIGURA 4,2b — Locagao de curvas circulares por offsets. 188 __ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO__Glauco Pontes Filho EXEMPLO 4: Dada a figura abaixo, deduzir as expresses para célculo das estacas dos pontos notaveis das curvas ¢ a estaca final do tragado. A (infcio) Soluedo: ‘Tangentes externas: (PLL) = E(A) + [4,] EPC) = EI) -[ ET,) = E(PC,) + [D,] Comprimento do circuito: Generalizando: E(PI,,,) = EPT,) + Id, Desenvolvimentos das curvas: Cap. 4 CURVAS HORIZONTAIS CIROULARES 89 EXEMPLO 5: Calcular 0 comprimento do circuito abaixo: 2000 m 1-1, = 500.) S00 1, =7, = thn( 9) = 400m 1500-90" =D,= = 785,40 Dy 2D = SE 785,40 -400-90° D,=D,= = 628,32 m =D" a8, C =3000 +3000 + 2000 + 2000-2-(7, +7, +7, +T,)+D, +D, +D,+Dy C =10000- 2.(1800) + 2827,44 = 9227,44 m 90___ESTRADAS DE RODAGEM -PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho RAIO MiNIMO DE CURVATURA HORIZONTAL s raios minimos de curvatura horizontal sio os menores raios das curvas {que podem ser percorridas em condicées limite com a velocidade diretrize a taxa maxima de superelevagio admissivel, em condicdes aceitéveis de seguranca e de conforto de viagem. ‘Um veiculo em trajetéria circular é forgado para fora da curva pela forca centrifuga, Esta forca ¢ compensada pela componente do peso do vefculo devido a superelevacao da curva e pelo atrito lateral entre os pneus ¢ a superficie do pavimento, como mostra a figura 4.3. Para simplificagéo do raciocinio, suporemos as forgas aplicadas no centro de gravidade do veiculo. FIGURA 4.3 — Forgas atuantes num veiculo em curva. Cap, 4 CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES __ 91 De acordo com o esquema de forgas da figura 4.3, temos: F.-cosa = P-sena + F, 18), mV" cosa = P-sena+ fN 17) R cosa =m-g-sena+ f-(P-cosa+F,-sena) (4.18) Como o &ngulo a é pequeno, podemos considerar, sem erro aprecidvel do ponto de vista pritico, sena ~ tana € cosa = 1. Logo, a equagio 4.18 fica: v?-(-f-tana) gr atana+f 429) Nos casos normais de rodovias rurais, 0 coeficiente de atrito f¢ 0 valor e = tana (superelevagio) sio pequenos, de modo que 0 produto f-tana se aproxima de zero. Considerando ftano. = 0, a equagio 4.19 se reduz a: ? = (4.20) - g(e+f) Nas unidades usuais, ou seja, R em metros, Vem km/h e g = 9,8 mis, temos: 92 __ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho pe WSF (421) 98-(e+ f) WEE: IE*S)| (4.22) Essa formula exprime a relacdo geral entre valores quaisquer de raio da curva, superelevacao, velocidade e 0 correspondente coeficiente de atrito transversal. Deve ser observado que 0 termo ( e+f) exprime uma soma algébrica, em que a superelevacao pode ser positi a ou negativa (conforme a declividade da pista tenha caimento para o lado interno ou externo da curva, respectivamente). O mesmo acontece ao coeficiente de atrito transversal (conforme 0 seu sentido de atuacao se oriente para o lado interno ou externo da curva, respectivamente). Em velocidades inferiores a velocidade 6tima (velocidade que no desenvolve atrito transversal pneu/pavimento), 0 vefculo tende a se deslocar para 0 centro da curva, ou seja, o coeficiente f toma-se negativo. Adotando-se simultaneamente os valores méximos admissiveis para a superelevacao e para 0 coeficiente de atrito transversal, pode-se calcular 0 valor do raio minimo admissivel, para uma dada velocidade. A expresso para célculo de R,., é a seguinte: Entretanto, na medida do possivel, recomenda-se a utilizagio de raios superiores aos minimos, cuja adocéo s6é justificével em condigdes especiais. Os simbolos empregados na deducio das formulas tém 0 seguinte significado: R =raio de curvatura horizontal, em m. V =velocidade diretriz, em km/h. ¥ =velocidade diretriz, em mis. P = peso do veiculo. 1m = massa do veiculo. g =acelerago da gravidade, em mis*. cc = Angulo que mede a declividade transversal da pista. F, = forga de atrito transversal. F, = forga centrifuga. IN =reagdo normal & superficie do pavimento, devido ao peso do vefeulo, | =coeficiente de atrito transversal pneu/pavimento. e =superelevagio, em mim. R,,,, = raio minimo de curvatura horizontal, em rm. e.,, =méxima taxa de superelevagao admissfvel adotada, em m/m. f. =méximo coeficiente de atrito transversal pneu/pavimento. 94 __ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Quando um vefculo percorre uma curva horizontal circular, o maximo va- lor do atrito transversal (ou lateral) € 0 valor do atrito desenvolvido entre o pneu ¢ a superficie do pavimento na iminéncia do escorregamento. £ usual adotar-se para 0 maximo coeficiente de atrito lateral valores bem menores do que 0s obtidos na ncia do escorregamento, isto &, valores jé corrigidos com um suficiente fator de seguranca, Os valores maximos admissiveis geralmente adotados em projetos rodovi 4rios para o coeficiente fconstam na tabela 4.2. ‘TABELA 4.2 — Valores maximos admissiveis para os coeficientes de attito transversal f. V (km/h) 30 | 40 | 50 | 60 | 70 | 80 | 90 | 100] 110 | 120 Phe 0,20 | 0,18 0,16 | 0,15/0,15/0,14|0,14]0,13/0,12/0,11 Fonte: DNER A AASHTO recomenda a equacao abaixo, com Vem km/h. Cap. 4 — CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES _ 95 Quanto A superelevacéo, a utilizagio de uma taxa méxima admissivel mais elevada, originando valores mais elevados de superelevacio para raios superiores ao minimo, acarreta um aumento do confortoe seguranca para o fluxo ininterrupto de veiculos trafegando a velocidades préximas & fade ditetriz. Por outro lado, taxas méximas de superelevagio admissiveis com valores mais baixos sio mais adequadas para situagdes com grande proporcdo de vesculos operando a velocidades inferiores, como trifego intenso de caminhdes ou situagies de congestionamento. 0s valores méximos adotados para a superelevacio, segundo a AASHTO, sio determinados em fungao dos seguintes fatores: condigies climaticas, -condigées topogréficas, tipo de rea (rural ou urbana) ¢freqiiéncia de tréfego lento no trecho considerado. Valores muito altos para.a superelevacio podem provocaro tombamento de vefculos lentos com centro de gravidade elevado, A tabela 4,3 resume os valores de ¢,,,. Cada projeto dever4 ser especificamente analisado, antes de ser escolhido 0 valor final a adotar. EXEMPLO 6: Calcular 0 raio minimo de uma curva, dados V = 80 m/l, Fou, = 0,14 € 5, = 10%. Solueao: ; 2 wi -— 2% _u210 Rois 37+ faa) ” 127-1010 0,14) 96 ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRIC Glauco Pontes Filho ‘TABELA 4.3 - Texas méximas de superelevagao admissiveis, ©... 12% /Méximo absoluto em circunstincias especificas. 10% [Maximo normal. Adequado para fluxo ininterrupto. Adotar para 1¢ Oe Classe 1 em regides planas e onduladas. 8% rodovias Classe I em regives| 6% 4% adjacente. Fonte: DNER VISIBILIDADE NAS CURVAS HORIZONTAIS Todas as curvas horizontais de um tragado devem necessariamente atender _.& a visibilidade FIGURA 4.4 — Curva horizontal em aterro. ‘Cap. 4 CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES _ 97 v" peur do obo FIGURA 4.5 — Curva horizontal em corte. Obstrugées na parte interior das curvas horizontais, devido @ presenga de taludes de corte, muros, érvores, etc, a visibilidade e podem requerer © ajuste da seco da estrada ou a modificacdo do alinhamento. '98__ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO___Glauco Pontes Filho Em todas as curvas a visibilidade deverd ser verificada em fungio dos obstéculos existentes (figura 4.4) ou, no caso de curvas dentro de cortes, em fungio dos taludes adotados (figura 4.5). Se a condigao de visibilidade minima nio for satisfeita, € necessério aumentar 0 raio adotado para a curva nesse trecho, ou entdo alargar ou abrandar os taludes do corte a fim de assegurar a distancia lateral minima necesséria. Da figura 4.5, temos: 005) s m-nfi-cof)] (4.24) Na condicdo limite, 0 comprimento do arco AB € igual a distancia de visibilidade (D). Da geometria, temos: arco(AB) _D. a(radianos) = “OED 2 (4.25) Substituindo o valor de a (em radianos) na equacio 4.24, obtém-se: (426) ou, para c em graus: Cap. 4 CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 99 (4.27) Logo, a equagéo 4,26 pode ser escrita da seguinte maneira: weneot-n fu Dt (4.28) Far onde: | R =raio,emm. D = distincia de visibilidade de parada ou de ultrapassagem, em m. ‘M = afastamento horizontal minimo, em m. Para efeito de célculo, podemos considerar R = R,, sem erro apreciével do 100 _ESTRADAS DE RODAGEM- PROETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho cap. 4 ~ CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES _ 103 EXEMPLO 7: Uma curva circular de uma estrada tem raio R = 600 m. Calcular o menor valor de M, de modo que seja satisfeita a condicdo minima jlidade de parada, Dados: Velocidade de projeto V = 100 km/h e coeficiente de atrito longitudinal pneu/pavimento ( f) igual a 0,28 (vide tabela 3.3). Solugéo: — CAlculo da distancia de visibilidade de parada: ve 1007 =0,7-(100 ~ = 210 355-7 “97 0 * 355-(0.28) 71°" D,=07-V+ Calculo de M:-M = (600): [- on 2865" a) |22 ou: - =9,2m 8-R 8-(600) EXEMPLO 8: Uma estrada foi projetada com velocidade de projeto V, = 90 kth (Care ‘um corte com declividade longitudinal i = 1% e seco transversal dada na = 12%). Uma curva circular de raio R, = 450 m esta em figura. Verificar 0 valor do raio da curva quanto & estabilidade (ou seja, verificar se R= R,,,)- Verificar também sea condigio minima de visibilidade de parada € satisfeita, Considerar: linha do percurso do olho do motorista = cixo da pista (adaptado das notas de aula do professor Carlos Reynaldo Toledo Pimenta). Fixo Solugdo: —Verificacio do raio quanto a estabilidade. (tabela 4.2 + f= fis = O14): rae y* -— 0 _ a 245, 31m 0 27-(Com + fr) 127-(0,12+0.14) R=450m > Ry, (OK) Verificagao do raio quanto a visibilidade. (tabela 3.3 — f, = 0.29): Vv? Loy. = = 168,88 m Dy HOV 4 eet = 07-0004 555 aTEOOD 2 = De 56888 79m BR, 8-(450) M. =8,25m>7,9 (OK) asponivel 102 _ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Filho ‘CURVAS CIRCULARES COMPOSTAS ‘Duas curvas circulares consecutivas de raios diferentes com um ponto em comum, constituem uma curva composta quando estéo do mesmo lado da reta tangente neste ponto, chamado PCC (ponto de curvatura composta).. CURVA COMPOSTA COM 2 CENTROS FIGURA 4.6 — Curva composta com 2 centtros. cap. 4 CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 103, FIGURA 4.7 — Curva composta com 2 centros (inverso da figura 4.6). ‘Ascurvas circulares compostas sio utilizadas preferencialmente em terrenos ‘montanhosos onde duas, trés ou mais curvas simples de raios diferentes sio necessérias para adequar o tragado da estrada & topografia. Com relagio & figura 4.6, temos: 104 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Gilauco Pontes Filho X,=EC+0,6-0F X,=R,-senA, +R, -senA- R,-senA, (429) Y,=R,-E0,+CF-BG ¥, =R,-(1-cosA,) +R, “cos, —R, “cos (430) Nas equacées anteriores, X, ¢ Y, sio as coordenadas do ponto B, com referéncia ao ponto A como origem e AV como eixo x. Sendo T, = AV (tangente longa) e 7, = VB (tangente curta), temos: 431) Da figura 4.7, temos: cop. 4 — CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 105 X, =R,-senA, +R,-senA-R,-senA, [xy =R,-senA -(R, —R,)-senA,| (432) Yy=Ry-(1-cosA,)+R, “cos, ~R, “cos DRL =R, cos + (R, - Ra) cos] (4.33) onde X, ¢ Y, so as coordenadas do ponto A, com referéncia ao ponto B como origem e BV como eixo x. Também temos: pot send (4.34) Da equagio 4.31, temos: (435) Da equagio 4.34, temos: 106 __ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO___Glauco Pontes Fitho Ry-(1-cosA)=T, ‘send lt cosA, = 436) eer Gee) oe Da equacéo 4.29, temos: ‘X,-R,-senA_ T, +T,-cosA-R,-senA rh eee Receen A Pepto RaseaA) 437 ares RoR bee Da equagio 4.32, temos: leen A, = Rusend=Xo _ Risen A=T, ‘cosh: T, 44,38) TURE RE oa Dividindo membro a membro a equacdo 4.35 pela equacao 4.37, ¢ levando ‘em consideragdo que (1-c0s A, /sen A, = tan(A,/2), temos: () De forma andloga, dividindo a equacio 4.36 pela equacio 4.38, temos: T, -senA—R, -(1-cosA)| r, +7, cosA~R, sen A (4.39) (4.40) tan( 42) _ Rr@l= cos) 7, sen 2)” R,:senA-T, -T, “cos cap. 4~ CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 107 Da equagio 4.30, temos: Y_-Ry-(1~cos) R=R+ 1-008, oT seeiN= Ras cosA) (441) lk = wena T=cosA, Da equagio 4.33, temos: (4.42) ‘Como podemos observar, numa curva composta com dois raios, temos sete elementos principais: Ry Ry Ty Ty A, © Oy ‘Quando 4 desses elementos sao conhecidos, incluindo um Angulo, os outros podem ser determinados. ‘A tabelaa seguir resume os pasos necesséios para a solugéo de problemas envolvendo curva composta com dois centros. 09 108 _ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho cap. 4~ CURVAS HORIZONTAIS CIROULARES 1 y, ‘TTABELA 4.4 — Problemas tipicos de curvas compostas com 2 centros. ¥=T,-senA in 1 [Ry Ra Bo Bo X,=1,+T, cos T, = X,-T,-cosh R; (ou R2), a Ta Tob 3 (our) 4 Tos bo 3 Rs, To By 5 Ra.To Tuts [usar (440) para ds, (4.42) : Ry, |= VAB-+ VBA, resolver titngulo AVB para T, © Ty, Ty, dy [usar (4:39) para By, (441) para Ry, Ba A By y CURVA COMPOSTA COM 3 CENTROS Na figura 4.8a, temos uma curva composta com centros O,, 0, € Oy € Aangulos centrais A,, A, eA, onde A= A, + A,+ A, ¢ T, = AV (langente longa) e T,, = VB (tangente curta). Sendo X, e Y, as coordenadas do ponto B com relago ao ponto A como origem ¢ AV como eixo x, temos: FIGURA 4.8a— Curva composta com 3 centros. 10 FIGURA 4.8b — Curva composta com 3 centros (inverso da figura 4.8a). Da fign ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO Glace Ponts Filho ura 4.8a, temos: [k= =Ra) sen +R = Re) seal, +8) +R, send] Us SR A(R = Rs): co8h; (RR) cosh, +As)=R cos [Fe ~ R=UR= Rea, = Roa, ¥) = 088 senA fp =x, R= =R,) e084) = (R, -R,)-cos(A +A,)=R, cos tan A Cap. 4 CURVAS HORIZONTAIS CIRCUARES 111 Qutra expresso para céculo de T, é a seguinte: Fa (R= Rs)- C0910; +As)+ (Rp = Rs)-c0sA5 — Ry cosh br, = at OR ee sen A Deixaremos a demonstragio das equagdes anteriores como exercicio. EXEMPLO 9: Numa curva circular composta com 2 centros, temos: A,= 20°, G,= 3° 24" (grau da curva 2), A, = 25° € G,= 2°, Caleular T,eT,. Solucdo: Aw A, +A, = 25° + 20°= 45° 1 1145,92 _1145,92 R = 572,96. nT) 2 a‘ pw 8592 MASS? 557.04 G, 34 337,04 -572,96-cos 45° + (572,96 -337,04)-00820° _ 51794 m 7, - 2245296 os oa sen 45° 572,96 ~337,04-c0s 45° - (572,96 - 337,04)-00825° _ 19.89 m , 2S eee sen 45° 112 _ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho CURVA COMPOSTA COM 3 CENTROS (acesso-tipo DERSA/SP) ‘Sao utilizadas principalmente em projetos-tipo de intersegbes, onde estas curvas permitem dar & pista uma conformacio mais adaptada 2 trajetéria das rodas dos veiculos em curva. Além disso, essas curvas também podem ser utilizadas, em certos casos, como alternativa de transicao. cap. 4— CURVAS HORIZONTAIS CIRCUUARES _113 ‘No caso mais comum da figura 49, 08 ros das curvas externas S80 iguais conversbes de intersegbes. TABELA 4.5 — Condigdes minimas de projeto, para borda dos (ReR,). A tabela a seguir, apresenta as condicoes minimas de projeto nas pavimentos, nas convers6es de interseqoes. ‘ee GROGE | WA CORPOSTA GRACO iano) anonooe aot cows | vescentmos De 3 cENTROS Raio (mn) | fm) eee CO) yg 38 5 3 oj} © 36 5 =] 170" [30.0807 SA 46__ [613061] 10 37-11-87 VP 72 ane 30-6.30, co . [te . {30980 o| & [30 =] 8 [a0880 3A = [ei-2s-6t) 14 378.37 VP. Tr | 30850 | 08 255-28 CO] pg 17 [97487] 08 | 50° 30-9-30 ° za [s7aes7| 12 30:9-30 SA 7 [46-48-46 [1.7 379-37 VP. o | 30-6-00 | 08 CO) gg |_18_|sr287| 08 30-9-30 ° = —197-12-37| 1.5 | (retorno) | _30-6-90 SR 46-15-46] 1.5 [37-837 {f=Deslocament da tangent () 114 __ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Gilauco Pontes Filho Comthecidos 0 angulo central (A), 0 afastamento das tangentes (fe 0s raios das curvas (R,, R, €R,=R,), os demais elementos (A,, A,, Ay T, T,, T,X, ¥) podem ser determinados. A seqiiéncia de célculo ¢ a seguinte: 1) Célculo dos angulos centrais A,, A, € A, Do tridngulo retangulo CO,O, da figura 4.9, temos: R-(R +f) cos, = ORR Logo: A, =A-@,+45)] 2) Cdlculo da tangente T Da figura 4.9, temos: T=7,+0,C ‘A tangente da curva de raio (R, + f) € dada por: i= + Nea) Cap. 4~ CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 115 Do triangulo retingulo CO,O,, temos: OL =[R, -(R, + FJ} tana, T= (Ra fy tn( 3) LR - (e+ Fan Com os valores de T, T, ¢ f, determina-se a posicao de PC,, Ae B. 3) Calculo da corda auxiliar 7 Aplicando a lei dos senos no triangulo PC, O, PT,, temos: 116 _ESTRADAS DE RODAGEM — PROIETO GEOMETRICO __Gilaico Ponts Fuho 4) Célculo das coordenadas Xe Yde PT,, em relago ao PC, Do triéngulo PC,EPT,, temos: Analisando a figura 4.9, podemos observar que o afastamento méximo das tangentes (f,,,) € obtido quando o Angulo central A, € igual a zero, desaparecendo a curva intermediéria, Neste caso, os pontos PT, ¢ PC, coincidem, restando apenas uma curva de raio R, . A expressao para célculo de f., & dada abaixo. hoa *(t-e085} =r, Deixarzmos a demonstragio como exercicio. cap, 4~ CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 117 EXERCICIOS Os exercicios assinalados com (*) foram cedidos pelo professor Carlos Reynaldo Toledo Pimenta, da Escola de Engenharia de Sao Carlos, Universidade de Sio Paulo. 1. Dados A = 47° 30’ ¢ G,, = 12°, calcular Te E. 2, Dados A = 40° e E = 15 m, calcular Te R. 3, Dados A = 32° eR = 1220 m, calcular Te E. 4, Dado R = 150 m, calcular a deflexio sobre a tangente para c = 20 m. 5. Dados A = 43° e E = 52-m, calcular 0 grau da curva. 6. Se A = 30° 12’ € Gy, = 2° 48’, calcular Te D. |. Usando os dados do problema anterior, ¢ assumindo que E(PI) = 42 + 16,60, calcular as estacas do PC ¢ do PT. . Dados A= 22°36" , G,,= 4° € E(PC) = 40 + 15,00. Construir a tabela de locagio da curva. 118 _ ESTRADAS DE RODAGEM —PROJETO GEOMETRICO __Gauco Pontes Filho 9. Dados A = 47° 12’, E(PI) = 58 + 12,00. Calcular R, 7, E e D para Gy, = 6°, Calcular também E(PC) ¢ ET). 10.Dados A = 24° 20' e R = 1500 m. Locar 0 PC € 0 PT, sabendo que a estaca do PI é 360 + 12,45. 11.Dados A = 22° 36” e T= 250 m, calcular G,, eD. 12.Calcular o desenvolvimento de uma curva circular de raio R = 1524 metros e Angulo central A = 32° 13, Numa curva circular com um raio de 170 m, queremos locar um ponto Jogo a frente do ponto de curvatura (PC). Sabemos que o comprimento do arco & de 20 m. A soma das coordenadas sobre a tangente deste ponto sao: (considerar sen 3,3703° = 0,058789 e cos 3,3703° = 0,9983): 8) 0,168 m b) 0,924 m ©) 1,848 m 8)21,14m 14.Demonstrar que: E=T> t( 7) 15.Dados A = 30°, R = 680 m e E(PI) = 205+2,52, calcular G, T, D, E(PC) e EU Cap. 4 CURVAS HORIZONTAIS CIROUARES 119 16.(*) Numa curva horizontal circular, conhecem-se os seguintes elementos: G = 1°, EPC) = 55 + 9,83 € E(PT) = 81 + 9,83. Se alterarmos 0 raio dessa curva para 2000 m, qual seré a estaca do novo PT? 17.(*) Dado 0 tragado da figura, adotar para as curvas 1 € 2 0s maiores raios possfveis. Ay=28* dj=135 m 4s2229,52 m 18.(*) Com relagao ao problema anterior, supondo-se que as distincias de OaPl,e Pl,a F sejam suficientemente grandes, escolher um valor inico para 0 raio das duas curvas de forma que esse valor seja omaior possivel. 19.(*) Num techo de rodovia temos duas curvas circulares simples. A primeira comegando na estaca 104+0,00 e terminando na estaca 20+9,43 ‘com 300 m de rai. A segunda comecando na estaca 35+14,61 ¢ terminando na estaca 75+0,00 com 1500 m de raio. Deseja-se aumentar © raio da primeira curva para 600 m sem alterar a extensio total do trecho. Qual deverd ser o raio da segunda curva? Dados: A,=40° € A,=30°, 120 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fiho ‘cap, 4 — CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES _121 20.(*) A figura mostra a planta de um trecho de rodovia com duas curvas 20.Caleular as eurvas circulares abaixo (G, 7, D, E, E(PC), B(PT) d dm: de mesmo sentido, desejando-se substituir estas duas curvas por uma aE) = 202+ 250 4=52° R= 650m c= 20m curva tinica de raio R. Calcular o valor de R para que o PC da nova curva coincida com 0 PC, do tracado antigo (infcio da curva 1). vy EQ = 13454 12,73 A= 10" R=2000m = 20m CJ EPI) = 376+19,50 A= 64° 20' R= 350m c=10m AyE(PI)= 467+ 3,75 &=80° R= 200m c= Sm | 23.Repetir a questio anterior adotando para G um valor miltiplo de 40”. CURVA 1 y= 400m Pr | Construir as tabelas de locagao das curvas (R > R’). 24. figura mostra a planta de um tragado com duas curvas circulars. Caleular as estacas dos pontos notaveis das curvas (PC, PI ¢ PT) ¢@ ‘ estaca inicial do tragado, sabendo que a estaca do ponto Fé 21.(*) A figura mostra a planta de um tragado com duas curvas circulares. “540+ 15,00. Calcular as estacas dos PI’s ¢ a estaca final do tragado. 45=1809,10 m 122 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho 25. (*) Num tragado com curvas horizontais circulares, conforme esquema da figura, desejando-se fazer R,= Rj: a) qual o maior raio possivel? ) qual o maior raio que se consegue usar, deixando um trecho reto de 80 m entre as curvas? 26, (EXAME NACIONAL DE CURSOS-1997) No projeto basico de um trecho da BR-101, a primeira tangente fez uma deflexio a direita de 90°, com ‘o objetivo de preservar uma érea de mata Atlantica. Originou-se o PI-1, localizado na estaca 81 + 19,00. Para a concordincia horizontal necesséria a essa deflexdo, usou-se uma curva circular de raio igual a 600,00 metros. Quais as estacas dos pontos notiveis da curva (PC ¢ Pry? 27.(*) Deseja-se projetar um ramo de cruzamento com duas curvas reversas, conforme figura. A estaca zero do ramo coincide com a estaca 820 € 0 PT, coincide com a estaca $37+1,42 da estrada tronco, Calcular 08 valores de R,, R,, E(PI,) e EPT,). 28. A figura é um esboco do projeto de um circuito. Caleule R (em metros), sabendo que o comprimento do circuito € 7.217,64 m. Todas as curvas sio circulares simples. CURVA 4 Raio = R CURVA 3 VA 2 oe Raio = 3R, Raio = 2R. 4124 __ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Filho 29, Calcular a distncia entre os pontos A e B pelos caminhos ® ¢ ©. CURVA1 CURVA4 R= 200 (CURVA 2 cuRVA 3 R= 300 B= L ., 31. Numa curva composta com 2 centros temos: R, = 400 m, R, = 300 m, 4 = 70° eT, = 120 m. Calcular os demais elementos. 32.Idem: A, = 30°, R, = 253 m, A = 74° eT, = 132 m. Caleular os demais elementos. 33.Idem: R, = 168 m, AB = 300 m, angulo VAB = 35° e Angulo ‘VBA = 42°, Calcular os demais elementos (vide figuras 4.6 ¢ 4.7). cap, 4 CURVES HORIZONTAIS CIRCULARES 125 +34,Dadas as curvas reversas da figura, calcular 0 comprimento do trecho entre os pontos A ¢ B ¢ os raios das curvas. ‘ Vy, =572m a =12 Ty 435. A figura absixo representa um acesso-tipo do DERSA/SP. Calcular 4, 1 Ty Ty d,Xek 126 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Fito 126 _ESTRADAS DE RODAGEN - PROJETO GENET? eer 36.(*) Considere a localizacéo em planta das tangentes de uma curva (Gigura 1) ea segdo transversal da estrada (figura 2). Pede-se: imo da curva circular, Verificar condigéo minima de de e determinar o afastamento minimo necessério do talude para uso do raio minimo quanto a estabi lade. b) Calcular todos os elementos da curva circular. ©) Caloular as coordenadas (xy) dos pontos PCe PT da curva escolhida. ADOTAR: Velocidade de projeto, V = 100 km/h Coeficiente de atrito lor f= 03 Maximo coeficiente de atrito transversal, f, = 0,13 Rampa, i= 0% Cg = 12% # © CAPITULO: ~ CURVAS HORIZONTAIS - DETRANSICAO. tm tioro dene ser 0 mackade gue qucbra. 0 mar gelade cme u8a oicsmoe,” FRANZ KAFKA Escrito checo | InTRODUCKO ‘Ao passar um vefculo de um alinhamento reto auma curva circular, hé uma variacéo instantanea do raio infinito da reta para raio finito da curva circular, surgindo bruscamente uma forga centrifuga que tende a desviar o veiculo de sua trajetéria. Para assegurar 0 conforto ea seguranga nas curvas ¢ reduzir 0s incmodos dessa variagio brusca da aceleracio centrifuga, intercala-se entre a tangente ea curva cirealar uma curva de transigio, na qual o raio de curvatura passe {gradativamente do valor infinito ao valor do raio da curva, circular. 128 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Estas curvas de curvatura progressiva sio chamadas de curvas de transi¢io so curvas cujo raio instantaneo varia em cada ponto, desde o valor R, (na concordancia com 0 trecho circular de raio R,) até o valor infinito (na concordancia com o trecho em tangent). ‘Uma curva de transigdo exerce basicamente trés fungoes: © Proporciona um crescimento gradual da aceleracao centrifuga que surge nna passagem de um trecho reto para um trecho curvo. © Constitui uma adequada extensio para efetuar o giro da pista até a posigio superelevada em curva. + Faz a transigdo gradual da trajet6ria do vefculo em planta e conduz a um tragado fluente e visualmente satisfat6rio sob varios aspectos. TIPOS USUAIS DE CURVAS DE TRANSICAO Em principio, qualquer curva cujo raio instantineo varie ponto a ponto poderd ser utilizada como transigo. Entretanto, a experiéncia mostrou que algumas curvas especiais oferecem vantagens pela maior facilidade de clculo ou porque atendem melhor s exigéncias técnicas de um bom tracado. As curvas mais usadas em projeto de estradas séo: ‘cap. 5 ~ CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIGAO 129 ameo de curvatura (R) é Clotéide ou espiral de Cornu, onde 0 raio inversamente proporcional ao desenvolvimento da curva (L)- instantéineo de curvatura (R) é Lemniscata de Bernouille, onde 0 inversamente proporcional ao raio vetor correspondente (p ). 3, Parébola ctibica ( y = kx) De todas estas curvas, a mais amplamente utilizada 6a espiral de Commu. A clot6ide, como também é chamada, foi estudada no ano de 1860 por Max Leber, ¢ introduzida na prética da engenharia por L. Oerley, no ano de 1937. No Brasil é bastante difundido o uso de espirais como curvas de transigéo. Recomenda-se sempre o uso de espirais simétricas no célculo, de ccurvas horizontais com transicéo (Ls =Ls,=L,). O uso de espirais assimétricas (Ls, Ls, 86 6 justificavel em casos especiais. FIGURA 5.1a — Curvas de raio varidvel. 4130 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Fitho Considerando-se a maior conveniéncia técnica do uso da espiral, trataremos apenas desse tipo de curva. Para cada um dos pontos de uma clotéide, 0 produto do raio de curvatura R pelo seu comprimento desde a origem L, jguala uma constante K*. A magnitude K 6 chamada pardmetro da clotéide. [As clot6ides de grandes parmetros aumentam lentamente a sua curvatura e, por conseguinte, sio aptas a serem percorridas com altas velocidades. 16 as clotéides de pequenos pardmetros aumentam rapidamente sua curvatura, € por isso, as velocidades de percurso tendem a ser menores, FIGURA 5.1b — Tipos de clotéides. Existem varios critérios diferentes visando orientar o estabelecimento do limite de emprego de curvas de transigio. Para fins de projetos rodovidrios convencionais, o DNER recomenda o critério associado a velocidade diretriz: resumido pelos valores constantes da tabela 5.1 a seguir. Segundo esse ctitério, permite-se a dispensa do uso da curva de transigéo quando a aceleragio centrifuga a que o veiculo é submetido na curva for igual ou inferior 0,4 m/s cap, 5 — CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSICAO_132 TABELA 5.1 — Valores-limite dos raios R acima dos quais podem ser dispensadas curvas de transiga0. v(m] 30 | 40 | 50 | 60 | 70 | 80 | 90 | 100 ‘300 | 500 | 700 | 950 |1200]1550] 1900 R(m). Fonte: DNER CURVA HORIZONTAL COM TRANSIGAO (simétrica) FIGURA 5.2— Curva horizontal com espirais de transigao simétricas. 132_ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO (OF = centro do trecho circular afastado PI =ponto de intersegdo das tangentes ‘A. =ponto genérico da transicio X, = abscissa dos pontos SC e CS ¥, = ordenada dos pontos SC CS TT = tangente total K = abscissa do centro 0” p. =afastamento da curva circular abscissa de um ponto genérico A {ingulo de transigio Glauco Pontes Filho AC = éngulo central A. =deflexio das tangentes D_ =desenvolvimento do trecho circular R, = tio da curva circular LL, =comprimento do trecho de transicio E_ = distancia do PI curva circular Pontos notéveis: TS =tangente-espiral SC = espi CS = circular-espiral ular cap. 5— CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSICAO 133 Por definigéo, a clotéide € uma curva tal que os raios de curvatura em qualquer um de seus pontos € inversamente proporcional aos desenvolvimentos de seus respectivos arcos. Chamando L 0 comprimento do arco ¢ R 0 raio de curvatura no extremo deste mesmo arco, a lei de ‘curvatura da clotbide éexpressa pela relagao RL = K?, onde K 0 parimetro da clotéide. No ponto SC (figura 5.3) temos R = Re L = L,, Sendo L, 0 comprimento da transigo (desenvolvimento entre os pontos TS ¢ SC) R, oraio da curva circular, a equacdo da espiral é xX = YY =ordenada de um ponto genérico A 0 = @ = Angulo central do trecho circular ST =espiral-tangente CALCULO DOS ELEMENTOS DA ESPIRAL (método do raio conservado) Para a introdugao das espirais de transi¢ao numa curva circular, ha a necessidade do afastamento da curva em relagéo a tangente. Este afastamento (p) pode ser obtido de trés modos: método do centro conservado (reduco do raio R_ para o valor R.-p), método do raio conservado (afastamento do centro O da curva circular para uma nova posigéo 0”) € método do raio € centro conservados (afastamento das tangentes a uma distancia p da curva circular). O método do raio conservado € geralmente o mais usado, pois nao altera 0 FIGURA 5.3 — Elementos da espiral. valor do raio R, da curva circular e a posicao das tangentes. 134 ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Da figura 5.3, temos: 2 aerdo-X 9. ag - he L K jos 6.2) ‘Anda com relagio a figura 5.3, podemos ober a expressio: cosa = <. de=cos6 dL Desenvolvendo cosé em série de poténcias, temos: cap. 5 — CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSICAO 135 |e a a = ORY 52" @ oa ORS atlas GRY 9-4 CK 13-61 G peg} + aerate See xeL- 1(S-Seea”) (63a) De maneira andloga, podemos obter a expressio para cflculo de y: dy -2 + dy=senO-db send = 7 ty = sen| (6.36) Generalizando, temos: (y's xeL- - ony on sana ry OY aot ‘As equagies 5.3a ¢ 5.3b definem a clotdide pelo seu comprimento. estas equagées, substituindo L por K-/20 obtém-se: 2 gl eat ep Fe 10° 216 9.360 pane {te YF, 3” 42° 1320” 75.600" Cap, 5 — CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIGAO _137 que correspondem & equacio da clot6ide definida pelo seu pardmetro. No ponto SC da curva de transiglo, temos L = L,, Logo, as equagies para 0 célculo de @, (em radianos), X, e Y, sio as seguintes: GA) (55) (6.6) Na pratica, as expressées para X, € Y, podem ser reduzidas &s expresses abaixo, com suficiente precisio: (65) 6.6) 138 _ ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Filho Cap. 5 ~ CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIGAO 139 Calculados X,, Y, € 8, e considerando os elementos da figura 5.4, podemos sen0, = a=R,-send, obter as seguintes relagbes: x cop ee b=R,-(1-cos8,) R ien( 4) 22 67) 2) Re+P co( 2) =2et2 68) 2) R+E X,-k+a Y,=p+b Mesctando as equagées acima, obtemos as expresses para céleulo da abscissa do centro 0” (ke do afastamento da curva circular (p): exe R, -sen8,] Da equagdo 5.7, resulta.a expressio para célculo da tangente total: (6.9) (6.10) Gall) 140__ESTRADAS DE RODAGEM PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho ‘Da equagiio 5.8, resulta a expressao para célculo da distancia do PI ao ponto médio da curva circular (E): ey ‘As estacas dos pontos notaveis da curva so calculadas pelas expresses: lz | (6.12) E(TS) = E(PI) - [77] (6.13) E(SC) = E(TS) + [L,] (6.14) E(CS) = E(SC) + [D] (6.15) E(ST) = E(CS) + [Z,] (6.16) Para o céleulo do desenvolvimento da curva circular (D), a expressio é a seguinte (para espirais simétricas): G=A-2-6, 6.17) 6.18) Na equacdo 5.18, D eR, séo dados em metros ¢ gem radianos. Para ¢em graus, a equagio é a seguinte: Cap. 5 — CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSICAO 141 6.19) 0 valor de D necessariamente deveré ser néo negativo. Quando forem escolhidos valores de L, muito grandes, pode acontecer 28, > A, isto é D <0. Nesse caso, os valores de L, devem ser diminufdos de forma que tenhamos sempre D = 0. COMPRIMENTO MINIMO DE TRANSIGAO (Critério dinamico) ‘Como visto anteriormente, ao passar um veiculo de um alinhamento reto a uma curva circular, hé uma variacdo instantanea do raio infinito da reta para o raio finito da curva circular, surgindo bruscamente uma forga * centrifuga que tende a desviar o vefculo de sua trajet6ria. Para minimizar este inconveniente, além de se usar uma curva de transicio, seu comprimento deve ser adequado para que 0 efeito da forca centrifuga aparega de mancira gradual. Da fisica, a aceleragdo centrifuga que atua num veiculo em trajet6ria circular 6 dada por: d Lea)=J 142 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Gilauco Pontes Filho Em qualquer ponto da clotéide, temos: RL=R-L, donde: ‘Sendo 0 comprimento de transico_L, igual ao produto da velocidade uniforme do veiculo pelo tempo que o mesmo necesita para percorrer a clotéide, temos: Levt logo: geet et TROL, ROL, (Como a variagéo da aceleragio centrifuga que atua sobre 0 veiculo deve ser constante: d G@dad tin Scns Hoeizoigs De TRaPeNO_148 entdo, temos: RL, valor da constante J mede a solicitagdo radial ou reagéo transversal que cexperimentam os passageiros dos veiculos devido a variagio da fora centrifuga. O valor aceitavel para J varia para cada condutor. Experiéncias comprovaram que 0s valores ideais esto entre 0,3 € 0,8 m/s’. BARNETT, em seu trabalho Transition Curves for Highways, recomenda o valor Inu, = 0,6 mis? valor este adotado pelo DNER. Sendo, =0,6m/s*, Rem metros e V em km/h, 0 comprimento minimo do trecho de transigéo, em metros, sera: (5.21) Sempre que possivel devem ser adotados para L, valores maiores que 0 minimo calculado pela equacéo 5.21, de preferéncia (Ls,,,+ L5,.,,)/2 08 3.L5g» desde que estes valores sejam menores que Ls,,,- nia? 144 _ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho elo critério de tempo de percurso na transicéo, o comprimento minimo da transigéo corresponde a distancia percorrida pelo veiculo a velocidade diretriz, durante 2 segundos. Logo, o comprimento m{nimo da transicao de acordo com esse critério é dado pela fSrmula a seguir, com Vem kralh € Ls, €m metros: [Ts = 0,556-V) (9.22) COMPRIMENTO MAXIMO DE TRANSICAO Corresponde a um valor nulo para o desenvolvimento do trecho circular (D=0), ou seja, as espirais se encontram. Entio: $=A-2-6,=0 A=2-0, =2 Suze = Re A (5.23) Sendo Ls,,, ¢ R, em metros, em radianos. Para A em graus, a equa¢ao fica: lee ee ae (6.24) 180° ‘Cap. 5 — CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSICAO__145 EXEMPLO 1: Celcular as coordenadas (x,y) dos pontos TS, SC, CS e ST em relagéo a0 sistema de eixos da figura (extrafdo das notas de aula do professor Carlos Reynaldo Toledo Pimenta). TS, (K+ Lj RAP) SC,(K+k+L3R.+P-Y) CS, (K+ K+ L5Y,-R.-P) ST,k+L5-R,-P) TS, (k; -R-p) SC, (X, +k ¥,-R.-P) €8,(R.+P-¥sk-¥) ST, (&3R.+P) EXEMPLO 2: Numa curva de uma rodovia, temos os seguintes elementos: V=80 kon/h, A= 35°, R, = 500 m e E(PL) = 228 + 17,00. Determina 1s 4p Ls yay 9X Yio 6 Ds ks Ps TT, E, ECTS), E(SC), E(CS), E(ST). 3 in = 0,036: F-00365 So" 3686 Adotando L, = 120 m “Ae 235° = 3Ls, Es, «Pe A'e _ 500 35° 305, 430m (@3.Ls,,.) 180° 180° 6, - t= 01200 rad *2-R, 2-500 2 94 2 \< X, 91, (1- 4 8) 0120-12 2") 119,85 m 10” 216 10 * 216 ® 3 ¥ 01, (9-92) 2 129.(282_ 82"). 480m 3 42 3 42 x = A-2-0, =35°-2_-2-0,12 = 0,370867 o- Fgor 72 O12 = 0,370867 rad D=R,-@ =500-(0,370867 rad) = 185,43 m = 9 est +5,43 m k =X, -R,-send, =119,83-500-sen(0,12 rad) = 59,98 m p=Y,-R,-(1-cos@, )= 4,80 -500-[1-cos(0,12 rad)]= 1,20 m 35° 2 Tr =k+(R, +phtn( > \- =59,98+ (500+1,20)- tn )=21800m ap. 5 CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIGRO 147 RAD 500+1,20 3° aes ECTS) = E(PD) ~[TT]= (228 + 17,00) - (10 + 18,00) = 217 + 19,00 -R -500 = 25,52 m E(SC) = ECTS) + [L,] = (217 + 19,00) + (6 + 0,00) = 223 + 19,00 E(CS) = E(SC) + [D] = 223 + 19,00) + (9 + 5,43) = 233 + 4.43 E(ST) = E(CS) + [Le] = (233 + 4,43)+ (6 + 0,00) = 239 + 443 \e21,25°/ SEM ESCALA 148 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO EXEMPLO 3: Calcular as estacas dos pontos notaveis das curvas ¢ a estaca final do tracado (ponto B), sendo dados: a) Estaca inicial do tracado (ponto A) = 0 + 0,00 b) Raio da curva 1 = 600 m (transigao) ¢) Raio da curva 2 = 1000 m (circular) 4) V, = 60 komt AN "7000 Phy 1000 o Solucdo: Coordenadas: N E 4.000 0 7.000 4.000 3.000 | 7.000 1.000 11.000 Cap. 5 - CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSICAO 149 Célculo dos azimutes: = exact) 58 4000 - 7000 7000 - 3000, ‘Az, =180°+ arcan( 1803" 7000-11000 3000-1000 Azy 180° aan Jenesr Calculo dos angulos centrais: , 8, = Az,—Az, = 143,13° - 53,13° = 90" A, = |Az,—Az, |e 143,13° - 116,57° = 26,57° Calculo dos comprimentos dos alinhamentos: d, = (4000 - 7000) + (0- 4000)° = 5000 m d,, = \(7000-3000) + (4000-7000) = 5000 m 150 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Filho 150_ESTRADAS DE RODAGEM — PROJET COT (3000-1000) + (7000-11000) = 4472.14 m Céleulo da curva 1 (transic¢ao): E(PL,) = [4,] = 250 est + 0,00 m R, = 600 m A, = 90° V, = 60 km/h LS qiq =12,96 m Xs =199,45 m D=742,48 m LSpaq = 942,48 m1 ¥, =11,09 m E(IS) = 214 417,32 Lscanate = 200m k=99.91m E(SC) = 224+17,32 0, = 0,166667 rad p=2,18m E(CS) = 261+19,80 =1,237463 rad TT = 702,68 m E(ST) = 271+19,80 CAlculo da curva 2 (circular): R,= 1000 m A, =2657° E@PL) = E(ST) + [d,]- 77] E(PI,) = (271 + 19,80) + (250 + 0,00) — (35 + 2,68) = 486 + 17,12 Cap. 5 — CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSICAO__151 aS RVAS HORTONS ETE = T= 236,11 m D = 463,73 m (PC) = 475 + 1,01 E(PT) = 498 + 4,74 Estaca final do tragado (ponto B): E(B) = EPT) + [4] - [7] E(B) = (498 + 4,74) + (223 + 12,14) - (11 + 16,11) = 710 est + 0,77 m LOCAGAO DE CURVAS DE TRANSICAO FIGURA 5.5 — Elementos para locagao da espiral de transiga0. 152 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Gilauco Pontes Filo Dados R,, Ly 4, E(PI) e fixadas as diregdes das tangentes, calcula-se os valores de X,. @, p, ke TT. A locagao da curva de transigfo € iniciada pela localizagdo do ponto TS sobre a primeira tangente a uma distancia 77 do ponto de intersecio PI, quando este for acessivel. Para o caso do PI ser inacessfvel (figura 5.5b), procede-se da seguinte maneira: + Prolongar as diregdes das tangentes j4 conhecidas no sentido do PI. + Escolher dois pontos A ¢ B em locais convenientes. ‘© Determinar a distancia AB e os Angulos ae B. * Caleular as distancias 1, € 1,- ‘Aplicando a lei dos senos no tridngulo da figura 5.5b, temos: FIGURA 5.50 — Procedimento para PI inacessivel. cap. 5 = CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIGAO 153 Como send =sen(180° ~ Ls, Sho as seguintes: excegdo dos valores de TT, ¢ TT,, 0s demais elementos das transig6es so | caleulados de forma andloga as espirais simétricas. esr | | | =X, -R,-send, | _ O(R.+ tol TT, =k, +(R, + Py) tanl 4S), BoA : i \ 2)* send © (R, + p,)-tan(— 6, = —— j oF + Pat “(3} o 2 OER | Pi-Py | ESPIRAL2 @ mA ve or o-A-@,, +8,,)20 } an) 4 FIGURA 5.6 — Curva horizontal circular com transigées assimétricas X, obs, -S ae “| (Fonte: PIMENTA). 160 __ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Gilauco Pontes Filho ky =X,, -R.-sen6,, Pr=¥,, -R.-(1-cose,,) A), P2o- Pi TT, =k, +(R, }- tanf —} sokes(Rcepahim( BP ‘CURVAS COMPOSTAS COM TRANSICAO Esta concordincia € utilizada quando se deseja tornar continua a variagao da curvatura entre duas curvas circulares consecutivas de raios diferentes, como mostram as figuras 5.7 ¢ 5.8. FIGURA 5.7 — Concordancia de curvas circulares com espiral. (Cap, 5 ~ CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSICAO 161, FIGURA 5.8 — Curva composta com transigdo (Fonte: PIMENTA). Sendo L, o comprimento da espiral entre os pontos A ¢ C,¢.,0 comprimento da espiral entre os pontos A e D, temos: R,*L,=K? (ponto C) R,,:L,=K? (ponto D) | (Cap, 5~ CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIGAO_163 L,=1,-l, Le, RR, bay te El - "2K, DR, (R,-R,) k, =X, -R,,-sen0, 2 =Y¥,-R,,“(1-cos6,) yan (40 .. Sendo p,o afastamento entre as duas curvas circulares, temos: 3 42 "1320 k-k } 6, = arctan] ——2— 1 Kk, -X,-R,*sen8, (oer +22) -R, -(1-c0s0,) | a=8,-0, 164 __ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauce Pontes Filho | Cap. §~ CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSICKO 165 B=0,-8, 3, Numa curva de transicao, para a determinaco do comprimento de transigdo (L,) foi escolhido 0 valorJ = 0,4 m/s® (variaglo da aceleracéo 0-048 centrifuga por unidade de tempo). Calcular a estaca do ST. Dados: ‘A= 50°, R= 500 m, V, = 100 krn/h e E(PI) = 210 + 0,00 )- (R, + Ps)- (Re, + Pa) cos, 4, Com relagdo ao exercicio anterior, calcular as coordenadas X e Y da estaca 22040,00. EXERCICIOS 5. (*) No tracado da figura, sendo V,=100 km/h, verificar se € possivel projetar a curva 2 de maneira que a variagao da aceleracao centrifuga Os exercicios assinalados com (*) foram cedidos pelo professor Carlos por unidade de tempo (J) seja a mesma para as duas curvas. Se nao for Reynaldo Toledo Pimenta, da Escola de Engenharia de Sao Carlos, 1 possivel, justificar. Dados: Universidade de Sao Paulo. i + Curva: EPL) =72+9,27 A= 11°36" R= 100m 1, Caleular as curvas de transigio abaixo: F(TS,)=65 415,26 (SC, = 69 + 0,10 E(CS,)=75+17,72 EST.) = 79 +2,56 Curva 2: E(PL,) = 91 + 10,00 R, = 600 m 4, =40° a) E(PI) = 342+ 2,50 A=55° R= 680m V=80 km/h b) E(PD) = 1350 + 12,73 A=12° R=2100m V=120kmi/h ©) F(PI) = 476+ 9,50 A= 66°24' R= 830m V=100 km/h d)E(PI)= 757+6,75 A=82° R= 600m V= 70 km/h 2, Construir as tabelas de locagdo do 1° ramo de transig&o das curvas da questio anterior. : 166 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho 6. (*) Numa curva onde a deflexao entre as tangentes (A) € igual a 0,8, radianos, calcular a velocidade, em km/h, que a curva permite desenvolver sem que a variagdo da aceleracao centrifuga por unidade de tempo na transigio (J) ultrapasse o valor 0,5 m/s. Dados: E(TS)=14+0,00; E(SC)=18+0,00; E(CS)=22+0,00; E(ST)=26+0,00. 7. (*) Numa curva horizontal, adotando-se o comprimento de transigio (L,) igual & média entre o comprimento minimo ¢ o comprimento maximo possivel, calcular: a) a variaco da aceleracdo centrifuga por unidade de tempo na transicao. ) 0 afastamento necessério entre a curva circular e a tangente externa (p). c) comprimento do trecho circular da curva. Dados: V, = 80 km/h; R,= 210 mt; 4 = 30°. 8. (*) Dado o alinhamento da figura, sendo o raio da curva 1 igual @ 500 m e fixada a velocidade de projeto V=72 km/h, calcular as estacas dos pontos TS,, SC,, CS,, ST,, PC,, PT, ¢ estaca final do trecho, respeitando as seguintes condigdes: a) a curva 1 teré transigdes simétricas de comprimento L., calculado para uma variagao de aceleragéo centrifuga por unidade de tempo J = 0,2 m/s*; b) a curva 2 sera uma curva circular sem transig6es; c) entre 0 ST, € © PC, existe um trecho em tangente de comtprimento 200 m; d) a curva 2 teré 0 maior raio possivel, respeitadas as condigdes a, bec. Cop. 5 — CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSICAO 167, 5 uF 452,66 m 1000 m Ayn? F . CURVA1 4 . EST.0 CURVA 2 Be 9. (*) Dada a curva horizontal da figura, calcular os valores de X e Y do ponto P que esté na estaca 100 + 0,00. Dados: R, = 350 m, E(PI) = 90 + 15,00, L,= 150 me A = 60°. 10. (*) Deseja-se projetar uma curva de transicio comJ = 0,4 mis*. Calcular a deflexdo que deve ser dada no aparelho (colocado sobre o TS) para locar a estaca 200. Dados: V,= 100 km/h, A = 40°, R,= 600 m, E(PI) = 209 + 3,23. 168__ ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glawco Ponies Filho 11. (*) A figura mostra trecho de uma via contendo tangentes perpendiculares centre sie duas curvas circulares com transig&o, reversas e consecutivas. Dados R, = 200 me L, = 80 m, calcular as coordenadas do ponto ST, em relacdo ao sistema de coordenadas dado. 12. (*)A figura mostra trecho do eixo da planta de um autédromo formado por 3 tangentes paralelas concordadas entre si por curvas circulares com transigio. Sabendo que R, = 50 me L, = 50 m, calcular as coordenadas do ponto ST, em relacao ao sistema de coordenadas dado. ‘Cap. 5 ~ CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIGAO 168 ist, cs cs 13.(*) A figura mostra uma pista de teste composta por duas curvas horizontais de raio R, = 80 m, concordadas com duas tangentes de comprimento 150 m através de curvas de transi¢io de comprimento L, = 100 m, Caleular as coordenadas dos pontos TS, SC, CS ¢ ST em relagdo ao sistema de eixos da figura, que tem como origem o centro de ‘uma das curvas. 170 __ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho 14, Caleular as estacas dos pontos notaveis das curvas e a estaca final do tracado (ponto B), sendo dados: a) Estaca inicial do tracado (ponto A) = 0+ 0,00 ) Raio da curva 1 = 300 m (transicéo) ©) Raio da curva 2 = 600 m (transigéo) 6) V, = 80 km/h AN ‘7000 Phy 1000 Fx 0 1000 CAPITULO 6 SUPERELEVACAO INTRODUCAO Superelevacdo € a it o transversal necessdria nas curvas a fim de combater a forga centrifuga desenvolvida nos vefculos ¢ dificultar a derrapagem. Ela éfuncio do raio de curvatura ¢ da velocidade do vefculo. Para cada velocidade V, 0 raio R, a superclevacio e, bem como o coeficiente de atrito transversal f constituem um conjunto de valores inter-rclacionados, cuja vinculagio € expressa pela formula abaixo: e 6.) 127:R| ler f= 172 _ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Ponies Filho Fazendo 1/R = C (curvatura), a equagio 6.1 se reduz.a: en C-f (6.2) Dada uma velocidade Ve escolhido um raio R (ou uma curvatura C), 0 valor para a superelevacao e deverd estar compreendido entre os seguintes valores, onde ¢,,, > ¢,> ¢, > 0: owe f=0; 0veiculo é equilibrado exclusivamente pelo ‘27 efeito da superelevagao. ae We c-f, Ff fzq,3 © Veiculo equilibrado com a contribuigdo 1127 m= de todo o atrito lateral possivel. Plotando-se os valores da superelevagao (¢) em fungio da curvatura (C)em um grifico, podemos observar que os valores de e que satisfazem a equacdo 6.2 se encontram num paralelogramo definido pelas linhas correspondentes aos valores = 0, e = €,,., f= Oe f= f._,. Qualquer valor da superelevacio que esteja no interior do paralelogramo atende as exigéncias minimas de estabilidade dos vefculos na curva. Cap, 6 - SUPERELEVAGKO 173 Para.a escolha da melhor superelevacao para cada curva deve-se, entdo, evar ‘em conta o fator conforto, ou seja, definir dentro do paralelogramo a curva de conforto maximo. Basicamente, existem 5 métodos (figuras 6.12 ¢ 6.1b): 1. Escolha do valor da superelevaco diretamente proporcional 8 curvatura C (Método de La Torre). 2, Escolha de um valor tal que um veiculo trafegandona velocidade de projeto tenha toda a forca centrifuga compensada pela superelevacao (f= 0). . Octitério2, usando-se a velocidade de operagio no lugar da velocidade de projeto (Método de Barnett). 4, Bscolha ée um valor para a superelevagio numa relagio néo linear entre 0s valores compreendidos entre os valores dos critérios 1 ¢ 2 (Método da AASHTO). . Escolha de um valor tal que vefculo é equilibrado com a contribuigao de todo o atrito lateral possivel (f= f 2.) 174 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho t ® ® 0 a) Vt FIGURA 6.1a — Valores possiveis de e, em fungao da estabilidade (Fonte: AASHTO). ATRITO LATERAL fr 9 UR’ VR FIGURA 6.1b — Variago do atrito f, em func&o da curvatura, para V=V,cjao (Fonte: AASHTO). Cap. 6 — SUPERELEVAGAO 175 Das figuras 6.12 ¢ 6.1b, percebe-se que: Noprocesso a variagio da superelevacéo €linear com 0 nverso doraio dacurva. No processo 5, o atrito lateral esponde integralmente pela estabilidade do veiculo nas curvas de maior raio, até 0 limite de f,,.- A partir daf, a cestabilidade € obtida somando-se a contribuicdo da superelevacao, na regio das curvas de menor raio. No processo 2h uma inversio da situagio descrita para o proceso 5 0 processo 3 é semelhante a0 processo 2, apenas com a velocidade de projeto sendo substitufda pela velocidade de operagio. No processo 4 hd uma variagao curvilinea dee fcom o inverso do raio de curva, situando-se entre os processos 1 ¢ 2. Analisando 0s t6picos acima, temos: O processo 1 seria ideal se todos os veiculos trafegassem a uma velocidade constante. © processo 5 st aplica a vias urbanas de baixa velocidade, onde asrestrigoes laterais limitam o uso da superelevacio. 176 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho No processo 2, para veiculos trafegando com a velocidade de operagio, o coeficiente de atrito lateral torna-se negativo. processo 3 procura minimizar as desvantagens do anterior, limitando-as a um niimero menor de curvas. processo 1 garante que uma vasta gama de curvas deixaré de utilizar da ‘maxima superelevacao possivel. O processo 4 combina os dois diltimos requisitos citados. Para contrabalangar a tendéncia de aumento de velocidade nas curvas de raios mais amplos € desejavel que a superclevacdo aproxime-se daquela obtida por este processo. TAXAS DE SUPERELEVACAO PARA RAIOS ACIMA DOS MiNIMOS Um esiudo feito com varias curvas compreendidas no paralelogramo da figura 6.1a, levoua AASHTO a optar pela forma parabélica para a distribuigao da superelevacéo, aconselhando o uso de uma curva intermediria entre as curvas dos processos 1 ¢ 2. Da figura 6.2, temos 0 seguinte: Cap, 6 - SUPERELEVAGIO 17 c > Carin FIGURA 6.2 — Distribuigdo parabélica da ‘superelevacao. Snax € = K*(Cpax CY é 2 Con = (Com - CY (Cou? (6.3) 178__ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Gleuco Pontes Fiho Cop. 6 SUPERELEVAGKO_179 I A formula 6.3, representada graficamente nas figuras 6.3 a 6.7, € adotada writs dade pelo DNER para o célculo da taxa de superelevagio para raios acima dos ; aoe 3 minimos. Neste grafico, a partir da situagio correspondente a0 raio minimo ae ea 2 (Ponto A), tanto as taxas de superelevacio e como os coeficientes de atrito g, 2 transversal f decrescem gradual e simultaneamente (trecho I da figura), até 0 4 = 4 z valor do raio R,, onde é atingidae mantidaa taxa minima desuperelevagio | = = Bs : admissivel. Esse decréscimo € realizado segundo uma relacao curvilinea entre 3 boo 3 | 5 os raios de curvatura e as taxas de superelevacio. A partir desse valor de ¢,., a entao, iria se reduzindo o atrito-transversal (trecho I). | a ‘Ratos (m1) 500 1000, 1500 2000 © (ata) FIGURA 6.4 — Grdfico de superelevagao (V = 70 km/h). Raetio I TT 10) GWFICO De SUPERELETAIO i . v= 80 km/h e ° 5 mo : a + 2 i = i = ets { Es t 4 a Raa 200 | 3 7 | 4 i i a RAIOSR ( 4 Raios (m) 500, 1000 708 FIGURA 6.3 - Superelevagées para raios acima dos minimos (DNER). FIGURA 6.5 — Grafico de superelevacao (V = 80 kmh). 180 _ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho 10} FICO DE SUPERELEVAG AO] Veo “2050 me s| F 3 2 59 i is i a 3 4 5 5 i é y Reiostm 500 1000 1500 2000 2500 FIGURA 6.6 — Grafico de superelevagao (V = 90 km/h). ‘3000 mm s| Z 3 55 $ ' | | : 5 i 2 2 aie 500 1000 FIGURA 6.7 — Gréfico de superelevacdo (V = 100 km/h). 1500) 2000 2500 Cap. 6 SUPERELEVACHO 181 Para curvas com grandes raios, a superelevacdo ¢ desnecessaria. Adotando- se para estes casos a seco normal em tangente, os veiculos trafegando na faixa de rolamento com superelevagio negativa ficam sujeitos a atritos transversais inferiores aos valores maximos admissfveis. Também 0s esforgos necessérios no volante para manter o veiculo na pista situam-se dentro de limites aceitaveis. Um critério simples, associado a velocidade diretriz, para estabelecer 05 valores dos raios acima dos quais a superelevagio pode ser dispensada encontra-se resumido na tabela 6.1. Foi considerada em seu calculo uma superelevacao negativa de 2% para os veiculos que percorrem o lado externo da curva, mas séo adequados também para pistas com abaulamentos diferentes. - TABELA 6.1 — Valores dos raios acima dos quais a superelevagao 6 dispensavel [Vaan 30 | 40 | 50 | 60 | 70 | 80 | 90 | =100 [Pa@ 450 | 800 | 1250 | 1800 | 2450 | 3200 | 4050 | 5000 Fonte: DNER EXEMPLO 1: Numa rodovia de Classe I, temos: e,,, = 10%, V = 90 km/h, Se uma curva nesta rodovia tem raio de 900 metros, calcular a superelevacio a ser adotada. 182 _ESTRADAS DERODAGEM- PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Ftho Solugdo: Da tabela 4.2, obtemos f,,. = 0,14 para V = 90 km/h. Logo: Ty a 90° 127 Ca * = 65,75 )” 127-(@.410+ 034) e 265,75 _ 265,75° 900 900° = 0,050 = 5,0% DISTRIBUICAO DA SUPERELEVACAO Distribuicio da Superelevagao é.0 processo de variagio da segio transversal da estrada entre a seco normal (adotada nos trechos em tangente) a seao superelevada (adotada nas curvas). A variagao da inclinagdo transversal necessiria a obtencao da superelevacdo nas curvas horizontais deve ser feita de forma a evitar variagdes bruscas dos perfis das bordas da pi ‘Varios processos podem ser utilizados para a distribuicdo da superelevacao. Os mais utilizados so baseados na posigio do centro de giro do pavimento, € sdo os seguintes (figura 6.8): * Giro em torno do eixo da pista (A). + Giro em tomo da borda interna da pista (B). ‘* Giro em torno da borda externa da pista (C). Cap. 6~ SUPERELEVAGAO__183 “ @) © BE E FIGURA 6.8 — Processos de obtencao da superelevagao. No caso mais usual de pistas simples de mio dupla com eixo no centro € segdo transversal abaulada, o eixo de rotacdo geralmente coincidira com 0 cixo do projeto. Nessa hipétese, sio obtidas as menores rampas de superelevaco e as variagGes altimétricas so também distribuidas de forma simétrica. O processo do giro em torno do eixo é mais usado porque acarreta menores alteragdes das cotas do pavimento em relagio ao perfil de referéncia, resultando numa distorgdo menor do pavimento. ‘A adocao da borda da pista do lado interno da curva como eixo de rotacio 6 justificada onde houver risco de problemas de drenagem devido 20 abaixamento daborda interna. O processo do giro em tomo da borda externa da pista favorece a aparéncia e a estética, a0 evitar a elevacdo dessa borda, normalmente a mais perceptivel pelo motorista. a 185 184 _ ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho cap. 6 ~ SUPERELEVAGAO ‘No.caso comum quando otrecho circular ésucedido por curvas de transi¢a0, variagio da superelevagio (2* etapa) deverd ser feita dentro da curva de Nos 3 processos, 0 giro do pavimento para a obtengio da superelevacio e% 6 feito de forma que tanto as bordas como o eixo tenham uma variagdo linear. transigdo. Neste ciS0, 0 comprimento de transigioL, define o comprimento do trecho de variagdo da superclevagio (L), € portanto a inclinagio Essas variagdes de cotas das bordas ¢ eixo em relagao ao perfil de referéncia longitudinal a, Paraa 1° etapa, o comprimentoL, €definido em fungio do estdo sujeitas a valores méximos recomendados, pois a variagao da valor da inclinagSo a, Os dois processos mais usados sio: superelevagio deve ser feita de forma segura e confortavel. AASHTO: 6, =.=! (valores méximos -abele 62) BARNETT: a, = 0,25% (1:400)' € a, = 0.5% (1:20) (valores Como nos trechos em tangente a estrada geralmente possui inclinagio transversal simétrica em relagdo ao eixo de a%, 0 processo de distribuicao da superelevacio pode ser dividido em duas etapas, como mostra a figura 69: + 1 ETAPA: eliminagao da superelevacio negativa. = 22 ETAPA: obtencdo da superelevacio e% do trecho circular. FIGURA 6.10 - Giro em torno do eixo. “De acorn com puessor Greve Peixoto, 20 adotar = L, deve se cleaado 0 novo valor 6 , (ou dec), que deve ser menor ou igual 05% (BARNETT, « menor ou igual 20 valor pelo método da AASHTO. i Pe ypsicads gaat 1.0 valor dec pel eitéio de BARNETT conserva-se, as mo deveré ser ior que o valor de C., (quando Gs 0.25% —* Ct, = 0). FIGURA 6.9 — Segées transversais de uma estrada. 186 __ ESTRADAS DE RODAGEM~PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho A variagio da superelevagio deverd ser feita em um trecho de comprimento nunca inferior 20 minimo estipulado pela tabela 6.2, recomendados pela AASHTO. Esta tabela deve ser usada nos casos em que o valor de L, esteja abaixo da linha cheia. Caso contrério, adotar os valores da linha Le,,,, que ait ‘correspondem ao espago percorrido por um vefculo, durante 2 segundos, 2 velocidade de projeto. Quando o valor de Le,,, for menor que o comprimento io L,, adota-se L, = L,. Caso contririo, deve-se analisar a Quando a curva horizontal ¢ circular simples, a variagio da superelevacéo poderd ser feita parte no trecho em tangente e parte no trecho circular, ou ‘mesmo toda a variacdo no trecho em tangente de forma que no trecho circular a superelevacao seja constante. A escolha da melhor posigo depende da andilise de cada caso. Considerando-se 0 niimero infinito de disposigies do perfil e a necessidade de se levar em conta os problemas de drenagem, greides eriticos, estética da estrada, etc., a adogio generalizada de qualquer dos métodos nio ¢ aconselhavel. Cada trecho de variagao da superelevacio deve ser considerado ‘como um problema individual. cap. = SUPERELEVACKO__187 TABELA 6.2> Comprimentos minimos dos trechos de variagao da superelevagao (pista Unica, 2 faixas de trafego de 3,6 m). ‘VELOCIDADE (nih) =» | #0 | 7 | a0 | 90 | 100 SUPER- a(%) suo | 120 043 | oso | 037 (| 066 | 0,60 | 0,54 | 0.50 | 0.47 VALORES DE Le (rt) Fonte: AASHTO. Para pistas com mimero de faixas maior que 2, a AASHTO recomenda os seguintes valores: 3 faixas: L = 12L, 4faixas: L = 1,52, 6 faixas: L, = 2,0L, FIGURA 6.11 — ; FIGURA 6.12 — Distribuigao da superelevagao em bifurcagoes 6.11 — Esquema mostrando a variagao da superelevagao. ee encone 190 _ESTRADAS DE RODAGEN ~PRODETO GEOMETRICO cto Pons rune Cop. 6 SUERELENGHO 391 DIAGRAMAS DE SUPERELEVACAO 2) Giro em tomo da borda interna 1s pia a] fs 100, 41) Giro em torno do eixo oO Reeiea aay | 100. 2 100% fegenoneseea [c, =1,+2,) eae aa pola the * 3) Giro em tomo da borda externa TS M sc ‘ 4 pea x oh : ery } + nt | ; ; ie ‘ ; \ t : ‘ f i i i f 1% 1% 1 0 a% | 1 aaa La ODE at ee A Y a, 100°%, 100(S= 2h, ' 5 a La = = 100: 2E 100° _100:(8-2: fi a bea 2a i, =2, +2, -es S= io] [an eal = 24! 192 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho EXEMPLO 2: Confeccionar o diagrama de superelevagio de uma curva de transicdo pelo método de BARNETT, dados e = 10% e L, = L,. Adotar giro em torno do eixo e secio transversal dada na figura (extrafdo das notas de aula do professor Creso Peixoto). Critétio de BARNETT: 4, = 0,25% (1:400) e a, = 0,5% (1:20) Eliminagao da superelevagio negativa (comprimento de giro em tangente): -100-A, _ 100-(0,072) a 25 7288m ‘Cap, 6 ~ SUPERELEVACKO. ~Comprimento do giro em curva: 100-4 _100-0,072 114 4m 14 21h 00072 eT Os got be 23610 oa 100 ~ 100 100-(5 -2-%4) _100-[0,72-2-(0,072)) 57.6 m Senora 2-(05) Lely +Lgy =14,4457,6= 72m La= 576m 193 194 _ESTRADAS DE RODAGEM — PRONETO GEOMETRICO __Giauco Pontes Filho 124 __ESTRADIS DE RODAGEM = PROJETO GEOMETRICO imo Fone Flo EXERCICIOS 1. Numa rodovia de Classe I, temos: ¢,..=8% , V = 100 kon/h. Se uma curva nesta rodovia tem raio de 600 metros, calcular a superelevacéo a ser adotada, segundo o DNER. . Numa rodovia de Classe Il, temos: ¢,,=6% , V= 80 km/h. Se uma curva nesta rodovia tem raio de 400 metros, calcular a superelevagio a ser adotada, segundo o DNER. . Fazer o diagrama da superelevagio de uma curva de transigo em espi- ral, anotando todas as cotas e pontos em relacao ao perfil de referéncia (extraido das notas de aula do professor Creso Peixoto). Dados: E(TS) = 40 + 2,00 Considerar L, = L, © =8% Método de giro em torno da borda interna (BI) Critério de célculo: BARNETT (a, = 0,25% e a, = 0,50%) CAPITULO 7) SUPERLARGURA “Yh professor sempre fete a cternidade, Ele nunca sabert aude sua tafluéneta termina. HENRY ADAMS Historiador americano INTRODUGAO Superlargura é o aumento de largura necessério nas curvas para a perfeita __ inscrigio dos vefculos. Quando um veiculo percorre uma curva ¢ o angulo de ataque de suas rodas diretrizes é constante, a trajetéria de cada ponto do veiculo € circular. O anel circular formado pelas trajetorias dos diversos pontos do vefculo € mais largo que o gabarito transversal do veiculo em linha reta. Para compensar esse aumento de largura, & largura padrao das pistas € acrescentado o valor S (superlargura) nos trechos em curva. 195 __ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho CALCULO DA SUPERLARGURA ‘Segundo o DNER, a superlargura é obtida calculando a largura total da pista necesséria no trecho curvo, para 0 veiculo de projeto adotado (geralmente 0 veiculo CO), deduzindo a largura bésica estabelecida para a pista em tangente, segundo a seguinte formula: [S=Zy=2,] Ly =2-(Gc +G,)+G, + Fy onde: ‘S- =superlargura total da pista. ZL, = largura total em curva da pista de 2 faixas de trafego. L,, = largura bésica da pista em tangente. G, = gabatito estético do veiculo em curva. G,,= folga lateral do vefculo em movimento, G,,= acréscimo devido ao balango dianteiro do veiculo em curva. F,, = folga dinamica, determinada de forma experimental e empiica. A figura a seguir representa a trajet6ria de um vefculo numa curva. ray (72) FIGURA 7.1 —Trajetoria de um vefoulo numa curva. No triangulo BOO da figura 7.1, temos: Ro =E? +(R-ALY AL-R-VR-E* 73) I+ FIGURA 7.2 — Elementos intervenientes no cdlculo da superlargura (Fonte: DNER). Logo, a expressio para céleulo do termo G, é: Go =L+AL Gy -L+(k-VR-F*) (74) sendo AL 0 acréscimo devido a diferenca na trajetdria da rodas dianteiras € traseiras. A expressao entre parénteses fornece valores muito semelhantes 0s da expresso £7/2R. Desta maneira, a equacdo 7.4 resulta em: Aplicando a lei dos cossenos no ABO, temos: R? =F? 4(R+G,) -2:F (R+G,)-cosa 2 E+E R’ =F? +(R+G,) -2:F-(R+G,) RG, (R+G,) = R?+F?+2-E-F = \R?+F-(F +2E)-R (7.6) + Afolga dinamica F,, é calculada em funcio da velocidade diretriz e do raio de curvatura pela equacio abaixo: iy= v an 10JR Fazendo as devidas substituigdes, a formula geral para célculo da superlargura é a seguinte: 4 (RTF (F326)- “RY: wa at 200_ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho onde: S$ = superlargura, em metros. L_ = largura fisica do vetculo, em m. E = distancia entre eixos, em m. F = balango direito do veiculo, em m. R = raio da curva, em m V =velocidade diretriz, em km/h. G, = folga lateral do vefculo em movimento, em m. L,, = largura bésica da pista em tangente, em m. 0s valores do termo G, sao adotados em fungio da largura da pista de rolamento em tangente (.,), de acordo com a tabela abaixo: TABELA 7.1 ~ Valores de G,, 6.00/6,40 | 6,60/6,80 7,00 /7,20 0,60 0,75 0,90 Fonte: DNER Para caminhées ¢ énibus convencionais de dois eixos ¢ seis rodas, nio articulados (vefculo CO), os valores adotados para projeto sio: L = 2,60 m; E = 6,10 me F = 1,20 m. Em pistas com largura bésica 1, = 7,20 me adotando 0 veiculo CO como veiculo de projeto, a equacao 78 fica reduzida a: Para veiculos comerciais articulados, compostos de uma unidade tratora simples ¢ um semi-reboque (vefculo SR), os valores adotados para projeto slo: L = 2,60 m; E = E,, = 10,00 me F = 1,20 m. Em pistas com largura bisica L, = 7,20 m e adotando 0 veiculo SR como veiculo de projeto, a equagio 7.8 fica reduzida a: (Vefculo SR) "A formula para célculo da superlargura anteriormente adotada pelo DNER ‘eutilizada em alguns paises, denominada f6rmula de VOSHELL-PALAZZO, € a seguinte: 7.11) onde: E = distincia entre eixos do veiculo, em m. R= raio da curva, em m. V = velocidade diretriz, em kmh. n= nimero de faixas de rolamento, 202__ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Deve ser observado que a necessidade de superlargura aumenta como porte do veiculo e com a redugao da largura basica da pista em tangente. A tabela 7.2 apresenta os valores dos raios acima dos quais é dispensavel a superlargura. TABELA 7.2 - Valores dos raios acima dos quais 6 dispensével a supertargura, tym, © | | 1 | «0 | 7 | 20 | 2 | 00 eo Capt) efculo | Rm | 10 | 160 | 190 | 220 | 260 | 310 | 300 | 4201 CO R(m) | 270 | 300 | 340 | 380 | 490 | 490 | 540 | 600 | SR LARGURA BASICA DA PISTA EM TANGENTE = 7,20 m Sd Va fh)| 39 | 40 | 50 | 60 | 70 Tipo de Cefn) © | Veiculo R (ma) | 340 | 230 | 550 | 60 | a40 | 1000] CO ‘LARGURA BASICA DA PISTA EM TANGENTE = 6,60 m. Fonte: DNER Em coeréncia com a ordem de grandeza das larguras de pista usualmente adotadas, 0s valores teéricos da superlargura devem, na pratica, ser arredondados para miltiplos de 0,20 metros. Considera-se apropriado um valor minimo de 0,40 metros para justificar a adogéo da superlargura. Valores menores podem ser desprezados. Para pistas com mais de duas faixas, 0 critério recomendado pelo DNER consiste em mu ar os valores da Superlargura por 1,25 no caso de pistas com trés faixas de tréfego, ¢ por 1,50 no caso de pistas com quatro faixas. ae (Cop.7- SUPERLARGURA 203, DISTRIBUIGAO DA SUPERLARGURA (pistas de 2 faixas) ‘A superlargura adotada pode ser disposta metade para cada lado da pista (alargamento simétrico) ou integralmente de um s6 lado da pista (alargamento assimétrico). 1) Alargamento simétrico da pista Nos casos de curvas circulares dotadas de curvas de transigao’, a superlargura sera distribuida linearmente a0 longo da transicao, sendo jicada ‘mantido o valor total ao longo do trecho circular. Neste caso, seré metade da superlargura para cada lado da pista, como mostra a figura 7.3 Se 0 eixo de projeto se localiza no centro da pista em tangente, continuari ro centro da pista no trecho de transigao e no trecho circular. ‘O mesmo acontece com a sinalizacdo horizontal ou a junta longitudinal de cconstrugao do pavimento (especialmente de placas de concreto de cimento portland). "Todas as curvas que requerem superlargura possuem raios que requerem também curvas de transigao, 204___ESTRADAS DE RODAGEM —PROIETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Borda Concordincia predoaes Borda Teérica i aa. TRansicAopa TS ‘SC SUPERLARGURA : On / “ as Eo Ss Sepetrs CENTRO DA Ista = Ka cree SINALIZAGAO HORIZONTAL JUNTA DECONSTRUGAO DO PANIM Ss FIGURA 7.3 - Distribuicéo da superlargura numa curva de transigao (Fonte; DNER). 2) Alargamento assimétrico da pista No caso de curvas circulares simples, a superlargura ser disposta do lado interno da curva. A distribuigéo da superlargura deverd ser feita parte na tangente e parte na curva, no mesmo trecho usado para a variagéo da superelevacio. Caso 0 eixo de projeto se localize no centro da pista em tangente, se situard de forma assimeétrica em relacio ao centro da pista. A sinalizago horizontal c ajunta longitudinal de construgéo do pavimento (especialmente de placas de concreto de cimento) deverd ser disposta no centro da pista alargada ¢ nio coincidente com o eixo do projeto. xo de projeto “TRANSIGAO DA SUPERLARGURA EDA SUPERELEVACAO {y= Largrn sca dps morgen CENTRO DAMISTA p= Lane 1 Saperaeure SINALIZAGAD HORIZONTAL a SUNTA DECONSTRUGAD DO FAVIMENTO, R= Raio FIGURA 7.4 - Distribuiggo da superlargura numa curva circular simples (Fonte: DNER). Em qualquer situagio, deve-se suavizar as quebras do alinhamento das bordas da pista nos pontos de inicio e término do alargamento, introduzindo curvas de arredondamento com extensao entre 10 ¢ 20 metros. Geralmente, o alargamento da pista de rolamento para obtencio da superlargura € feito de forma linear. Porém, de acordo com 0 DNER, onde se verificar uma combinacdo geométrica desfavoravel, pode-se estabelecer um critério que permita obter grandes alargamentos ja no inicio do trecho de transicdo entre tangente € curva circular. 205 __ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Fitho EXEMPLO 1: Calcular a superlargura necesséria numa curva. Dados: a) Raio = 400 m; Largura bésica = 7,20 m; V = 100 km/h (Veiculo SR). b) Raio = 300 m; Largura bésica = 7,20 m; V= 90 kmih (Veiculo CO). Solucdo: 4) Syeopico = V25,44 + 400° +e er 7 400-0.20=0.58 m 5) Speseico = V16,08 + 300° + ra = 300 ~0,20 = 0,47 300 * 10¥300 Gi 7 EXEMPLO 2: Calculara superlargura, sendo dados os seguintes elementos: Largura do veiculo: L = 2,60 m. Distincia entre os eixos do veiculo: E = 6,00 m. Distincia entre a frente do veiculo e o eixo dianteiro: F = 1,00 m. Raio da curva: R = 250 m, Velocidade de projeto: V = 80 km/h, Faixas de trafego de 3,5 m (L., = 7,0 m). Naimero de faixas: 4. Solugio: —Tabela 7.1 > G, = 0,90m. 6 2-(250) BE Gem brs = 2004 =2,672m Cap.7—SUPERLARGURA 207 Gy = VR +F -(F +28) -R = [250° +1,0-[,0+2-(6)]- 250 = 0,026 m v 80 = 051m S=[2-(G. +G,)+G,]+ Fy -Ly S =[2+ (2,672 +0,90) + 0,026] + 0,51-7,00 S = 0,68 4 faixas > S'=1,50-S =1,0m EXERCICIOS 1. Calcular a superlargura, sendo dados os seguintes elementos: Largura do veiculo: L = 2,50 m. Distincia entre os eixos do veiculo: E = 6,50 m. Distancia entre a frente do veiculo e o eixo dianteiro: F = 1,10 m. Raio da curva: R = 280 m. Velocidade de projeto: V = 90 km/h. Faixas de tréfego de 3,3 m (L, = 6,6). Niimero de faixas: 2. 208__ESTRADAS DE RODAGEN- PROJETO GEOMETRICO __Gleuco Pontes Fitho RRS CNS PRONTO GEOMETRIC _Glenco Pontes Fito 2. Idem, para: Largura do veiculo: L = 2,50 m. Distancia entre os eixos do veiculo: E = 6,10 m. Distancia entre a frente do veiculo e o eixo dianteiro: F = 1,20 m. Raio da curva: R = 200 m. Velocidade de projeto: V = 80 km/h. Faixas de trafego de 3,6 m (L, = 7,2 m). Niimero de faixas: 2. CURVAS VERTICAIS Yeo existe professor gue. wa pritica. ni termine acreditends ua magia gue sc opera durante um bom discanse. ALLANBLOOM Pedagogo americana 3. Idem, para: Largura do vefculo: L = 2,40 m. Distincia entre 0s eixos do veiculo: F = 7,0 m. Distancia entre a frente do veiculo e o eixo dianteiro: F = 1,40 m. Raio da curva: R= 180 m. Velocidade de projeto: V= 100 km/h, Faixas de tréfego de 3,6 m (L, = 7,2 m). Niimero de faixas: 2, _ INTRODUCAO projeto de uma estrada em perfil é constituido de greides retos, concordados dois a dois por curvas verticais. Os greides retos séo definidos pela sua declividade, que é a tangente do Angulo que fazem com a horizontal. 4. Calcular a superlargura necesséria numa curva: a) R = 250 m; L,, = 7,20 m; V= 100 km/h (Veiculo SR). b) R= 280 m; L, = 7,00 m; V= 90 km/h (Veiculo CO). Na pritica, a declividade é expressa em porcentagem. Nos greides ascendentes os valores das rampas (i) sao considerados positives JMR € nos greides descendentes negativos, conforme indicado na figura 8.1. 5. Calcular a superlargura pela f6rmula de VOSHELL-PALAZZO: [© Para fazer esta convengio € necessério dar um sentido ao perfil, que € Dados: E = 6,00 m, R= 350 m, V = 80 km/h, n= 2. BP ceratmcats coment da extsqncement Cap, 8 - CURVAS VERTICAIS 211 210 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Giauco Pontes Filho estabelecida pare cada velocidade. O valor de K representa o comprimento da curva no plano horizontal, em metros, para cada 1% de variagéo na declividade longitudinal. FIGURA 8.1 — Perfilde uma estrada. A intersegao dos greides retos da-se a denominagao de PIV (ponto de intersecdo vertical). Os pontos de tangéncia sdo denominados de PCV (ponto de curva vertical) e PTV (ponto de tangéncia vertical), por analogia com a curva circular do projeto em planta. A medida do comprimento de uma curva vertical (L) é feita sobre a projecdo horizontal da curva. As curvas clissicas de concordancia empregadas em todo o mundo sio as seguintes: parabola de 2° grau, curva circular, elipse e pardbola caibica. O DNER recomenda 0 uso de pardbolas de 2° grau no célculo de curvas verticais, de preferéncia simétricas em relagio ao PIV, ou seja, a projecao horizontal das distancias do PIV a0 PCV € do PIV a0 PTV sio iguais a L/2, como mostrado na figura 8.2a. Essas parsbolas sio definidas pelo seu pardmetro de curvatura K, que traduz a taxa Ge variacio da declividade longitudinal na unidade do comprimento, FIGURA 8.2a— Pardbolas de 2° grau: (a) simples; (b) composta. Entre as vantagens da paribola de segundo grau, podemos citar: + A equacio da curva é simples. + A transformada da pardbola devido as 2 escalas no perfil é também uma pardbola. 212 __ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO Glauco Pontes Filho * Ataxa de variacdo de declividade da parabola é constante, * OPCV eo PTV podem ser locados em estaca inteira ou +10,00, convém no projeto e no perfil definitivo, + Edesnecessario 0 uso de tabelas ou gabaritos para desenhar a curva no Projeto, como LeL+l, (hel) Feb. F hope fie? FIGURA 8.2 — Elementos da parabola de 2° grau composta. Nos estudos de curvas verticals € muito utilizada a expresso ji, que € variagio total da declividade do greide. ls =4-3] (81) | relaciona Re L. Cap. 8~CURVAS VERTICAIS 213 € algébrica, Na utilizagao da formula 8.1, os sinais das -rampas i, ¢ i, devem ser mantidos. -_ Pelo sinal de g podemos dizer se a curva é céncava ou convexa. Quando _ g>Oaccurva seri convexa e se g <0 a curva seré cOncava, A parabola simples é uma curva muito préxima a uma circunferéncia, Por 80, € usual referir-se ao valor do raio R, da curva vertical, que deve ser entendido como o menor raio instantineo da parabola. A equagao abaixo (82) Um proceso prético para a escolha do valor L consiste no uso de gabaritos __€speciais para curvas verticais, que colocados sobre o desenho das rampas Preestabelecidas definem o valor de R, que melhor atende as condigbes do Projeto. Obtido R,, 0 valor de L pode ser calculado pela equagao 8.2. Em curvas de mesmo raio, o conforto nas convexas é maior que nas cdncavas. Nas cOncavas, a aceleragio da gravidade terrestre e a aceleracio centrifuga Se somam. Nas convexas, as referidas aceleragdes sio subtrativas, gerando um certo efeito de flutuacao. 214 __ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRIC __Gilauco Pontes Filho TIPOS DE CURVAS VERTICAIS A figura 8.3 mostra os tipos usuais de curvas verticais. CURVAS CONCAVAS ‘TIPO1 FIGURA 8.3 ~ Tipos de curvas verticais. Cop. 8- CURVAS VERTICAIS 215 CALCULO DAS COTAS E FLECHAS DA PARABOLA SIMPLES i ‘Equagdo da pardbola yrar+brte FIGURA 8.4—Esquema para célculo das cotas e flechas da pardbola. Para a determinagio dos coeficientes a, b e c da equagdo da parabola = ax" + bx +c, procedemos da seguinte mancira: 1) Na origem do sistema de eixos, temos: y=0 2) A derivada da curva no ponto PCV ¢ igual 8 inclinagao da reta tangente curva: 216 _ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO __Gilauco Pontes Fitho 2ax +b = iy a cl x=0 3) A derivada da curva no ponto PTV é igual a inclinagdo da reta tangente Sle? tx e)ni acurva: 2ax+b =i, Let sbr+c)mi, a al. +i, =i, xeL a=(,-4)/2L Substituindo os valores de a, b e c, ¢ fazendo g = i, —i, a equagio geral da parabola é a seguinte: (3) A equacio 8.3 fornece a ordenada y de qualquer ponto de abscissa x da curva, permitindo a determinagéo das coordenadas dos pontos da curva em relagio ao PCV. Para 0 cdlculo das cotas de um ponto genérico Pem relagao a.um plano de referéncia, a equagio utilizada é a seguinte: Cap. 8 CURVAS VERTICAIS __217 (8.4) ‘Ainda com relacio ao grafico 8.4, temos as seguintes relagoes: BP sixeiex Poop th fryriee (8.5) f= fecha da parébola. g = diferenca algébrica das rampas. L =comprimento da curva vertical. x = distancia horizontal do ponto de célculo da flecha ao PCV. Em particular, no ponto PIV, temos a flecha maxima, que € a seguinte: 2 (2) ra (3) (8.6) 218___ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glawco Pontes Filho CALCULO DO PONTO DE ORDENADA MAXIMA OU MINIMA Derivando a equacio 8.3, temos: Ciel Sees a& L Nopontode maximo ou minimo,temos: x=I, e a0 ae Fazendo as devidas substituigdes: (8.7a) (8.70) Onde L,€ a abscissa ey, a ordenada do vértice V em relagao ao PCV. COTAS E ESTACAS DO PCV E PTV Para 0 célculo das estacas e cotas dos pontos PCV e PTV utilizamos as seguintes relagbes: E(PCV) = EPIV)- [1/2] (88) E(PTV)=E(PIV) + [L/2] 89) Cota(PCV) = Cota(PIV) —i,.L/2 (8.10) Cota(PTV) = Cota(PIV) + i,.L/2 (8.11) Cap. 8 CURVAS VERTICAIS 219 NOTA DE SERVICO DE TERRAPLENAGEM Para preparar a nota de servigo de terraplenagem para o trabalho de construgio, o primeiro passo é calcular as cotas do greide reto projetado. Partindo de uma cota conhecida, vao sendo calculadas as cotas dos diversos pontos do greide reto, de acordo com a rampa, passando pelo PCV até atingir o PIV. Em seguida, tomando-se a inclinagio do segundo greide reto, prossegue-se 0 cilculo até o novo PIV, e assim por diante. Os valores de f, calculados pela expressio 8.5, inscrevem-se na “ordenadas da parébola” da tabela 8.1. Para a curva parabél ples, calcula-se 0s valores das flechas para 0 primeiro ramo (do PCV ao PIV) € repete-se, em ordem inversa, para o ramo simétrico. Calculados os valores de f, soma-se ou subtrai-se do greide reto ¢ tem-se entao as cotas do greide de projeto. Para o célculo das cotas vermelhas, basta fazer a diferenca entre as cotas do terreno natural e as cotas do greide de projeto. TABELA 8.1 — Nota de Servigo de Terraplenagem. ‘COTAS (=) | ORDENADAS | GREIDE | COTAS VERMELHAS GREDE| DA ve | corre [aTenno | TERRENO | “ero | PARABOLA | PROVETO| @) | 0. 220 _ESTRADAS DE RODAGEM— PROIETO GEOMETRICO __Glauca Pontes Filho COMPRIMENTO MiNIMO DE CURVAS VERTICAIS (Critério da Distancia de Visibilidade) Os elementos retos que constituem o perfil longitudinal de uma estrada sio concordados por curvas verticais, convexas ou céncavas, cujos ‘comprimentos minimos devem satisfazer os requisitos de visibilidade. Definidos os valores minimos do comprimento da curva devemos, sempre que possivel, usar comprimentos maiores que os mfnimos estabelecidos. A adogao de valores préximos aos minimos admissiveis leva a curvas muito ccurtas que devem ser evitadas. © comprimento das curvas verticais se fixa de acordo com as distncias de visibilidade. Sio duas as principais distancias de visibilidade a serem consideradas: + parada (situagdo minima). + ultrapassagem (situagio especial). ‘A consideragio da distancia de vi ilidade de ultrapassagem geralmente leva a valores exagerados para o comprimento das curvas verticais, que io de dificil aplicagéo na pratica. Cap. 8 - CURVAS VERTICAIS 221 | COMPRIMENTO MINIMO DE CURVAS CONVEXAS © minimo comprimento das curvas verticais convexas € determinado em lade nas curvas, de forma a dar fungio das condigdes necessarias de visit | zo motorista 0 espaco necessério a uma frenagem segura, quando este avista um obsticulo parado em sua trajet6ria. O critério recomendado' requer que um motorista com seu campo de visio situado a uma altura H=1,10 m acima do plano da pista enxergue um obstculo situado sobre a pista, com altura h = 0,15 m. CASO I: a distincia de visibilidade (S) é menor ou igual ao comprimento da curva (L), isto 6, S = L. fesse eet FIGURA 8.5 - Comprimento minimo de curvas verticais convexas (S s L). * Ouro crite considera um veteuo ultrapassando qu se defrona om outro vefculo em sentido posto, empregand-se uma altura h, para os olhos dos motorists, uma alturs pars os ve uma distincia dupla de visibilidade de parada. 22__ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Filho Na figura anterior, a equacdo da parabola para o sistema de eixos escolhido & zekxv= Ainda com relagio a figura 8.5, temos: H=k-S? e h=k-S} fazendo as devidas sul HOF oS e 5? ja donde: substituindo estes valores na equaco S = S, + S,,temos: VF 2 VF ) (Cop. 8 - QURVAS VERTICAIS 223 ‘numa curva vertical: F-oo substituindo os valores H = 1,10 me h = 0,15 m, temos: 2 pepe KA 412 ‘Na condigéo limite, temos $ = D,, Logo, 0 comprimento m{nimo da curva vertical é: (8.12) onde: L,, = comprimento minimo da curva vertical, em metros. D, {idade de parada, em metros. A =diferenca algébrica das rampas,em %. K__=pardmetro da pardbola, em metros. = distincia de Aiferenca alggbrica das rampas (%) As ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho va30 Vos 100 200 300 400 300 L=KA-= comprimento da curva vertical mi) FIGURA 6.6 ~ Comprimentos de curvas verticals convexas (condigSes recomendacs) iferenca algébrica das rampas (%) As ve30_Ves0__vo50 vaso ve oy 40 ves 0 ; un }_ < bal a4 rea de 5 aa Fae S [a 7 ak 7 8 7 ae 7 = 7 NL ; ee Yao é : e 3 iA = 2 Zi 1 - E 100 200 300 200 500 L-=KA = comprimento da curva vertical (m) FIGURA 8:7 ~ Comprimentos de curvas verticals convexas (condlgdes excepcionas) (Cap, 8- CURVAS VERTICAIS 225 Os valores correspondentes a esse critério, arredondados para fins de projeto, estio representados nas figuras 8.6 e 8.7. Segundo o DNER, para valores de K maiores que 43, a drenagem no trecho deverd receber maior atencao. (CASO II: a distincia de visibilidade é maior que 0 comprimento da curva, isto €, 8 >L. FIGURA 8.8 - Comprimento minimo de curvas verticais convexas (S > L). Da figura 8.8, podemos deduzir: xis 226 __ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Para $ minimo, a linha de visdo deve ser tangente ao vértice da curva. Logo, a taxa de variagio de n deve ser igual e oposta a de m, ou seja: escrevendo me n em funcao da diferenga algébrica dos greides (4), temos: A/100 m= 2 e n= 400 ea ay H i substituindo os valores de me nnaequacio §=£4 24", temos: 2° mn’ 7 sak, WarvHy 2° Aloo isolandoL: Cap. 8— CURVAS VERTICAIS 227 La25-2lh+JH} # 4/100 substituindo 0s valores H = 1,10 meh =0,15 m, temos: L = 25 - “ Na condigio limite, temos $ = D,. Logo, 0 comprimento minimo da curva vertical é: Cw? 2 Pap — AE A808 fo seme a aN pce ban =20,-42) == 19) onde: _L.,, = comprimento minimo da curva vertical, em metros. D,, = distancia de visibilidade de parada, em metros. A = diferenca algébrica das rampas, em %. COMPRIMENTO MiNIMO DE CURVAS CONCAVAS Durante 0 dia e no caso de pistas iluminadas artificialmente, geralmente ni ocorrem problemas de visibilidade. Para pistas nao iluminadas, aplica- -se 0 critério da visibilidade noturna, ou seja, a pista deve ser iJuminada & distancia de visibilidade de parada pelo farol do vetculo, por hipétese situado {20,61 m acima éo plano da pista, supondo que o seu facho luminoso diverge de 1° do cixo longitudinal do veiculo. 228 _ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOM TRICO __Glaneo Pontes Fito Cap. 8 CURVAS VERTICAIS 229 CASO I: a distancia de visibilidade (S) é menor ou igual ao comprimento da curva (L), isto 6, S isto 6, S>L. z % i “ia ee ars gs = g7 = go = 2s at & <4 a * A £3 S a 2 A 14 old 100 200 300 “00 3007 L=KA-= comprimento da curva vertical (m) FIGURA 8.10 ~ Comprimento de curvas vericais céncavas (condigbes recomendadas), FIGURA 8.12 — Comprimento minimo de curvas verticais concavas (S > L). Na figura 8.12, podemos observar que: S= $+ Ss Dos tridngulos semelhantes ABC e ADE podemos deduzir: diferenga algébrica das rampas (%) SL . VS, 4F Sah s 100 100 200 300 = comprimento da curva verti 300 sendo F = AL podemos escrever: FIGURA 8.11 ~ Comprimento de curas verticals eéncavas (condigdes excepcionas). 500: Cap. 8—CURVAS VERTICAIS 233 232__ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO Glance Pontes tho 5, = 25/100) +h = 4/100 donde: g- 2, eS ein 2 A Isolando o valor de Z e empregando os valores recomendados h = 0,61 me v= 1,75%, temos: _122435-S A L=28 , emos S = D,, Logo, a equacio fica: (6.15) onde: Lz, =comprimento minimo da curva vertical, em metros. D, = distancia de visibilidade de parada, em metros. A = diferenca algébrica das rampas, em %. Para facilidade de céleulo e locagio, os valores adotados para L si0 ‘geralmente arredondados para miltiplos de 20 metros. Para ambos os casos (curvas convexas e curvas cOncavas), valores muito pequenos para L ndo sio desejaveis. Pelo critério do minimo valor absoluto, ‘© comprimento mfnimo das curvas verticais deve permitir a0 motorista perceber a alteracdo de declividade longitudinal. ‘Adotando para essa percepcao um perfodo de tempo minimo de 2 segundos, © comprimento minimo da curva vertical de acordo com esse critério € dado pela formula a seguir: Ta=0e] (8.16) ‘onde: V_ = velocidade diretriz, em kan/h. Lg = Comprimento minimo da curva vertical, em metros. EXEMPLO 1: Calcular os elementos notaveis da curva abaixo e completar a tabela a seguir. O raio da curva vertical (R,) é igual a 3000 me a distancia de visibilidade de parada (D,) é igual a 98 m. PIV cota 830 m Est. 80+0,00 234 __ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Solucdo: 8 =i iy = 2% ~(-6%) = 8% = 0,08 L = g-R, =0,08-3000 = 240m Verificagao de L,,,: Dycl Igy = PEA 2-59) -18650 - 42” "412 Abe 50m (OK) Flecha maxima: pa SE 008-240 8 8 =2,40m Caleulo das estacas cotas do PCV e PTV: —L/2 = 120 m= 6 estacas Est(PCV) = 80-6 = 74+0,00 Est(PTV) = 80 +6 = 86+0,00 Cote(PCV) = Cota(PIV)- i =830- mee = 827,60 m Cop. 8 = CURVAS VERTICAIS 235 cee = 822,80 m ‘ota(PTV) = Coua(PIV) + 2h 0 + leulo do vértice V: ah 0240 6m = 3 est +0,00m g 0,08 2 2 BAL (002-240 _ 460m ECV) = E(PCV) + [L¢] = (74 + 0,00) + (3 + 0,00) = 77 est + 0,00 m ‘ota(V) = Cota(PCV) + yo = 827,60 + 0,60 = 828,20 m Expresso para cilculo das ordenadas da parabola: 2 _ 008 z. 232 = 1,6667-10°F +x? 2L 2-240 Adotando para x uma variagio de 20 em 20 m, temos a seguinte tabela: ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Cap. 8- CURVAS VERTICAS 237 NOTA DE SERVIGO DE TERRAPLENAGEM Estrada I _ ra 821,10 0,07 827,93 6.83 76 | 822,00 027 | 628,19 6.18 7 823,00, 0,60 828,20 5,2 73 | 824,00 1.07 | 828,19 413 7a | 625,12 167 __| 827.98 28 B0=PIV | 626,40 240__| 827,60 12 ai | 627,20 1.67__| 827,13 |_ 067 a2 | 028,20 1.07 | 826,54 | 1.68 83 828,90 0,60 825,80, 34 4 | 20.15 oz7 | e24o4 | 421 5 | 990,30 0.07 | 623.94 | 696 ‘6=PTV | 830,50 ooo | e220 | 77 EXEMPLO 2: Dadas as figuras a seguir, calcular os raios das curvas 1 ¢ 2 de forma a atender as seguintes condigées (extrafdo das notas de aula do ee professor Carlos Pimenta): PERFIL D0 RAMO a) R, = 2R, (reverses). 100m b) as estradas I e II sao perpendiculares entre si e estéo em nivel. Solucao: a 2 ©) © ponto A esta na cota 108,00 ¢ o ponto B na cota 100,00, 4) raios das curvas verticais: R, = 4.000 m. ©) rampa tinica de concordancia dos greides: i = 4% £) obrigatoriamente PCV,=A e PTV,=B. k ‘Comprimento das curvas verticais: L=R,-|g| = 4000 (0+0,04) = 160m 238__ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho Cop. 8 - CURVAS VERTICAIS 239. ene ae | EXEMPLO 3: Com base na figura, sendo Rv,=10,000 m ¢ Ry,=5.000 m, 1 aH 10800-100,00 _ 359 determinar a estaca e a cota do ponto mais baixo da curva 2 (extraido das i 0,04 notas de aula do professor Carlos Reynaldo Toledo Pimenta). Desenvolvimento do trecho em perfil: PIV, cota $00 m D=M42-4-200+160 =360m Desenvolvimento do trecho em planta: 5° sat 180° = 2,3562-R, D = Daye = Dy + Dy = 0,7854-R, + 2,3562- Ry = 3,9270- Ry Ioksclis: Cllnin ti scterimeitici jolueao: [culo da rampa intermedidria: PCV eA e PIVxB, logo: M = (73+15,00) — (50 + 0,00) = 23 est +15,00 m= 475 m Desenvolvimento em planta = Desenvolvimento em perfil. Ly = Rv [gs = Ro [i~ i] = 10000-(0,04 -i,) L,=R = -5000-(i, -0,05) 3,927-R, =360 R, =91,67m 2 =008) , $000 (005~b) 475 i= -0,02=-2% R, =2-R, =183,35 m ‘ = CURVAS VERTICAIS 241 240 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Ponts Ftho Sn 8 Exlaca doPOV,5 EXEMPLO 4: Projetara curva vertical assimétrica da figura abaixo. 74 m L, = -5000-(i, -0,05) = -5000-(~0,02-0,05)= 350 m PIV cota 104, E(PCV.) = E(PIV,) — [L_/2] = (73+15,00) — (8+15,00) = 65 est + 0,00 m Calculo de L, para a curva 2 (equagio 8.7a): Est. 13 + 0,00 = 0,02-(350) = 100,00 =0,02-0,05 "10000" pate “ aa -(0,035 + 0,025) = 2,11 m 2L Calculo dey, para a curva 2 (equacao 8.7): (-0,02)°-350 =-100m —(cotaem relagio ao PCV, 2g, ~ 2-0,02=0,05) a ies ) Yo Célculo da cota do ponto de minimo (V) da curva 2: L, = 10000- (0,04 +.0,02) = 600 m Cota(PCV,) = Cota(PTV,) = Cota( PIV, 2 =500- 222) = 494 m Cota{V) = Cota(PCV,) + yy = 494,00 — 1,00 = 493,00 m ‘Calculo da estaca do ponto de minimo da curva 2: E(V) = E(PCV,) + [Z,]= (65 + 0,00) + (5 + 0,00) = 70 + 0,00 242__ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho EXERCICIOS 0s exercicios assinalados com (*) foram cedidos pelo professor Carlos Reynaldo Toledo Pimenta, da Escola de Engenharia de S4o Carlos/USP. 1. Calcular os elementos notiveis (estacas e cotas do PCV, PTV e V) da ‘curva abaixo ¢ confeccionar a nota de servigo a ses vertical (R,) € igual a 4000 m e a distancia de visibi (,) igual a 112 m. PIV cota 670 m Est, 74+0,00 COTAS DO GREIDE [7 | COTAS1DO GREIDE RETO DE PROJETO PCV PIV Cop. 8— QURVAS VERTICAIS 243 2. Calcular os elementos notiveis da curva vertical abaixo e confeccionar a nota de servigo. | L=320m Est, 76+0,00 PIV cota 555m bea PIV cota 123 m | PCV 4, Idem para: ip = +1,5% PIV cota 87m lala Est, 40+0,00 L= 400m i oe 244 ___ESTRADAS DE RODAGEM-PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho 5. Calcular os elementos notveis da curva vertical abaixo e confeccionara nota de servigo. PIV cota 670 m iy = 41,2% 6. (*) Caleular cotas ¢ estacas dos PCV’s, PTV’s ¢ vértices das curvas do perfil da figura abaixo. PIV; cota 110,00 COTAS (m) Cop. 8- CURVAS VERTICAIS 245 7. (*) Construira nota de servico de terraplenagem do trecho correspondente a.curva2 do exemplo anterior. . (*) Dado o perfil longitudinal da figura, determinar um valor tinieo para 8 Rv, e Rv, de forma que este valor seja o maior possivel. 08 raios Rvy, 246 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRIC —__Gtauco Pontes Flo Cop. 8~ CURVAS VERTICAIS__247 9. (*) Dado o esquema da figura, deseja-se substituir as duas curvas dadas 11.(*) No esquema da figura, calcular a menor altura de corte possfvel na Por uma nica curva usando para ela 0 maior raio possivel, sem que a estaca 144 para uma estrada de pista dupla com velocidade de projeto curva saia do intervalo entre as estacas 58 e 87. Calcular R, ea estaca V = 100 km/h. Calcular também o raio da curva vertical e estacas dos do ponto PIV da nova curva. pontos PCV e PTV da solugao adotada (Calcular F,,, ~ condigdes recomendadas), PIV cota 654,28 m 5m, cota do terreno = 653,71 m Es. 58 10.(*)A figura mostra o perfil longitudinal de um trecho de estrada. Calcular © valor da rampa é, para que os pontos PTV, ¢ PCV, sejam coincidentes. 12.(*) A figura mostra o perfil longitudinal de uma estrada onde as duas Determinar as estacas ¢ cotas do ponto mais alto da curva 1 ¢ do ponto rampas intermediarias tém inclinagéo de -2,5% € +2,5%, mais baixo da curva 2. respectivamente, Determinar estaca e cota do PIV, PIV, exta 100 ? 248+18,00 418416 00 248 __ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO ___Glanco Ponter Filho 13.(*) Uma curva vertical tem 0 PIV na estaca 62, sendo sua cota igual a 115,40 m. A cota do ponto mais alto do greide é 112,40 m. Calcular a cota na estaca 58. PIV cota 115,40 m cota 112,40 m 14.(*) No perfil longitudinal da figura, determinar o raio equivalente da curva, vertical 2 (Rv,) de forma que os pontos PTV, e PCY, sejam coincidentes. Calcular também as cotas do greide da estrada nas estacas 27 ¢ 31 ¢ no ponto mais baixo da curva 2. PIV, cota 114,40 v RRB Rito ks Roel 2 Cop. 8 CURVAS VERTICAIS 249 15.(*) Dado o perfil lon, que ela tenha a menor inclinacao possivel. Os raios minimos das curvas jinal da figura, calcular a rampa i, de forma verticais so iguais a 4000 m. 16.(*) A figura 1 mostra 0 eixo da planta do ramo de um cruzamento € a figura 2 0 perfil longitudinal do mesmo ramo. Adotando para a curva vertical convexa um raio R, = 5000 m, determinar 0 maior raio possivel para a curva vertical cdncava. 250 __ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glawco Pontes Filho (Cop. 8- CURVAS VERTICAIS 251 17. Preencher a Nota de Servigo de Terraplenagem: 18. reencher « Nota de Servico de Terraplenagem (extraido das notas de Dados: distancia de visibilidade de parada = 60 m (verificar L.,,) aula do professor Carlos Alexandre Braz de Carvalho): cota do greide reto na estaca zero = 200,000 m E(PIV,) = 940,00 E(PIV,) = 1840,00 L, =Z,= 80m i= 23% §,=435% i,=-4,6% manwoeo8 cousin | omemons | care | OTS ves von | vor. | rersew | $59¢ | onranioou | eemosero | core | aio caadteh y | ogee [ese S ene eSiro | come [eo mo @. |"O 103,500 252_ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Filho 19. (Concurso DNER) Sabendo que os valores de L, e L, sio 40 m e 60 m, respectivamente, a flecha de uma parabola composta, utilizada para concordar um perfil cujas rampas slo +4,2% e -3,5%, tem 0 seguinte valor: a) 0,168m ——b)0,924m —c) 1,848 m —d) 3,850 m 20.Levantar o perfil longitudinal do alinhamento horizontal da figura (extraido das notas de aula do professor Creso Peixoto). [ Cap. 8 CURVAS VERTICAIS 253, 21.Calcular as declividades e os comprimentos das tangentes verticais da figura (extraido das notas de aula do professor Creso Peixoto). 25 0 315 310 COTAS (m) 305 10110 120 130 140 150 ESTACAS 22. Com relagio aos dados da questo anterior, completar a tabela abaixo. Considerar 0 comprimento da curva vertical mimero 6 igual a 320 metros © 0 comprimento da curva néimero 7 igual a 400 metros. Calcular os raios das curvas. 254 __ESTRADAS DE RODAGEM~ PROJETO GEOMETRICO __Glaueo Pontes Filho 23. Desenhar o perfil longitudinal da estrada e do terreno, do ponto A 20 ponto B. No trecho, o greide apresenta uma nica rampa continua com declividade de 5%. Determinar em planta a posigao da embocadura ¢ da desembocadura do tiinel ¢ das cabeceiras do viaduto a ser construfdo em seqiiéncia ao tiinel. Verificar se € possivel interligar os pontos Ae B Somente com uma tangente (extrafdo das notas de aula do professor Creso Peixoto). Dados: R= 124m R,= 46m R= 76m ESCALA 4:2000 CAPITULO 9 _NOGOES DE TERRAPLENAGEM om Pate oc fay com homens ¢ lionas.” MONTEIROLOBATO Escritorbrasilero INTRODUGAO Para o engenheiro projetista de estradas, uma das principais metas durante a elaboragao de um projeto é encontrar uma solugéo que permita a construgio da estrada com 0 menor movimento de terras possivel, cumprindo, logicamente, as normas de um tragado racional. O.custo do movimento de terra é, na maioria dos projetos, significativo em relago ao custo total da estrada, sendo portanto um item importante a ser analisado. Nos locais onde os materiais de corte tiverem condigdes de serem usados nos aterros, 0 equilibrio entre volumes de cortes e aterros, minimizando empréstimos e/ou bota-foras, acarreta em menores custos de terraplenagem. 256 __ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glaueo Pontes Filho Omovimento de terras é uma ciéncia que engloba tanto 0 célculo dos volumes a mover como os pri ipios de execugio do trabalho. Estes iltimos estio fora do escopo deste livro. CALCULO DE VOLUMES Para 0 célculo do volume de terra a mover numa estrada, ¢ necessério supor que existe um determinado s6lido geométrico cujo volume seré facilmente calculado. © método usual consiste em considerar 0 volume como proveniente de uma série de prisméides (sélidos geométricos limitados nos extremos por faces paralelas e lateralmente por superficies planas). No campo, as faces Paralelas correspondem as segGes transversais extremas, e as superficies planas laterais correspondem & plataforma da estrada, os taludes ¢ a superficie do terreno natural. O volume do prisméide da figura 9.1 pode ser calculado mediante a férmula: @.1) onde A, €A, sio as dreas das seqdes transversais extremas, A, 6 a érea da segdo transversal no ponto médio entre A, € A, eZ é a distancia entre as segdes A, € A,. Cap. 9 - NOGOES DE TERRAPLENAGEM 257 FIGURA 9.1 — Prisméide formado num tramo de rodovia (Fonte: CARCIENTE). Uma formula aproximada comumente utilizada para 0 célculo dos volumes dos prismoides € chamada formula das dreas médias. A formula é a seguinte: 2) Esta diltima equacdo se deduz da férmula 9.1, substituindo A, por (A, +A,)/2. Obtém-se valores exatos para os volumes quando ambas segSes transversais Sio iguais, Para outras condigoes, 0s resultados sio ligeiramente diferentes, Na prtica, o erro cometido é geralmente menor que 2%. 258 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho CALCULO DAS AREAS DAS SECOES TRANSVERSAIS ‘As éreas das segées transversais podem ser calculadas de diferentes maneiras, dependendo da topografia do terreno e do grau de precisio exigido. Entre © varios métodos, os mais usados sio os seguintes. 1) Secées tranversais em terreno plano Para o caso de segdes em corte ou aterro em terreno plano, a area da segdo transversal é: Aqb-he2 eh =h-(b+nh) (93) 2 FIGURA9.2— Area de uma segdo transversal num terreno plano. Cap. 9 = NOCOES DE TERRAPLENAGEM 259 2) Seco Mista Quando a segéo é mista, isto é, com areas de corte e aterro, o processo mais pritico para o cilculo das freas baseia-se na divisio da seco em figuras ‘geométricas conhecidas, tais como tridngulos e trapézios. FIGURA 9.3 - Seco mista. 3) Método analitico Se considera um poligono onde as coordenadas de seus vertices sio py) Gy» s(x, 9,)-A area do poligono € dada por: Ia eA A-+ % 0.4) Dyes yrsy, = ye Desenvolvendo, temos: 260 _ESTRADAS DE RODAGEM —PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fo 1 AnSlev tat tan)-latayttan)) O35) ‘ou, de forma geral: 495) Yel Hes) 09) sy) fx) ' (ays) ea) $00) a FIGURA 9.4 — Método analitico para cdlculo de areas. 4) Planimetros Os planimetros so instrumentos que servem para medir a drea de uma figura, percorrendo 0 seu contorno com uma determinada parte do instrumento. O uso e manejo deste instrumento é dado na maioria dos livros de topografia. Cop. 9 NOQOES DE TERRAPLENAGEM 261. DIAGRAMA DE MASSAS- diagrama de massas, ou de Briickner, facilita sobremaneira a andlise da distribuigdo dos materiais escavados. Essa distribuigao corresponde a definir a origem ¢ o destino dos solos e rochas objeto das operagdes de terraplenagem, com indicagdo de seus volumes, classificagdes e distancias médias de transporte. Ap6s calcular as areas das segdes transversais € os volumes dos prisméides, pode-se preparar uma tabela de volumes acumulados (tabela 9.1), que serve como base para construcio do diagrama. Para a construco do diagrama, calculam-se inicialmente as chamadas Ordenadas de Brickner. Estas ordenadas correspondem aos volumes de cortes (considerados positivos) ¢ aterros (considerados negativos) acumulados sucessivamente. A somat6ria dos volumes ¢ feita a partir de uma ordenada inicial arbitréria. Geralmente é escolhida uma ordenada suficientemente grande para evitar 0 aparecimento de ordenadas negativas. No caso de segdes mistas, a compensagdo lateral é obtida de forma automitica quando do célculo das ordenadas de Brickner, pois os volumes de corte e de aterro so considerados em cada segio, de forma que o acréscimo ou decréscimo nas ordenadas serd dado pela diferenga entre os dois volumes considerados. Pode-se dizer que a compensacao lateral serd 262__ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho © menor dos dois volumes e que 0 volume disponivel para compensagao longitudinal, que afeta as ordenadas, seré a diferenca entre esies volumes. As ordenadas calculadas sao plotadas em papel milimetrado, de preferéncia sobre uma c6pia do perfil longitudinal do projeto. No cixo das abscissas é colocado o estaqueamento e no eixo das ordenadas, numa escala adequada, 0s valores acumulados para as ordenadas de Briickner, seco a seco. Os pontos assim marcados, unidos por uma linha curva, formam o diagrama de Briickner. TABELA 9.1 — Calculo de volumes e ordenadas de Brickner. tf2[s[*[s[*e] 7 [e~e >» [a COLUNA 1: estacas dos pontos onde foram levantadas as segdes transversais. Normalmente sio as estacas inteiras do tragado. Estacas fracionérias sio utilizacas nos pontos de passagem (PP) ou quando o terreno é muito irregular. Cap. 9 - NOCOES DE TERRAPLENAGEM 263 COLUNA 2: reas de corte, medidas nas secdes. COLUNA 3: reas de aterro, medidas nas secdes. COLUNA 4: produto da coluna 3 pelo fator de homogeneizacio (F,). COLUNA 5: soma das reas de corte de 2 segdes consecutivas na coluna 2. COLUNA 6: soma das dreas de aterro de 2 segdes consecutivas na coluna 4. COLUNA 7: semi-cistincia entre segGes consecutivas. COLUNA 8: volumes de corte entre segdes consecutivas. COLUNA 9: volumes de aterro entre secdes consecutivas. COLUNA 10: volumes compensados lateralmente (no sujeitos a transporte longitudinal), COLUNA 11: volumes acumulados, obtidos pela soma algébrica acumulada dos volumes obtidos nas colunas 8 ¢ 9. Os volumes acumulados se colocam ‘como ordenadas ao final da estaca. A figura 9.5 mostra o perfil longitudinal de um trecho de estrada eo diagrama de massas correspondente. 264 VOLUMES ACUMULADOS coTas ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho DIAGRAMA DE MASSAS ‘TRECHO DE VOLUME" ESTACAS. FIGURA 9.5 — Perfil longitudinal e diagrama de massas (Fonte: CARCIENTE). cap. 9 NOCOES DE TERRAPLENAGEM 265 “ATOR DE HOMOGENEIZACAO DE VOLUMES 0 fator de homogeneizacio (F,) € a relagio entre o volume de material no corte de origem, ¢ 0 volume de aterro compactado resultante, Na fase de anteprojeto este fator € em geral estimado. Um fator F=1,4 indica que seré necessério escavar cerca de 1,4 m° no corte para obter 1 m* de aterro compactado (figura 9.6). Na etapa de projeto, F, pode ser avaliado pela relacio abaixo: @7) onde: Yo = massa especifica aparente seca apés compactagio no aterro, sane = massa especifica aparente seca do material no corte de origem. 0 fator de homogeneizagio € aplicado sobre os volumes de aterro, como uum multiplicador. Na prética, € utilizado um fator de seguranga de 5%, de ‘modo a compensar as perdas que ocorrem durante o transporte dos solos ¢ possiveis excessos na compactacéo dos mesmos, Logo, teremos: 265 __ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho (8) FIGURA 9.6 — Expanséo e contragao de solos durante a terraplenagem. PROPRIEDADES DO DIAGRAMA DE MASSAS Da figura 9.5 podemos deduzir as seguintes propriedades: . O diagrama de massas no é um perfil. A forma do diagrama de massas nao tem nenhuma relagdo com a topografia do terreno. 2. Inclinagdes muito elevadas das linhas do diagrama indicam grandes movimentos de terras. e . Todo trecho ascendente do diagrama corresponde a um trecho de corte (ou predominincia de cortes em segées mistas), - }. Todo trecho descendente do diagrama corresponde a um trecho de aterro (ou predominancia de aterros em segdes mistas). Cap. 9- NOCOES DE TERRAPLENAGEM 267 5. A diferenga de ordenadas entre dois pontos do diagrama mede o volume de terra entre esses pontos. a . Os pontos extremos do diagrama correspondem aos pontos de passagem @P). /. Pontos de maximo correspondem a passagem de corte para aterro. . Pontos de minimo correspondem & passagem de aterro para corte. 2 Qualquer horizontal tracada sobre 0 diagrama determina trechos de volumes compensados (volume de corte=volume de aterro corrigido). Esta horizontal, por conseguinte, é chamada de linha de compensagio (ou linha de terra). A medida do volume € dada pela diferenca de ordenadas entre 0 ponto maximo ou minimo do trecho compensado ea linha horizontal de compensacéo. 10.A posicao da onda do diagrama em relacdo a linha de compensacéo indica a ditegao do movimento de terra. Ondas positivas (linha do (*)A figura mostra o perfil longitudinal e o diagrama de massas de um trecho de estrada. Para a execugio da terraplenagem foram escolhidas duas linhas de equilit io (linhas 1 e 2 das figuras). Para as duas solug6es propostas, responder: ) volume total de corte, em m*, b) volume do aterto A, ©) momento total de transporte para cada uma das linhas. 4) qual das duas solugdes propostas € mais econdmica? Dedo: DMT para bota-fora e/ou empréstimo = 300 m. ‘VOLUMES ACUMULADOS (10) ‘VOLUMES ACUMULADOS (10m) Cap. 9- NOGOES DE TERRAPLENAGEM 279 280 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRIC __Glauco Pontes Filho 7. (EXAME NACIONAL DE CURSOS-1997) Para a realizagao do projeto detalhado de terraplenagem no intervalo entre as estacas 0/¢ 75 de uma rodovia, langou-se mio do Diagrama de Briickner abaixo esquematizado. Com base nesse diagrama, indique: a) o volume do empréstimo, em m’. 'b) 0 volume do bota-fora, em m'. ¢) o volume do maior corte, em m’. 4d) 0 volume do maior aterro, em m'. ) as estacas de cota vermelha nula, ‘VOLUMES (10° m') 015 20 ESTACAS 2 30 35 40 45 50 55 60 05 70 75 Cap. 9 - NOCOES DE TERRAPLENAGEM 281 8 (Concurso DNER) Ao invés de recuperar uma camada de base da Rodovia DE-025, o engenheiro fiscal, depois de consultar 0 projetista, decidiu substituir toda a camada, usando 0 cascalho lateritico. Ap6s @ estabilizagio desse cascalho, mediu-se um volume de 2.000 m?. O transporte do cascalho foi feito por caminho basculante com capacidade de 5 m?. Sabendo-se que a densidade do cascalho compactado ¢ de 2,035 t/m?, a densidade natural é de 1,430 t/m’ e a densidade solta € de 41,10 /m’, calcular 0 total de viagens necessérias para transportar todo 0 volume de cascalho. 9. Calcular a Area da segio transversal da figura. Ae 2 oa) 8) on an | 8m 282 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glaueo Pontes Filho 10.Calcular o volume do prisméide. VaE(4 44-4, +4.) 11. Com relagdo & questo anterior, qual o erro cometido se 0 volume fosse calculado pela formula das reas médias V=L.(A, +A,)/2? CAPITULO 10 ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL Somos finites, deseautiauas ¢ setatiaes.” ALBERTEINSTEIN (Cinta alemo ALINHAMENTO HORIZONTAL Oalinhamento horizontal de uma estrada é composto basicamente de trechos retos concordados por curvas, € deverd ser coerente com a topografia da regio. Um alinhamento fluente, bem ajustado & topografia, é desejével do ponto de vista estético, construtivo ¢ de manutencio. Para rodovias de elevado padrio, 0 tragado deverd ser antes uma seqiiéncia de poucas curvas de raios amplos do que longas tangentes quebradas por curvas de pequeno desenvolvimento circular. Devem ser evitados, na medida do possivel, trechos em tangente excessivamente longos. Segundo oDNER, que pode ser usado limita a extenstio das tangentes a um 284 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Filho percurso de 1,5 minutos percorrido a velocidade diretriz V, ou seja, T= 25-V, com Tem metros e Vem km/h. Esta configuragio reduz a sensagio de monotonia para 0 motorista e problemas de ofuscamento noturno, além de ajustar-se mais favoravelmente a topografia, podendo reduzir os ‘movimentos de terra causados pela terraplenagem. A seguir, apresentamos algumas das principais recomendagoes do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), relativas a0 alinhamento horizontal de rodovias: E indesejavel a existéncia de duas curvas sucessivas no mesmo sentido quando entre elas existir um curto trecho em tangente, pois a maioria dos motoristas nfo espera a exi ncia de uma outra curva no mesmo sentido. De preferéncia, serao substitufdas por uma tinica curva longa ou, pelo menos, a tangente intermediéria deverd ser substituida por um arco circular, formando-se, entéo, uma curva composta. Desta maneira, evita-se uma grande diferenga de curvatura entre os raios. Sendo impossivel adotar essas medidas, a extensfo T da tangente intermediéria deverd ser superior ao percurso de aproximadamente 15 segundos percorrido a velocidade diretriz V, ou seja: T>4V (Temm, Vemkm/h) ae Sree (Cap. 10 ~ ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 285, Curvas de transigéo sucessivas em sentidos opostos deverdo ter suas extremidaces coincidentes ou separadas por extensdes curtas em tangente, No caso de curvas reversas sem espiral, o comprimento minimo da tangente intermedidria deverd permitir a transigao da superelevacio em qualquer hipétese. A escolha inadequada do tragado em planta € causa de acidentes, limitagéo da capacidade de tréfego da estrada ¢ aumento do custo de ‘operacio, além de causar mé aparéncia do ponto de vista estético. O tracado deve ser 0 mais uniforme e homogéneo possivel. Curvas fechadas no fim de longas tangentes sao pontos potenciais de acidentes, 0 mesmo ocorre com curvas de raios muito diferentes dos raios das demais curvas. Para angulos centrais pequenos as curvas devem ter grandes raios de forma que os seus desenvolvimentos nao sejam muito pequenos, a fim de evitar a aparéncia de dobras. ‘Qualquer mudanca brusca no tragado deve ser evitada. Curvas dotadas e raios muito grandes (> 5.000 m) apresentam dificuldades para serem percorridas e seu uso deverd ser evitado, 286 _ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO __Giauco Pontes Fitho = Ascurvas devem ter desenvolvimentos maiores que 150m, para angulos centrais de 5°, e seus comprimentos devem ser aumentados de 30 m para cada grau de aumento do angulo central. + Curvas sucessivas, por consideragdes operacionais ¢ de aparéncia, deverao desejavelmente manter um i lacionamento, de modo a evitar variagdes abruptas de curvatura, situacao que pode surpreender ¢ confundir 0 motorista. ALINHAMENTO RETILINEO CONTINUO ~ __TANGENTES LONGAS LE CURVAS DE PEQUENO RAIO ‘TANGENTES CURTAS Z CURVAS DE GRANDE RAIO ~__ ALINHAMENTO ZZ CURVILINEO CONTINUO FIGURA 10.1 —Alinhamento horizontal de uma estrada. Cop. 10 ~ ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 287 ee Um critério desejével ¢ que pode ser usado para orientar a escolha dos raios de curvas sucessivas encontra-se resumido na figura 10.2. ZONA ~Sucessio desejivel ZONA I~ SucessAo aceitével ZONA IL Sucessio boa ZONA IV — Sucessao a evitar quando possivel Raio da curva 1 (m) 50 100 200300 1000 1800 Raio da curva 2(m) FIGURA 10.2 - Escolha de raios de curvas sucessivas (Fonte: DNER). 288 __ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glouco Pontes Filho (ALINHAMENTO VERTICAL O projeto do greide deve evitar freqiientes alteragdes de menor vulto nos valores das rampas. Estas deverio ser tdo continuas quanto possivel. Deverio ser evitadas sempre que possivel curvas verticais no mesmo sentido separadas por pequenas extensOes de rampa. Em trechos longos em rampa, 6 conveniente dispor as rampas ingremes na parte inferior eas rampas mais suaves no topo, para tirar proveito do impulso acumulado no segmento plano ou descendente anterior & subida. Greides excessivamente colados slo indesejéveis por motivos estéticos € por proporcionarem situagdes perigosas em terrenos levemente ondulados. ‘A sucessio de pequenas lombadas e depressées oculta vefculos nos pontos baixos, dando uma falsa impressdo de oportunidade de ultrapassagem. ‘As rampas tém grande influéncia sobre a capacidade das rodovias, especialmente naquelas de duas faixas e mao dupla. A tabela 10.1 resume 0 valores méximos recomendados para as rampas das diferentes classes de rodovias. Obviamente, o uso das rampas maximas deve ser imitado a casos especiais. é ie A (Cap. 10 ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 289) uso de trechos em nivel (i = 0%) ndo apresenta problemas desde que 0 pavimento tenha uma inclinagGo transversal suficiente para um bom escoamento das aguas superficias. Entretanto, em trechos em corte, o uso de rampas com declividade mula cria problemas para a execugao dos dispositivos necessérios 20 escoamento da gua superficial. Nos casos usuais, 0 greide minimo nos trechos em corte é de 0,5%. Para pavimentos de alta qualidade e execugio cuidadosa, pode-se admitir o greide minimo dos cortes de 0,35%. ‘TABELA 10.1 —Rampas maximas (%). CLASSE DE RELEVO, PROJETO. PLANO. ONDULADO _| MONTANHOSO o 3 4 5 1 3 45 6 ut 3 5 6-7 am 3-47 5-6 738 IVA 4 6 8 N-B 6 8 10” 1. Valor mime absoluto Fonte: DNER 2. Aextensio de rmpas acima de 89% srt desejavelment imitada a 300m contnaos 290__ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO _Glaueo Pontes Filho FAIXAS AUXILIARES PARA VEICULOS LENTOS EM RAMPAS COMPRIMENTO CRITICO DE RAMPA Entre as recomendagées gerais do tragado em perfil, inclui-se também a implantagao de faixa adicional para veiculos carregados nas rampas ascendentes cujo comprimento seja superior a0 comprimento critico de Tampa, desde que o volume de tréfego e a porcentagem de caminhées pesados justifiquem 0 seu custo. Define-se comprimento critico de rampa como sendo o comprimento maximo no qual um camino carregado pode operar ‘sem grandes perdas de velocidade. uso de comprimentos de rampa nao superiores ao comprimento crit garantem 0 escoamento de tréfego em boas condigdes. Porém, quando é necessério 0 uso de um comprimento de rampa maior, deve o projetista Procurar solugées que evitem que a capacidade de tréfego da estrada fique abaixo de valores desejaveis. A implantagéo de 3® faixa nas rampas para vefculos lentos pode constituir- ‘se em solucao de boa relacao custo/benefic ), mantendo em toda 9 extenséo da estrada o mesmo nivel de servigo. Tal solugio pode afastar ou adiar por ‘muitos anos melhoramentos como aumento de faixas e duplicagio de pistas, que geralmente so onerosos. Cap. 10 ~ ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 291 ‘Trechos de estradas com sucessio de rampas muito curtas devem ser evitados, pois criam a necessidade de um grande nimero de curvas verticais, ¢ problemas de visibilidade de ultrapassagem que acabam por diminuir sensivelmente a capacidade de tréfego da estrada. Por outro lado, 0 comprimento méximo de uma rampa nao pode ser fixado previamente, pois em regides montanhosas muitas vezes a topografia exige o uso de rampas com varios quilémetros de extensio. FIGURA 10.3 — Terceira faixa, Em geral, a implantacdo de uma terceira faixa deve ser considerada quando forem satisfeitas duas condigdes: 2) 0 comprimento critico for excedido, ‘ou seja, quando o comprimento da rampa causar uma redugao de 25 km/t ‘ou mais na velocidade de caminhdes carregados; b) constatagio de que 0 volume hordriode projeto (VHP) supera a capacidade da rampa. O segundo item esta fora do escopo deste livro. E desejavel que o inicio de uma terceira faixa seja precedido por um teiper (figura 10.5) com comprimento de no minimo 50 metros. A faixa deverd ser estendida além da crista da rampa até um ponto tal que um caminhéo- tipo possa atingir uma velocidade minima admissivel para sua reentrada no 202__ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho fluxo normal, seguida de um teiper de 60 m. A escolha das larguras a adotar faixas dependeré do bom senso do proj padrdo técnico geral da rodovia nos demais segmentos (vide figura 10.11). A figura 10.4 mostra as curvas de perda de velocidade para um caminhio- tipo de 20 1, para o caso em que a rampa ascendente é precedida por um trecho horizontal retilineo ea velocidade de entrada na rampa é de 80 kinih. RAMPA (9%) o 10 200 +300 «=< 400~=—«S00 GODS 700, [COMPRIMENTO CRITICO DE RAMA (mn) FIGURA 10.4 — Comprimento critico de rampa para caminhées de 20 t. (Cap, 10 ~ ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL _ 283 on H% 384 kmh 50 kml 30,6 kmh i L162 335m 160m 350m FADIA ADICIONAL DE SUBIDA L : 785 m FIGURA 10.5 — Disposicdo tipica de uma faixa adicional de subida (Fonte: CARCIENTE). No caso em que a rampa considerada € precedida por outra rampa ascendente, pode-se calcular a perda de velocidade na rampa precedente com o uso da mesma figura 10.4, que somada perda de velocidade na rampa seguinte fornece a perda total de velocidade. 294 __ ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRIC _Glauco Pontes Filho Para o estudo do comprimento critico de rampa e comprimento de 3* faixa, 0 projetista deverd dispor dos seguintes dados: Dimensdes € poténcia de um veiculo que seja representativo dos caminhées que percorrerdo a estrada. Dados relativos as perdas de velocidade desse caminhéo-tipo nas rampas (curvas de aceleragao € desaceleragao do vefculo). Velocidade de entrada na rampa critica, que dependeré da inclinagio da rampa que precede a rampa considerada. Menor velocidade com a qual o caminhao-tipo possa chegar ao fim da rampa sem prejuizos acentuados do fluxo de trafego da estrada, Paraa determinagao do comprimento critico das rampas com 0 uso da figura 10.4, basta seguir a seguinte seqiiéncia: . Escolha do caminhao-tipo. 2. Escolha da perda de velocidade que nio cause prejuizos a corrente de tréfego. 3. Entra-se no grafico com i (inclinagao da rampa) ¢ AV (perda de velocidad) ¢ determina-se 0 comprimento critico. EXEMPLO: Dado o perfil da figura, determinar a inclinagao do trecho ¢ 0 ‘comprimento critico da rampa (C,,). ae a Solucdo: Cap. 10 ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL i 152m 752-740 Comprimento critico da rampa: Verificagao: lividad Pete =3,42% Declividade da rampa: i= —S=> caminhio tipo de 20 i= 3,42% Cost = 430 m AV = 25 kmih RAMPA (1) © 100 200 300 430m 600700 Cg, = 430m > C= 350m (OK) 235 296 ___ESTRADAS DE RODAGEN - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho DETERMINAGAO DOS PONTOS DE INICIO E FIM DAS RAMPAS Lek Ltd | [inieodr PIV Fin da 38 faixa Dissincia de ‘aceleragao cerca de rage FIGURA 10.6 — Exemplo hipotético de comprimento de rampa. a) Ponto de inicio da rampa AA distancia do ponto de inicio da rampa ascendente ao ponto de inicio da terceira faixa constitui o comprimento critico da rampa. ‘Tendo em vista a existéncia de curvas verticais de concordancia no inicio de todas as rampas, que influenciam o desempenho dos caminhdes, o ponto de inicio da rampa a considerar no calculo do comprimento antes do término (no sentido do tréfego ascendente) da curva vertical, de acordo com os seguintes critérios: (Cap. 10 ~ ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 297, 1. Quando a rampa ascendente 6 precedida de uma rampa descendente, 0 ponto de inicio da rampa ascendente ¢ eqiidistante do vértice ¢ do PTV da curva vertical cncava de concordancia das duas rampas. Sua posigio € dada pela expressio a seguir: 2d +L, =L (10.1) d= distincia do ponto de inicio da rampa ao PTV, em m. L = comprimento da curva vertical, em m. lor algébrico da rampa descendente, em %. i, = valor algébrico da rampa ascendente, em %. K = parimetro de curvatura da parabola de concordncia, em m. Quando a rampa ascendente em andlise € precedida de uma outra rampa n ascendente ou de um trecho em nivel, a estaca do ponto de inicio da rampa coincide com a estaca do PIV da curva vertical formada pelas duas rampas. Por razdes de ordem pritica, a estaca a adotar para 0 ponto de infcio da terceira faixa deverd preferencialmente coincidir com estacas inteiras ou +10, sendo sempre antecedida por um teiper adequado. 298__ ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho ) Ponto final da rampa ‘Tendo em vista a existéncia de curvas verticais de concordancia ao final de todas as rampas, que influem sobre o desempenho dos caminhdes, as distncias de accleracao dos veiculos pesados so medidas a partir de um ponto situado antes do término da curva vertical (ponto final da rampa), de acordo com os seguintes critérios: 1. Quando a rampa ascendente é seguida de uma rampa descendente, as distincias de aceleragio sao obtidas a partir do vértice da curva vertical arab6lica, cuja posigio é dada pela expressio abaixo: (10.2) L= comprimento da curva vertical, em m. i, = valor algébrico da rampa ascendente, em %. i, = valor algébrico da rampa seguinte, em %. K = parimetro de curvatura da pardbola de concordancia, em m. 2. Quando a rampa ascendente em andlise é seguida de uma outra rampa ascendente ou de um trecho em nivel, as distincias de aceleracao s4o medidas a partir do PIV da curva vertical em foco. Cap. 10 — ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL __299 DETERMINACAO DO PONTO DE INICIO DA FAIXA ADICIONAL Existem virios critérios para determinago do ponto de inicio de uma faixa uma vez estabelecida sua necessidade. Dentre esses crit ais utilizados séo os seguintes: Critério da redugio admissfvel da velocidade dos caminhdes carregados em relacio A velocidade média destes nos trechos em nivel ov com rampas suaves. Critério da menor velocidade admissivel para os caminhdes carregados em meio ao fluxo de trafego misto. A AASHTO propie a adogio do primeiro critério referido acima, I de velocidade. recomendandb o valor de 25 km/h como redugao admi Amite, entretanto, redugGes de velocidade superiores ou inferiores a esse valor, conforme 0 greide que antecede a rampa seja descendente ou ascendente, respectivamente. Para um caminhao num trecho em nivel entrando na rampa ascendente @ uma velocidade de 80 km/h e, adotando uma perda de velocidade de 25 kmih, a velocidade limite serd de 55 km/h, abaixo da qual os caminhoes carregados trafegariam pela terceira faixa.

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