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SETENTRIONAL
Talvez já te não lembres, triste Helena, Quando, uma noite, em êxtases caímos
Dos passeios que dávamos sozinhos, Ao sentir o chorar dalgumas fontes,
À tardinha, naquela terra amena, E os cânticos das rãs que sobre os limos
No tempo da colheita dos bons vinhos. Quebravam a solidão dos altos montes.
E no pomar, nós dois, ombro com ombro, E eu passo tão calado como a Morte
Caminhávamos sós e de mãos dadas, Nesta velha cidade tão sombria,
Beijando os nossos rostos sem assombro, Chorando aflitamente a minha sorte
E colorindo as faces desbotadas. E prelibando o cálix da agonia,