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Antologia Poética/Português

Escola Secundária Artística António Arroio


Disciplina: Português
2007/2008

Antologia Poética Feita Por:


Raquel Nunes
Nº20 10ºF
Antologia Poética/Português

Índice
Páginas:
♣ Introdução…………………………………………………………………………………………3

♣ Poemas:
¶ Esta Gente/Essa Gente
Ana Hatherly…………………………………………………………………………….4
¶ Há Palavras Que Nos Beijam
Alexandre O’Neill………………………………………………………………………5
¶ Poema da Auto-Estrada
António Gedeão…………………………………………………………………………6
¶ Noites de Encantamento
Carlos Peres Feio……………………………………………………………………….7
¶ As Palavras
Eugénio de Andrade….……………………………………………………………….8
¶ Autopsicografia…..………………………………………………………………..……9
¶ Canção…………………………………………………………..…………………………10
¶ Liberdade
Fernando Pessoa…………………………….…………………………………………11
¶ Amar!
Florbela Espanca.................................................................................12
¶ [Amor é um fogo que arde sem se ver,]………………………………………..13
¶ [Aquela triste e leda madrugada,]
Luís Vaz de Camões………………….……………………………………………….14
¶ O búzio
Manuel Rui..…………………………………………………………………………….15
¶ Quase
Mário de Sá-Carneiro..……………………………………………………………….16
¶ Instrução Primária…………………………………………………………………….17
¶ Viagem
Miguel Torga..…………………………………………………………………………..18
Antologia Poética/Português

¶ O Sonho
Sebastião da Gama…………………………………………………………………...19

♣ Sophia de Melo Breyner Andresen:


¶ Biografia……………………………………………………………………………….…20
¶ De Um Amor Morto…………………………………………………………………..21
¶ Há Muito………………………………………………………………………….………22
¶ Porque
Análise…………………………………………………………………………………….23

♣ Letras de Músicas:
♪ Ponto Zero……………………………………………………………………………….26

♣ A Escolha………………………………………………………………………………………….27

♣ Conclusão…………………………………………………………………………………………28

♣ Bibliografia………………………………………………………………………………………29
Antologia Poética/Português

Introdução
O objectivo deste trabalho, no âmbito da disciplina de Português, era fazer a
selecção de vinte dos nossos poemas preferidos e explicar as nossas escolhas.
Tínhamos liberdade quanto ao modo de apresentação, podíamos também fazer
análise de alguns poemas, arranjar imagens que tivessem a ver com os poemas, etc.
Depois de na pesquisa ter encontrado poemas que ainda não conhecia mas
que, de um modo ou de outro, vão ao encontro do meu sentir, procedi à selecção dos
vinte textos que mais significado tiveram para mim. Finalmente, e de acordo com a
minha interiorização dos textos, procurei imagens para os ilustrar.
… esta minha Antologia Poética que agora vos proponho como fruição.
Antologia Poética/Português

Esta Gente/Essa Gente


O que é preciso é gente
gente com dente
gente que tenha dente
que mostre o dente

Gente que seja decente


nem docente
nem docemente
nem delicodocemente

Gente com mente


com sã mente
que sinta que não mente
que sinta o dente são e a mente

Gente que enterre o dente


que fira de unhas e dente
e mostre o dente potente
ao prepotente

O que é preciso é gente


que atire fora com essa gente

Ana Hatherly
Antologia Poética/Português

Há palavras que nos beijam


Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas


Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama


Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam


Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Alexandre O’Neill, No Reino da Dinamarca


Antologia Poética/Português

Poema da Auto-Estrada
Voando vai para a praia como um punhal que se enterra.
Leonor na estrada preta. Tudo foge à sua volta,
Vai na brasa, de lambreta. o céu, as nuvens, as casas,
e com os bramidos que solta,
Leva calções de pirata, lembra um demónio com asas.
vermelho de alizarina,
modelando a coxa fina, Na confusão dos sentidos
de impaciente nervura. já nem percebe Leonor
como guache lustroso, se o que lhe chega aos ouvidos
amarelo de idantreno, são ecos de amor perdidos
blusinha de terileno se os rugidos do motor.
desfraldada na cintura.
Fuge, fuge, Leonoreta
Fuge, fuge, Leonoreta:
Vai na brasa, de lambreta.

Agarrada ao companheiro
na volúpia da escapada
pincha no banco traseiro
em cada volta da estrada.
Grita de medo fingido,
que o receio não é com ela,
mas por amor e cautela
abraça-o pela cintura.
Vai ditosa e bem segura.

Vai na brasa, de lambreta.

António Gedeão, Poesia Completa

Com um rasgão na paisagem


corta a lambreta afiada,
engole as bermas da estrada
e a rumorosa folhagem.
Urrando, estremece a terra,
bramir de rinoceronte,
enfia pelo horizonte
Antologia Poética/Português
Antologia Poética/Português

Noites de Encantamento
pequeno tributo
aos que nas ruas caminham
música na cabeça
versos atrás dos olhos,
aos que respiram
dança, canto,
representação,
aos que tudo cozinham
fabricantes do sonho
que no palco
recriam vida,
delírio, paixão
ópera, opereta
flores-de-lis, margaridas
à beira do caminho

Carlos Peres Feio, podiamsermais


Antologia Poética/Português

As Palavras
São como cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
Um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.


Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
As águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Eugénio de Andrade, Coração do Dia


Antologia Poética/Português

Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,


Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda


Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Fernando Pessoa, Obra Poética


Antologia Poética/Português

Canção
Sol nulo dos dias vãos,
Cheios de lida e de calma,
Aquece ao menos as mãos
A quem não entras na alma!

Que ao menos a mão, roçando


A mão que por ela passe,
Com externo calor brando
O frio da alma disfarce!

Senhor, já que a dor é nossa


E a fraqueza que ela tem,
Dá-nos ao menos a força
De a não mostrar a ninguém!

Fernando Pessoa
Antologia Poética/Português

Liberdade
Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.

O rio corre, bem ou mal,


Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa…

Livros são papéis pintados com tinta.


Estudar é coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quando há bruma,


Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças…


Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luas, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

O mais que isto


… Jesus Cristo
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca…

Fernando Pessoa, Obra Poética


Antologia Poética/Português

Amar!
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui…além…
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente…
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...


Prender ou desprender? … mal? … bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:


… preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz foi para cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada


Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder…para me encontrar…

Florbela Espanca, Charneca em Flor


Antologia Poética/Português

[Amor é um fogo que arde sem se


ver,]
Amor é um fogo que arde sem se ver,
… ferida que dói e não se sente;
… um contentamento descontente;
… dor que desatina sem doer.

… um não querer mais que bem-querer;


… um andar solitário entre a gente;
… um nunca contentar-se de contente;
… um cuidar que ganha em se perder.

… querer estar preso por vontade,


… servir a quem vence o vencedor,
… ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor


Nos corações humanos amizade,
Se tão contraditório a si é o mesmo Amor?

Luís Vaz de Camões


Antologia Poética/Português

[Aquela triste e leda madrugada,]


Aquela triste e leda madrugada,
Cheia toda de mágoa e de piedade,
Enquanto houver no mundo saudade
Quero que seja sempre celebrada.

Ela só quando, amena e marchetada,


Saía, dando ao mundo claridade,
Viu apartar-se d’ua outra vontade,
Que nunca poderá ver-se apartada.

Ela só viu as lágrimas em fio,


Que duns e doutros olhos derivadas,
S’acrescentaram em grande e largo
rio;

Ela viu as palavras magoadas,


Que puderam tornar o fogo frio
E dar descanso às almas condenadas.

Luís Vaz de Camões


Antologia Poética/Português

O búzio
Fecha só os olhos meu amor. E devagar
escuta os mesmos sons. A água
escorre para a sede quente:
areia de pés nus.

Encosta só o ouvido. Respira


esta harmonia deste corpo. Os mesmos sons
projectos do tamanho deste mar.

Suave esta espiral. Flauta de ruídos


para ouvir.
E não se parte o corpo. Só pelos sons
os mesmos sons. Tocata para um dia.

Escuta. Compara. Não vês a diferença


entre o cantar e o ser
de uma alegria?

Manuel Rui, Cinco Vezes Onze Poemas em Novembro


(Angola)
Antologia Poética/Português

Quase
Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul – eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa…
Se ao menos eu permanecesse aquém…

Assombro ou paz? Em vão…Tudo esvaído


Num baixo mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dor! – quase vivido…

Quase o amor, quase o triunfo e a chama,


Quase o princípio e o fim – quase a expansão…
Mas na minh’alma tudo se derrama…
Entanto nada foi só ilusão!

De tudo houve um começo…e tudo errou…


- Ai a dor de ser–quase, dor sem fim… -
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou…

Momentos de alma que desbaratei…


Templos aonde nunca pus um altar…
Rios que perdi sem os levar ao mar…
Ânsias que foram mas que não fixei…

Se me vagueio, encontro só indícios…


Ogivas para o sol – vejo-as serradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios…

Num ímpeto difuso de quebranto,


Tudo encetei e nada possuí…
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi…
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
Um pouco mais de sol - eu fora brasa,
Um pouco mais de azul – eu fora além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa…
Se ao menos eu permanecesse aquém…

Mário de Sá-Carneiro, Dispersão


Antologia Poética/Português

Instrução Primária
Não saibas: imagina…
Deixa falar o mestre, e devaneia…
A velhice é que sabe, e apenas sabe
Que o mar não cabe
Na poça que a inocência abre na areia.

Sonha!
Inventa um alfabeto
De ilusões…
Um á-bê-cê secreto
Que soletras à margem das lições…

Voa pela janela


De encontro a qualquer sol que te sorria!
Asas? Não são precisas:
Vais ao colo das brisas,
Aias da fantasia…

Miguel Torga, Diário IX


Antologia Poética/Português

Viagem
Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé do marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar…
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos).

Prestes, larguei a vela


E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura…
Mas corto as ondas sem desanimar,
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.

Miguel Torga, Câmara Ardente


Antologia Poética/Português

O Sonho
Pelo Sonho é que vamos,
Comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
Pelo Sonho é que vamos.

Basta a fé no que temos


Basta a esperança naquilo
Que talvez não teremos.

Basta que a alma dêmos,


Com a mesma alegria,
Ao que desconhecemos
E ao que é do dia-a-dia.

Chegamos? Não chegamos?

 Partimos. Vamos. Somos.

Sebastião da Gama, Pelo Sonho é que Vamos


Antologia Poética/Português

Biografia

Nasceu no Porto a 1919. Tem origem dinamarquesa do lado


paterno.
Depois de casada, a escritora teve cinco filhos que mais
tarde a incentivaram a escrever contos infantis. Esta escritora
portuguesa contemporânea escreveu tanto poesia como ficção.
Em 1964 recebeu o Grande Prémio de Poesia pela
Sociedade Portuguesa de Escritores por O Livro Sexto.
Sophia de Mello Breyner Andresen foi também tradutora
de Dante, Shakespeare, Eurípides e Claudel.
Foi a primeira mulher portuguesa a receber o Prémio
Camões, em 1999. Recebeu também o Prémio de Poesia Max Jacob e o Prémio
Rainha Sophia de Poesia Ibero-Americana.
Aos 84 anos, em 2004, a escritora faleceu, mas deixou-nos uma vasta obra
poética e alguns contos.

Algumas obras:
♠ Poesia ♠ O Nu na Antiguidade Clássica
♠ O Dia do Mar ♠ Antologia
♠ Coral ♠ O Nome das Coisas
♠ Mar Novo ♠ Navegações
♠ A Menina do Mar ♠ Histórias da Terra e do Mar
♠ A Fada Oriana ♠ Árvore
♠ Noite de Natal ♠ Ilhas
♠ O Cristo Cigano ♠ Musa
♠ Livro Sexto ♠ Signo
♠ Contos Exemplares ♠ O Búzio de Cós
♠ O Cavaleiro da Dinamarca ♠ Orpheu e Eurídice
♠ O Rapaz de Bronze ♠ Primeiro Livro de Poesia
♠ Geografia
♠ A Floresta
♠ Grades
♠ Dual
Antologia Poética/Português
Antologia Poética/Português

De Um Amor Morto
De um amor morto fica
Um pesado tempo quotidiano
Onde os gestos se esbarram
Ao longo do ano

De um amor morto não fica


Nenhuma memória
O passado se rende
O presente o devora
E os navios do tempo
Agudos e lentos
O levam embora

Pois um amor morto não deixa


Em nós seu retrato
De infinita demora
… apenas um facto
Que a eternidade ignora

Sophia de Mello Breyner Andresen, Geografia


Antologia Poética/Português

Há Muito
Há muito que deixei aquela praia
De grandes areais e grandes vagas
Mas sou eu ainda quem na brisa respira
E é por mim que espera cintilando a maré vasa

Sophia de Mello Breyner Andresen, Dual


Antologia Poética/Português

Porque
Porque os outros se mascaram mas tu não.
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.

Porque os outros são túmulos caiados


Onde germina a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem


E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos


E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

Sophia de Mello Breyner Andresen, Mar Novo


Antologia Poética/Português

Análise
Este poema é constituído por 13 versos agrupados por uma quadra e três
tercetos.
O esquema rimático é abaa/caa/dea/ffa, sendo a rima cruzada, emparelhada
e um verso branco na quadra; um verso solto e rima emparelhada no primeiro
terceto, três versos brancos na estrofe a seguir e rima interpolada e um verso branco
na última estrofe.
Se salientar, a repetição anafórica da conjunção subordinada causal «porque»
que, ao longo de todo o poema, serve para comparar o «tu» com os “outros”, sendo
que o “eu” poético vê este “tu” como alguém que faz o que é certo, mas não tem
medo de arriscar. Por isso considero que o poema se desenvolve todo à volta da
distinção que o sujeito poético faz entre o “tu” e “os outros”.
Poema sobre os problemas da sociedade uma vez que “os outros” se
mascaram para se esconder, se vendem e se compram porque só assim podem
conseguir alguma coisa na vida, e, calculistas, vão à sombra dos abrigos porque têm
medo que lhes aconteça alguma coisa. E é assim que o “tu” se destaca. Este “tu” faz
o contrário dos outros porque quer alterar a sociedade, ou então apenas ser
diferente e não cometer os mesmos erros que “os outros” comete(ra)m.
O sujeito poético admira este “tu” porque ele se destaca, preza este “tu” pela
maneira dele ser, pelas decisões que toma e pelas suas acções , porque é diferente
de todos os outros.
Antologia Poética/Português
Antologia Poética/Português

Ponto Zero
Eu tento ler-te
Em cada frase tens um mistério Talvez me possas dar uma luz
Que eu não desvendo Tudo o que eu peço é um sinal
Embora às vezes Eu não quero acesso
Esteja quase, esteja quase. A todos os teus segredos
O teu silêncio Mas só alguns
Mais parece o ponto final
Volto atrás, tento entender Eu quero entrar no teu enredo
Mas não sou capaz. Mas tenho medo.

Eu quero entrar no teu enredo Eu não peço o acesso


Mas tenho medo de não A todos os teus segredos
Conseguir passar do que faço Mas só alguns, só alguns.

Talvez me possas dar uma luz


Tudo o que eu peço é um sinal Clã, Cintura
Eu não quero acesso (letra da música anexada no e-mail)
A todos os teus segredos
Mas só alguns, só alguns.

Dá-me um indício
Mesmo o contrário contraditário
Dá-me a palavra
Que eu vou procurá-la ao dicionário.

Eu quero entrar no teu enredo


Mas tenho medo de não
Conseguir passar do que faço

Dá-me uma chance


… tudo o que eu quero
… muito mau ler um romance
Sem sair do ponto zero
(sem sair do ponto zero).
Antologia Poética/Português

A Escolha
Todos estes poemas têm significado para mim: com alguns identifico-me,
noutros encontro algo que queria fazer ou sentir, outros representam a nossa
sociedade e ainda há aqueles de que gosto muito, mas por nenhuma razão em
especial, só pelas palavras e pela forma como elas nos tocam.

Foi assim que fiz esta selecção: li, procurei, reli, analisei, voltei a reler, e então
encontrava o poema que se encaixava numa das categorias acima mencionadas.

Outra coisa a que tive atenção durante a minha escolha e procura foram os
autores. Nos manuais em que procurei li todos os poemas para ver de quais gostava
mais, mas quando fui a procura de livros apenas procurei os meus poetas
preferidos: Sophia de Mello Breyner Andresen, Miguel Torga, Fernando Pessoa e,
embora possa não parecer, Camões.
Antologia Poética/Português

Conclusão

Organizar esta antologia poética superou as minhas expectativas: tem mais e


melhores imagens do que eu esperava e poemas de que gosto muito, com especial
significado para mim e dos meus autores preferidos.

A música que eu seleccionei é Ponto Zero e escolhi-a por causa das palavras,
das frases e da forma como elas me tocam; e essa é, como já referi, uma das razões
da minha preferência por alguns dos poemas que incluí nesta antologia poética.

Embora nela não tenha inserido muitos dos textos que eu seleccionei no
início, conheci outros poemas, poetas e as suas obras. Posso, por isso, afirmar que
este foi um trabalho enriquecedor e que me deu prazer efectuar.
Antologia Poética/Português

Bibliografia
♣ Andresen, Sophia de Mello Breyner. O NOME DAS COISAS. Editorial
Caminho. Edição definitiva. Fevereiro de 2004.

♣ Feio, Carlos Peres. podiamsermais. Junta de Freguesia de Carcavelos e


Associação Cultural de Cascais.

♣ Palma, Constança; Paixão, Sofia. Ponto e Virgula 8. Texto Editores. 1ª


Edição; Lisboa 2005. Páginas 198 – 227.

♣ Pinto, Elisa Costa; Baptista, Vera Saraiva. Plural – Língua Portuguesa


9ºano/3ºCiclo. Lisboa Editora. 1ª Edição; Lisboa 2006. Páginas 266 – 294.

♣ Pinto, Elisa Costa; Fonseca, Paula; Baptista, Vera Saraiva. Plural – Português
10ºano/Ensino Secundário. Lisboa Editora. Lisboa 2007. Páginas 201 – 291.

♣ Soares, Mário. Os Poemas da Minha Vida. PÚBLICO. 2ªEdição; Lisboa 2005.

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