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TUT mea itatH NCTE CEM CMli ce STE es re Moco] 22 Edicao Ampliada 70_Fundomentos do Merocologia Cop. 6 SBes, raciocinies ¢ juizes sobre 0 objeto de estado no terd também possibilidade de in. ferpretar carretamente as daclos obtidos ao proceder a investigecco. A vinbilidece firmnezira precisa ser observada até em relagao As pesquisas de pequene cimenséo, pois, em todos os projetos de pesquisa, gastos serio efetivados ou com material de escritério ou com a realizagéo de missdes cientifieas na busca de informagoes Tipologia da Pesquisa Classificagao da Pesquisa segundo as Formas de Estudo Segundo as formas de estudo do objeto de pesquisa, esta poide ser classificada em pesqui: sa descritiva, pesquisa experimental e pesquisa-acio. A Pesquisa Descritiva Nesse tipo de pesquisa, nao hé a interferéncia do pesqui: do pesquise. Procara descobrir a feeqiiéncia com que um caracietistica, causas,relagGes e conexses com outros fendme ‘A pesquisa descritiva engloba dois tipos: a pesquisa documeatal e/ ou bibliografica a pesquisa de campo . . lor, sto é ele descreve o objeto eno corre, sua natureza, Pesquisa Bibliogrifica : A pesquisa bibliogrifica ¢ a que se efetua tentando-se resolver um problema ou adquivir conhecimentes a partir do emprego predominant de informagdes advindas cle maverial grAlico, sonoro & informatizado, de Para realizar uma pesquisa bibliografica, é fundamental que 0 pesquisader faga um levantamento dos temas e tipas de abordagens jd trabalhadas por outros estudiosos, as- similando os conesitos ¢ explorando os aspectos jé pablicados, Nesse sentido, é relevente levantar ¢ selecionar conhecimentos ja catalogados em bibliotecas, editoras, intemet, vi- deotecas etc. De forma geral. esse tipo de pesquisa esté vinculado § biblioteconomi Essa tipolagia de pesquisa pode atender aos objetivos tanto do aluno na sita forma so académica como pode gestar a construcao de trabalhos inéditos daqueles que preten- dem rever, reanalisr, interpretar e criticar consideragbes,te6ricas, paradigmas e mesmo Ghar nevas proposes deexpcao de compreensio dos fendmenos das mais diferentes reas do conhecimento. oe No processo de formagac do académico, a pesquisa bibliografica 6 de grande eficé- cia porque Ihe permite cbter uma postura cientifica quanto a elaboragio de informagSes da produgio centificajé existente, a elaboragio de relatérios e a sistematizacio do conhe. cimento oe Ihe ¢ transmitido no diz-a-dis. ee A aprendizagem deniro da universidade se da, principalmente, através do fazer, ou melhor, encariinhando-se o aluno em wm processe que estimula 0 autodidatismo acon. penhado pela orientagdo segura do docente. Esta deve ser uma das dimensdes do aprender a aprender. Para realizar uma pe gio advinda de um projet Esses passos s80 05 5 1. Tema-probleme L importante diferenciar te ral de um objeto de pesqu fini-lo porque ja existe i tema é trabalhar o assuntc o desenvolvimento de tod lizag4o operacional. Para tamporais e de espaco ed da pesquisa Na farmagdo do aca que, ministrando uma dis, magio diditico-pedagdgic tema € decisdo pessoal, en finidas pelos referidos prc “Tecnicamente, como Assunto: Globelizagi Perceba que esse as: comunicacao, economia, som-niimero de areas de réncias nos segmentos da ces de trabalho etc. ‘Transformando esse quisador, poderiamos ter ‘Ainda permanecemi taco do tema, pois nao | na pesquisa bibliografica, A delimitasao pode as mudancas e 3s transfo ‘Assim, o estudante cias da globalizagio na ex térias. Observarse que a5 f = globalizecio; a trabalho; familias operdti Comm relagao a esse Severino (1980:148), som raciocinio se desencadeia sm possibilidade de in 3. Pesquisas de pequena wvados ou com material Ae informagées. de Estudo classificada em pesqui- 6, ele descreve 0 objet docorre, sua naturezs, ntal e/ou bibliograica * problema ou adquirir advindas de material © pesquisacor faga um Outros estudiosos, as- ‘6 sentido, &relevante 5, editoras, internet, vi a biblicteconomia fo aluno na sua forma 1s daqueles que preten: » paradigmas e mesmo 1os das mais diferentes afica ¢ de grande efica- ‘oragae de informagies tematizagio do conhe ute, através do fazer, ou Bug didatismo acom: Cop. 6 _APesquiso Cientifice @ Inicache Cientice 7) Para realizar uma pesquisa bibliogréfica, € necessdrio seguir também uma orienta: ‘sao advinda de um projeto que conterha pascos norteadores da investigasao. Esses passos sio os seguintes: 1. Tema-problema t importante diferenciar tema de assunto de investigagio. O assunto € a dencminagao ge ral de um objeto de pesquisa também geral. Por conseguinte, no ha necessidade de de. fini-lo porgie ja existe um conhecimento generalizada sobre ele. Porém, elaborat um tema é trabalhar 0 assunto no sentido de delimité-lo e explicitar o seu objeto. Subentende © desenvolvimento de todo um processo de formulacao de construgao mental e de visua. \izacio operacionsl. Para sss0, ha necessidade de que haja uma celimitagio em temnos temporais e de espaco e de viabilizagao tdenico-cientifica ¢ de recursos para a reallzagi0 da pesquisa, Na formagio do académico, na maioria das vezes, o tema é sugerido pelo dacente que, ministrando ura disciplina, o insere na compaténcia da formalidade de sua progra- macio didatico-pedagégica. Jd nos cursos de especializacao e pds-graduagio stro sens, tema é decisio pessoal, em boa parie das vezes, combinado com as linhas de pesquisa de. finidas pelos referidos programas e com a prdpria carreira do pos-gracuando. Tecnicamente, como se define ¢ delimita um toma? Aseunto: Globalizagio. Tercebe que esse assunto € tdo geral que pode ser pesquisado sob varios Sngules: comunicacio, economia, administragao piiblica, politica, geografia, socielogia e outro sem-niimero de Areas de especializacio, de conhecimento, de tecnologias, como interfe. roncias nos segmentos'da satide, do comércio, da incuistria, das relagdes familiares, rela. Ges de trabalho etc, Transformando esse assuinto para uma temética de interesse mais especifico do pes- quisador, poderfamos ter como exemplo: “Sociedade giobalizada e trabalho” Aindla permanecemos em um estagio preliminar do processo de selecio e de delimi- tagio do tema, pois ndo temos ainda o objeto e as circunstincias que possam nes gular na pesquisa bibliogrética. A dclimitagio poderd ser feita enfocanclo-se que a temitica se refere, por exemplo, as mudangas e as transiormacées relativas ao trabalho na vida das familias Assim, 0 estudante poderé realizar sua busca bibliogrdfica investigando as influén- cias da globalizagio na esfera do treballio e na organizagao familiar das populaydes ope Observa-se que as palavras-chave que guiario a investigagao serie m slobaliza trabalho: familias operdcies. Com relasio a esse passo do planejamento de ume pesquisa bibliogratica, segundo Severino (1980:148), somente com uma definigao bem clara do tema a ser tratado é que © aciocinio se desencaceia, F essencial que o tema soja devidamente problematizacto, 72_Fundamentes de Metedologio Cap. 6 A problematizagio serve de buissola para o inicio do processo de investigacio e para o seu desensolar, lembrando que toda pesquisa tem origem. com uma questo. Nao é pos sivel pesquisar, construir Ciéncia ou conhecimento sem antes determinar com clareza a ida sistemtica, a curiosidade elaborada ou a necessidade que se quer perscrutar ow desvendar. “A ideatificagao do problema e sua delimitacao pressupoem uma imersio do pes- quisador na vida e no contexto, no pasado e nas circunstincias presentes que condicio- nam, influerciam ou mistificam 0 problema, Pressupdem, também, uma pactilha pritica nas experiéncias e percepetes que os sujeitos possuem desses problemas para descobrir 08 fendmenos além de suas aparéncias imediaias.” (Chizzotti, 1991:81) E bom asclarecer que alguns autores tazem distingin ou separacio das etapas de de- finigdo do tema e problema de investigagao. Para nés, clas surgem dinamicamente no processo de planejamento € execusao da pesquisa sem a rigidez utilizada pelos modelos positivistas na construcéo do conhecimento, 2. © passo seguinte Eo dedeterminar hipdteses que, geralmente, pertencemn mais 20 campo das pesquisas ex- perimentais. Em se tratando da pesquisa bibliogratica tipiea de eshados mais descritivos, reflexives, interpretatives ¢ criticos, essa etapa pode ceder lugar ao levantamento © & re visdo da literatura que, sem ctivida, permitiré ao pesquisador a fundamentacao tebrica do estucio, ‘Chama-se hipstese de pesquisa ou de trabalho a solugio imaginada antecipedamente a um problema de pesquisa. E algo hipotetico porque, nesta fase, estamos lidando apenas com uma prefensao de estudo, 3. Levantomento bibliografico Para se ter em maos a bibliografia desejada, ¢ fundamental que se tenha as “palavras-cha- ve" que esto contidas no tema-problema 2, por conseguinte, na hipstese de trabalho, se esta fizer parte do planejamento da pesquise. £ importante ainda determinar o periodo a ser abrangido pelo ievantamento biblio: grifico, alem do conhecimento da terminologia e sinonimnia envolvidas na nossa lingua e em outros i © pesquisader devers iniciar a localizagao desses referenciais na biblioteca da insti- tuicéo a'que pertence, solicitando a colaboracéo de bibliotecdrias e buscando, posterior. mente, sua complementag3o em acervos de outras bibliotecas ou de instituigdes de pesquisa, Para a realizagao dese levantamento ¢ posterior seleggo, alguns passos podem. orientar esse trabalho: a) consulta a catélogos editoriais; : by consulta a base de dados existentes na drea, tal como UNIBIBLI, que reine as pesquisxs realizadas polas universidades estadunis paulistas: USP) Universidade de $0 Paulo), UNICAMP (Universidade de Campinas) e UNESP (Universidade Estaduel Paulista). ¢} consulta a CD-ROMs como, por exemplo, Humanstas, Social Science, Index, Li: lacs — Literatura Latino-Americana em Ciéncias da Satide, Philosopher's Index, Medline ete 1) consulta a rede BITE lindo troca de infor nhecimento. Segui catslogos abedece a pos: mt catdlogo de asst fm catsiogo sistem a catdlogo de aut Seguindo o levantamer que €0 da documentaao. 4) Documentogao ¢ resist" Tendo identificado as obres tica dos materiais que est cursos informatizedos ete ‘Ap0s essa etapa, serd 2 ppretados em fundamentos + zados, bom ressaltar que a pensdivel nessa fase de dor fou seja, a sua redaci, A prdtica do documet ‘AS fichas bibliogréficc a) referéncia bibliogr 4h) resumo — especif ©) fonte bibliogssties contrada 4) classificagao do & freqiéncia da dos No fichamento biblic cifica em que se situa 0 35 rada e direcionado as te registradas « partic da ani cessirio ler o sumério da« temitico, 0 conteuide dese investigagao e para questao. Nao € pos minar com clareza a quer perscrutar o tama imersio do pes ssentes que condicic- ama partilha pect amas para descobrir 81) fo das etapas de de 1 dinamicamente no lizada pelos modelos npo das pesquisas ex- dos mais descritivos, Jevantamento e a re- undamentagio tedrica Ja antecipadamente @ simos lidando apenas nha as “palavras-cha- "xitese de trabalho, se v levantamento biblio- ‘das na nossa lingua e na biblioteca da insti- e buscando, posterior- ou ‘> instituigdes de alguns pasos podem AIBIBLI, que retina as as: USP) Universidade UNESP (Universidade 1 Science, Index. Li- le, Philosopher's Index, Cop. 6 _APesqvisa Cientica @ lnicingho Cientifea_73, 4 consulta a rede BITNET, que funciona como correio alatrOnico (e-mail), perrni- tindo troca de informasbes entre 03 pesquisedores dos diferentes rainos de co- mhecimento, Segundo Elizabete M. de Padua (1996:51), a organizacao de atilogns obedece & um sistema internacional (DEWEY) que compreende trés ti- Pos: 1m catdlogo de assunto: 1m catélogo sistematico (de tttulos) € tm catilogo de autor. Seguindo o levantamento bibliogrifico, 0 pesquisador deverd cumprir outro passo que 60 da documentagio. 4) Documentacao € registro des informagées pertinentes ac tema-problema Tendo identificado as obras de intoresse, passa-ce A compilacio, que é a reuni3o sistemd- tica dos materiais que estio impressos em livros, periddicos, revistas cientificas, teses, 1¢ cursos informatizads et. ‘Ap6s essa etapa, serd realizado o registro dos dados compilados, analisados ¢ inter- pretados em fundamentos que podem cer claborados manualmente €/ou computadori zedos, . E bom ressaltar que a competéncia cle uma leitura procedida cometamente é indis- pensavel nessa fase de documentagio, a qual daré margam a construgio ligica do texto, ou seja, a sua redacio. ‘A pritice da documentagao pode ser tematica, bibliografica ¢ geral As fichas bibliograficas deverdo possuir os seguintes itens: ©) referéncia bibliogratica — observando-se a normatizagao da ABNT. 1) resumo — especiticasdo sobre © contetido do livro ©) fonte bibliogratica — indicando a obra de reteréncia, a biblioteca em que foi en- contrada 4) Classtticacao do assuinto: nuimero ou letra de classificacao da ficha, seguindo a freqiiéncia da cocumentacio. No fichamento bibliografico, tem-se em vista as informagoes das areas geral ¢ espe- cifica em que se situa 0 assunto. Esse documento deve ser elaborado de forma sistemati- zada e direcionado as teméticas de estudo. As informagSes serio de forma gradval e registiadas 4 partir da andlise do texto & anélise mais aprofundada. Para isso, faz-se ne- cessirio ler 0 sumario da obra, a introducao, as orelhas ¢, a seguir, & medida do interesse tomético, o conteticio desejado, 74_Fundomentes de Metodelogio Cop. 6 MODELO IDA FICHA BIBLIOGRAFICA, METODOLOGIA CIENTIFICA, Selltiz, et alii METODOS DE INVESTIGAGAO NAS RELACOES SOCIAIS O livro se refere a0 processo da investigacio, Desereve minuciosamente desde a formulagio do problema, 0 esquema, a coleta de dados, andlise e interpretagdo e comu- nicagio de dados Na fase de coleta de dados da pesquisa de campo, 0 pesquisador pode também fazer uuso de fichas para o registro de suas observagdes, Sao indicadas as fichas de observacio, ‘ou seja, aquelas fichas em que se anotam as observagdes diretas da realidade social. Se. ‘guem as mesmas normas das fichas bibliogrificas, mas acrescentam-s¢ o3 seguinles dados Local de observacio. Bj Pesquisador, ©) Campo de cbservacio. di Epoca de observacao. MODELO II — Caracteristicas de uma situagio factual Local Fato observado. Periodo da observasao ContextoFisico | Pemcas—~—~—~=«*&d*«CAtividades. «=| Aspectos Seciais, © universtrio tem vétias maneitas de organizne 0 S€t fchitio, Poderdclaesticar as fichas segundo os temas divididos em Gerais e Especificos, colocados em ordem alia- bética, ou ainda agrupar a sificagao de assuntos, obec Cuidados a serem ot Segunda Cervo e Bet incia das soguintes a) Terem vista 0s 0 cetiveis de fomec by Percorrer antes tc adiante co) Sublinhar com wt pistrar as anotagé a) Transcrever a5 at tre espacos as cil idéias préprios q As experiéncias den sistemsétic, sem grandes documentagbes cuidados. terpretacao dos dados, pc E fundamental asseg no seu Ievantainento bibl nao se pode conflar semy Finalmente, torna-st teaha-se nas téenicas de] detalhes necessarios aos + obser Pesquisa de Compo O investigador na pesqa tando diretamente 05 da: 1808.0 trabalho de camp “A pesquisa de car coleta de dados (.) € al cam abjetivos preestabele (Trujillo, 1982:229). A partir do uso de trevistas, questionarios, informagies sobre 0 abje ‘A pesquisa de carn quer procedimentos met jeto de pesquisa. Fsse tir psicologia social, servige (Os modelos de ps quanto A sua apresentac tes instituigdes nacionsi is auciosamente desde a interpretacio e comu ador pode também fazer 1s fichas de observasao, da realidade social. Se Ss seguintes dados factual ‘Aspectos Socials irio. Poderd classificae Tocaclos em oxclem alfa Cap. 6 _APesquisa Cientiico e Iriciagso Ciertifice 75 betica, ou ainda agrupar as fichas baseando-se em um critério de sistematizac3o ou das: siticagio de assuntos, obedecendo a ordem alfabética de autores e numecando as fichas Cuidados 2 serem observados na elaboragéo das documentagbes: Segundo Cervo e Bervian, uma eficiente elaboracio da documentagio subentende a abservancia das seguintes normas praticas (1978-72) 4) Tex’em vista os objetivos do trabalho, procurando anctar somente os dados sts- cetiveis de fornecer alguma luz sobre o problema formulado, 0) Percorrer antes todo 0 texto para evitar anotagdes de dados desenvolvidos mais adiante. ©) Sublinhar com um lépis os pontos principais do livro proprio; caso contrdrio, re- gistrar as anotacées em folhas numeradas. a) Transcrever as anotagSes em fiches, cadernos, folhas ou arquivos, colocando en- tre espagos as citacdes textuais e anotando em folhas separadas ou no verso as idéias proprias que surgirem. As experiéncias demonstram que o pesquisador paciente, atencioso, disciplinado e sistematico, sem grandes dificuldades ou bloqueios em organizar seus levantamentos em documentagées cuidadosas, tera o eeu trabalho compensado na fase de classificagao e in- tespretasio dos dados, pols o processo ser entao fadilitado, E fundamental assegurar a retencao do material lido'e selecionado pelo pesquisador no seu levaniamento bibliografico, formando um arquivo prdprio de dados, uma vez que no se pode confiar sempre na meméria. Finalmente, torna-se imprescindivel que na pesquise bibliogrilica o investigador de- tenha-se nas téenicas de leitira e anclise de texto para que conciga trabalhar com éxito os detalhes necessérios aos contedidos em pauta, Pesquisa de Campo O investigador na pesquisa de campo assume © papel de observador e explorador, cole- tando diretamente os cadus no local (campo) em gue se deram ou surgiram os fenome- hos. O trabalho de campo se caracteriza pelo contato direta com o fendmeno de estudo “X pesquisa de campo propriamenie dita nfo deve ser confundida com a simples colota de dados (...) é algo mais que isso, pois exige contar com controles adequados € com objetivos preestabelecidos que discriminam suficientemente o que deve ser coletado” (Trujillo, 1982:229). A pattir do uso de téenicas como observagfo, participante out nio-participante, en trevistas, questionarios, coleta de depoimentos, esttidos do caso, 0 pesquisador busca as Informagoes sobre o objeto de estudo. A pesquisa de campo favorece 0 actimulo de informagies sobre fendmenos, mas re- quer procedimentos metodoligicos previemente estabelecidos e apresentados no antepro- ieto de pesquise, Esse tipo de pesquisa é muito usado na sociologia, antropologia, politica, Psicologia social, servico social e em outros ramos e campos centificos. O5 modelos de projeto de pesquisa ndo passam por exigénclas tinicas e rigidas quanto & sua apresentagao nas diferentes éreas de conhecimento, bem como nas diferen- tes instituigdes nacionais e intemacionais de fomento a pesquisa. Porém, todas mantém 76_Fundamentos de Metodologia_Cap. 6 tum niicleo basico que abrange o plano da natureza do problema, de objetivos ¢ procedi- rmentos metodol6gicos, custos, cronograma de aca e bibliografia geral. A especificacao das fases metodolégices da pesquisa de campo seré cbjeto de aton sio © desenvolvimento na segunda parte deste capitulo, A Pesquisa Experimental — Seu Significedo A investigacio experimental — conhecida também por experimentacio— adota o critério de manipulacio de uma ou mais varidveis independentes (causas), sob adequado con‘ro- le, a fim de se observar e interpretar as reagbes @ as modificagses ocotricas no objeto de Desquisa (efeito-varidvel dependente). Assim sendo, na pesquisa experimental, 0 invest Sador interfere na realidade, fato ou situacao estudada, através da manipulacio dirta das variaveis. Nos estudos experimentais cldssicos, era costume estudar a relagio de uma vinica varidvel com o objeto enfocado (causa-efeito), Hoje, € frequente estudar 0s efeitos de uma ou mais varidveis nos limites de um tinico experimento, observando-se as inter-relaghes e graus de intensidade e de influéncia das varidvois enize 3. ‘Segundo Marinho, pode-se aceitar a seguinle Metodologia para a realizacao de uma investigacdo experimental (1980:49-50) a. Investigagio ¢ definigio do problema em estudo. Literatura sobre o problema (P. bibliogrifica). Elaboragdo de hipsteses. Definigéo do plano experimental. : Realizacao do experimento. Apresentago dos dados. AR Re Provas de significincia — comprovam-se ou rejeitam-se as hip3teses, Anélises ou interpretagdo dos resultados. i. Conclusies Por identificacao e definicao do problema, em estudo, compreende-se a fase em que © pesquisador formula e delimita o seu problema de pesquisa com a indicagio das varie. veis a sorem testadas no experimento, ; Em um segundo momento, procura-se familiarizar com 0 problema através do le- vantamento de dados, da consulta a fortes biblingréficas. Obtendo-se maior conhecimen to sobre o toma e explicitando-se bom o problema ou drea a estuder, chegarse a fase de explicitagio de hipsteses, out seja, proposigdes ou generalizagdes elaboradas sob o objeto de estudo segundo um critério ordenado de relacies. Definsr o plano experimental significa estabelecer os caminhos para a realizagdo do experimento. Exiruturam:se tarefas, bem como se programa o métode de controle siste. matico de varidvel, da amostra e dos instrumentos de coleta de dados. “O experimento pode ser realizado, é uma situacio criada em laboratérie, com a fic nalidade de observar, sob controle, a selasio que existe entre os fenémenos” (Rudio, 1979:60), Um experimento pode ser realizado abrangendo basicamente dois grupos: 0 grupo de controle @ © grupo experimental. No grupo experimental, aplica-se ou retire-se o {ator varidvel experimental de comparagio para o ou seja, na maioria da Realizando-se oe «dos para posteriormer cada através de tabela A fase de cileulo de hipsteses se denow ‘Apss a eletivacic tradios em fungae das | quis. A Pesquisa-Acéo Segundo M. Thiollent empirica que é concel solicdo de wun probe (a0 ou do problema ‘Nese tipo de pe: rnamento dos probler vantamento de proble a populacéo envolvid: ‘A pesquisa-acao a técnica da observagé 6 explicita dentro da gio seja conjunta con Alguns aspectos da pesquisa-agao: @) Héume inter b) © objeto dee rentes nature A pesquisa-a observada, @) A pesquisa r aumentar 0 « 5009 © grupo Nao concebemo: descritiva porque ala ou seja, a pesquisaragi ge aos passos declinat quisa, a maior preoc processo do conhecime de objetivos e procedi- eral. 20 serd objeto de aten- ago —adota ocritério 1,80 adequado contro- ecorridas no objeto de xperimentel, o investi- manipulacao direta das relagio de uma nica dar os efeites de uma ado-se as inter-relagies 12 a realizagao de uma shipsteses vende-se a fase em que ‘ indicagae das vatié- oblema através do le- s2 maior conhecimen. dar, chegarse a fase de laboradas Sob 0 objeto vs para a realizagdio do todo de controle siste- de 1 laoratério, com a fi 2s fendmenos” (Rudio, + dois grupos: 0 grupo ese Ou retire-se 9 faior Cop. 6 _APesquiso Cientiie » ¢ Iniciagie Cientitee 77 variével experimental (v. independente), © grupo de controle é aquele grupo que serve de comparagio para o grupo experimental. Nesse grupo, € aplicado um fator de controle, ow stja, na maioria das vezes nao se aplica nele a Vaniével experimental Realizando-se o experimento, o pesquisador devers registrar os recultads encontra- — Hipétose Experiencia intomos Ido problema Pétocs ° a Frosore —| / Prossdes da / cireundante batons Patna Hipdtese e Variéveis Nem todos 0s tipes de investigacio necessitam da elaboracdo de hipsteses, Denire esses estudos, estéo 03 levantamentos preliminares comumente realizados para coletar dados gerais sobre o assunto de uma dada pesquisa, visando conseguir uma formulacdo e deli- mitagao do problema mais adequadas. As hipsteses 580, ¢ sador na coleta e andlist realidade. Em linguagem mai tema de pesquisa, ou 5 Duvida ~ > | Problema As hipéteses deve (Qs conceitos empregade tar sentido ambiguo e, pesquisa, Todavhipstese dev observaddos, verificados ‘Assim, no poden orientasse em hipdieses ‘AS pessoas que mv Ao se enunciar urr sua uma linguagem sin uma hipdtese somente preensio, explicacdo @ r Através da definic tema € especificagao do: das no estudo, Normal: Varidvel é todo aq némeno. Esse clement portanto, aspectos obse mudangas e diferentes Classificagao das Varie As varidveis se classi que ocupam em suas r. De acordo com o seguinte classificagao: uisedor pode ter maior “Aes e interesses dentro vente, cla € sempre in- estigador (curiosidade, citcundante ou ainda ios preliminares explo- “tas na area, coletando iclamente por essa fase, «isa e objetiva, sA0 fre- ssquisa, No caso, por a corretamente, pode- iminuir a extensAo do vesquisador ao seu es pesquisa Hipétese upsteses. Dentre esses os para coletar dados ng mulagio e deli- Cop. 6 A Pescuisa Cionifica e a Iniciocdo Cis ico_ 80 As hipoteses séo, porém, necessitias, pois possuem a fungio de orientar o pesgui- sador na coleta e andlise dos dados. Sao proposigSes antecipadoras ao levantamento de realidade. Em linguagem mais simplificada. toda hipstese é uma tentativa de resposta eo pro- blema de pesquisa, ou seja ————— Tentativa de solugao 2 ———————— Fesposia antecipada | | | Problema. ———————_________ Hipstese As hipsteses devern ser simples, claras, compreensiveis e passiveis de verificagao, Os conceites empregados no enunciado de ums hipdtese devem ser precisos, «fim de svi. tar sentido ambiguo ¢, conseqiientemente, facilitar o desenvolvimento do proceso Ga pesquisa oda hipétese deve possuir um referencia empitico, isto & 08 conceitos devem ser observados, verificados e registrados a partir da realidade empirica Assim, no poderiemos chegar a resultados satisfatorios em uma pesquisa que © orientasse em hipdteses consideradas inadequadas, coma, por exemplo. AAS pessoas que morrem e que praticaram boss ages na terra véo para 0 cu, Ao se enunciar uma hipstese, dlevemies nos preacupar com que esse enunciado pos: sue uma linguagem simples, porém substantiva. Nao ha necessidade de querer amplar ‘uma hipotese somente para “enfeité-la”. Deve se ter sempre em mente a melhor com preensao, explicasao e resposia ao problema itwestigado. Através da definicao de hipsteses, o pesquisador encontra maior especiatizacio do tema e especificacao dos objetivos da pesquisa, bem como das variaveis a serem observa, das no esiudo. Normalmente, as hipsteses resultam da relagao entre duas varidvels, Varidvel é todo aquele elemento ou caracteristica que varia em um determinado fe- nomeno. Esse elemento pode ser observado, registrado e mensurada. As variaveis sio, Portanto, aspectos observaveis de um fendmeno, os guais podem apresentar veriayoes mudancas ¢ diferentes valores em relagio a um dado fenomeno ¢ entte fenomenos Classificazao das Variéveis As vatléveis se classificam segundo o nivel de especifcagéo, o cardter escalar e a posigio que ocupem em suas relasdes. De acordo com 0 nivel de especificagdo ou abstracio das variéveis, encontramos a seguinte classificacao: 04 Fundomenio: de Metodologian Cap. 6 a) Variéveis gerais: sio aquelas que nao podem ser imediatamente mensuradas. b). Varidveis intermediérias: sio aquelas que so mais concretas e mais préximas da realidade empirica ©) Variiveis empiricas: sio aquelas que indicam diretamente os elementos e/ ou ca racteristicas a serem observadas ¢ medidas. ‘Assim, podemos decompor uma varidvel geral em elgumas intermediarias ¢, a par- tir destas, chegar as mais especificas, isto 6, as varidveis empiricas. Exemplificando com o fenémeno da violéncia urbana, podemos identifica: me vatidvel geral: estudo das caracteristicas dos individuos que praticam a violéncia. mt varidvel intermedidria: estudo das caracteristicas psicologicas e intelectuais dos individuos que praticam a violéncia, m_varidvel empirica: medig0 do QI dos elementos que praticam atos violentes. ‘A outra classificacdo diz respeite as formas de mensuracao, ou soja, As escalas de mediggo dos valores ou atributos das varidveis (Richardson, 1935:69) Nessa classificacdo, temos: a). Varidveis nominais: relacionam-se & mensuragfo da varisvel tomando-se classes ou categorias distintas, obedecendo a um critério classificatsrio, Por exemplo: es tado civil — salteiro, casado, vitivo, desquitado e outros, b) Varidveis ordinais: sa0 aquelas caracteristicas ou fatores ordenados para efeito de melhar quantificacio. Estabelece-se uma ordem hierérquice entre os elemen- tos, porém nio existe uma distancia equivalenie nos graus de hierarquiza¢ao. Exemplo: a varidvel nivel socivecondmico pode ser considerada ordenacamente como: me classe alta; wm classe média alta; mi classe media; me classe baixa, 6). Varidveis intervalares: so aquelas que possuem as caracteristicas das varidveis anteriores, porém podem ser apresentadas com intervalos, distincias iguais. Pre~ cisam de algum tipo de unidade fisice de meciiglo. Exemple: estudo da varidvel faixa etaria de determinados grupos, renda familiar etc. @) Varldveis de razio: sio vatidveis que supdem um zero absoluto erm iermos de medida. Retinem as propriedades das demais varidveis. Esse tipo de variavel nfo é muito usado em estudos nas dreas das Ciéncias Humanas, A terceira classificagao € aquela que toma como ctitério a posigio € a relacéo que se estabolecom entre elas, A varidvel indepencente ¢ aquela que surge come contribuinte, causa ou clemento determinador da varidvel dependente (efeito). Na relacao entre as va: riaveis independentes e dependentes, podem surgir as varidveis antecedentes ¢ as varid veis intervenientes. A varidvel antecede enquanto a variavel inter ridvel independente e dey Essa forma de classi nada situagéo, a varidvel Exemplificando: Zz | vatlavel antecedente desemprego Na hipstese segui (Grupos familiare Variavel independ Variivel depender Varidvel interveni vidade). Graficamente, tert Justif c Ao trabalhar com parie das situagbes, qa Guentitativa de seu cor E bom ressltar 5 lo qualitanva, ele 86 cagio cientifica. Hipotese e Teoria ‘Como analisames ant Gientifica, Ela surge di: fendmeno, cente mensuradas. e mais proximas da s elementos ¢/ ou ca- amediérias e, a par- s identificar raticam a violéncia cas ¢ Intelectuats dos am atos violentos. vu seja, As escalas de » + tomando-se classes Srio. Por exemplo: es- d dos para efeito uticerentre os elemen- 3 de hierarquizacie. ‘ada ordenadamente isticas das varidveis, fistancias iguais, Pre- ‘ar estudo da varidvel woluto em termos de Esse tipo de variével anes. Sao e a relagio que se 22 como coniribuinte, Vn foentre as va ecodentes ¢ as vari Cap 6 _A Pesquiso Clentfica ¢ 6 Inicagie Cierlifica 85 A varidvel antecedente explica e justifica o apatecimento da varidvel independente, enquanto a varidvel interveniente pode refarcar, modificar ou eliminar a relacao da va. rigvel independente 2 dependente Essa forma de classificago € considerada como contextual; assim, em uma determi- nada situacao, a variavel independente pode tomar-se dependente e vice-versa Fxemplificando z x w varével—_veriével verlavel antecedents ai dependente mnigragao variavel desorganizagio intervenionte da familia descmprego influencia de \aloresicontexto urbano > Na hipétese seguinte, podemos identificar as varidvels estudadas “Grupos familiares carentes que migram tendem & desorganizacao interna.” Variavel independente: processa de migracio. Varidvel dependente: desorganizagio interna do grupo familiar Variavel interveniente: a frustracéo (0 bloqueio conduz a frustragio e esta a agressi- vidade), Graficamente, temos: Justificativa Relacao Efeito 06 wy “ Ao trabalhar com © conceito de varidveis em uma pesquisa é importante, em boa parte das situacSes, que o pesquisador ndo se deixe dominar pelo quadzo exclusivamente ‘quantitativo de seu contetido. E bom ressaltar que, se a quantificacéo serve como um dos referenciais & interpreta io qualitativa, ele s6 tem relevancia quando incluido em uma forma dialética de exphi- cagio cientifica Hipétese e Teoria ‘Como analisamos antoriormente, a hipétese é um requisito indispensével na pesquisa cientitica, Ela surge da familiaridade que 0 pesquisador obtém atraves da abservacao do fendmeno. 4 _Fundamentos de Matedelagia Cop. & A hipétese pode entéo ser considerada como a formulagio de uma teoria proviséria, ou sea, uma pressuposigo que procura tomar intelgivels os dados de um feriomeno.. ‘A hipétese, apés testes e provas, & comprovada ou refutada no estudo. 4 rejeigao de | uma hipsiese nio significa que a pesquisa tenha sido invalidada, porém o pesquisedor | deve preocuper-se em enunciar hipéteses que ndo precisem ser abandonadas, Quendo a bipotese submetida a teste é comprovada como verdadeite, sob determinadas concicées, ansforma-ce om teoria cientifica Dito de outra forma, toda teoria possui um carter hipotético, isto é, as teorias po- dem ser corrigidas, ampliadas e reformuladas. As teorias, manifestando-se como hipote- ses, oferecem condicdes paca explicar e predizer fendmenos, mantendo viva a necessidade de novas investigagées ¢ alimentando constantemente 0 processo de construgio da Ciéncia. Amostra Probabilisties Nesse tipo de amostragem de serem escolhidos, $80 s dade igual para todos 0s ¢ Para operacionalizat mentos que formam 0 pop tado, se possa selecionar Pode-se usar desde 0 sim ficamente e que aparecers Acl Amostra casua selegio é realizada com ba ma probabilidade de ser it Oexemplo a seguir Cientifica (1979:52). Supon! de uma populagéo de cine de casos: AB, AC, AD, AE papel, colocam-se os dex F sorteio. Os dois casos sort Quando a populacio por stia colocagio ou Ro amostra casual Sistematice AQ Amostea casuz dida, formando 05 estrate: minado critério ou atribut Obtém-se, posterior bamosiras sao reunidas ps “0 ideal 6 que, a0 pl bre 09 estratos a serem w (Lakatos & Marconi, 1983: O ntimero de estratc total A-3 Amostra por @ apresenta como variagio « char ao conjunto final, o« a0 sorieio, formando a an Sao conglomerados O pesquisador pode dendo das necessidades colha a partir da divie aleatoriamente, Ack Amostra por munidade e quando ndo

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