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GLAUBER ROCHA REVOLUCAO DO CINEMA NOVO Alhambra/Embrafilme Rio, 198 © Glauber Rocha, 1981 Capa: Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos em Cannes 1974. Foto de Gérard Léctery. CContracapa: Glauber, numa foto de Paula Gaitan, Este livro foi produzido em regime de co-eigfo com @ EMBRAPILME (Empress Brasileira de Filmes SA.) Direitos de publcagdo reservadoe, em Lingus portuguesa, Empress Editorial Alkambra/Tipo Eitor Lada. Rus das Marrecas, 36 — 701 20031 — Rio de Janciro — RJ Keema, nagrava 0 metatisio Humberto Mau: wr cinemar Dawe cach, presenta céimic da sossa fata. O Cavocan a facerin San Penlo wa te fs roludna Veja eoe,o fsendeho ic meu eda ‘tut em Vola Grande, no sera de Minas. tom mate sec Sn apoio nen do capa! nom do Eads. Coven sot Ep mas depts gue ni ¢ Jamos soli recip Presets, Candee Geers ~ 0s muiores Movimentos Amisticos da Historia sia Renascen- ue Cinema Nocot pie eae NOTA-CRONICA . Bute loro meio Bblico ¢ assim como ue novicima testamento do cinema branleiro. Peswoes, cise, ostuntor & ares ‘Sho chamados o interir, coma se essas aventuras callurais que nos ‘reundam fiscssem parle de um sistema aperficoedo de vases co” ‘mavicontes, E eera comunicegao atravessa at fronteras continen fais, quando o lero detim-se no onilire de cincaztar latino ame ‘ricanoe—enconiro em Eldorado wave snterlo do tronse terrste, 7 © persamonto de Glauber Rocha no campo das letras € eviss surpreendente, inconrolied, ar veses estérice, mas de facil deco Aificogio. 0 tom profétice que assume, dr vesce toe como © pri ria imaginagdo, ae 2ezee vem por terra (vi telivica) épico8tidtico€ransconstrutivistay & a sintese neoberrika dp Terceyro Modelo, ou Antymodélo — Yaven- ‘fo Paytyka da soeyedade brazyleyra Celebrando ot 20 anos do Cinema Novo — este livro nfo contém o clissico happy end do ‘ikimo expt Paris, 3 de dezembro de 1980 RAYZES MEXICANAS DE BENITO ALAZRAKI 58 Surgisia a qualquer momento no México um filme que reto: masse a Tinha temitica de Emilio Ferninder e Gabriel Figueroa © trouxeste a marc de am conjunto de experidacas histricas di rela ow indictamente Tigada 4 evolugio dt linguagem em geral © 43s ralze da cnematograia mexicana em particular Mentaldade de vanguatda 4 expecativa e consciénca volta- das 20, Tema em suas qualidades mais caracersticas 8 vida do in- io colocaram 0 jovem realizador Benito Alazraki no plano hi térico de pioneiro nacional e no plano estético de wma universali> zante concepgio cultral Poneiro nacional, destaque na galeria, A Rede © Mocléois cenbora sejam enconteadoe caracteres de invengio Tingifstica ‘ignidade © pesquisa psicoldgica. do indio, localiza-e, por outro Angulo, o lima romiatico que to bem antecee as obras de si bita descoberta regional 239 traindo 0 eriador mas. antes calocan- dro ahumbrado entre a virgindade de acidetes exdticos que Ihe impedem a organisagio esteticamente igorosa da obra, Assim 0 romantismo pastco de Figueroa © 0. romantismo psicosscal de FFemindez, unidos muma conjugagio das mais ‘elizes, proporcio- rnaram ura descoberta poemtica do indio na_medida exata em ‘que, entre nés, José Lins do Rego visumbra os eangaceiros nor- destinos. Saliente-se essa singular posigio de Ferninder/ oa em reagio a B.A., uma ver que este parece rejitar as Ges de antecesiores, penetranJo por outro caminho, despojan- lo a Tinguagem em busca de um relato tio cru quanto sugesti- ‘vo das izes mais tranecendentes da alma india, pondo mesmo 1 socal © psicoligico em fongio de tas elementos porventura esas de suporte da civilizagio francamente em progresso do Mé- 1 ico, intento altis declarado no prélogo, com planos gerais em iro sobre a indistia, 0 comércio e a cuitra mexicana, carrega- Sor pela misica febrictante como deninela do florescimento. Desta situatio surge a proposigio de painel antropoégico — recurso ‘de um episidio —'e mais a¢ vitudes reainca, misticismo, humil- dade e ‘esisincia A penetragio devastadora do branco, agente de Interese sexuais ¢ comercais, raramente intengSes honestas de cul ‘Avandonando a dupla Fermindes/Figueroa, B.A. também superououtras fontes da culrn mexicana que poderiam fun- sonar coma excelntes motivos plisticos, fais sejam os. murais ‘de Orozco, Rivera ¢ Siquerot, Estabeleceu antes uma nha de trabalho que se armasse quanto ao rotero as ligbes Uo neo-realsmo avatiniano e quanto a0 titmo e Enguagem is herengas ross dei- adas por Eisenstcin/Tissé nas imagens do malogrado Owe Viva ‘México! Evitando 0. romantiamo que certamente o condiztia 4 ‘ntusistica apologia, optoe por wma caminhada reaistica onde nav turesa © home armassem um bisimio temético.maduramente prontos a wna abordagem plistico/rtmica plenos de novos recur- fos, on melhor, is herangas recbidas, principalmente de Eisens- tein, real ra’ da cinematografia que provocou, também, alguns eslumbrantes trechos da paisagem fisco/humana do pais'na mic ima iluminagio de. Figueroa ‘Desta mancira Benito Alsaraki ¢ sua equipe de colaboradores| estan abrindo dois subextrs-emas polémieos ao mesmo tempo (que indicadore: um, a descoberta da terra pelos jovens realzadores ‘dos paises rurais latinos, prineipalmente Brasil © Argentina; outro, 2 cabal demonstragio de que 0 neo-realsmo, sob 0 duplo angulo Ge produgio e eligio temitics, legou As cinematografias jovens Tangades na. fogusin comercial oe possibidades de triunfar dig: ramente, ‘Tratando mais 0 primeico e enquadrando-o mais em am- Dito particular brasileiro — (abrindo um desvio a propésito...) = dexcenda-se logo como 0 exenplo de Reices, filme de qualquer ‘manera regional, vence justamente pelo zegionalismo foncionando ‘io como o exiico (vide Figueroa e a mudez de Reices), mas sim ‘como deseassitagies peculares se pode extra os rigores de uma Tinguagem, de uma expressio nacional, na medida que a montagem de Outubro & russa'e a ambitnca de Juventude & sueca, O regio~ nalisno cinematogrtico — apenas como tema — (© pugne-se pela 2 vida colocagso do western ¢ reconde-se Akira Kurosawa) seis cle metropoltano (Ouro de Népoles) ou campestre (Pascoe de Songuc) ¢, encarado por todas a4 arestas, 0 caminho de maior vis- bilidade 2” uma independéncin comercial em jungio.s08 cine-aces- sirios ~ os caracteres documents, cietificos: forgas que. atuam fm outros sentidos da cultura e que abrem a ampla polémica: pre- juizo estético/eontaminaglo versus importinia rendetora do. ci shema: tabua de seguranca tanto da critica eatlica quanto da mat xista — procurando deste emaranhado atingir o impereivel e para © artistic o vital ou a qualfieagio cstética que imortliza Joone Deare on Umberto D. ‘Ai o exempla de Alarraki se faz de uma presenca que nio poderia ispensar miiiplas consideragSes em torno, quando, em bora nfo transporte 0 caréter revoluconério, & uma adverténca, tum anincio que se entre nds nfo encontron equvaléncia enconteou dietrie no realiamo earica de Neleon Perera dos Santos, via. Alex Viany, 0 regionalsmo nordestino de Lima Darreto, via tegi0 chamada do. ciclo nortista, no regionalsmo gaicho de Salomio imo a literatura respestiva, afora 5 incursies tipo O Canto do Mor que infelizmente io encotra Tam continuidade, Mas entre tolos o8 nacionit, pela dupa rinse tencia € pelo terciro preparo — assim camo 0 eto que lita por ‘encontrar — destacariamos Nelson Pereira dot Santos, através das pesquisas formais intrinsecs e extrinsecas em Zavatind «Vis ont, como o brasileiro mais em preraracio para. stalizasies. na Tinka! de duaidade — unidade, pontificacio cisenstiniana e 0 re sultado de Benito Alarak Visto este aspecto conseqiente no qual — segundo. obsena- so de Alex Viany — Roices se coloea como um fine a exe ‘er influéncas, etomemos a sva exposicio, verificando como ‘Alazraki absorvew Zavattni Eisenstein e até que ponto logroa wa forma ser pecalos mais clamorosos. Porque pecador existem con: Sderavelmente na teedagem de Races. Como vino, a estrutura intema do filme suporta-se sobre a solugdo dos episbos t30_par- ticulares 20 neo-realismo, comp scligio de visio geal, « tio dist te em grandilogiénca do idémico mitodo original de Que Vive México! Na costextara sinds Alazraki se disciling a Zavatin, de envolvendo os roterot quase na dizegio do itoresco como cima © a ntrospeséo psiclégica como dizamismo interno. Go. que 3 amas haa absolutism dessas sitagSes; antes clas ge alternam © mes: smo se liquidam quando os recur inventivos do jovem cineasta abandonam ¢ suplantam o mestre, Atingindo porém o artesamato Sinema —, quando o logico seria 4 candata De Sica ou De Santis, en, a reiolugio provoea um choque de duas tendéncias altamen- te antaginicas: 9 eantiformalismos seco do. neoealismo ante a ‘ultra-expressioy senstinina, a busca eseencal do objeto cine feo, a cimera em grandiloqinca antiroméntica, mas de epurada no. séclo vnt. ‘Teoricamente a intengio de B.A. podria resultar, incusive, ‘em um filme lalver de mixima importincia, posto. que’ sintese dc tas tendéncias antaghnicas e culminantes em fares viais do desen- volvimento. do. pensamento.sniversl cinematogrific. A. impressio Aeixada por Que View Mérico!, ¢ certamente 0 profundo mer Tho. na teoris da montagem « da composigio sovigticas, iguait 3 postulagio teérica de Eisenstein, deiearam uma magea em Roles sofrendo, infeizmente, 0 tratamento servil que logo a densncia co mo um desgaste das invengSes muster, principalinente quando as imagens e 0 movimento jamais alesnam 8 maduress, por exerplo, 4o cunhecide episédio do entesto em Que View México!, no qual 4 iluminagio de Tissé e a mostagem de Eieenstsin, exclada da ritmica atonal & jntelectoal, rctram todas possblidades cinema: togréficas dos icleos ritmicos e plisticos contidos na materia prima, No episédio O Caolho — quando a mie leva 9 menino cego por uma subida frida até uma crur — embora a seqiéncia em i funcione magnifica — logo parece aoe aviados um espectro de Que Viea Méxicol, 0 que mio desmerece mas somente revela tum Alazeaki contdo, preso 4 intengioctalver de completar 0 in- completo pelo. mestre sovidtco. O- choque entdo.revelando um Tenperamento gil desi Tatando solugies mais avtdntcas como 2 do episédio sltimo, a Potranco, 0 saico menos influencado € que Vislumbrs, com destague na seyiénca do prostbulo, um 0 em diego do mondlogo interior antidiscursivo — teoriado ior Eisenstein até mesmo telaivo aos intensmeate verbals como fos de Joyce — quando € tamado 0 primeira plano das costas du mulher; & medida que esta gira assumindo o perfil, i um forte para. ceseup da india deseada e logo fusto voltando 20 primeiro plano da mulher completando © giro, jé de frente, Da a ‘ transferéncia psicolégica se far por simbolos — 0 do xale que con fere 4 prosttuta qualidade de ving desejada. Nesta cueta se- aqitncia — discreta © brihantemente — 0 cinema se anunca Reices pretende ser uma visio das raites do espinto mexi ‘ano, localzndat no indo, suporte enico ‘Sio quatro epsbiios eo primeiro se refere & fome como superproblema a6 soles de renincia com a sobrevivencia su- petando um estranho amor como que feito dos lagos da alimen- facio. A soqiénca de inicio nao fraz 0 choque Z/E, mas pleng- mente 4 seqiéncia binémio Z/De Sica em Umberto Dina qual a diwragio real do tempo entre mee crianga no quarto humilie € ‘antida como peneragio eliiente do sléncio, tal elemento de agio ‘Sonora dramatieamente. positive entrecoriado” pelo choro da eran ‘Ge viswalmente recebendo intensidade com a interealagio da ima fem do peru, logo eo para um corte em plano geral exterior com ‘© bomem lavrando a terra seca sob 0 veto em composgio por forow efeitos © partcularidades diretamente vinda de The Wind (1928), Sjestrom ‘Superando a possivelmente cuférica demonstragio de abil: dades artesanais e cultura rigorosa, rewrna B.A. 2 narcatva de Hostragio psicligica, linha De Sia, com o langamento da. fome, Esse epsétio Lor Voces @ aliés 0 que talver de melhor se reali zasce como montagem aplicada i penetagio.fnima. com ritmo © ‘Som agindo conjagados em superagio do ddlogo © bem tranemi tindo as intensidadesinternas, melhor que se flado, Na cena final a mie partindo no carro — a misica cvieada age como itm Ge dissolvéncia interior sobre amie. que abandons marido « filha ro deserto 20 passo que esses correm em grande plano pusados por trovling mtriso que logo atinge © ritnico e os sbandona cor endo. sem solugio até.a terra dilir o homem e completar a it tencio dramitica, digase uma pequena tragédia. No segundo epsidio, Nuesira Soira, B.A. daudica 20 #0- teiro © na linguagem, apelando para o.jomalistica para o di disco, diseursando sobre’ os Indios através de-um pade ¢ s6 con fequindo grau na soqitnca da mulher pasindo, todavia dominado pela simbologia da luz, recurso visual gasto. Mas & no teri, EI Tuento, que talvez melhor se realize tanto na sintse/choque Z/E, quanto no. sopro.poitica que. ineirada fama nova pequena ¢ mais densa pera de trageda. ork misticisme. Deswiandorse da pretend rassa em alguns s ee ‘momentos — salvo no ji assinalado © noutro que seixamos ars ssinalar — obtim da. procstdo motivos © pontor de vista sonorot «visuals inéitos sobre uma matria que, assim como os enterros, 58 parece saturada, Fugindo 0 possvel de Linha Gera evita a in Sisténcia das tomadas de grande conjunto que coloca a visio do cortejo © seguinte ato ltdrgieo em observasio estrita ao Angulo Pricalgico da rece ‘Assim a pura documentago perde em attude meramente ica para ganhar em exercicio da linguagem, transformando-se ade (quadamente no superproblema. E. das pulagies da. montagem am bivalete — 0 conflto exterior e 0 jogo immo das carga psico- Yogicas — adguire organismo denso 0 arcabougo misico do tem a0 passo que a intiga Iiterdia se vsualiza em plea podtica. Na sejincia final — 0 menino ergo jd dos dois olhos torturadamente pporado pela mie entre plantagées — 0 fantasma de Que Vivo México! "—¢ jastamente 3 parte do aqui citado enterro — domina mas no evita a eriagio de um desfecho sem desenlace vertical, mas findo em mixima calmindneia dramitica com a cruel aceite ‘lo da cegueira total que, como milagre, salva o menino do defeito aolho. A anunciagio om preparagio da cepucira total que se abi teria sobre a erianga 26 depois de visto 0-conjunto é que se far rotar em sua lentn armazenagio de imagens sobre amie colitis ra igeja sezando aos teés res magoe pela cura, enguanto al Marto deslumbra-se com os fogos de artlici. Do. grande primeiro plano dda mio materna tendo sobre a palma ot olhos de prata eacedem as imagens dos reise apés a eegueica do garoto pelor fogos que The avangam no Tost, rsa antecipagda simbélica de Alazraki, nfo inventiva mas re- sultnte de um condicionamento caltural reativo aos mais eficien: tes recursos expressionais do. cinema, vale pela revitaliagio que recebe, recriagio, diramos, bem jasta de novas perspecivas § ‘maior validade auténoma Hingstica da arte Gnematogeitica. Por ‘que nem mesmo 0 maior inventor/retiador contemporanco do Jegiada do Brasil: onde houver um cineasta disposto a filmar verdade © 8 enfrentar op padres hipécrtas © paicaleseos dace sura, ai haverd um germe vivo do. Cinena Novo. Onde houver tum eineasta disgosto 2 enfrentar 0 comercalismo, a explora, @ pomografia, o tecniciemo, al haverd um germe do Cinema Novo. Onde howver um cineasts, de qualquer idade ou de qualquer pro- cedéncia, pronto a pér seu cinema e sua profilo a servigo das faunas importantes de seu tempo, af haverk um germe do Cinema Novo, 4 definigdo 4 esta ¢ por esto definigdo 0 Cinema Novo +e ‘marginaliza da indistria porque o compromiaso do Cinema Indut- tril & com & mentira e com a exploragho. A integragio econdmica 2 ¢ industria) do Cinema Novo depende da literdade da América Latina, Para esta liberdade, 0 Cinema Novo empenha-se, em no- tne de si préprio, de seus mais préxinos e disperos integrantes, dos mais burros aos mais talentosos, dos mais fraccs 208 mais for- tes. E uma quesio de moral que se tefletid nos filmes, no tompo de flmar um homer ow wma casa, a0 detalbe que obserea, na, Filosofia: ndo é um filme mas um conjunto de filmes em evalua que dari, for fim, co publco, « consccncia de sta. propria exis 'Nio temos por isto maiores poatos de comato com 0 cinema smal (© Cinema Novo & um projeto que se realiza na politica da fome, © sofre, por isto mesmo, todas a5 fraqueras conseqientes Je Hottywoon TROPYKAL 65 Itacoatars, interior do. Amazonas, vive de casarSes do tempo ta borracha, Barranco soltri, comercantes drabes, ruas que dor mem no bergp marailhoso da selva, Para quem conhece 0 Brasil portugués negro, Ttacoatira € terrtirio estranho, sugertio de Amazinia espanhola. O casardo que projela o porto & arquitetura francesa. Batdo pelo calor e pela midade, 0 Smarco antigo go tha verde pilido de febre na cars do caboclo ao balango a e- de, Jovern cemitrio, Itcoatiara, em euja noite se pode owir 0 lendirio.gemer dos bichos, abriga um mestgo alto, chapéw dep tha e cakas Lee. A calga & de segunda, veio de Sio Paso para a feira do. Ceara, de If foi comprada por um mascate e revendida fap mercado de Manaus, dali entrom seve foi para remendada, ras pernas indolentes do eaboclo. Este homem nio sabe ler. T batka no rio ox no porto, planta jute, mandioes, ot pode ser se ringueiro. Quantas vezes foi ao cinema? O cinema de Tcoatiara Gem 16 mm. Cépias velhas, redusidas quise pela metade, so apresentadas a um prego minimo que mesmo assim € ato para 0 faboclo. Uma vez por ano, se muito na vida, ele ena no cinema, Analfabeto, vé imagens que Talam lingua esranha, A legenda faz parte do mistrio, Os homens sio grandes, valentes, as mulheree bedas, hi beijos na boca. Na ru, assustado, ae pergunta, ouve. 3 2 resposta: Americano! Povo maior, que viaja em cima da tera ¢ sbaixo do mar, certamente & mais feliz que de, povo menor, que fatravesa o vio a remo e esti aberto 20 veneno das cobras. A calca Lee, comprada ow reeebida de presente, the ds maior sepuranca Resto de armadura de Jodo Vaine, o caboclo & wm artista soolen to. O boteco vende cerveja gelada a0 aleance dos ries, O. Vis ante, derrtio, procura ongas e jacarts, Na praca, ha dara, 35 togis ‘tamoram 0 navio. © allo-falante toca um iii, versfo facional. Amoga motena pense que o repérter é wm artista: belo grandes, camisa de cores © cal Lee, nova. O aparato do fo- timetto da’ cimera, 0 cinta largo, ov dcuos, o relogio, objtos de uma mitologia que tealiza o milagre de faser o cinema salar (dag tear para a sida. No bar, melodia, entram dois rapazes € ham 0 estranos. Um se aproxima e-pergunta: ~ Cinegraisas? De Herbert Richers? (© joral de stulidades de Herbert Richers chega. Tacos: tiara com meses de atraso. Para as poucas pessoas que sabem le, ‘este jornal 20 fendmeno da informacio, e di, 40 Tesmo tempo, 4 conscgncia de que, no distante Brasil do Sul, se far a. mesma coisa que os americanos. Prova de granders, de igualdade ao maior, pai dos homens estranhos que invadiram 2 cidadcriaha com cime fas na mio. E se filma? Quando os rajazes descobrem o nome dos cinegrafstas o espanto fiea maior. Nao € Herbert Richers! B cinema novo? Sim, € cinema novo, © oor, que tem 18 anos e ‘ai estudar geologla em Belém, fala do Cinema: Novo com grande Conbecimento de causa. E quando pergunto qual o filme preferido tle aio sabe responder pois aio vig nenhum filme, apenas lew no Crnsero ou ua Cinclindis. Protesta porque ali ob chegam filmes cestrangeiros ¢ raramente, uma ou outta comédia de Herbert Ri chers, da Adntida, de Masssini ou de Jarbas Barbosa. Este rapaz munca conversou com o eaboclo da calga Lee que viv Jodo Vaine matar der inion. Ele & om rapas, que vai etwdae esloga porgue assim terh uma profiseo que interes a «minha ferras, tem uma sara e Yaga nogio de nacinalismo. © naciona- Tismo é um fendmeno extranho no Amazonas. 0 rio é a forga do omen débil. © rio € sua propria alienagio mas qualquer Tonte de energia teri. de ser deseoberta nas reagies Jo homem com 0 ‘io ¢ com a ava, cabonlo tem no lo e na selva 0 ventre 0 aM cenitrio. Be matark ¢ morrets para defender 0 rio € a sdva se algun dia spear de alguna amin “O'rajar que jf tenon 4 inisio no Colegio dx Padres Thanos, te vas joie ¢ revinas trae fake que oro et sev pons riquce ete {5 quai cr minéon steam a cio do ure” Estates logs porqe, anim, servrt sn tera, Este rajar ¢ um on Sala dhzents, 9 cab nena em cain em. © rap no gote do amricano porque cate que american meas se fina iso 0 minéto. 0 caboclo respi 0 amricno forge 0 ae, ties & superior © io erm tio. O ino ny repel hinguem Ondo se spain, plo revdver de eabo de madteperls lo americana ¢ 0 segue Gas dia. fn fort, cman 0 ane Feano tra fograis de dnvores psiagene, Oi. cone {olor o¢ movimento do amr, De mashisnh, © ine is tende sear fecha o americana no pesogo. No port, des dentao, bite, 0 indo exe um reer ener ‘Harbors eo) Manas ov Beli, vit» eabors ¢srabor, sratbon milagre, pir cratbon cake ov navion” Os novos eva {eos mingro do) Amap que vem a minus de mangas Por ta estas de fer onstis. pelos anereaos eer ne orto costs po ingests. Nav ron de Manas Taloterra € Franca se encntam 20 tmonqaion. ‘Now tis hea dels Ibe uigoe sens a Dako. pre, Sgro ameriany, 0 dat fod citer aberarete. Os ienion pokes epee nage fs fimes:cagam 0 americana para engemar span fetbom ford poiens| (© amricino cme um fsonaré com arror © sori, Nos tw Bis oan spre. Coty ta ai os foites enter Holle the mete ba ag arta a fabeca. "Mas quem print si trgon” Cough ou Faber ‘y/Mtursu? Tact racen dn chee olninintedeRie Ber ‘ouahs mas ates Radar King js tna ea a Ina ea fa umm imagen romantic ¢ himantara, Rowena inftros iG 0 indo de Vlture 08 ov tnion de Chatecriand no Gavan i Eiropa a migio de tr purnico do nto Indo Outro lado do par, para os frances © ww mi trem sida sxisencal, + cists do nogro que tenpeeu¢ tapformat me Singue c cjernm 9 atic ‘Um romance de Carpentier cont como nobres fancses fe saxcam no Sulomasoqsi te negros, Wo anase © ee a ses sexual. Colonilisma de minérios © came, um Marquts de Sade pragmatics, Os nativos de Gaughin refleem exatamente ete fa Emo sadomasoqusta que mais tarde veremos nos filmes afrcanos {de Jean Rouch Franz Post, Debret, Gaughia formeceram os primers. siste- mas de modes sos produtores americanos. O americano mata na tGvos mas. ama smericanor. A terra € boa para dinheiro mas 0 facismp evita 0 sexo na medida do. possivel, © eoloniliamo, re ‘engio, ea dina instincia, dos europens arrebents, inlusve, em {estos herbs como ov de Lorde Jim. Heroismo por amor, Be Toismo por sadotasoquismn como o de Sir Lawrence das Aribias ‘© heroismo americana & morasta ¢ Taras, em via hollywoo diana, é um defensot nae selvas do crime branco mas ao mesmo ‘tempo protetor de cenistas « exploradores honest. Como o Fan tasma © todos os subprodutos. Enquanto 0 colonizador exropew ros trpicos sofre e se instala e morre e retorma a Londres © a Paris e no consegue exquecer, 0 coloiatdor americano sorr, mae ta, rouba, rforna © gasta 0 dinheiro em seu prSprio pals. AS ex fees vale para of dois cisos, mas este botiaico francés sein fevessa pela vais da drvore, pela estrtara bildgica e por sta uti Tidade 20 homem, enquanto este ameriano se interessa pelo resul- ‘ado comercah desta Arvore [Nao que o colonizador curopen seja mais humano. Ele é mais utile soisticado, trax uma carga colteral que se integroa em Comportamento, © europeu metita dante da vida e da. morte Ov americano vive a vida e 4 morte com uma ojtividade sem rneances. Por isto ti, Levy Strauss nos trstes trOpicos v8 0 paraiso, Roguefller vé fabrics. ©. produtor de Hollywood mis fron habilotente o paraiso de Gavghin com © fumanitarismo de Kipling © somou a poitica do esplendor servil & moral do cowboy. Este resultado de Lorde Jim e Bfalo Bil merguha na selva para efendé-ta doe concorrentes © herolsmo americano defende uma ‘moral ¢ uma economia e nem sempre esta moral significa econo" fia, dai o confte, O drama americano se fax no teritrio do ‘capitalism © 0 rigor protestante do velbo testamento impslsiona © colgizador com a forga que impulsionou Moisés. A Califia ca dhnora tera prometida,O tropico € a nova terra prometida, CConio a ius © 0 univero. O colonizador tem uma moral a impor. No VietNam o americano dedara que uta para salvar a democra- fia. Democraca we funde a capitalisma moderno. Fin nome de 36 Deus se mata querritheires como antes se matavainlos, © deiio serado pela 16 como o delirio geralo pela ideologinasista. Os Antigo colonizadoresibricos trapiam a bandira da. Igreja so lado ‘da suprema vontade de ditar o império. Camber (ala em dilata to da FE do Império Removendo-se toda poitica, o colonialsmo sempre foi serk 4 cilatagio do. Império € a Keligio ou Ldeologia nada mis #0 a que sustentculos morsis do. Impéro sonics Ominca par o nvr, fais passiidade doco CINEMA VERDADE 65, Glowber Roche: Cinema Verdade: & caro que © nome eth mais ow menos na cara, mas vamos espeificar um pouco. fem ‘regra geval, um po de documentirio em que se usa o som dirt, cntrevistando pessoas, personagens, e recolhendo som da relidade,, fotografando de uma’ forma dita, procurande captar o maior rea lismo possvel, dai a palavra verdade; ou sea, um tipo de documen- trio gue. procura pelo som e pela imagem cefletir wma verdade, uma realidae. Esse € um conceito muito geal ¢ abcro, « & justa ‘mente por iso que 9 debateremos aqui, pois o cinema verdade € profundamente contcovertido em sua teorizagio © concetuagi, con” trovetido porque € um fenimeno navo do cinema. Nao € novo do tonto de vista cronoligico, porque, se fossemos rigorosos,o cinema E verdad desde que Luiére filmow a saida dos operitios ou a ‘hogada do trem. Mas, 0 cinoma verdade como concetuagio critica E revente. Tal concetiagio evtca, formal, digamos que eeia om os frutos da nowelle vague francesa que, se no foi a criadora fesse cinema, foi wma das escolas que agitou © problema, como também os americanon do cinema independente que, apbs expert as de TV e jomnalismo, chegaram fatalente a0 cinema Alls, um dos dados mais importantes sobre a origem do roma verdade como critica, como escola modema de cinem, & justamente esa aproximagio ao jornalismo, 4 TV. A figura que 2 evita francesa ¢ internacional tem como. 3. mais importante do tinema verdade — ¢ uma pesquisa a apontaria como pionera. do Sinema verdafe — € 0 cineawta francés Chris Marker, que € 0” ” bretudo unr homem de tlio © de TV. Do ridio, sua experiénca inicia, CM pastou & TV, e da TV passou a0 cinema. CM € pois tum jornalist egreso para e cineme. CM te transformoy em ci ‘nesta na medida em que o teu contato com a reaidade ma. qual ddade de repérter de radio e de TV 0 levou a0 cinema e fer dele tum desbraador do. cinema verde Por outro Indo, Jean Rowch, outra figura importante do Henics, Um Cinema Epo Didse. A ma oy ines nos pom apes agus tag deta et ie DiS, mas ts eaperincan sp tins sta dees Dita informago, E ipa rds 3 PERSEGUICAO B ASSASSINATO DE GLAUBER ROCHA PELOS INTELECTUAIS 00 HOsPIcio CARIOCA, SOB [A DIREGKO DE SALVYANO CAVALCANTI DE PAIVA 67 (Opera atonal-sureealsta, © tropicalisma & a essincia do melodrama. Tragcomddia sem Duco siso. O riso, xe howver, ¢ bils, Sem Cenévio: © iretor, se ver infivéncia de vitima, pode sudar 0 cenirio 4 sua vontade © autor, porém, recomend: 1,0 Glauber acha que a contradigo esta em termos de. burguesia ‘nacional contra imperilismo norte-americano. Tgnorincia. Ode envolvimento. pode conviver com © capital etrangeiro. © sube- senvolvimento € fruto do ataso tecoolgico! Economists de esquerda: — Alto 1, enteguista: © erro do Gla ber € achar que a colaboragio de erguerdismo com burguesia € impossivel para fomentar o desenvolvimento. Tem uma visio ro rmantica de sma armadiha Nistrea, © proletariado pode veneer por litica. Isto ele no vé. £ monolitico! Catslico socialita: — A estratégia.ganha mais sentido, no mo- mento est que o humanismo se infra nas contradies. A pla ‘ra cnsti_porifica 0 termo soeialismo. Mas Glauber ligoa a Tgreja, Sorrupeio, Quem sabe se. no teu simbolismo doentio, © pa rio estava na bacanal? eT Durgués progressista: — Ora, € am absurdo pensar que capital vive em bacanais. Sow um homem sico e nunca fuivs un bacs al Extudante; — Arar 0 seu, moralista! Burgués: — Moralista? Bstudante: — Explorador do povo! Como o Glauber, que explora © public CCritco coneretista: —O plblico & vitima de um disco. Onde me pego € aqui. O discurto € a deformagio da retrien, que, em fi, €uma esala vida histoicamente no cimplexo da Tinguager © groteseooperistico seria comseguido por bows. Nao. se_ pode centralzar a comoniagio em dervio fontics, A semintica re volucionada € Tpa como cristal Salvyano (sebindo otra ver nas_pernas de pau): — Senhores! A discus se desvia, AS acusagies so tntss que prefiro Taner uma antologia das principais, a fim de podermos instaurar © pro- cesso, Livio Bruni espera o resultado para Srar 0 filme do ear tar. Os bancos esperam of resultados! para. protstar os titulor A Academia Brasileira de Letras espera os resultados para votar tuna mogio contra 0 Glauber, ltamaraii espera os resultados tara rasgar os prémios do Glauber. A Policia, por fim, espera oF Fesultados para prender o Glauber. Acho, em princpio, que se trata inclusive de uma revisio de Deus ¢ @ Diobo, Mas isto é ou- tro assunto e vamos, afial, ser indvlgents. Eis as acuagies mais Airetas 20 filme Terra om Trance, a ben da verdade 1, iracional, Confuso. Gramticalmente cerrado. Plasi= camente pobre. Ritmicamente desinfluxo. Esteticamente opaco; 2. despido de vergonha, ow sei, de principe, £ com nist, Mas fascsta. agarcide, surreliide, bosalbide. No ajuda © homem. Denigre. & moralmente nojeto; ‘3. £ antipibico, Logo, como bem observou um uttre in- Aelectual aqui presente, € antipove. artigo de torre de marfim. 8 decadente, © bistro; 4, Literriamente & plssimo. Nio condus. Os adjetivos vie vem no lugar dos préprios substantvos; 5. Socilogicamente falso. Historcamente deturpado. Cari caturaimente destorcido. anticinera (Aplautos. Um conjuntinho de bossa nova se levanta ¢ cans ). 3 Conjunto: Com tanto sel no dia Com trie ster no mar Eve filma Terra om Trance Pra nos chatea (i) Nio ve, gor exemplo, A deradra sade seg pla ite Pa Ned ta madras (esale voal) © ue existe de belo Ee pltoreso no bamba (esas voc) Nto ti est ime Eatd € dentro do samba (bs ¢ breq). Poets: — © Brasil © svat mulatas em cujas cares me inspiro © 0 mar verde que se derrama em espumas pelas pontas de meus dedos, ¢ 0 verde que me ilumina nos terreiros de Jesu, € lansi minha senhora que levou a hima flor para a amada esquecida fa madrugada sangiinea. Ah, Brasil, de ti vem 0 leo da melodia barroea que me aliments Exertor de suceso (coma cronista): — Brasil & a falta de ‘stratra, Glauber Rocha no tem humildade. Nio sabe de nada, Botou Vivaldi numa cena de_povo. José Sana: — Alto Ik! Vivaldi no, Villa-Lobos Ezertor: — Tanto far. Ele 36 far filme para ir festvas, para tirar prémios. £ um cquivoco, & um cachorro. Ex vou fazer um filme, vou fazer um filme e mostrar para de Jornalist poten: — Canathal Pulha! Devia ser eassado. Um perigo. Detrator! Antipiblico! Antijornalisico! Pulba! Pulhat (Cintra Nelson Rodrigues, vestdo de Branco e fala balxo, ata vés de um microfone. Os quatro alto-alates estouram), Nelson Rodrigues: — & um vémito triunfal! Platia (iderada por Salvyano): — Pornogrifico! Pornogeéfico! [elton Rodrigues: — Com lcenga. (Retirase) Nelson Rodrigues (para_o portere): — £ 0 Brasil meu iho. Glasber exth certo, Ext, Como eu. Certo transicido, Morre- 4 como os mstires. Cero ¢ transicido! (Oto Lara Resende (entrando): — Glauber esté com cincer. Vou abraghlo, Afinal, sou mineiro, Neson Rodrigues: — V4, Oto, Vi Geeta ae estate fiend topenten ee glance ret dota, on ome Ce ee ee a wo pau «caine or Chee pape eral eta te ete eee ease wal feist Ean <0 on pe papedeb agement x eke af Stein, mpi er Ca ah es es, Ceege Dal sorta caesar santa Soe ke roe ide, a Sire ag geeky et pe Ve See cor ae eee rea Sareea nee cer een eee tee ee ete oe ee oe gee oes ee eee Se ae eas ee et eee ee alg dati ee te et oe ee eee ee es eee ee eaten era Gass accel ln cea lla ialvallotl paayeuep meprayragilpy aytlngeli ug sl ee es tema Date Sat eo apeertclay ig Eee sme ana te tle «roe ce» cy soto, Zelto Viana, o produtor, aparece numa das gules, Chi me) Zelto: — Glauber, Glauber, © filme ext dan um grande fst Vamos preparer 0 proximo. Estes cars esto por fora. Por fora sreamo. Deng esta rede af venta logo. Tenos de manda? una ‘rasa sola, Sea gente parar logo agora, vat ser fogo. No tom problema ce prof Os, 0 Cac, Sarracen,o Wale, @ Cu foal, Maid est todo. mundo st preprando pa filmar. Eo Tals Cals Barreto val fact o file do ido cm fNelion, Sabe de una esa? Carats de Ipanema esta um estar Eo Coutinho val filma também. Li en Sto Paulo o Capovila ath llmando, Eo Robert val eomear Isto para nip falar ma turma nova, 0 Escord, Puta, o Julio, j8 esd fliando, Eo Calton ecreves um roto genial. 0" Rogério. Sganzea ext toltanto da Europa para finar também. Este bert Santo Evtm lowe, Eo Kisuas etd metendo 28 cara. O dedio do Dib Ji-en com cal te tanto exer aclnara. O Miro Camcivo disse Qe nem ust mals {tinea Vai ma raga, Flow com Fira Gn 15 dias. Paulo Git eth fargando brass Palinho & loco ‘Rfonso'e Zé Medeiros aio dio clher de chi, E Fernando Dust te sth para te enforcar com uns metos de filye calordo. © Kranovtch jé eth au ase da_giria. O negécio est timo. O Riva dine que » Dif ests brindo ada ver mis 0 mercado. E Ghee. teefoou_ para dace que a Europa coninun com: frando. ©" Moist Kentler, eu ia me exquecen, também vai Rimar’ Eo Orlando Senna, i'ma Bahia. Tem notice do Jabor? O" Roberto Fara et (Nese rome, 4 It vase abrindo otra ver para uo tom lao, Diane das energies de Zalto, Steyano val feando ver- tubo € depois ee dere como sorete” Cada erico val murchan- oa care, cam. ames ¢ depois branos. Sentam-se.”Alguns MMe thoran de rive. Ostros, de frstracio. Uns intecunis que ‘Stovam a ala dircha vio sindo, La fora, chove. Os acaléicos ‘io entender det) Zeino: — A vida inlets! brasileira esti em fie. Estes as fo Tertes. Nfo manjam nada. O romance fav. A. pinta ‘A poesia. O_teatro, como dia o-gnado Orson, é umn maravilhowe “anacronismo, $6 resta a misca eo cinema. © Tnimigo do cine: ‘ma € 0 Fine comercial, boyal. Como 0 itt € 0 inimigo do samba. As geraghes falas, irresponsives, covardes e ignorantes, detetam o cinema. © Cinema Novo € wma cesposta 4 impotencia o intetecual. Se ex morresse agora, tara feliz por ter produrdo Terra em Tronce, De acordo, Barreto? Luis Carlos Barreto: — Claro. Neste pais de eqvocos, a verda- de cepa € agtile. Antes do Cinema Novo no existia cinema. Mes- tno no Brasil, Hoje, esta gente toda se reine para discutir. Falam sal ras eu perguno wma coisa, Se acabarem com o Cinema Novo gue & que va fear? As chanchads, ov fines de quarto be their, susaigismo. Por que existe Instituto de Cinema hoje Por causa do Cinema Novo. Hoje, quem fala mal do Cinema Novo fuse esle nome pars arrancar empregos € viagens. Suegem, mas fostas do Cinema Novo, or produtores de slima hora, of port fistas eos picaeta, Quando wma. chanchada tem alguma. qual dade e quer se valorizar, se apresenta como Cinema Novo. E quan- flo mesmo um esritor desses al quer se fazer de importante, traz fama das suas historias para os diretoes do Cinema Novo. alam tial por raiva. Por inveja, Nao deveros liar para isto. OT tito € quem tem azo, Tacito: — 0 Cinema Novo € indestrative. um fendmeno. Quem tinharazio era. Carlyle! ‘Embora 0 discarso de Barreto ao tesha sido muito violent, bastou o vom da verdade para esvarie a sala. Zelito sai por cima € Barreto sai por Baixo. Eacontra Mério Carneiro na porta ¢ tia): Luis Carlos Barreto: — Tmagl para iluminar 0 paleo. Mario Camciro. -~ Eu © © Davitinho flmamos tudo, da esquer- (a, 10 olhimetro Leis Carlos Barreto: — 26 Ventura gravou tudo? Jolorinho Nara Dal: — Tudo ob Water Lima Jinior: — Vou escrever um artigo: Subsdis. Alex Viany: — Pasa, termino cansando. Olhe que tem uns vinte fanoe que venho falando de cinema brasileiro ¢ esa turma nfo aprende Paulo Sarracenis — & fogo, Alex. & 2 mesma coisa com Rosse lini, na Telia, Ee & que sei o que € pichacio. Joaquim Pedro: — Pichado vou ser eu depois que filmar Macunal= que queriam mandar dois arcos Sarraceni: — E eu, que vou filmar Machado de As Gack Diegues: — © Glauber no topa © Machado Sarraceni' — Glauburw é baiano a Cack: — Bom, eu como vou filmar a vide do Geilo, & voume preparando, (Apagam-e as Tuzes. Dentro do cinema van, a tla rasgada, CCascas de banana pelo chlo, Glavber contines dormindo na rede, Apagase a dniea for do paleo. Ely Azeredo, com um ceviler, verre arrastando « tenta atirar em Glauber, pdas costar. Glau bet, porém, bate palmas ¢ aparece Geraldo del Rey, seu amigo de todas as horas. Geraldo toma o revblver de Ely e 0 atra para fora o paleo, Glauber se levanta telembra Tarthes). Gaur Rochas — A seguranga de are € prefer aos rics do (Entra © porteira ¢ fala qualquer coisa com Geraldo. Geraldo epee) Geraldo det Rey: Esti — dizendo que @ msiria dos atores tam: bbim fieow danada com o filme. Acharam fascist. Glasber Rocka: — Godard jd disse que os atores so seres in- fants, sem personalidade. Sio marcisstas em excesso. E no en tendem de cinema, Mas sio imagens importantes. eines. pro- longe a morte.” Estas imagens estar cternas, Aim da more Roberto Rorselini cain que ¢ mis ficl fotografar oman do (que fotografar um roto. O cinema, me disse Alexandre Kluge, Geve ser polifénico. uma nova arte © presa ainda 20 naturals: ‘mo/realismo do romance. © romance, os senhores saber, uma fexpressio do sfeuio XIX. f, pois, a linguagem da burguesia. O tiem é 3 Tinguagem do capitalismo, isto & séeulo XX. Cinema, jomalismo,televsio, cinema, porque foi realizado aé bem pouco termpo por homens com formagio do séeulo passado e formou ¢ de- ormot o pilico e's critica, FE a maioria dos intdectais. E, 0 que E mais grave, a msioria dos cineastas. O cinema € um instrumento de coragio do capitalist. Ou do policilismo. Liberdade, no cinema, ‘sempre foi crime. Exemplo: 0 poeta francés surrelsta Jean Viv |B, praticamente astassinado pelos produtores. (Muilar um filme como cortar uma artéia de’ um cineasta), Outro exemplo: Lui uel sempre provocou, « ainda provoea, fora de Paris, reagbes histéricas do. pablico e da critica (Quem se interessar por casos femelhanter de punigho aos criadores da arte do filme que dé uma. tlhadinha nos livros ou converse com P. E. Salles Gomes ou ‘Alex Viany. Digo, com estes, pois a maloria da erlia local, ca- Floca ¢ paulsta, ¢ polical, isto 4, costuma denuncar, sabotar e cae Tuniar oe cineanas brasieiror « mesmo os dalém mat), Rimbaud, RE para lembrar um nome conheco, que & ponto pacifico na poesia, Fevqyarecesse hoje fazendo filme como excrevia levava ovo na cara Kiem Cezanne, Ate memo Van Gogh. E estes sio artistas do feulo passada, nem mais vanguards so considerados. Por que 0 fSnema ‘tem de flear segundo a narrativa de Maypassant? Quando fom intelectual vem me dizer que no gostou de Terre em Tronse porque mio entendeu, di vontade de perguntar a cle se poesia ov {isis ele eatende tudiaho como entende uma reportagem, isto & tno sentido explicaivo, dbvio, ufulantérimo! Ince que, anos de- pois, se rept a intlerincia (pois € mais do que burrice) que ‘exist contra a epedra. no caminhos, do. Drummond. A mesma Coisa, Terra em Trane, € maioria do. Cinena Novo, até parece eedigio semanal da Semana de Arte Moderna. A cada estreia ‘novo eisindalo, novo aceso” de intolerincia e primarismo da inte- fectuldade bem pensante, da esquerda tebrca, dos ensaistas que andarn com bibligrafias na ponta da ingva, dot jornalisas igno antes e doe criticos de cinema de nossa terra (Ah, no capitulo ‘os ertcos, Senfior, d-me muita compreensio, mits pacienia, ito homer © amor, porqee, Senor, se eles sabem o que fazem, fc por fal no x80 inocentes, ah, Senor, nada mais grave do que 4 incompeténia ofiializada oe jomais, ab, Senhor, so dia do Julao Final terio de comer 0 fogo do Taferno. Bu vos peo, Se- hor, em prantos © humiemente, que no deixe nem a minha pa- Giéncia e compreensio « humor ¢ amor tombae sobre a figura de fam, e este tm se chama Ely! Ele, Seahor, to frag, ndo resis tira nem an peso da pacigncia, da minks’compreensfo, do. meu hhumor ¢ amor) (Glaxber reloma a frase citando Nelton Rodrigues) Glauber Rocha: — Como ed ia dizendo, tudo de novo chateia. A moral, a ertitica, 4 relagio sexual, esubilidade. Chateia. Inco: ‘oda, Vamos ver! o camarada que leva uma atitede de sbinte- Iestual e camege a ganhar um dinheiinho através de bisates tipicos do nosso subcapitaismo, compra um Volks, roupinhas novas ete, fc para dar ar da graca,comesa a dar palit eobre cinema. Des fobre os corte. Corte & isto, minha mulher! A mulher aprende 0 ‘que & corte com 0 marido ¢ fica embasbacada. Puss, casei com fam ginio © no sabia. O camarada, para se defender, comera a clogiar algune diretores da moda. Isto é da moda carioea ditads palo Moniz. Até que 0 Moniz gosta de une bone diretores. 0. DMonis, no final das contas, manja a fundo de cinema. Mat 0 Monis'tem contraidelogia. © Moniz elogia 0 Bidfora sem ver, of \etesta_o Khary elogia o Khury, gosta atl pessoalmente de mim ‘aay mands bras porgue, se 20 mands, brigh cam sua consién- ‘ia. Entio, por que o- Moniz nfo canalin sua competéacia para 0 Cinema Novo (cle detests Cinema Novo, ou no detesta?), Eno, (© Moniz i elementos para otal canatha medivere elogiar, por fexemplo, Sidney ‘Lumet cy com isto, aparccer_ dante’ da mulher ‘como genio, Ente, se entra na dgea dale um filme de cinema. no- 0, ee larga brass ogo, para Higuidar. Como os cinastas_fre- ‘gentam suas Areas de influénia, o melhor @ destuir logo, antes ‘que minha anuher teefone para dle, procurando saber o que é forte. Estoritha.sirdida, mas. verdade.Perguntem 20 Nelson ‘Ao Rodrigues, qara confirmar dramaticamente. E20 Pereira dos Santos para confiemar na prtiea, Foi o caso de Terre om Tron- as, Na montagemn, Escord diaia: «Vo meter 0 paus. Al eu co- ‘megiva a rir hsterieamente. Queria ver a cara dos caras. Zelito, ‘cio, ria de morrer. Eri ainda, E vamos vir até 0 dia do Juizo Final, (Quando entio, diante da divisio entre 0 que € Bom ¢ 0 aque € Roi, Es, Meu Santo Sio Jorge © a Fspada de Abraio, amos fazer'a Justiga. A Jusiga! (Descendo do mitiismo, 0 Autor, que nio se considera vit ta, tas sim algo, tlembra alguns twechos de Boland Barthes.) ‘Autor: — Uma dae coisas mais bacanas que diz o Barthes ¢ 0 ‘e... Mas, enguanto no momento stual da Histéria, toda de senio. confirmar um universo palcl dda mesma forma toda “inguagen’ intelectual nio pode senao ins: tituir uma paraliteratira, que mio ousa dizer sew nome. O. ime rasce dest ‘Tinguagens” pois, total, elas no podem se dirigir fenio a. uma curplcidade ou a’uma impotenci, isto & de toms 45 maneias, a uma alienagio (Tradl aqui escriture por tingua- fem por minha conta e risco)s. E adiante: ¢... Mas desde que F Tinguagem poética coloca radicalmente a Natureza em questo, elo unigo efeto de sua estrtura, sem recorer ao cinteado do Aiscurso «sem se Bloquear numa ideclogia, io hb mais “lingua tem, existe estlor através do qual o homem se volta complet fenfe ¢ afronta o mundo objetivo sem pasear por nenbuma das figuras da Histiria ow da soiaildade, (Esta socaidade, aqui, Ea mesma coisa que convencio, f melhor falar de amor em lin: sagem social, isto é, em Tinguagem catéica conjugal, Se falo fm lingvagem’ frodeana entio & fogo!s) ‘Acabanvse as rubricas. © Autor abraca Geraldo del Rey. A. rua sth vecerta Mas numa exqhina tom wm rape, tanga 6s per eeee ee e eeeeeeeeeeeeeee ‘conversindo, £0 Ferreira Gullar ¢ o Reynaldo Jardim. O Astor Sai at2 A eequina e os abraca em siléncio. Separanse. Do outro lado da rea, Jinio de Freitas o espera, dentzo do carro. O Autor fntca ¢ Janie, tambim sem dizer mada, arranca. Redam 10 minor tos em silencio. Jnio freia diante de'uma banca de jormais, olka as manchetes, confere a Olina Hore, ¢ parte. O Avtor, culpa "Puna, presen ler 0 artigo do Francs Finio ni iz nada. Continua, atravessn 0 tine. O aterro sti cinen. "Um daria, Em vermelho, com enormes letras verdes ‘e awit Diflm amuncia Garou de Ipaneme, de Leon Hirzmans Glauber chora diante deste anincio. Jinio, para conforti-to, gene = Vamos almogar com o Raymundo Wanderley, Eo Helio PPellgring te convida para jantar ‘A REVOLUGKO & UMA EZTETYKA 67 {Aiea gio do intl do muna skderemlido ee tre ser tm tein do sbearion ou um acon romaom calurervluondra ‘Gum Foto idee do mado suas aati © contains © Atv, do exame cvico de uma prosglo relia sbre dois tana japon 2 tcesineno € sa calere prints 0 demelvment a infin cla eu. cla scbre munis seen ‘Or snore dh era monica targa do mundo de sexvoign‘Scten et endo est, propo coteto ee Ss aap 'mInsvementn Se apflago as 8 cnpesr Wie ebdoarobinene A colar clonal STR conznda pb sy ein co sig. 7S sstoonhecmenta taal deve provocar em seguide ua a+ tude antecolonial, isto &, negagio da cultura colonial © do elemento Snconsciente da ealture nacional, erradamente considerados valores la tradi macbnaliot Indesenvolvido supera git uma luider revlucon 6 _Deste viento processo dilético de informagio, anilise © ne- fo, surgirdo duas formas concretas de wma cultura revoluco- 2 didies/epica 8 &ica/ditica [A dita ¢ 4 pica devem fancionar simultaneamente no proceso. revoluciondrio ‘A didivica: afabeisr, informar, educar, conscintizar as massas ignorantes, as classes médias alenadas ‘A épica: —provocar 0 estimulo.revlucionio, A didatice seri denttica. ‘A épica seri uma pritica pottica, que teri de ser revolucio- sire do pout de visa ete par que proj evoaconar+ mente sev objetivo ético. Demonstraré a realidade subdesenvlvida, dominads pelo Com- plexo de impotincia intletsl, pela adniragio inconsiene de ex tura colonial, 2 sua propria fossibidode de superar, pela pritica revolucondra, a esterldade erativa, ‘A éfica, precedendo © se processando revclucionariamente, es- labelece a revolucio camo cultura. natuel ‘Arte passa 2 ser, pois, revolugo, Neste instante, a cultura passa a ser norma, no instante em que a revelugio & uma nova pratica po mundo iatlectualzado A didética sem a épica gera a informagio estéril e degenera fem conscgncia passive nas tassas ¢ em ton consciénc nos inte lectus, inofensiva |A fica sem didtica gera 0 rorantismo moralsia e degenera em demagogia histérica touatiria ‘A ova caltura revoluconiria,revolugio em si ao momento fm que cviar € revolwionar, em que ciar & agi tanto no campo fa arte quanto no campo politico e militar € 0 resultado de uma revolugio cultrabhistrica coneretizando-te, no mesmo complexe, Mistria « Catura or ner cee eee (© objetivo infinito da Tiberaio reveluclondria & proporcionar ao homem uma capacidade cada ver maior de produzir seus ma- feria uiililos segundo mm profundo desenvolvimento. mental ‘Vina revolugio esondmica e politica que se desiga de uma evolugia cultral tomate insficiente na medida que conflitua 0 Thomem entre sea liberagio econdmica e seu atraso mental ‘A revolugio elevark a socidade subdesenvolvda 4 categoria desenvolvida e af surgird uma nova necesidade: a aqfo desma dora dos nacinaliemos culturais, a agS0_civiizadora contra. mitos f traligSes conservadoras; a agio substitta de valores integrals (a colabragio humana, 4 que se limita pelas remanescencias do falho. significado burgués. da individualidade: (© sentimento de colaboragéo humana renova e revel wma nova categoria de individyo, mas € necessrio para isto que a. velha cultura sejarevoluconada Neste etigio, a ica diditica necessia do instrumental cien tifco psico-anaitco a. fim de fazer de cada homem um cviador ‘gve, de posse consciente © informada de todos sens instruments fentas, Posen faser a revolucio dae masta criadoras REVOLUGKO CINEMATOGRAFICA 67 Para o Cinema Revolucionirio no existem fronteiras cal turais ou idoligias. Desde que 0 cinema é um méodo e uma ‘expresso internacional e desde que este método ¢ esta expressio ‘tio dominadoe pelo cineme americano associodo aor grondes pro- ‘lutoree nacionais — @ lute dos verdodciras cincastos independen ter ¢ internacional (Os cinesstas independentes devem se organizar numa luta eo- mum. Nio existe poder cultural sem poder econdmico e politico, [A finaidade dos cineastas independentes deve ser a de conguistar ‘© poder da produgio eda distribuiglo em todos os paises. ‘Todos 0s cineasts independentes devem se organisar nacio- ralnente ent grupos de produgio « distribu « contar com a cio efetiva de denincia ‘ceontmica e desmistifcagio estén do ‘nema amerizono e respestivos subprodutor, Ot cineastas inde- pendent devem prodir filmes capazes de provecar no piblico fim choque capaz ike tansformar ia edocagio. moral estética 6 realizda pelo cinema americana. Esta revousto nio € obra de tm filme as de toda una produgio internacional permanente Trent revlscionra, Por ito os propos taconls organism ‘even Se relaconarintemaconamente para acta 2 c-prods fo ¢ 8 dstbuigo, Ext organsngSotntenaconal deve tr fone fee con responeabidade ¢ scifi. Para isto € necssrio que 2 vite atue tam sobre on cneasias e scbre mes, tant formando os concetos academics miallgcos do cinema, que todos fandads sobre 2 efi colonizadora do cinema ameieano "Ata deve ser ete, contmica e pli, No mundo coptalita 0 pono periciow do procsto cinema togsitico't > datbngio, Or diruidores resben ura. emis S35 levada Spenas para estableer um trilico de conttos entre rotor e 0 exibidor. O dstibuidor fnvete 90 por ceo me tos que o pratutor. Um filme, para ser produida, necesita, por into, "de am acordo prévio de sim distributor. Caso contriio «= turk sujeto a uma praia, O distribuider, assim, alianta 20 produtor, pelos dtetor de dntibuigio, © proprio dinero do por tor. f necessirio que of cineasan, pa star conta it, se ttansformem em produlores « cisubuidores. Os protutores, em serundo grau, fem 0 (ifico de pretgio. dos atures © dos cr peastas, através dos goals se ansociam aos distrbuidores, Asim ts verdasior prodtorer itleans de fies, Geass € at0- tes, em primeio. grat, ¢ ténieo em segundo grat, so. alenados 2'scu tabalho c setam, em ome det possidade Je cx reso, a exploragio don prolstores dntcbuldors. neces: Bio que 0 corto de liga sje transforma pelo once pendator cfodor, 60 & um proisional expecaindo fon onganisat'a prodagio de um fine em termos de particpagio egal aor ouros tenzos eats. eopecalraos. Assim, 0 fontato ene ©. froduo/fme © 0 exbidor deve ser det AS Crpaniagoes de Aisribiglo devem ser contadas ¢ pstas a sr Vigo don nacor proitores, A pari aldo descnavimento nar Sonal die produgbe, € que st tora posivd 0, desenvolvimento fe oma tntormacinal cinematoréfca capas de entenar em quan Sane e qualidade 0 Gnema omericaro. Para bio € necesario que or tincstas independents sejam_frmes a. sun deisio de ater, tim Cincna Novo do font de vstresteico/tico. Somente assim, través de una ado internacional quaitetica, © cinema pole ser toes intramentorevlucindrn Yi" eficaz quanto 0 insramento Yatico de rlonizagha que 0 cinema americana 6 Eo relaglo aos paises socialites € necesiri que at nostes de ont rls do sao KIX aja sis por nies cm cnporiaeas e que. sinema soialita se livre 0) male. depressa pout das infléncias esticas organizadas pelo snundo oxen UE eapialisa, cas mesmay em evae e sustentadas apenas pla ne fessidade de sobrevivenia tec. No momento em que a calars Seidetal capitalist duvide de seus préprios valores, & neces ve o cinema socialist e preocupe com a nova elra © cont Ba, deforma eficar, para a baka internacional doe. cinemas revoluionsriw, do mundo. capitals, TExutem sbiosvicis etcos do cinema amercone no cinema socialise. No bast inverter a moral capitalise or ama. moral Tovialta e consocor o esrtura do cinoma emericono pare forer tm Cinono Novo. © ue deve ser tranaformado adicalmente "propria etrtura do sinoma omericons funded mum encom to antdialic. “O cinema independente ets dante de uma revolugio cultral. sua revlugio. deve se conscientizar a partir da_ propia ten Ge produgio, coos exezplos pariclares « desorganizados poder Se. ats non quadros do neoreatons « nouvelle vague, 1° Vimentos que se extrminaram gor que nl0 se orgonizoram no Jono sconimico’ ¢ plitco. ©. cinema emerzono deve ser batido fn seu proprio terreno. Os ecnemar de arte ension, fronts de fata do Cinema independent, ja comesam a ser cotainados pelo Cinema americana. Be necessiio que 0 maior nimero possvel de froducio indendente, com distinsigio conelada pelos inet Drodutves,ivadscn as grandes alan ‘Uma bataha agressva do cin independente Provocard wma polomica som onceednter no Ksiria do. cinema "A partir deste memento 0 cinema independent pasaré de {ato ealtral' fat piteo e starh bem prepara para enfrentar toib tip de agrssda e de sabotage do cinoma amercone Para que st organize movimento sacionas de eineastas in dependents ¢ necestrio que 0 proprio concito de osfor cinema logratco sea revluionado. Q ciate no pole ser consderado o aristaislado com 0 posta ovo piotor. O cineasa deve ser Gon tania, um economist, im public umn ditribidor, um ox ‘or, um ric, un expectador'© um polemista. O cineasta deve ser um homem de acho, fisca © intdlectualmente preprado para Tota" flme Sndcpendente deve ser improvaad> partie dos 7 sis poss, & Bako cot « em pouco tempo, Mas, 0 qve & fundamental” a8 ties de proigie dem periir ao. cnsea se dearer, porgue ents pr deur Snel © cinema pderdablar-aGominagio esta pla econiien fo cnomaomecan Assn enta devs et arte, aon ull, wm plinth Genin” An tes de tudo @ ine ert Ser reaisao plo nest, um dor the deve ter cra Goomaigatien © ra polic, © cera fee ser tm mtn 20, mesmo tengo que expe. E eta ex promo deve se agiato 20 mesmo tempo que dia, Dal 6 Site Soe or inegr ag peso seelankea 2 o coma Bpie/Dissicot 2)" Av vanparss nerfs deca pals deve sre sic 2 fim dengan oma oles nova de produgio © Dui panies comraitespuraares de ta 6) ee vangarian,oranisadas, dev promover ua Tn ternaonal Clason ain deci os fe Je inepro™ Sidon: ©). prs a orgaiago misonl « intemaconl & necsiro ontar ci front de census, ccm oistars roa. fi, sors, Gore pesame dca © ificeamenteneressaias uma revolt cinematic: ‘iran em tn i ae © Cina, sno 9 tals olerso intromento de comune exsente (ajo de odo tm sla ox om eit) tuna nm laden fon amen ia contra imperialism ©) que somente a art de wa aco intercon organi sata ‘optlesion individ de saetas podem se integar © qc Gualger talent invithl e marginal a um pros Telos fo interaconl se transforma, pele contadgbs, en stromen 1 Galeeamente Sul ao penser. tperiit, TRICONTINENTAL 67 Tricontinentl, qualgver cimera aberta sobre as evidénsias do Teeciro. Mundo, €-un_afo"Tescluionrio, "Tricontieatal, o aio revohciondrio € produto de uma ago ve se fard reflexion proceso de ita, on ca pn ennemncmene a ‘Triconinental, a escolha politica. de wm cineasta masce do mo: mento ent que a lar fere sua pelicula. Isto porque cle escolheu & ust cimera sobre o Terceiro Mundo abert, terra ocupada.. Na rua ‘uno desert, nas flrestas og nas cidades, a escolha € imposta e, ‘mesmo que a materia original sea nevtrs, na mentagem ela se faz fiscurso contra a matéria pode ser impreis, difeso, bivbaro, irra. ‘ional. Mae & uma recusa tendencosa “Teiontinental — 0 importante € 0 filme? © que & am filme tricontinental? Um produtor, aqui, € como um General. Os ins trutores estio. em Hollywood como ao Pentigono. Nenhum ei seastatrlontinetal & He. Ndo digo lore da prisfo, ov da cen urs, ou doe compromissos financtiros. Livre, digo, deste se des Cobrir homem de irs continenes; mas a este concelto no se far reso; antes, ele, se faz Hivre: a perspectiva do fracas indivi= fal se dled na Histia. Palavras de Che = Notre scrfice et conicent, est le prix de ta liberé ‘Tricontinental — qualquer outro diseurso\ € belo mas inofer- sivo, € racional mas cansado, € cinematogrifico mas initil, € re- flexivo mas impotente, e mesmo 0 lirismo, este para no ar, masce da palavra, se far arquitetura, mas € logo pastiva ou esti conse Piragio, Aga, para lembrar Debray, verbo se far carne “Tricotinental — 0 cinema de autor, 0 cinema politico, 0 ci nema contra, € wm cinema de guerttha; em suas origens @ brutal ‘© imprecio, rominti e suicds, mas se fark épico/diditico © cinema mexicano sofse de um mal rocionalista, D. Luis Buiuel, iheo-americano, considera Que Vioa México! um filme ‘atistico», Eisentin nfo compreendes a expontancidade da ar- Guitetura asteca ou 3 substantiva monumentaldade dos desertos € uleées. Sua tentatva de esletizar 0 novo mundo se equpara & fentatva de levar a Palavra de Deus (e os interesses do. «Con- quistadors) 208 indios. A Cultura era também dos inios. Esta Cultura Maia, Asteca, nea foi descoberta e ciilisada. No tert trio da magia, o Indio se deixou seduzir pelo volume andante o cavalo: 0 quadripede era Tanque de Guerra: bieho sagrado, Jnvencive, Hoje em it, sislos depois, Ho Chi Min resist aos ‘engenos tecnolbgioos do" invasor. (© cinema mexicano adotou os quadros de Eisenstein disfar- ‘do em jesuta, em sequida misturou estes quadros com a mar ‘ha da técnica hllywendiana e fer de tudo isto, mucstro Mezco, n [A indstria defendida por tes © sindicaton, nuestro Mésico, © na- onalsma romintico © ilusio da Histria, muesira revlucion ‘ombreror, mujeres 9 sangre. Sol sobre nativos: Murnau (Gaughin), Faherty all viram cor pos e mares, sorritos ¢ tragéas, como & paral volento eI Derador estes Portos Latinos onde, 10 hove and hove wot, Bogart sente¢ sofre 0 exotsmo das revolucées. Antes de 0 cineasta latino ter o direito de deparar o motor de sua vela cimera, a arte © 0 ‘oméccio dae grandes Companhias os haviam dado seu cinema € 1 Kis do sew comérco Os mexicanoe proibiram © proibem fmes antimexicanos Proibem, pois, wna peguena garcela da. prodecio americana que trata os mexicanos como poltrdes, Maso pior & que, na mairia don filmes saidoe. dos esticios de Churubusco, os mexicanos ou ‘Ho poltrdes ow so ingénuas criagSes da naturesa. A indistria, mexicana, se defendendo da infaia, a copia como cinemas socia: Tistas copiam 0 cinema reso que copia a férmula americana, O racionaliamo mexicano isolou 0 México da América Latina. Nao por acaso que, 4 excegzo de alguns cineastas jovens que +5 agora comegam a trair nuestro México, D. Lsis Bufeel & consderado um ineasta marginal. Mas em suas comédias © melodramas, também filmados em Churubuzce, estio o& primeiros ensaos sobre a civ liaagio latina, depois do spocaipse eatin, zapatiano e,.. eivens- ‘Pampas ou asfalt, Argentina troaxe pedra por pedra da Fux ropa. Argentina, pitria'de Ché, discutindo em dtimo francés sobre 4 eatétca do absurd, nfo desconfiava que o progeesso de Pern ‘io era desarollo,..». Com os boltos varios, os aristocratas esta- vam dispostos a sacrificar a comida em beneficio de uma gravata Dior. A burguesia pré-antonionlana dos filmes argentios tinha sua incomunicabilidade linitada pela subavtrglo. Mas no pronuncava fete nome: se a literatura de Borje/Cortizar precede muitas ex- Deriénciae do roman nowwreu, nem por isto 0 tempo consepuit se articular (ou nfo) nos filmes pré-esnasianos. Solitirio, 0 cinema argentino descobris 0 Estilo antes da Histéria, Um personagem de TTorre-Nilson, disciplinado num nivervo difsso em Bergman, nada contegue além da aicipling, £ uma disciplina no hstrica porque acrtca, io se expie 4 lus: nfo se faz violent, antes conspirs ras sombras sobre um mundo que alo existe culturalmente em sua n mmr soperestrutura, Aqui o verbo nfo se far carne; & sombra © Iie {Ginza ¢ negro) sum pais que aio se integra ma América ‘Que ‘remota mi consciincia do isolomento provacon em Ch idadio argentina, legendéria exisincia de homem tind ¢, i Dulio mai, homom tricontinental? ‘Um cinema decadente, antes do. préprio deeenvolvimento, na mesma terra ¢ época de Ché, € um cinema que aio pole ser evo tela téenicn ow pelo manual de esteten Mais do\que qualquer ‘outro cinema tricontinental, o cinema argentino, necesita de um Views ‘Viva América, em Cuba, tudo esti por fazer. Um cinema gue se concentrando sobre filmes diditicns, tem como importante con Tribuigio revolucionéria 0 trabalho de te desintoxicar completamente do relismo soit ‘En smplifiont les termes de cer polemigues, qui ipliquaiont de artistes et quelques fonctonnaires, on déferdeit wo art plus ‘moins apporenté ou réatome socialist, indie gud Fautre (ches Ta Grande majorté dee ortiice) on défondot ux art gut ne rennonce Pas our conguiter de Pavant-gard, La defaite du promier point de ‘ove fu contacrde lorsque le Che, dans eLe socalisme et Thomoie 4 Cubes, fastiges le réalsme soiliete, some towefoie toner Tee cond point de eve abrolument satsfaiant= pour lu, it ne fout par se contnter de ecte position, mais il fout aller plus loin. Mose or aller plus loin i four partir de quelque port, et Pavant-garde semble un bon point de départ, sion arrvées (esas Dist) ‘Outros patses latinos (guaranis, amazinicos e andinos) munca tiveram ou raramente puderam disparar o motor de uma cimers salvo em atualidadesoficais onde vemos Generalssimos ¢ sist me: datas “Tecomnet, ano, o Dra al portats Pasa a pita 4b geese chama menow na distbugfo,que fot para a Co” Fimbia Pictures. A’ Columbia tratow de istibuir on flmes mas em fact eforgopromeionl © cones. Tendo” sun esate iments pla renin. de te proprin files, enhum invest- remo mot era necssrio. part fey basis que fam Gaputars» sen pie, na area. do flim americana. Mas na la ejaca de igatnno, o teiics outta do. cinema (os ftesmos que hoje inluencam a pies do Tasitto” Nacional. do noma) Pensavar. que 0 cinema, de eto, yedetes, magulado- fen, welltores, salvos astonemice, dieores ialianos, era 0 ‘maior do. mndo ezoito filmes depois a Vera, Crux alia © mesmo o sucesso de 0 Cangacera nfo dea para evtar a queda do império caipira. ‘Calpa dos financadores? Culpa dos produtores improvisados, dos 102 ‘itetores importados, dos atores ireesponséves, dos ideaitas que Imistificaram @ burguesia dizendo que a arte era produsida, pelo linheiro € que, pla arte, sem mercado, S80 Paulo tera um cineme gual co do americono, tanto que = propria Columbia. distribaiia on filmes COferceendo wm produto esteticamente duvidoso e culturalmen- te hibrido, a Vera Cruz nio pensou em organizar, pelo menos, um mercado. A distribugio, diga-se de passagem, nfo pode fazer 0 milagre e fazer um mau’ filme agradar ao palico ou de fazer um bom filme de arte ser compreendide pelo pablico. Mas a distrbuigio pode, através de uma programagho hibil e persistent, através de lum fiseaizagio efiaz, fazer um filme circular pelo imenso terti- torio nacional e secuperar todo Seu capital, com Heros. ‘Uma distribuidora organiza cra também ‘um piblico para eterminado tipo de produto. Msior exemplo disto € © surgimento do mercado de «Cinema de Arte, de insalagfo internacional. Com 4 absorglo Televisiva, 0 mereado de cinema. abriv brechas pars fuma parte do_piblico que procura no cinema um espeticulo de rmaiores ambicies Mas que diabo & Cinema de Arte? termo, usndo pejorative: ‘mente para quantos detestam 0 cinema, foi uma mi alterativa dos ‘que, produzindo e amano 0 cinema como arte © io como balla, ‘esolveram se reunir para se defender ‘Mas alguim dix, por aeao, epocsia de artes? Ov «pintura de artes? Ou emisca de arten? O cinema, arte do Séelo XX, no Poderia ser coasiderado eartes, poi artes, ma cabega doe conser” adores, & eteatron, e cinema @ aiversfon. Suilerat que provo- fam grandes efeitos no interior do negéeio © exibidor mais audacioso percebea que a tinica forma de sirair o espectador preso 4 diversio da TV era chamilo para ver ‘cartes em sua sola. E assim comeou a comercalizagio do cine sma que, para te fazer comésco, adotow o nome axticomercal de arte. Nests clteuitos se fizeram a noworlle vague frances, "oF ‘grandes nomes ‘tallsnos de Fellini e Antonioni, 0 seco. Ingmar Bergman, o espanhol Luis Baad e muitos ostros velhor « jovens Nas fachadas dos Cinemas de Arte pattaram a aparecer 0 nome 4o dizetor em lugar do nome do ator. E, excegio feta a trés on ‘quatro, pouquisimos rain os dicetoes. amereanos que sirgiram estas fachadas 10s LS ema americana indizewiel? cinar © piblico e, 20 eontririo, paso ase servi do. ator pa versal e tem a dimensio’ de uma revo cultura tribuisse organizadamente 0 mesmo tipo de produto. Dai sg brasleias de filmes comerciais le intact, ‘quer filme de Cinema Novo tem apenas no Rio, mediante uma di teibuigo eficene, uma mia que vai de 0-4 100 n invest na organizagio da empresa e ma produglo de filmes, ‘entros de distribuigéo internacional. A aceitagio da matoria do Cinema Novo nos ciecutos de | 108 Entio © negicio de «Cinema de Artes & wma resposts 20 a ‘nema amcricono? O cinema omcricano, em si, no & wma arte? Tee fica excepcional de fazer e comanicar at idias da viizagio ame ‘cana, ¢ ja identifica para cla contibuir nesta formagio, o 6 "A Histria no vive de verdades absolutas © a propria con sagragio do cinema americano & 0 que determina os varios fronts ‘de produgio © distribuigo independente do. mundo, Yetando pare fazer chegar 80 pblico una ontra visio de mundo, Quando « Uetor deixow ie’ sere 20 fisco e 30 talento do ator para fos Giscuie Com pibico, 2 medanca foi radical, Surght o autor ¢ ftom ele 0 Cinema de Arte. Podemos assim conclir que a Tu ‘do Cinema Novo com o piblico no é uma lta regional ma5 un Luiz Carlos Barreto, em 1964, percebeu 0 fendmeno ¢ teve lfcaldades para. convencer acs dicetoresprodutores do Cinema Novo de ques imposigio de uma Tinguagem original poseria, se fazer através do controle direto do mercado.” Que os" filmes ‘ecessitavam de tm longo praz0 para molificar os concitos mo ras ¢ artisticos do piblico © que para isto deveiam ser limen- tados. por uma estrutura de distrbuicio autoseticente, que dis 4 Dif, distribuidora de filmes brasieiros de Cinema Novo que foneorre hoje, em pés de igualdae, com as outras distibuidoras A multipliagio das rendas foi rapida. Ea receptividade do piblico 20s filmes de cinema subia 4074 de 1964 para hoje. Qual espctad | A Dif hoje tem quinze filmes em distribuigio e este ano lancard mais dez. O luero, sem grande esforg, de 10 159% so brea renda ruta, nfo tem alimentado 0 dcio dos sécios mas € A Difilm por otro lado, inicio @ exporacéo de seus filmes, mediante a designagio de agentes en Paris e-em Tivenos Aires, rnema de Arte no estrangeiro além de significar um mercado #0: plementar que alimenta grandes perspectives tem dado ao Cinema Novo um prestgio capaz de enfrentar as mais variadas pressies Um dado, ois, ivefutivel: wma, Kaguagem artista no se consolda ‘no abstrato, sem poder econémico nio se tem poder cal- tural, a Difilm penetroa no sistema através da sua realidade ob- jetiva que & comarca para vender um produto subjetivo que é arte. OF aumento do mereado & fato, além da erescente necessiade ‘do pblico de se informar e discwir sew destino. Esta necessiade reflete + mobilizagio, ainda lenta, de una verdadcra caltura bro ‘Hlera, para a qual ontrbuem ae nossas vanguardas niverstirias, (© movimento efifria, 2 musica popuas, o teatro novo, a ites tura, a imprensa nova e.-. © Cinema Novo "© Cinema Novo, aqui, se insere em nossa sociale como agente e rellexo ¢ pretende, a partir de uma provugio qualitativa, ing oma ngage oer eefae wane Fingapen ‘Mario Je Andrade, teirico © ctiador de grande importncia no Movimento de Arte Moderna de 1922,.primeiro ato de uma revolugio cultural braicira, escreveu om Hero to. Fundamental ‘quanta Os Sertdes para a comprecnsio do Brasil: Mactaima:” Herdi Sem Nenhuum Corder” © herd & won personagem de exe ‘gio que qualquer autor Je romance, teatio ot cinema elege para feu drama, Meimo 0 herdi tipi, ageele que encarma oF dados etal de um meio social, se transforma, desde que snttizado, em ‘exceed. (© cinema americans, uilizando habilmente as pecaschave do rommce edo teatro do século passado, criou herdis ites 2 sua ‘isto violenta ¢ humanitria do. «mundo em progrestor, Homens els, Fortes, honestos, zemtimentais e implaciveis- Mulheres inde Dendentes, rraterais, amantes, sinceras e compreensvas Ente coul de herdis soften vatiagies segundo 0 tipo de ato es que o encarnos, Evidentemente um casal composto por Hm phrey Bogart e Lauseen Dicall deveia ser diferente de um casal ‘comporto por Errol Flynn ¢ Olivia de Haviland. Mas a mensigem estes herbs, no oeste ou no asfalto, nunca sofreu grandes vari ‘Ges: ae contradighes sociaie internas tém ce ser saneadas em fut- ‘glo da Nasdo, 0 dente € vingado pelo dente, 0 olho vingado pao ho, hé sempre uma esperanga Fara os justos. ‘0s produtores omerizonos sempre fizeram filmes para o mo- ‘mento exato © ima minoria conseguiu uma peneragéo critica que 105 ‘aunca sitarapassos, porim, o terreno da dendncia socal. Mesmo ramets ainda hoje audaciosos atusis como o romance de John ‘Steinbeck As Vinhos do Ira (The Gropes of IWreth (1937), podem Sofrer atenuagdes fantistica: John Ford, um grande tictico do- tado de-senso' de humor, transformon um tema politica mim tema Séciorsentimental. O heréi, vivido por Henry Fonda, que deve ter influencado a juventade de Che Guevara, € mostrado. aqui como revolucioniro fal, absolstamente inofensivo. "Temos pena do he ‘i, coitado, que larga amie pela revclugio. Ey ve formos mas ‘melosos, teremos pena da mie, coitada, que fica sem o fihinho que foi forcado, peas condighes transtérias da cidade, a partir pars a revolugio. No final do filme, Henry Fonda eaminh para ect Torzonte de glirias com © mesmo ar que, no fim de outro time de Fond, Young Lincoln, 0 mesmo Heney Fonda, na pele do Pa: ‘wiarca, caminhava os horizontes do imperialisino Joon Ford, bom omen, tem piedade tremenda doe pobres camponeses que, expulsos pelos lntfendiriog,atravessm of Esta: dds Unidos rumo & California, terra da promissio. um éxodo ‘moderna ¢ Henry Fonda nunca deixa de ser Moisés — pelo me ros © Mois pintado por Cecil B, de Mille Em 1929, os Estados Unidos sofveram crise econimica grave, Desempreyo. ‘Agitagio social. John Ford olka tudo isto com amor humor, sem questionar as dontraigies, querendo apenss ver 0 somem» no meio de suas desgrages. O que era cruera e agres: io em Steinbeck passa a ser ternura © canpreensio em John Ford ‘0 filme € considerado exclistas, Os stores vestem roupas verde deiras, grande parte do cendrio se parece com a redldade, mas tudo isto € fotogratado com wm cuidado de embelezar manequim Eo estética do miserabiliemo. Tudo, de repente, fica belo, idea, to uniforme que 0 espectador tem vontade de viver nagiele mun de de fome € desemprego. Este exemplo de Vinkor da Ira & importante para se tocar 20 segredo: 0 que far o filme nfo € munca a entria mat a diregio. ‘Um dos erros da eitica e do piblico € considerar o ertria © base do filme. No cinema a estéria & openas wm dos elementos do dire- ‘fo, Para te entender um filme & necessirio que o espectador ob- serve a0 mesmo tempo a paisagem, a tonaldade da fotografie, ceenografia, a interpretagdo dos stores, ouga dem ot didlogos ¢ a sméica, lia bem on letreiros, observe os movimentos de cémera para a esquerda ¢ viceversa, perceba quando sé aparece @ cara fo ator em primeieo plano ou quando o ator é visto em plano fe ‘al, no meio da paisagem, szinho ou en outras companies, No cinema americano dissio, todo era preparado de tal for- sma que nio exstsse nenhum conflito para 0 espectadoe. O diretor tratava de esmiusar tudo até altima migaha, injetar isto som ideologia, e entrar a0 piblico tudo mastigado. "O piblico vai ver 0 filme endo pensa nada para entender 0 que se passa. Sai o cinema © se sente bem contigo porque nio tem nada a ver ‘com 0 que se passou. Sente-te esimolado, apenas, para obter l- igumas daquelas vantagens morais « fsicas do. herdi/heroina: be Teas, forga de vontade, coragem, integridade, vtiria, Como a. vide ‘the oferece ist, se refugia no cinema. comum se ouvir a frase = On, sofro tanto ma vida que se entto num cinema nfo & para ver sofrimento mas slegris. Um eritico de cinema francis me diste que adorava os fit. res eoloridos da Metro porgve ele era tio infsliz na realidade que a Metro para ele era um ove. Parise Paraiso de infcies, de frustrados, de impotentes, de vitimas e um sistema que of oprimem ¢ a0 mesmo tempo thes oferece ‘um paliativo a sala eicura, onde o fracassado anetesia sua vida © ccineasta brasileiro esti atento a0 que se passa no Brasil ¢ ‘no mundo, na sociedade e no cinema. Nao € possivel solar a arte f muito menos 0 cinema 0 cineatta & wm homem que se inbilea iariamente, dos corredores bancirios aos labirintos dos Iaborto- ros, do mundo sofisteado dos atores ao mundo violento dos exi- bidores, dos apartamentos de luxo aos pontos mais ditantes da selva — e por isto, se tem um minimo de sensibilidade, sera pene- ‘ado por uma realidade tio complexa que pe constantemente em ivida'o mundo en que vive Nosso Herdi deverk set este multiplo homem brasileira vie vendo cada crise em seus respectivos stigios. A instabilidade deste personagem atvo e reflexivo nfo eth em nosto cinema — antes jf vem de nossa ficslo e teatro esth ligado a0 préprio ‘conhecimento que, ob autores possam ter da realiade. E nfo se deslga também das precriedades de um conceto. de reali, Numa sociedade revelode, desenvolvide, € muito mais fhe concei- tar e pratiar 0 realiemo dramitico do que, come vimos antes, ‘numa socedade onde existe grande precariedade de informagées. 107 A aventura do conhecimento brasileiro se juntam os cineatas, querendo registrar pela imagem direta e dicutir Alar do que se she (ou pensa se saber) o nosso homem, més e of outros © hhomem falso, sabemos de sobra, é 0 Capitio Galdino NNio porque ust uma ou dust estrest a mais no chaptu de cangaceiro mas porque a respeito dele Lima Lareto no diz nada ‘mais do que qualquer especadoe. ji sabe: que ¢ um bandido © ali seri punido, pelo remorso e pela policia. Verdadeto, 20, con tritio, & 0 Fabiano, de Vidas Secas Vidas Secos, filme de Nelson Percira dos Santos, seliado fm 1968, insprado no romance de Graciiano Ramo, nfo. obteve sucesso popular, apesar de ter sido poya feeunda de polémica cole tural. © herGi, Fabiano, € retrante. Frac, timido, feo, faminto = no & covarde mas seu temor de um poder politica esconhe ido © opressivo o leva a fazer da honra’ no vingativa. uma re ‘compensa para ssa humihacio, Liz Carlos Barreto conceben para Vidat Seeas wma fotogra- fia diret: eaptar o sol do nordeste, ssa agio na pasagem © nos homens. Comidos pelo sel, os pevsonagens se deslocam iniial- mente a caatinga plana e vasta. A cena de abertura propde um novo tipo de cinema. Os personagens ve movem ao longe € se aproximam lentamente do espectador, na frente a cachorra Bale, ‘Como som se ouve apenas o ranger constrangedor de um carro de bo © espectador, que entrow na sila ecura, para ver um drama sobre a seca, se vé agredido por uma abertura que se Langa sobre le ¢ tenta forgiclo no a ver mas a forticipar do drama a sec. © filme se desenrola nesta proposigin. Os quadeos brancos ¢ li rinosos se sucedem monotonamente mas cada ui dels revela me tar sobre 0 que vé se ierita: se 0 proprio Fabiano herd no fax nada para mudar esta situacéo, se 6 chega mesmo a fugit ‘quando a seca se torna mortal, por que 0 espectador, na cidade, vai se preocupar com Fabiano ¢, sobretado, se chatear comm aguele Fabiano init! na tela? Ele sabe que aquee filme € diferent, sabe vagamente que no € uma porearia, eu nos jars publiciade, ‘sabe que tem qualquer coisa de arte, mat nfo agienta © protests bem que podia ser colorido, mais répido, menos triste Um filme populaists ‘mostraria Fabiano cantando xaxado & beira do fogo, fazendo sublteratura a reapeto de um capinainho verde; e moir, Fabiano no final mataria 0 soldado amarelo. Si 108 ‘ahi Vitria, que € ranzinza, morreria, e Fabiano, reebendo seu ‘echo de terra du Reforma Agriria, se casaria com bela camponest « aria seu rancho 2 beira do agude da SUDENE. ‘Este exemplo ao tem nada de engragado: em arte hi uma ‘opgior a que iste. A. otra & ui calendario de Ripoteses. Come esta vez, vendo Vides Sees, 0 espectador do. reebe um filme ‘que segue Sex movimento mental de macaco treinado part Feagir Giante disto ou dagsil, ele se reeusa a seguir © movimento que 0 filme o obrigs a fazer para ver que Fabiano nfo esti no melhor dos mundos possivelse, para que Fabiano mude, & preciso qve ele fe ostros modem 0 miondo ete (© amtrhori evita. Ninguém se emociona com ele, como nin rrvém se emociona conosco, ‘Perdidos, no sertio ou na. cilae, te tos de tomar 0 destin em nossas priprias mos. Vidas Secos & tum filme democritic, Nelson Perera dos Santor dsseca um dos pectos da Barbora serianeja, fala a verdade mas poocas pestoas Ruy Guerra, filmando Os Facts, (1964) tomo posigio dite: sente, Mostra uma massa de retirntes (massa de Fabianos) mas prefere ver as cosas do panto de vista das soldados (masst de Sol ‘adhs Amarelos, 0 personage que humiha e espanca Fabiano). Os soldados foram chamados ao vilarejo para manter a ordem: atirar ro primeiro flaelado que tentasse assaltar 0 armazém de comida Os ‘soldados so seres humanos, alguns de origem rural outros de classe médi, mas vivem em sew mundo. O flagelado para eles € tum ser inferior, que mio se Hbertou no se sabe bem por que, talver por preguiga, talver porque goste mesmo da fore. Fle 0 scldado,j& fer sun revalucdo [Na idadesinha. encontram Gaicho, hoje chofer de caminhio, ‘ontem soldado, Gaicho € um aventreiro, um disponive, um e& tico. Homer sem valores & bem capaz de, ieritado diame da pas- Sividade, pegar mom foril ¢ tomar a defers dos flagclados. faba {ido pelos soldados, Como Gaicho ndo vence da forme que ven: ceria ‘um serif texano, 0 espectador se realta contra 0 filme que, final, io The dew uma solugio e também io the contou sma histérin menos complica Os Fusis, diferente de Vidar Seeas, aborda um outro lado do problema nordestino, as relagbes do Poder com a miseria © usa fama Hinguagem violenta que pretende expressar todos Angulos do drama. Para Roy Guerra a hiséria nfo tem muita importinea: 109 FS eee See do, Sem saber om que ¢ por que atra sma. justiera devera vor e penser sobre 0 que corre para um mar eatrevsto em vero libertirio. fo de uma moral abstrata de purgacto fisca e espirteal ‘Assim, vemos que 0 comportamento do herd aver com a teniea de o expectador, como Ruy Guerra, deveri se deter mums longa cena fede um sertanejo desenterra uma raiz para. comer, ov eth outta ‘onde 0 soldado, por deformagio profssonal,€ capaz de armar_um fuxil de olhos vendados, © por iso matar, por reflexo condicions No quatro de natureza exuberante onde o drama se desen roa, 0 especador exige tm filme de cowboy progresiva © ime- fais xine um serra francés © nostro que nfo o é. Ea- tee Breton ¢ Salvador Dali tem um abismo, 2 surreaiome coisa lana. Lasteamont er urupsio e 0 prinece saree fot Cervantes. Nera fala de surratmo concrete, Bo dicure Gas felgies entre fome e misidemo, O nosso nfo ¢ 0 surreal 00 tonbo, mas feaiade, Dufvel € um errata ¢ seus ios re Seanon eo oe prineros filmes do tropicana e dh antropotaga "S fungo hire do sucelinnen0 mundo bspan-anes ‘ano eprimido fo agua de ser nstumento para 0. pensamento em direio de uma Tibergio anirgle, x Gnica postive Hoje tilaads daleicamente, em sentido profundamente police end rexfo do esaredmeno © da agtacto. mm © Cinema Weogeamiticn quer dizer isto: forma desenvolvida aprofundada da conseiéncia, propria consciénia, em reagio Given com a construgio. das condigdes revolucondrias, A intl fencis da crite frances, se bum que soob ¢ por vezes académi a, tem salvo o cinema de una mediceidade maior. O que cs Ccihambou 0 cinema italiano foi 2 criea pseudomarxista. Bazin {Ennio sais intelignte do. que Aristarco, embore Roseslini, Vis- font, Felini, Antonioni sejam italanos.” A excelente critica de asin fornou apenas Godard — embora ‘Truffant pudesse ser um irande cineasta se fesse peicoanlise. Duis cineatas franoeses ‘gue acompenho com atengiot Remais e Riverte. Mas enquanto 0 CGnema. francés permanecer no dominio da rario ele estar Timi- tado. Eo pior € que esta rasto € antidaltica, Godard € suigo ton sthdesenvolvido eamagado pelo pals visinho. -E € protes tante — um moralista timido que se auto-explode para ndo mor rer de mod, A POLITICA DO MELODRAMA E A CULTURA POPULAR 69 Entrevista © Gianni Meson EExiste um cinema dt vietinda © do subdesenvolvimento, rrema de uma coltera de fome: nasce da eesisténcia 4 violencia da opressio e gera uma outra vilénca, revolucionsria, Vamos achislo em coloagies sociis e politics diferentes, Brasil, Grécia doe nha euforia de entfo, dirtamente derivada daquele momento Mise 16 ‘rico particular, das esperangas, dos «Centros Populares de Cul- tures, estva na mina inspiragio inconirlada ¢ mio repinida 2 sama "violencia revoluciondria, Em Antinio das Mortes, 3 meditagio & amatga Antinio dos Mortes, no feal, caminha por wma esteada qve € wma estrada imperialist, tuminada pela Shell. A longa estala para a Revolugio Para Gianni Amico, Anténio das Mortes fala de ato-ironia 2o file falta totalmente 0 componente juizo moral um qualquer ‘omportamento moralista (0 moraista mince € caps de irnia, nest para consigo nem para com or outros). Ui filme de Terdade A falta de moralismo, 0 comportamento livre, total, implica que nia ‘existam personagens postivos ou nefativor: projecies monocrom ficas de elementos fundamentais da vida e da histria permanecem ‘ontinuamente com 0 seu ser, tem todas ae componentes do homer Nutro gue deve fer a revolt, €€ le que deve far Pela longa estrada; mio 0 outro Envolvidos (e assstatos) como somos no (¢ pelo) soralism sem freios que se alastra no interior da derivadaesquerda reve" Icionéria europea, daguele omportanento de escandaloso (por. ‘que € contra-revoluconério) simplicismo, segundo. © qual cada fw ature, cada complicasio prospética que nso sejaexcosivamente ideoligia representa trangiilamente a reacio, sorpreende (e son forta) que de um pais do qual esperariamoe’ um comportaments menos complexo, dada a situagio violenta e radical, male esquemé- ‘ico, vena ao invés 0 onvte & meditagio, & complicagio. As ve- es, parece, existe espago somente yara a’ filme se netesidades 0 contro, Rocha fala de pesquisa, Pesyuisn deo que quer Azer ser homens brasleiros (que coisa quer dizer ser homens eu- ropeus), da propria reaidade mais profunds. Anise da histria de si € de si na histria como momento de autoconhecimento in- dispensivel para poder seguir em freme, para eslarecer a8 proprias reais necessidades revoluionsrias ‘Os mesmos divcursos se fariam depois de haver visto Pare ‘tu Désordre, imedistamente comparado a Deut ¢ 0 Diabo. Mes. ‘mo te Rocha nfo é do mesmo parecer. (de aeordo) die que é sim sum filme de Terciro Mundos, que € importante, mas também que Nico Paputakis fer um filme tarrativo, discursive, tradicional, nfo alco, um filme no fundo «colonizados. Mas née 0 tinhamos Jnvestido da noasa necessidade daguela meama pesquisa (procira) ns ee et da qual fala agora Rocha. A procura daquilo que existe por tris fe dentro de 268, "A Grécis, ji I tempo um pio na politica baleinica herdada ria dos 800, « hi mais tempo ainda wm oscuro ‘einado privado de paz ¢ de importa no tabuliro eutoped, um os fiveos de ‘monte de peda, de profagos, de mercadores, de pastores, nao cbs tante tudo existe, com a forca de uma paisio que noo reconduz Aguilo que representa: a chamads origem da civizagio europa. ‘O mito, a tagédia, 0 significado primirio das palavras para. ex primie as necesidades aque damos o nome de sentiments, nés, {do somal, podemos deixar cat? Roberto Rostlini, Homer vivo, deu-se um trabalho: explo- sar e contar as historias cle onde viemos, para ajudar quem quer ver melhor © compreender mais no seu cotidiano trabalho politico. Jean-Marie Straub nos dew a media (unidade de) com Johan Sebastian Bach agora com a forga da humildade a capacidade da persntncia (Iemosia) se apronta para rodar Othon. Porgue querer a todoe os eustos de menos? (da Meo). a traveling inicial sobre o sertio a0 traveling final sobre o sar, dois longos balangoe (consuntive we preventivo) de um mand mal dividido, erado, Dew ¢ 0 Digbo se move superando 08 temas 4 proprio enunciado, matando Deus e 0 Diabo em si, ¢ se cimes- ta centre verdade & a tmaginagioe, em uma propediatica 20s ho- Cinco personagens princpsis: Manod, Rosa, 0 Beato Sebas- to, o cangaceiro Coriseo, Antinio das. Morts, © percurso de Manoel é exemplar, A fome («Manoel © Rosa viviam ‘no sertéo, trabalhando terra’ com as préprias moss, © falimento da tentativa de eolaboragio pacific com o patedo («mas eseulpe, que lei € esta»), matanga e rebeldo, persegugio, morte da me, a viscruce da fuga («potssimos 36 0 not destino»). Um dia entrou na vida deles 0 Santo Seba leva ao cs, corpo e alma dos inocents Sebastio guia a mulidfo: «O fogo suk das pedras. Existe ‘uma terra onde tudo 4 verdade, os caval comem flores € 08 hr= mens comem plo feito de pedras. Manoel deride: «Dos a minha forga ao santo para lbertar 0 over, Depois Cortco, © cangaceito, emis morto que vivon. 126 tinha bondde sos cthos e Jesus no coragios. Manoel di: «Me olhow por dentro, um milagres © com Rosa segue estrada do Monte ‘Santo que Mancel_ decide: fer av encenagio @ Jost Cal A pega se. perde. Petco também SS versbes de mérco Nuctira mas Rosisha consegue achar m0 fpequeno apartament de Botafogo Planejo far O edo de 7 Cabecas © A Morte de D. Quixote na Expunha, Penso em abandonar estes projetos para fazer Amé Fico, mas acho que & preciso refazer tudo e encontrar situagio ideal para a produgio que deve exstar 200 mil dace Rosinha € partidiia do filme e hoje me dew este cadern. Rewlvi anotar todo 0 filme aqui e por necessidade de criticar re soivi escrever uma narrativa live deste filme. Vamos jantar da- {qui a pouro com Visconti ¢ penso que ee seria um profstor ideal para Américe embora ache que Zelito deve ter uma farte no filme eegue Las Carlos seria o fotigrafo ideal. Para o elenco talver tue 0 Geraldo Diel Rey on Alfredo Alcén. Queria war também abil, =, Siva... €.0 grande Armendariz, © fosse 130 (Outro dia, vindo de avido de Munich, conte o filme pro me veio a idéia do travelling do presidente dangando tango. Penso logo no ss... mas ss... me diz que Brasilia nfo a Pra esta eena € tito me lembro” do Palicio do Governo no" Mara: hlo, A stugio pola do. Peru tales permis que o filme seja seals 16, em 1970 08 1971 a : A inocineia de Laie ‘A cenografia de Mies A grandeza de Griffth A dialtica de Eisenstein ‘A poesia de Renoir AA fora. de Welles A invengio de Godard ‘A isreverinda de. Duel (mais 0 romantimn) (© Sentimenta de Visconti de Bernardo, 0 amor ‘A intuigio. de Rosseini de Gianai, 0 vigor de slguma coisa de Strub, o mismo de Kazan 4+ Cinema Ame- ricano Bresson, 0 portalouguismo do. cinema e a paixéo de Gla: ber Rocha Outra coisa: a biografia épica de Leon Hirzman. Conversar ‘com Leon desemvolve minha razio.cinematogrifica, Nelson me be em divila. Walter” me di. segurangs. ici me aprimra a cultura. Gustavo educa mes gosto. Paolo César ajuda. minha in- tegridale. Zlito me estimilas arreto, David & mew confidente Antinio e Eseore sfo mess colaboradores, .... que eles deve fazer filmes e penso em produzir or primeirs filmer dles, Con versar com Gianni Amico ¢ fantisica. Gianni e .... alo existe Gianni vai me ajudar a botar os planos do Leds. Trigucrinho © Gianni me ensinaram tanto do cinema come... @ vvser 0 tae tro e da arte em geral. Na critica, Walter da Siveea me intro- dri, Paulo Emilio, Alex, 0 Presidente, Rudi, Marcordles © at sesma me ensinaram muito. Inclusive 0 Salyyano!!! alo aqui destas ecisas porque quero talvez me livrar de to: das ap infhuéncias boas © ruine para me preparar para filma Penso em dedicar a F. @ 4 meméria de E, Serh talver inter pretado como demagoga Comerei trangiilo ......, Neruda, Asturias, Algjo, Vilar et. para vamitar como um veleto 13 ee eee ee nese Peso em tlegrafar 2 Dan Talbot. Produssme un ime a ‘nos mortos andnimos © famosos pela libertagio da América Latina, "emo que nfo pissafarer exe filme, mas peo The virias verses fcario guardadas na media do posi, 0 que poterdpereiir uma antec mais profenda de tooo ine Discussbo da concep eetitca © sun integraio poli 1 via vex, em 3966, pedi a Paulo Francis para fer oma ds feraies. de Vimérca Nutr. Tia eanversado com de sobre a Velgeridade da burgucsa rail que procarava se igualar una itwcrva europa ja deayarecida —e-conepura apenas in tir orm Durgucka internacional tals vulgar do. que se considera mo welgars pas © tanddos, ‘Ore, putas © band no sio fecaton, Nm ime como Bok de Todor as Santos de Teiguc Fin, ov no dctmentrio de Gian sobre samba, bi plans que Teva iflocncia cla db pov Iso ge vétabizn em Jorge ‘mado au Jost Lins do Rego. 22 Kei mais edegante do oe ‘qnkucr avdo. de Prowt — core ha mula braslas que Spica 0 cael ‘Prout fimyando 2 bunds com oma faa da eCina Hora Franco me doe gue e rutero 3 one que realmente a bur foil cru cafajestes Fe flow também que o rocco tha un proiena de extn, sts observagio € tien da itl Bronce’ de despeta two no Tras, indanve © porous, ape erie tet um tn eure cinders de texto que ns tenes atl tmene, © Junio de Freee o Franc sfo prsonagens estashas Tm ia flare Hongamente dese de" outros iniectais brat lero que estino ¢ aio “a"worinca ettca na Amérea Tatina & muito grande. Tso rio impete que alguns dos aloes eatitres Je nota épaca se Jam Inunoamericn:Worges, Ross, Crtza, Alejo, Dramiont bra, Jorge Amato, Marquee Ne-cracio atta maior mpecho & 0 melo. Os autores ue chara pres obras na Amévca Latina vencerim © melo fora alo secombit ao terorsmo do complexo de infeirdade. Ev, Rosie, rompl ese compleso no berro. A primeira pessoa que tne demonstrou esta babugsice fo Lsis Carlos Barreo. Mas 0 Trastivo mais desomplenado que conbego €-0 Ze. Eu nfo 132 tenho medo de eriae, 4 tver engenho © arte vou em frente. E é ‘ecessiio mio ser babaca, pois @ babaquice é o maior inimigo do América deve ser um filme que mlipique Eisenstein por ele ‘Arnaldo Camillo me disse wma ver diante das ruinas de Porm plia (era um domingo entre janeiro © margo de 1968) que Simon Baar suis no Vesti de med ste Armen Lat 3 partiu para sua agio politica, Verdade ou menira quero partir Sat pata paca eon ado po ‘qvero_ pa Como me deslgar de Os Lusiadas ou Ode Meritime quando penso mum filme? Visconti me disse hoje que minha ambigio ee ‘étca no fem limites (tenho medo apenas de nfo ser bastante cute « racional para discptinar minha imaginagio), Ela me surpreen 4, mas, set que isto néo & suficente. Ontem, sentado numa lat ta, eserevia planos de O Lelo de 7 Cabycar e descobri que esre- via 08 planos como um compositor escrevendo, uma, patitura, Sentime aproximado do cinema. Perdi o medo do. Godard Fo maior cneasta desle que Eisenstein morreu ‘A monragem & uma dialtica de estutura comparada. & poe sia, Nao €o cima, mas a montage dat palavras que #30 a supra: fsteatura do clima, América deve ter uma montagen épica, Mas queso revisae © proprio Eisensteins wma épiea modem prodsida Por uma, cl tra critigussima mas ainda desconhecia, Sou obrigado a ser 30 Tidério com esta anigiidade, Mas € tio perigoso fazer cinema na ‘A. Latina que desejo carver 0 isco de ambicioar a totaldade, Eisenstein era tio puro que aio tinha vergonha de dizer que sentia o verdadiro éxtase da eviago enquanto flava © Potem- Fin; € acrescentou que quem tiveste filmado Potombin semiria a ‘mesma coisa. Por isto Eisenstein realizou grandes filmes. Nio teve medo, e sua principal virtde foi ousar a belesa. Os revo conérios <0 em eral eacondrios em materia de arte, Qualguer ‘dos Teves politicos que poderé Iiberar o Brasil da ditadura apre- ‘senta sempre uma tendéncia contra a vanguarda esti. Che e&- creveu que a vanguarda esitica deve estar integrada 4 vanguarda politica. Cuba div um grande passo neste sentido, Li em Walter Benjamin uma mixima de Brecht: ef melhor a8 mis coimas novas ‘que as velhas coisas boas», Os revolucionirioe tem melo das cot {85 novas em arte. Sip traticonalistas,vieiados na eltura, Bure 133 PRP Eee eee Eee eee EEE eee aqua. Nio slo verdaeios revolution — porque wma re¥o- Teds sila te sealea integrand economia e cltra e dest Gialten a ecltara novia deers sero propio acaismo, onde 0 femem pooerd cite gorar a obra_de arte — ponte’ mixino Go seu desenvolvimento indvidsal/cletvo. Mas oreaconarismo Stes st agrava com {ato de que os revluinéron se setem Drotegios pels bonconsiéca revoaciondsa a fim de projear 2 Tes alo Ws vengundae ster. Eno eso. do nena. aia Gio E grave. Porque cher nio &comiderado uh arte 0 sen Sis urguss (como o teteo ete) © orgie por outa lado © cinema Jlsperta um gronte fteresse maior que qualgier arte, a8 pessoas se emtem teetatas dante do Caen e desencadlam smu onda {ie ctias amargas ¢-detttivas, todo mando quer diver 20 Sincata o que scle dee fllmara, com a maior falta de respeto pose. Os antfasnase nfo to fascists quanto os centres Tessas do per. No listo Cina Novo Tuts sinh contr 0 faxciano, ‘Meum assim 0 Cinema Novo viow am fenimeno exturl imran 0 pins» Teri Mgmt ai env do que v-praprs cnuna extano.e adasive os eabanot “Econom 0 semtivo vevlucinario da. Cinema Novo.” Oe estat braskizo inveja 0. Cinema Nowo © compensa est Saveja om um desprezo foreado, Um ator famosa do Bras responde Sum oral ZO Cinema Novo esti fazento muito sucesso em Paris, né?> {Sto ¢ tice ta burrice nacioal. © ‘eateo brasieo, € um tixo. es stores nio tem hurildade. Pensa mma sia bur foo oa em faser eavéra aor cinemas da Esropa quando estio Ene os melhores cieastas “do. mundo. Ontem um prods me Serecet Marlon Brand, quae inplorande: este ator’ braslro devia mio fer omfleson, Ou 2 gritina que dise ma mesma en ‘Acho os filmes braieicos intligentes demais. Prefiro_ ot fines burros da. Metron. Ors, eta grifina representa. a parte Irae ireunsivel da burguesa bras. Els diaendo. que pre fore fics burton far Jogo do fandamo, dow produtores co- inercias ees —e sola 0 Cinema Now, Nas‘ srt conic dy Cena Now, com um om tancamentointracional, now. perte reir. 0 Cinema Novo to 6 Gnena basic ating compleso de iferioridade de forma tio violerta que a feagies sib noma 134 6 0 Cinema Novo a pré-histéria da revolugio eutural bras Jers, capitlo 2 depois da Semana de Arte Moderna, ‘A nossa soliddo aumenta porque 0 contato com outros inte lectus '€ dificil: meamo of bemintencionadoe nfo entender de 2 — Nao creio ser possvel discutir um problema estético/poi- tico mem falar’ das coisas mais gerais ou Spareatementesuperti- Gals. Américe Nuestra deve ser um filme nacido de todas estas contradighes, Por exemplo: deve ter um espirto elsnstiniano mas ser anti-Que Vivo Mésico. Nio gosto do esprito plisixo de Vive ‘Mésico: ai Eisenstein transferia DaVinci, Michelangelo, et, to dda a Hlealizagio renaicentsta para o Mexico, A.plistca dle Que Viou México deveria ser moderna como. os travelings de Renoir ‘no campo em Medame Tovary « outros filmes os mesmo Rosslni Toografow Viaggio in laa. Nao hi limites of cacsifcagies para a arte: no surrealsmo de Cocteau, A Bla e a Fera com uma vein expressionist & mais bonito que Orfew, cxjo realism posal wma ontade expressiva 3s vexes ridiula (stro sia bringust com 0 Straub, dizendo que © Langlois do futuro exibiria L'Aventura a0 lado de Caliart "Expressionsmno cinematopetico 10 tem muito a ver com bar roquismo ou luz/sombra de cenografia. Fre Lang nio € expressinista, embora muitos criicos 0 re- Tacionem digetamente 4 famosa escola Alem, Vendo. Sieyfried, por exemplo, a cenografiateatral €anulada pela posigho da elmera f pela mmtagem narrativa, © ritmo interior & realsta © tado pa rece um documento verdadero, Jaen Welles, 0 teatro expresion fist se faz sentir, enbora os recutsos da técnica cinematogratica fejam osadoe com miss sbundineia do que em qualquer outro. ce neasta. Mas Welles nos deixa sempre esta impressio teateal por tris de um cinema delirante, de Frits Lang, € 0 Poied de soa Spors. E deveria ter inspirado. Rosen: certamente inspiron Go: dard. AF & uma obra-prima (© primeira cineasta dialético pés-isensteniano & Godard Straub também, mas 0 seu raconaismo classcistaemperra um ous sex ritmo. Terra om Transe-& um filme diléion, ntinio ‘dor Mortee € laltica’ tem influénca de La Chinise © de Straub, TE uma falta de complexos romo a Eisenstein Com “dntinio daz Mortes, eu me liberto como cnet, Chega de ertcar 0 cinema, & preciso transformito 135 Pee (© exerciciodiatco do cinema pode gerar as novas formas € inodusir 0 espago na montagem, que ainda € rgida por um prin- pio. temporal “A Bout de Souffle & um filme joyceano, La Chinose wm fl ime dialétvo, Made ix USA um filme futuryza, British Sounds tim filme dialético — 0 mais dalético de twos por que nio fare (dado em socilogia jornalistca como «2 ou 3 colts ‘A eleole du regards esth acabada, O cinema expletivo, de stmosfer, ei acabado. Fora do cinema dislético, somente Bufue, ‘escapa, © modiamo em Buivel tem: contado uma’ dldtiea propria SC isto quer dizer 0 imponderivel do. conhetimento. Creo que f dinensio. poita € 0 estimulo maior do marxismo. O mater Tismo centficsta € 0 principio do neofascismo — (Benjamin diz ‘que Brecht assnalava que na. Risia, haia uma wiitadsra sobre 0 proltariados). A grande contribuigio de Mao & derrubar esta di- tadura por uma verdadera democraia proletiria. O termo edita- dura do prletariados & fascsta em si. Democracia ope fu seja, demecracia entre os que produzem é 0 justo, e através deste principio. demecritic, podemos entender democracia com ialitica. A’ daltica me parece um soneto — em Peteara, por fexemplo, ha tanta gica quanto ha tanto imponderavel sensacio fe percepsio; sio fungtes bisicas do poema, De Petrarca a Mal Jarmé — seria como de Chaplin a Godard — neste momento 2 obra de arte se faz pritiea e (praxis) no cinema nada mais fascinane ‘A montagem diaética deve comecar pela andlise das estrata- ras, Evem A Boat de Souffle, Godard plveriz.joyceanamente 35 estruturas mas sb comega a comunici-les, com intertupgées, em Viere a Vie, eabora nos outror filmes j& vejamor pelo menos ‘as estrutarae expostas, cinema narraico crit uma estratira ‘Weal que eensura as outras — minimo de informagto € redundin- cia — a eretinice de quantos artistas que pensam ser modemos porque deseabrem 0 dbvio, quero dizer: descobrem a estrutura da Comunicagso imperiaisia «pensar que avotar esa estrutura seja fnvengio ou modernidade. (© cinema que se diz brechtniano, cai no mesmo erro: 0 Sinieo brechtiniano & 0 préprio Brecht. Losey tem influéncias — sobretudo nos atores, © Godard é um neo-Brecht. Mas é ridiculo ver filmes Troe, narratives, censurado, introvertidos que tentam justificar sua neatralidade cm nome do edistancamento> brecht- nino. A wowlle tague est cheia de exempos deste tipo. Pole. 136 se dizer que a nowwele vogue criow uma eatética burguesa por ex: ‘eléncia. Isto se confundia com 0 chamado cinema de autor que = confunde por sua ver com ineficicin Os snicos filmes desta cescola que fzeram suceso foram por matvos sexuais —e outros somo Hiroshima e La Guerre est Fini de Reanais, oa alguns de ‘Troffaut — por algumas ineglveis qualdades de rupture. Arup tura de Resnais & préjoyeiana, O que caracteriza eta exiraord nitia capacdade do francés atual para critcar soa incspacidade ‘riatva. Resnais desarticelos o tempo. sem articular a. dulética Seu cinema poderia ser diaético se nio fosse Iter izer burgués — com 0 elssio problema da consién ados morass snobs ‘e infantis como as cenas de amor de La Guerre est Fini, sacanagem eartsticns exemplar. Uma. coisa facade Resnais; seus atores. Mas € um documentarista. genial fe Toi wm revitalzador’ do traveling no cinema, Nuit et Brow ord & am file de eteutsra dilética © Tout lo Memoire du Mon- ‘te, um poema (antididitco) de grande Beleza. Como os instan- tes inicibis de Hiroshima. Mas ‘como & triste seu episidio em Loin du Vieinam. Marienbod & vam eassio. de obr-prima expres sionista literéro, subjugado a wm nealiterato camo. Robbe-Grilet ‘Mas & wm filme fascinante, embora sua aparente modernidade es condi profundo acalemicismo. Se Resnais, foe alemo, Marie Dad ria uma cbre-prima. Ha travellings geniais! Eisenstein arn a Mavienbod.. E 0. posto. magico de um cinema plshallywoo: iano —— ec teria exstido antes de Lola Montes? Este € um fl: ‘me modernisimo uma dat obras-primas do. cinema, Vi em No- va Torque no muses, com Nelson © Zelto, © © Nesom adorou, CCreio_que nem Godard seria tHo genial se nfo tvesse visto tam ‘bém Lola Montes, Cinema complexado © infantil € 0 de Frangois Tratfaut. Le 400 Coups & um filme sincero. Mer Jules et Jim cnvelhecen rapidamente e depois de La Peow Douce, eu nurica mais tive ineresse em ver os filmes de Truffaut. Agora jé se integrou 0 cinema comercial de loxo. Bom dlretor, antintelectal, sincero fe pobtico, £ Jacques Demy. Gotto mito de Ler Porapluies de Cher- Surg, tnico filme dele que vi, Demy é um genleman e Agnes uma maravilha: gostei de Le Bonhewr. Perdi o intereste por Cha- brol. Malle & talentovo, Malle procura se transformar — € um Thomem ico, alo quer chegar ao suceso social como Truffaut Le Feu Folet & uma confislo burguesa. Max Vivo Moria & en- ‘gradasimo. Chri Marker, que & uma_personalidade fortisima, fer alguna exceentes filmes. Lar Jeieé @ um filme intelgente 137 soporte. Os textus so iterkris, mas 4 nowoelle vague no & ums ‘ole literéria? A eon baeana da N.V. sea amor e respite a0 ‘Sema, Tato se deve muito 200 Cahiers du Cini (© TRANSE DA AMERICA LATINA 69 Entrevictam Federico de Cérdenes e René Caprites Apesar de fazer cinema voltado para a relidade social, nunca admit nenhuma forma de demagogia estésca em face de wma arte polities; porque o que acontoce & que existem intlectois, escrito es, artistas e cneastas que jusificam uma. péssina qualidade da ‘bra artistica em nome de intengio politica progresssta, Isto. € traigio que no admito porque aeredito que 0 fenimeno palit, ‘© fenimeno social, 2 ganham sta isportinca.artisticn quando cexpressos através de uma obra de arte que este. colocda numa perepecivaesfticn. Ou seja, a bela frase de Trecht que da stra nowas iis, novas formass. No hi ostra saida, De modo ‘que me desagradaram as teorias de arte politica fits em termos i de realsma socialsta com as terias de realimo «riieo Uefindas por Luckacs e todos qantos eecreveram sobre a arte evolucioniria, Espeialmente aa América Latina, nde st encon tram grandes intengées nas dedaragies, mas os resultados denotam tuma alieragio completa em reacio ao proces cinematogrfico (x sefa, astores que combatem a alenacio do ponta se vista sécio politico veaigam filmes que — em si maioia — aparece pro- fondamente alienados e que estio, no fondo, ligados soe precon- eto culturais colonialist do cinema americano os esropet, Quan- o fiz Terra em Transe foi sabretsdo como cineast, quis que forse ‘uma rutura amis radial posivel com ease tipo de intluéness, ‘esse tipo de slienagio cinematogréfica que se sente na critica e ext rpitos filmes, Claro, hd exeegBer, nem todos os erlicos ow ciness- ‘sagem dessa manera, mas bos parte manifesta ita complacénsa, Terra om Trance foi a tentativa de conseguir em cinema uma ex: Dressio complexa, indefnida, mab propria autintca a rerpito ‘de tudo que poderia ser um cinema da. América Latin, Na literatura da. América Latina jd se encontram exemplos ‘deste tipo de experiénea: a obra de Carpentier ou de Garcia Mir~ 138 ques, & de Neruda ou Nicolis Guillén, mas nfo no cinema. Fie Terra em Transe com esta intengho. Néo foi para agradat 20 Pi biico ou erie; depois de dex anos fazendo cinema, financando sev filmes, crelo que 0 trabalho ip cineata or paises sublesen Volvidos compreende também o de peolstor, distribuidor, publi tirio, tudo. Fazer cinema, para mim, & um complexo tal, nao Alefendo 0 mito do artista individual, fechado, nada disso, Ii fag © filme, prodszo-, dstibwo, divulgo ¢ exibo. Entio, a esta alta, farece gue o cineasta no pole viver mais aa. dependéncia, Fis Terra em Transe com a aspiragéo de que Fosse uina bora. 1 ‘ida. com toda intengia, Atacando os preconcetos de uma esr Badémica,conservadora, a que reaglu contra o filme de una forma peaitica, e isto fot positvo. No Brasil o filme foi langado em rio a ui grande polémiea, foi proibi pela censura sob 36s ‘io de cer um filme allamente tubversivo e imvral, atacando-o do onto de vista politico, moral, sexual, ee. Apesar disso 0 filme fos convidado Cannes e, devido a um protest internacional © brasileiro através da imprensa, © Ministo da Justia reabria 0 pro ‘cxsso Tiberow 0 filme sem cortes. Mas quando se exibis, a maior parte da exquerda coficals stacou-o acvsando.o de facista. Foi uma polémica socal, cultsral © politica enorme; hoje, Terre. cm Transe, bi dois anos ve Tangado, contings permanente ¢ atl 3 imprensa continua ocupando-se dele, diseutindo-o, «0 pablic, tanto ‘© que foi ver o filme e mio o entendeu como 9 que o vit reagiv contra, tomou conscéncia dele. A realidade € que o filme, agora que esti Sendo relangado e circular’ cineo anos 10 Rio, Sio Paulo ce Estados, comesa a ganhar seu lugar. E provocou muitas coisas tno Brasil: determinoa uma influgncia mato grande no test, pote ‘que em seguida houve um grupo que montou O Rei da Velo, pega {que me for dedicada e que tem Onald de Andrade como autor, busca na obra de um dot autores de 1922 que provocos um grande ‘acindalo em nottor meoe teatrais. A partir de Terra em Trane, Caetano Veloso iniciou 0 movimento musical tropcalita. ‘Toda ams nova diseussfo sobre a estura brasileira, especialmente aquela com prometida, ou melhor, lide (néo me agrada o outro termo, por emagigico) 20 sécio-plitco, foi reculocada, Se exponfo isto, nfo € por mera vaidale, mas apenas para ‘explicar © demonstrat uma idéla villa: que a intlerincia em max téria de arte € 0 pior crime que exite, Porque acontce que of chamatls tericos de arte uu defensores de alguma esla aristica 139 mere ee eee eet tio tém flexibildade de julgamento. E na arte as inicas obras que fuacionam slo as de rupfura, em arte ae teoriae prévias 20 Yyalem nada, sobreudo nos paises subdesenvalvidos, onde xb ee pode Taser critica de arte a partir de fendmenos dados, terminando qual quer teoria prévia, qualquer preconceto, inevitavelmente desvi Glades. Por isso Terra em Tronte foi uma experiénca vital para ‘mim, E do ponto de vista internacional o filme teve boa acolida fem Cannes e no mercado exropeu, gathando vieios prémios. Agora, ‘que serélangado em Buenos Aires, tenho 2 certera de que cont. ruaré provocando polémica entre 0’ piblico da América Latina que fo vir. Porgue nio me interessa que se diga que & tum bom ot tum mau filme: desde que algwém diem sua obra um nivel de cariter téenico © preceupagio estética Wberados de primarismo, © desde que 0 filme existe como fentmeno cnematogritico 10 eet, © problems de casifcklo bom ou mas, bonito ou fei, & absurdo completo. A arte de hoje nio esti mais Ugada a ese tipo de cot Terra em Transe & um filme sobre 0 que existe de grtesc, Ihorroroso ¢ pobre na América Latina, Nao & filme de personagens postivos, ndo & filme de herdis perfitos, que trata do contlito, da ‘miséria, da podsidto do subdewenvolvido, Podridio mental, cuts ‘al, decadénca que ests preseme tnto ma deta quanto na caquer- 4a. Porque nosso subdesenvolvimento, além das febres ideoldgias, € e civlizagio, provocado por uma opressio econdmica enorme. Entlo, no podemor ter herbie postivos defines, nfo podemos ‘adotar palavras de beleca, palavrat desis. Temos que afrontar nossa reaidade com profunda dor, como um estado da dor. existe nada de positive na América Latina a nfo ser a dor, & risri, isto € 0 postivo & jastamente 0 que se considera negstivo. Porque & a partir dat que se pode constrsie uma civlizagio que ‘tem um caminho enorme a seguir. Essa & minka opinido tobre 0 filme, Repercussio nacional ¢ internacional ‘i J4 respond a isso. Agora € que o filme & mais atual. Na Argentina 0 més préximo, nos Estados Unidos dentro de tr me- se, provocard novas polémicas. Continuo vendo o filme da mesma forma como 0 vi antes. Porque o fime nfo morre, continua atsan= oo considero minha obra mais importante, A critica conservadora tem a mania de dizer que mes melhor filme € Deut ¢ 0 Diab 140 Para mim € um filme académico, romantic, ¢ liad 4 cultura esta Uelecida no Brasil. Até certo ponto é tradiconalita, cultralisa. Terra em Tronse & filme de observagio pessoal ligado diretamente 4 minha reaidade, sem outro apoio na tradigio’ cultural brasileira. ‘Com Deus e o Dish ocorre que, quando & enibido para um piblic, sobretudo ease piblico que se diz ede equerdas, no final of expec” {adores batem palms e dio vivas, Detesto esta eacSo romintca © demageyica, O- que interesa & que Tera om Tronse, um filme de fimpacto pela desordem intelectual que provocs, dbriga 08 especta~ ores a pensar, enquanto Dewr e 0 Diaho os far entusasmarse Fiz Terra em Tronee contra 0 espirto de Deus ¢ 0 Diabo, que de certa forma & filme conservador, Os que estio. contra Terra em ‘Trance dizem que «nfo repeti as imagens de Deus ¢ 0 Diabo». Foi fsto exatamente 0 que quis: alo dar a mesma visio, ndo fazer espeito. Porque no me interessa fazer careira arti tiea de cincasta nem aleangar stcesso socal em torno do meu cinema Interess-me criar polémica, partcpae de uma atvidade cultural € politica que fago da melhor forma que posso.. Por isso Terra em TTronse me parece mea filme mais iasportante « & 0 gue mais defen- do, mesmo que stiba que tem defetos. Porque sio defitos que hnunca poderiam ter dixado de exisir. Se fizese um filme sobre transe da América Latina e he detse forma acabada, estaria Stuando contra. propria prixis do filme. Um fllme de ruptora Ge crise, tem de estar eo pobre quanto sea proprio tema, todo integrado, Isto, sem fazer Giferengas de forma e conteido (8 52 tuna diseussio valha e aradimica); o filme € wma expressio tote isan, newrética, politica, social, pesca, sexual, de tudo 0 qué, ‘como latino-ameriano de’ 31 anes, posso expres vivendo ness fealidade e numa sividade radical em eelagao a da, em reagio a minha maneira de expressila Teoria, Crbica, Cinema dor EUA ¢ Téenica Extou contra toda tearia, mas isso € complexo. Sem divida, hi um procesto daiéco do qual no se. podem separar acfo € reflexio, Quando o cneasa filma, o resultado € uma sintese de tambo, mas tudo isto € mais normal do que se ere. © cineasta deve cntregarte completamente 40 404 trabalho e se isto acontece, tet- tminard — forgosimente — expressando algo. Nio acredito, incur sive, na idéia do talento» como ponto de partida. Acredito num problema de honra intelectual, de coragem de aglo, de dlsposigho mt Beet de trabalho ¢, por conseguint, de reflexio sobre os fenimenos sm ‘ernos. © fendmeno cinemstogrifice, polio, filosfica, ee. tao Tigado 20 trabalho. Continuo sendo um rico de cinema, isto é, fontinvo esrevendo © refletindo sobre cinema, mas 0 que bus Eko ver hoje wm filme procerando se & bam ow mau Cecio que fesse € um erin errado. Como set como se fazem os filmes fem Hollywood, aa range, no Lrasil ou ma Tia, ¢ ja sci os fend ‘menos que determinam 2 exsténcia de wm filme, no posso manter f atitude de criticar intramente alenado em rdags0 4 esse pro essa. Em relagio a0 cinema americano, por exemplo, of iticos ‘ostumam dizer que o filme do diretor tal & muito bom e que 0 ‘iretor fer eto on agi, ‘Mas o cinema dos EUA, que conhego a fundo — estive em Hotlywood « acompanhe © processo — € feito pelos produtores Ie vando eat conta interesse de distbuidores, stores, ete. O cinema american & cinema artesinal de equipe aio diretor inflencia pens 2076 do filme, no esolbe o argument, nfo monta fine ‘Mesto op nomes como Hawks, Hitchcock, estio sujeitos a0 mera sismo. E entio surye um critica e esereve: «Minaelli € um génios, € no € assim. A Metro € que programou filmes que Minneli di igiu, com sua dose de contribuiio pessoal. O que se crow emt tome disto € uma mistifcagio atvor. Os priprios diretores ame icanos que Hiam Cahiers du Cinéma pensavam que era brineadeira fo que diziam dels pelo absurdo, ja que seus filmes tem coisas fits pelos roteiristas, prodetores,ausiares, montadores. O diretor ame ean ni intervém ma tifa sonora, Esa postura critica € uma alienacio, Quando vejo cinema americana, tenho que crticar antes © complex industrial americano. Entio posso dizer que 0 com- blexo industrial tal de Hollywood produatu um bom filme que fa- lano de tal drigit, Por exemplo: The Chase, de Arthur Penn, que foi remontado por Sam Spiegel. No se pode falar dele como au tor do filme, No cinema francés € diferente, ld 0 diretor manda ro filme, e af podese refletir sobre as preocupagdes artistcas de Resnais, de Godard, de Trffaut, Mas este tipo de andlise & rea tiva para nomo cinema, Quando se vé o cinema da América La tina deve-se levar em conta que 0 procesto 4 diferente e temos de levar em consideragéo outras perspectivas, No México, por cexemplo, falnte de etéeicas. Besta a desgraga do cinema me- Socano, A técnica no € um mito; o cinema € um produto do Ginheiro, sto 6, alguim que quer faxer um filme reine Vitis pes a2 ‘as para consttur uma equipe. Eu nfo ti fotometrar uma cena, sentarme § moviola, nfo enendo nada de fotogratia, mas falo com © fotdgrato e digo: equero uma fotografia acsime —e ele a far. © cincasta‘dispbe, para iso, de um fot6grafo, um montador, et Téenica de cinema nio existe; 2 montage, por exemplo, no cinema ‘modermo, € uma construgio atbitriria como a da poesia ou a. pin fara, uma construgio estratiral. O_chamado problema ténicos fax que no México uma pessoa que ndo eonhecs 8 tvnica lo pos. 1 fazer filmes, mas os que a conhecem 03 fazem horrives Sou contra esse tipo de precetos, O México & um pais sub- Aesenvolvido que precisa de tin cinema vilido © nfo compreendo ‘como gente intlignte, que poe sr ertea, que pode ser cineasts, aceite sujetarse a um esquema dees. Existe o cineasta que tem ‘90 no 0 que dizer, e, 29 mesmo tempo, aquele que sabe fazer et ‘ema comercial ¢ agucle que nao sabe. Porque no estou contra 0 inema de consumo, que deve exist na América Tatina © bem fio, porque & um instramento para a conguista de un public, para’ a" elificagio de uma economia cnematogrifica. prope, Ci. nema nio & poesia, lteratora os pinta: ¢ wma aval insta 0b qualquer regime, capitalista ow socialists (que mio pode & ser um produto comercial inferior, porgue info povleré competir com a penetracio de um cinema mit mais acabado, como © americana, que € feito por miguinas TDM, chs las eletrnicas que programam a6 proaducies. Na América Latina ‘no se sabe ¢ se continua falando de dirctores ameicanos que no ‘exstem, O cinema da América Latina tem que desenvalvers, fa et filmes de comsmo, conqsistar pdblice, enfrentar © cinema Americano numa competicéo direta. Fazer cbeas polemicas, de arte, de polite, de tudo. este um processo muito complexo que no pode ser visto jsoladamente. O que acontece € que os jovens ce reastas independentes combatem 2 indietria, fazem peliculas que pretendem ser testemunhos sobre suas vidas, 0 que € umn fendmeno Siterério que alo tem interesse. O cinema € uma arte nova que tem de ser conceituada também en termos do que inlereess expor. HA assuntos que slo étimos para a poesia ou didto literiio, mas no para o cinema. Fu no quero saber a reflerio do cineasta argentino Sobre sua amante; pode etcrever um lvro, ae quite, rodar um fil sme em 16mm. Mas o que acontee & que um cineasa jover con- segue dinheiro, faz um filme em 38 mm, imitado geralmente de Go- dard e depois nlo & exibido, e se 0 € fracassa, 13 eerie eet Entio 0 tipo se queixa € diz que € viima do sistera. E no 4 assim, ce deveria saber que o cinema & uma téeniea moderna. de ‘Somanicaglo na qual 28 s¢ pode favcr determinados tipos de fms ‘Se fesse umm filme que encerasse uma polémica cultural vilenta capar de susctar uma grande reacio no proprio sistema, poder ter feito um filme comercial, de certa qualidade tenica e artstica que quebrasse a barrera da competigio estrangeira. Mas se quiser fazer testemanhos pessoas, experincias estéties on poitieas, que rode em Iémm; porque, se quiser entrar no mercado de 35mm, tem ‘gee cofrer om prejviras inevitvels dito mio queixarse de que 1 cinema esté industralizado ou Tater o papel de cineasta maldt (© cineasta tem que ser homem pritco, produto, distribuidor; ndo ‘ode ser somente intslectsal. cinema implica hoje wma nova co ‘epgio. Lito por ist, pla atualizagho dos eritsios da etic, que Aleve partir da andlse cconimiea do cinema. Ficar no teatro parse rente etético € uma alienacio e esse € ainda um defeto do cinema 2 América Latina, enbora tha havido grande evoluqio, maior tomaida de contcgncia do problema E 0 Dragio da Moldade contra 0 Santo. Guerrciro? Ext ligado a meus outros filmes, Antinio das Mortes & am personagem de Dews ¢ 0 Diabo, mas a dice & diferente. Primero: ‘io é um filme comdntico, aio'tem a dose de romantsmo de Deut 6-0 Diabo; € um filme que traz um amadurecimento dos persona- fens no que dix rxpcito a Terra em Tronse. Segundo: desie ponto ‘Se viet enttico,¢ sm filme sem » agitagio de Terra em Transe ¢ ‘sem 0 intsectuslismo que existe em Deur ¢ 0 Digbo. £ um filme rmovlerno em relagio aoe culros e com a intenglo de conseguir uma ‘cominicagio maior, mais diva, com 0 piblio 'E uma experiénca ova para mim, porgue é um filme que fiz chegando & condusio de que algumas coisas das que falei em sinhas obras, de que certos testemunhos e obsessbesinteriores no interessavam realmente a0 piblico e se davam num terreno lterd- io, nfo etando ainda meu cinema maduro para a exposigho deste tipo de problemas, Fir O DropSo procurando simplifcar para o ‘ande piblico uma strc de problemas complexoe e, mesmo estes, fem termos of mais simples possivel. O que digo pode parecer com- Plicado; & apresentar tm panorama mais aberto, espontineo, sem Fomanticiemos suprimindo os personagens inteleeuais de meus ‘outros filmes, “Aqal of personagens esto um pouco diatantes de ry ‘nim, porque em Deus € 0 Diabo até Corisco & um personager in- felecual que diz coisas que eu penso, uma espicie de veiulo de reflexbes filosficas minhas. No. Dropio io. Séo personagens Spies, personagens de aueserm inteiramente solos dentro de sua aslo ¢ filmados de forma muito fia; pariipante frla a0 mesmo tempo. £ dite expicar isso, um filme do qual sinda no pos ‘50 falar © que, como nio foi exiido ainda, ainda ndo 0 discut © ‘cinema’ & uma arte que tem de comunicarse, se isso no ocorre no faz sentido faxé-o: fica como produto tenoligico do século XX dastinado a ser absorvido pela TV, coisa velha que nem Sequer encontra sala de proesio. O cineasta modemo hoje € aquele {que pode comonicar on problemas mais complexos e mais profundos através de uma Linguagem que sea compreendida Essa linguagem J no € do cinema americano, inguagem ditatoral que precisa ser reformaa e quebrala. Hi outro tipo de limguagem comunicativa aque se pode aplicr. O Dragdo & tentativa dst. Tem espirito de ‘western tradicional dentro do cima brasileiro que é 0 mesmo de Deus ¢ 0 Diabo. Com consataées culturais mais niidas, Dierente {de Terra em Transe, que & um filme que pussa nim meio argues, tipieo de ceras metripaes da América Latina, 0 Dragio se ant bienta em meio camponés particularmente brasileiro ‘Tenbo certeza de que este ime val ser grande sucesso de pi blico. “E que a crtca esteticist e prejudial vai dizer ontra ver (que abandone! as pesquisas de Terra em Transe. Tso ni tem im: ortinca, como o que disseram de Deus ¢ 0 Diabo tampouto tere Fiz este filme como experiénca e o préximo que fier mio pare. cerd com ele. Alés, € uma experiéncia que fago no cinema fatno- lamericano, mas sem intenglo de abrir camino para ninguem, por ‘que acredito que todo cineasta tem seu caminho. Havin um crtico {que escrevia que meas filmes sio caminos para o cinema da Amé- ca Latina. Sou contra isso e me parece absurd tal como quando se diz que sou 0 lier, 0 pora-oz, 0 teirico do cinema novo. [Nio sow nada; 0 cinema novo € um movimento de organizaelo © ‘agfo, de produgio emnémica, & wma distribuidora chamada Dil Coutra, chamada Mapa. Colturamente cada cineasta fat 0 seu, 08 filmes do cinema novo sio interamente diferentes uns dos outros Evidentemente, 0s cneastas que formamos o movimento temo pon tos de vista comuns de interesse estétio, artstico ou caltral, mas 5 filmes de cada um € diferente. Eno existe tal ov qual ten- ‘ncia predominante. Eu nio sow porta-vor em teria slguma. Pro- us enna caro mew caminho como creio que qualquer cineasta latino smeri Sino complexo e diversifiado Centura Nowa censura & como a censura de qualquer outo pas PPeeoeuporme em atacar qualquer tipo de demagogia. Fala-se da cen ‘sara na Franga, na Espana, ee, Ceasura existe em todos 0s pat- fess Censura hina Rishia, e durssina, a pior. A censura € alg mas veres plitict, outras sexual, Nos EUA, a tem do pior tipo, fqve ¢ a econbaica. Pior do que st existisse a censura esata. Os ‘Gneastas que cultvam o problema da censura sio de ua hipoctisia fenorme, O dever do Gneasta €Tutar conta @ censura © no asto- famsurarsc, como nos EUA, onde hi censura prévia de roteiros. Devese ter 0 filme e ir discutir com a censure, vencer ou car Ia- tanlo. A cenvura € um instrumento exatale, camo vivemos moma foricdade dominada por extados totaitirios, capitalists ow soci Tistas, € uma contingéncia estatal no mando intero (© problema da censura acontece entio em termos de uta Garo, Em termos de néo ter antocensura © defender a pro- pia obra, cm todos ot termos possivels. © que no deve exist, Eautocensora, sm dos pergos da indistia. O que pensamos con= Sequir no Tfasil € ma indstria na qual seja defenida a Ier dade de expressto do autor, para evitar a autocensura econdmica. Porque a por censura & a econimiea, nfo a politica. Esta € ostra hiporisia que tem de ser removida. Queremos no Brasil uma in- distria na qual o-diretor seja'o autor do filme e 0 produtor 35 0 ailministrador econimica e técnica dele, ter produtores que cone treendam 0 fenimeno cinematogrifico; nfo comercantes, mas té bicos em econosia x adminstragio como € 0 cao de Zelto Viana, fla Mapa Filmes, men produtor, engeabeio espedalizado nestes ‘ampor. Os comersantes ndo podem ser prodtores porque nio en tenvdem, ainda que mio seam culpados por nfo entenderem. Para produzir um fim, nfo barta ter dinheiro, € necessirio conhecer ‘conomia, dstibuiio, administraio, publicidad, tado segundo as ténicas modernas, Embora seja a América Latina subdevenvolvia, fo cinema € uma indistria © seus produtores devem ser téenicos, tomo no cinema novo Lis Carlos Harreto, que sabe de economia fe prods grandes filmes, sabe que tem de produzir Vides Secas © ‘io qualquer vulgar chonchads 146, Cinearta e Indira ‘Outro problema que existe na indistria slo 06 diretores com scomplexo tegen '¢ que, sempre. fala mal dos" prodetor G"protor wotemo € tae sior do Times Ea paso fi tne, rcentemente prods Brasil dno 2.000, de Waker Cina J Evo proditor € tim coat do fimes nfo. no sen de der ins gue slo. do diror, mas no. de dar a eran. tcl a0 fine, Para aso tain onto do dcr eo. conta de “Agora, 0. que acotece € qi ultoe.teoces Iosonpetn der faze limes horrves que dio um pejieo enorme 00 pro iores ao qais is veres no rea seo corar 0” me fara tsiar empresa. Entio 9 dretor gna «Cotaram sinha oan iat a que bra se refere? Ele deveia saber gee um longr-metr feat asta hoje no. minino 60.00 dares na América. Latina que Tara fo perdé-loe tom que tala dentro de ua eaters wr tera de alo, © diror tem de eee ele problema erotémio, tu tabard por nip fazer nada, O cinema af pe mais ser fet, im. presnecios eicos ou ioras, com todos ets vice que se vim arratanlo © que sa América Latina representa 0c ‘eviano. ‘No México, pla alleragio ecndmi, or prodstores eo comerantss ot etre et reson um comes sco ¢ 1m colonia ‘rl estaggcro, Por outs lao, tam triste «Argentina, enbors a suagdo te sodifique ton oven, sas se mantin a mc prevespagio sree da Europa © no te acha gor 0 problena de sua indsrin sj estncabente de csuratura sronsavca porque a ta contra a cena etd ma rio Siveta do per da india snematogrtica, i tn interven tm lua c'que & responsive, em alg pale, pla attocnsur, ‘Tras de problema dicot, complex, date do qual gue far cinema tem que saber cou Tear, sm fae concession ocr Porave 0 que sonece mi Amie Latina € de um lado um problema Tesco e, do outro, um problema tcolgicn, Ea tee ogi reaover malts problemas que a idedogin nip slecionar, ps a idelogia tend a fear cto problema foto, eco de gato do fendmeno sisson. fa cnfusso ue se fa nat csquerdas da América Latina” una pesto que tem um componente fio, rewliconirn, de exert, atamente eopado © de grande ‘aritr, be fo entende nada de economia latinramericana.nlo er ur ee eeeeee Seeds ee eee ee eee ee eee eeeeeeeel ‘eovle nada de nossa relidade. A idesloga nfo basta. Temos de ver fgee 8 tenologa vai ser ‘ideologia do futuro. FE. esté acontecendo: {emoe o ano 2000 diante da gente, O cinema tende a ser vm fator prramente teenoligio, seja nim pais capitalists, seja socialist, por fteo, 0 dever do cneasta € procurar construi uma cinematografia, 2 partir da andlise de sua realidade, onde se coloquem estes confi, tos. Porque aman tinuard existindo, cam qualquer regime politico, 0 cinema com <0 Cincers 0 Cincer, filme mev, de 16mm, como todas as coisas que ayo, ‘stig ligadas & mim, O que acontece € que cada uma tem sua for sma. Em pintura, 48 vezes se decide fazer um mural, outras um ‘quadro pequeno, sso nio quer dizer que o maralseja por isto mais ‘experiéncia cultural, existencal, hu sana do autor, O Cancer era filme que mio tinh venti fazer em ‘cor ov em 35mm, Nao ¢ filme comercial, nfo o fiz para ter exi- importante. Esti tudo ligado bdo em circuit, E obra. com que me diverti cam meus amigos Decidi fazer filme em 16mm, chamei meas atores, meus amigos, fe Ihes die: «Vamos fazer um filmes. Fir ¢ nfo me cusow naa, © material esti aj, mar nao esté pronto e ado sei quando vou pre- parblo. Fir o filme embém para demonstrar que em cinema no Ib wm o6 caminko, Filmed O Céncer dae antes de comegar O Dro ‘go porque a filmagem ia se atrasar e eu ia fcar um més sem fazer shade. Usel dois stores protagonistas de O.Dregdo © fiz uma prova Gn som diveto. Naqusla época alguns disiam’ (© caminho slo cinema $40 todos os caminhos Em ver de fazer ua superprodugio em cores fiz um filme ‘em 16mm, com eqsipamento redurido, para demonstrar que alguém pode fazer tal, que ao existem preconceltos. ‘Minka guerra & contra isto: 4 intlerncia, os preeanceitos, 2 lemagogia. ‘Sou por uma lucidex na ago cinematogratica. O Cincer tra dor ovteas preocupagées, mas Uo Higadas a mim quanto as de O. Drago. Sio filmes diferentes e iguaie a0 mesmo tempo. O Céncer 4m filme particular, nfo vou envislo a festivas, sem you exibi lo nos cinemas. Ou talver o exiba, mas ainda no o termine, falta fazer a montagem, No momento nio estos inteessado em fazélo 148 orave meu prazer fi sb filmi supenho que ther © que et ‘teja 14 no tenha importine eit - © ime mio tem histrin, So trts personages dentro de uma seein Efe expla lc enkay do problons da rvitencia Je durais' diana cae, satgrtico, Nele ae ¥€ cma tric intrvim no, Proceso sematogratc, Exglkome: cmo eu stbia que a falar tem sm chasis que 4 de 1 a 12 minton, ean fer im fle em ue es one durase um chasis, © estadar a quae dlminago da monger sqando existe wna aeio verbal © patcligica consante Jenre da ‘besa. toma, Porgue asin como tata tifern est evan © cinama sos pos, asim tani © Sica tem que leva mie teatro denteo. Ese € mew ponto de vist; no € tia para ai, fol, E experitaca minis, Uilizo tet dene mes fines AEliberadamenc. Por iso mine dig teatro, ]f quo teaho e seus files, « me agra Asim como eso tee, $0 Spe acho due tudo isso Funcona para 0 que quero expresar, O que a quer dizer que io possa amanh fazer ago diferente. Pot iso ape deme 0 fe Je Gustavo Dahl O Bravo Guerra, perf capes ‘0 do pensamento: raion, seo, No ime ara ena bar re fama gt its rns domes Say tor exenplo, ean Croce de Anne Mapdaena Bach we parece att ‘breprina. Ow scjp teahopreferéncas por lms Gos sae jam cm minha Tinka’ cinematogrtica Iso ao aonece conga, Valtndo a 0 Cincer. Bx hava conversa mato so Steed cm Retin sobre 0 toma’ do pano/setaca e rool! fae tape, réncias a parr das quais Straub ests fasendo. Porque Stra & 4 pric experimentar nese tren bus no prin == Hitchoc fo hava feito, mas era uta easa = enbons © ge Serb esc procrando comer € tuna tendo, uct rede nove plano /siinca. Claro, Godard tambm ents fazend, astm eo ‘m0 0 cinema underground araricno.” Mat 2 experince Bova ‘or mins tio nova jars 0 ie, porque jt fer tad Fir O Cincer asim. Quer der! 27 panos longs e trés ators ‘mprovsando stuages ojo tema — que ex lies dave eae da vinénia,Viléncia pric, sexu acl, ao so en plan 4 improvsaio. Agora fata monta, para ver os resulades, Ea 45 potia fazer iso com una Flair 16mm, Se o tee feo em 8mm, ndo teria interesado inguésy. Ee teria casado mae, 9 rrr eee ‘pra ndo interesar mais do que criticos © grupos fechados ou cir- Silagio em cinecabes. Sem menbum interesse para o grande pic bio. ‘Sobre wma frace de Renoir: «Copiem, porgue em seguide vocés Serio mais heres [io lembro exatamente casa frase, mat sim de ter conversado com Renoir em Montreal sobre o problema do cinema direto. El Vis Terra em Tronse e gostou do filme; também me disse que de- via comesar 2 utilizar som dire, porque nos filmes, assim como a Imagem ¢ captaa no real, 0 4om também deve sélo. Por isso fie (© Broodo com som dito fol para mim uma experizcia enor- ime, pois a gente se libera do roteire exerito, do ilogo predeter ‘minal, e entio 0 direor pode eriar um personagem independente, Jsto &, contola 0 personagem, mas este se manifesta por st mesmo. Nao € naturlismo, nada disso. £ controle do dicttor, conseguindo ‘maior partiipagio do alor, j2 que o som Greto os obriga a Set Esta fot uma ligio que aproveitet para O Dragdo. Fiz o filme como obra de equipe, com um fotigrafo muito ctiativo, com um mantador muito intelgente, com atores étimos. tom trabalho de orquests. Fiz o filme em som direo, atendendo 4 recomendagio que Reasir me fer. Nao porgue se teatasse de Re- ‘oir, mas porque nossas conversis me proporconaram 0 estimulo ‘Quando filme! O Cancer © O Dragdo vi que néo era tio simples Ennecesirio fazer que os atores impostem bem 2 vor, usar micro” ones direconais, cc. Mas se sai ganhando porque, camo os est dios de dublagem sa América Latina slo péssimos. Agora, nfo se tram de dizer: «Vou usar som diretor, ¢ logo fazer um filme como a maioria dos de cinema verdade, em que Bi ‘um tipo que fala fala € a gente nio entende nada. Toso ndo ser- ‘ve: ovsom direto tem que ser ouvido, assim como a fotografia, que Se vé. A imagem desenfocada, a nfo ser que se trate de experién ‘ia estétia, nao fonciona. Tudo tem de ser muito cuidado, a nio fer que o diretor queira 0 contriio, mas iio ja € problema de vi io pessoal. O que nto pode fazer & dizer que queria imagens fora de foco para jusificar terem saido assim. Para fazer um filme € preciso conhecer certas coisas, Nao no eenido. que of mexicanos Gio a isso, ndo se trata de etéenicas, mas de reunie téenios que ‘conhegam feu oficio. O dietor dscute os problemas com ees © de 150 ois pe em jogo suas dias para que as fitrem. Como numa or ‘questa: hi que tocar virion instruments, aléan de toes los bem. Na Améslea Latina nlo temos tenis perfeitoe, mas hi que formi-los. No cinema brasileiro comegase a telon, Por exemplo, Lis Carls Barre, que antes de fotografar Vides Secor iow ama concepsio estitica nova para a fotogralia. Hoje Afonso Beato, Dib Lafti, Mitio Carneiro, Feraando ‘Duarte, ©” pedprio Barreto, <0 fondgrafos que tém nivel internacional, Eles participam do tabs- Tho com o cineasta, estudam a luz, vio aos laboraérios para acom- pankar de perto a revlagzo. Na montagem, Eduardo Escor, Gas favo Dahl, ow Nelson Percira dot Santor, que ajadow na mont fem de mites filmes Em cenografia, também, procuram-se concepgies_integradas as iddas cataras do Tras! Lis’ Carloe Rippe, que trabalhew em Brasil Ano 2000, de W. Lima, e em O Brodo Retwnbante, de C Diegues, € um artista a. quem basta entregar um roteiro para que faga os\desenhos imediatamente. Sabe o que 0 diretor quer, sabe aque a cenografia de um filme meu & diferente da de um filme de Nelson, Trabalhamos juntor 0 DragGo, eu tia 40 piginas de Hissin — que havia diseitdo com Antinio Caloon, mew sistem te de sempre, com quem tenho o costume de traballur — e-umas 130 conse Por isso insisto tanto em que O Dragio & um filme de equip. [Estamos fazendo do Brasil uma universidade livre de cinema. Mas até no pals mais subdesenvolvido sempre hi algulm que entende de fotografia com quen se pode trabalhar. Voods no Pere, onde ‘alo existem tenicos, devem trabslhar, sinda que scja com gene de TV, sem ter presoncitr a respeito do resitado do trabalho. Torre Niteson Deveros acabar com todo sos preconceitos no cinema ltino- americana. Por exemplo, o filme de Torte Nilsson, Morin Fierro, © excepcianal do meu porto de vista. Primeieo, porque foi um agrande sucesso de biheteria baseado num tema autenticamente a ‘gentino, feito com téeniea nacional. Ja sei que em Buenos Aires todos esto falando mal do filme ¢ que aqui no Brasil fizeram 0 mesmo. Mas ‘Torre Nilsson, que se tornou famoso por sua capaci thule artesanal e ténica, fer de Mortin Fierro o grande file Polarpolitio-socal da “América Latina, algo que no Brasil aio ist rrr temos, nem tampouco 0 México. Ganhos 0 festival muito jestamen- te. Claro, poo estar em desacordo com filme por sua excesiva ‘doraglo, por certas soluges de tomar a cena, mas isso ni ter in yortinca, importante € que Torre Nilsson ¢ wm produto cats ‘al orgentino. Mas 1, onde no tem cinema valioso,peemitem-se itch. Tss0 6 primarismo, subdesenvlvimento intelectual contra (© qual € necersiio tutar. Borin Fiero & um filme popular que ‘consegue uma verdadcra comaniagio com 0 publico. Fos ertcos lrgentinos erraram ap se pronunciarem contra um filme que pode determinar 0 reasuryimento industrial de seu cinema, porque 2gora ‘Toree Nilson produsiy um filme para Leonardo Favio, consti tuna distrbuidora forte e vat poder enfrentar ot norteamericanos ‘no mercado argentino; exquecesse do esropeimo de seus outros fil res, no que fer bem. A cultra européia € una cultura mort, de cavdente, que dew grandes elementos, mas para ot ulizarmos critic ceamente Peru, América Latins Hoje no Peru voces tm possitildade de eriar 0 novo civ ema. A politica atval de governd & de confronto do imperialism, essa & ma base real para comesar a deseavolver o cinema pe. fuano. "Tém que era wm cinema em bases reais, concretas, s0010- logics, histéricas. Um cinema completamente votado yara’a pro- pia realidade e para a prépria conguista do sen mercado interno © do da América Latina, Tem que aproveitar os fatos concretos: 0 peteblen, a educagio, as reformas, tudo ian faz parte do procesto revolscionirio de emancipacio da. Amdsica Latina. Porque antes de paises capitalistas ou socials, fascstas ou catlicos, somos aices subderenvolvidés este € um problema que nenhum regime ‘olitco ox idelogia reolve, Somente trabalho, construsio © offs mais ou menos 0 anterior. A. es ‘querda e-a diréta da América Tatina pretndem acabar com 0 sub- ‘desenvolvimento, mas este no acabard apenas com 0 fim do impe- Tiaismo americano, que, evidentemente, tera que acabar na Ami rica Latina: esse & 0 onto de partiéa. Mas ara acabar com dle Ib que compet com dle ‘As coisas no sio eaqueméticas, mas terrvelmente dialticas € ‘complexas, € hi que pensar sobre’ isso, meditar profundamente 152 ‘Acabar com essa mania dle querer ser europeus, intectuais, fae francis ¢ inglés. O latino meriano é subdcecavolvido, € indo, mes tigo, € selvagem, esth doente, dal ter de partir do zero, F. também ndo ser tG0 radical com a Europa ou com os EUA, como para no proveitar © que nos podem oferecer no que diz respeto a tecnica fermitodos, aio quanto a pensamento, Para aprender estes mitodos reformuldtos, nio prtende copitlos. Hi que lar conta co Tonizagio, ainda que ‘nfo noe livremos dela no momento eo que deixarmos de ser subdesenvolvidos. Hi que ser menos tebricos mais pritcos. Isso € o importante. © Festival do Rio eo INC © problema ¢ este: © INC do Krasil é um érgio eatétioo © 0 cinema € uma estratura econimica, Por iso fineram um festival cultural, quanto nés queriamoe umn festival de’ trabalho, de indi tia, Teriam de convidar 20s compradores do mercado de cinems «eno 0 fizeram. Teriam que — cm ver de organizar um Simpésio ‘de Ficgdo Clentfica — organisar tm encontro de cinearas latino lanericanos. E como dles deidiram continsar com a sence fiction, ‘om seu festival scak-cultral (0 que € inevitive, mas a parte so- ‘Gal deve ser minima diante da econfmia, que & importante), como ‘nfo quiseram fazer nada disso, nds noe decaramos contra ‘© fe. tial Nossa discusio com o INC reside em que cle tem visio art tica retrgrada, Isto nem sequer & problema politico, O INC tem visio colonial do cinema, querem que 0 cinema braiiro sea imi tagio do cinema americana e isso no pode ser. O cinema bras Teo, posto que cinema oprimido, & oponente natural do cinema dos EVA. E é oponente do cinema estrangeio, em geral, porque aaui cntram 600 filmes por ano e isso tem que acabar. Tem que ser primeiro os filmes brasieiros, depois os da América Latina © — Finalmente —o resto. Eu aZo quero que me digam que Bergman se exibe no Bra, isio nfo tem importinca. Que venkam of Filmes da América Latina, Bergman pode ser visto agora em qual (quer cinemateca. Para o povo o que interes é 0 cinema latino: sanericano. © INC alo vé isto porgue € um érgéo ligado a0 Mic ristério da Educagio e Cultura, quando devia ser um Grgio indus: tial independent, do Ministério da Indistria, e dirigiéo por co romistas © ndo por intlecuais. Hoje, © maior intelectual do mundo 133 peer eee & 0 economista , vendo mais longe ainda, 0 cérebro eetrinico. Se ‘io metermos isso ma cabesa, estamos lguidados. Dai sd podermos star de acordo. comm Tostitto. que seja esrutualmente econ ‘nico. A erlagio artistica € um fenmeno individval eno. € 30 Instituto que compete decidir se tal dicetr tem talento para isso 08 pra aguilo. A obrigasio do Instituto & conseguir bases para que {odss a5 tendéacas se desenvalvam, para melhorar a. produc, foralecer o sistema de distrluicio, dar ao diretor uma capacidade e desenvolvimento; desse modo — se tem talento — 0 direor aprende, ¢, ¢ nfo ter, irk desaparecenda. Falo de talento como conetito remiatien, mas como capacilade eriadora, Iucidee ‘A histsia, a erica, a pric, selecionam os setores. Nao estamos faais na epoca romtica, absteata, concital. Ax coisas $30 pei tieas: 0 INC fer um festival antieconiesieo e 0 Cinema Novo ‘na ritestu-se contra. fio ai ‘A ulilidade dos festivals iternaconais foi que seviram para abrir merealos comereitis a0 cinema brasileiro, craramt uma, Pub ‘ale muito grande em toro dele. Nox ov slizame tama perspctiva de conguivta de meready e foi assim. Nio os wi Tizamos — como tim feto os argeatinos e mexicanon — em Fancio a vaidade pesos, Quando vane ao festival € somente por fine tins Experiéncia Brasileira (© que estamos procurando provar no Lrasil é que & possivel Aigio — bastante detestivel — de método forresponde a wna force rol ue permncce sob 0 forma dem Glauber — Este tenimeno sinta correspond @ uma reali, 44 tal ponte que pine encontrar oma jowtiieaglo concreta para a fealizagio do filme. O personages que esté na origem de Aptinio ‘das Mortes existe, tem 70 anus ¢ se chama José Keufino. Ev fonheci e fat com ele, O ator que sepresenta seu papel 0 eseutou também utiinow o que govie para eriar o personage. Alii, € Dossivel conheser este personage mum cietxmetagem de Paolo Gil Soarcs. le mato moitos cngaceirs. Antes de fazer Deus ¢ 0 Diabo eu fiz algumas pesquisas ¢ 0 encontre Foi ele mesmo quem ‘me contou o argumento de Doug ¢ 0 Disbo ¢ toda a segunda parte fos feta sogunio o seu rato. Trata-se de um persoagem extrao™ dlndsio porque io. conta vas yexes 2. mesma historia. Fique {atciado © 208 poxcos nok tormamos amigos. (Quando decidi fazer © Dragio da Maldade,ousi ner que wn now cangaco Ravia sr ido nama regito dle Pernambeco € Iino jornal que Rufino estara fa Tego, porque a poica no conseguia capturar este cangaccio Aue se chamava, 2 Crispi 165 Cahiers — Quando isto aconecen? Glouber — No ano passado, le fol ysra lk prender 0 episto Ieisan. Outen ver cle me levou até uma cidade chamada Santa Dr fila, Ti vivem vérios bandidos profissionais. Ele pode entrar Ik © me explicos porque: «— Estes bandidos sio meus amigos. les fsbem que cu mio mato por dinheio. & por isso que sou 0 tnico Polical'« poder entrar aqui» Nesta époc, combed ester bandidos ‘Sore of gine gontaria de fact um fue agora. Els so base tante diferentes ths cangaston. NSo_ slo menor gangsters, 0 ‘Stalam mau nem por leo deinam de tabalhar por inbeiro” SSo ‘Soaariads ¢ et serio dar fora poltcar em atvidade mo momento, S20 sltadn pele anigor prin paca erin fe inpodir as elegber e para maar cancdatos Cohters — Mata ace, o capetas do Coron! em © Dragio da Malia, do ¢ jam personagem deste ginero? Glauber —~ Sim, &m perznagem que eu cone, Ele matow am patente mex quando eu era menno, ‘Mais tarde, fok moro por tm dos mess pines Caters — Seo persnagem que src de modelo aro Ant io dae Mores ise’ 0 filme no ual Antino, mauda de. posi, ome le reogist ‘lender — Reagra muito bem, porque ele mesmo muda de sgio com feegdénen. Ele j& trablhow a servigh de muitos inte Fence. {ait Bi poco da cade de Sant Iga, ej chee Irovreu po ano pasado. Chatava-se Pedro ¢ Sérgio Minis rex Haou tr docomentrio sre nua figura. "No plano das rages, fey existe all-umamistira decals €- protestants. este onto de vita les slo completamente aaliicion. por iso {je Attnio tie 20 profesor: «= Or negéros pleas 30 seus ‘epios, meas neds soot egos de Deas» Ele noe toraa tin peronagent revoluonirio, sia transformagio € mais questo thor do que politica, Ele € simplemente wm tiga de elasse medi tras no Das oprelcariao e a case mia ip, cada ver Mas 2 mesma coisa, Ele tr tos or complexes, a a conscience ‘Quanto cle €despertado plo mito on Santa ext € uma reagho que sre rmito ie de exlicar,€ mato sjaiva. Embora cose Tr, 0 lpe de Rado miss de 1964 eninguis virion partioe oli ‘mes, Me ot anes propetioe de era coninaram contr Jasingos fara amet 0 pover 0 guadro socal de 0. Drsao ds Maldade 166 Ae formaséo protest, sn expcamente asin pea stn 4 cacao” Sou ste, mas tele ul que se elacona com's ‘ego mara me toa mai seu sent de cope, Na Dali cea negra coneguis inpor sas relies danas. Meo paicaente Se eis conta a ‘Thurs de'Varas sues de ua verdua goer eknicoton © Cohirs — dipiim que cabste de ver Deas 0 Dao cinomatcs odeia prt e-~ Come se fote conti Yooh fio foes Na verdde, isto core forge, de meme modo tue plc, tate é me intramento Ge rebut eda Giouber "Re mores rebels de Wistra Drasira sS0 a averas aoe on nestor ¢ on caponesr mics onpanaram na pea darts As mais ces so 2 Zane Palmares Ceara) Canoe (ie capones) Pierre Kast — Poteriamor lemivar tomb felergio dor cern de Macumba que compreender 30000 ands Tegatmonte Tenses, lim de 10.0 lrg gue Perfae sh ier © tno de fits Ete se rinem that ste or tomana conten ima fore ono de retin tel tec oe Caliers — Reencontase of 0 qu tthe apurecido om Mai tres fous de Toon Rourh forge Mera existe adh ona ve det ane de reli, mas, a0 con, prgue eae conga em forme ene tigi de tens te Kast — A prow de que isto ¢ extremamente verdadciro esté Ho foto de que as reigies neyrar do Brasil vieram as pordes dos Ieskas negrciror, Ela sersinom de aicece para 0 reristincjxte- Iectual ¢ moral do negro. Nos Estados Unidas os negros tiveram sua caltra destralda, Foran erstonizados e os wagor de reiigo negra podeoe ser reencontrados no negro esirtul embora no mair ‘de forma consciente € organisada, A macunbe, 00. conniria, orga Cohiers — Veet folova do personagem de Antinio das Mortes disia que peswoae como cle muderam muitos veser de porcéo, 2B vevdade, les mudaram, mas sempre permanccom 20 ado da ra: 2. A dlr de Yaris probs 9 colo das rls africnat Na Bahia, hone ar vest Torpe Arado tt ecevendo tip fomance wre cae saute 167 Glouber — Um camponés nfo tern ita ecoha. Ele se tora tani, morre de fome, on ena vat ser operirio em Sio Paul, ‘Srna em Tropit de Gano Amico. Para ee eta profs de ma: {aor € perfehamente normal. Ele nfo rita Jara mata e post a0 mesmo tempo senso muito agudo le bos, que € mutas vezes mais forte do. que sum conse. profasionl ‘Assim, durante a guerra de Canidos, um grande mimero de jagun- Sos sbandonou sun profisiso « reuntese a0 grande chee. Conse Inciro com o objetivo. de resinir ao exirctar Est reages 80 sa verdad mito sentiments e moras, sm poco, como agedlas 49 motor de carindo no fine de Roy Geers. Alls, ea roel ‘en fe no mesmo lng, em Milagres,* porq tis histriae slo freqientes neta rida, ‘Tratase ca testa forca que condvz 0 motorists de Os Fusiz Estas reagies so to surprendentes qe aren com que s equerda brascirs posta pasar paca a Greta © 3 iret pa a exquerd. Eu nao sow capeclinta em cencas polit, tras conversei com espesiasas e com Ceso Furtado, que €0 maior conomints a America Latin, «ele me dia que o Bras, deste ost deity 0 yin ml senna Américain por ko que em nosso pals, tolas as reagdes politica porecem servants is Eee Cohiere — Seria neetsrio acresconor que 0 reacdo com @ smpenaliomo amercono obriga maitas Secs als illars se ‘porom cor Extodae Unidos, Clouher — Bata 6 a strana novidade do Peru. Todos 08 ox rrinhos 50 vidos quando se tut de abrir as vis paraa liber tacio. Ew recrdo 0 pota portugues Fernando Pessoa? «Tuo vale 2 pena quando salma nao épeguens..» Em O Drogo da Saldade, fH queria mestat, presisament, com duit personagens chegam acho por caminhos diferentes. © professor « Antinio das Motes fsplodem mom macstere total diiglo contra a opresio sas saat 3, Milgres € wr cidade abet 20 isema, Ere 0 Amer & 0 Car sg, Os Fra Trop, 0 Dropo da Maldads oni 0. Saie Guero, foram tsa em inges Faroe, Cola, Lina nie e Husuman ro fe noo a Milagre par Tadet quo limes, Mlagres feu, eto ae Sa ‘doi do eae ah Babin Populagio pobre, cies Um joven ‘Sines aproxina, 9 fotcsuio de O- Draio da Maldode «aes ‘Gor ce fga aera du hese 2 spor “A eta Bom, cea emg, {Sg o Sol hem bao, £38. Ea eee no om tee fle. > ‘Aart, dee tin, 9 wcrbocl» foi tameado anisete de ciara. Occ SSI Sei tegen ao. gor peroaian 168 rotivacGes so totulmente diferentes. Eles nfo tim idéae teicas ‘com catacteristcas de lieranga. Eu sou contra 0 proslitismo, Cahiers — Ito fos volar ao que voct disia » propssito de (Os Fuzis. ‘Quando. Ray Guerra macire. 0 motoreta (incalmente visto como esplorador) voltondo-te no final contra 0 extrito, ta. ‘asse exta de wma reagio muito pessoal ¢, portant, liitoda Glauber — Sim, Eu gostaria que se compreendesse bem que as tcoras poltcas sobre a América Latina estio frequentemente tna origem de grandes malentendiose aitades demagigicas. Afra seologia de esquerda, os comportamentos de esquerda, 0 moralisno de exquerda, ete., ievam freqientmente a facets foldrcas. 0. Aamadurecinento politico Jo povo brasileiro em minha opinio esta também & opinito de outras pessoas — no poder acon fer através de uma educagio politica tradicional “Apesar de todas at contraiches préprias a0 Tirasil © cont erando a. sua relativa consciéncia politica, havers. uma explosio evolicionéria no pain, mas no devemos erer que somente chega Fenos a este ponto apis todo 0 oro ter sido educado. A fora negra, que & uma fora de mistisamo, nao esth concetrada exci Svamenle entre os camponescs. Ningocmn no. Lrasil est completa- mente albeio is cols a macunba e lo misiemo, mesmo que se trate de burgueses e arisocratas. Este lado sentimental e san fiindrio do Teast € cortamente defcito, obsticsl, mas sso pode © omar qualidade Cahiers — Voct no pensy que este eczpontancismon, este ‘ouséncia de exquomer teirives, poderiam arrastar 0 Broil @ reacdce io desastrouir quanto aguas ue Solovar mostron em relagao & Argentine? Glauber — Penso que & necesstio fazer as coisas. Isto € 0 que pensava Kubitichee quando wisi: <— Fprecio fazer Brash lia.» Os economists dixiamn que Tras sigaificaria 0 colapso eco rimico do Brasil. £2 verdade que a desalorizagéo da moeda fo io grande que isso provocos sma crise econimiea. Mas Braslia foi & revelugio cultural do Brasil; com sua constrio, o Brasil pide se liveat cle seu complexo diante do colonialism. O despertar paltice e a conscitncia do subdesenvolvimento datam da consragao fe Brasilia, Ineo € bastante contraditrio porque Brasilia era uma ‘eapicie de Eldorado, a possiblidade que os brasilios tinham de tlar ees mesmos aiguma coisa. Se flo assim, € também porgue icra nasceu com Drala nim momento en 4) ‘Avmolerna universdade, as cléndas polias, 169 pene tuo isto apareceu com Brasilia. Até mesmo a rebelido da Tyeeja ‘moserna fot inspirada por estes fats. rasa provocou mm icy ‘5 inflacio, mas todas ss grandes perspectives braslcira,nirgirans ‘com Brasilia, De fato, mesmo se o' Trail tem tin governo fascist, ese € 0 pais mais revolucondrio de toda a America Taina. Tod ‘© modifica © ae agita sem cessar. Ate mesma” ot burgueses nace ralstas e msilitaristas,j& que sto levados a se defenderem dos Est os Unidos. Pois & a grande burguesia brasilra: quem entra cat rave conto como itperilisino amercano €. quem peste, cada Yer mais, um pouco de sua eondigio reaconiria, © pais cami ‘numa ditegio evoluciontia. por isso que, embors ainda nao cconsiga ver preciamente 0 tipo le revelugio’ que aeontecerd no Urasil, posso afirmar que ela se dard de una Yorma muito or sil _ Ciiers — Em © Drago da Maldale, 0 negro, que no comeso 4 0 personagem mais rverente e reignado, se justomente apace 1 awem ocd, no final do filme, wai encarregor de combatcr 6 drag coma fanga Glouber — & porque ao Brasil 0 negra tston contra a eserav: ‘io € fo} sempre um bravo guerein Cahiers — Como se explice a atwsdo § lento de Séo Forge? Glouber — O prineio titulo em portagués eta O Draydo da reiro. Infcizmente, {ai obrigalo. a smadar. ‘Mas a lenda de Séo Jorge € do dragio 'é muito popslar Am do mais, existe tm ‘afiniale com alguns tates Maldade. contra o Santo Gu no. Trail ‘eligio aficana, Sio Jorge corresponde’ a Oxtss seus da caga. Todo o filme & uma discussio do santo. guereio ‘lo ragio« Foi por isso que Flmei em som diet, Eu do queria ficar mitado como no filme de fcgfo dram tica taticonal. Escolhi ators sensives 20 problema e converse ‘ito com eles. © fato de ser feito em som direto_permitia, a0 filme se desenvolver 20 nivel de ula personagem, fume pena ‘que vools no possam compreender o fe em portgues, Cala tam conuz seu monélogo eo desenvolve, Tso permite una rlagéo muito profunda do ator com seu personagen dentro. do. quadro desta daltica do santo guerrero e do dragio. Ao niesro tempo, climina-se todo eaquematismo dos filmes revolucioniios. trade. ‘nas. Dei toda iberdade no nivel dos dahigs, mas. na montage, 0 contro, ote disciplina bastante rigoross, Filme planos dem: 408 do ponio de vista informativo. Alguns so tater. bastante ensos, mas no quis suprimir estas informagdes, pretendi fazer 170 © contro de Tera em Transe, etaecer utes slags dia fas entee a montagen © 0 mondo. ere que 0 filme € tho tonic efcar que possiits s comunicago. ‘om pics os als ‘iteremes "Em minha opnio, 0 filme politico io deve ser acompanbado tor uma grande sistrtizagio, a'noser'mo caso ch que se-goers faner fine dilitcn. Qeamo|« mim, prefico © cnc plemicn ole tuio est eat movimento, Ex me pergono sempre, © prop Sito de Elsenten, por exemplo —e atatnente voce fla muito tobe Eisenstein corre 4 mesma coisa em rangi 30 teatro te Desi eu gosrin de saber se todos astores per wtizar fs suas tris ‘Temo que no Tiras ums wstemateaco vera des ihr o impel erator, sobrtads se 8 acho € iicalmente catia {espontanea, Ele poe prone otra euta. No estou muito certs Sobre isso. Fall wore ao com Govan, que me disse: «-~ Voce, trasikios,devem sletruir 0 cnenas. Ev nfo concondo, Vocés, m3 Franca, na Talay prem destrs Mas ne ainda o estamos cons truindo em toxkx oe nies, ma linguagem, na este, ma tei. "love wn alee o oman.” No principio, nos eras moto ezentcinianos. Os. primo filmes one 090 arn Rastanteehensteinanos. Eq nis sofsianos ainda de inion complenos cloiistas, Todo mundo falava de azin. Nos toma tnow entio.iscursvos, Ea nn lameto, porque sto fia parte {a nossa edcacio.Iyordvanms tao alo que se passa m0 ce ‘pe estar atacon, Pur su fomos ert oe tos lados.ilietzman, por exemlo, que € de formagio ceenteniana fez um filme, Pedcve de Seo Dion, que consierosnagnitics is tracio de algunas torias de Eisenstein. Em segs, fez outro i tner Meioriafbsluo, qe. jk nio corresponde veniaeiramente 3 ‘ess conepses. He fer também vin blo filme, 4 Faleida, filme Fromm do eatlo le Dreyer Palcda um fitpe macoyuista © Tio, No Teal eo oi aracao e mas tarde descoberto na Pops Eu também gosto de Lisewtein mas cor menor sntensidade que Leon Flivsman, porque ele tem comprecnao daca mais prof (que a tina. Ful inflenciado por Bienen mas também pelo ck fone tian ¢ pela nonsele sogue, No nivel do estilo, penso mun Fme como Congo. Zuma, ex» que Diegoertentos desenolver ‘to pessoal, Havin inflgéncin de Esenstcin mas se confunila ‘om outras infencs, Este filme fot tio creado na Exvope ‘quam no Dra De ft, onclanos entre stages extrema, mas m eee © que Diegues procurava era. uma linguagem mais profunta © me- fos caligrfiea. Para mim, ange Zomba € um belo filme brasileiro ‘Anes e acima de tudo, ab as circunstincias desta pressio colo Tista que pode ser, num certo sentido, um elemento’ postvo de om onto de vista datcn, Os Fusis, de Guerra, € também wm filme bastante cisensteiniano. A primeira ver que vi este filme eo nao 1 compreen «fale seo com Guerra, A encenagio & surpreenen temas hi uma contaligzo, entre argumento de FigSo muito ta diconal a extrema moveriace da encenagio, que no me agrada. Ext defasagem me perttba. Mat nim certo tentido, muito esens teiniano, Guerra foi bem long. Cahiers — Macunaima ¢ lrasil Ano 2.000 também se insercvm so linha de gue voce fala? Glauber — Nao. noma linha cisenssiniana, mas numa tenia ia que no Brasil ¢ chamada de- Iolo nor oparrcia coma uma Hagrante contradict. Tendo excobiido partcipar com 0. filme 40 Festival, eles ndo queriam considerar que ero. poriv! agir em sem interior, mes que eva imposiieel ester fora ¢ dentro eo mesmo tem ‘fo. O gue, olds, nio resolve de wma ves or todas © problema do Fentrisne, gue pide perfeitomente malogrer. Glauber — Sim, situagées tio confusas quanto estas impedem ‘qe se coniuza um trabalho com acero. Hi impotentes que patsam © tempo a excrcer una forma de terrorismo. Eu derprezo este tipo ‘de pessoas. Depuis de ter feito Terra em Trante — este € um pro bcm muito pessoal — eu consegui me liberar completamente dest conflito, Quando se pensa que o cinema & «ois importante, um fendmeno importante na cvizacio, conseguese trabalhar... Em todo 9 caso, ea trabalho completamente inerido dentro do cinema brasileiro, Nés onganisamos © cinema braiciro em varios nives, 115 pe eet de uma forma até mesmo independente do quadro do regime pli- tico. Noe tempos de Goulart, por exemplo, trabalhivamos, como Estado, “Agora, estamos vendo 0 problema do cinema ser colocado ina Anglia, em Cuba e em outros. pases sorilitas. Sorta em Cuba, onde no havia tradicio.cinemsatogrifica,comneara a. surgi novos cineastas, Vi, em Cannes, um filme chamado’ | Primero Golpe de Machete (La Premiere Charge de. Mockette), le Gomex um verdadero filme revoluciondrio, extremaimente livre equ podria ter sido feito em qualquer pals. © cinema cubano ¢ soca Tis e antifascist Cokiers — Os eubanos Ievorom muito tempo para se solar Glober — les ccmesaram do zero mat esto constrindo una nova cincmatografia. O tabatho que fazemos no Ural € muito duro, tatase de destesir de forma completa essa ditadura da. por ‘dugio, substituindo por exemplo os produtores por administredores dle prodcio, separando a eriagko dos problemas de dinhero «pos: Siltando ao diretor tomar-se um prodator-criador. Os problemas de dinheiro sfo apenas uma questio barocitica confiada Sos tent os, aos specialists em economia, Vamos relizar ese processo ‘de forma que tua a iadistria slo cinema brasileiro sesenvalva este ‘espirito nascido do cinema nove. Hoje, até ot velhos produtores ‘comegam a compreeniler que temos razio. Nosos filmes rendem bem no Brasil € comesamos a vendélos no mercado internacional Senos onganizarmes — qualquer que scjao futuro polite do Hirasil, que ee se torme eaptalista, Iberal, socialist, chinés ow so. vidtico — poderemos instalar uma nova ‘radigio para evitar que scabemos, sob uma espicie de golpe fatcista, mim sstematizagao ‘carregula dle absurdos.pressupests, Tambem pensimos muito no problema da telerisio, que vai se tomar muito importante, Outro problema importante & a criagio, mas este & wm aspecto que «a screito ser muito individal Cahiers — Quando se fala do cinema novo, at pessovs se divi= séom segundo dacs tses, Alguns dicem: se 6 governo braiira deiza ‘gue ze facam filmes — mesmo se Prejdica wm pouco sua distri nico — & porque considera que ies ndo repretentam nenhue ‘erigo, como ele se comporte eo relagio @ vocts? E como vects 4 comportam em relacao a dle? Glauber — Nos tempos de Goulart, ¢ mesmo nos tempos de Kubitschek, nés nfo tinbamos munca relagiee com 0 Estado. Na época de Goulart, tivemos metmo a possibildade de chegar a0 poder 176 Goulart nomeou Nelson Pereira dos Santos para a prsidéncia do Grupo Execativo de Cinema. Nélwn recusoa essa nomeagio, di- endo: «Nio € necessirio trabathar com o Estado, nio € preciso ‘ria uma insiuigio cinematogefica ‘no Brasil. Trabalhamos, en- tio, fora de tudo isso, financiados por bancos que pertencem a Dorgueses progresetas «que. nos emprestavam inher jsro8 ‘muito altos, mais ow menos 4% a0 més. So empréstimos, nfo subvengées” O Tnsttato Nacional de Cinema continua a nos comba- ter. Hi uma situagio de guerra constante. De um lado, hi a cen Sura, politica e moral, que now ataca, De outro Indo, 0 terrorism dda eaquerda verborrigiea, gue quer nos impor orientagies politics Para és, a vanguarda eats na pritiea. No Brasil, a exiotinda do CGinern Novo representa um desafio 208 derrotsts, Somor orga nizados, somos capazes de sustentar a futa. O Tasttsto Nacional ostara deter of airtores a seu servigo mas, a mesmo tempo, Fecota os filmes que fasemos. Nig temos nenbua regio om © Institato, a ndo ser em questies administrativa, jA qe € neces io um certificado de qualidade para que o filme possa ser exbi. Cahiers — Emi, mais importante gore vocd, ado & ue se tenka feito wm filme mas dezenas de filmes. Que eles sam Bont ‘ou menos bons, 0 guestio ado é mato fertinete (Glauber — Simm minha grande Wscuraio com. a. eitica bras leira parte sempre desta contataio: um filme bras pode ser tum fracaiso para teu autor, mas no ¢ jamais um fracasto do ponto ‘de viet da comtinidale. Esta & uma forma de doping quantitative. Cahiers — Vcd disse, a propisito da religito negra, que era fascinado pelo espeticalo do reign dos Negros. Vore disse tam ‘im gue & ie origem protedonte omar que sv vente fascinado pelo fatolctomo, A relacdo Que existe entre as duas eaté no foto de Que ( catolicirmo € iguabmente ume encenacdo da reigide, Kart — f nececsrio precisa, para voller @ ntinio das Mor- tex € 00 mito de Sto Jorge, que wm certo wimero de dewses se ‘ncaleram¢ s¢ocatarom airs de wm certo wimero de dewsescrs- tos. No Beh, Oxissi, 0 deus da cava, etd oculto por trds de Sao Jorge. No Rio, na Mocumb, € Opus, deus do. ferro e da err, que se escnde atrés de Sao Jorge, mat 0 extitua de Si0 ‘Forge, enquonto mito popular, & encontrads em todos ox terriroe ‘de Macumbo, Fm cade terrere, hé entio a estétua de Séo Jorge, ‘mas nao é S80 Jorge, & Opum ox Oxéssi. Compreende-te nid Como” o mito cristae ¢ as vrthas telogiar negras etda imbricados 2a teologie meyra se ocula ats da teologia erst mm Be SESE EEE Et Glouber — © situal do. protestantimo & mais exqucmitin (© que ev. conservei do protetantisma fol © lado profeticn, mis considero que os ritsis da igre catica e da relgito nese "30 ‘mais fascinantes. f preciso tambim considerar que 4 rlgiso negra ‘iow no Brasil seu teatro, sua estrtura dramdtica, sua teenies fe interpretagio, ua cultura, sua misica,.. Tula mblizacio.€ sem= pre uma decorrénca do espetéculo. Segundo José Celso, 0 maior ‘encenador da nossa época é€ Mao-Tse-Tung. Eu do. sou msi, ‘mas quate todos os bratiiros «Go misiwe. Eu nao toco enh instrument mas tenho. muita facitdade para. perceber fenémenos ‘musics. Gostaria. de fazer um filme completamente musta, sem ser canta mas que tivesse uma estratera musical, cot uma mon tagem nas. projegses nos espagos musicals que’ fiasse entre a risen lissca de Villa-Lobos misia bastante moderna de Mar los Nobre, Maslos € 0 inieo que tabalha com a misica eetinica quem, apesar da utlizagio de procedimentos extremanente mo demos, no abtém apenas um som meciaico, Muito mais do que ‘nos livros, & na misica brasileira onde se encontra # verdadelea Fistiria e! a verdaleira socologin do Tiras. So os negros, «= autores de tama no Rio, aqueles que fosem a bistvia do Teas 4 critica de tnd, Podemos até mesmo encontrar nesta, msiea as estrturas mentac do povo, Caetano Veloso e Gilbert Gl (ans sicos ua cultura burguesa) slo o-ponto de convergencia le slo fsso. Fles sio artistas vanguardistas do. Brasil, tanto do. ponto de Vista. de poesia quarto da misica, No se ttabatho, descobrimon lguma coisa de verdadeiramente aovo e nio apenas nos limite ‘iisca braikira. Caetano e Gil conteguiram fazer a0 mesmo text po a crtea da snisica tradicional, «critica da misica americana, & Imisica de colonizagio que chegava través dos files, © se imps seram como uma espicie de Outros disersin: «— Nao, € teatro cabuqu > Na verdade, nfo era nem um nem outro, A tradiio das repre- entaies populares, seja ela japonesa, hindu ou se se trata dos mistéios da Idade Média € sempre mesma coisa. Hi, simples mente, algumas variagbes, No Brasil, sobretudo entre os negron, existe est representagio de sum propria histiia, Quando encont ‘lo € 0 foldore e mio & para aplcar com pre 178 cisio as tcorias de recht... A paca Alma Boo de Setru &, yor ‘xemplo, intcramente natural © aio € por acno que rect tena fsevto pecan que se stm na Asia. Ey j6 tnt fazer om ‘nena. muse lo apenas navn do som as por mio de ta toma estrus ‘de eproeniagio. © muito ified mas io ¢ 0 aoe tne imerssa no cinema. por iso também que e¥ gosto mito {ke um certo cinema cue poderiaser-chamado de cinema-pea Welles, Eibenstcin.-- Nio ‘se trata, de ima, fasinagSo inetd vats de om vinculo tal diet. Gosto muito de 0d, 0 Terrie, “Rlerandre Nevsky, A Linke Gera, mss into naa 4 vet onosco, asin como o tet Kab om Brecht. Se ea alco vine tEznica de imerpctagio, de representa cpa, no nivel dow sores fpr exemplos so smente oxo com oe personagens popes ie Extio envlvidos num proceso tmdhanter Em O Drogeo da Mole Ede, for exemple, hava stores que trabalbavm com um texto = Chto. Couwor fu lnprorsavarn, para evita uma. sstematizaio. ‘Quando se chegh a isso, estmon fanendo quate uo documento {© aque seotecen cm «Tera em Transes fick qve mits pesons tisseram tatarse de na invencio surest quando 0 filme era sim dacumentiio extremamente verdaeio, Quando te estas técnica, ainda que o exo scja bastante desig, noase que, emt ‘nos’ mito diferentes, a camera tem sma posigéo. documenta Ea gostara que se consierase eta perspetva, No hs na in. wengio surrealist, nao se trata, le um buuctismo, Ex imei om jomais, at transmis da televise até mesmo no Trai dizem ‘joe ae trata de ena Hnvengo, Se o fle tivesse wn disarso ro- Iilgic, como sone Teg reali, ito seria comprecsiv, ab oma e excl estitiras nip simrict, isn for confundio om ‘encenaio do fn, que paso a ser veo como wma. ola Baro: 2, quando aa veda tontagem € ladante cara en th ais Drona de wan guadro de Mondrian do que de sms extra bar roca. Fiveram um confusio ene cenografia «montage CCohiors — Quondo i Darravent 0 gue me impressionon fot instomente 9 que or Pesoosdsiom na said: <= um flme mito Jormels, Na corded, ¢ am filme snds wto compost, mito in jitensido por Eiveksin mas owe poree 0 onto disso ¢ que se trate de um docamentiro sobre os gorpos, 01 pelo, wm cinoma threo sobre esos que rim a Pra repress. ‘Rast — uo einda mois evden om © Drago da Maldade, com tods aqule festa na Focha.-« 19 ere a eee eet Glauber — Em 0 Drogo da Maldade, a segitncia que ex prefico € a do combate entre 0 cangaceiro e Aatinio. das Morte, Pois bem, esta encenacSo no foi eriada por mim, Ea tinha pro- io havia as fol. Faleientior — «Ngo vamos mais roday ito agora, etamos ie sete horas. da mani, ex disse Erequipe: «- Vamos flmar 0 combate entre Sfo Jorge © 0 dragiow Fale; com eles e aparcees wma senhors velka que disse: «Ah! O. combate, ew me lero, conheco uma misias. Logo depois, uma foutea velba disses — eConhego ura outta misica- No’ momento fem que ela comegon a cantar, nie nos acomoslamos para ver 0 com bite. Ao mesmo tempo, alguns atores comecaram ase movimentar Sob o efeito da misin e, entio, eu vi a representagto que se dese- ‘hava, Coloquei em cena os atores, os personagens do filme. Esta foi miha Unica intervencio. Ey estava situado 20 mesmo tempo como espectador e partcipante. Os partcipantes encontraram o£ lugar maturalmente. Filmamos o plano de ta s6 vez, nio foi ne cessrio cortar, foi mito verdadero, até mesmo no momento em que Antinio das Mortes fee o cangaceiro: e foram eles que assim ecidram. Ieto no & espontancismo, & um trabalho ligado 4s rales ‘nim, foi étimo, porque assim eencontramos toda ma tadigéo do western. Infdlizmente, aio, seramado fm 36 quatro horas da tarde, mas Cansados...> No dia sepuinte, profundas da representacio. Pas consega a gir o mermo resultado no final do file. padre esssem da. ige finde sisi muitas coisas Cahiors — 0 que impedin que tort fisesce desta moncira? Glawder — Nos nfo tinhamnos balas suficientes e 08 figurantes também tinkam medo do cavalo... Eto, ndo yule fazer camo erin, Com 4 tomaula dos personagens saindo atirando da igrej, tse queria recuperar espirito de um western que viz Pistleras 00 Enturdecer Ex me sentia muito Tigado a esta imager de Randolph Soutt « Joel McCrea atirando conta todos no final do filme Cahiers — Quando @ espade entorte, na cena do ducto com 0 loco mo scope, isto for um acidente de filmagem? 180 ‘inka tuna concepySo completamente diferente para o duelo final mas fi fbrigado a cortar um poco. Ey deveria ter flmado em planoslon- fos, rae no tiaha suficientes Balas de fextim. Os atores estayan, ‘om miedo de Antinio, que exigin que 4e atirasse com balas ver dirs. Isto complicava as coisas pois de podia fer alguém. Ea tinha uma outraidéia porque queria que Sio Jorge, o cavalo © 0 (Queria fazer wn plano’ da igreja, de Glauber — Sim ¢, alls, 0 ator tenta comserti-la. Quano a ‘mulher mata © comissério, hi wn crescimento da vilneia em se fBuida bio entero ea cena de amor: todo aqulo fot filma erm tem da, um domingo, era uma das lina coisas que tinhamos para filma, os stores 6 eatevam num certo elim de final. Ea conaegut fazer nese filme tra cosa que nao tinha podido fazer nor otros or causa dos. problemas de produgio. Ed confine oy alores na Sidadezinha. Hes no leram 0 fteieo mas nbs conversivamos muito: assim 0 trabalho ficou mais natural. Na vevlale, era necesirio Sesligar os atores de soa formagio, Rode’ alms planos com atores fque estavarn atris das cimeras e que podetiam entrar em cena ‘qualquer momento. Nala era prevsto man isto j8 extava inscrito no clima que se instalos. por isso que ea fltno on planos na fordem: o segundo apie 0 primero, ete. Mesmo se nfo hd cont thule, pole-se manter mehor olin Rodamos entso wna to ‘mada para cava plano pois mio era pussivel repli, © 4 seqenca rascia de wm certo estado de esti dos ators. Isto alo estas previsto no plano de filmagem, Acredito memo que isso excede ‘imagers lo filme, mat depois, na montagem Ex dow tola bende ao mew assstente Antinio Calon pois, mando o material para o montador, Edvard Escore, que & quem organiza tose mows Filmes At vejo 0 filme com aigans amigos, Carlos Diegues pr exempn. Também discuto com Escore porque ele faz um trabalho importante eliminando cenas inaprovel: Hives. Se a gente mntase ov filmes como eles foram feitos, eles $e torariam invuportives, Fellzmente, esta pessoa tem rigor. Ew fempre trabalho mnito com a eatipe, assim também como trabalhe rite com 0 fotrafy Afonso Tieato neste iltino filme. Expl ‘ucishe alguns principios e, depois, esclhi as cores. Nese filme Utlzamos apenas doas ou trés objetias. Ew the indieara a distin~ da da cimera, mas para evitar compor excesivamente filme, et ramante colecava o lho no visu? da cimera. Come a encenagio jd ere mito sofistcada etbora se tratsse de cosas primiiva, et breferi evitar a composi no nivel do enquadramento, O cimera {filme umn eyeclentetéenico mas ua pestoa mito simples, m0 ‘Eum estes do Cnc, Foi mes atsistente quem fez todo o trabalho de anise dos personagens © conversava. comigo logo depois. Em todos os niveis, havin ma discusio. Zelito Viana ¢ eu estrotara- tos Terra em Tronse © O Dragio da Moldade através deste siste- ima: Viana se onupava da. parte qonimica e ea da etética. Fa cine participa a partir desta urentagso de base. Cada um ten et seu pape, aio hi patrfo. Dai porque a escotha da equipe se tor- ‘tava mato importante, Como 0 cinema € um trabalho se equipe fio. se pode ser muito autoritirio, porque a6 pessoas se tormam ‘muito compleradas diante do divetor © ado chegam a dar © melhor ‘desi, Mas seo membros da equipe te sentem figados ao filme, se ‘les compreendem a iias do iretor, 0 resultado & o melhor e ais ‘democriticn, Portanto, o problema esta em encontrar a euipe Cahiers — 0 que voce dic corresponde exotomente 0 frincio ‘edotado por Rivette em L'Amour Fou. De wm Todo, ele sabe que ‘ts filmando. uma repretentosto, Endo, ele escolhe @ coloco em ena todos os elomentor da represena;do, Depeis, 56 contenta em Fiimar de moncia. puromente documental — e deixando toda liber- dade 9 sus equip — a represenacdo que passa a existir a partir ios cementor ue a compoem, Ele protoca uma represento(2o, (He ima segundo a estitica do cncme-verdade ‘Glouber — Ex conser eso mito importante, Teno obser- vado em muitos filmes que, embora us iretoressejam Bem moder hos, ov aloes ainda trabalham freqientemente deforma muito con- ‘encional e tetra, A chave dos fies se Golasil esti esta Tbe Taso dos atoves FE: faso que d non seus atres un feting realmente Cpsial © novo, Em Jano, a0 comtario, hima eseritura que et Considero mito awtacioes, mae hi alguna coisa, no nivel dos ate fen gue nfo vai bem, que lo correspande & Tberdae dla encena- {Go € ioe moviments de simera.-- Quando se v& atures cum Tésud, Kalfon e Clementi, sentese, j4, ama maior liberdate do igoe ence os ators tradionais, Neste Semi, me parece que Zan ey mais avangado entre cls, Ele realmente tabalha_ em fungio {a iberaclo do filme. F impossivel que um filme com Lawl se tome realmente vim. Os stores franceses slo rmito sem vida Inuito intimistas, enquanto que or atorer italianos sio mais discus Svos, Em Visconti, como em Kazaa, seatese sempre que 0 file pase dos ators, Uina ver, ot etava em Nova York quam Kazan filmava Aovides pelo Odio, Assis tola preparacio de filmagem, Nornivel dos atore, sea trabalho € realmente qualquer coisa de apai= omante, Sente-se 4 mesma cota em. Visconti. Clawlia Cardinale fom Pajas Extrlas da Ursa Menor no & mais Claia Cardinale Evoma outta coisa, Toso & muito importante para liberar 0 argu mento dos eequemstiemos dramitics. Neste momento, 0 ator pode ‘hogar até meemo a criar um personagem, além das propostas do ‘simiento e-da encenagio. Se Janeso conseguir liberar seus a= es, ele mnultiplicaré sua podtica, 182 Cohiors — & precio considera também gue Tonto no fa cm som deta, enon. que ©, Drago da Male fo foto Om Som dircio. Bo tow prima filme nese priera? Glowber —" Sim. No coseo, etinha tedo. Tm Monreal mostret «Tera em) Teames para Rent’ de me flog ef predso filnar em som dino, Cone este € um filme veel, se ‘oc rolar em som iret, oterd omy completo een veal: Ene Wo, ev me dns: vu fazer om flme de ego eum parame repeat do pon de vista tenko, Eu queria me peyeer para © Drogdo da Maldde”'As vars, no sabenos a cxa Pooks a ‘mera’ e 0 mhor agar dow ares co fangio do. ematramento do movimento de cers, as £ pee 407 mato capri ou fatio,sabernos exatamene 0 gue’ ques due?” Eu goto, i ‘eres, de Wabthar com siriae Inia, como tim meio de ear 2 exquenatzalo. Gosto ia nterpretagto ta repesentagio, eta atte mais strc, eta tanea tare. De leet ¢ Stans invey, 20 mesmo tipo Cahiers — 0 naturalomo & inafensico, Voce ji assist a um curso de Lee Straserg? ‘Glauber — Nao, mas assist alguns cutsos de wa pestoa que trabathou com Strasberg. Foi no Hirail. Mas’ soa muito amigo de Kazan e dle me expicou muitas costs, Ele me die. mesmo ope site mitolo & mito importante para os Estados Unidos, porque ‘orrespondle a um comportamento social e paicdgico dos america hos, a" uma manera de reage. Ele considera que o metodo € ate mesmo perigoso. para outros paises. De qualqver ‘manera, toe ‘os metolos sio bons ao momento en que @ ator consegue dat uma ‘xistncia a0 personage. O problema te clocs tempre na medida fem que 9 personagem fica bloqueado por esquemas. Este problema, rio existe em Visconti ow Kazan, oem Godard, Nos otros fl ‘mes, todos os sentimentos, todos os stores tém a mest expresso isso Timita'o trabalho, Com excesio de Buel, onde ov atres, ‘omalot por ma especie de animalade, se tomam excepcionais aps terem sido péssimos em outros fimes, Bune me dise que ce ndo dirige os stores, cle or dsixa der oe dilogos do jelto due ‘des sentem que devem fa-o, O resultado. tora-se tio surpretn ‘dente quanto. primera Istera de um idlogo... Foi sssan que cle fez de Catherine Deneuve uma grande atria Cahiers — Nor filmes mexiconos hd tombime aloes horrfveie ‘que 50 tornom extraordinirior, Jam © Dragio. da Malate hi, ntretonto, wn personagere que foi eecolhido como 0 contra da 183 eretentsta,exqunta que 1 onroe permantcem ilo expsi Gree dutoio des Moves, Bea scl fot votntonat CGloaber Sim, porque ele ets ligado a sua propia tadgho cultura ate ut tata conserva tobe ma telerenls a toa tuna tadilo de testers, Tudo 0 que far de umn Deri do Fat ‘Wer € bastante verdndavo em qualuer als: Tapio, Eras, Eta thr Unidos, Sheila» Essa € uma tigi, 0 mise om fomco fresno do hei Par West HL seme wna edade © ua Gptse de imaginal que a tanec, © ue pares 6 mae complica. No setters ameriane jf-eshte uma Unguagem coll Tata; quando o mocioho aparece joe tbe, aves de su coal de ut ropa quem ee & ce tar conrgo toes as informagses Sands edo pokkines taser 26 nformatbesportne no tenon er iwaligfo dnematogrtia ov Weriia ue fake Uso, Exe tales set ton te pare orca Gohicre Voce ato ponco dos influncos de Eventi ate, delarou gue queria fast wn ime onde howesse uma sore Ge infrmactes om ‘ade pina, Setia wna tape de opose 8 ‘Tera em Trans, ebondona de na con corepeda de informe: {ier por um pono que contim todas ar ifarmocies, Este mee imo movinenio que xf om Godard, det primes fies oo le ftmor. a te ete, no mais mo nel do to, mas eo nee 4 plano. feta fice bom taro em Drago ds Matade Glauber — Si, ne minhaspreocopacies neste vel nfo tem tuna orgen!Soematoprtie, Flas vem fe wo creda que fz sobre Faller. Obseret nce esa smltncdate que tna extacrie nia obra fe un scion” Nap ae tata de wm palsy € ma Simulanidade, uma espe de movimento cont, com una art Abedin Ge contradigbet- Teo, ao meso tempo, a forme abe the fecha Pique bastante abortceio or no ter encontrado S50 tos filmes beats em obras de Fault: es oto aleon, J, Quando vi a) Mores de Meldede, de Orson Wells, coco ce ‘spite feulkneriano, que, de uma crt mance, um cpr ate Tato, Test reo, com form de exert adapta agus te chos de Faulkncr. Hi um paronsmo, usin como cm Joyce, que 0 de urna grande imobidae Ierana em contaposgio & mobi ‘ete de imagine, Teatave de ume Heatra que fi precra tan ender as paavrs yora se trnar cinema, Rio sc se Golard tem conscncia aso mas acocsade Toi Batrte inpirado palo pemeo Sapla de Ulpeer. Nido ac te pctenicy tn do, mas Bi Gna imigio fntsen, Além éo'aany que me itera mule ce Faulkner essa violéncia que ¢ condunda af sua exsperaio, Sem que haja centura. Ente caorcismey cite peixe lacs coe fernia'a um inconsiente dos Esta’ Unis, Tif nea na inte fracio completa ere 0 movimentssoial © humane, Fol ee ee Piro que'me sree quando comece s fuser Burrcentes Cea sh Inultanedade, essa busca de plnos intgrss cntendo tole a5 infor sages. Cahiers — Tato quer der que hi mudoncas de ives dentro 4 plano, “louder — Es creio que este & o problema da arte moderna, sta dilia entre smetria'e asim, que tab pode se tr” tar convencional a qulguer moments. iti, € necssuro pratiar ‘exerci das ropa Cahiers — Voed felow hi ponco em Pisscizos ao Entree, tas penso tambim em Home que Maou o Facaora, sito de'O Dragiorda Mali, Letts fle tratam de wn reo. Iidede conereta sue se ornon mite, eles retcam cata Tail a ericam volentomente. 0 inpresionante nO Dragao ta Mal face # gue» filme nao tem wm revocsso hiro, Coe etd dents 00 mesmo tempo sete que ert pce doc conqaciros ¢ nny fas Morte até nltropsioda, O somo flono mse que repre do assume formar moie dcimidadar: Shel, usclina, dnhere, ot Extados Unidos. 130 ndo pode ror coloado d'mesme moncra que seam suesterm tradicional. Glauber — EEmbora aio sja ui grande fim, 0 tablho de Sam Peckinpah me comoven mito, me emocionas, Dejs, eu 0 revi ¢ 0 athe sinds mais extaordinirin, A estrtira ¢ exten. ‘mente Composta mas Ai colsar que a transcend. Com slagio a 0 Drogdo do Molded, ex quis taser umn western bastante objetivo, apesar de que a ago fisc-- Excl quatro ou cinco western que We vew para chegar a algumas conclsder. Eu vio Vermelho (Red River) Eldorado ¢ Onde Comega © Inferno (Rio Brove). disse a mim mesmo: € predio retomar ese erinio, exes gestor feos ‘co completa inmtdade, como’ nos fies de Slawis. Estes fo reiimente sin pico antvexpresinista, Mas, no momento, de Fimar, tuo madava, eu nio poles cat apense no nivel de met aprendzado anterior. E esta & uma bos slugs quand © dees. bre certasvelerncias, é necesivio que cla sejam dislvdat mo ‘movimento. Mat, quando or dois personagent chepum aiando, cs ‘lo queria reamenfe vottar a esta referencia de Puitlaires 20 En lordecer. Isto € mais ema coisa inconscente tanto que, sani An 185 Senne eee eee tnio das Mores desafia 0 Coronel, eu jd havia esquecido a refe- {ncaa Pistoleiros ao Enlordecer. Ew ji fo me lembrava ‘ais forque era um plano muito curte, enguanto que eu fiz wm plano ‘bem longo, eam cerca de 40° segundos. De qualquer mancira, cm ‘Cannes hinguém notou a referéncia. Mas ontem, estive com sma pessoa que me lembrou o plano de Pistoleiror a propésito de O Drogdo da Moliode e ex fique bastante emocionao, Cahiere — © Dragio da Maldade ¢ wm filme de época. Desde «© primeira imagem, adverte-te qur 07 aconlecimentes Ocorrem om 4938." Porém, quondo comecamos a ver o filme nos exguecemos disso ficamos com a impressto de que tudo se pusia mum passade taito mais remoto. Mais tarde, quando os cars oparecem, Ices ‘se um chogue. Eta descontivaidede foi voluntria? No Bracl, este ‘feito de choque foi sentido de mancire (do forte? Cloner — Como em Os Fusis, todo passa num dnio dia. Ee teria que superar om problema geogrifico para estabelecer a rea so cate a cidade e a estrada. Tihs programado um plano muito discursivo que ia da esvada até a cidade. O memo acontere quan ‘io 0 professor diz que vai embora e acaba ma estrada... Mas havia tums distinca de dois quilimetros e et coria o isco de quebrar 4 tensio do filme. O resultado dramitico teria sido diferente (Cohiers — Mas & mais eficas do que se tsetse sido foto mum Glauber — Quando Ruy Guerra filmoa Os Fuss, ele nfo rotow nna cidade, mas sim a0. lado da prépria estrada...” Tudo povderia, ter aconteido na cidade, € Monde estio os mistion © onde hi tam bbém um teatro. Eves também teria podide color trés plance no comego Cahiers — Ew ndo acho, poraue ossim fice mais forte. ron, tcemas a impressio de que hi um alto de 80 ane Glouber — No Brasil eles também acharam vito estranh. Cahiers — Quando 0 Coronel dis a Mate-Voca: «— Vocé voi ‘me lirar desta peter, cortase para a donga e, om seguide, vemoe {odes ar pessoas moras, Voed cortou @ motansa ow nBo chegou ¢ rodélat Glauber — Ex nfo rodei a cena, Cahiers — Este também & wm princlpio bem eisensteniono Glauber — Quando viva muldto que se aproximava, eu me perguntei: <— Como vou poder filmar'o. mussucre?s. Ento, eu The disse: «— Voots vio morrer, Eles vio mati-loss, Eles come- ‘arama cantar ¢ fizeram Taso durante 45 minutos ou uma hora. No Bra, ht wma danga mito violent, o xarado, Ent, disse 205 outros personagens” «— Zomber dis antes mat lose, His Gantavam um xarado © Nat-Vocu, que € sor de teatro © velo de familia burgess, ntrow também neste cima. Eu fit emtdo dos fongos planes de quatro minston can wm desta cna Ao trian elem minty pro aa Os ators sa nu te lina que haviam rad stat fas ¢ comegnamh peta os pes Gas psoas. Se ev tvewe Acxado conuar eles comeyaian 2 {eric as pesos. Hes ating ta verdade comple, porgue’ da vinha a radio. E reencontravam esse eapirto em 1900, Lin se (ule, a foraria mas no qs fiar a more. Preeti mos fear todos mortos. Ester #f0 panos tts. Cohiers 0. que & que te ouve duronte 0 entorro de Matos? Glauber — f yma obra composts a parte de un cast indie sa: <— Devs deve ter pedade dae amar das pesto qe noe ex amos da nose terra, Estas alavras indigenas faze parte de tina epic de canto de desepero. muito masoguista. Toda 4 Seyiénca foi montada segundo a estrtura da msc Cohiera — Voce pode nos falar wm pouco sobre @ cor? Glouber — Quando Warrco fer a ftogratia de Vidar Seas, escbrioy pela prmcra ves, uma Ive Que corespondia mito om ‘lima brasiro® Barreto it sempre que 2 cera eve Tomar aa distinc eltiva do objeto e nso sempre deve set feto 4 partir de ma trata das foto printivas ou dat gravaras. Ele exerce ma {rand inflénca sabre o novo operado que Wabtha cones. Para ‘eer estes fies a cores cu cham Afonso Beat, ee, antes de omega, conversov com Barreto, ra pessoa que conhere rio bem © Brasil porue tabuhou como fotdgrafo durante anos. Adotowse tattoo prnclpo de alo fazer componigbes exageradaa © nada acres Kotar A cov natural que “A & bastante sofitiada. Esperdvames fue o acl eatvene coberto para comecarmos a rode Se finisse {how com o sol spina, a cor ae transformaia noma spice de east Trancolor horrorow, Por oso la, pentel em algumas solghes Ee miteenscine en ungho das cores a oops ‘Cohers —~ E como 4 este fime em 18mm gue voet fer para tzpeimentar @ som airtot ‘Glauber — im Agosto de 1968, quanda eu me prearava para fimar © Dragdo do Maldde, tive problemas borocrticos que me dbrigarm a feat 90 Rlo durante um mds sem fare nad ‘Chanel também o ator gue fas 0 pereonagen de Mavs, Hugo Carvana,« Odete Lars, aati cia, Com ees, fod, em som diet, 187 wm fm em és dias, uma espe de ine de gingers, um tbe sobre a vielen em fod or aes, no aspects vet fea ‘ime! indmeros plans. Mas orapas ue opens 9 tm’ no: Nagra era muito misco ¢ quando ex The pot que presse aencio no Sincronisno, cle me respondar <—~ Nao € una qusto Ge tic, uma questo subjetvan- Agora, o filme no poe mal ser si cronizdo, ao ser que cu td a ita, one Gaal Amo medi Secque exe um apacho que permis scope o sncrenama, Eu ten ua ora e qurena de filme, Sera neesério que ei Sse o material pars tar relarer a wukagem Para terminar, eu gotta de precear guna coisas 9 propi- sito dow realzaores do. chem indepenente. © cinema & te ‘sia, um fendmeno econdmio gue existe ja nom siema ca pili ou soils. Os cneastat nib podem se cengortar como {atin de seco passado, Quan wes no ole ft oo xia seus fines, eet emprecndem cua) & predore polemics pe san ae nua tn ror od tin jovea tor para que ck faga tor fle, € porque pens doe fee cpar de faré lo. Seo fine ho crrespnde ratamate que ie que 0 reaualor avin anuncad, ee epera que © Prodstor sama (ols ap responaiidaes no sci e diulae ine ‘que nip pole mais ter langado no mercado. No ¢ questi de ta Koso, € tv uma deworrénos de tm cero eto teri, mar final € matoguinta. E preciso encrar mover mos pra, que © ime pose aligir "mercado. New toes os peor, as Sto comercancs mats datos. Tok oe fines que si fees Ho ies que-enconraram um. proftordispsta Invest nee Um dae, até mean quand st contra ‘wm artista bu un feet dee compreender que tabi etd ligado 20 Gena ene {quanto problena econo, Ov bum ek fat times ators, be tos, pollens e que seam capace de star nos grandes atos coloando em eatsa todos os principos do comercial, ov etd far filmes margins ¢ deve Organiar una istbudors unde zm. Ent, 0 que se pss na America Latina, no Terecco Mundo, or festivals € uma certa'demagoyia polica que se mista pr ‘ea cinenstgrifien, Veron pessines les ue feta # jus car aravés de suas intengies pallas, que lo sobjetas © ndo #2 ‘excntram ao nivel do proprio fle, quando, na verade, no con Seuiram face sua ppra revlugfo no plano do ssena de po digo. Hles fala multo mas no obtem resultados concrete, Esa ite, que € comm a todos ov pals, scm ent de sua ppra ale: 188 ‘nacio. © cinema ¢ uma coisa atl, moderna: a teoria © a prtica dlevem stir tis, Os cineasas também do responsSveis © m0 apenas os provitores os distrbuidores Se voré far filmes contra o sistema que no podem ser lang dos, este pouco se importa. O cinema far parte das comunicagoes de massas 0 sentido mais aberto possivel © no de uma historia tds" sociedades sccretas, Para enfeenlar cise sistema © necessivio, fealmente, © organizr... Vovts do Cahiers my wm papel muito Jmportante a. representar para fazer com que estan cosas scjam ‘compreendidas e para clarficar as idéiae. As rclagics dos Cahiers com 0 meio cinematogrifico sfo talver mais profundas do que vo ‘ie podem imaginar. Os Cahiers ponsibiitaram 0 desenvolvimento ‘de uma cultura cinematogrifiea fora da Franga, mas sio também responsive por uma certaalienagio dos cintasas joven e indepen Gentes. Eles Freqientemente juram om cima dos ‘Cahiers ¢ fazem ‘seus primeros filmes como se desejasem agradar aon Cahiers Cahiers — B & meade om gue cscr filmes se torkam mais [re ‘quente, néx gostomor menor dee Glauber — Bssas coisas chegaram a tal ponto que os Cahiers, Francs, o& festivas de Canner ose Pesaro esto, involantara ‘ents, na origem de uma forms de academnicismo. Existenisso ma mitiicago. Voeéstém um papel importante a representar no ponto Ge vista a declienagio dos ovens cineastas... Mas como a revista info € académien, hide venes coisas que eu no compreendo, coo Itadigdes,informasies que faltam, Agora, por exemplo, vocés fa lam de Eisenstein, a montagem, ete. Os jovens cineastas. que le ram as terias de Iazin nfo compreendem mais nada. Seria neces ‘irio ter mais didétcn, Essa ¢ 2 responssbilidade que Thes cabe Vocés fazem tuna erica bastante avangala, mito moderna, mas algumas referencias suas e a terminologis critica estio a0 alcance apenas dos cineasas rais informados, so pode ser a oxigem de tama confusfo muito grave. Como a revista um instrumento de trabalho em,todos os niveis nos meos de cinema, seria necessrio ‘qoe ela se divgise a todos. A fllowota entica da revista € perfeta Inas 0 nivel de interpretagio que a toraa As vezes muito especial aia, Somente alguns cineastas podem compreendéla. Os que do ‘ compreendem so levados a fazer em seus filmes coisas das quais des nio tém consiznca. Hoje, o objetivo dos cineastas jovens © po= bres @ ganar um Prémio em Cannes, um coptrato ex Hollywood eum bos erica nas Coens du Cinéma, 189 Ree Postscriptum, por Glauber Rocka INdlia, Godard esti filmando um western © me pergunta 2 di regio do cinema politico 'No primeira dia ex fico dante da cimera com o& bragos aber- tos e desenho una diregio rump 20 desconhecido e A aventura © rostro uma outra direszo para-o cinema do Terceiro Mundo. mas como Godard queria rodat © plano uma segunda ver eu cante que fra preciso estar lento e forte forgue nie nao tomes tempo de te ‘mera morte e depois o personagem que me perguntou a direqio ‘lo cinema politico se diige para 0 camiaho do ‘Terciro Mundo em ‘eguida retorna atras de mime vailem ditego a0 desconhecido € aventura e eu mio repett 0 dscurso do primeiro dia de filmagem ras cantei que tudo & perigoo, to & aisno + mersvilhoro a com nicagio dilética das estrutoras essenciais sem castigo © Sem ver fonha cu nfo devo josificar meu cinema mass) stacar 0 terro smo que leva os estudantes ‘no Festival de Beslim a. vaiar um filme petigoso como Bras no 2000 se Walter Lina Jénion, 3 roviae do tropicalis antropofégico ov o mesmo terorigm gue ten Roma atace Partner oa duvidae ilo esprit revoluconsrio Je Jean-Marie Straub prefere sempre realiomo socialite, o ret liso crtco, 0 realsmo moraista que é main reacionfrio do. que a estétca popular do cinema americana emquanto a efiicia € mais importante que a histeria coletiva produ tribunais repre vor como as censuras facistas em nome de uma revlugio cultral fundamental na China mas hsteria na Europa pergunto a Hirseman como depois de Karl Mare a Europa esth num ta primariamo « e3 aqveria antes que Godard forse dizer diante de sua cimera que ee €o maior cineasta desde Eisenstein de Glauber Rocka, ASSIM SE FAZ A REVOLUGKO No CINEMA 70 A casa & de Gianni Barcelloni, onde obrgatoriamente ciresla © cinema jovem mundial que passa por Roma, Aqui, 0. encontro de quatro das males figuras do cinema de hoje: Dernardo Ber tolucc, italiano, cineasta; Mion Tancso, hingaro, cineasta; Jean- ‘Marie Straub, francés, cneasta; ¢ Pierre Clement, francs, str. ertoluei ficou famoso com o filme Anter da Revlugdo, apre- tentado com excindalo na Semana da Criiea do Festival de Can- 190 es, em 1964, © filme rompia com 0 neo-realsmo do cinema its- iano e, uatando de um tema politico, fustigara a hipocrsi, 2 co vardia,'o-sentimento Burguts isfarcado em revolcionirio con cluia que no hi outra saida yara tm jovem revolucinsio bar suds do que romper com suas origens (ou se integra, de uma ver, ‘0 sistema). este filme que influanciaria em Paris 68 on cha mados estadantes de maion- Bertolucci fee Partner, adapiado de tma novela. de Dostoiesky, desdobramento do teme anterior” Fi sme radical nas idéine © na forms, fot malhadissimo pela cviea e Hracassos. Atualmente, Bertolucci termina dois filmes: Extra tiga do. Arotho, producio da TV italiana sobre wma novela de Jorge Lis Borges, e 0 Conformiste, podugio da Paramount so ine uma novela de Alberto Mori ‘Miklos Tancso ficou falado hi uns scis anos com Som Ex ronca mas foi Os Vermelior eos Broncos que Ihe dew projeio internacional junto a0 piblico, Este hingaro cim mais de 40 anos Iwtou com armas nas mos contra os invasores nasstas, Silencio # Grte, Os Ventas Brilhance ¢ Sivaco de Tnverto sin ontios be Ios e polémicos filmes de Tancso, Se lertolecs ¢ um rebche ainda fm busca de estilo, Ianeso &criadoe de um estilo original de filma dirigir atores ¢ sua eekbridade nasce disso. Deservolvendo expe ‘incias de Antonionl quanto a0 uto do espaco € dow abjetos de ce a, lancso praticamente deteuis a bistiria, a anelots co eoteire © fan Filmes a partir de evolucées de personagens,paisagem, arqute tura, cores € sons. O ritmo do seu cinema € mais prénina da mis ‘2 da que do teatro, mas todo este requinte esético ndo abstrato visa demonstrar ua tese revolucondvia: a burocraca estrangula © homem, a liberdade & um prego muito eato pago a0 progreso, 42 revolugio precisa de homent nodes e pron e mio de moral Gorruptos ete. Enfim, no panorama do cinema contemporineo, Seah fee aks tao gee iroecee sont ta ee radores e detratores, ninguém consegue ficar no meiotermo. No ‘momento, le esté em Roma preparando ume co-produgho hingaro- Stallana para realizaglo de um filme bistrico de cinco capitulos de ume hora. Jean-Marie Straub € outro caso do cinema atual. Francis, de- seriou da guerra da Argélia e se exilou em Munique, Casado com 4 cineasta francesn Danielle Hulls, Straub estourou em 65, 10 Featival de Pesaro, com um filme de uina hora chamado NBo Rex conciiodot, panfeto e refleio politica sobre 0 renatcimento. do ratismo na Alemanha, O tema era forte, mas foi a forma de ist PEE EEE EEE Ee eee Eee eee eee ‘Straub filmar que funda a cuca da critica. le destrdi toa as fogs de espetieao, tas as famoese enogies de cinemas que un rico ou expectador poses ter. Simplesinente cloca os atores po fados, de costas ov de perfil, dures, e filma os sons, eis 0 barato! Para Straub, © cinema € algo fsico, concreto. Na sua linguagem simples « desesperatora, i850. quec dizer: atores imoves em dill for de ato nivel iterrio. Cenas (xas longuissimas. © movimen- { € dado pelo ritmo da fala. No cinema de Straub a palavea vira iisica, E'a mica vira palavra do filme seguinte —'Crénico de ‘Ana Modalena Bach — bogratia esética do compositor. So vie ine cenas finas onde, a par de algumas ripidas imtereréncias dia Togadas, vemos o tempo todo orquesias executando concertos de Bach. Para Straub, a tice forma de filmar a vida de wm misieo Efilmar sua mises, eporque sua musica € a sua palavray Depois de Dach, Straub termino Othon, ma obscura tragé dia de. Comnille filsas em Roma, numa co-prodacio.alend.sta- Tiana, Em cores, os ators restam 0 texto integral da. pega, dian- te dos cendrios anigos romanos, De uma simpliciade de vest ‘oa e de encenagio absolta, o filme — segundo 0 astor — . © que vemos? que, tants nam tals captata quanto un Tait soils, 08 precoecton tio ot tresmes. Todo tendo pateralza 0 publco ¢ tado mundo tem ini de resto pelo pio. Quem pode der, nua sale Ge il specadores, que aces so burrose aqucesatros aio senses? OFpiblico deve tr'o ecto de ether o fe que quer vers os ‘ont filmes por sto devem ter enitidow nos grandes cinemas © ‘ov cinemas Je ate. O enema de are teve so seni ana tras agora € umn gto, wma forma de censra, um principio fa! fina de divulge nena. Tancio: =. Emre nis & diferent, na medida em que 0 valor comercial no € tio importante quanto no Ocidene se Tevaugfo deverdeoluir até remover tndos 0» Preemie conser ‘lors (este ponto da conversa, Clementi — que exctava tudo sem liner nada, apenas bebendo vodca entra eon Sri) "Clements — O negico € que hoje existe cimeras de 8 mie Yineros € cinkuer pesca pole comprar uma © comer 2 i Giawer: — ... As penne que tim daheiro Clementi: — |” Sim, mae rlatvamerte Baato comprar uma camera Super e'azer set fe, como se compra ns mahina de eerever, ua cana, se erreve uma carta, un poe, um frstio, um romance, Essa € 4 rande Iiberlade que o cosa ove tov dia pode he dar. Havers sompre 0 sistema inbeal de Hor Fwoed..- Hollywood quis me contr, eo genaia um milo Je dllares'por ano, mas ex devs interpreta papas Way, ty dev tae lg cnr # isha eral dv tour tesco fririas aos'meus sentimentor, eu seia apenas em instruments de Cemniniagio da pornografia de qe. Stau alva Una estrela pve aarecer sia nam filme cv ao muito bor sito; mas ‘eu pergunto” ae sma estila reste dish yara ape 195 Fece Eee eee eee eee eee ecer mun para ate pili com sev corpo na, ea i oth ve Tends ‘araio somal a proton, que depois revende = ‘Suto mais cao a0 publico? $e ea aparece tun nom fine nfo Tomer eno eo cert sun mulee € am goto exten E Sa'soe Cone ase prnigio do sor, Ex etve nos Estados alt, Spe a Soper fi mln sre min wage Pa ages fagy Ties que me ners € en catSer Mas TterGante no sao cosas no cteto, tba nated iinoen tay gue serum svt de ale, quero qe meus £6 UPC ea fon mens ve aia minha ie sam tet, acuine perigee, prion. sema comer, morert im kn que tos es tre uerem como ese reer > oe eros: — Eu nfo acho que ainda ak mover. Acho, so cons gc la ve far ca ver mat foe, porque sport Toesuram ay coprodacbes ene Telia © a Unido. Sites, Sens duc, exe on produtores akanon que investem 0 diahaio dis american nas coprodagdes com ox nviicon. Equant a Mosfitm ee une a Hollywood sil de qe fi imnado tom pact i exteminar definnomente ate! ec nfo eso em CO Ease a favor do sitenn,cpuo tabalar dentro e fort Jy ‘Seam, pore tno un vo penne e acho que a ate ¢ Sine afi sot por two etn de coro. om Stra, estou {i acordy com Golan © stn de acondo também com Hit losers — Vast sake, Deri, no Bras existe a tse de que Cincna Novo ¢ uma porcaria eae © Dras devia seguir cheng do cnc allan Vereluet ns. Tete dos mchores fips da dada de 60 sam Os Fai ils Sse Dae Dit tT dS Sera. exrno. que um Pls ge fa rs brary em det Pern Gaon vi Ele, © cinema flame de oj Pha porara, mle Paso, que € am pods, « Rossi que € tin peter ¢ agora so fr thine iiton paras TV. O qe {alee nfo oie a crea basins que nds também somos stb- tevcmvlvdo, que « Tila ¢ um pals sobleenvltida ¢ que 0 6 Stout fafan tio exe nai, nem trl nem ecoaomicaret {fe wos nos tcommia ilar min. Gon americans © ae © Tsproduor iia que io tem dieiro america Se cara ‘cont “Ala, nfo Cute nema sabano ow Tancés, tudo armerano feo sa Europa! 196 Straub: — E cinema curopes feito em Hollywood... Hol \ywood importa as tenis de Godard € Antonion! © prods «arte ‘k Into come Sldnight Coubey on The Graduate. Of snricenon intelectwalment, sf0 provinianos? Tertaoec:— Como eu in dizendo, antes do Sicauh me inter romper, & que o cinema italiano & 0 por exemply gut se foe de hoje em da, como cinema : eee Clementi: 0 mais grave, hoje em dis, & que @ maria dos Gioeatas que falam de pelts, que fare contstaio,walsia filmes pornogiicos para o sistema, Berta set Glauber: — ... Nenhum produto dy sistema ow fora do ss tema, ji ousow meter 0 dado mum filme de Dow Lis e, mo entan to, ele fer filmes comerciais nv México = 0 eineata deve Ficar live como Rossellini « Mas se voce vai ver esses, files hoje em da, que finest San os maiores casos trope, logics sabre o home lana amsericauo. Nacirin € Los Oleldados so tema pars duzentos enstios Straub: — Bafa fer 0 mcr filme palitco que ea j& vi Lor Ambar, eee Clementi: — Buf & un homer Hise, um homem que nin szuim le cvtear porge cle €'tdo puro com se eahesse TH Rando” can uma” Soper (Chega José Celso Martiner © combina com Pierre Clement tuna escursdo do Living Theater ao ras, que deve ser agora em abril) ‘Una semana depis, em Barcelona, encontro Paro: Portal 4a, 0 mais importante cineasta inlepenfente la Espana. I: Isc iment, ele coneui esse papo sobre 0 cinema dy fut Fstou ilmando com 10. mil dilares, com cinco mail ie res. Agora temos a camera de TV e logo terenos ot eavctes que vio distribuir os filmes magnéticos como se istibuh msi, “0. sistema fieard fazendo es ilmes comercitt rs, ox autores, anos nossos filmes com pelicula magnetica,distebuieemon cscs filmes como se distribu’ lives. Voce campra ui. filme num eas: sete do tamanho se wm saboncte, noma livraria © leva para case © hota para passar na TV, como botaia um disco na vittla, Ora, © filme ie arte vai ser mato mais dstibuilo através dos cacsten do fque mesmo através da teeviedo. E depois a Iiberdade do. filme Imagnético vai permitr reinventar © cinemny vab abrir uma nova eo ica, um cinema pstico, dildtico, Gemitic, Qualquer human jo ast er fiat, fazer do cinema a sua palavra, 2 sea Hnguagem. As Gnematecas serio mseus, como o. Prado, como Louvre. remos Sor Museus assist. Potombin, Cidadd0. ‘Kore, Chaplin, ui Dentro de cam anos ninguém mais ouwird falar de James Bond, no entano, haverd fils nos museus para se ver Chaplin, dames fm forma que hi filas boje pars ver Pleasso po Museu de Barce ona. ‘Mas a independéncia Jo cinema depende do cineasta, por que a pior forma de censura € a autocensra. BARCELONA. 70 Os problemas braiiros hoje sia tratados com Histeria Prefiro set lich para toar no furineslo do-cinema.brasi- tec sun close, TExpeizncns pesca oe integram a experiéncas histris Em 1986 comeci 9 eocrever adhe cinema braskito «meus bje tive de stage. erm Gerda do cinema braikco ¢ campetmene domi ao. plas distibudoras amercanas e pela eistibuidoras naco- Tals ue inportm fines europe a bea. peso. TP Zin conegienca dena inporagfo descontolada € dex ta exploracio onganizala de um mera interno grande como 0 oso, impose 0 desemelimento de ns indistia ne {edie jaca Sem meted oh rodao e Fea, Naquela pct, segundo 0 acrso de alguns rarosevtos Tula cu dais que a Ita pela independénca do cinema brasileiro ior ftp, ae ma Tata geal integra ta feta cmancipagio nacional. O problema de cinoma & igual a> pro bee do pres Tl "A ‘olnizagio econimica. do nosso cinema gers a e0- Ionizagio cultural do nowto powo. © ova brasieeo € inconcen- temente deformado. pla visto moral © atsiea do cinema amet ‘noe por isto ieonctntementweners Fexplta os Estas Uai- Gon, ©. fentnene igual na Amie Latina, Tollywood im irs ciizagio através do. cinema, deta psclogcamente Pp € cooldn snpoctacho conn. Se algo achat Go eats menindo ¢ so fazer ma peau 1A coonzago do pore pelo cinema hollywoodiano singe as anes medias ¢ plea. A. burgueda € caoranda 198 sestticament pelo cinema eroamericano, Inconscenemente, shoe we erie intr raseos foram ens clnera esro-smericana. Formac nme Tingungens Mloc Chavies,"Cichs. A clonizagio € um virus to" forte que cmt mina até mesmo of epiios mais saconaltas V— Esa borguta ealonzada produsi "um grupo de ert cos © cinastas que miter anos ‘olbora ives i inde ‘mente fara a permanénca do cinema curoamercano no Basle, ‘onseiientenete,sabotn © desenvolvimento do cena naconl © grupo calonizade nfo € aque veo grape, qe imava at chance Este oat grandes vias ta colnisigio ‘0 grupo calniado € aque que erienou e leu a faléacia 1 Vera rot ma decals de 30 Cit FE Hest meso gre ge © natty Nacional do Totos fegientram o Se, Hany Stone. Harry Stone 0 re resetante de Motions Pisrer no Dra Harey Stone de {oe pra os eviton inl na oetaeho Gnd cinema frien brs Este gro, colonial, festa, desesperad, raion abe trssmee sve cma nasil Mug eae awa econimiae dane nada. Devsten apenas 2 Oe Tica cinema aconi-A cionzagio ge nl 9 complexe de ac ine Fasano ts Joris. Exciara o pio © ot ines conta 0 cana crap nea © a ona nena mc tl 0 cinta brio € tna vine sla Ningulm pera Meo so de ons fer am fie no Bras ne eran © gue desejan: ermal 0 cincna bra a fn dete Roo ‘Ste inisra nacional merendo comico ¢ moral fe un povo fique ns mos doe merce VI" Este grupo agy da Vera. Cris on herikivs atois sin signs don sucuoresCnemstgatcor de Lacerda tar do frigo oe Laceré pubes, atcanlo dessperadanent ©: Sem irascv, ext © doo e Tollywond se vison dotrbaiore © ‘does iteresadon nu ruina do cnc ras. Ui do ein 4 dstorer on verdalcros problemas do none cncma € promover ‘te demoraoin orca earl 199 Os produtures que sofrem na carne a colonizaco econimica «¢ cuftral do cinema brasil ao querem importar filmes, mae LIBERTAR 0 MERCADO BRASILEIRO DA IMPORTACKO DESENFREADA. Os produtores brasldios querem EQUILE BRAR o mercado. "E preci distinguir entre CONQUISTAR 0 mercado. com filmes DESCOLONIZADOS E DESCOLONIZADORES ¢ EX: PLORAR o mercado com filmes COLONIZADOS ¢ COLONI- ‘ZADORES. ‘Vou trocar em miidos pela ikima ver: filmes Descolonizados so queles que se recut 4 imitar os modelos americanos ¢ bus: fm refazer 0 cinema nacional a partir de nozsar verdadeiras rises cultura. Exempla: Macuneina, grande éxito de pablico © de ex- Iso € CONQUISTAR 0 piblico, Fines Colonizadoe sio.aqueles que vtllzam as fSrmulas por rogrifcas e volenat do cinema estrangeto. Exempo: as. habi- fais comédias de iEGi€ ow os fines de sexo que infestam 0 terado. Isto @ EXPLORAR 0 piblico. A coloizagao no se Facha em Hollywood que pole eontratar ‘vrios diretores brasileiros para tabalhat. Mas o importante nio € fazer carrera pestoal, Impurtante & ter consciada. O fundamen: tal é Tur para hibertar © mercado nacional ‘A diferenca interna entre um filme mes © um do Jece Vala ‘io no vale nada diante da ojressio das dstribukloras estrange ras sobre meu filme © 0 filme do Jece Valo. Eu no vou brigar com Jece Valadio para dividir a. casse cinematogrdfca, beast {aA classe cinenatogrética brasileira previa ae snir para Hbee tar seo mere. VI1— Como a maior parte da evitca & eolonzada, 0 pico ecehe sempre informagies falsas sobre cinema brasileiro. Estas uisas que ev denuncava ei 1960 so incrivelmente repetidas hoje ‘A diferenga € que de 1960 para hoje sungiv no Brasil © Cinema Novo. Tatando contra todas as formas de coloniaslo, responde- mos a dois desafos: produsir filmes descoloniados e langar_as Tases de wma produgio. necional com distibuigio nacional En fremtamos ao meemo tempo + critica, 0 public, os distribuidores, a censura ce sibolagem geval dos ineletiuis clonizadar. Repito 200 ‘que & wma lata contra a dircta ¢ contra a euerda, No caso do omens, com rors eee, © clio contamina gusgur de (© Cinema Novo foi uma explosio internacional. Por qua? Porque é um movimento cinematogrifico anticlowil. ‘Tendo po vorato uma explosio cultoral internacional 0 Cintma Novo geno Peauenas fatias do mereado internacional, E passow a viver te tims exportago crescente, para se mater internamente. A con tradigio € normal: 0 neorealismo italiana, a wowrelle eupue (ran sa, 0 cinema expresionstaalemfo, 0 cinema tevlucionirio russ foram também registrados incialmente em seus Paiste scl fora. O cinema ¢ wma avte tio foderose que e reldade de um fois pode ser actla se ctocada literariaments, mas raromente 2c. & concreicade cinematapraficamente.. Um verlairo cinema navi tal descolonizador cola em questio os conceitos curate de un ovo coloizado, O-pablico nonmalmente vomita ea propa. i fem ella, ‘© ave exterminou 0 newtelismo italiano © a nouvelle rayue rancest fol 8 falta le conscicia de clace dos sour cinretas, Deixando-se envolver internamente pelas discusses estitias, franceses e ilianon eseceranrse de que seus mercado fnternos cstavam também colonizatos pelo cinema amcricono.. Nio organi Saram distibukloras naciunais. A crise de distrbuigio se agravou estes cincastas se deisaram daclmente contatar plat provatr ras americanas. Hoje o cinemo francovtaligne € uma sucursa do (© Cinema Novo brasileico manteve seu trabalho de infra-sru tura, © exemplo de nossa organizagio cconimica serviu de exer plo provocalor na Franga e na Ilia e pie o Cinema Nevo como © mois importante movimento cinematogrfico anticolonial 60. Pon to de vino econsmico «altura "A partir do Cinema Novo, em cinco anos surgiram viras cine- smatografias nacionsls na Amécica Latina ena Abvca (© que interesn sinttizar € 0 seguinte: 0 Brasil toje possi ‘as melhores condigGes estratgicas para serum paischave a pro- usio cinematogrifica e pode contolidar um importante front de concorréncia antamericana no ‘Teretio Mundo € meso. oa Ek ropa 201 eee seE SEES ee eee Ee ee SESE sEeEeneEeeeE ‘Afirmar intemamente este tipo de cits mum pals eolonizada parcce uma aberragio, Reagbes e xingamentos slo naturas, & como Se'yoed chegase para um. paraitico e dissesse: ON escuta, 6 masoqvista, woo! pode correr mas Olimpiadas? ‘A nova gerasio de cineastae brasleios, gozando da possbili dade de fazer fies gragas 20 trabalho de base do Cinema Novo, perdu a cabeca e entro no jogo ideal para a colonizagio: atacar © Cinema Novo FFelizmente o Cinema Novo afo perdea a cabega na vadade provincana, depoie de ter rechodo com colonisosdo cultural no Drips berco da colonisgto, Hoje, 197, sow obigao a reesrevertemts de 1958, no me sme 05 que ascia © Cua Novo eat 0 a0 dscredt pea Tio o Cinema Novo exe Hoje le ¢ natrmente ima de stages « interretaces dtvions {© Cinema Novo resto a momentos mais dics © ich penar a quem aio se entega, 4 goem rete rod revsaconramente ‘© Cinena Novo no vai se emi, ve entrepa, se xr. ES- ero que 8 bruaidde, 0 iraconalisoy interna © or com alec ecodtios querer sous cimera. Signi, 58 eis io ates, ‘devemos fazer cada ver mais filmes. O cinema aio & ini 'O' farce ta ceagio racea dependerd. trib da Mnvmentafglo len do ea cnems, Neo cmp ate aa tice nut intrumento Se expresso informagio a0 alence de roduie edo conrad cas. Das sequoras As PALMEIRAS 70 [A stuagio ao Brasil € penota: fabricar filmes & um risco cecondmizo; 0 mercado esté dominado pelos norteamericanos € ot ‘eeropeus; fazer «Cinema Novos também ¢ um risco politico: para fa direta 0 Cinema Novo € 2 wubversio; para a esquerda & uma manifesiagio init, 202 © Tnsttuto Nacional do Cinema no gosta do Cinema Novo. A maloria dos intlecusis brasleiros (eda burguesin ) ‘stio furiosos: — ef necessirio acabar corn estes rapases qu fa em nen sum als que tem atores como ‘Cary Cope, tie Carlos Barreto tem uma vio relsta: — eNom as se ditibuiggo € como’ un partido paico com gaa orga disciplina ¢ liberdade de cri ease Na Rsropa nossos amigos sempre nos perguntam: — «Se no tens dinero, se nlo tens protec ofc, Ho tens fiberdne ensura, como poles fact fess Economia ‘Somos os camponeses do cinema. Ants, em 1962, plantow-se sobre terra seca: em 1969 tivemoe Aacwnsim, Bros’ Ano. 2000, Os Herderos, Memérie de Helena, Azyilo Muito Lowce, 0 Dra- 0 da Maldade Contra 0 Sonto Guereiro ete Depois da sequtia © antes das palmeiras estivamos mares téncia: O Deseo, A Gronde Cidade, Menino de. Engenho, 0 Padre 0 Moga, A Faleida, Opinido Pibice, A Hora e @ Veo de Augusto Matraga, Terra em Transe, 0 Bravo Guerre Haviam, também, chegado outros: Bressane, Goaies Leite, Ne- ville Almeida, Fontoura, Eseore, Calmon, Farias, Sgenzcla, Bet= nares, Tonacci, Sarno,’ Moniz, ‘Santeiro, Gil Soares, Capovilla, ‘Andee Lis ete 960: Nis’ no somos capazes de fazer fines» 1969: Mais de tinta novoe cinesstas.- Mais de sesenta files, como Vara devora Macunaima. Porém, antes de ser sevorado 0 «Ci fnema Novo deve devorar o mercado brasileiro que & devorado elo cinema, imperaita, deve devorar a tolice © 0 snobismo de foios intelectuals que so devorados pela culture, deve provocar uma indigestio de fogu, ser devorado, renascer de suas cingse Atualidedes Existe um programa: atacar o mercado ¢ manter independén- ‘ia eeonémica que possa sustentar & liberdade de produsio. Con- sidero inkl falar conta 9 sistema se nfo encoato ot mick de produgio. Nao € necessério fazer uma critica moralista do siste- Ima € necessirio transformar o cinema, sabendo que nio se roda tum plano como se escreve um verso. © cinema & antes de tudo, uma’ indistria, inclusive se 2 diigo contra a industri, 208 Sitwosa0 Existem centros de producio mo Rio, Sio Paulo, Habla, Pa: rita, Pernambuco, Dasa, Para, Rio Grande do Sule Minas Gers, Ax fretes de produgio estalam desde Amazonia até 208 Pampas. Mais de 300" filmes em 16 ¢ 8 mm apresentaranse 0 Fetval de Cinema Amador da Jornal do Bran. ‘Thomas Farkas dirige uma equipe que esti realizando cem docimentirior, em 18 tam, e-em cor sobre 0 pais. Na Escola de Cominicagio da Uni vetsidade de So Paulo, Reberto Santos © Kuda Andrade fazem tam cinema ede equipes com os estodantes; alguns escrtores, pin tores et. trocam de profissio e comeyam a fazer cinema Perguntei a0 mestre Jorge Amado: — «Qual € 0 motivo da crise da noseaTteratura? Nao temos jovens eseritoes, ..» € Jor fe me contesta: — «No tos jovent escritores porque tod 08 ovens actstas sfo misicos ou cineatass, Em Pars, 1954, 0 poc- {Vins de Morse: dist: — «A literatura desaparecerd no Basil. S6 teremos misca e cinemay (© feitcero Gaimaries Rosa disse-me wm dia: Se tivesse a ‘Mae do rapazes do «Cinema Novos crelo que no. escrevera mais; fara cinema 1939: mia-noite em Copacabana. Saraceni, Hieseman, Marcos Farias ¢ Miguel Ponges estio examinando tm totent qv es ha Via comprado muito barato, camo dinheiro da venda de tes va fas que me avi ate Cala dado e que ex vendera para comprar © Totem: uma Arriflex 35 2am To"a!" Cm joven chega ¢ diz simplesmente que quer fazer tum filme em 35 mm, colorido, som ditto, scope 1969; “Sino «Cinema Novo» mio sio ox camponeses de 1059. Monifesto (© «Cinema Novo» comesa a adguirir 0 roste do cinems bra silsiro, Por isso, inssto: inclusive, se acreditamos que a palavra © volo, nfo. podemos acabar com um espirio que é maior que hnorea vontade. Os jovens devem saber que nfo podem ser ires- ponsivei frente ao’ presente e a0 futuro porque sua anargua de, hoje serd escravidfo. ‘Avtinica maneira de lutar & produsir: aguele que nfo quer ver fata reaidade cego ou idiot. Os cineastas do Terceiro Mundo ‘Severs onganizar a. produgfo nacional e expulsae 0 cinema impe- alta do mercado nacional. 205 Se cada pais do Terceiro Mundo fiver wma producio susten tada yor sea" proprio, mercado nascerd um cinema revaleconsrio triontineta. ‘O cinesta do Terceito Mundo nfo deve ter medo de ser primitive. Sesh nif se insstr em jmitar a cults dominadora ‘Tambm sri maf se se fizer patroteirol ‘Deve ser antropofigico fazer de mancira que o povo evloni- dado pela estti comercal/gopular (Hollywood), pela esti por lista/deragégica (Moscos), pela estética burguesa/artistca (Es qTopa) posse ver © compreenderestitica revolucioniria/popular que Eo nico objetivo que justifica a criagio ticontinental. Mas, tam bem, € necessivio evar essa estética, 'A tomada do poder politico pelos descolonizados & fandamen- suficinte (A criaglo de una esttica revlociniria/populae & wma ta refa revoluconiria na evolugio porque tolo poder politico teme critica ilicn ‘A estéicercvolucionéra/popular, entretanto, & uma stopia. © cinema tcopeaista, todavia, & 0 ado virgem desta utopia, Um cineasta tricontnental € torturado pela pica e pode ser fuailado ‘int verdadsra relagio internacional deve estar fundada so- bre umn principio: basta de paternalismo, basta de solidariedade scotimentl, basta de homhagio, basta de agresivdade gratia, sabrctudo, basta de conselhos! ‘As linagens io tim necesidade de tradugio ¢ as palavras de eaquerda no salvam a imagens de dsc Critica © cinema tropicalsta encontra algunas primeiras imagens: Brasil Ano 2000, Masunaina, Os Herdsioe, 0 Draglo da Mel- dade Contra 0. Santo Guerreiro io fines pré-histdncor como os fntros filmes brasiléiros que excontearam as imagens da fome ov 4 imagens de politica. ‘Bras! Ano 2000, Mecunolma, Oe Herderos geraram as ima- ‘gens do. sentimento bratileitolatino-americano ‘A gente gosta de Macunaima porque 0 filme de Joaquim Pe dro de Andrade € eloveamente originals. Mocunaima € uma trae sia porque © negrorindio € devorado pela sua propria loveura 206 Pode dserse que a twstea tropical & bela? Macunolma nfo & {gecimico como um filme de Chaplin ot de Tati. Mocunalma no Eom herbi solitrin,esquerdst, romintico. Nao é, eampouco, qui Soteico: no tem mesma ritmo que 1 Faleida' de Hicaman, = ‘bracprima do intimismo tropeaita “Macuraina € um samba modernista em forma de cinema, Cortese 0 petigo de admirar Or Herdevos‘porgue 0 filme de Carlo’ Diegues tem argumento. plitco ‘Os Herdeiroe io € win easaio histrico. Vargas & s6 uma referinia, Os Herdsires & um melodrama em forma de poem di ‘Sitio barroco © assim pode evocar um dos maiores poets tropi Calista brasleros (e lntino-americanos), Jorge de Lima. O argo- mento poiico nio € importante no filme de Diegues: as imagens do sentimento politico que so produzidas pelo filme formam a ova qualidade dese! Os Herdeire & 0 primeivo fle brasileiro {que fas um inventrio completo do cinema urbano braiito desde SSgucle, mado, de Humberto Maseo até Terra oye Transe. As ima- fens grotescas de. Terra em Tromse, mais ispisicas do\ que por Inguesas. (quero dizer, mais ltino-americanas que brasileras) so Sestruidae no Frismo naif do velbo Mauro, na imaginacio satiica ‘dos velhos files musicals brasleizos e so reconbecidas como as Timagens concrete, paridas peo poder politico braslio, de Var av até a queda de Goular Os Herder < um filmechave do cinema brasileiro. © a rmontagem dileticn dos sons-imagens do poder corrompido pelo, iimperiaismo, mas tambéen & a montagem alti dos. sonsima- fens que pela forga do. tentimento opicalista projetam os pri tieitor signos de ma cvilizgio nova ‘Un filme antimperiaista & um filme nacional (© powo produz a cultura popular. Um cinema nacional é a montage dos sons-imsgens produsidos pelo povo. O povo tem & fapacidade de reconbecer seus proprios sons-imagens se. se ots ‘izer que sess soneimagens so nossos préprios.sonsimagens "A fabula. do lete de. coco e da coca-cola & muito simples!!! Desgragadamente, = publicidade da coca-cola fer os povos co Ter feito. Mundo esquecer que 0 coco encontra-se mais nas imensas Draias e que simplesmente necessta pegar una faca e partir 0 coco para que posta saborebo [UMA FILOSOFIA COMO AUTOBIOGRAFIA. 70 Enirevsta com Lino Michiché Pa Indubitavelmente a passagem entre Barrovento © Deus 4 Diabo & um tno brusca. Ten um polo de estilo, de mundo fottic, de dtica, Tem-se quase a sensagio nesse sentido que SBarrovento seja mais uma introdugio do qae um primero cap tulo da tua flmograia, como cere ilies de cxame de alguns ‘iretores famouoe diplomados em uma escola de cinema. Como ocd essa. passagem? Re: Quando Toles Barren j tinba escrito um eoteieo ‘de Deus ¢ 0 Diabo, Digo um roteico e nio 0 rateiro porque st ‘cestivamente”o muudei muitssimo, Com efeto, ©” primeio ratio tinha apenas histéria de Corisco ¢ aio tinha a do beato Scbas tiio, Depois, apis Tolar Borroveno, fiz um segundo utero e transformel a histria de Corisco de tal forma que resullava pra ticamente na Lista de Lampizo, intslada Lompio, 0 Rel do Cangeco. Entio fiquet muito frustrado com essa série de creas tncas que parecam conjurar contra © meu projeto, pols aban: ‘Jonei a hstria de Lampido © me scio a idéia de fazer‘um Sle fem os beatos com ot cangaceios, como siatese de uma expe ‘éncia histiriea, Entio eserevi orotero defnitiva onde porem ' personage de ntinio doe Morlee era apenas esbovalo. Fase Yereonagem nasceu pratcamente durante as filnagens. E. foi por: tanto filmado depois, com um més de diferenca do reso, imo forma de relleo critica sobre 0 filme, Mas de certa forina ele fap fata na estutura do filme que nio tinka assim uma con tacio critica, Foi entio, rendendo-me conta durante as fmagens sqoe decidi dar a0 personage om peso e ma fongio diferente, se Sio aqudlas resutantes na edigS0 do me Pz Aparentemente mesmo a julgar os longos. tempos de reditagio que Tevou antes das filmagens © das sucessivas mudan- ‘at poderia der que I! Dio Nero € 0 seu primeiro filme verda Geiro? Todavia, se € verdade que entre Barravento e 1! Dio Nero existe um grande salto esiistic, temitico podtco, & também Yerdade que um sao nio menor existe entre o vegundo € 0 ter- ‘ziro filme a tua flmografia, Terra em Trance. Certamente esse salto se insere numa fase de patsagem no interior do Cinema Novo brasileiro que inicia a sua atengéo a considerar da temdtica urbana que € solictada pela queda de Goulart, a novos exames de cons 208 siénsia que passa da tengo para a itratura de 30. A. rea “ago. dos movimentn de 20, whretuto © motkmisnn rare 2 recuperagio de formas tacos populace em nade Todavi, nfo divias, por exy que I! Dio Nevo de cea fonma "ma exemlifcaio ta tpca do que waxd sexes oa Revisto Crlice do Cinoma Brascira e eodenson depos or Une Enetca da Fame, onde Terra om Trane sabe © greteseo pao dpi, o consents tects lo io. ‘Rs Talver tae explicagies posam servir a uma parte bio aritca. De coms fora pea ier que mews Hime nfo ta Sem or tagor das Gaps socessvas do mew desenvolvimento ea tora, ar So a eapas dese desencvinesto. Ei utes temas Deus t-0 Diabo ect» yrstado te um imjaco vileto que en zim tina cone ajo ane ne ne informasies oh heimento qo nha da reid brasica, ca infrmastes¢ Concent que eave tendo da cau cura, Tato, nin for ex, nagicles anos estivamoe procrands,Ubevtrnas de {ase Cahiers du Cintma-Nowelle Vague avinhaniose ais da trio reaiica do tna alan. Amin, rots interes v2 mit ¢-cardec modems da cinema visconti (st nae Sine de captagida raiaede" um Rossini Asha cin tratiio, anten, ago de ie tb, ca que, rocrivamn, car ten ina eniapofsemio bras, tas thos wma see de Teleréncas Gnematoprticas caps e que des saga nfo € fil sir sengo através dum kngo prove. Desa contac yor certas vere nevis, msce Dost ee Diao brats de Fentneno do que de ello ce crits, onde sentiment © 1 tanto. 80 tio mnie o modo de sero fle, ms eu bite Saal. Ps Podese dizer que Tere em Trane € uma cpice de Cia Kane dn nipicn que se vata para 0 grotescy quan o flme de Wells & tag. Telo menos tom tea 00 peso gen Da Rs Tratase de wm eferéncia quits © programada. Sem querer farr neh para, pogve pre min © ne de Wales Ea obra exeencnal, pete meso ralar tna pice de Iara» Cidoda0 Kone us, ase ime me guia aprocntr 8 {Strata elisa de filme pltko ameriano, ¢ visto qe, Brasl ‘toa cons Iating-ameriana, me parse Gl © sgfaing moe 209 confrontos da situaglo brasileira. Assumi Cidadio Kone como fpomo de releréncia. E eis-noe mais wma vez ainda na contrad Glo. de fato, € evidente que mesmo querendo fugit, mais uma Yer operava. com dads eontraditrios. ‘Quando, por ex, acaba primeira rol de Terra em Transe 0 posta ci fer na estrada, F quando comera 0 flashback vemos Ji 0 tino enquadramento do filme, 0 poeta. com a metrathadors tha mio. A partic deste ponto aparecem uma série de flusbocks fo filme termina com o.mesmo enguadramento de quando come fom os flashbacks, Em outras palaras, procurase ago criar uma Sintese do filme, mas uma test que vale como uma proposta. ao Gapecador. Nesta perspectva, Terre cm Transe est para Cidadao Kane como Marx para. Hegel. Ps No Brasil o file fot atacado volentamente mesmo pela esyuerda com poucas lowvive’s excegdes (Vinny, por ex). Por gue? TR: Criticaram o filme por no oferecer uma sintese. Mas se cx tiveise oferecdo uma sintese, teria feito om filme antimar Sista, ieaita, anidialtico. Cecio que stja este um dos fatores {as tonfusdes com a exquerda: ndo entender que o método die fico @ 0 método do morsismo. Quando a esquerda atravessa a fase Drtodoxa ests fora de uma linha marxista porque abandonow o mé tolo daltico, No fundo 0 problema que apresenta certo cine police & de io ser verdadeiramente politico enquanto no é fun- Qamentado em tira estrutura diaktica, E um cinema poiico no tialion € sempre c somente idealists Pa Antinio das Morte, 4° longa-metragem da tua imo: gratia € um filme estlstica e politcamente bem mais maduro que ‘Deus ¢ ¢ Diabo, sapere mesmo" um certo veo primitivista, ow pelo ‘menos tio cutiva ov veios primitvitas do espectador «do ritico {ropes Tovlavia ado rest. dividas que, pelo menos do yonto de Vista do material greasa sobre 0 qual voct trabalhow, voce retoma tn temas e ambiente de Il Dio Nera. quando também neste se {ilo Terra em Tronse parecia ter apagad two Re "Alguns de nds procuraram realizar filmes néo_vegundo uum deieano posico absrato perene, mas sim em telagio 8 si tungio scio-poitca brasileira eis suas mutagbes. Se entretanto fi retomei 0 tea foi porgoe fei slictado a conhecer uma com Viecio perigesamente dominante no Drasi. A de sermos j& um Tis desenvolvido, que os nossos problemas so de naturera rb fhe, © que 0 problema do Nordeste € de se juntar ai tambim 210 esenvolvimento tecnoligico. De mim era preciso dizer que 0 at fatto, 0 processo teenologico no. medaram ae estruturas’ funda rentais do. mistcismo eda alienagio camponesa brasileira, Tal Contraste entre um mundo sinda birbaro eo mundo da teensogia, ‘que posi conviver mito bem sem a minima, integrag meu interes. primdro, Com resto a Tere om Tronte — que foi creado elo cu exe e refero, de meted, pela sun ierofia, donate scot reir 0 tema do filme atm conto mais didoclica menor complex, se nip pr poder fare um filme nah ste to ultico, em filme pour © nfo um fle de polenica clue seoe Terra om Trae Ot rena = poten, ny tutes cinestas fot que, por mio pretender propor & um fande piblco um tipo de releda intenes'e rigoross como ade Ferro om Trane, aio queria porém fazer um fine no palo ‘ssc se tessa ua singin © que fos iso, ‘im, pelo pico, mat som dara cle sigma contbugio conta’ tive. Ora, porganto no posta ser defindo ‘como fle de caixa, Antio eve um éxito comercal muito maior que oF mes his uton Times precedemtes« ere ja mle mas dranente wi Ps Totus, pelo mieoe visio sob 2 espice da sua come preensio pope Antonia € tne sinbilce © netafercamer termais sorecaregado que Deus ¢-0 Dito, ¢ portant de fara ‘meno fc Rs Contre om pis: encontel um intelectual. paafista que me pergunton co que quer dcr © Drogo da Bldode conte Santo Guerreros e quando cu expiqel se. pergunions ¢ Masquer & 0 dragiofs Ora, mio ten! popular ox camponds ae io conbea a lenda‘de 5, Joge e 0 Drafie, ras muito posite Sue tm intectalborgués nib sine pols tase Ge um Henca mais popslar gue religions. Assn cm & Four chamar SiJorge de«O Santo Guerreton. Que der que, feqiene rete io ae Udo devo valor 4 capacdade de cmpreensto fular e schreto. que valriea eb eoutmas, neta no Enbito‘dos quai sibolostém um outro significado que o Pe ram de tlb. Asim sentece que © poroenende © ue a bo se ten fn om Marin, jlo Faropa coms tm ime Bao pore dil, por br oko ma dense de sigifados e Je simbooy, sea o maior sucesso de Pi ait bio don oon snc nig tem wm ft nmi «ot ersimagens ssumen no decorer do fle valores sinbilics forante dveres sian, ene les dillon. Por ex: O Drago. FRi_ © Drago inchnente € Antnio das Moreh asta. co- nyo & Jorge é 0 eangacto, Tort pis, 0 vendo. ragio Fo lation, manta 0. Santo Goer se ansforma 20 rotor quando pega as amas do cangactiro Anni das Mor Te Tm sum ca que der gee tae paris soca nfo slo ‘eins tive «ge ta components de agrpamentos sos Seldameste eoseredors, ou recone, ox empties do pole, ede mare come pra mar, € 30 que entendam onde {std 0 verdaleo, Drago. : A revougio braira 3b srk possve! cam 0 encontro das reniladen ccs «M0 pollzadas como Antinin, «da to Train de contiénca, dot camponeses oa egos analabes. Porque o poo tem neceidade fu clacia poten ge a vanguard intel poe The tar. No final filme, esio Anton 0 Trofeo land, orga o pinroresbendo st armas das mos {Sama se far hero da trai poplar, © o segundo pani SS armas do angaceir,antopotagen © patria da Iu Pope it limos anos ¢ seja perfetamente compreendido por tor © CINEMA For a séTIMA ARTE 70 Ene ano, em Canes, via arte dail que Lamiéreinven- tos, Hollywood est Time, Q chit de Zanuck bri 20" aro elamina cepirito de ics colonzads, Revistas jorals fasta quimetron fzendo. propaganda dos fines estraneices. Sophia Lares fl ap gncolgsta. THE dae gerages de evar no Beal. Ama veha & a rmehor, porte vs © Cinema satcr,mcey & cia em arguios © Sn cremate, A mais nova e una tists, Descobria cen om a nowelcvegue e fcou coping chavs Filme £ erica asin’ a estria € contd, depois & comen- tudo ‘a concido, 0 taba. dos stores a0 contribigies do ie- 212 tor. Tem alguns caras por denteo. A maioria & bur Os inelectuais das outras sextas artes, e piblico, acredtam nas bor ices pretensosas e mainformaios elite opiniges imbedlieames Sbre Gem, © mal, felizmente, aio € brasiizo. Tirando a tuema dos Cahiers dx Cinema, a turma do Cinema ¢ Fim (Itlia) Jay Cox (Time) emis alguns tarador, & um deserto absolut, Curtir tm filme & arte complexa, Quando o cineasta avanga ‘um pouoo até os melhores curtitores se estrepam. Renata Ader (maluca, ex-ertica do New York Times) teve de. xingar metade los Estados Unidos ara -éimjors Godard. John Simon, que € Yo erudite quanty Taulo France, deteta Girl e & eapae some: te de fazer aproximacies lerivas « flowificas atm filme. Cute tit, mesmo, dle nio consegue ste ano, em Cans, » muthor filme era Trista. 0 exétic So ait, a6 rpturas sutras ho veo Tel tio ra cara. O bum mesmo de Dum siz so as. panoriimieas qe acompanham nysimenty do ator © cortam tetomando outa ‘de igual melds. Golgel faloar sllidel far um fle como, Bach tocasa na vehi Aventeras vanguandistas, para garotos gard francesa. & papo fora. Far eum Tents, rouintes babatice No Brasil, os vehus etitions (Monie Viana indlsive) curtem sito bem. Confie mais ‘na pinine de José Sane ¢ Alex Views so gue na opinido da turma que fico mo meio do camino: estes slo us que mio conseguem ser iitar Munie Viana nem os Cahiers he Cinema ‘que ova un 200m, Tess, cimeras iris aprosimados da pintora—— @ talo © cinema brasileiro precisa de citca capar de fazer uma ani lise histrica ds filmes, caindo fora do caretisimy € bom, & rim, © acadni, & vanguard, A nica critica conseqieme para o cinema nacional & a evtca istirca, cconcnia, cotural e lngistica mas infeiemente: Walter dda Sicira, Paulo Enilio Sales Gomes, Ciro Sigueira Francie) Jnis d’Almeida ‘Sales, Fete Teineira de Sales, Jose: Sane nlo te veram grandes heelkitos até hoje, 4 A critica, a0 conteito, fica a tempo todo esclhambandy 0 & ‘ema nacional e eogiando os fies estrangeirs. 213 (© sinico cinema vital do mundo & 0 Pras. outro dia Julien Teck me confiemava isso « estrathava o fato de os intlee tals brasileiros odiarem mosts ‘mes. 1H um abismo entre ot cineatas © 0 resto da caltara bras ee, ‘Os criticos sio os primeiros responsivels por isso. © cinema brasileiro tem sn piblco elucado contra ee (0 Pecode Mortl, de Miguel Faria Jr, € uma obraprina, Foi consagrada mundiaimente em Veneza, © seri esculhamba. do no Bras (Os responsiveis fomentam © desenvolvimento dp abacaxi eo mercial para destruir os cineastas que estio revoluconanda 0 ci hnema do Tereeiro. Mundo, O. didlogn fica impossivel. Lis Ro- Somberg acabou de fazer um filme genial, Jardim. de Espumas. O fantéstco do Cinema Novo & sua prolfeagio, dai o gopismo do igri (Ouvi € respond a centenas de atagues a O Desofio, A Fale 1 0 Padre eu Move. Menino de Engenho, Os Herdeiros, Me- uncima, Brasil ina Dois Mil, O Brovo Guerreiro, © tantas obras Primas detratadae pela burrice, maf, iaveja, coloneagio ¢ inte esses politicos. Hoje Jack Valenti uta ara destruir o Cinema, Novo. Os ataqucs contra 9 Movimento sSo suspetarente conj- sados tanto pen dirta concretista quanto pela esquerda da CIA. Pobce povo cujo inconsciente & forjado por Hallywoo!. Hol: Iywood est as teas en tlevisio, Os imitalores de Hollywood, op defensores de Kollywood € os proparandistas de Hollywood ‘So os verdadciros responsiveis pao stbesenvolvimento cultural brasileiro, So confundir 0 tropicalinso smuscal com a variante ‘ropicalita do Cinema Novo. Ruy Guerra € de esquerda © Cae tano de diceta |As execlentes medias legisativas do INC © da Embrafilme nada valerdo se 0 ubjetiva for descnvolver 0 eamércio de Hmitar ‘lo ollywoodesce « impedie a criagio de um cinema nacional ca- fe de fazer ae snassas vomitarem a imagem de John Wayne Marginalizados pela propria naturesa — os cneastas brasil ros dispensam qualquer forma de spoio titico ¢ intelectual. Cait {ponte de genieeas, O uigridi € um aboro restaurador do i Inala deeadente dos amantes de Anastacya, © primeico © dnico filme underground 68 & Concer, made by Glavber Ros 24 SOLANAS 71 {Um dos iemos Campos (sempre confundo Augusto com Ha- tllo pois Zo os conhego peseoslmente) esereves im poem LUXO 'LIXO OU LIXO LUXO ‘nfo me lembeo bem: um filme de Warhol, Trask (Lixo, 1970), ‘stoura nos, Estados Unidos. A imprensa-ji fala em fim de era do rock e de outras mangabas dos anos passados, Godard desvai- ‘ado proclama vim radicalism politico necessicio. Hollywood se Fenova com oe stor do estilo parisiense e fossa americana, AS Dromessas de Arthur Peon o8 Dennis Hopper me sabem a sope eget anes dis esas, can on dein rine Je Time Femando Ezequiel Solanas, argentino, avtor de La Hora de Los Hoos (am ‘ime bom « disutivel)' me parece set 0 nico cineasta latino que esti mesmo na litka de fogo" sua marcht de filmes politicos se irradia na Amrica Latina ‘As clivagagtes pictricas de Warhol so apenas belas € inte ressam nos limites do Vilage, Warhol no conhece repressio, © seu xo de miserias cansa. © cinema brasileiro, escllante entre Paris ¢ Hollywood, agora samora New York ‘Nilo aponto Solanas camo exemplo a ser segue. O radicn lismo tem prego. Mas se voré diz que es nos fronts © no ria ra batalha paralela ao modo Solanas, voct ao passa de um fran ‘és chato numa mesa do La Coupole, Ou de wt american ing fo, falando em color feeling mum esto do Village Tristana 0° melhor filme. A teoria geral de Godse nos ensinow que 0 contracampo & sua. init descarga. no espaco (O'ixo de Warhol serio Iino de Hollywood Solanas, Sanjinas, Handler, Achugar, Soto, Littn, Santiago, ‘Geastas se’ movers transformande ‘Recornendo a leita detalhada de tos os Cohiere du Cinéma 471 ‘Aumont, Pere, Narboni, Bontzer, Commoli, Barthes estio teorizando anova ctca do filme. Por isto. Jean-Pierre Ouart Precis tansar longamente a cor em Fritz Lang. Finalmente, ‘rtiea de cinema abandana 4 aproximagio a0 filme através da lie ais Soe ae a ieee Saiyan cae le Peete eee ae pee taeceetle coed cee oct eaee Ce ne Ra ae ea oi Bet an ee 2 a Cause rpc eae OS ee ‘icin fon cores de Eieestin [Aluz, vot deuce nas experigncias def sudve aye frase francesa ie Glatt evan Ge Sitnar Lumigres — slo mals Ioan — tilerent de Eoheando com mais cor pet _caspensir 0 fase infant de Hit shock Tana Tere le vito brancy et enforeala na ona ponta da conda por ina eo galho efor gangirras nara pont, de Srebing, coforc-se Heol Fly ¢ cata Joao Giber, de Sor tortrad, um carro For 29 seme ‘in plano siperfcie Renin ale Antonioni inate Hgts apn mene 0 gat a epee pola, depois mistciano — notaam sabes, mil fam as misicas ~~ ficaram oe nemo patos, so underground tow perpen barges ‘Oh, mens taal diane do cinema! Traffaue se 216 ante fois erie! Ovni ala ela? Quan tenho rey tad qa cna. ts wade oe the 2 si pre, Tso a flr de L'dge D'Or, 1900. Isto pra me entra da tur que sia tas Seti eds de Cathqs fa sails dobre ea an debe Cortes ake, oa nen acm. pode comprener 0. Sor de Deny or Holyocsd On Msn sem anu Samuel Fler no eqeeer nen Se vce Nicos Tay ‘abendo gue fl de alumal fanoriaiee’ scene dos troveings Taina, qse Sapetcames Ss leas fans oe timento. Somerte anos dels, iv borates, dese fo. Eres a fotnsfon microns como. Hares Di Ao Cotter, Morin I Pala, Pigpren "no marian i ence mas insane slnaGes co aqud de Newnes {Algo ae ng © Map Carne exoenle Mee tin 0. aire ca iss Or prints ans anaes te Se feni om 0 Desa as iste Guise tes tee oe ean ‘e 20 Aeon tn ald, Os falgwrames gan gee a Joo Cache Hurts e Miguel asa em Poca Moral, Eas Saves multe leanne de Ray Guera Ricardo Aroovth- rovanent Bextor» pny na ingle Gastar Dal fim O Draco Uncrare. Chorl mo roeing tnd de: Mend Engen Os ans fesse Cache gama Sere amas or it & iin pan corde Jan Manson, Ui cinta fa um See um cio sre Ea Vcroce fe Powvin, Natt, Cohen (190), te Staab € © file € geil porgve Naboo! dla, f cm Aatnio Caio fscrevniy bre Cla Manat Cotta: meer que tos 03 readers tm ino, cambada de crion, que eu etre. qurendo Giser faendo der act: mtorr, pe ue neshum Ciena Itinarercna poles gear he mais Ie nfo vse os tanjot fermen Sante fe was te EZTETYKA do SOHO 71 No ¢Seminirio do Tercera Mundos, realistdo em Génova, Italia, 1965, apresente, a propésito do Cinema Novo. brasileiro, 4A Estdtica da Foren, 217 ee Esta comunicagio sinuava o artista do Teretito Muni diante das poténciae colonisadoras: apenas ania etic da sioléncia. po- ‘dria itegror som significado revoucionsio em mossos twas de berocio. Disia que nossa pobrera era compreendila mas munca sentila pelos abservadores eolnias 1968 foi o ano das rebeldes da juventude. (© Maio. francés aconteceu no. momento em que estudantes © imelectais brasleros wanifestavam no Brasil seu proteto. conta © regime militar de 1968 Terra em Transe, 1966, um monifcsto prético da estéica da fome, sofreu no Brasil critics intlerantes da direta © dos grupos sectitos da. esquerda Entre a represdo interna e a repercusio internacional apren- i a menor ligio: 0 artista deve manter sua Hiberdade diante de (qualquer circunstincia ‘Somente assim estaremos livres de umn tipo muito original de empobrecimento: a oficializagio que os paises subdesemvovidos cos tumam fazer de seis mores artistas Este Congresso em Cokimbia € outra oportanidade que tenho para deseavolveralgumas idélas a respeito de arte e revaucio. O tema da pobreza esth Tigado a iso "As Cignciae. Soria informaram extaistcas « permitem inter pretagbes sobre a pobreza. ‘As conclusées dos selatvios dos sistemas capitalistas ence ram 0 homem pobre como um objeto que deve ser alimentado. ‘os paises socialists observamon a permanente polémica entre 08 profetas da revolugio total e oF burocratée que trstam 0 homem come objeto 4 ser tasificalo, A molar dor profetar da revo- Ingdo total & composta for artistas. Sto. pessoas que tém uma proxinasfo mas sensva ¢ menos ite com a8 mass o- ‘Arte revolcionéra foi palavea de ordem no Terceito Mun- lo nos anos 60 e continuark a ser nesta dada. Acho, porém, que a mudanga de mutes condigGes politcas e mentas exige um Aesenvolvimento continuo dor conccitos de arte revoluiondria Primarismo muitas vezes se confunde com os manifests ideo- 1gicos. 0. plor inimigo da rte revoliciondria & sua mediocri- ‘dade, Diante da evolugfo sutil dos conctitos reformistas da ideo ogi imperialist, o artista deve oferecer respostas revolucions- 218 ria cpizes de nfo acca, em stnhim hips, a8 erase pro- ponas. Ey o que é mals‘ exge una preci. dentcagho Ao que & ort vesiconéi loo time police, do. que # artereiucionia anata na here de nova dieu de que Tove resoconiie ej. pls equede © tramesasds ‘ee ic No princro au en ct comp harem de cnema, 0 filme de emando Exesid Slay, argentino, La. Hoe. de_Los Horas £m tpico panto de nformacio, aio © plein, vttado ftunlnente em vrie partes do mando por avis plies No segundo caso ten genes dCi Novo bra sik ett on guns mete proprios fines "por limo a obra de Jonge Lait Borges Esta canifegio reves as_conraiges de uma arte expr sand ©. propio. cro comemporinco, Uma obra de are revo Gontria drei oo 26 atvar de modo fefiatamente police com também promover especie fewficn, ciando tna eliea Jo tfemo movinento humana Timo a sia otro clan. "A existznda Gescontoga desta ore revolute, Tere ro Mundo se deve fanamentalment ir represen do reioaloma ‘Or sate carats stuunte, de dircia € de eae, eto peso ina rardo cmservaora” © (acs dat entra no Eianl€ reutado deste vo colonieador. A sa poss segun- doa suelo a orem « Go desmolvimento, A teenage € fal tmeioce de um poder que no tam outa iistogi seo 0 domi- ‘ho. do bomen plo cOnauno, At sesposis ca eoerda, exc lic osten ex mo as, foram paternalism regio a0 tema ental doe contin poltcos” a massa. pobres ‘0 Pow @ 0 mio de bargain ‘A ratio do poro ee converte na raxfo da bunguesia sobre 0 tf ‘As variaghes ideolégicas desta razio paternalista se identifi com ‘en nonetnce icon de. protest ¢ repro. A rasio de Srquerin revela herdsro da ranfo revolucenir. barge cor. PAA coloiasi em fal nivel, inponsbita tina eso Tolscinicia integral que tert nn are non exprenio tio, por Sue somente 4 re pode ae aproxinar do bomen na profndiade Gee © sonko deta compreensfo pose pert. ‘A Tiprra com on Tacorllnos eubniandres & 4 ica sada ‘Ax vangardas so eomamento no podem ras se dat 20 vce inal de teyumits a rsleopresnea com's rasbo reel 219 een cdoniria. A cevolugio € a ent-rosdo que comunica a6 tenses © re aloes do mais irracional de todoe os fendmenos que Fe ‘E preciso uma revolugéo cultural mo cinema, a tomada do ci sen pln nec de vangunninn ass, para tae Terma nema moma, pois tigi cll efipar © seme? stat combed comet ary ins Fenway ecards No te eq de que cr cmercanes jt saan qv hoe param fine fa dv tee ter Sexo pe Esgt gue 0 meopa da ingrtacin © importte © e te tree ws tt este men em Por eee. aga a vous ft rola porque Herd (entra permite cna nnn westerns de vl, a6 mnéian ra da Tn que slo na vo sedomaungie do TEES Sane copa intra ome, tue ar apes Stalin, wn Gems gue fae» propaganda da wlecn ot at Peceeeeeeeveeee rere policia como € 0 caso de Don Siegel ¢ Clint Eastwosd, que tra: baham ‘em estretacolaboragio com a policia, tal como Ductio Tes- sari e Alain Delon, cm que os herdis 80 0s caras da polica, em ‘que tum filme como © Operacdo Prana € um filme da poles, os filmes do James Bend, em que oF bandidor so negros (portinto ‘contra o movimento negro internacional), estes s80 fies politicos, Vistospor mies de pessoas CIN, — Precisamente 0 que acontece aor foices que se liber- tom do joscismo e que foram maciamente colonisedes pelo cintme femericeno, quando se libertsm e.pretendem fazer 4m cinema 12 ‘olucionsio, acabam, regra ger, por wilsar a meoma linguagem dos colonzadores, Ete, um dos grandes problemas. Uma dos col sas que nos surpreendeu, 0 ano passodo em Pesaro com or filmes revoluiondrios da América Latins, & que cles erom iguais, nal (guagem, 00 cinema. americana, G.R. — Vocés tocaram no cancro da questio. Muita gente {faz cine © poucos #30 or mis indicados para isso. Como allie Jk disse 0 Goad, esse espago vago & ocupado. por cineastas re ommistas. © cinema cscila entxe 2 peste ceformista ea célera do ‘esqverdisme wtopista. Como a questio nio se resolve, isso gera © Dportanismo. 10 cinema esquerdista utopnta quer destrui 0 espetéculo cine: smatogritico (e fot isso que provocos a crise e 3 morte do primeira Godard), mas no colaca um novo projet. O que & qve isto faz? Aerie do cinema. Ora 0 que & preciso € sair para uma sinese revolucionia do cinema que rompa com estas duas posigies, por ‘que 0 destrtivismo das linguagens & im fendmeno dat vangvar das pequeno-burguesse radicals, como muito bem explica 0 Walter Benjamin, que querem fazer as revolugdes nas gramitica, mas oss da, do esago do deron, que asin te vag para © (0 reformismo, por sua ver, & aceito pela critica © pelos inte- Iectuas, porgue toda'a gente esti slienada pelo cinema. Por exem: lo: Lukes, que era um dos mais importantes tejrcon marxista de fteatura moderna, quando fala de cinema s6 die asncras, por ‘que no cstudou 0 processo cnematogrific. © proprio Brecht fquando fala de cinema aio atinge... eatio que & que acontece? Como, 20. mesmo tempo, um especilsta de cinema como Andeé Tazin tem uma coltera cinematogrifiea mas nfo. tem uma for. ‘magio marvista, isso faz com que aio exista uma teora completa do cinema, Bazin & um homem que dew gratde contribuigio para 2a 1 estado do fenimeno cinematogritico, mas nunca analsow 0 pre- ‘esso dialéico da consrusio cinematogrifid. Ele estadava apenas ‘fenomenologa do cinema, 80 faz com que oe diuidores da eo- ‘ia Gnematogrfica, que sf0 08 crtieos (nem todos, mas oF de van sarda no eserever livros), no se debrucem a fundo sobre isso ‘Tudo o- que eles fazem & avallar 0s filmes. Entio aconece que fiimes como 08 do. Sidney Pollack, Peckinpah ¢ essa merda toda tam o aval da emelhora critica. A teria cinematografiea esth no onto critic, no. ponto zero, e como as pessas encarregadas Jo frabalho cultural dos varios partidos patios também no se de- Drugam a fundo sobre esa questo, permitem esse liberalism re formista dentro do cinema. O resultado & que 0 monstro continua devorando a alma das pessoas, © esse proceso do se pode dei dar que se repita, Txt ¢, na verdade, fot dos cneastas revo- Incionérios do. Teriro Mundo. Superar estas contradigies © par tir para um Cinema Novo que é a tinica forma de fazer que 0 cinema te salve. O cinema morre, por causa disto tudo, © por cau- ‘do autodestratvismo do Godard © do reformismo, que sio 0s dois modelos bison, Falta uma terecira via, que sb pode surgir fim 0 rigor teSrico, a reformulagSo profunds do cinema e a calo- ‘ayo em prétca deste novo cinema de uma atuagio dos pro- atores, dos cineastas e dos cries, revluciondria, para combater ‘0 velho cinema e impor 0 nov. ‘Aqui em Portugal, por exemplo, dentro do proceso politico ‘que 0 Pais atraversa hoje, pareceme que hi condighes para que cesses males sejam evitados ORLANDO SENNA COMANDA 0 XO._75 Recebendo misses jormalisticas de Ygnacyo @'Alenkar na re- ddasio do Dyaryo de Notyeyas em Salvador, passagem dos anos 50" anos 60, quatro sekulos separam o-dramaivago inglés William, Shakespeare do. Teatrblogo germanyho Bertld. Brecht ‘Mew interesve pelo Teatro comega em 148 quando Interpeto © papel cantante dum Pryncype Espanbol que vem a Cuba pedir 42D. Tracy, Dama Kryoula, a mio de uma de suas das filhas na gue for eros 9 for mujer parce wo botnio cchade 23 © secesto do. Ato. El Hilito de Oro, produgko « diresio de Mys Yrene Baker, no Colgio 2 de Jutho, centro a prece Presbyte ryamamerykano de Salvador, e da Professora Musykal Maria Nazar, sme deu papel principal no. espetéclo do ano. seguinte, diigo Peo professor de francés. Josnt de Castro, quando interpreto um Captio de Arcia que reeebe ligbes ylamynyztas da Eniyklonedya Sucesso Operyatyko em Hilo ‘de Oro, tracasio de Medi ses mo Campo Grande e pensei aos quinae anos montar Les Pa rents Terrbles de Jean Coctd ou Edipo Rei de Sofokles © ainda screvi com 0 pianists Geraldo no Colégio Central da. Bahya 0 BE Sefana, critica pelos lideres inteleetais do 3 Ano Klassyko como Lxotexko e Homossexl Entei para © Centro de Eetudor Pensamento e Ado, epare tho yotegralyeta bayano dos jovens Aguias Brancas e tente mon tar sem sucesso AP Mdor Sujor, de Jean-Paul arte Em 1955 0 poeta Fernando da Rocha Peres teve a idkia de teatralzor pocmas. (© Konkretyzmo engatinhava no Suplemento Dominica do Jor ral do Brasil, 0 Teatro Arena Je Séo Paslo revela Augusto Dod, Giantranceseo Guarnieri, Flivio Rangel e Oduvaldo Vianna Filho, Nelson Pereisa dos Sanios filma Rio Quorents’ Grows, Viniive de Moraes, Antinio Carlos Jobim e Jodo. Gilberto totam cantam cen bosia nova, Joo Cabral de Mello Neto publica Duar Aguas, Joio Guimaries Rosa publica Grande Sertio: Veredos, Oar Nie. Imeyer 'e-Licio Costa eonstroem razylya, morte VillLabos ¢ ‘Jorge Amado publica Gabriela Craw « Cand, Em Belo Horizonte ‘um grupo cemposto por Ciro Sigueira, Fritz Teixeira Salles, Mauricio Gomes Leite, Heltor Martins, ‘Theotonio dos Santos, Frederico Moraes, Joso Marschner, viano Santiago, et, publiea a Revista de Cinema © Complement informada, sofsticada, contestaria colonizada elo tradicional an licioma mincira: Pound, Ello, Joyce, futurists, dadaistas, jor Imalistas #30 of modelos’ utopykos da jovern intelestalidade her Aeira doe poctas stitoncilstas de 148, ‘A. critica kynematografyka revelao Neo-Reslismo © a. Nov ‘ylle Vague, aprofunda a lowaggo de Hellywood, reescrere 0 Cahiers du Cintme e descobre o Cinema Brazylero. "Em 1959 paiso em Tielo Horitonte onde proponho iquees itelectsis © langamento do. Cinema Noto mat’ $00. considerad> Visionirio, e expulio de Helo Horizonte vou 20 Rio e levo © projeto a Nelson Perera dos Santos que estava filmando Rio Zons Nort, 24 Paulo Autrat, Femanda Montenegto, Adolfo Cali, Ténia Car- rero, Cacilda, ether, Jardel Filho, Teonasdo Villar, ftalo Ross, Cleyde Vaconis, Walmoe Chagas, Séxpio Cardoso, Milton, Morach, Glauce Rocha 360 grandes stores dirigdos por Ziembinsky, Gian” fi Ratto, Adolfo Celle Martim Gongalves na Escola de Teatro ‘Ss Universidade 42 Bahia fondada pelo Magnitico Reltor Edgar Santos. ‘Os fracasgos da Companhia Cinematogréfica Vera Cruz e do ‘Teatro Brazyleyfo de Komédia, o miximo de sofsticagzo das. dt tes ialo-palistas, so contrapostos pelos koncretyzta Trmos Cam os & Pignatari assocados a Ferreira Gullr, Reynaldo. Jardim Jost Carlos Olivia, Assiz Brasil, Mario Faustino, Cludio Melo ‘Souza, Jose $.in0 Grinewald, Paulo Francis, Jinio de Freitas, Helio Oitciea, Ligia Pape, Miltom Dacosta, Antinio Carlos Jo: bim, Vici de Moraes, Nelson dos Santos, Alex Viany, Salvja- ro Cavakanti de Paiva que procedem 4 revisio critica da cultura ‘universal e projetam 2 cultura nacional Paulo Francis destronca 0 velho teatro: THC, TEATRO dos 7, Companhias comercias so cesmistiticados © Francis da forga 10 ARENA, Nelson Rodrigues, Ariano Suassuna, Aatinio Call 0 © Dias Gomes. ‘© teatro bratyleyeo — alores interpretando contradgies 6 micas — comes m0 século XVI com_o5 Autos katequétykoe do Padre jesuta Jos de Anchieta onde indios travestidos em Cris tos, Aportelos, V3tEem, Anjos, Demnonyos, Herejes,, Luteranos, ete, reetavam, cantavam, dangavam en Latin, Tupy © Portugués, Nosso Teatf0 aasce como instromento colonizador © gota for mas populares — bumbasmeus ois, résados, teros, toncios, ca ‘alhadas, coms, emboladas, frevos, maxixes, etc. — que nio se Tibertam do ebstigo tuclear Jeruytyco mesmo irracionalmente mo: Vides i critica da) Casa-Grande Excravaria€ mestiagem acostumaram dangar, cantar, repre sentar no terteir®, Praga € russ nos das permiidor para desafogar ‘as migoas i sebroissho em rituals servis. (0 versejar decai do batroco a simplificagio moraista do bom senso popular, a misica € sempre de missa, o outro lado da eaqui- sofrénia € um Karnaval veneriano dos pobres. ‘Rebolados fistéricos dos indies, dangas seasuais dos negros © tragicomédia dos exropens. ms s convulsdes — Palmares, Yakonfydéncys, Confedera do Equador, Cabsnads, Balanada, Balaada, Farrapos, Praicra ‘sirgiram teatros populares revoluciondrioe exja meméria se perdew porque nio havenio testrlogoe épicos e diiticos a miologta po ular morre na boca dos cadiveres das revlugies maseacada® Teatnoseaz 75 Joio Cacao, 400 anos dis de Staespeae, doen Molde © explo Carlos Gomes cae Opes epen. Vertre Wag fer em rsp Subxatos pit Reveugla Franco. O Tex tr eminent Je Macta de Ase Toon de Stare © cme de std cavcn aur — tee G0 Manine Pon, otatco: de Adin Aseveto olds Gb naturals do vel nos mets de aaiar 2 tcetade Ses cotonprine dete em acorn fosia erm Teal = 0 tearo de Qo Santo, pmo Ato Sear ttre rasa —"e tate revlotonGro de Oval Ak Ania Neon’ Redes, Das’ Gomes, “Anni Clad Jorge "Ande ‘Arno Sensing, Clanfrasesco Curae Ole {Si Vaio. Reece Clay, Frame. Perera Sih Fin ‘are, Heats Pelton, Jos Vente Chien Reape Hollands totes qu foram sone pr’ Ato Celis Gan fess, Martin ‘Coney, Too August, Jost Renate, Gvalls uct” Annes Fi. Fv Range Anis Abujana, A frst Bol, Te Caos Mac, Attn Cuinaes Ovando Se fer Franco de Aste, Joo Coke Marine, Fernand Pen ‘ivdlo Pero, © ours cones em an. povincs © tate rechconit brie, Peta, Drama, Teo com indgtes ceogritae, delet, ie eh ator acitaron de ecommerce, mn, caso Talarnn, ares, puss, prodtres leon, cian, pe Sicon ctorer seb Dele deEnenainy Maco Ores tia Genel, Presidente Inperdor, Dee Expo, Shot Fare, Avttanen, Pst, Shakespeare Racing Mite, Teor, Onval. de-Andade,Tesh, Hagen ONGH, Stare “tnen, este, Dates, Arbor Mile, Jan Vitebscna Gogo ice, Peer Brook, Fad Vator Cor Ce Jo eho Marine rvcm bs eerste, 26 nics, potas, ssn, cits, anos, reigns, sles ‘da pré-civilizagio do futuro? eee 'A lenica cone desde tempos dos cravat grgoeinspie os pla Bakara Dionysia ey cantar, dang fas ea oe th gr on veo cmp aoa no ‘a sal sbre tm ponto a0 cent bu a0 fonds chanado Dero os coher pr cas onde o nor senate Sepa Pe foo que a reaidae no he permite c por isto prof aqede Tetéalo em eo eipago por certo tempo dese que rman finao pie cre censre « segecnas emuegiencny oon. tics epolca 40 Grip, A COMPANHIA, repreenta an tre mma escrito por um pettar de vanguaia maefsady or ob Giretor de vanguarda —o teatro grego € 2 Memivia da Gr de Shakespeare a. Menéria do Mundo desde a Guetta de Tria tn Trosis & Rrezyds ss Piphanalye © min em Toe evade e 0 joralisno em Henrique VII © Teato. de Racine « Cormelle & psicandse da. Hintria Greco-Roman Orca que se arrebenta na. Reyolio. France 3 brguesa toma o poder com Mole qu tsi Pela fn com Avisfanes, Pauto, Tope de. Vege, Gulden “Tebow ¢ Gorkt revel inrias rasas que anecelem 0 tenis Ternard Shaw & a mi conciéacia do imperialsme inglés Ibsen € = miscon-scine de Fre Maiaovsky desuito Teatro ¢ das cinas de Max Reinhardt, Sanisivoky © Mayer renaace Brecht: Wagner, Gocther Sei ler, Biciner, Hegel, Niewich Marx © sngew armenia de Bach A primcira po marta & Donon de Dichner. Qualquer dirt Ge 19 anon poe tansformar” por um mie ewacine di. fea de vanguaria ‘uma por tg de Equyo om panes 4 exrema esquerda man ext opeacio he ogy a desma 2 sbiguidalespoltcas de Scrat, Earpedes, Avsttones Pas, to, Lope de Vega, Goldoni, Shakespear, Corse, Racing, Mo- Wire, Teaco, Gonky, Lote, Shaw, Tennessee Wiliams, Tones, Hecket, Havcid Pinter ety mola pel tna. pse en aaoto cher det siatente ae vaca polis epee do intetalpeqaen-buguis que € Davfon una at tac ‘ecarcortadae plo lero de Robes 27 Season een eee eee Gurrola, Vicente Revaclas, Grotowsky, Julien Beck. Ripper com cenog Niemeyer ¢ Sérgio Bernardes, fo ray ¢ Evandro Castro. Lima, ms Korabtcheveky ¢ cantada. por Chico, Nara, Caetano, Ga que deve ser analsado. por Lulz Carlos Maciel A Teatrlyzogio Poctyb bral de Mello Neo professores Pera Moacyr Maia, Hemaai Cidade, AW L. be Gianfrancesco Guarneri o cariter Fascyzta da Ceasura papel do malamode o quem o amor comen tudo. 248 Marat & attasinado. an0s depois pelo anarco-esquizofreny2mo de Peter Weiss, Hocbuth, Durremat, Carlos Fuentes, Juan Jose "José Celso Martinez encenando Galileo Galles em Portugal 75 firma que «Brecht Di Samban, pode sero enredo de Portela no Camaval 76 esrito por Dias Gomes ¢ dirigito por Luis Carlo ia de Helio Ectyhauer, carros_slegiricos de ae espeias. de. Clovis Bor ‘de Tom regids. por Issac nia, Gil, Ben, Roberto, Joo, precedidos de Victoria de los Ange- Tes’ & Vills Lobos com apotcore Teletrinyka de Marlos Nobre ‘© Teatro revolucionfrio brasileiro comeya com Qorpo Santo ina chamada Jogrlescas foi mon- tada_por mim, Femantlo da Rocha Peres, Paulo Gil. Scares — ‘produtores e-dietores — Cenografia & Luz de Calasans. Neto ‘Tinha sxido 0 disco dot Jogrie paslistas, achamos interessan te mas defiiente, e Fernando da Rocha Peres, Paulo Gil Soares © Carlos Anisio’ Melhor colocaram ‘um repertirio antligico da poesia brasileira e latino-americna a partir de Lorea a. Jodo Ca Oswald de Andrade esteve ausente dos cinco espeticuos rea Firador durante dois anos, com interrupgies provocadas pela Cen- ura Katolyca representada pela. professora Dalva. Mato, movi- mento de peotesto Nacional dot intelectsais arrepimentados pelo Crtico Adalmir da Cana Miranda, coasageagio critica baiana dos {40 Netto, Ruy Simies, Antonio de Barros e eritcos José Vallada- tes, Clarival do. Prado Valladares, Walter da Silveira, Jofo Eurico ‘Matta, Joio Gaspar Simdes, consagracio estudantil, setores da atse midiae vanguardas da burguezi,encontro politico com 0 “Teatro de Arena que excursion na Bahia e denuncia no diseurso (© Espetikulo consistia numa sucessio de 12s 20 conas em cada qual um ou mais atores falvam um Pooma diate de objtor sob deverminada luz. Lembro-me de algumas: «Os Teés Malama- oss, de Joio Cabral de Mello Neto. Cenografia: 20 fundo uma tela ‘branca atris da qual desfila Fernando. da Rocha Peres no Em prineio ano diet entrando € indo de um bi de quarto de_pta baits ‘on jane © cioeta ‘negra Pato, Gl Soares fmenta'o molonaio marae te Fermande Peso mi finda por tes ions ‘A ‘squerda Carlos Aniso Melhor de temo nego € graata sentido ma cadre brag defronte um quate de Mc aie ‘ra drammondina tilt sore 'aslio dem burgaés geen {anor rss economia olive e seo. 1 interpreagin de tn testo teal & mais aritirin do qe 2 inteyreagio de um texto miscal: se o distor e sores pan talyam Brecht spofondam sea conbecnento Jo pablo roe. lindo a esencia do ator sem desta Se o masto.© misicon desconorzam Vill Lobos 0 autor de sure pope Si it re de sa Tree ‘gunto no Testo a Palvea € Hartorya, e tive Syyaytyeando Hextorya e Mylo, contraigio principal do Testo. O'Texto & 2 conscience, ‘A Misica, produto de rudos © sons pars: ser owid, recep so pusiva, para ser dangads e caadn,reepco ava, esol ‘ect ninety esd eta pore ee A Cenograia ¢ of tajes conporifiam hitoriamente 3 Ee Aérgle paluera e'a Liz €'2 matalaagao do sieaco © do som, 2 Lue, © Eapago do Som, Mytologys, Pocrya no Pao Conogre Todo onde Atores Interprtom vest & Hkténa Cdn. Sinwtzando Myo © Hystorya Wagner revalconsaCyeneya ge Ts: ingen 0 hem dite sate de ede 4 Gvilaglo ‘contemporinea de Lids, paraiso Je Speer 7 i pari (0 misie que se diige do Mylo A Hystona € o erador da Opera, expo super Go Teatro Fistonye, olde, Tegpkonice Grego poxDyonyyako que se conta to. pcg man ‘queta ‘da Renascnga, Hystorya wom belera de Shakespeare onde eis se dean peo per, comerciantcs idem e 0 povo serve, coment, eta guts Hysorya € ida no ntendendo Sales fae que seus tnonstruovos pertonagens dose Toucos nim mun 45 sem comego ner fin Ge Hysorys scm pe nem chen so Pro. ‘Sakon por um sittena Patryarial dest Bras pre Hystrya. a6 ©, Renaseymento Kapyalyta dima, Oropa acta ems ter tério por invasdee maguimanas encostando Ocidente em gel . mag ed 29 Renazcymento da urguczya que critava crimes dos ante cessorer para se abslver los pipnos gragas a0. iberalimo da etorma Wane da carcce catia ou aasva 08 Reynadon Rivals rare wunpar poder ‘Na Inglaterra que visunbra descsberta de novas teres arn Ooydentorente atraveado por Alexandre no fim We Foca Pre XKiysta Shakespeare participa da curila do Duque Je Esse, wan fa com Sir Waller Hal, extra Oposgfo mas reccbe tut ta Kainha, mantém sua independénia porque abuse os bons rs trata os mus. seen quando or bom more no deixar de er vine frase herofcante {Em Othello o cumentn € um mugulmano taro que ao sca as sutleens dos. cvliadon captalistas cation de Venera. Os tooivs econicon da plitcn de Jo Cesar seus seqazes slo cberon por vagagtes em torso da bones humane © 2 Suede dercrai/tadura que move Hirst, Casio, Antnio, Ou lo ete, c aio se esdarece porque. a Shakespeare no increta Tesrar que ov pow da Europa, Asia Menor e Africa do. Norte ‘vam sob brutal domninaéo romana e gee Cfar ¢ sa to eam Cipulas eno herds como on Richards e Henigoesbriinios ‘Shakespeave teatalizoy a Hyztorya de Troye @ Londres re sami monino de conscnca’ a ponto de materilizar 4 al tia ney do poner que gera 0 cancer na cama eo Depois a eogunda yuctra mimi a Europ, dviida entre Kapytalyzmo, Democratyio ov Faeyata © Soryaly, Estlenyny fae Testis por Brit que tem coragio no Kapa ‘Asa no Komanyamo, Alemania ei a capital vida por tom muro, em Bevin Oriental © Testo Revive Ensemble en ena as peyas de Brecht camo a ogo Shakespeare Cis encena Sakepetre ow como a ditadura de Papalopolos enenave rape dja grefa, O Devlner Ensenble & sata atagio Torystska ds Ale ‘aaa Oriental Poplar Demecratya, Museu Je fotos, recortes de jormals, mies, Tivom, cadeiras,corinat, sores, cenogafig, r- av e revdagies peviics daquele que € 0 limo grante Teatro foo ‘do mundo. No Ocidente, Drei, ainda desconherdo os Ese so an eprom oe ne eins noe (mse, por exomplo, Vila Lebo, mea, Mt, ¢ met co- Sits nar Ser gue Breck, Hindrio Aoteiine Dist’), Eo texto do Teatro revolscionirio: a experizcia mais radial do teatro Drnyeyro foi Os Fast verso do TUSP dgila por Fl Mio Imperio, que montou Or Fusir do Sevhora Corar, de Tres. 250 Na Bahia, com cenogratia de Lina Bo Dandi, Martin Gon- ‘alvesencenou em 1960 4. Opera doe Tres Tesites 0 melhor Spe {kalo Teatral que vi no Draayl com a vantager de ser grate, © que permit afléncia.popalar Peter Brooks, Grotowsky, Julien Beck tentaram romper 0 in passe brechtniano decretaramt 2 morte do Teatro nas barricadac {de 68 de onde renasceu 0 Becht de Taal, © fouco revolocionario imterpretado. por’ Cohn Bent ‘As Palmeyras de 1968 no tinham nada a ver com Guevera ou Debray Taal com a conscigncia de Galileo: impossitliade de Ju: lien Beck de sistematizar uma ideologia revohuioniria noe EX dos Unidos em teatse depuis do assassinate ile Kennel. rest ‘inismo neo-expressonista de Peter Weis/Peter lsooks dante da rmentira gue é a Alemanha Kapytalyata, a castracio de Grutowsiy tliante da reyeeso cultural estaleninista na Polonya levaram estes grupos a um Teatro Destrutor do materialismo diltica como in terprete da Histriapropumdo, pela iuigio ua peitica a tora, 1 tetorno & inconscigncia moral dp ado Teatro. Mas a morte th Teatro € a morte de win sistema econdmico e téeico que se Tem ‘ela nos Gitimos anos do eapitalismo, Teatro — representa as contradigiesKozmyeas.redusidas ao anysivismo psico/socogce ‘ow infinito do Myto 3, Histiria — por necssidad coos de ‘rodugio consumo se faz a0 ar lvee, em circ, em sale omle ¢ paleo ver Nas Feyras 0 Teatro de Woulevaed & transforma em Kyne sma onde se pasta o Filme que @ uma. Teatraligagn FILMADA = ogo o filme no é um objeto migico independents de atures {que foram Glmados interptetande um drama no exterior, conn mo “Teatro livre: sem Kimera registra imagens em movimento color das e fals, ruldos, sons que depois de cortas, sleionadne, mon fades fo ‘exibidas em Cine-Teatrot ov nos aparelhos televisvos ee Do texto Teatral a encenago, 20 filme © suas formas de dite sh, Estas coisas deixar claro que 0 Drama Traryleyro Teatral azador est em crite, ho existem diretoresrevolucondrios, 08 ato- res estio deformadce pela televisio, perderam 0 Amor A Ante que rovia a geragio dos monstros sagrados do TBC. ‘Vi no Uraay! uma interpretagso genial de Othello feta plo Pauly Astran ast Senne © tinico stor breetianc © stanisaveqiano que eonbeso 0 at Ft at : ‘tore vendo, Nereyoe barguesesndo acitam a crt gue toque un Olympos, continua cro objeos de dreores de Ry Nats, Testo, TY, Shows Je Boyte e Fayles Pryvados on Karna Taker em desebrie que o tor &0 Yaterprete da Hytorye ea Tramscendéncia do Myto — seja bailarino, cantor, falante, gen- te, bors democratic PALMA DE OUKO 75 Quando Meyerald nos vermekoe do Osteo, 1917 tt va 2 Taco de Leng spun» trio dos Magios que ar [Uc Tron, Byentcin fimara a Hystye ave red, ar viet mata do nai ao cone, retin ude Tn Sten canennalo no eriner Ewomile “ Kyoena can un xno Teton, avin rrias platéias do mundo, Pee cutsiau Gots dreor tem 0 ator gue merece: digome com gem ta- bathas que ex direi o que & teu filme, - ™ ‘Um Ator & antes de to um ser disponive, aberto, avent- rer, chservaor, devgrisd frte sai, car de gfe compleras forporis ¢ varagio de vor cm iain od canto. Ale vem da foder de comuneaeio. Este € ator valiotiano fascia que se ope 20 stor revluioniro que. deve investi toda suas qualidade a imerpreagio data de Histria Arte € 3 mais sfistiads producfo cltural de uma cna Cinema a min desenolvida de toda as Artes {A Teevisto 0 Cinema Popsar por Exclénca sendo as Salas de ciennsestnalaa pasar Hime de vangaréa qu forecerao ‘ovclon i piranha tcleviv Dias Gomes paces do Radio‘a0 Tene tro pas aon Se Elio Range Testo 20 Gneme, peas m te Anscino Duarte do Cinema elvis pl tos Ge Water Gane Paulo Char Saraesi que haviafilmado o curser smo Ismem Caminhor a txpeifcs testa com Plo France € Atolfo Cali. Joaquim Pedro de Andrade, que haviainado Caravmetragens sonoron O° Poca do Cot {acbre Manuel an- dia), O Mere de Apiucas (sbee Giterto Free) « Cow de Gate, ‘tregientva 08 ios tetas cacicas. Leon Hirachman vi vn nos tases do Arena, hem Carle Dicgcs, David E, Neves, ‘Mono Testo, Femando Dsarte Migee! Borge” Marcos Faas ¢ te Nelo Pereira dos Santon tnha sido dear de testo © Walter Lima Jénior ea amigo de Van Jafa cciteo tata rea? BHF erteo gel do Bray ero ator « decor Paste 265 eee Te [A teagitia do Teatro & que Autores Dyretores atores cen frafos nio filam seus Speticalos e fcam apenas lembrangas, f0- fografias, recortes de jorma (Nie custa nada meter uma clmera diante do paleo e filme 0 espeticulo uma nite, © Teateo sagrado nio deve ser flimado. “Teatro filmado no presta. Kinema nfo & Testo. (© Kyneazta diante de um Teatdlogo & Prometew com o Fogo da Verda 'Até que ponto 08 primciros filmes do Kynema Novo so in fuenciados ow nio pelos Teattos Brazsleyros da ¢poca? Equals ae relagies do Cinema Novo como Arena de Sio Paulo, o Gropo Opinido do Rio e 0 Oficina de Zé Celso, Bhors, Tala ‘Nandi? A critica, tho mal exercida hoje em dia no Brasil, exige serie age a informagio © honestidade nos juizos. Dejois de 1S anos ‘de Cinema Novo nenhum dos citcos exstentes se Jeu ao teaballo fie cecrever um Hiyro sobre 0 asaunto que j& produria main de 250" ensaias epubloagSer internaionaie Extétyka, Art, Prazcr, Permanéacia, Transcendéncia — exe lo Deus e 0 Dabo, coisas nfo sacadas pelos eriticos mesmo porque Btividade tivica sem pritica € uma attude fast para aquele que, Sem produzir, ce ergue a juz Os ataques, calinias, traigGes © sabotagens sofridas pelo Ky- rma Novo exigem uma Revie, alijando riteos que se ergueram @ demelidores de um fenimeno que ees ndo conkecem porque ndo Seria necessfrio que cada partiipante deste movimento. ree Yecionisio do cinema eontemporaneo excrevese axa propria Estrin, que ceria editada por Alex Viany na Grande Histéria do Cinema ‘Nevo (Quem vai eserever um livro sobre Nelson Persea dos. San- tos, crganiets seus roteiros segundo a montagem final dos flmes, tmontara foto de cada plano com didlog, monte suas entrevistas, frigoe © estabelecer cronologia evtica mundial em torno de asa obra? ‘Os textor dot filmes de _Nelion devem ser estudados ‘os Vides Seeas com fotor de Lair Carlos Barreto montadas por Neto wo € ta Tingugen sora da ap pesanents de Gr Cortes por aqui 266 Aparecerio muitos livros sobre © Cinema Novo mas_eu fomtarei minha versio sob 0 titulo de Da Teatrliaséo Poe fica a Montage Parabélyka ow Iineririo Hystirgho da Me~ tifora Dialética & Revisdo Critica do Cinema Novo de. Rio, Quorenta Grows a Tenda dos Mylagres FILMceitica 75 recta com Judit Heitor Filmritica: Em que medida se pode falar de we esttica nove Ievada adionte flo teu cinema, como também do cinema sabamert camo, comporando-o aguela do cinema politica cwropeu? Rocha: O cinema & um fato internacional; os problemas fun lamentais no mundo sio claros demas; existe o mundo capitalsta fom suas contraligdes, © tem o.socnlita com outras contradigies; ez anos atrés se falava de cinoma nacional do Teredico Mundo pla necesidade politica de fazer vie A tona este cinema que era fentio desconhesn como tambem era desconbecida a realidade po- Titica do 3 Mundo, nio = pelo eoropent © nortesmericanos, mas também pelo préprio 3 ‘Mundo. Fu acho que existe Boje toma Tata ieoligica que divide “ot cineastas empentados _po- itcamente: tem. aqueles que, imbuidos de uma ideologia capitalist, fescsta of reformist, tratam os problemas com mi Tinguagem indireta, imprlpria, no sentido de que se teata de uma Tinguagem retirica, deseritva e que perde tempo com a descricio os fendmenos, ov seja, tem uma posicio existenial, fenomenal ica diante da relidade. Isso provoca aguilo que podemos clasi> fear como estetsmo, yariagies eslisticas proprias 4 cultura bur ‘guess, Por outro lado. agucle que se chara de cinema revolucio- ‘rio sofre de contadigdes proprics da ini ‘deoldgica denivo da taquerda, Tso que acontece ao cinema ¢ 0 produto das contradic entre ‘as iversns concesses. que’ of cineatas podem farer em cima de Juma arte materialist dilétic, ou seja, de origem marxista. Neste sentido ex no crcio no simples prodoto de uma fantasia cratva; ‘quero lace, uma vita postulads, uma anilse materialist histérico- sialética da realdade de um tema, oe esta anilse € radical © esta Dritica & verdadeiramente dilética, 0 produto etic, ou aja, © 267 rodito artitico, aquele que provoa a sensagio, 0 coahecimento ua motitieagio da conseiéncia, € 8 coisa mais importante que s° pode. azer EC: 0 que se entonde por cinema revoluconirio? Ri: Se voré finer uma revisio da hstéia do cinema, vocé veri que aque que se chama cinema revolucondsio surge pela primeira ‘Yer na historia da revolugdo sovidtica. Pouco depois voce pode ‘encontrar ese cinema revlucionario no pis-guera, em muitos. pa Ses socialists, mas também na Tt (penso a0 neo-eaism, Por fxenplo).. Nos anos 50, 0 cinema vem dominado pela nowelle fue francesa que € ua pritin cinematogrtica existencialista, fe romencdgics. Em $9, com a Revolugio Cubana, chega-se a uma ‘expicie de despertar geral do 3* Mundo e 0 Brasil, que € 0 fais Ins rico « compleso do 3 Mundo, produr uma cultura mais de envolvida do que of outros paises. © mosso grapo de Cinema Now Tina uma formacio sinematogrifica muito figada 20 cinema russo reveluconério de Eisenstein, Pudockin, Dovjenko, Vertov © tam ‘hem ao teatro de Brecht ‘Queramos, © eu especialmente quero, desenvolver 0 que se cha- sma de cinema didatco-spico como refutaydo do cncme do fico tomo ¢ do moraliomo. Procaravamon aisim fazer um cinema ant fhoraisto porguanto revoluconario. Procurivamos colocar em fo fo as confradigues de tema © a8 relagbes entre 08 personagens tem omantiemo reoluciondrio « sem oportuaisne revviciondrio. O Ci trema. Nevo nunca foi igade a um partido ov a una organizagio politica; tratava-se de um grupo no qual whites dietores e inte Tectusie se constituam sles mesmos em um movimento de pritic pri, Sabendo bea que no Drasil nfo exista neahsma tradicio ‘Snematografie, nevesitava cviar tudo desde 0 principio 1 que aconteve na Europa & diferente: tem que se levar em comsiderasio que o pensamento marxista na pritica cnmatogeitica fe desenvolven na Foropa capitalist praticamente nos anos 60, ‘quando algons ‘intelectiais franceses redescobriam Mats, mas (os diretores no fariam filmes daltcos © sim filmes retdices com ‘onteido marxista ‘Com o movimento de 68, muitos jovens cinestas se langaram com voluntarismo revoluconério e continuaram ra pritica © dis ‘euro idelista da esquerda. Acho que isso no € 96 um pro- ‘ema do cinema francés, mas tratase do problema principal 4 cinema de hoje, © desenvolvimento. de wma estética historico tmarrista,além de tudo, esth em decadéncia, Consderamos as 268 imteressantes experiéncias do Cinema Novo braicito © de outras ¢: rnematografia do 3° Mundo, mas scbretudo aguels brasileira, (que Tinka mais consséncia tebrica desse problema) © aqucla caropeia como Godard, e certamente Straub alguns cuits obre 0 ver teate tebrico, consideramos ox gropot doe Cabiers du Cincma, que procuram fazer uma teoria baseada numa anil histrica sobre Pscoingistea para criar contrbuigées tebricas main consistentes fara 0 cinema agora vemos que tudo isso nio é levado em con Slleragio pelos cineastas que hoje estio tras pelos tabalhos Dburgueses para gamhar disheieo, para fazer filmes. para festivals fu filmes palieos em fengio dos inereses partdacios, imediatos, fu filmes de_propagands. politica [Essa € a minha posigo: ito & acredito que a cise no cinema ‘advém deste baixo nivel tebrico ¢ por isso ot filmes slo idealists, ‘etérios, moralistas ¢ alo tém produsido nenhum impacto de trans formasa0 no. pblico. Para voli 20 Cinema Novo, devo dizer que difereniando das foutras cinematografias latin-americanas, © cinema brasileiro esti ligado a esta proposta de materazagio’ da qual falivamos antes; ‘ertamente ni quero inlsr oF filmes braiiros na sa ttfidade fas a nossa teoria essa; para. nso cinema ¢ om meio de materalizgio © no um fetche; por exemple, ines stileno, no por acaso, resentia as mesmas contradigSes da expe incia'da Unidade Popular Chile FC: Como vocd 1 o relacio entre 0 filme revoluionério ¢ 6 cexdtara popslor tradicional? 1R: Num pais capitalists no existe uma classe iotelectsal pro- letira, © erro da esquerda exroptia de vanguatda, de origem bue- ‘guess & aquele de ideaizar a classe proletiia mas 0 proletasiado ‘alo pode ser diviniado: nos paises capitalists ele & uma massa slienada por causa da exploracio. O trabalho dos marxistas deve Ser 0 de desenvolver a consciénia do proletariado para faxé-lo sair dessa stvagio; mas 1 fo romantizo 0 proletarado alienado, es feravo, sem consciéncia, anaifabet, como existe em tos 0 alkes ‘ecidentas controlados pelo cinema ¢ TV. ‘A. primeica exiginca eqress do mew cinema & de re conhecer' ciara tralicional como ealtura na qual oF dle- mentor revolucionirios io sio expressos. Conheco bem a caltura Folelorista do meu pais, fix estos de etologia e posso diver que fem todas ae pas, aja na Grécin antign, como na sia ov 10 269 gio, a cultura popular © foldorsta é o produto do servitisme, © feno acontece soja que se tratem de festa, homenagens 30 rei, sea fgue se trate de cada manifestagio em honra dagquete poder politico religiowo que 0 povo comagra ma praca A cultra. foleorstica pole desenvlver 40 miximo. ‘um bandiismo anarquista oa uma Posi en enn © Hi (fr ex aon pobre a No Brasil existe wma classe camponesa muito pobre, seri, ‘aracteriaada. por um folclore passivo; depois tem um proletariado Industrial, que consome a TV, os filmes western etc, e natural fente una casse média, ervl nos comfronos dos feos © fascsta fmt opressio do protean Quando me prepare para fazer um filme, para erticar ‘ou demonstrar uma sstrutura psicoecondmica cultural de um erty tema orentado segundo uma metodologia materialist, cu thio posto eolocerme como tim intelectual romietizo retric, isto {Eno posto pensar no pablio como uma massa passiva, estpida © seri d qual deverel ofereser mentras em nome da comunica ‘io £ wma armoditha social me qul cat a melhor parte dos cincas far. Por que nao posio fazer assim? Porgue a. verde @ uma sb, no sentido que se voce chega a concusies (mesmo sé a fase fe anise & complesa), voce chega 2 conelusbes simples. Nao € por acaso que as conchisies dh Genca e as da poesia sio as mes fas. Tanto a eigncia quanto a arte podem chegar, p. ex, a con casio que o sol € quente (© file “que chega numa grande sala tem maiores pos sitilidades “de “ser ‘visto diate. Os modemos meios. de ‘iseussio so. fundamentas para 0 stati. do produto ideligico, ‘qe se modifica quando o filme vem a ser isto auma sala pequena (Os meus filmes, como todos aquees do Cinema Novo, foram vistos por camadat aociais de pubic. (© produto revolusionirio deve ser para as grandes sala, mas fo filme deve ser radical também do. ponto de" Vista ideoigico © formal, Por iso tou contra a forma que fax filmes iealsas com tenas politicos, urando no caso a esrutura e meios do cinema eme- ‘eano, os Grama picolégicos, 0 ator esteretipado, montagem de Clsto ete, todas esas tensas usadae para difundir uma idéia (Ge eequerds, resltam false porgue a idéla de esquerda se toma de dircta, ‘Nio existe diferenga entre a idéia ea forma a line iguagem € 0 renltado e 0 produto ilético das contadigies. 270 © silico dove see congue denocrateamente, mas mona Afro, O filme deve ser demncitico para um piliico pole tino. Teo lopli ama tora comune de aunt ae Sih, de inerreasio, de Gogo. =f fil ems Ea ao he io avs te i gugen vernal qt as ue vott pode iser doh aime Fme ero redo om Romap TE Oar oe Stine Hime — core RR Eso aeabndo um file aqui em Roma, um fle de bt xo custo polio for min € por un amigo, Com um gee i ores, nem todos poi ne tsa aun pode gue Serecea a ples, oe mele tenes c na ite tore ar desae te ein. © fe nfo tem roto crits se bse hom aoa politic pred esta roc eseraer nas sobre s Sinana € a caocagio em cena, partin sempre do tscrso de rect. B pressor ex nente "que Dect trabutow a rade poles ellural ox anor 30 ue hoje, om a Piendlae ¢ 6 Tings, 0 cso pie iv sunt, mas omen milo Saas LGngcopermanee Det © amo’ ale yar cope de Swanb ¢ de Gotan No me interes, plo contro, 0 inma fantstco ou anie- auico-srretista hoje er os Por wt Ino ¢ peru cone tb como discuss de dicta, fsa, org 4 Hngtager poten sure ler € revloinic, was permane Tinfade No que Be concen, quando flo, ceaoute fa aco canons de Tata A ogi, man proce tin fare an cima tae siado cet pense gneve et cho, no ania, st "Sor mevs nes a sisncio pols sf wearers ene se Brimaras sence mnlo geo epectadr goo er berado tests fantanat ¢ cars Ieee Ueronte do ime TC" Voce pode error malar o son metodo de roale? R: Paro sempre, cnt de, de um nel de aba que € esto esl por toy dntne doe Borer ms do fime € ita ene ov cannes © oe lntifandirin ewe € um plano de asia. Se fr abo superande fate So que ¢ Secundirio ‘na intese hte ‘maeran ncn. Suprada fst primeira fase que 4 integioeTaer tn fme whre'a Tata fnite 0 pono e 0 fer (que ts uta se dsenera ta Tela ov fu Vala Rina i ingrta), se cha na sepa Tae qe sera transformar tn Nata a esr indian naptime, fase Depo dete wal de aburagn se copa ieaade de commie on permanent, de vanvow ee faélon far his am IPE eEe HEE Eee eee eee toriamente. Esta identfiegio nacional & em fungio do. an Dieme. Certas preccupagées ‘como aguela da moda, do estilo et io caracteristias da arte burguesa que no desforam a arte revo Iueiondra ‘Procito aprofundar a anise dialéca da histvia, dino que fs tres Hiberem suas energias, sea Tiberagio das energias dis stores promete um produto estatco diferente ¢ coincide automat famente com a liberagdo das extraturas sudiovisuas Na Europa existe uma tradiio catiica muito forte que leva sté op marsstas @ serem morafieta, Eu cou de tradigio protestan- fe, por isso nio sou levado a divinizar a imagem, no tenbo agucle ‘mofalismo, agude sentido do Cristo sacrificado, do herd, do. mar trio que & Tigao & piedade, ao humanismo cristo, como’ a0 psico- logis a0: decalentimo, Sox estranho a todas esas coisas que considero manifestagbes burguesas, Neste sentido, quando fago am filme, tenho a intengio de Taner uma operagio antimoraliste para levar’ adiante yma” étca revoucionira” Um filme & somen- tea materiaizagio auiiovniva de idélas. Sob muitos as ristos, pelo contririo, 0 cinema & subdesenvolvido em respeto Jieratra: sem contar 0 desenvolvimem ténico, nfo existem ides rovas, sio coisas muito varias que no oferecem nem uma boa informacéo. ‘0 problema & que © cinema & feito por pestaas ¢, como se basen sobre uma tecnologia e sobre una economia demasiadamente complicada, os intelectuas nao tém poder no cinema, A maior parte tos intlectais que congo hoje no se interessa por Gnema, pot fave € complicado, absorve muito tempo e comporta scot rmvito grandes. Preferem a atividade Iteriria ow académi ca. O eerever & mais Hive. Se pode eserever_aquilo que se quer ¢ 86.0 liveo alo é publicdo, nio importa. Em ver disso, © Cinema implica tama mépuine, mas nfo existe diferenca entre rmiquina de ecrever ¢ a cinematogritic, como & claro desde Wal ter Benjamin, Existe uma miquina que ssereve letras e uma ostea (que maturalica imagens, as letras ou ss imagens slo produto da tun Tmaginagio. Mas hoje © cinema & uma aventura bastante dif fe mult arrisea, (© cinema pare mim, como para os outros diretores do Cinema Novo, & por exeelénca a Hinguager servigo da justiga humanist, ‘enquanto @ a linguagem da antropologia moderna, que abre o dis ‘curso & psicanilie © A socolingtitica, O primero retultado & uma ‘detsacraliagSo do homem que ¢ estranha aos esquemas usunis da om ‘inematografia sobretudo. curoptia. Na cdncia, como na arte, ‘encontramos 0 uso da experimentaglo © da intugio. "© ‘ceatista Se busein'no provivel, enquanto 0 artista eo cineaia se bastam ro improvével, mas no € uma oposigio so carster meatisco, A. Imaterilidade da arte vem rebatida do objeto artistic, Quando, por futeo lado, se quer programar 2 sre, se cai numa atitde cients, burocratca, antdialeiea e por consegeinte reaioniia, porque © homer nlo sabe nada do Romem 0 povco que sabe ¢ produto dds investigagio ciemtfca e da griagdoartqica, Para da um exermlo, ‘bs poderos conhecer a Grecia antiga tio bem, através da especslasio ‘iosifiea de Aristteles, como através da poesia de um Pindaro ot de um Homero. A cignca lndaga 0 provivel © a pocsa, intl 0 improvave, e entre essas dat posigies, ob seja, en ‘ue 0 vigor da andlse e-a Hbgrdade da inticlo, pode-se chegae formas novss, diditieas, porque alo istéricas, épicas « poctcas (O'fato importante do trafalho tcirico de Eisenstein € que era tt anista e portnto conheria 0 process criativo por experiencia, pri pri, Ox seus livros si0 0 nico fundamento teirico da ciency da rte cinemalogrfica. A. arte io ee programs, ce estabelece cob ‘qualquer Tei, enquanto cla & o terreno do inconicente Em Cobesar Cortodar, para falar da quesa de um ditador sl americano sob 2 wadigio surrealist espantila, fi um filme sabre ° inconscente cltral com uma montagem rational. Na assocagio ‘¢ ma dilitica dos enquadramentos se desobre claramente as forgis {as oposighes Qual € 0 problema do cinema? Fo aquele que diz Buel, vooe sonka ¢ no sano vé imagens, coisas qe se sucelem, Quanle voce sscreve una poesia, um conto, ov far vm filme, mio far mais que 4 materializagéo deste sonho, deste prods do ineunsciente que & ontrolado pela razio. Vocd pore estar sonhando ou acordado: inconseiente funciona sempre. O problama & que ee & reprimide sdemais pela educagio, pelt: moral ete (© problema do revisonismo no marxismo & ama derivagio diss to. O ‘marsista de formagio catilica chega comdusir a adic iatiica até a um ponto que alo se conteste 0 seu efoismo, que ro se coleque em diseastio 0 seu eo, asim 0 marxiemo, que € ‘um pensamenta dilético, torma-se wm persamento retrico, bare ctico e revisionists Eisenstein tina um pensamento politico também em relagio 3 montage. A soa montagem & daltca sities, iss cra & pow sia ou a cotética; chegar 4 sintese & um trabalho de pesquisa e de an Intuigio, como para a fsca demonstrar se toma cénia, Ii. Com "one woud demonstra aravés da forma, tas em cada forma arti fica existe uma contradgeo, vox nti mas nfo exaure, 0 que di ere da fOmla taterdtica, A arte dena sempre uma porta aberta tara vce, para uma interprtagio diferente ‘Op tts exit aso problema est na eduari, que divi dee vepsime as psn, pla ual lguns com pulsagtespicessexnis fins inten chegam nis facinente a se Wberar desta burocax Tracie se dip A espeagio fowitic. TFC! Falomes sm pouce dor oulrar cnestar, mar, antes de tudo, diet aa cinema , TR Quando ia no cincna para cose © sem, gee me for sent ne ase Hin” nar Ha {has com o tmpove com wo asalurcimento polio, todo 0 cinema Inputs reitonists lo me interes mas Acho-0 cao, fal, fou coisa monsraosa ‘Os sincastas (salvo Straub, Godt, Sanco, Bertelucey, Amsco alguns teceromndstas) que me inte Tessam slo aqules wislomirion. Now files de Jaeso, por ex cada lane é oma outa Sosa, nfo tem nada 3 repair com 0 resis © meaeo vale para Staub © Golard ‘Os filmes de Jano sio abtats e as rdagies de dasse se tormam taste ctan, ¢um revlucndro. Ente os dienes Sividcos gosto muito de Andie) Tarkovski que eonsdero tam dos Tnuhores ceatas do. mn Prefro Solar a dndrt_ Roable Em tolo caso consider Tarkoval como 0 herds veto de Eisne ten. No panorama do cinema alana, te interesa mito Fein ‘Nao € um comunista esi someate idealist, humanist vl, frat tem ue fmagtacio enorme e€0-Gnico nena. que consefve Tact um file completamente otitis, ext antvealismo se tom revlulnéro porque seven © fencosment do inonscint. Tio ¢ por seo que Folin €'0 cast prefer de Bure DePois po VIETNAM 75 Com excesio dos filmes de Godard (aqueles do periodo andr qui 'e aqueles do" perfodo marsist), daqules de Jean-Marie Straube aqueles de" Miklos Janeso, 0. dscurso cinematogrfico a eaquerda revoluconéria € sinda reaista-critco, de origem ro: ‘miniea poe-joysiana ou teatralpricotgico pré-breetiano om ainda a8 ocumentéio-formalista (eetérict) da. fenimeno. No cinema nio foi desenvlvida wma teria revolucioniria, no interior das. di ‘esses sobre cinema revolucioniio, porque estas discusses 10 ‘onduziias por intelecuais evoluconirios que mio praticam a era ‘fo cinematogrifica, enguanto que a maioria dos cineastay tem a Yel idesligico infirm, Esta mistria politica dos cineastas, assim ditos revolucioni- os, freqicatemente os levou a compromissas, revionstas ¢ reformistas, com 0 imperaliimo cinamstogsativo, transformando 2 iatica em retiria. Os exemplos mais notiveis i008 filmes ccomertais de conteido politico, muito na mada no cine conte pordnco) Se a maioria dos diretores tru impunemente a ideclogia volucinéria cinematogeifics ot anos 60a responsabilidad € tam hem da evtea que tomou posiges subjetivat com regio a estes ditetores, justifcando em acme da comunicago popular (populis smo, demagogia, produtos comercnis) & restauracio dem cinema ‘sperado na Europa, por exemplo, do. cinema de Golsrd Desde 1972 Godard niu roda porque € a principal vitina. da conspiragio dos critios e dizetore, empenhados em abater aguees ‘que com a teoria e com a price contstaram 4 hipotisia 0 pertunismo politico © comercial do cinema mundial Para Godard, 0 cinema & 0 principal testemunho de propaganda do impetatismo porque piblico, eis e ditetores consomem, co- iam © fazem filmes sem se render conta a escravidia que os reine. O ilusonismo cinemstogrifie & 0 virus do cincer eos ico imperialists e representa o produto de mir consume para a8 Em 1975 0 cinema mundial & ao deserts ideolgio esto. Nio é um problema entre nelhas e novat geapies- um peo ena pltico no. interior da cate cinematorafica_ (protons Aretorestieicoseseritores, ators, exten © expetaores) que continua 2 ser alinada das ates da inagem Gnematogfica som 4 coragem de romper exe inferno neurético que @ 0 chmar 0 cl ‘his da controctura inperava, Cia coat patra i ‘nema. revlucnisa, Mitre daiico © poctco (0 home vee le seus Tantnmas burguess) €-4 inca fide. O ‘cinema & uma Sarma importante demais para estar em mos de comercantes © de arisasainados © respasive. as YEMANIA 76 Em 1956, Bohis de Todos of Santor deveria ser filmado na Da hia em cinco epidice, dirigidos por mim, José Teles de Magn Thies, Jaime Cardoso, Alberco Mota e Frederico José de Sousa Casto. (Cada umn exereveu 0 cotiro, Sante Sealdaers, que estudava ina Escola de Belas-Artes, adriu com Calazans ao projto. ack era cendgrafo. Je As Jogralesas e Sante no se identifi ‘ava com of artistas consagrados molernistas embora ainda pintasse figurativo “0 siceso Je As Jogralesas dew fama ao grupo, Comecsi es creveno ertea de cinema no jornal do PC, O Momento, com poeu- ‘enim de Rocha Andrade, mato jomal fais Publique: um ow dois artigos 2a Folha da loka, que renasces (© projeto Yemanja Fikues previa pedir diaheito 20 piblico © 80 Govern. Eu e Zé Teles colamos panflets nas ruas da Bahia pedindo poio popular pro dinheio, Fomos vender de porta em porta agies, fie Cooperativa Cinematogrifiea, Num programa de_aloutos. na ‘Rio Excelsior fai pedir dinheiro ao secretirio do Prefito Heitor Dias, Rosalvo Barbosa Romeu, e conheci 9 joraisa e romancista ‘Ariovaldo Matos, Dai, O Momento, 0 semanisio Sete Dios, onde fssumi critica de cinema com a coluna «Plano Geral» Conhecera o lider noointegralista Germano Machado e, tendo partici do Centro de Estudos Pensamento ¢ Agio, gankel pro: fram de ridio na Excelsior, «Cinema em Closeups ‘Valter da Silveira excrevia no Suplemento Liteavio do Digria de Noticias 14 Tarde no tnha boas evticos Eu ¢ Valter dscordivamos concordévanos com grande bedoria sabre o cinema mundial estange'o. Mes sucesso na provincia mda chegoa ao Rio: manded ext ‘eas pro SDJB, que o Reinalde Jardim pablcos com destague Na Hai eu revise! o cinema zoliudiano © europe No SDJB nepuei o cinema discursive minha visio de Ci nema Novo se identficasa com reconsirivismo coneretist 276 Cie 4 fade lms no concretion eat 0 gor fonda metas cc cnemntog is Encl de sls se quo do cinema base, modtado pelo sucesso do Nelson, = ‘eral gore al ay Rio aor Amaios Vote mre Bain om 1957 4 mana geraio mara com_geree sis vein, © Jona da Dai, ago plo cialis bgt me a ictmamionens Jose Fate As Jean se sera mo Tony qu rom Ke dh Up kg Clay ei ‘Tape cn unten pa Fst forts © polo. ao pera o oor. Sa dal, fal bane Como soit fatcal © ein cnemsogrtico mo frel do Boe. Sa © ns imero ls Reva Mayo untaln yor Pemanlo da Rotha Pee Nelson. Conheri Alex, Salyyano, Jorge (© GRANDE MoMENTO. 76 © modernism semeou no mestno campo da Tnconfidéncia Mi rcira ¢ lo Romantismo Nacionalista sstenatzadores dos esl ut pos arany. jets ‘Ane, ‘A consciincia dos artists & conserada inconscincia pelos criticas ¢ expectacires inconscentes ‘A Esttca € a outra linguagem ‘A Ciéncia vive da probebiidade ‘Arte da Hberiade que supers as hipitses, ‘que gera sano além da razio, Patiico Humor. Equilibrio, Impressionism, cubism, futurism, dadaism, expressionismo, surrealism, realismo. socialist, modernismo, ealismo critic, rex lism sieo-tiditico, realismo ‘coneretista, realismo magico, reais ro sliltieo, realism estruturalista, realism psicanalitieo,reaismo metafisco ~~ ante-reatismo, um disuran yaralclo. 3 hits, oatea Histria, o artista € a mixina consciénca da, humanidade, oan (© Peatraccalisno Estalinsta nfo_poderia soportar o expo de jsnstein materialzao cnematograticamente em 10d, 0. Terre. "A revoligio indvstrint neocapitalista democritia liberal nora mericans permitie florecer mil estos de Grifth, Chaplin, Tim, Busby Herksley, Jon For, Howard Hawks, Alfred Hite ‘cock e Orson Welles, cineastas to geniais quanto Dreiser, Hering way, Faulkner, Tennessee Willams, Eugene O'Nelt © outror ge rior das artes das letras [A crescent crise ecoménica dos paises capitalists europeus es renin entte ccupagio norteamericana, ameaga sovitca © des ieregagio colonists tentow a operagio revoluciondria estéica. ma Italia c na Franca ‘A pubresa tli pariu o nev-reafisno cinematogréfio ins irado na iterates socialist que redescobria 0 omer dos econ Drow faturstas do fascism [A pretensio frances de spscentar 0 laxo mesmo em mais negra siséiaprojeton nas telas do nacionaliamo reformista gaulieta a imagem do exstencialsino demoeratico iberal: do. humanism de Jean Rencir a0 sureaismo de Jean Cost, e dai iitando até bica de mae eo-realsta para melhor tentar imitar Hollywood na Imitoogia classeméia intelectual francesa gerada na. inseminagéo ‘la Cinema. Foran a Titeratura e © cinema nortamericana que introducer a cultura moderna na Frans © com 3 informitica 0 existencialsmo ‘acinalista encontrog or botdee da. céncia estrutraita, aja. mse ima expressio podtica & Jean Lue Godard ‘© Brasil ao ers um pals rico como ot Estados Unidos para fer aa Rely Nao tinhamos mercado interno para nada, quanto mais pro ci snema, E. nem pensar naconcorrenca externa porque pra isa se. fs ncsio ans capias pa ivesi Wenaopeamente “Evidentemente 0 Moderiamo necesitava de comunicago cine matogréfia BRAZYL 40 Gravs 76 Nelion precede Godard, cujo 4 Bout de Souffle & de $8, 0 ncortealiamo Rolyud fundidos navangardiamo francés do estre- tsraliemo leninista num barato joyceano popita 278 Nelson © Godard criaram 0 Cinema Novo, ‘As contradigies europtias montalas ir contradigies braile- Sea nowocle vogue tinha so comida por Hollywood mais que 1» neoreaismo casciente da Teta de Cass, isto. for por falta de Gama dos franceses — mas o grupo de cineastas independentes, co- tno of fuluristas e etc. — Grupo Movinento. Revoluglo — para fos neo-realistas © tema era a soctedade.” Pra nowelletugue o tea "Pro Cinema Novo o toma era a inessténcia do mundo no Bra a © realism era novitaiano. [A onda era nova francesa NNosso cinema era novo, Nem Neo-Reslimo nem Nouvelle Vague. Cinema, Novo. Ci nema sintese da ciiizagio revolucionéria. brasileira mundial, ban Uciras nordetinas, modernistas, tins, comunistas, intermacio- ais, romanticos Realistas Soi Jorjamado [Nelson Perera dos Santos Duss calturas nacionais: fo Paulo Vera Cruz do Centro pro sal Rio 40 Grows: caioea, popular yaulista, nondestina, sertanea brasilta, O Pais do Carnaval, Cacow, Sor, de Jorjamado. Bar fuesia,Camponeses, Negros, "Romances vertovianos. O realism Foxinlista revsto pelo maternismo. romance internacional pop Jar revolucionaria que Orval mio esereves, romance pico como Brecht 0 teatro pico ‘Rio 49 Gras suede & 0 Cangoceiro. Duas visies do Brasil Lima Barreto, a visio do_ poder Nelson Perera dos Santos vendo © Rio com olhos proletéros Mas intectal nio tem clase, Superando a ideologa de classe me dia burguesa que era louver o fal esplendor jotkubichista ou a cultura temicieada ¢ desumana, (Com eate argumento intro critica a0 Tio de Jean-Claude Bemardet, Bras em Tempo de Cinema, publicado «m 1966, ‘Pra Jean Claude, um barato mecanicista, 0 Cinema Novo ma: tevilica oma ideologia de clase mia "A classe média ndo vive na indecia Cincastas de classe midis eriaram 0 cinema ovo revolucon’= 279 ene seed eee See eases ReeeEeenee Comma of Inconfidentes perleram a classe tipo Joaquim Pedro de Andrade, que € avistocaie miner Toaguim mio queria 0 falso foxo intelectual dos intecteais mi neiros que curt utopias liters. Cinema, Lut e Agio © Cinema Nowo io escrevia, nem pintava, nem tocava Feria politica ¢filmava porque pra se produsir um Cinema, Novo era necessieio ter poder econimico € palin Produgdo Distribuigho. Exibigho. ‘A intelectualidade de vangyarda nfo cortira 0 sucesso de O Congaceiro mas ficou estimulada peas possibildades téenicas do. ci- nema brasileiro, Cavaleanti acabou com 0 complexo de inferoridade tecnoldgiea do cinema brasileiro, mas aquela initia estava a se vigo do teatro capitalista palista que derrubara Getélio e financi ia Jusedino com melo de um novo Estado Novo militar naciona Brain era o Previpio € pra Ml convergiam os candangos (© PC era legal mas os comuniste inflenciavam por fora {A comegar por Oscar que constria Brasilia « era 0 maior ami- 40 de JK, por dle apaixonado como Ludwig por Wagner (0 poeta matemdtico Joaquim Cardoso fo! esquecido pelos con ceetistas que celebravam a expansio do computador pestico em Sdo Paulo Morreu 0 vert. Palavres nova, Earuturas Maranhense, viol, cantador ¢ rimador methor que pauls tus, Gullar destransow o latifndio na Rteatura de cord! Na labia, © pocta Florisaldo. Matos, inspirado. por’ Valeo, Neruda, Gillin, Jorge de Lima, Fernando. Pessea, Mallarmé, Maizcorsky, Whitman, ete, eserevia os élebres poemas agriios fue incendiariam Deus ¢ @ Diabo na Terra do Sol Rio, Quorenta Grows no era romanctro mas am telejornal bane. Diario Carioca, Clima Hora, Jornal do Brasil, Corric do Monki — a grande imprensa diria brasileira no libealismo kubi- ‘hoquist forte instromento da revolugio cults Tudo foi poblicdo, bem ou mal, mas a imprensa carioca era 4 maior imprensa do ‘Terceito Mundo. ‘Samuel Wainer «Cidadio Kanes que derrubou Cacique Chati CChaté tinh mais poder, controlava ridios e televsbes € a din ca revista brasileira internacional, 0 Cruzeiro, 280 CChaté subi no trem eaipra de trinta € com ele levou comu- Exquerda ¢ discita conviviam dentro dos Didrios Assoxados. ‘Utopia paraibana nas cortes da Rainha,Elizabeh forografad por Lin Carlos Darreto © Estedo de 5. Paulo nfo revolcionos sia geogralia, A Folhe fra um jomal modemo mas conservador. ‘Tropedin era Chat em transe. O cinema peda emprestado 408 jomnais. Nem © Cangaceia nem fto, Quarenta. Graue convenciam os capitalists. Enquanto a cchanchada ganhava dinheiro coatinudvamos denunelando 0 imperia- lisme de Hollywood que impedia o povo brasileira de gostar tanto ‘de Nelson quanto da Vera Crus apesit do sucesso de 0 \Congacero, Vinicius de Morais chegou a0 Rio e monton Orfew Negro, mix sical, com cenografia de Oscar. Langava Tom Jobim. Fendow 2 Roadway no Teatro Municipal da Cindindia. Na’ Praga do. Ri beiro.Sueesso intelectal Popular. Marcel Camus filatia 2. poe sa de Vinieios. Palma ce Ouro, © maelo do cangaceiro rept 2 Copa so Mundo! A Vera Cruz todavia altenou 0. sbectim fla chanchata. “Alga pico vig sm oatra cinema. 0. Cangactiro revelon, Mas Rio, Quarcnta Grows flmanila 4 reaidade carocs sh rante JK desmascarava 0 lixo, a bossa. a flor, 0 conereo, © amo 4 cimera — uma ievlogia rica, revlucionéria mas sublimatéra ‘A contradigio demonstra a riqucza: a socielade brasileira 30s snos cingienta entra no barato industvalsa de JK. Reagio api talista ao perigo comunista. Eisenhower expande 0 imperialism de pois da Segunda Guerea e JK far Carnaval aa Avenida Presidente Vargas, pra rebel STK, como. Venceslau Wictro Vitra, fatuea a Organiaagio de Estados Americanos assina pactor com Fulgencio Hatta ‘A contraigio o far Presidente Bossa Nova Nova € a novidade do tnico poema conereto popular: BOSSA NOVA caracterian JK, que depois da Revolugio Cubana recebeu Fidel pra Jantar na aristcritin mansio dos Nabucos no Kio de Janciro, ‘Nelson redue o fuxo 20 Hxo. Um filme novo no cisema brasi- feiro, Nelon tem wna boesa nova pra fazer cinema, O cinema, do [Nelson é diferente da Vera Cruz © da chanchada, Mostra 0. povo fas ruas, nas favelas, problemas ecanbmieos, politicos, soiis, pi colgicos de algumas areas do Rio de Janeiro. Tensfo. Calor. L- ta de Classes. Dialétcas de joral. Dialétia cinematogrifica, Me 281 tor que 0 faturismo. © Presidente. Materialite disco hist- ‘eo brasileiro tropical: reepondendo a Spers da Vera Cruz © a Fox Samba, Nelson grita com 22 Ket Eu sou o Samba ‘A Vor do Morro sou eu sim sinh! Sobre um plano geral aéreo de Maracan’ — 0 simbolo do Brasil no Fla/Fle ‘© Clube do Povo contra 0 Clube do. Poder (© General Cortez © 0s censores examinaram_rigorosamente vivias yeres Rio, Quorenta Grouse coneluiram que era um. filme Probiram, (Os imtlectusis de esquerda ¢ diréta protestaram Rio, Ouarenta Grows reegaton a trustragao politica de nossas artes ¢ ertcas sem um cinema que materslizasse 0 desejo univer ‘al ds fantasia brailera ‘Rio, Quorento Gras era um reflexo desta possitildade Nascea 0 Cinema. Novo, Filbo do cinema brasileiro. Fitho de Lima Rarreto, de Cava ‘anti, de\Ademar Gonzaga, de Alex Viany, de Humberto Maur, ‘de Rosslini, de Visconti de Kisensei, de John Ford, si0 tenses as infldncis de Renoir 'e autores estrangeisos em Neleon ‘Também a influénca Beriria, Nelo gostava de Jorge Ama- do, Graciiano © Lima Marteto, De Vinicivs, Drummond Jodo Cabra. Desconfiava da Nouvelle Vague, no transava com of critcos, sgozara os punheteiros dos clubes' de cinema, transava. melhor com 2 turma de teat que a twrma de cinema, cura jomalismo. Ui Faust no Rio te viciando na shia (© ‘Teatro de Arena reagiv a0 THC. Paulo Francis revolucio now 0 Teatro no Didrio Cortace. No tina um criico de cinema ‘tomo o embalo do Francis. Alex escultambava Vera Cruz Hol Iywood, Com o rena, Francis encontcou um objeto pra. botar no lus ‘gar do TBC & Cia. O maior tetedlogo brasileiro era Nelson Ro- Arigues.. Revolucondrio era Gianfrancesco Guarnieri com diregio ae Flisio Range! BOSSA NOVA TEATRO NOVO CONCRETISMO CINEMA NOVO, 22 As boats, os teatros, 38 companhias discogrficas, a rio, a televisto e os americanos produziam e consumiam a bossa nova (© SbJB © Chatd financavam 9. concretismo, o neoconcreti: smo, a gerago de 1954 ¢ os consagrados recciam ajuda do MEC, 4 Itamarail pra ndo falar dow eitadoe por Martine, Melhoramen’ tos, Braiiense, Jose Olympio. © Teatro tiaha um pblico burguts e de classe midia inte thal — profissonais e estudantes, alm de marginals, te. Tinhar fe verbas federais e estaduais, as ajudas mercenaria, o& livros de oro, 08 patrocaios "A. Televisio tinha sua propria mio-e-cbra. A matoria dos inestas buscavam um documentdrio estral pea ganhar a via ‘Nem a Embaixads americana dava trabalho. Nas roinas da Vera ‘Crut om grape controlava o que rstava de transaglo com o Banco ‘ho Estado de Sio Pavlo ov ainda Gham wns prodatores roendo a8 fividas da Marita Walter Hugo Khury herdow a Vera Cruz. Filmou o Estranko Encontro ¢ fo promovido pelo erie Biafora, Tambelini, Viana fe Aterede, ‘Agua no Polhciro, de Alex, como 0 Sai, de Rodello. Nanni, ‘lo Geram dinheio, sabotados pela iplomacia de Harry Stone Jost Carlog Liles, Watson Macedo, Anselmo Duarte, Carlos Manga, Paulo Wanderley, Jorge Heli dominavam a praga’ no Rio ‘entee Ribeiro og taver Livi Teusi ‘Herbert Richersimitava Ribeiro, nfo era exibidor mas produ (Criow a neochanchada langando 72 Trindade, Costinba, ete.» Aicigids por J.-B. Tanko, Vistor Lima, Aloigyt T. de Andrade, ‘Alipig Ramos, Roberto Faria [As portas da AWintda © de Herbert Richers esta fechadas como as portas da Brasil Filmes que projetava prauzir O Serta tejo, de Lisa Bareeto. ‘Nelson fio de familia italiana imvigrant, gente que tina cultura ¢ visio clara do mundo Discutiam pultica e tudo que se passava € Nelson logo se des- tacou no Ginisio e na. Faculdade, Jo como excelente alino mas comversador © empreendedor CCeando ‘um jormal mural, um jornal mimeografado, um grspo teat), falando nas reunides, indo 208 comicios,transando a gre ‘es, eserevendo n0 jornal do bairzo, organiza um Clube de Cinema, 263 ta ea [Nelson tiderou das geragies wniversitrias sem nunca deinat aque seu mito destacasse como ua Homem Diferente Casou cedo com Laurta, nasceram Nelson Pio, Ney... Mar cia... Diogo... filo de Ana Marin Magalies Desempregado no Rio, Nelson e Lauria subicam 0 morro. © ‘grupo de profugio ee chamava MOACYR FENELON. Potigeafo Fraio Silva. Contiasista Guido AraGjo. Assstente Tvl de Sowa Produtor, © Pastor Petro, Montador Rafael Justo Valverde, Pro- tor, ecttor,divelor Nelson Pereira dos Santos, Misica de 7 ‘Kéti ¢ Radams Gaal. Atores: Jece Valulao, Glace Rocha, Ro- bberto Uaalin, Déris Monteiro, Jaakson e Modesto de Sousa cle —negros, brancos, mulatos, louros em choque. ‘Trstas americ © file se passa durante um domingo de verko no Rio. Mo- leques como os capides de aria de Jonge Amado desem cla fave fara vender amendoins em vitios pants da cidade. Sto as Taga tixas dos esgotos soiis. Fihos da fome, descem dos quilombos, Jece Valudzo & um malano que foi operinio sindcliia trance: ‘Wor de greve como Antinio Baltsino. Hatano irmio de Pedro Dale ‘A metodologia de Jorge Amida fui utiliza por Nelwm para in vestigar a reilidale carivea, Sociologia, Psicologia. Contribnighes antrupoligieas. Por um cinema anttopomiefco como teorizaea Guido “Aristarco-e praticava Visconti. Neaon porém com a bores nova de Rossel. Diletieo. Diditico. Patético. Tirso. Trageia. Cho- ‘ques. Montage de atragies, De fotogramas eitraiiri/e la hos poliiversos/le sequéncias que mostrar a socedale dy Kio div Aida em classes, favela, clade, vila, praia, mansies « favelas Futebol. Carnaval no morta, lailes popalares. Soldaritade da classe operdria que votow em JK Nelson teve cultura marxista na juventude quando estoduu Di reito, Fiera a criien gramsciana do modernismo, dy realism so alist, do existencaismo, Era um intelectual independente do ex: Perimentalsmo survelista, futurist, daiaista, ete. ow concretista © ‘io respeta livia justo da cultura do Partido Comunista. Era Independente tabi ta burguesia ow qualquer respeito pela beleza Oficial da esquerda e da diets. Lucider sobre ot confit psico ligicos provocados pela Ista de cases. E por uma poética da br silidade. Realsmo. Cetca social. Uma evtca realista da realidade = social porque econdmica, politica, cultural, ete... Rib, Quarento Grows. Um tena: Rio. Una metifora exjlosiva: 40 graus. Rio E quente. 40 Graus de tensdo social. Favela. Copacabana. A cara 24 subdeservolvida de JK. Enquanto todo muna festeja Brasilia © ve ‘no mogumento ostariano tao © Heasl — Viva o Movimento! mas ro se pode rezar Mista no Planalto enquasto © povo morre de f0- re, Nelson mostra um Brasil antbossa nova. Nelson fax um fle radial © ertco Pedro Lima disse que xapesar da dalétca de jor als. ‘Ora, ora, er dialética do Didrio Carvea, joonal que rania a vanguania revolucionarindependente do Brasil, no Rio, com nomes Tundamentas como Jinio de Freitas, Ferreira Gulla, Mario Faust no, Paulo Francis, os ineleetaisearocas da pesada que defenderam ‘Rio, Quarenta Graur quando General Cortez, chefe de Policia le TK, prob 9 filme sob acusagio de que a obra veicla idevogia ‘omnis Dito e certo o Brasil intelectual conformista foi despertalo por sum fato inte: @ democracia de JK proibia filmes, Tato nunca ‘corr seja com chanchada seja com Vera Croz TE proibido por comuniome. © ‘semanicio Paratodss, divigido por Jorge Amado ¢ Ostar Niemeyer, botow bora no mundo: dtime prate pro PC demunciar ‘imperialist, 4 repressio que proibia uma obra de arte que afi fava ata de lasees ma tela Mas foi o Didrio Carioca que botos fogo na canjca: 0 fato provocou reunides esaltadue nas provincas onde tishar Clube de Cinema. Mae eps do Kio e de Sto Paslo, fot 4 Bahia que a cam: ata pla iberagio le Ki, Ouarente Grows virou quase movimento fie massa, Valter da Silveira, que feunia no Chobe esertores, ar tistas plisticos, masion, jomalists,profissonais beri, alguns poltcas progressisas estolante, fer ue Rio, Quorents Grows a bandcra ilo cinema brasitieo revulucondrio que chegava depois da faléncia da Vera Cruz, 38 anos depois do. Mora ATLANTYDA 76 Cormaval no Fogo — a chanchada meta vergonha a Sio Paulo, Lie Severiano Ribeiro, caro de Petroplis,curtia 4 Chanchada fo apis 2* Guerra, Munda. Personagem secret, quanta ingenuidade ao saber que Seve- sano Ribeiro isa great artist, 0 nico produtor rolidiano do Brasil 285 Herdero de caeias de cinemas © ostras fortanas, nobre como Jorginho Guinle que tranea Rolle levando atrizes © atores pro ‘Gators alguns ‘dirctores interacionai pro. Carnaval caraca— fie Severino Ribeiro, o Rei da Cinelindia, prodstor da Atl tida Filmes que ele funda teapsando com a vanguarda intelectual inematogriica do eco da Fore — Jorge Tle, Alnor Azevedo, ‘Alex Viany, Paulo Vanderey, o que de melhor estava no realism crltco no CE — e Watson’ Macedo, José Carlos urle discipas do mestre Moacye Fenelon Cinema. brasileiro era atvidade marginal. O Critco era um novo tipo de joralsts, «0 mais interessante, porque através da Critica cnematogratiea se iberavn do provinianismo sbdesenvol ido e farina erica do mend. (Ox mithorer evticor cram os de. cinema, porque superaniy a erature pelo cinema relasam a peitiea teatro fcconal a um pas sido compreentide porque a novitale crt momtagen autiowisual, twtr pap, além ot teria concretista que explodia na impoténca dda palavra Dizer que o cinema influecios a literatura como que o c= ema staterializow 0 dleecjo de ser imager © som da palsvra — ‘epucira e riverdo de Joyce “Ausente as artes © conseqientemente dae critics, as vanguar las que tomaram 0 poder nos jornais, ris, editoras, revista, t= levisdes natcentes © profmores cnematograficos, tears, msi, bale, show publicidad, com astestoria politica noe gabinetes de Politicos e Capites de Indstria— enfim tudo que nasced com 0 Jsceinismo, a geracio de 45, apagavam 2 memoria de 22 ¢ 30 € ‘geriam cubrir de sacewo demoeratico 0 Sucidio do Patriarca Ge tho, ‘A critica de esquerda apoiava e ertcaya a Vera Cruz. Os fil ses dle Cavaleants (fe contnsaram filmes de Cavalcanti até hoje com Osvaldo Masssini, Anselno Duarte, Walter Hugo Khury, Re- bem Bidfora, e todo o cinema pauls pro sulsta e irradiagées mi aciras) responiiam pela qualfcagio dos temas trstalos, pelo aca dlemicismo da ihuminagio € eenografia, beleza, charme, eltura © cor fe classe dos atores, momtagem narrativa, som folKorico © outas Virtues inéditas no’ cinema monial a vlgaradescrota ecrachada fubdesenvolvida canalha demncrties nacionalsta andeqviea be ‘atria da chanchada, Ribeiro. € importador, dstibuidor, exbidor de filmes norte americanos do Rio pro Norte, © homers que contoia © mercado ca- 286 rica nordeste norte ¢ algumas pracassulistas do cinema ¢ dono de ‘tio, de laburatirio, de sonopiata, de distribuigdo, de exigho, ‘© maior produtor brasileiro, ‘Severino fora precedido pela Odissia Carmem Santos, Adbe- mar Gonzaga na Cinédia que superprodusiy 0 Tiradents drgido por Mauro. Mirio Peixoto, sequestrado da pritica pela literatura, ra marginal. Moacyr Fenelon faia dramas caricas velista © to” ‘cava no problema socal — Fenelon ¢ 0 cinema o modernism es tadonovita da Risin Nacional as tla, (© fanfarroismo poruyués precede 0 neo-relismo de Ris, ‘Quarenta Grows. Critica lteririos, que no sacam de fotografia em movimen- to, como critcos de artes plisticas, fiquem sabendo que 0 cinema €'a essénca da impresso causala pla realdale sobre © Astor Vocé reecbe, sao, joga pra cima € transite em yalavra, canto, ang, ates plistieas, Gnews, misc, tepundo e tal mas alem det ‘oa taicalastralesética €0 que voce materaiza no einen dime- ‘Sho proxima a0 sonho na mikcia deeenvolvida em que vives — a Gizacia noe dew 0 Cinema! — Maquina le Poessudioviepalt Sin tese das artes Literatur, flada ou eseita/Pintura. esta ou vimentada, uz pra expressar 0 delrio da cragio imaginativa, som, Ibrbaro om matemitieo, espelho do main —~ lo 0 maximo dene: ‘minador comum da criagio humana, Maguina que ve, ouve, com para, monla, experga, provoca — dia Buhuel — se sm da’ be fem materiali através do cine « yuku inconscente — w min- 0 pega fogo! (© mercado pro filme brasileiro era rigulssimo. Luiz Severino Ribeiro faturava miles com as chanchalas ¢ memo Loe Je Bar- fos, Adhomar Gonzaga, 9 estreante Herbert Richer, Moacye Fe fon ete, tinham estourado biheteriag com rendae iguais as dos eyes estrangeiros, O barico erm ais ebaino: evidkntemente 0 mercado estava sub controle dos ‘Kibeiros, do. Fantietion Lisa Bruni, dor S& Pintos, dot Verdes, dos Florentinos, dos. Pithons, dor Valansis ¢ dotros iniustrias to epetienlo ofereendo a0. pi Dlico filmes estrangeiros que gozavam de raior prefeencia popular Os mais ricos, Ribeiro, Si Pinto, Florentino, exibiam o puro Hot Iywood, primeira « segunda Kha, Acontece que de Hollywood 0 Brasil "um mereado natural, Eo rior mercado externo com “Amiria Latina, mais instivel que © Europe, onde a indistria ml ‘nacional impse concorrentes em cada Estado. Somente na. Ingle terra Hollywood conseguia se impor, destrino © cinema nacional. 287 ‘Mas encontrou barreras na Franga, na Ila, na Alemanha, Caval anti tnla experiéncia de produgio e distribuigo internacional € ‘onhecia as contradigdesindustrais, culturas e politics. Omer ‘ao existin © o8 captlitae poplistas invesiram em contrato. de ‘Gstribuiceo com a Columbia ‘Puesres para explorar ‘um mercado ‘acional cujo luro tio bem demonstrava Ribeiro e Sio Paulo podia ‘oncorrer enm o Rio assim como Pelinex em Mexico, Se a Columbia tstribaia ov filmes da Vera Cro, claro que a Columbia metia di heiro na Vera Cruz porgue a distrbvigio ae confunde com a pro- ugio no entanto quem faga o filme & o exibidor que reeathe do piblico um tuts pra yer na tda o sonho que aio fix hoje seria ho- ‘mem ele corre na brisa sem came sem some: Fle, (© piblicn brasileiro do litoral que vai fcando cala ver mais pobre e ignorante pro noreste vende {les americanos que passim Ate nas mais remotas aldcias amazonenses, ‘Quando chegava a chanchada » poro sustava de re porque des preza os atores, a histira, o som, a mnca, & mora, 2 cea, of Aidloges € prdpio cinema brainy. © pilin via Contondo mo Chita em coves e om seguida via © Homeoe do Sputinit, © canto de csne da Chanchata, © antiame ricana, numa jogada esqoetdist de Hubeiro — 4 desde Depois Ew onto, dirigida por Jost Carlos Lurle com argumento de Ansan ‘Duarte, que o yau comes em cia da burguesa, Anselmo e Burle esceram 0 pau no café city que eatava crescendo comm a8 legen- fas de Jacynto de Thormes © Ibrahim Soe Aide «3 farela se niam contra a invasio do jae nos cabarets desma. Purrada noe granfinoe De Veto om Pope, be Manga, mesmo dietar de O Homem do Spuinit € 0 herdeivo Je Durle e Maceo, Manga e © mestre de Kobeto Farias — a taticio de initar Hollywood © buscar um cinema brasileiro deamitico © popular, diverso da tentatva da Vera Ces, um cinema enropen, séi0 « politico, ‘A burguesiaavstocatzante pauista com vokidadesihuministas anticomsnistas busca em Lord Cavalcanti Shaw Russell um intér= prete brechetiano « de outo lado a burguesa carioca nacional vate vist ¢ prostittas, transa de Jorjamao, Villa Lobos, Oscar, Di CCavalanti, José Lins do Rego, Osvald de Andrade, Carlos Drum- ‘mond — todos forogeafados yor Ray Santos, cineastas miltantes do PC, ou as dclirantes experiencias plisticas de Salomio Sei. 268 Gomes Sates Emftio PAULO 76 (Os critcos cram margins entre os intelectis que dese 1922 a 1930 se destacaram nas letras, ates plisticas ¢ tonoras. Ro: ‘mancstas como Otivio de Faria ou poetas como Vinicius de Moraes fpoiaram as iniativas da critica cinematogedfica. No sow dv tem: po da revista Cincarte mae Ii Filbe, ‘A critica tratando de cinema libertava do provincia tip co de nossas revisits © suplementos de arte ¢ Tera fotografi, hotisias do mundo, traducies de artigos de vanguarda, poems cine Iatogréfios, teria, politica, mitelogia ‘A Cena Muda & mes curso primirio. Ai publique mew primeira artigo jnttulado «Stanley Kramer — A Salvagio de Hellywoods,, ra segio Carta aoe Laitores, Lembrome da stnologi dos Cries CCorioeas, com charges ilcioaas e resposas moqernissimts dos cri ticos mum barato curtido paralelo 3 Nowrelle Vequs, Os cineastas da ‘ada eran Nelson Percira dos Santos ¢ Jorge Hei Devido a0 fsror polémiso, Antinio. Moniz Viana era vedete das mites carocas, amt fonista de Alex. Viony ‘A Ginerateca de Sio Paso eras Catal, Paso Fio Salles Gomes, © Papa, enquante os cardeis ¢ pares brgavant noe bares fe chubes de cinema sae province (© Cinema Novo relescobriy Humberto Mauro ¢ Mico Peixato meliado pela erica. Os sacerdoter fnlicavarn aoe jovens ts rules fatriarais dos velhos, Lando. Walter da Silveira descobri 0 cinema Internacional segundo sin economia, un politica, sin tonics, $4 cstitiea, sa ieologi. Lento. Alex Vianydescabri Hollywood € 0 rneo-realismo — of caminhos elo underground. Lendo Paslo Emilio Salles Gomes descbri at rdagées do Cinema com 2 Revolucio © faquei o sentido daltico cla expressdo Sintese das Artes. Leno ‘Antonio’ Moniz Viana descobri a intriga internacional do. audi vial ‘Acrescentaria os artigos dos minciros Cyeo Sigucira © Frite ‘Teixeira de Salles, Cyro Farin. critica da lingua cneratogrifica nam barato etruturalista e Frits fin critica pola. Na Revista ‘de Cinema de Belo Horizonte convergiam Hollywood, Neo-Reals: mmo, Nowwelle Vague 0 cinema pré-grande segunda guerra 289 een eee ‘Era a tinica € methor revista de cinema do Terceso Mondo, tio boa quanto as mudhores revistas mands [A chanchada era miserivel pra tio sca extica, Com 0 surgi ‘mento da Vera Cruz, criacéo de (Vargas) Matarazz0/Cavaleat, 4 critica desperton pro cinema brasileiro, ‘Alternando com Paulo Enilio Salles Gomes, Francisco Luiz de Almeida Sates, um eritico ecuminico, foi eleito Presidente da ‘Ciremateca Brasileira e promovido a Presidente do Cinema Tras Icio, do Velho e do Novo. Patrarea receptive a tados 08 vicios da joventade eriadora, Almeida. Salles ascumit’ 3 polten diploms tica do. Cinema Novo. O Kero de Pavlo Enilio Salles Gomes sabre Jean Vigo desencadeos mito da revelugio permanente em nome “an justga e du belera: Outubro plus Limite plas O Canto da Sew dade pss O Cangnecre plus Rio, Quarenta Grows! SSHLVEIRA DA WALTER 76 0s critcos mincios discutiam a estticn idealist de Croce mas rio ctavam nem Walter Denjamim nem Georg Lukicz, As inter ‘engies do. segundo em matéria de cinema sio desastusas. O Tite ito nio saca 0 espuifico fmico. O livw de Umberto Barbaro ‘sobre o assunto era mais profendo que o ABC da Leitura de Pound Porque tratava de auliovsual, a palavra ji era, Talver por isto ‘SALES ALMEIDA DE Luiz FRANCISCO 76 eve-se a0 capitéo de imprenta falada, ecrita¢ televista Assiz Chateaubriand e 4 fais Matarazeo a criagio da Utopia Eatéicn Nacional de Getilio Vargas, consagragio do Moderniemo na Biel do Parque Tbivapuera em Sio Paso Quase morrendo, Osvald de Andrade chorow diante da Dien ‘A Semana de Arte Moderna € wm ritual antropofagico que revela fs extratoras da cosinha brasileira = Reeusar tudo que a antiga musa canta que ovtra mais alta se alevanta. Mitologi indianist, Mitlogiacabocl, de cads tran- 290 sacio nodal antropldgics Hbertar os miter. Para dias aovas for- Jos novas. Os vanguardismos eirupexs foram insieumentalizados pur Osvali, Importar tecnologia teinca, para. prousir Paw, Drs TEsttco. Pra export. O- Modernism no se pagou no mercado Fnterno porque © pablico brasiira resus © no finha condiges ‘counimieas no mercado internacional ‘A Cinematecs lrasciea, resis por Francisco Lis de Al nia Salles, exjo Primeiro-Mtnist era. Paulo Emilio Salles Gores ttnvliado. por Jean-Claale Bernadct © Gustavo Dahl na Catedral fe Sao Paulo denteo do Parque Tbirayuera quartel general do. Mo- sdemism dle 1922: 2 inspiragho de Tras; Bienal, Francisco Ma taraizo © 2 osvaldiana lone de Assiz Chateaubriand, Cacique da Comunicagior Disrios Associa, 4 maior cadeia de eis, jornais fe teevisdes do Hrasil controladae por Aéncia particular e um Crue 2eir0 latinoamerican ‘Chat financiow artes em eulaboracio indieta com Matarazzo «outros, Pietro Maria lla e Lina Ilo langam no frail sementes {a Renascenga tropicalista, F-Alberto.Cavaleanti o"isior de todos ‘os cineastas braicios volta a0 Brasil sob convite de Petro Maria ard, de Getto, de Matarszan « de Chat ‘As socitales pequenburguesis © aka foram informadas do retorna de Cavalant, mais famno se © legendivio Di Cavalcanti esi pintor ertion tropicalis (Com dinheizo do capitalism privado ¢ estat, Cavalsntt fun dou a Utopia Vera Cruz. Foi um ato Uniegco segundo as trades de fantasia do capitalism paulista: importagio teenobigica da Tn latera, importagio artista da Tela, contrbeigio caltural das Tanguardas nacionas dictstas, diego geral do comunista Alberto (Cavalcanti que todavia nfo contratay pra Vera Cruz nenbum dos cineastas noves ou velhos do Partidio on de exquerd, (© pessoal téenio, artistic, econimico, politico, eco e filo sitio da Vera Cra era antinaionalista, Cavaleant desconheces 0 cinema brasileira: no se referia nem a Humberto Mauro, 0 Vi dente de Cataguazes, nem 20 pis Joyeeano Mario Peixoto, © mito vanguaedista que fizera Eisenstein prever 0 aaseimento de um Ci rnema Novo em terra sulamericanas. Durguesia ¢ intdectais de- testavam as chanchadss da Allintida que 0 powo gostava. O su- ‘ceaso econimico dt chanchada ¢ 0 insiceso das antichanchadas re velavam a preferincia popular pela evitica cinica da miséria aot TBERNARDET RENE GEORGES CLAUDE JEAN 76 ‘Antes de O Conpaceira e Sinhi Moa, de Osvaldo Sampaio ¢ ‘Tom Payne, of temas da Vera Crux foram: 0 laifindio pauls visto pelo reformismo de Abilio Peri de Almeida, Terra B sempre Terra, 0 pensamento migico visto pelo melodramopereta de Adolfo (Cali Coigor, repetinda a incurs tarstiea na biografia de Zequ sha de Abres. Tico-Tico no Fab, um grande documentirio sobre © TRC, puicie exdréwalos,comilias de costames de Luciano Sal- ce on Jperas expressionstas coms Angela © chanchadas de Mazza opi ow caretices psicodramitics. 0 Congoecra foi 0 desafogodaguce cinema em catcos escros, thas malassombrals, spartamentossinisios, roas deformadas, con” versa complicada mum portugués subliteréri, um cinema que alo tinha reebido 2 menor infhuéacia do modernism. CCavaleant, cam a Hiberdade que tina, nZo sacou que © methor roteiro para ele no Brasil seria Homem eo Cavulo, mas plo me ros 4 Morte, melhor que a seriedade dle Simo, 0 Ceotko ‘Sinké Moca tratara da escravido e da democracia de Pedro Il ce transformava Anselmo Duarte no advogalo do powo. Mas. Anse ‘mo, vind da chanchada carica, era o Astro de Ribeiro na. Vera Crus. A’ Vera Cruz contratou homens. altos, brancos, nites, © mulheres, alas, brancas, morenas ¢ logras Hindissimas.” Eram ma equins da Vera Cruz Columbia Paulista. A imprensa promovia a Vers Cruz com mis fervor que Hollywood. Rio, TV, Impren 4, Ttanarati, censura — tuo a Vera Crue conquistou, até 0 pibli- co, Deu o gasse pra Lima Barreto que fez a primeira sensacional vitéria de biheteria do cinema brasileiro com 0 estrondoso per rmanente sucesso de O Cangocero. © fenimeno era inédito. Arte, altars, Economia, Tndistrin Nacional Popalar Internacional. Mo- nis Viana tem razdo quando diz que Lima Barreto criow o Cinema Novo. Paslo Emilio tem rszio quando diz que foi Humberto Mauro, Octivio de Faria tem rario quando diz que foi Mario Peixoto. Walter da Silvera tem razio quando diz que fot Neon Pereira dos Santos. Saraceni, David, Joaguim, deem que Hum- berto Mauro e Ely Azeredo batizoa 202 GongaLves Martim 76 A crise de Martim Gongalves na Escola: 0. grapo antimart nist, Tideralo por Joio Augusto de Azevedo e Gianni Ratt, cons ui apoio de Francis pra escuhambar Martim, Tome a defesa de Martin porque seu projeo era mais ambicios, generoso, conse- ‘quente e coletvsta. Ataquei Francis num artigo federal on SDJB. 0 teatro de Marti era a ante-sala da Vera Craz no Castelo a Universidade, da Teatro Castro Alves, do. Palicio de Juracy. TEx estava casado com Marilyn Monroe, Helena Barroca, 0 Santo Guerreiro com a Princesa na Garupa. Martin no era Dra flo. Intdectuais, povo e poder me apoiavam. Com as putas do Macid, da Montanha, do Pelowrinho, com as estudantes de van sgoarda © com ar granfinas de varias geragées: Helena Tgnés eras 4 Soper Star do Teatro. Es a Super Star do Joralismo © do ‘Cinema. Nao publicara poeras ou contos com 0) mesmo sicesso dos artigos sobre cinema ficgdo, E no colinismo socal, co-eere vendo. com Helena © Paslo Gil a Coluna Krista que revisava e roava diariamente o café soviety baiano © mundial... A geri Mapa e Jogralesca fot se achegando. pro DN, dirigido. por Ignicio dle Alencar: Orlando Senna, Antinio Guerra Lima, Catlos Nelson Coxtinho, Nodnio Spiadla, David Salles, Fidelis Sarno, Nemésio Sales, Herval Pina Ribeiro, Miltom Carvalho e Sika, Eieard Dias Gomes, Alberico Mott, Fernando Peres, Rogério Duarte liderando A nova geragio de Castano, Gil, Capinam, Alvaro Guimardes, Tom Zé, Paso Lima, Maria Bethinia.-. Quando Joio Augusto sale 4a "Escola de Teatto com Othon Bastos, Echio Reis, Carlos Petro ich, Sénia Robato, Tereza Si, Domitila do Amaral, Otbonie Serra, Brico de Freitas, ete, pra fundar o Teateo dos Nows — Helena, Geraldo del Rey © Las Carlos MacetFearam com Martin ‘Acho que preferiam suir mas eu segurel as pontas. Maciel estava ‘em lundemel com Tone Argolo ¢ Mattia queria que cle visse na ‘mesma note substinir Ochoa Bastos no papel de Stanley Kowalsky Sinia dos Humildes, que interpretava Stell, € Maria Fernanda, anche, aggentariam com ‘Mitch, Claudio Reis. Quase pedi pra inerpeetar Stanley. Mas Stella ou Blanche deveria ser Helena, 293 pe eee 1A Escola se desagregeria: Martin importou Sérgio Cardoso pra fazer Caligula © montou a Opera dos Trés Tostéer cm colaboragio com 3 cenografia de Lina Bo, Martim orientou os alunos segundo 0 mitodo.paicanalitico freatiano de Stailawsky © segundo um novo métolo psicanalist smardista janguiano qoe sinteteava, crusado com Stanlawiky re visto por Lee Strasberg —o Estilo Barroso Bpico/Diiticn. Neo Fealismo, nouvelle vague, rolude, Vera Cruz, moderismo, 45, © tovos vanguardismos diacerados no neo e concretimo explodam cen Som ¢ firia ma Escola de Teatro na Casa de Sante Antonio fo Canes E macumbas pelos arsedores, oom parapsicoogia, esprit rituals dionsiacos,sexualidade in’ progress. © hamossexsalismo de ‘Martin era interpretado pelas bichas lowcas como portend. Mae “Martin aio gostava da indisciplina das bichas e prestiiava os ma cos. Os machos ram sais intclgentes eficaes mas tem 36 Dichas a vida era chata. Alvinho vomitava, Shakespeare nas mess dda Cantina da Escola, assombrando Lis Carlos Maciel que viera ‘om Milton Persona do Sol prum estigho prvilegiado. Maciel te sha feito sucesso no Rio com a muntager de Esperendo God, fe Samuel Tecket, publica um ensaio flosifico sobre © exit tencialismo que The dew pestigin nacional como teatrlogo ¢ fil Solo, O aio era eqlistante dos comcretstas e dos neorcanere- tistas, quero diver, le ecava entre os comunisas e os democraas porque neste tempo no se falava em fascism, parecia que tal) rorrera com Getilio, nfo tinka perigo dle wm novo Hitler em Tes sila. A nogio do naconalism ‘econimico e calteral circulava na Universidade, sobtetado entre o pessoal de Engenharia e mais Do» reito, como a idelogia superadore di wfanismo popelista. Juracy (eria'maseacrado estatantes Getilio fui um Ditador Fascist derr tiado pelo Tmperilimo. JK era a democracia com a Hberdade de ‘expreno. prot communists, Eu pelo menoe fasia propaganda. co- ‘munista Wlariamente nas pginas dos Didrioe Ansocados que era cantrits.. Fa Revolugio Cubana foi promovida. Fidel na p= ‘meira pgina, eportagens sobse 0 Novo Cinema Cubano, mas se- pre certa reserva quanto 20 PC, a dtadara Estalinista desmoratizada ‘quando negaram direto a Woris Pasternak de stir pra. Soécia em Dbutea do Prémio Nobel... Os inteletuais baisnoe apoiaram Pas: emake Jorge Amado liderou o movimento, Nose, geracio era comunista‘stdpic, vanguardistitica, populist, Uberiria e mio po devia ser contflada pelo PC. Nossos contactos com os comunists 294 ‘ram cordias, amisiowos, eolboracinistas mas nos sentamos repr tmidos porque logo quesiam canaliar energias em divegio. a. uma brtica burocritica da eltore coo resultado esto agitacional seria Inferior ais nosiae possblidades Heremente desenfreadis nas col fas barrocas do Paraiso metafiico.-. Walter da Si © ontetdo. expressionist, surrealist, existenil sesualmente delrante de nossos espeticals, motando.auséacia. de poemas referentes @ temas sociat e politicos. Nov quinto e lino ‘speticulo montamos Elegia @ Jacques’ Roumain nos Cis do Hai, de Nicolas Guillen, ex interpret’ o foneral do herd secificado ‘As Jogralescas © Mago foram a Semana de Arte Revolaionira a Babia entre 1955/1988, © movimento mincito, 0 movimento gai co, o movimento carioca, 0 movimento paulta © 0. movimento [ermambueano: Aviano Suassuna fespondia Sos velos e jovens sno brdores de uma verladeira arte nacional contemporinea som 0 elie fico debochado Auto de Compadecide que Martim moptow ragie: tralmente na Bahia como wm batesola entre Pole e Dili. O nor deste de Gilberto Freyre no ciclorama la Fundacao. Rockler ‘Martim montou também Gil Vicente « Paul Chale mas pracas russ, janlins © pargues baianos num barato de teato pupelar je niais Vivido por'ostio teatrlogo no Lrasil, Imaginem “que Avtos fram montados no Terreizo de Jessa a procinsio seguia pro Ci tela celebradapelas macens sravés das madnugadas. Mati con tratow Gianni Katto, Aaa Edler, Domitilla do Amaral, Uratus Pe ‘ieira, Jodo Augusto de Azevedo, Leann Petrucelit — entre me Thores profssionaisteircos e prticos do Brasil pra trabalhar a Escola. E dos Estas Unidos veio o mestre do metolo Stan/leecht = Charles Mac Gaw arsesorado pur Laie Caron Maciel « ciaram (Othom Tasos, Gerao et Rey, Helena lenge, Sonia dos Humiles, Indietamente Antonio Pitan, Lorival Paria, alguns dos melhores Ares do Brasil pra aio falar em Joio Gama, Echio Reis, Otho fie! Serra, Alair Liguori ou autores, prodtores e diretores como ‘Alvaro Guimaries, Paulo Tima, Carlos Petrovich — ¢ cotton que tna Tahia subdesenvaivida se formavam em teatro ¢ coltara inter nacional revdando 0 sent diditicn © épica de um teatro. hum risa. Gianni Ratto montou Or Tewuros de Chica da Site, de Aniinio.Callado, nos. jardins da Escola, © 0 sicesso servi pra fesquetdizar « plitcn precedente de montar As Tris Trmis, que et ‘sculbambei como subyiseontianismo a la Vera Cruz. Com Pedro Mico, Callato resusctava Zumbi nas faves. Porque a Jogralesea fra proibida em 1987, recchemos apoio do Teatro de Arena que 2s me tt eee eee cexagiava em Salvador € Gianfrancesco Guarnieri foi nox evar sol ‘Tenedade. Martim fundava a Escola de Teatro quando a Jograesca epresentavao quinto Ato da vanguarda baiana. Se estivesse inte fessado em Teatro bastarin fundir jogras ¢ jogralescas na Escola ‘Mas curtis cinema. Nao queria ser ator, congrafo, dancarino, can tor, teatrlogo, enfin. Queria ser cineasta e politico, Fem Cali fiom Femando Peres, nem Panto Gil, nem ninguém queria fazer teatro. Martin nos abrigava e-na Escola fui estudando e conber Trina Bo que fazia 0 Museu de Arte Moderna. Deatso ¢ fora da [Escola disetiamos a sucensto de JK ou a sucessio do Reitor {inio subisse 0 Reitor cain pois tinhs inimigos ma ala jansta ant jracysista, especulagies,.- Se Lott subiseesubiria um Reitor de eaquerda.- Martim tinka conseguse bastante crediildade das era pra se sentir seguro. Torge Amul e Orrico Tavares 0 Spoiavam. Quando Odorico quis sacklo,foi dif porque eu e & trma contrlivamos seas jor © todo mundo gostata de Marti ‘Assim a dissdinda do Teatro dos Novos ao teve a repercussio csperada. A iteectalidade de esquerda ficou com Martim, aval allo no $6 por asim quanto pea qualidade ¢ serilade © sentido Tevolucondrio de seu trabalho. Depois do expargo, Martim folgon. Juracy reconstruia o Tex ‘ro Castro Alves one Lina instalara 0 Museu de Aste Modena No fundo do grande palco de 14 antares que previa cevalor espe Gal pra tranportaro elefante da Opera Ala, Martin © Tita cons truivam um circa de madeira onde mootaram a. Opera do Trée Tortées, Traducio de Drutus Perea, Colaboracio. da. Orquesta dis Escola de Danga e Misica. A Escola de Teatro de Edgard ‘Santos montava. recht dentro do “Teatro Casteo Alves de Juracy ago, a conte logo auto: mais de cem mil balanos foram ver 5 Opera toda populagia ouviy falar devido total cobertira em 18 io, jornais © TV Excrevi meu artigo sobre Guimaries Rota, depois de crticar com brihantismo José Lins lo Rego, Jorge Amado, parcialmente ‘Gracin ¢ a toda fiegia de 1980 pra ci. Estava diplomado pra vee doeente de Figo Brasileira Moderna na Faculdade de Letras td Universidade da Bahia, Artigos sobre ficglo e cinema. Do tor ‘mance 20 cinema materiaizado na operagio critica: literatura critica as alienagéesestetizantes das letras das artes. Nas artes, 0 Teatro Do Teatto ap Cinema. De Cavalanti a Martim. De Nelo a Martim. De Visconti, Eisenstein, Tres, Niemeyer, a Lina. De Marx a Jorge Amado! De Jorge Amado 2 Walter da Silvera. De 296 Vila Tobin a Masti. De Mastin a mim e a Helena Ips. Es ‘jane Marin preparava stage fa Oper, puch Net ‘indo de Sto Pack, preprnsinagem te Behe de Todor os Sonor uray de too son a Trigeenho ajo pl er ofa {Plc te Sto Pas © esplendor etic dae artes bans inspiralas por seas cul twcas neg capone, sabes, jus, ctliay, protean, intemaciomis deat Rio ¢ Sao Pato to taney quanto Park Nova Yorge, Trgecisho, inplacvel com a Vern Crus ¢'9 Ssbiesemniest, nia da isla de Vict, Rosi, Zana nie Pasi, nfo comin sen aac po lento psa de Casket mas cectenbara Vera Cron © races, Govtarn ‘Gacrcament de Roy Quareta Grou, grave ov emer fo ine com tor de Mini, de Osea 8 Jonge ig Lim de jorge ‘Amado, de Graciane Rance ~ ies wit de Poo Eee fi de Almeida, de Ros de Cao, de JeamCle ee Herardo Eta biha © no econ Mas cr aces ene a jovom Dia {memo oy comiminas que citcaram ma fecora © eapeara ‘wm eucnA Hain ba inligete ero fem poser O enfant {Eis dn sergio Cademo Ge Baio ceca eat, coms €Ac- fate fost Petre bic © ton en Salvador ma sien 0 ‘Ona Wilde on Lome jae Tones Hetena 76 Metro Goldwyn Mayer. High Society. Ulsque € mambo, Uma das amigas me cochichow end dancar com Levinas. Na danga nos ‘olamos, The beije, modi, ambi boca, orelha, pescogo. Bra quente Veio. No Domingo ie Piscoa estivamos apixonados. Mas. fi preciso que ela rompeste o inconseiente naquela nant de segunda: feira no Largo dt Piette, Deelarosse. Comtel pra. Joca ¢ ele recomendow castes. Os colegas fits me reeomeniarany coméla pois corria boato de que mo era virgem se cu bobease pastaia por brocha, A Takia. querin comer, Helena, Era nossa Trgite, Nota Marylin, Eu posta a nther mais desejala da Mahia. Revolt ime contra o machismy da provincia. Arava Helena, cefentia a Nberdade sexual © comesamos a trepar na praia se Hapa, Abst, Rio Vermelio, jardins, escadas, rochedos dante das ondas em noites 237 ailinticas, Taparia, Mar Grande, om cima de savenus, fates, mo Forte Sido Marcelo e nas exquinas das madrugalas comonistas Regi Martins Catarino era a. mulher mais bonita, intlgente « Greta Garbo da Tahia. Marta Racha estava.caeada no enterior Mepois de fazer a Bahia macho fémea se mastusbar em seu desile ‘da Rus Chile quando voltos derrotada do campeonato sundial de beleza por ter duae polgadas de'menos nas conae. Foi a cara as Donita ‘que vina vida, boca vermetha de bats, cabelos de anjo dourados de San Francisco contra a Estitua de ‘Caseo Aves ihe mina pela Loz Antica no céu azal da Bahia, Regi Catarino «seu marido Luiz Martim Catharyno convidavam os jovens artistas Dros partys em sua Iuxuosa mansio na Graga, one se reprecenta- vam esas, poesis, cantor, danas e Iibertinagem com desbunde anglo proustiano — assim como Machado de Assis dia a8 snalheres sranfinas da Bahia botando pra quebrar na legincia ¢ liberalism lntimachistas e os marios intlctoas, bichas ou sabio, topando. 0 poder matriarcado dentro de casa. Lie Martins Catharyno eer vera um Drifinte tratado sobre Estética que me impression Era complexo no racionalismo idealita de unt sensibildade barre sexualizada pelo poder do pas, do dinbeiro e da cultura, Nav era ‘um artista, era tm bonito homem elegante, de txuls, futursta de Martin © Lina Mas Trigueirinho estava dctencantado. com_o.subdesenvolvi= mento.” Em 1989, em plena euforia Draslica, Trigucriaho falava tle-um fracasso revolucionirio de 1922 do modernism do Trail tly séulo XX, seus heris eram marginals ow proletsron, prosiatas ‘ou sacerdotcas dos sites sincréteos. Um General como Juraey. Sem ‘ase media, A burguesia imperialista de Lolah Brah Vera Cruz Filme sinistro. Sociologico e metafsico: como viagem de Jean Coc teau, Brecht nas ruinas do Barroco Vespuciano. Funeral da Utopia. Metodaloga elsoniana® stores profissionis ow amadores, reali rostelinsta, dramaturgia viseontlana, mostagem dialetica. Os sold lor do Estado. Novo mastacram candomblés. Trigusrinho veste ste ‘memras sentimentais de Joko Miramar com of tragmenton de Jor jamado. Filme foturista. Angista existencal além da tangilidade relsnians, ‘Triguirinbo era. pesimista. Sea filme desagradou na rumorosa avant premiére no ‘Teatro Guarany com a. presdnga de ‘toda Bahia offal intelectual, Foi a malor avant premiére da Ba: hia promovida exclusivamente por mim. Escrevi_quldmetros de joral sobre o filme, definitive cbraprima do novo cinema. min ‘ial. A. pré-crtica predgpin © publica, A inteectalidade baiana ‘sentu-se agradecida com temanha antropofagia culturali » biche 302 aula comin a Baia. Fora! No final o pico vara © enfrene {oto mundo. No dia squint os jms teulhanbaramn Trier tho mas efunas espeilzadas © vsihas. Charge te Lone nee incre pagina do JB TN. Ge bana Gurren uk oie tos, pedrads,flchadas, Eu defendi TN sino Ne tee hiado DN consegi entrevista de Juraey dando fora poo fle Ee alns outs intlectunis Veni ca fotoprama ‘le aldsoc de TN ao prego de tps edicas que atavesram bibotees ae fas, Em Sio Paulo e Rio one xin tne vender Bohie de Todor 51 Sonos, coo 0 novo Flo, Onarete rawr 0 meradafchis se vortas. © fracasso de Trigucrinha incaldava minha tes por om Cinema taians, brasil, minal. Chegow Neon pra ima dar Seeas e recedes apoio de uracy. Cineasias com aveyante es bsea lo Eldorado no serio ow ‘no tar. Minas de Ectca a Dahia. Jorge Amado tinha descberto veio rd, Ev era'a prove So cinmatogratca de Jorge. Nao conheca Greg de Matter 0 trofernsm me lvou a deapresr Castro. Alves pel fato que de ‘isapareea encrnaly jor-mim. Eon Regus afr conta 4 capalicagem ie Patio Gi Rocua ANECY 76 Minha familia, no mev quarts, cum minha me, mie pai, Ane cy, Ana Lacia, Paloma, mum apartamente defronte da ponsao, Vi ebre. Trabalho pra sobreviver. ‘Triguerinho fico interessalo em Produsir A Ira de Deus. Viu Paloma no bergo © disse «cla & pocsas Viajamos pro Nordeste, com Antinio Guerra, pra fazer lcasice Monte Santo, Cocoreb. Feira de Santana. Devs v 0 Diabo ste lareceu,_ Santa Brigita, Major Rufino. Antinio das Mortes, Co isco. Sio Pedco de Santa Brigida, Sebasiio. Eucides, © perso ‘nagem a ser interpretado por Helens se chamava Corl, lina cabra venenosa. Ev a via como a cobra moral elisa, ‘Som e fa Lia Faulkner depois de tipar a fiogo a poesia brasileira. Retrato ‘de Um Antsta ‘Quando Jovem. Nelion me abris novas_possbil des pra sai da classe mécia sem cair na burguesia: intelectual ogi ico do povo, transador janguista, na velha tradigio doe barrosos, inconfidentes, roménticos. Com o PC. Ou pelas vanguardas eaquer- ‘das. Ou entrar pras gutrihas. Sierra Maesta nos enviava a lite ratura de Fidel, Camilo, Che. Explodira guecrilhas em Canavcias 303 RR eet 08 fat nos rondavam, Muitos companhiros seguiram outros ni Ios. Ex figuel som uma minora experando 0 Apoclipse © Nova Utopia, A continuidade do cisamento numa vila economica- ‘mente linitala na provincia que no resyatava nosso desejo univers (iu na burocracia que gera risgas, Drigas,escindlos, Com fecon~ Cliagdesviolentas mas requentadas” Nao queria ir pro Rio sem ter fun flme de longa-metragem. Se Trigucirinho, Nekon, Anselmo, ‘Aurdlio Teixeira, Migucl Torres, Carlos Hugo Christensen, Camus, ce, vinham mar na Mahia ew devia fcar ¢ flar. Esta con Sencidordae qualdes de Hobie de Todor or Savior. Laie Paolino trerevern o roteiro de Barrorenta e mie yelia produgio. Namorava ‘Sonia Peceira, luna da Escola, Forantrabslhar em” Mendacarw Paulino escreve cantando que Nelson o sacaneara, est6rias dura FFiquei puto mane! carta desaforada pra Nelson, Paulino devi ser tratado como um Devs, Chime de Nelson? Projetei em Paulino” [Nelson voltou a Salvador pra lavar a roupa suja. Tudo limpo. Nel son fo pro Rio montar Maxdacera. Através se Leio Rozenberg Conheci omic, pint € constritor chi, 0 jude Rex Schindler, tulato intligent,simpico, visiodrio, Adorava mess artigos Topo co-pmatir Barra com a Take. Totet pra impor Pauli roina dite. Sacrfiquel Ira de Dewe_ A cringio se em moe frente colkthista deveria citar personaliemos. Transfer’ o Poder Diretorial a Tie Pasfina, Mas no coneato asses que seria res ponsivel tcnieo artistieo pelo filme. Por que Luiz Paulino? Tinha Fasbes sentiments, gosta dele, embora conheseste mal roteieo (Un aia foi me contar em mew quarts e ci omni, Candomblé Mistcimn, Allenagio. Converti-me an catoicismo, cones, bs tismo, comanhio pra me casar na Igreja. Minha mie munca soube ‘que recebera 0 nime ie Pend. Glatber Paleo Andrade Rocka ‘A mediocridale do protestant, a hijocrsia do catlicismo, Saconscigncia servil dd eandomblé. Em Faulkner encontrava. negros rebcaios, Noticias explondes nogeas norteamericamas. Ea Revolugio Cubana sacula tadat as pretensdes vias. pequeno-bur- sgucsis, Pétio el Cruz na Praga cram filmes indivignaistas, Ex ‘eninkas circunsincias, Ortega y Gasset nas aulas do Professor Max ‘chido Neto. [0 CEPA: Germano Machado nunca clarificos #98 Heologia mas era anticomsnista, All teste montar es Mdor Swjas, tle Sart, ntigona, de Anosilh, O Pair Terriece, de Cocteas Misica ditsica, Marchas nazitas, Germano me contou da volta de Otivio Mangabcira do Laslio sia noite no campo da Pélvora ante do Forum Ruy Barbosa, gard Mats e Dr. Brito, grandes 308 aulvogados crininalsus. Advogado. Jornalsts. Teatetloga. Ro fmancsta” Cincasta. Meu psi dite a Paulo Gil que pio pageva tm rl ris por Camics. Vivia dos slirioe, Helena dos dela mat gente nem pia ter apartament, Paloma. iio/Bahia.” Targuel 6 jornal pra prodsie Barravento. Rex Ila me pasaram algom ‘haheeo. Figueeolaborando po SuplementoLiternto, Comegnos 4 procarar stores. Patino descobria Lvian Maranhio que sstava fom Zé Keti fazendo shows pelo norte, Fu com Roberto pre tom tratar en Sio Paulo o fotdgrafo Tony Rabatory e ajular no fan mento de Redencdo no Rio. Religh um panfleto publitiriy ins Tente que foi distibuido a0 pilico na Cinelimia e merece desagrs vos de Petro Lina e Lie Alipio de larros nas columns expec Taadas, Com Laisa Marankio, Lidio Siva, Antinio Pitanga, Alor “Teixeira, Lacy Carvalho, Carls daSilva, Joo Gama e autos ne ron 0 filme comecwva, “A india Flora estava ao tency © era con Hinwista, José Tellee ce Magathies dirstor de prodvgio. Est pro Astor exzeaivo. Roberto, Rex, Traga, lio Oscar prodtores Mas foi Roberto e Ree que botaram 0 filme pra rola. Ex contr lava todos of setores econimicas,Kcnicos © aristicos, Importel de Belo Horizonte dois assstetes estagisrion, Flivio Pinto. Vieira © ‘Schubert Magalhies. Queria satsfazer os lesejs dos jovens cineas {as mincios promovenlo encontos cufturais interprovinianes que seam seis aa fsagio lum nielen prodetivo em Minas Descobri ‘Aldo ‘Teixeira pro papel de Aruan, Cladoalo Teixeira Ja, Guarda fra soklado da Policia Estaal. Um Conme ¢ Dango. Ds Esco fle Teatro entrou Alar Liguori. Paulino Tocou o filme na praia de Vuraqeinho, alm de Ttapoan, fazenda de coe pesqucea de wm ho- stem azsigo de Vasconcelos Maia. Alugamos teés casas de pescadores ‘em Ttapoan a eguipe se arranchoa,Waklemar Lima era 0 assis teate de Tony Ralatony © Alvaro Gvimarsce asistente de direc ‘Tinhamos um camino pra transpurtar 0 material © 2 eabipe © sais um jipe e um carro de producio. Eko Morena Lima contro lava o dinheiro e a comila. Sanduiches. Kefeigerantes. Naréu com arror. Um jantar com fei, arror © carne. Raciona. Nos trés [rimciros diss no fei pra timagem a fim de que minha presenga rio disturbasse Paulino. No quarto Teles velo dizer que Paulino fe Sinia estivam (adeno o fine. Que Sénia banctva de velete ‘Que Tony ¢ Paulino nio se emeniiam. Que os asitentes minciros ‘conspiravamn conta mim, (Que Paulino ia vendct a prudacio 2 Gi Bult, produtor exesutivo de Sacha Gurdine que prodsia © Santo 205 peeeanneennn et Médico na Bahia. Alvinko complet informagies. Unt compl dor ‘Mnctes com Snia, Paulino. ‘Tony Rabatony no mo. Harravento 1G hime parow, Roberto Pires, Rex, Hraga, Elio, Oscar demands: fam expusdn de Sonia. Bxeevtel, Pasting eeagio. Nomeci Teles Girton. Tells nfo acctos, Propus convidar Roberto Santos, Ro berto Farias. Roberto Pires reedsou e me pressionou pra accitar. PPaguei cem contor 2 Paulino pelo roteiro. Ele pensara em me dae jum tito. Koberto Pires © Braga Netto descbriram Ley Carvalho pra interpreta -Nayna, Ew aswumia a diregio mas Helena Tgnés flo subia o estrelato.Derrubamos Paulino e Sénia mas eu do ‘xporia, Helena. uma critica, public, Preverve? sua dignidade Fstaria sendo sérido? Algune acusavam-me de haver deposto Pav: Tino. Mas foi Paulino quem se depos, Fir do pra que ele cont- ‘noawse mas ek, mesino endo sacrifiado Sonia, nfo podiacontinar 2 ile sem ela. Estava arraaio. nia o exilara.” Ningou-me na praia. Mat ev nfo deiaria 0 bateo afundar. A jangada atravess fia as ondas mesmo sltaria, Peri o amigo, gambet o filme. No final perdera, Helena. Com a queda de. Paulino abri 0 rote © fachei ta mera, Parti pra reecrever na cimava escura da Ight © Rabatony comeson a. pelir planta taixa, Em quise das semanas tefiz 0 rtero,dillogos e decupaem ajadado por Tells. Apeovete guns copides de Paulino, corando Sénia, Algans explendores de Pitanga com Sonia na Praia. O filme cheirava fresco. Antonio- resco Esteticsta, Soblimagio de um amor de Paulino Pitanga por Sonia Yemanjé apaixonaa por um pescador. Climo sambarde-eda hha Dahia. Transformei Nayna noma marginal brancaalienada pelo Candomblé, uma mde afogada © um pai ego, apaixonada por um peseador virgem ftho de Yemanja erieado por um negro subver- vo que esculbambava a submissio dos pescadores ao candomblé € tho mwstre Lidio Siva a0 dono da Rell. Firming rasga a rede que fo peseadores costuram pra continuar a pescaria. A poicia vem bostar rele, Famintos, os pescadores temem barravento pra pes car, Aruan se arrsearia, se no fosse encanto. Firmino o des- Inisific através rtuais de sexo e viléncia. Firmino some. Nayna ‘ai pra camarinha, Mestre perde Arvan que vai pra cidale em busca de superar a fome por uta sele nova © vokar pra libetar Nayna do cistelo macumbero ‘Tinh seis mil metros de egativo preto © branco, uma velha ‘Amy-Flex com chassis de 60 metros, sem zoom. Um tips alguns Draticiveis, velhos rebtelores, sem roupas pros atores semi-mus 306 ‘Sem magus ¢ sm guia. Muitas vezes sem dag. Sosinho cm Burau schanas 8 fo Tena em Salvador, Ella do ‘al rao” Sone nl urgrdn com 0 enfin fe ino ¢ av fofoce istrict da equipe ‘rigs gens, Gro com Avinho Fagan. Delo. Large roteio‘e ee avetrana ot Iteriizaies ambien, Reorganiasa »sitlogia nop spends ta alts regener Reto opium do pore. Abs O'Pal Atsino'0 foldore, Abaio a Macunia, "Viva 0 haw que pesca com rele, traf, com a8 min Abaixo a rena, Abaco 9 inicio. Atsgic Devs ¢'0 Dabo. Mocanbit de Braga, om monet ter enrao numa camarinha fut retimando segunda Yerdadcira Ics dh anopioga materia, Ciena, Novo, De Tanta fmagenstcfone ura Geno de Canale Lae Carb Tarra fot me vitae. Fotografou para cape cobrila do Cracie {elena © Lia Maranhio. Cavertanes, Expos me projet de Sinema nacional. perl, reesrio mania Abele te! Laie Caros fometos O logo fraticara una revlugo Sinematogrifica nagdastrés horas tarde domincas om: Ture Guinto. Hema ‘tava linda. Volamoe pra um Dingo alegre Eis sera aetrda de Arm de Deut em corse cnemascoe, ra mgar 0 cusmeno esteera pare Eo Mora Linn orto thina hanchala cuurescpic,lconeew ma. Dahio,taseado, nas viagens do payiny Tay Pignatari na Haba, les catambaram com tado. provincia hurada pelo pala, Mas Elio nfo fi mma, Saba que Borevente aio sera comercial, Rticando pl Seamente a cada dia que flava sabia que tra explo da Dah Na Escola de Teato Martin montava a Opera de Bech, No meso ds flnagens fi ver La Dole Vite, achel uma mers al a0 ne. Em dbs meaes de ineropgie € cies termine Artelmo Duarte chegava pra filnar O Pagar de Promcuss. Neto ands tara Mondacena Durate a8 Fmagensesoura na imprens {00 fia de Irma. Atarer com a cabegareyada num candomble. Ry Guerra fima 0 cura-meragem © Cavaa de Osumere, evio por Miguel Torres © pros por Cari Niemeyer. Encmad bro a toca na inprensa naconal denuncanda © portaguée Ruy Coerra como plagiador. Excandalosamecte arbitra evineo a pone ‘abeqrspada Vottando de Duragunho & montagem seria no Kio fo podera lear Helena Paloma. Tema ir sornho. No vol. fara. Airc a ia. A” Opera ne despertou. A. Grande Fare Keisa's Story. Helo Igoe. Geraldo del Rey, Panga. Lara 307 ee CComentei o tema com Rex Schiniler ¢ dias depuis, j& durante an filmagens de Borreverto, le vio de argumento em panho. Mas m0 rodliio Koberto seria 0 diretor. ex iavestira em Borravento, tam bém Braga e Elio mas consegui com Juracy uma verba sada do Iimposto sabre o jogo do bicho prasativitades cultarais, Um miko aque a Iglu gaswu. A montagem exigia outro milhio © meio. Ox Drodutores hestavam porgue sabiam que fines de Nelon e Tri [ucrinbo nfo davarn dinero © ea estava nesta jogada de Cinema Novo. A de Anselmo Duarte parccia mais promissora. Ou a de Aréli Teixeira e Miguel que filmava Trés Cobror de Lompile, cis fotografia de Haio Silva “A Grande Feira Soi armada na Feira de Agua de Meninos © sos cenirios que Roberto Pires concebeu ¢ construiw no mesmo lugar ‘onde. Marin montara a Opera Transformamos o Teatro Castro Alves em novo projcto da Vera Cruz com apoin de Martim, de Lina, de Juracy, do Keitor, da sseperda, do centio «da diet, CCapitalistas queriam destrir a Feira do Pow pra constrie insta, Capitalism industrial contra capitalisne meteantil primitive. ‘Um marinero suew vai ao cabaré de sua amante, 8 negra Maria que por sua vez € amante do negro Antinio Diabo, ladrio eta, Cuca de Santo Amaro ma yorta taixa do Elevador Lacerda no papel de Beech. ‘© Marinheiro conhece no cabaré de Zari, putero da. Feira, ‘uma Granfina que vai com as amigas em busca de aventuras na barrafunda colonial ( marinheizo €Ferido mavathadas por Masia, foge do Hospital ‘¢€ seiestrado pela granfina que Rony the dcama e sex0. Em 1961, eu ¢ Helena os separamos Volts para o Rio, ¢ com Neson Pereira dos Santos monte Borrevento entre as palcras selvagens da psixio entre Edla, Regi tnt Rosa, Foi para a Europa © Barraveno ganhou 0 Prémio Opera Prima tno Festival de Karly Vary de 1962 FARIAS Mancos 76 ST or SS ee Ee re ee eee ne ae cero ee een a See oe sie ne Bal ae om ie sate ae cara cn Mato tee fereie) ones oteie es manne ae eer foie te eater ae, ee Sees eee © romance Encontro Marcado, do mincin> Beraanio Sabin, condaria 0 hers ao Mosteeo depois que se vu pervert plo su ‘ceto da, UDN e da bores nova do PSD. De Minas, spenas Joaquim Pelto hertico: cinema, arte vulgar, aqaém da Filosota Marcos Farias flow Um Favelado (SVF), 4 Vingange dos 42, A Cartomante, Fogo Mora, bascado no romance de Jone Tiss 480 Rego ¢ projet um videville: Tem Bububw no Bobobs (0 CINEMA NASCEU NA BAHYA 76 Ecivmalo com 0 Imperador Marcin de Nassan escrevi pro joonal da Faculdate um artigo esclhamtania a Escola de Teatro ‘a Universidade la Dahia, Coltora de cin pra baixo, Cultura importa. Teatro de Elites, Reacionel 0 fato com 2 Vera Cer ‘Assumnia icons radicals que impressomaram Martin Goncalves Fieou meu amigo. O Govermador Juracy Magalhies convidow Tina io Tani pra eriar um Muse de Arte Moderna. Um Museu de Arte Popular. Jusclina pernitia a Utopia esttca baiana, Os DiS Flos Assocads eram Hernia — 0 patrocnio da cultura tropicalista Tiderada por ‘Odorico Tavares, Comle de Pernambuco que comti- dava Gilberto Freyre. Leio Rozenberg flmaca dacumentivios pro Fsndo © particulares. Tente) comerciis. Naa. Helena Tgnés pe disap banquciro Pampbilo de Carvalho der contos pra ie Se roivo fizesse un flae, Péa. O resto © Rosalvo Tasbnea Rome dew pela Prefetura. Tana cabeca, ciara na mio. 35mm Arey Flex. Trés lentes. Mil metros de negativo preto e branco. Casa {do miliondrio Laie Viana na taleira.- siante omar. Solon Bar eto e Helena Ignts, Fotografia de José Ribamar ¢ Luis Paulino Assstincia de Joniard Moniz de Dito ¢ Waldemar Lima. Soporte de Paslo Gil, Montagem em casa, em colaleira do Leo, com ace ‘No final de 1988 Patio estva filmaso e prémontada. Viaje com Walter da Silveira, Ivany e Helena pro Congresso dos Cine {Cubes na Cinematees de Sio Paulo montata 2 um retrospective do cinema exprestinnista, Level 0 cop de Palio. Quando vira. Ne Son ue ano € meio antes passe mm Minas cmle propus ao CEC 2 criagio do Cinema Novo. Ousiram com atengi, examinaram 0 Tire de Beis de Todos os Santos, recoheciam discrelamente © 310 dnuerese de Rio, Quorenta Grows, mas ado toparam. Fai pro Rio 436. TA nip tve tengo de propor tata pro Nelsons Nao cenbeca Binguém. Convers do atsnto com Alex, cathe’ Miguel Torres ‘gee cereverao Toteira de Tres Cabrar de Lamp, eurinos a Te Stagio no cinoma brani. En desafira a tecra minta vol tando pro sal como copo do Pato. Era postve fazer ema na Sahin 5d qu o cinexa braro chaturdava na mediocridae 1 cegdo de Neson, Anda ndo esctevia ao SDJR. Em Sao Paulo co ‘host Paslo Emilio, Almeida, Rela de Andrade, Caio Scheybe, Jean Cade, Gustavo © Carlos Peres. E confers Khary. Nao. res ‘itoriade de conbecer © adverso do Neluon.Kinry fo gentil Simo, me lev cer Hera pra conheeers Vera Cra © crits for tabla "Neon, Roberto Santon © Triguciinho. Pra clea eequrda ra primdra, Ele queria un cinema latent elimina, Roving, dl {iow canto da Vera Cri, diigita por Flivio Tambeliat © Reber ‘for, era um esse, Carta. Jean-Claude e Gustavo: esreve ram artigo luatrios sobre Khury « despreeavam o resto. Nelson cra repro. Ea eacahambavn aertancate llergaan e Kazan Detendia Katoaans, Vscont e Stanley Kubrick, Joh Ford exava cima do bem e mal. Somnente a turna do Mons Vina flava fen nowlle vague dim jetorexdondrio, Jan-Caude © Gustavo rocuraram oma pritica extent pro movimento francs. Et ‘harm consienia da mistria nacional cincnatoratca, 0. Festival fenpressunista deamascarou. Nas reunie dos Cine Clibes mani eveaecte. Atauel 4 ciel, a alacio estes, 0 deren teto Gera brasileiro, a ignorinca, a Tncompeténcia ec. Mestre Patio mado. Paso. Paulo Eno gosto mas Khury nome po: pis, comm cu experava, pruzir a emorzag. Ful po Rio vendo {oe em So Paulo nhs her mas_o campo de ago ea o Rio. Ot SBnciros jt eram, espera que pelo menor © Marco Gomes Late (Flinn Pinto Vieira co Predeco Moraes entrasem pro Cinema wo. Coleco jove lider intelectual sos papas, 0 gxicho Tis Carlos Maciel mar le trantara Filomofia « Teatro. 0 gancho m0 Rio cra'o, Nekon no sev escrito na Ra Alcindo Guanabara deta one ye reunian paripants das produces imaginsrias do Ro. ‘Rio Zona Norte fos cclhaminda pela cien comarists mas superaorizado plo conceetsta Grinewald. © Neluon transava cmt peso do J O Grande Momento fuk bem receido em S0 Pato. Mas ambos no deram dinkeiro, Nekon cura ager Vidar Secor. Mas era cifel a tranca naqude escrito. Cato Mello © Sour, Geren Tavares, Segio Montagna, Paulo Cesar Saraceni, Miro an ee eee CCarciro ¢ Josquim Pedro de Andrade companam wm grupo de 6 feastas da zona sul que eonhecam Leon Hirzsman, Clas, Teno Rocha, Cavios Preza, Norma Perera Rego e Miguel lorges © Mar os Faria que transavam com on coneretitas que conkesam Palo Peg, David Neves, Carlos Diggues e Sérgio Augusto que escre via no semanisio esudaatil O Metropolitano, onde traballyam co. ‘mo fotigrafos Afonso Beato ¢ Fernando Duarte. Ea e Helena oo- hecemos a tuema ao restanrante Alvadia que nos levaram de bonde ‘0 Hotel Prima, Saraceni no. Alezar, os outros em festa, Luiz Paulino aparecera na Bahia vindo da experiéncia paita ‘como funcionisio da Western, fobgrafo correspondente de uwxda Tusirado, freelancer, cineasta, dotado de imaginacio, talento, co hecimenios tecnicos « naturalidade, Paresia Nelson. Feamos ami as. Esteve filmando um inacabado docimentirio Bahia, Tradicio © Festo, produsdo por um portuguts de nome Fonseca, que taba. Thava como crpreitcio para 0 prefeto Héliy Machado, eas sobras desta experizndia de cinema nas reas foi 0. documentsio. Rompa, ‘que le filmou e montou e eu sonorizc. Pauling ¢ cineasta, Vin Jando pro Rio dise para cle que tentaria arma va proviuesoy No Sesistira da Cooperativa Yenanjé Filmes, Mesmo que fuslsave ow tra compantia era preciso fazer cinema na Haha, F.fiquel amigo de Roberto Pires. Roberto me ajudon fazer Patio. Defendi Rede (lo, Era conbecido em alguns cirelos ve leram mes peimeinoc Artgos no SDJD e mostrei Patio ¢ Ramps pra Gulla, Jarcnn, Pape © outros. Publqaes no SDJI o Manifesto Cinema Cinema sem «- ‘ahecer Osrald de Andrade e Golan, Nelson me crtcara et pr Vado pelo esticimo das critica, Mas nfo te confundia com 0s intlctuais formalisas. Comecamos a nos ver ass eta. com Paulo ‘César, Cac, com Leon, com Migud, exm Marcos, com Davi © om Mario Carntio que disctiamos mais Joagsim aparecia powco. Alex cconhecia alguns que Feeqientavam Cinemsteea no Ministério de Eijueagio, ou as projegées da Maison de France. Leon freqienteya 4 turma do Teatro Arena e conhecia alguas neo-coneetsts, E Zé Lino Granewald cortia cinema e por isto apareia pra chops, fet thas, papos... Paulo César conhecia a turma da bossa nova ‘Como 65 concretsts eram of jormalstas do Jl © do Dido Corio, Nelson canheria todo mundo © em Sio Paulo titha defensores, cenfim... estava se apatotando um grupo de jovens exticos e pre- tendentes a cineastas em torno dem lider: Nelson era noseo lider fe seus exemplos nos autorizava 4 langar 0 Cinema Novo com a mes faa pretensio do Teatro Novarena, da Poesia Concreta e Neo, da an Bossa Nova. Mas ao se langoto Cinema Novo, Eli Azeredo que ia uma renovagio.. Seu modelo era Walter Hugo Khury © Jorge ei mas carta, Nelson juntameate com Désio Vieira Otony © 26 Lino, Moniz Viana e Van Jafa respetavam Neleon mas 9 acwsa- vam de comunista, Eli escevia con Tribuna dos Imprensa resol ‘yeu promover o cinema brasileiro com mais intensidade, Ms tha reserva. Falavaese em arte revoluciondria, O Teatro de Arena der senvolvia uma campanha por um teatro nacional popular revoluco- ‘irio que entusiasmava ae vanguardas estudantis‘© burguesas com apoio do PC. A politica cultaral do PC nunea foi dvips. Os in Telectuais marnists procuravam na arte na Kaha de Jorjamado, Discuta se 0s valores dos artistas precedents mas todo rama con- fcnlava com o exemplo de Jorge..O Teateo de Arena era umm Cor tmicio. A Unio Nacional dos Estadantes plas esquerdaseram cama mesa de JK. Fidel Castro e Che fatavam en Siera Maestra © tinhamos vagae noticias. O Fantasona de O Covaleiro da Esperance Mar se fava em clase prletrin, em camponeses, em camadae progressstas da dasse midis, em militares naconaistas e buruesia nacional. © PC yotou e apciou JK. Lott eva a reserva das esquer” das mais velbae mas or jovens goriavam dy barato mition vase reiro de Janio, Geto ficou na Eternia. JK eriou o Grupo de Es- turdos da Tndistia Cinematogritica,dirgido pelos iemon mincirox Geraldo € Renato Santos Verera que temtavam conelar a Vera Cruz ‘com a chanchada, Fiaram una Opera UNE sobre a Inconfidncia Minciea. Filme vermelho, sigifictvo, em cinemaseope © cores Estudantes se febelavam ¢ eram seprimilos. Joaquim Pedeo fot as- sistente dos Santos Pereira mas ninguém esta satisfeto. Cara de ago, ste Gallen Garcia, ow Oss, dor € Papaptios, de Caslos Al- beta’ de Souza Barros e Cesar Memolo era uma comédia populsta com rangos de Vera Cruz, Anselmo Duarte estreou com a delicioss chanchada ABzolutomente Certo, sinese de Atlintida © Vera Cruz. ‘Um barato. Saude! entuslasticamente Anselo nim artigo no So. plemento Literrio do Didrio de Notice de Salvador. Estavam ali 18 exerplon de um Cinema Novo: io Quorenta Grow, Rio Zona Norte, O Grande Momento, Cara de Fogo, Otto, Amor & Popagaio, Rebaliso em Vila Rica, Pirlo de Goicho, Estranko Encontro, Ra ina, eram os flmes Brasileiros que ae destacavam dav chanchadas decadentes, ©. sucesso de Orfeu cegou o cinema brasileiro, Ese culhambel o filme no SDJB. A intleualidade 45 redescobris ‘cinema bratileiro num filme francés que imitava O Congoceiro. Mas fra legal. Rio, Quarenta Grows bombardeado pelo Eastmancaor, 313 ee eee ee Black Opera. Anselmo Duarte curia A Palma de Ouro... Roberts Farias, egresso da chanchada, eaina Cidade dmoopads, eo Sio Paw. Jo, um polial que conjuga 0 verbo Durie ao objeto Barreto: un filme paicial brasileiro em Sto Paulo, Contesta a polcia. Meu primo ‘Aécio Andrade filma Juventude’ com dmanha' e 0 diretor Eleeryr Pereira da Silva se suicida, Lata Deneritiea. O Rio de Jancito governado por Carlos Laverda. Competei Patio © yltel ‘ra Bahia sem mostrar a muita gente. Joaquim filmos um docamen- tro sobre Manud Bandeira e Gilberto Freyte, Iria pro IDHEC, Paulo César e Mério Carneiro filmariam um docamentirio ent Ar ‘lal do Cabo. Sarra iia pro Centro Sperimentale, de onde vera ‘Triguirinho, onde se encontaria com Gustavo, Leon, Miguel « Marcos filmariam Cinco Verer Povela prodsido pelo’ Centro de Cultura Popalar da. Unio Nacional doe Estadantes do Ministerio dda Eiucagdo e Cultura... Joaquim Pedio interaria o longa com sex carta Couro de Goto... Cack Diegues dirigiria exteo episéio, Escole de Samba Alegria de Viver... E Lem tiesutia com Marcos 2 possblidade de aplicar @ vertigem da montage eisenstiniana & vertovina além do tempo materalista. A Estitcn ea metatisica 4a Filosofia e sua moral sendo revolucionira e juta. Logo, ioral ‘2 Estétiea Cinematogratica Nova delirava, Leon mas notes cao cas... Pensei em filmar uma estria de eangago... Lampisn, 0 re do cangago... Eserevera um ensaio sobre Zé Line na revista Mapa 2... Deatos, Cangaceeos, Ii Buclides © Guima Rosa, Seara Verme Tha © John Ford... Newsky e Kurosawa... Villa Labos e Metro polis... Cinema...” Novo... Pas... Nova... Murilo... Novo Revolugio... Nova... Deas... e+. O.e- Diab. hess Ter a... do... Sol. Com a mensager reecida mas neste tena sob titulo de Afra de Deus, volts pen Thin e me cach com Helena Tgnés, Pétio fer sucesso na provincia e volte peo Rin com copia em 16mm pra mostrar em melhores condicées, O SDJB ayoiow, © Cinema Novo curs. Comprei uma cimera Ary Flex 3$mm por {60 contos na milo de Gerson Tavares, com tripe ¢ sem 200m, © vol tel da lusedemel no Quitandinha pra filmar a Cruz no Proce no ‘Terreiro de Jesus, com Tiss Carlon Maciel e Anatlio de. Olivera, fotografia e cimera de Waldemar Lima, produgfo e diresfo minha, Comprei o negative na mio de Rozenberg, sloguel cimera e man. {ena nha na coladeira aluguei por sete contot na mo de Robato Filho... Luiz Paulino se afastou... Pésio era meu... Romo de- le... Eu era balano,.. com Roberto Pires conquistara « praga amos fazer novos filmes... A Crus na Praga. 36 ‘Nunca sonorize AA Tala Filmes mais tarde incendatia os negativos também de Patio junto com valioss atsaldades... Abandonei 4 critica no Jornal da Bahia, fai pros Didrios Associados, onde Helena Ignés iraalhava como colunista social, assinando Krista... depois fal pro programa televisivo da Ttapoan, O Mundo é das Mudheres, Pacheco Filho © a Rio Teiana... Café Society. Glamour Gist, Helena. Ignis fot candidata a Miss Bahia... O Capitio Paulo Tsladio comentou que vestido ela desfilara como Elizabeth Taylor em Um Lugar a0 So, te George Stevens... ede maid Catalina cimo Violets Ferras em © Perrilco & Nosso.-. entre s Vera Cruz e a chanchada 0 filho se stamava Cinema Novo... Cinema Povo mas a censuca peibiria Salo Jornal da Bohis logo que termine’ de filmar Pétio. Senta sme pressionado pela pressio. dos comunists,.. le estimlavam ‘mea talento mas eu queria ganhar mais... Fantisticas intrigas Imandl carta demissioniria a Joio Falefo. Era fancionario da Se- Cretaria le Turismo da Prefeitura, assessor de rdagies pablicas da Eseula le Teatro, copydesk ¢ dietar do Suplementa Artes © Ltrat do Diirio de Noticar — com liberdae conmelds. or Ouorico Ta Em 1959 JK concuia Brasilia. Juracy Magahies ganhou pres- tigio da intelecuatidade bsiana de eaquerda ¢ smbicionava dispatar a candidatura na Convengio da Unido Democrtiea Nacional com Carlos Lacerda e Janio Quadros, Pra mim Jaracy estava mim Par tido alim do PTB, PSD, PC, UDN. Patticpes da ceriminia de retoro de Jorjamado pra Uahia: na sala do Palico, Jeracy sasdou Jorge que eontem mane the prender mas hoje estaros mais bar iudos € sibioss- Jorge responties oom humor. © Magniico Retor Edgard. Santos ea o Doge ‘Mecenas Papa Justcero Deus maior Presidente que JK. Davarme a0 Toxo dla rebeldia, Edgard Santos ‘io deu dinheiro pro Palio mas Financiou Angulos e Mapa sem a tenor restrigio ap marsisimn baeroco trorcalista. das pubicager (© casamento do ginio Glauber com a bela Helena geravam a nova Bahia, Edgard Santos, o Preicto Heitor Dias Juray, 0 industrial, intelectual e editor Pinto dle Aguiar, Odorico Tavares, Jorge Ama- o, Jofo Fale, livin Maring «Regi Catharino, Genaro’e Nair ‘de Carvatho, 0 médico, poeta este Clavival do Prado Valadares, 1 advogado sindicalista,critio de cinema e Presidente do Clube de Cinema Walter da Silveira, o escritor Vasconcelos Maia, 0 jorals- ta, teatedlogo, novelista e tradutor Nelaon de AraGjo, 0 romancsta Jormaista Fivio Costa — enfie all Bahia hit na politica, na eco- ‘oma, nas artes, nas relgiesestiveram patrocinando 0 catamento 3s saan Ue TSR ETE EEE CRESERERREREEEEE fa Tereja do Mirante — 0 casamento mais hatroco ¢ contraitirin do Brasil. Tivemos 9 casas como padtinhos. Paulo Gil de Andrade ‘Soares eitou pelas Fuigdes Macumaima 0 pocma concreta Glowbe Iowa © Formos passar luaedemel no Hotel Quitandioha. gue Jorge © Zelia nos emprestaram 0 mesmo apartamente onle Jodo Gilesto tina passado loade-mel com Astrud. Em Petpet comecci a ler © primizo volume de Em Busca do Tempo Perdido. . tralssao de ‘Drummoni. Lia a Revita SR eo SDJl: a bose nova, fotograte voeé na -minka rolley flex, revelouse a sua enorme ingetidao F Flivio Rangel, citiculo por Paulo Francs, era 0 maior distor de teatro do Trail XYKA DA SYLVA 76 Carlos Jost Fontes Diegues, alagoano de 36 anos, & advogado pela PUC 6 divigis nos ance 50/60 0 mebor joral estulanti do fais, 0 Metropalitano (io), onde “pubicou, impoctanes artigos Sobre politica e arte. Dos mais ativos animadoret do Centro. Po- polar de Cultura da’ Unido. Nacional dos Estudantes, Cach vives, fo transe janguists, 0 cos esttco das contribuigaes miliniias de todos os eros acertos do Ocidente © do Oriente. Teatro sle Arena de Sio Paulo, concretismo, bossa nova, Instito Superior de Est os Brasileiros, JK/easi/Jinio/Fide/Kennely/Janger 0. Centro Popular de Culira desejava salvar o povo pela Hbertagao da cont ciénciarevolucondsia, © CPC fez teatro, misia, joralimo, rio, tdevisso cine rma. O nome do filme era Cinco Vezes Favela (1902), © seus dite tores, Joaquim Pedeo de Andrade (Cowra de Gato), aon Hire man (Pedreira de Séo Diogo), Miguel Norges (Zé da Cachorra), Marcos Faria (Um Favlado) e Cach Diegues (Escala de: Sembo, “Alegria de Viver). O filme, prodsido em miseraveis conliges, fol © resultado da exatacgo janguiste ‘Como no romance de Jorjamado, © povo & o personagem prin- cipal. Atacado pela dicesa e desprestigiio pela eequeria, Cinco Veses Favela & 0 ser da eritica da fome. O mis wligeae die toton (8 filmes tereiromandistas, ant/liraslia, documentirio hemanista sobre es quilombar do Rio © centralismo do CPC nfo permitia © desenvolvimento arte: fico. Cech foi dos primelron a prodamar indepenléncia. Na rua 316 {da Matriz, em Botafogo, jf inventara o cinema novo com sew visi tho David Eulalio Neves, Fatigratos, montadores,eseritores, dite {ores e sonoplastas, a dupla Caes/Davidcriou tna estrutora inde pendent, Domingo, fotografalo yor David Neves, Ubertava_a fantasia ctériea do autor, A partir ile Escola de Sambo, Alegria de Vice se virouviia imagens/sons cspecificamente brass, esencalida ‘des da nova raga De Jofo Feicio dos Santos, Ii na Baia, em dlisio cinemato _grifico, Major Colaba, em 1963, ¢ a0 mesma tempo, no Kio, Cach Dreparava a filmagem de Canga Zumba, Ret dor Palmares, osteo, fntre mites, amances de JFS, romancata épco, coisa ara e fina fen nossas letras, Jorjamalo a! yarte. O que certa critic Titerdria brasileira nio saea por colonialism gendtico & que Jorjamado funde 1 realismo/socalista, no invernismo Swor & umm corte epstemol fico na iteratura mundial. Jodo Felicio comega pela raz do tutano. Ganga Zumba, cpoptia da escravilao negra no sescentos colonial do acienr, €'3 fog da senzla pro quilombo, ritual prepartirio ate ‘es do qual Zmbi essusitaria travestdo cm Nice de Slew, 0 Ale Uraslera por exclénca, aque que, em altisimo grau de abstagio, atria dileticamente etn Barvoco Tropial a Chanchada, a Pere Crus eo Cinrma Noe, fortlizontee de nosso expciico iimico. "Ao contririo do que a erten e crtor grapos sempre disseram Ganga. Zumba foi bem acto pelo pablico brasileiro. Internacional mente obteve excelente ertcas foi coneagrado como um dos ‘ssicos do novo cinema revolucionisio dos anos 60. estilo barr fo de. Cack desbunda na macumba, anti/Opera nope, ani/Orfea fe Camus, anty/fléric, tuso/troicalista, Gilberto Freyte e Jorge (de Lima, Casa Grandoe Sensala, Lisa Negra Fuld © Xiea da Siva "A casa grande & paranéica, e a senzala, religioa. Fscrava € macama, duss Xicas, Iuiea Hareavento Marantilo ¢ Téa, Turiice Garcia, Dois negdes: Antinio arravento Pitanga Sampaio ¢ Tie- gar Tido Medonho Gomes. Misica de Moacy Santos, vor de Nara Lebo. "A. montagem barroca dialética de Gonye Zumba reassume em cada plano o ritual da materaizagio, opondo radcalmente vm plano {outro no fluxo, do tempo brasleiro, tropical da preguge sensual do melade. Disseram on mestgos nesrastnicos dp Titvral, que Gangs Zumba era um filme lento. Era outro tempo, fora da conven. Exemplo: a cena da morte de Elerer Gomes: preciptagio montata fem quarta dimensio, Diamba, baratos transfiguralos em desbunde ai iamico: pelourinho, macumba, coriaha, cons, varanla,alova, agri ‘altura, campos, Floresta, qu Eos eapitiee-Jemato, gae Hio os pais de Antinio dae Morte, ‘Apfesentado 0 T Congreseo do IIT Mul, realizado em Gi: rpova (1965), Gange Zomba desperton entusiasmo das. delegagier africanas que pela primeira ver tomavam conta com 0 cinema brasileiro. Barravonto Ganga Zune eran files negros — a Re oritude onicolonatists que procmava a exceléncia da nov cultura sobre 0 velho mundo, A encenacio selvagem se Cach era 0 CPC foresido nos canavisis: outro teat, nem o jesuitico, nem 0 teatro Aiditico cident (Vsecht inclusive) mas a deseatralizagio da ma coumba lien, Barrovento (1962) inbitra a dsktica wo ieslism dl aac ba, Macumba riticoguina, ¢ umn panfleto se ropa, materatizagn de Suor, es © Jorjaman, Borracento & a teria, Cange Zumba, & pritca Gongo' Zumba & 9 anti/filme, tanga, o-anarqeista de Parravento, €.0 mest ator que interpreta Antz, fro Zab dos Palmares, ‘Maranhio, a resnlacuniria de Parravento, agora fazia papel de mivcama. Ji Dlack soe! A Grande Cidads (1966), proto inaugural da. MAPA, presa fundada por mis, Paslo César Saracen, Walter Lima Jinior € Zelito Viana era 0 remake de Rio, Quarenta Grows e 0 getme de ‘Mocunaimo. Calunga, interpretadn por Pitnga, € Macanaina negro. (© branco é Joe! Marceos. Aneey: Kucha no papel de" Macanaia seulher, E Lemando Villar no papel de Ganga, Zumba aascaray de Minctinho. "Nao fora a dialétien das representagies, 9 cinema rio teria graca. Nio & tenica, ¢ magica. Nordestinos miserives Ghegam 20 Rio, grande cidade. Desemprego. ‘Trabthos. Crises Policia. ‘Amor.’ Visionariamo. ‘Tragédia, Morte, Volta por ima CCacé filma o Rio dle Janeiro em 1968, Films o ovo, Reclamarant 4qve 0 filme nfo era ralical. Outros disserem que era populisa, ‘Outros, que ere comoninta. Oxtros, que nfo agraliva a0. pblicn. (Os arguvos demonstram que a critica brasileira elogiow a Grande Gidade, ea internacional manteve 2 cotagio do. autor de Gango Zant. No Brasil, Grande Cidade, um dos primeiros filmes diss Duidos pela Dit, aleancos satisfatérios resulados de biheteria, serio também vendido. para virios pulses. O filme, fotorafado por Fernando Duarte, 0 mesmo de Gango, © montado por Gustavo Dahle Cact, foi eserto em colaborasio com Leopoldo Serram, que [8 ae iniara na cnelteratera também em Gonga. Embora Jarbas sea asda cos aaa aera St See ca ee wy tah Pe a Seek ermra e vn in d Sterns ee eect 18 Jute Dato pee Or Hein 0 si, te Se ee eae ee ee Leeper Aglare etree ea Sig eee et ee ee Se encecr eae mire ental ceres ey ew ont pen Rego plea et et gees eau oe sea Dee aera eee eae aie ee en tees cae neces a See ees ae ee ee Ste cote eee ere bee berg h cere epeompekeponie 39 Peer eee eee radicalizagio de Pasolini/Godard © a8 transagies conclatvias de Bubuel e Visconti. No Festival de Berl, rail avo Dois Mi. de Walter Lima Jinior, ganka 0 Ureo de'Prata, melhor dice Os Herdaros € 0 primeiro filme do cine novo slecionao para o Festival de Londres e 0 de Nova. York, Macunsima gana © Grande Prémio do Festival de Mar del Prata, Argentina, desban- canlo Medes, de Paslii/Calls, e, no Brasil, € um sucesso popular ‘que invade as telas do mundo. -Mocunaima é'0 primeiro grande et ontro do cinema novo com © pilin, Dai ser infundada @ noticia de que cinema novo. morreu Critica a falta de comunicagio do Gnema novo. Falso: se fosse tum fracaso de public, © cinema novo do sobreviveria profsino mais de cem filmes entre longas e curtas nos ikinios dezesses anos Polevia ter produzido cinco vezes mais se esoleste 0 camino da submissio intelectual ao industralismo cojo objetivo & britalzar 0 piblico pela descarga de sexo ¢ vilénca. Nosso cinema era dle Fente da Vera Cruz, de Roliade, da chanchada, do neo-relisno © da noweelle sague, Tinha influncia até de Eisenstein, Roslin Vis conti, Tue, Bergman e Kurosawa, mas somo nossa Bassa cre O projeto de resgate cultural raialon matevalnaciesesttias divers daquelas cultvadas pela demagogia confoemists do raciona: Tismo tecnocrtico e a0 mesmo tempo libera 0 brasileira submiesdo an racionalsmo filesitico do Ocidente ow da vlha metafisiea rien- Pa ‘A movidade antropoligica nacional reside no. mestecismo, na fej prc facia, no quarapsico arata vino sem meessade ae cercer a vince camo meio revluinsro, ‘A stbsiuigo do amor pla vsénca € cific operagfo que wont resstneia tesmo ere on peeo/hmanisae, Natural ae nose etica ser ais esplendor quanto Tals mst Tor. I ao nega oures brailaas, Dal & denocraga chemanoviea an/competie, taba ce tip independent de centon Je Por Aer pao eitural. © disereo audiovinal So nema novo, vito fon Feronpesia,surprecnderd aw icrlos ov analitan aps fis A alrizago internacional €o cinema novo nds igifice dante th inconpreenio brasicrs. A descolonznc ctrl te trades em agers sons numa propots que em 1960 compeu com os jetn do CPC ¢ do conretnmo por oma feces Foto vnclada 20 tarrequsmo, 20 arcadmo, fo romaatieno, ao pki, a> ‘Modernism, 20 lsoszopclimo. O cinema now fea com a wini 320 brasileira, Se ela & fia rela, sua, confess, cata, & também enita,dcsrmonia, iuinante, revuliionsa, ‘Que otros ies twostrcam o Taal mae prio le sm verde coma tostaram fons grandes artistas dp pastado? A chanchads € 0 clove con: Tormista do sabdeemvlvimento. A Vera Cru, 0 apandyio dae: tnlomania, O enc nove € a satee eins do cncom braniro opal isteraconal "AS crises ecnimics © politica: munca destsiram cinema novo. Nao exsindo digi, sendo cada Gnesi. indepenente {ie qualoer compronisso Yomatia 0 cinema novo nunca Jtr- fnineu Setemategies ettieae 0 que prove rea dagudes {ie gadariam de ver 0 cinema novo camo uma acai de cnet Sinan novo tom un chjetivo comm’ 3 congista do D050 mer tao para 0 files brassron, © objetivo do cinema, novo € fol Evcinena, brasvo sja novo. Nossa pliten conimica ws Aeenvaer sate te hm cat bron, Tram feomomia. 0 isi. do Soconsrcntc fala outa lingua — a bela ‘uo tem nada 4 ver com a novmaldade, Dal a inportinca que © Cinema novo deu A verdadeHstrca como soto apreme de soa ‘opin "A partir de de 1970 o8 cnet idenificdos com 0 cinema ovo continuram a prolri: Ruy Getta (Os Deacer¢ or Mort. 1 Oueda). Nelum Pereiea doe Santor (Como Era Gostso Mew roncée, Wha ie Botha’, O Amadeo de Ozym, Tendo dos Mil (ors), Laon Hicestan (So Bomardo), Paslo Cisar Saracen (4 Case Aussssinad, itor, Corse, Sonbas, Anche Tost do Bro- {V). Joanit Paro de Anicate (Os Inconfdentes, Guero Conjw fu), Cases Digues (Quando o Careval Chepor, Jae Paces), Zelio Viana (Os Condenador, Morte e Vide Severna), Arnaldo Jabor (Pindorams, Tada Nadee Seré Catgais, 0 Casement), Tirano Barreto (Toto Gost, Earls Sobe, Dono Flor © Seat Dois Mardas), Walter Lisa Jinior (No Boca da Noite,’ Lira do Dalvie), Eaalo Escordl (Liggo de Amor), Aatéaio Calon (O Copito’Bandeira Contra Doutor Moura Bras, Poronio), Sérgio Kiardo (4 Noite do. Espantlho), Gustavo Dab (Uird), apenas para destscar alguns dos melhores filmes braiciros dos timos ses nos, © que danonstra, na miscria da pomockanchada, que o Cner=, Drone por ets cients conina ovo pore Fea Novas Te Fader ex owas formas 3a penne eee A democracia eltural procesa, critica € autoriica, A. estitica € ant/sstemstica, A cala éxtase, nova casio. ‘Quando 0 Carnaval Chegor (1972) atria intoleincia geral contra. Caci, Tmplosio. Nao sendo um simples fimusialdagaces alenantes di Adlintida que tanto agradam.ao lberaismo confor” mista de certs eriticos intelectuaie — 0. Saenba/Montagem de Caci ¢ Eduardo score colocou Chico Duarque de Hollands no centro das decides idelogicas cla arte brailera. © dilema earace- tstico dos Teatros Arena/Opiniio/Oficina: Cantar ou no Cantar para o Rei? Ninguém entendew que o filmasiea de Cardio. era Hair nem Cornaval no Fogo. Ou fialmente o primeiro filmusical do CPC quando a bossa nova recebew inflencias politicas de Vin sius de’ Moraes, Carlos Lyra, Augusto” Boal, Francisca de Assi Flivio Rangel, Oduvaldo Vianna Filho ¢ outros artistas revoludo. nirios brass, Contesta-se 2 qualidade dessas obras, Tolas estiveram em con- flto com a censura. Se 0 cinema nove & un filo do CPC, da Ci nemateca Drasleira e da Universidade da Uahia — o Testco Oficina € filho do cinema novo e do Opinio plas o tropicalis em transe de Cartano, Gi, Rethania. Gal, Novos Haianos, O Parguim & 0 ma: fumaismo do Milagre Defi Quando 0 Carnaval Chegar foi flmado nos tempos de Mi Estayam presents Chico, Nara — a muita da bossa nova —, Maria Bethania —a musa do feminismo, A relugio storia a0 Somho de Roda Style, iow 0 desmistificalo. continente onde Cach demens: ‘aria a passagem lo fascieno 4 socal/Jemoeracia, Quem compresn- dea a fungz0 do Wilson Grey — 0 Chefe dos Lanuios que desban. da diante to Saraba — pere os preconcitos pra cuttr Chico/ Nara/ Bethania — tds imagens da misca popular brastira. Cs Hiresman ¢ Amado Jabor slo trés cineastas dle formacio.cepe ‘sta © contra eles se jevantaram precomecitos inclusive das csscas fsquerdas. © encontro da cultura balana com a ‘izes do cinema novo e do tropicaismo. O Arena vem de Sio Paulo... Fm Quondo o Carnatal Chrgor, Cash mosiea como os at tistas brasicios reagem diante de ma sitsaio poles negative, rejeitando a0 mesmo tempo os mal-entendidos das mvs reveluco. nirias da hora: o ripismo o o guerrlheirsma, dite representacies radicas da histeria contestairia. A reflexao desmisiicante da ate pea — montagem de cntradigies em busea de um estilo indepen lente dos precanceitos la fra ou bela — € 3 dialticaestetica ‘de Quondo'0 Cornaral Chegor. Lambrorme de que apenas 0 eiico a2 Sérgio Avgusto sacou &importinca nuclear do filme, as, nfo ten- {do cepicista, Sérgio no ple aprofandar o digcurso: 0 filme € 8 refilmagem de Cantando a Chuo, com um rotcro cepecista. de Brecht 0 estilo corte e conture do cinema novo, quer date: ena dragio frontal e montagem sem contra/plano:" wma das miliplas Jnvengées do cinema novo, gragas 3 escola fotogriica de Luiz Cat- fon Tarreso © montagem Eduaro Excorel. Tatelizmente talver s0- mente 0» coneretstas pudessem sacar Quindo 0 Cormaval Chegar (onde o concretismo $e mistura a0 cepecsmo...) — lembeango finda. que. os ripe #30 também petsonagens curtidos por cima ein Os Hendeiros, de forma que se justifica 0 neo-realism crtico de acd Himanvlo Chico cantando iistanciadoy como Mae Naval. A, tepiaidade brasileira do cinema de Cath se define sob 0 fracasso fe critica pica, Quando 0 Carnaval Chepor, como foi O Bravo Guerrero, non tenpos de Costa ¢ silva, e © Detofio, nos tempos dle Castelo, € wm produto desnterditado dos tempos de Medic. A “ridea ao. eompromiseo do inteleesal, A defesa. da auto/eiica, a Crtca i impoténca, vsgens descolonzantes da chanchada i Metro {0b a0 Masins. Quando 9 Carnaral Chepar & 0 nico filmosial do incina novo, 0 primero depois da, Adintda, a primeira chanchada tle exyucrla , por 80 mest, violentaa pelos preconcitos gerais esse sentido mais wdigrude que os wligrudes ofiialzatos pela promecio intelectual de cirelos alieantes que eontrolam 0 poder Euttral eo varias partes do pie, Crtcos-te 0 filme como seno feo, carta, repimilo, cities como Fieram anos antes a Geroto, de Iponcma (1986), de Leon Hirzsman, porque 0 filme no era bonito, alegre, postive, swr/-bowm... Tagine a fuilidade dos Cticos muslenos ninguém suporta a verdade scvagem do eitico trusical Joue Ramos ‘Tinhordo, embora eu curta Antinio Catlon Jor bin e 02 tiopieaistas. Seria fatlgente defender Quando 0 Corna- vel Chenar na tjoca, thas nio se leva a séri 0 crtco Sérgio Au- faust porque de gosta de todos filmes do cinema novo. A. critica fle Jean-Claude Hernaet € suepcta. porque ele sisteraticamente staca oe filmes do cinema novo, quate defendendo twlo que no ‘existe no cinema braieico — chanchadas © melomerdias — pra se ‘por & nica prodigiocinematogratica nova, ato Cinema N.O.V.O/ jstamente. © cinema reflexivo incomodante, © samba. ani/diges- tivo. Pargante de samba “Joona Francess, 1974, marginaliza Cack dentro elo cinema no- ‘yo. Enjuanto of atros cineasls reprisavam sucesios — pra {lar em Nesom (Amaleto...), Jabor (Toda Nudes.-., 0 Caso- 203 Perens mento), Joaqsizn (Oe Inonfidentes, Cuerra Conjugal) — Joana Franccea foi demolido pela critica brasileira © rej pelo pibion No exterior a rica foi dura. Mas quem gostou no esconle, Ex ‘ido no Festival Internacional do. Mexico em 1975, Foana for qual ficado, por varios eritcos hispano-amerieanos, como equivlente. a Com dinas de Solidio. Pra quem se interessa por antropotagia di letica, ede erm Joana/De Gasile montada eo Gann Zamba/Labnm baa verdadeird Hestéria da colonizacio — e mais: aio se esquecun ‘que Joana Francesa e Seatlett O'Hara, de ... Eo Vento Levow, ‘So iatriarcas fascistas, Cask volta pra fiimar a histra de’ son terra etm Alogooe. (Casa Grande ¢ Senzalo, 1930, Economia agucarcira. Revol: io dos Tenentes. Politica nortsta, Coroatis,padees, jagungos, po Yo morta, fogo morto dos engenhos de minha trea, substituilos pe Jas usinas imperialists, Jost Tins do Rego, o espalho norita da Revolugio de 30, cujo vetice salsa extva na pando inconsciente de Os Herdeiror. Joona Froncesa & uma incursio do Macondo/ ls: sous. Estamos no oeste cinematngrafico. No eoracio do. romance e- E 0 Vento Levou. Nao seatiram 0 sopto do eneasta sobre 0: Gahaviais? Nem mesmo Buel fer um filme corrosvo,tertivl, te feo, implacivel, violeno, parandico e 20 mesmo tempo lien € cur {ido por cim, destetalizado e movente como Joana Francesa, Jus tifiarse cobrar da critica e do. piblico a muratha de siléncio oa Jnonias em tomo da obra ‘A maioria da ertica cinematogréica no conhece a mor He teratura brasileira. © modelo Joana Francess, importando. Jeanne Moreau pra melhor matar a cultura branca clonal nos engeatos de Ganga Zumbo, & uma reexportagéo fllmica: somos assim, nossa Daranéia € deste tipo, noson getos, won, palaerae,inconsciente et Um filme promove infinitas Iberages: Cacd vila 408 engenhos, 20 onto crucial de nossa fratura no sécalo 20, 4 Revolugio de 30. Ao undo, om coronel decadente Tota contra’ a revolugio. industrial Extamos na Guerra Civil Americana. Eis a dessincronicagho hist rice que choca. Pois & em 1980 estamos na sécelo 19 norte-ame Fleano. Mas o filme se faz em Alagoss, 1973: na cass-grande, 2 politica. O lutifundiério vai mandar 0 flho ser deputado. Mas Joana entrega o menino pros jaguncos inimigos. Joana, 2 coloniza- ‘dora, destrdi a casa-grande, toma o poder, monte nas costas de GGanza Zumba e more. A colonzaora morve, Sobra Ganga, com ‘um fas, sentado solitirio mas csadas varias da cora-grande, O me € 9 mais secreto dos realizalo no Brasil, © secretamente per 308 Feo na origiaaidade esilistica do astor que, democraticantropots icament, Ida com 0 cinema mundial, descarnando seu. proprio es flo. Tormouse to ageessiva 2 critica generalizada a9 cinema. novo ‘que dificil se fax falar do assunto sem ae contingéncas das agres Shes diets a eiticos daninhos. A fevsio ertca da imografia de (Cock revels 3 ertca 34 casas da Tama internacional do. cineats, ‘escarecendo por que, no. Brasil, seu trabalho sofre inerpreagies Solerantes. Agrandeen do cinema vem da diaéica representatva, fonte da vida como resultado da pritica esttica, [Em Joane Pranceso, Cacd realiza um romance audioviseal. O texto rescreve 4 literatura nordestina (Zé Lins, Gilberto, Gracia nn, de Lima, Ascenso Ferreira, etc) no que el tem de mais gos toco. A imagem inventaria sabradses ¢ mocambos. Estilo antaes tocritico, pratica cnematografien de vanguarda. A critica colon’ Za importa teoriss quanto a0 cinema revolocionirio desconhecendo {que as teoras eutopéias foram enriquecidas pelos filmes do cinema ‘ovo. Logo, cineactas do cinema novo goram de independencis teérica, porque seus filmes so dexclonizados. Natural que gene ticamente a critica francesa © meimo eutoplia se levantasse conta Joana assim com 4 etitica/piblico colonizada. Quanto mais rat ‘al 0 nivel de sdescolonizacio, mais provocatria se far a estética fegadora sos rituis complacentes, Para gostar & preciso amar a festencia nacional ¢ aio confundir orginlidade tropical com are rica fascists. Tratase de ver noe filmes as contraigbes «spec ficas de nossa tribo. Dai a novidade mia das estéieas.discor dante. Da sclvagem beleza nos alegeestelpicos. Justo que a er fica hispane-americana tenba visto em Joana uma parabola da =3g5 dios Huencia no romance te Gabrid Garcia Marquet. A fantasia Tierra de com piginas se desfaz em uma panorimica em plano sgeral sobre naturean geo/biligien. cinema & a linguagem was Facal ds fantasia. Pricanlie politica da casa-grande com 0 Ot Aeate. Joona Franceso & um melo/épico — mlépico modernisa — ‘um tipo de filme no qual o cineasta despeja 0 repetirio analisad ‘de ssa cultora Morta Joana, a francesa, nasceria Nica, 2 afrormincira. Xicw da Silew responde as mais exigentes expecatvas do cinema ite ‘scional — lem dito € um filme que reconclia 0 cneasta com seus ‘opisitores, ico da Sioa ¢ a metafora democritic.. Femenistafr ano, pan-sexolista, Hbertvio, acionalista, ralical e humanist ova flsotia, novo esti, filme migice, Wo importante para © c- ‘nana brasileira como foram em suas épocas Limit, Gongs Brat, 328 Peer eee © Congactro, Rio Quarente Grout, © Pagador de Promessas, Vi dag SeearO1 Fasis, Deus ¢ 0 Dia bo ma Terra do Sel, 0 Devo “Kica conjuga todas a8 transas cinematogrifcas da cosinha - Disse pro Jabor: «Um os mscthores filmes brasileios..» Jabor me cortau: «Do undo.s Roteiro de Caci e Joo Falicio dos Santor. Cenografia de Laie Carlos Ripper. Fotografia de José Medeiros. Maquilagem de Car- los Prieto. Montager de Maie Tavares. Misica de Jorge Ben © Roberto. Menesea. “Zexé Mota no papel de ica. Walmor Chagas no papel do Contratador de Diamantes, 0 portogués Jango Femmandes.” Os oa. ‘tos papels sio interpretadas por José Wilker, Elke Maravitha, Al- tair Lima, Rodolfo Arena, Stephan Nercessian e umm elenco adic ral que povoa o Arraial do Tejuco na segunda metade do scclo 18 FProdugio de Jarbas Barbosa, dregio de Carlos Diggue, distrib io da Enbvatile {Nica da Sites derruba preconeitos que nos iltimos anos se levantaram contea 0 cinema novo ‘Que o cinema novo €etilsta, Ninguém nunca definia esta con- cepgto. Que produ filmes para festivais e para aplausos da critica Internacional. |Serio wma sofeicada posi de fobree com manias de vices. Que # mais aventura de garotoe rebeldes da classe media que de revaluciondros A burguesia espectadora exige dos artistas fungbes tais como efinie a histria: que sendo antipopular ¢ o cinema novo peeju ‘ial ao desenvolvimento. industrial e cultural do cinema brasileiro, ‘como nio fora o cinema novo forjador do cinema brasileiro, Por ‘exclasio, 0 Cinema tem razdo: Novo, como sempre seré desde que aparesam filmes camo Xiea da Siva, raro e belo diamante de nossa ‘inematogratia Pra comego de conversa, fiquem sabendo que Cacé vende os ‘dex por cento que tha no filme, antes de acabar a montage, de sando de ganbar fucros com a tenda do sucesso mundial nas. pri Imciras sessées privadas e no Festival de Dani, onde ganho os melhores prémios (melhor filme, melhor diretor, melhor strie). alae que a Embrafilme produ filmes histricos sob encomen ia. Falko: Nica do Sita € uma produgio de Jarbat Barboss © 2 326 Enibrafilme aceitoa distibuir © filme sem exercer @ menor censuta 40 rotcro ow 4 realizagio, Cac teve iherdade pra eierever, flat montar ica, abalho que custou dois anos, a mais longa, profi ‘io do cinema nove, 0 desbundante encontco dilético entre a casa franle machista eo senzala feminista, Entre’ Europa © Atvis, Entre Portugal e Brasil. Entce Lisboa ¢ Minas, Entec a esetavi dio ea lberdade. Entre amor ¢ revolugio, Entre a colénia e@ inconfdéncia. Entre 0 sexo e a violencia, Entre a flauta e 0 bate ‘que, entre 0 tere mada, entre 0 cinema © 2 historia, ene a ver dade ea imaginacio, o fllime revelador de um Lrasl tals profane (que a verticalidare materialise do raciocinio provavel da dale intermesea entre a supra e a infra-rasio, a idcologia da tecnocta ci. ico, irupgio erdtca da negritude sem histria, O filme € 4 ‘lima versio do mito, sun sikima forma rein/aascids, integrando, pela cigncia do cinema, 0 espago msiico da poesia, Vendo ica ex tamos dante de duas horas de Brasil intero barraco,peé/inconti- dente, onde Portugal explora otro e diamantes em cima de escravos afrunegros. Igeeja de accrdo. Tluminados rebels. Exploracio. Je ‘ony, diamantes © do sexo das negras. Xen & 0 maior diamante ferético descoberto por Jato Fernandes. Poténia abecta 40. colo- hizador: as pedeas Jo reno e do amor. Pelo amor, Nica conqusta 2 Terdade, 0 poser © prepara a revelugio. Joao Fernandes no tem @grandeza ide um Michelet — confessa Cash —~ nem Nica exis: tiv, como Joana’ D'Arc fo} também mentirs. O padre do final, que ica ama, seria o. incontideate Padre Rolim. "Exibacse Nico 40 ‘Sito, depois Os Inconfidents, de Joaquim Pedro de Andrade, que Yeroevicemos um discurso sobrexo setentesco barroco/minero quan- do Xica se casa com Tiradentes. NEo por acato José Wilke que inerpretuu 0 alferes no file de Joaquim, representa, em Xia 0 spel do conde de Valadares, fiseal da Coroa que nio se deixa se- ‘dusir por ica/Cledpatra como Otivio Augusto — num Sautades 4 Noites de Vergo em Alta Potencieritca —, 0 mais sensual dos filmes, tanto que ja vi wes, nBo 86 pelo corpo de Xica mas por to tarato suiovisel, puleando de brasdades transeendentes prOprias 120 barroca tropical. Enire a cvilizagio da casagrande © a barblrie da senzala, a democracia se faz na varanda, sex tereiro, ¢ na cama, paraiso da feijouda. Jango Fernandes no ama Xica. Pra ce, init se faz ‘organizar um exérito anticconial, pois os negros so maus comba- fentes. Dinheiro e sexo — Jango Fernandes ganha o miximo da utopia, Depois 0 thio, o médo, a decadéncia sem resistencia. Jan- au LE go compre seu ciclo histrico, curva légica da tragéiabarroca. O. atuque Nica sth nas ruas. ‘Nos campos.” Ela vai a0 convento dos pretor ¢ Feencontra sea amanteinconfilente, O filme eomega moe trando a chegada de Jango Fernandes ao Arraial do Tejuco, depois de tocar com misicos e ser assltado por um mulato cangaceiro termina com ict e 4eu amante sob of sinor do. Séeulo das Lutes ‘no sertio mincizo antes da Revolugio Francesa. Xica Matriarca Negra e.Verdadeira Prigess Isabel. Nossa Mae Negra, a osina sexual da casagrande. O poder sexual da nega Fuld. Sem Jorge Se Lima nfo se pode descobrir a nega Fulé debsixo de Angels Mo- ta, Ow a Pantera Negra na Facola de Samba. Ou Cleipatra Jackie fs Marquesa de Santos. Ow Marlyn Monroe em Simone de Lows Domingo, Escola de Sombo, Alegria de Viver, ange Zubs, Bionel, A Grande Cidade, Estudonie, Os Herdsros, Le Sefour uendo © Carnaval Chegar, Joona Froncese, Anibal Mechodo, Xico de Sito, cis a flmogratia quase completa de Cad. ‘Set cinema integra culturas do Kio/Sio Paulo e do Norte. & tum cineasta original. Nelson Perera dos Santos € um cineasts ca ioca, Brasileiro a pastr deste toque. Como sox baiano, ow Joaquin Pedro e David Neves minciros — 0 regionlismo no vale nada sem tuiversalismo mas a beleza ver particlarmente das diferengas es {eteas etre of filmes tem o redo de assumir a condigio de cinema ‘le autor na civlieagio brasileira ‘Umma anise profunda do cinema novo forneceri panos para as mangas doe cindfilon, Atsalmente impocta informar’ ao piblico 9 que-se passa e como é o cinema novo. Exemplo: ice ds Sita. (Ganga Zumba, Os Herderes, Xica ds Sita, sio 08 grandes filmes de Cacé. i Grande Cidade, Quando 0 Céraval Chegar € ‘oana Franceso so filmes alternative, colunas que sustentam a &- tecral, Mas Cack nio produ a esttica das catedrais. Sua arte & ‘opulac, st sangve © tentimento rip mestices, delivantes,cacinais € posticos, A incursio erética do cineasta slageano nas Minas mic reiras se fer com o.mesmo aparato de produgio de Jango Fernan- es e 6 Banco de Xica, tendo naufragado em meio 3s filmagens, provecou escindalo nacional, ier do Siva € o filme mais salad 6a Vida, pois mada mais safado que o amor. Os escravos nio so seres humanos sob o solhos de Jango Femandes. Sio animais de ‘rabatho © piscinas sexuais. Jango nfo ama Xiea, Amasse, form: fia um exército pra Ubertar Minas de Portugal. Xica vestida de Enciclopedia Pombalina, trancando com Ganga Zomba, sinetiza 0 nieleo Je nossa mitologia feminina: as elites podeviam invocar en 328 ‘eos saraus sobre fantasia eréticas grandes figuras de nosso ma: friar tais a Xice que manda on # Xica que di. Os ‘mits io to partiulares que as grandes paindes do cinesta foi Regina Ro aemburgo e & Nara Lebo Xfce é o filme do investimento sexual na politica num momen to em que ironicamente no estamos para extravagincias: paira 3 foucura deshunada do conde de Valadares, representante de dom Jose T, todo mundo representando a epopéia da safadagem no Dake asia do Teatro Municipal. Quem vai assstir a Os Herdeiror nas seqignciastrigieas. dentto do Teatro Municipal, a repre Sentagdo. caravalesca/diditie de. Xica: Teatro. Popular Nacional, filme brasileiro. Pela tecnologia da mineragio, a burguesa nacional impe seu estilo barroeo de ciilizacio inconfidente que desconbece a sscravito. Mica destréi 0 conceito de uma estéies bem-compor tad atribuida a0 filme Ligdo de mor, de Eduaro Eseord, por Jean-Claule Bernadet, porque Jango Fernandes € derrobado por ‘dom José T (marqués de Pombal) e, assim como o ertico vi na Fraulein de Mato de Andrade 2 imager do cineasta Eseore, et vejo na imagem do conde Valadares, interpretado por Jose Wilker ‘imagem da critica colonialista, f neversdrio que Tarso de Castro ‘escreva a biogeatia de Regis Debray para que fique clara a taped ‘de nossa filosofia. Foram os negros que ctiaram o barzoco. Mine raram e construram, Walmor Chagas em Mizg € Jango. Xiew se fia a imagem que os inimigos de Jango fizeram de Maria Tete Jango Fernandes se deixa levar pela corrupeio.e pda subversio ‘Xica da Siew & o eetrato uo Brasil de Paulo Prado. Xico & um Imi, Zexé Mota sor ot atores « 0 pablo. A Beleza da mulher regra sobre as barns do barroco eatlco, Xica toma 0 poder alia dda a Jango, Quando Jango cai, Xica € expulsa da tribo, volta pro ‘Convento dos Pretos e cai nos bragos do inconfidente, Mas os in fonfidentes foram enforcador. Resta Nica na pardbola musica Ge Jorge Ben — Xiea, mle do Brasil ‘© romance de Joio Felco dos Santos report cenas do Tejv- co 0 Séeulo das Lures — redurda sociedade nova. Do encontso ‘nice Jango ¢ Xiea nasce a utopia. Xica mum mar artificial, A but- ‘Buesia ria, Xica gora. Ela tem poder porqse domina Jango sexval- Mente, Magia negra, A escravaria sofre e se slnerie. Desbunde tropical. Miscigenasio. Mestciemo, Feijoada. Cusinha, Cact bota fara fora insetos © temperos. Pela primeira vez a ratio de Coch Fevela « compleno extatco que faz do filme o reflexo dialtico do 329 nile vital de nossa braslana ica estimula 0 eapectaor ow o critic, A cosiba varala das cures ¢temperos_ pico econimicos/siais/cultras/lositcos/ po ticos dé, pela primeira vez, um sentiment brasiieo & now cinema. (© ‘ontdglo flmico, laxeruberante,conduz 0 expectadoratrants, ride discurso arcade sobre a politea econimica de Lisboa nu Te Juco enquanto explode com barbaridade postiea o corpo revolucio ho de Xica. A originaidade vem do estilo de’ representagio. dor ators integrados 4 cenogratia ropicaita,cija ideologia expresso histafépia €'a marca registada. Assim a scala de Samba Alegria tle Viver representa o Enredo de Ganga Zomba dentro do. Palacio Me Os Hlerdeiros de Joana Francesa Quando 0 Carnaval Cheyar na Grande Cidade acd dirge 0s atures brancos como misicos de Mozart & bai= farinos de Racine/Corncille but com o rigor da peicandise de recht. Dirige os negros como muitos Hberados da eeseravidfo econimicas ‘A-eacola de samba come 0 teatro branco, Cenas signficativas re ‘produzem pela montagem contralitiria « trama historia: neni filme hittrico» (referent so. pussado) atiagha a ensidale de ica enquanto cinema/prazer. Desejo.. Poder. Xica & a muller ‘que realza 0 dese. act realiza 0 filme/espectador, ele mesmo Carta de alforia, Tata de piedade complacente dante Ja dlica entre fortuna e miséia, filmar o mundo com ot olhos iuminados plas chagas, screitar nas reserva huministcas dt nagio, Por sso, di gosto celebrar a5 excencias de Xica daSilva, num fine ‘que reabre 0 debate scbre a cultura brasileira. Mico, perfeto como 42 Selegio Brasileira disputando Copa do Mundo ow Palma de Can res, & bonito/felix/entsinemante delirio de-um gol por cima di ame-seca, um Passe de Mestre, 0 Cinema de Novo sntropotagia na dezordem do pro PAULO Emiuio & Jack VALENTI. 77 [Nem todo mundo sabe que hi dias morrew em So Paulo wm dos homens mais intlgentes e cutos do Draeil — isto para nio falar de suas outras inesgotveis virtues — Paulo Emilio Salles Gomes, 0 vesponsivel por sma idelogia cnematogeitice iternacr salist) populas, democraticamente revoluciondria Paulo Emilio foi o bidgrafo de Humberto Mauro, que om. 1977 completa 80 anos 20 lado do Cinerna Urazsleyro — levantando 330 as rayzes da Epopeya Cinematogrética dos Anos 20, cenogratia po Yoada pelo Mestre de Cataquares, o inventor do Cinema, Nacyona, La pura significacdo nascente> (Jose Guilherme Merguios), ear 10 fértil onde fraiicaram sementes do Cinema Novo nos anor Off © ginio salitrio de Mario Peixcto (ninguém via Limite mas sabemos que seguido Eitensten, ali cestare 0 fio geviot do fa ura cinema. sulomericoxo>.-.) — 0s cslos regionais (sobretudo RiosSigo” Pewlo&CompinasSPernambuce) tracassara, vitimados pelo mercado possvida, aslo Emilio levantow 0 xéu de wma sul contradiio no pro ‘esto colonizadirio do Século XX, surpreendente variate até hoje ignorada pelos economistas iteriros, aqieles que no descobrin dba daktica do Produto dudyo-Viowal, ignorando sper eset ta da colonizagio econimica que € a lavagem cerebral «Publica & filoafyke do. conswmider cwpodoy No enstio «Uma SituagSo Colonials, Paulo Emilio despertaria ‘8 noviesima geragio de cinecrtcor « cinecubitas canidats ie feasts « apenor ispiradoe peo exemplo de «Rio, Quarenta Gravss, (© mndeloindependente de miinacional (a Columbia Pictures cm rave como dstribuidora) da Companhia Cinematogratica Vera Cruz SUA, Si0 Paulo, investimento tle «Ciclo» Mataazz9 mo projeo de Alberto Cavaleant, sitstalar wm cxgenho.cincmutogrifico nos tripicos, clker @ ron, foser 0 aseucer ¢ mandar 0 material ser Te fneda (montady © sndricado, oxi como eserito ¢ dirigido) nas Gropas, laje vito que foram importados roteristes, cewégrafes, direores, fotdgrofoc, montadores ¢ esti. » — coincidente com a ‘queda de Vargas, em 1984 (© Cinema Novo, iniciado nos tempos de Jinio/Jango desen- volveu em continua produgio a Ista pla eowbtifuig das ionporta- (ery, oopanizanio wn. vasto merealo sebvertido pela dominacao ftvegilar das empresa cletbuidoras estrangeiras, sobre Rolis- dianas, elastecento a Lei de Obrigatoriedade segundo as novas né- ‘ceesdades da economia&poliicaestétiea do piblico (© Cinema Novo, sbretudo, inseriu a «guestdo cinematogré- fico na quest vacionls, recuperando um attaso histrico de 60 ANOS, quando, nesta epoca, a ignorincia sobre cinema em nossa terra ea tama que ilustres conistas esceviam que no 66 por tha dizer o EU TI, AMO em lugar de T LOVE YOU ou que «noe fat etores no titlam 0 pique do Cary Cooper» e, 0 mais grave, ‘quando sofia intletuais enchiams pginas de jornais publi Tudo ue eruloree de Hollywood, reprimitlo com suas Teses © Cr 3a

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