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ESTEREO PELOS EDITORES DA REVISTA MONITOR DE RADIO E TELEVISAO a EDIGCGOES MONITOR CAIXA POSTAL, 30.277 - S, PAULO - BRASIL LIVROS TECNICOS QUE NAO PODEM FALTAR NA SUA BIBLIOTECA. Hi |\EDICOES MONITOR \Utilissima série que muito o auxiliard no exercicio de sua profissao. SDA REVISTA MONITOR DE OTR REVISAO BANCADA ‘a contend clon, cartaney ‘de rao’ cstudante © timo ‘usiliar Pa Cat strangeitos, a vl ‘para o-profizsional. C \S, prinetpl acho “de seu ‘Drip seco de TSO eT a RUA DOS TIMBIRAS, 263 - CAIXA POSTAL 30.277 - S.PAULO - SP-2 a AOS NOSSOS LEITORES fois Em abril de 1955 publicamos, no Revista Monitor de Radio e Televisdo, © primeiro de uma série de artigos sébre um assunto entéo desconhecido: Alta-Fidelidade. Hoje em dia no hé técnico que ndo tenha ouvido falar em Hi-Fi tagem e reparacdo désses aparelhos é, para. alguns técnicos, uma especialidade altamente lucrative, Tendo colaborado, na medida de nossas possibilidades, para a difuséo dos técnicos de alta-fidelidade no terri- tério nacional, tivemos ocasiéo de ob- server a quase completa auséncia de livros ov manuais técnicos, em lingua portuguésa, que tratem do assunto. Com © intuito de preencher, ao me- nos em parte, essa lacuna, estamos publicando, sob a forma de antologic, 0s artigos sébre alta-fidelidade que figuraram nas paginas de nossa revista nos dltimos anos. Aqui os leitores encontrado artigos cobrindo todos os aspectos teéricos praticos da alta-fidelidade, incluindo pre- amplificadores, alto-falantes, toca-discos € muitos outros, incluindo varios circvitos, dedicados aos montadores, que foram testados @ aprovados em nossos labora- tories. A fim de facilitar 0 uso desta antologia como obra de referéncia, os artigos foram classificados por assunto ¢ dispostos em secdes. Esperamos que nossa modesta contri buigéio auxilie a todos, veteranos ov noveles, tornando-se, tanto para uns como pera outros, um manual dtil no desempenho de sua profissdo. ea mon- Os Editéres PESQUISADOR, DE SINAIS OR-$5-B ° cprapor DE SINAIS one cprapor pe SINAIS on-so-r A CRT-401 y Motu, campact, alla gree, pra pert A a crr-so1 canacrenestieas cag entre 810 KEL 6216 ie « cada de Sea BENS Aa Bienen: a1 SE oh acs APAPTADOR DE VALVULAS RT-1300 Para ser_usado cm conjunto. com Oficina Portal, GeRADOR DE RARRAS CH ~ Mod, 106 AGNENDA, NAS casas po RAMO OU DIRETAM RADIOTECNICA AURORA 5.8 Rua Timbiras, 263 - Caixa Postal 5009 SAO PAULO - SP-2 INTRODUCAO fo CAPITULO A ALTA-FIDELIDADE © QUE € ALTA-FIDELIOZ0E AS CURVAS DE GRAVACKO. INVERSORES DE FASE EUIMINACRO DO RONCO ‘A REALIMENTAGAO NEGATIVA AMPLIFICAGAO ULTRALINEAR OSCILAGOES PARASITICAS DIAMANTE, © MELHOR AMIGO DO DISCO FONOGRAFICO CAPSULAS FONOGRAFICAS DE CRISTAL E CERAMICAS MOTORES PARA FONOGRAFOS Todos os direitos de reproducdo, parcial ou total, reservados pela Editéra O QUEE ALTA-FIDELIDADE HI-FI (High-Fidelity), ou seja, “Alta-Fide- lidade", conquistou, durante os dltimos anos, invulgar popularidade na América do Norte, despertando 0 interésse de grande parte do Piiblico norte-americano, apesar da enorme concorréncia oferecida pela televisio naquele pais. As razées désse repentino surto de interésse pela “HI-FI” podem ser atribuidas a varios fatdres, dentre os quais se destacam os seguin- tes: depois de 1947 surgiram nos Estados Uni os os primeiros transmissores de freqiténcia modulada, gracas aos quais a misica irradi da possuia qualidade muito superior a das transmisses comuns de AM; vindos da Europa surgiram os primeiros gravadores magnéticos, que possibilitavam uma gravacéo muito supe- rior & dos discos comuns e, finalmente, surgi- ram os discos LP (“Long-Play” ou “Micros- sulcos") que colocavam a disposicio dos audi6- filos uma fonte de som de altissima qualidade. Foram os amadores os primeiros no desen- volvimento dos novos circuitos e componentes, embora a indistria especializada no fabrico de equipamentos para emissoras também tenha contribuido muito neste setor. Quais as exigéncias impostas a um amplifi- cador para que possa ser denominado pela ex- pressio “alta-fidelidade"? 1) A distorcio harménica deve ser inferior a 1%, & poténeia nominal do amplifica- dor. 2) A distoreSo por intermodulacto niio deve ser maior que 2%, & poténcia nominal, HI-FI- ANTOLOGIA 3) A poténcia nominal de saida deve ser su- perior a 10 watts. 4) A resposta de freqiiéncias deve abran- ger, pelo menos, as freqiiéncias audiveis, de aproximadamente 30 até 15000 Hz, com variacéo maxima de + 3 dB. 5) © nivel de ruido e ronco deve estar 60 a 70 4B abaixo da poténcia nominal. 6) © conjunto deve possuir controles de to- nalidade ¢ equalizacdo ajustaveis, com aleance suficiente para a reproducao cor- reta de discos de téda espécie, gravacées de fita magnética, radio, ete.. Entende-se por “istoreio por intermodula- edo” a influéncia de uma freqiiéncia baixa e de grande amplitude sobre uma freqliéncia ele- vada, porém de pequena amplitude, introdu- zidas simultaneamente na entrada do amplifica- dor. Se tédas as vilvulas do amplificador nio trabalharem na parte reta de suas caracteristi- cas, entéo as grandes amplitudes da baixa-fre- qiéncia alternarao 0 ponto de trabalho sobre a caracteristica, periddicamente. A freaiéncia ele- vada é entdo amplificada de um modo desigual durante os picos positives e negativos da fre- qiiéncia baixa, resultando assim @ modulacéo da freqiiéncia alta pela baixa. Na saida do am- plificador, a freqliéncia baixa ¢ eliminada por filtros e medida a modulacéo em poreentos da amplitude da freqliéncia elevada. Embora néo existam ainda freqiiéneias e re- lacdes de amplitude padronizadas para esta me- dida, a grande parte da inddstria usa 60 € 7000 Hz, na proporcéio de amplitude de 4 pa- ral. —%T A distoredo por IM é a mais desagradavel ao ouvido, pois os seus produtos nao tém relagio harménica com a nota fundamental, Isto dé a0 som um matiz dspero, facilmente perceptivel pelo ouvido, mesmo quando presente em peque- na_percentagemn. Um bom amplificador deve ter no maximo 1% de distorcio IM a um nivel de 1 watt (nf- vel médio a volume normal) e nos picos de poténcia néo deve ultrapassar o débro desta distorcao, Distorciio Harmonica. Quando injetamos um sinal sinusoidal puro num amplificador, obte- remos em sua saida, além déste, outras fre- qiténcias, harménicas da primeira, Nao existe SEM pisToReKo | cow oistone vein | bistorcéo pon 1m = 100x Fig, 1 = Medicio ¢ férmula para o céleulo de inter modulagao, uwando ‘um oscllosts in medicho a resttadon com 3% ou mals de datoreses amplificador algum que nao apresente esta distorcfio, mas consegue-se baixar a componen- te distorcida abaixo de 1%, a plena carga, A distoreéo harmonica € medida injetando- -se um sinal sinusoidal puro na entrada do am. plifieador, Na saida é ligado um filtro passa- altos que rejeita a freqiiéncia fundamental do sinal, mas deixa passar todas as freqiiéncias mais elevadas. Mede-se entdo o sinal restante, que é composto por tédas as harménicas em conjunto. Alguns fabricantes também indieam a dis- tribuico exata das harménicas (as componen- tes de 2+, 3, 4., 5.', ete., harménicas), porém esta medicio ¢ muito mais complicada e o seu valor é idéntico ao simplificado, Por éste motivo & pouco usado éste sistema, ~~ 8— Poténcia de saida, Sdbre esta grandeza hou- ve, e ainda hé, grandes divergéncias entre os peritos. Afirmam alguns que 5 watts séo sufi- cientes para uma boa reproducdo em salas nor- mais, pois 0 nivel médio de poténcia neste ca- so raramente ultrapassa 1 watt; outros afir- mam que 0 minimo deve ser de 20 watts, mas que é preferivel poténcia ainda maior, para haver reservas na reproducdo dos picos de mo- dulacko. A nosso ver, 10 watts sio necessérios e suficientes para a obtencio de uma boa re- produc&o, com volume normal; em salées maio- res, e para quem gosta de ouvir a misica qua- se no mesmo nivel que o existente num salao de concertos, & recomendavel projetar o am- plifieador para 20 a 25 watts. A medicéo da poténcia sempre deve ser acampanhada por uma inspecio visual do nal, por meio de um osciloscépio. Uma medicio simples é a seguinte: liga-se 4 saida do ampli- ficador uma resisténcia de valor igual A da im- pedancia nominal do amplificador, e igualmen- te a entrada de um osciloscépio. Vai-se aumen- tando a amplitude do sinal de entrada, obser- vando a forma da curva no osciloscépio. No momento em que se notar uma alteracdo na forma dos picos, ter-se-4 aleancado uma distor- clio aproximada de 5%. A medicio exata da tensio efetiva, neste ponto, dara a poténcia de saida, através da formula W = E?R. Ao observar a forma da curva no osciloscé- pio, deve-se prestar atencdo se o achatamento dos picos, ao se aumentar o sinal, aparece si- multineamente nos dois lados, pois de outra maneira 0 som produzido seré desagradavel. Resposta de freqiiéncia, Pelo uso de regene- raclio negativa e transformadores de saida de boa qualidade, nao 6 dificil construir amplifica- dores que tenham resposta uniforme através Fig. 2 — Amplificador ¢ equalizader comercial. ‘unidade contém {odes ox contriles de conjuate do espectro audivel de, digamos, 15 a 15.000 Hz, Isto seria amplamente suficiente, se nao existissem os transientes, ou seja, repentinas EDIGOES MONITOR mudaneas de volume, como aparecem, por exem- plo, ao ser tocada uma nota no piano ou num instrumento de percussio. Para conseguir re- produzir tal nota com maxima fidelidade, 6 ne- cessirio uma resposta plana até freqiiéncias 10 vézes mais elevadas que a fundamental; como as fundamentais vo até aproximademente 4000 Hz, um bom amplificador de alta-fidelidade deveria reproduzir até 40000 Hz, Na realidade, grande parte dos amplificadores comerciais ul- trapassa ainda bastante éste limite, néo para melhorar a resposta dos transientes, mas sim para poder aplicar realimentacio negativa su- ficiente. Sobre ste assunto trataremos em ou- tra parte desta série de artigos. Nivel de ruido, O nivel de ruido, ou ronco, & de grande importancia, sendo mais critico em rddios ou amplificadores comuns, por dois motivos 1 — Com discos long-play, ou transmissdes de FM, a dinamica 6 muito maior que com dis- cos comuns ou em transmissGes de AM, Com isto existem certamente passagens de misica a nivel baixissimo, que permitem ouvir clara- mente qualquer ronco presente no reprodutor. 2 — Os alto-falantes bons, especialmente fa- brieados para uma ampla faixa de freqiiéncia, reproduzem as freqiiéncias baixas com muito mais eficiéneia que os alto-falantes comuns. A freqiiéncia de ressondneia de um alto-falan- te comum de 12 polegadas esta normal- mente entre 80 e 120 ciclos, enquanto que um alto-falante de alta-fidelidade do mesmo tama- nho possui ressonancia entre 40 e 50 ciclos. Conseqiientemente, a menor componente de 60 ou 120 ciclos (provavelmente da retificacio) & perfeitamente audivel. A situacdo é agravada ainda pelo uso de bafles especiais, que acentuam. a reproducdo das notas graves. Nos amplificadores comerciais, geralmente esti indieado 0 nivel de ruido como sendo “70 @B abaixo da poténcia nominal de saida”, do éste um valor tipico. Esta designacio nao & muito correta, pois, com isto, dois amplifica- dores de poténcia nominal diferente, possuem nivel absoluto de ruido diferente, embora_am- bos tenham a mesma atenuacéo de ruido. Para © uso do amplificador é, porém, importante o ruido absoluto e, por isto, seria mais convenien- te indicar a atenuacio do ruido em relacéo a uma certa poténcia. Provavelmente a indis- tria usaré futuramente 0 nivel de 1 watt para esta comparacao, sendo que o nivel de 60 dB abaixo de 1 watt seria suficiente neste caso. © nivel de ruido compée-se do ronco e do chiado, Enquanto o primeiro é proveniente da HI-FI-ANTOLOGIA freqiténcia da corrente alimentadora, 0 chiado provém do seguinte: como tédas as cdpsulas de alta-fidelidade possuem tensio de saida bas- tante baixa, o fator de amplificacio forcosa- mente deve ser alto. Com isto, j4 adquire im- porténcia o rufdo gerado nas valvulas pelas pequenas irregularidades do fluxo de elétrons, bem como 0 ruido provocado por resisténcias ao serem atravessadas por uma corrente, Esta filtima fonte de ruido é climinada pelo uso de resisténcias especiais, ou pelo uso de resistén- clas de fio nos estagios preamplificadores; 0 ruldo de valvulas 6 atenuado pela escolha cui- dadosa das mesmas, ou por circuitos especiais. A ligacdo “cascode”, por exemplo, jé tanto usa da nos circuitos de entrada para receptores TV, esta sendo adaptada para a entrada dos preamplificadores de audio. Contréles de tonalidade e equalizacio. A. grande maioria dos amplificadores de HI-FI es- Fig. $ — Altoctalante tipico de altatidelidade, Note-re Drlielpalmente ota. Bandere # comets Sentral pataan irequenctaa situs, —9- ta subdividida em 2 ou 3 unidades: 0 pream- plificador forma a primeira unidade, 0 amplifi- cador forma a segunda e, em alguns casos, a fonte de alimentac&o separada forma a tercei- ra, Esta separacio do preamplifieador dos de- mais componentes do sistema (amplificador de poténcia e fonte de alimentacio) é feita por dois motivos: procura-se evitar qualquer influ- @ncia dos estagios finais sdbre os de baixo ni- vel, e porque na pratica prefere-se separar os alto-falantes do toca-discos. O amplificador de poténcia fica entéo junto aos alto-falantes, en- quanto que o preamplificador é colocado jun- to ao toca-discos, © amplificeador de poténcia nfo possui con tole algum, a resposta de freqiléncia é linear @ a tensio de entrada, para poténcia nominal maxima, € geralmente de 1 a 2 volts efetivos. ‘Todos 0s contrdles esto dispostos no pream- plificador, inclusive a chave para ligar e desli- gar 0 conjunto. A entreligacio é feita por meio de cabos de varios fios. ‘Todos os preamplificadores possuem pelo menos 4 contréles. O primeiro permite sele- cionar entre 3 ou 4 diferentes curvas de res- posta, para adapté-las as diferentes curvas de gravacko, Sdbre éste problema das curvas de gravacio publicaremos um artigo em separado, pois 0 assunto é complexo demais para ser tra- tado neste artigo. Para o momento basta in- dicarmos que a chave permite escolher algu- mas curvas diferentes de equalizacao e, em al- guns casos, permite ainda escolher entre as diversas outras fontes de audiofregtiéncia —10— (receptores de radio ou TV, gravadores de fita, microfone, ete). Os controles de tonalidades sempre sao dois, um atuando sobre os graves 0 outro sobre os agudos. Geralmente permi- tem tanto a atenuacéo como o destaque de ambos 0s lados do espectro. © contréle de volume classico esté desapa- recendo lentamente nestes preamplificadores, dando lugar ao “controle de intensidade de som” (loudness-control). Estes controles modi- ficam a curva de resposta do conjunto, de acér- do com o nivel de volume reproduzido; nos ni- veis baixos, tanto as freqiiéncias baixas, co- mo as altas so destacadas em relag&o as mé- dias, para compensar a menor sensibilidade do ouvido humano em relacdo a estas frequén- s, quando 0 volume & baixo. Neste caso os contréles de tonalidade s6 servem ainda pa- ra adaptar 0 conjunto as condicées acisticas da sala. Isto tedricamente, porque na pratica € necessirio ajusté-los adicionalmente ao con- trdle de equalizacdo, porque as curvas de gra- vacdo freqiientemente no combinam com as usadas tedricamente. Alguns dos preamplificadores incluem um quinto contréle, que corta a curva de resposta a partir de certa freqiiéncia limite. Bste con- trdle & usado quando sao tocados discos com muito chiado. Contréles desta natureza, bem desenhados, proporeionam atenuacéo de 20 a 30 dB por oitava, acima da freqiiéncia limite, e permitem assim uma atenuacdo pronunciada do chiado do disco, sem contudo baixar muito © “brilho” de reprodu: EDICOES MONITOR AS CURVAS de GRAVACAO Ao gravar um disco fonografico é necessario atenuar as freqiiéncias baixas porque estas, para a mesma intensidade sonora, possuem amplitudes muito maiores que as freqiiéncias altas. Ajustando-se 0 sinal de gravacéo para que, com os grandes desvios, a agulha gravadora, nas freqiiéncias baixas, néo entre nos sulcos adjacentes, as freqiléncias elevadas seriam gra. vadas com to pequena amplitude que o ruido inerente a gravacéo cobriria totalmente os mesmos. Neste caso, falar-se-ia de uma grava- ‘co com velocidade constante, subentendendo-se como velocidade © caminho real percorrido pela agulha gravadora por segundo, Se esta velo- cidade for de 1 milimetro por segundo e a frequéncia de 1 Hz, entéo a amplitude de desvio teria de ser de % de milimetro para cada lado da posicio normal, Este desvio di- minuiré de forma inversamente proporcional & freqliéneia; ja a freqiiéneia de 1000 Hz seria gravada com amplitude de pico e pico de 1/2000 de milimetro e 10000 Hz representa- riam um desvio total de 1/20000 de milimetro, it PREG. Fig. 1 — Impedanela de um elreulto HC. 0 ponte de transigie 6 definide come ine dus indo. m intersecio Enquanto que nas freqliéncias baixas os desvios seriam normais, nas freqliéncias altas desapa- receriam entre as mindsculas irregularidades da superficie do sulco cortado. “LOCIDADE RELATIVA (8) 35 OS TE FREQUENCIA EM CI incon, sravados elétricamente, so! Fe pecinimente Por esta razio adotou-se o seguinte pro- cesso: até certa freqiéncia (partindo das fre- giiéncias baixas) grava-se com amplitude cons- tante, ou seja, atenua-se as freqiiéncias, tanto mais, quanto mais baixas forem; dai em diante, grava-se com velocidade constante, ou seja, quanto mais alta for a freqiiéncia, tanto me- nor a amplitude da gravacio, Chamaremos freqiiéncia, na qual muda a caracteristica de gravacdo, de “ponto de transicio”. Na reali- dade, esta alteracéo ndo se dard abruptamente, mas sim pasando gradualmente de um estado para o outro, da mesma forma como, por exemplo, a impedincia de um circuito RC -u- muda de um valor constante para um varidével em funcio da freqiiéncia (veja fig. 1). Neste caso, como também na curva de grava- Ao, definimos ser 0 ponto de transicio a intersecio das assintotas & curva, utilizam a curva FFRR) facilitando sobrema- neira a equalizacio dos amplificadores, E interessante verificar a evolucdo das cur- vas antigas, agora reveladas, até A presente RIAA. Os primeiros discos, gravados elétrica- mente, apareceram em redor de 1923, porém, foi apenas por volta de 1925, pode-se afirmar com certeza, que todos os discos comecaram a ser gravados pelo novo processo. A curva de gravacéo da Western Electric, em vigor até aproximadamente 1930, esta ilustrada na figura 2. A fregiléneia de transico estava em redor |eLocieace RELATIVA (ee) dos 200 Hz, enquanto que a freqiiéncia mais alta gravada era de 4500 Hz. Em redor da fre- gliéncia de transi¢éo havia algumas irregula- ridades na curva, mas naquele tempo estas eram FREGUENCIR EH /S Este ponto de transicéo varia de acérdo com © fabricante do disco, como também com o ano de fabricacio, entre 200 e 800 Hz. Infeli mente, até aos dias atuais, os fabricantes dos discos mantinham em segrédo a freqiiéncia de transicio usada, bem como téda a curva de de pouca importincia. Conseguiu-se aumentar © limite superior para 5500 Hz, mas a curva permaneceu valida nesta forma durante quase 10 anos, S6 em redor de 1935 a RCA Victor iniciou 0 uso de novo aparelhamento, que era capaz de gravar até freqiiéncias de 10.000 ciclos fe que tinha uma curva mais suave c correta em redor do ponto de transicao (fig. 3). Mais tarde foi novamente modificada a curva, aumentando-se principalmente a ampli- | Ll ve TTT] 1] +15) — - T 1 4 S11 HH A po LL HHH @ + | =: }I a" ral 3 e | I Litt Co a tease} al a FREQUENCIA EM C/S gravacio, dificultando assim aos construtores a escolha correta da curva de equali: em dia, porém, a curva de gravacio conhecida como RIAA é adotada por quase todos os fa- bricantes de discs (certas gravadoras inglésas — 12 me é tude das freqiiéncias altas, A vantagem desta preénfase foi a seguinte: sendo as freqlién- cias altas gravadas com maior amplitude que @ normal, podia-se atenué-las durante a repro- duco, para resultarem no nivel certo, Como, EDICOES MONITOR Porém, 0 ruido do disco (chiado) & composto principalmente de freqiiéncias altas, conseguia- se reduzir com isto éste chiado, sem contudo atenuar demasiadamente as freqiiéncias eleva- das; éste procedimento s6 foi possivel gracas A reproducio elétrica, que permite um eficiente contréle de tom. A curva usada neste periodo esti ilustrada na figura 4, curva A. Com pequee nas variacées, principalmente no limite supe- rior de gravaco, esta curva foi usada pela RCA Victor até 1952 quando foi introduzida a RIAA, que esta ilustrada na mesma figura 4, curva B. Em relacio a curva anterior, s6 existem di- ferencas na parte das freqiiéncias altas e bai- xas. O ponto de transicéo foi mantido em 500 Hz; pela caracteristica da curva em freqlién- cias baixas, porém, éste ponto 6 pouco destacado. Nas fregiiéncias altas, até aproximadamente 7000 Hz, a nova curva acompanha a antiga, En- quanto que a ultima permanece aproximada- mente constante até 1000 Hz, na nova ha uma preénfase de 6 dB por oitava, até 16000 Hz, Isto significa,’ portanto, que as freqtiéncias altissimas so cortadas com amplitude muito maior que nas gravacées antigas. Isto é possivel Porque as amplitudes destas freqiiéncias na miisica so muito menores que as de freqiién- cias mais baixas. HI-FI- ANTOLOGIA A parte de fregiiéncias abaixo do pon- to de transicio também sio cortadas com amplitude maior que os discos antigos. Este aumento que s6 se faz sentir em fregiiéncias bastante baixas, também foi possivel pelo mo- tivo de aparecerem, na realidade, estas fre- qiiéncias com amplitudes reduzidas; a resultante diminuicéo na amplificagdo destas freqUéncias, durante a reproducio, possibilita reduzir a in fluéncia das freqiiéncias baixas, originadas pelo funcionamento do motor do toca-discos, excen- tridade do disco, ete. A grande vantagem da nova curva de grava- cdo RIAA ¢ que os filtros, nos aparelhos re- Produtores, sio de construcéo bastante sim- ples. Na figura 5 damos um circuito de equa- lizador, que utiliza realimentacdo negativa, de desempenho superior ao tipos passivos e para ser usado com um pick-up magnético de boa qualidade, supondo-se que todo 0 circuito res- tante trabalhe de forma absolutamente linear. Naturalmente, para compensacio da curva de resposta do alto-falante e pick-up, das con- digdes acisticas da sala de reproducio, bem como das ressonancias do braco do pick-up, seriam necessarios ainda contréles de tonali- dade ajustaveis, INVERSORES ‘Todos os amplificadores de alta-fidelidade usam estégio de saida em ligacéo simétrica (push-pull), por dois motivos principais: 1) A construcio do transformador de saida (© componente mais critico do amplificador) 6 facilitada bastante pelo uso do estagio simétrico, pois as influéncias das duas cor- rentes continuas de placa se cancelam mittuamente nos enrolamentos primarios, evitando assim a premagnetizacio do ferro; 2) A distorcéo por 2 harménica € elimi nada pela ligaco simétrica, 0 que permite escolher 0 ponto de trabalho das valvulas de saida, para resultar distore&o relativa- mente grande pela 2.* harménica ¢ pouca pela 3.*. reduzindo-se assim facilmente a distorc&o total. « Ry 7 Re 2 Ry se antiga. Além de so equilibrio depende da trans ‘condutancla de’ V2, que nunca ¢ constante. —u— DE FASE © uso de estigio de safda simétrico demanda forcosamente um inversor de fase, a fim de conseguir os sinais de excitacio para as val- vulas. — ENTRADA +8 Fig. 2 — 0 inversor de fase mais ‘carga Rests Inca bo citods dx vaivais © melhor inversor de fase, com equilibrio exato através de téda a faixa de éudio e que permanece estavel mesmo depois de longos pe- riodos de funcionamento, é 0 transformador. S6 produtos de alta qualidade podem ser usados, e éstes séo pesados, caros e sempre sensiveis & umidade e campos magnéticos ex- ternos. Estes inconvenientes fizeram desapare- cer quase completamente o transformador push- -pull de entrada, dando lugar aos circuitos in- versores com valvulas. O mais simples, usado largamente em receptores ou amplificadores comerciais, é 0 da figura 1, que consegue for- necer um sinal equilibrado, em freqiiéncias médias, pois, para estas, pode-se ajustar o divi- sor de tensfo (R1 + R2 em relacdo a R2), para que a grade de V2 receba a mesma amplitude que V1. Nas freqtiéncias elevadas, porém, baixa a amplificacdo de V1, por serem, tanto a impe- @incia de entrada, como a de saida de uma valvula, nao puramente resistivas, mas também. EDICGOES MONITOR capacitivas. Também V2 apresentard éste defei- to e, portanto, uma das valvulas de saida rece- ber, neste caso; menor excitacdo que a outra. Também com freqiiéncias baixas néio havera equilibrio perfeito, pois 0 sinal que passa pela valvula V1, e vai & grade da valvula de saida superior, tera de atravessar adicionalmente 0 conjunto C2R3. Com isto, a amplitude de saida nao é mais idéntica & outra valvula, e nem © defasamento & de 180 graus exatos. ENTRADA o+8 Fig. 3 — Inversor “wato-equilibrado”. Com ste circuito munca se consegue um equllfbrlo perfelto: Com outro circuito, muito usado hoje em dia, acontece 0 mesmo. Referimo-nos ao inver- Sor com carga distribuida no cétodo e placa (fig. 2). As duas resisténcias R so percor- ridas pela mesma corrente e, portanto (quando ambas so exatamente do mesmo valor), as tensdes de saida deveriam ser exatamente idén- ticas e defasadas em 180°. Infelizmente, a impedancia de saida de um seguidor de cétodo € independente da resistencia de cétodo e sé determinada pela resisténcia de placa da val- vula pelo seu fator de amplificacdo. No caso de uma 6C5, por exemplo, com 10000 ohms de resisténcia de placa e fator de amplificacio, de 20, a impedancia de saida é: 10000 —— = 475 ohms 1420 «Em paralelo com esta impedancia esta liga- da a resisténcia de catodo R, baixando ainda um pouco 0 valor caleulado acima. Nas freqiiéncias altas, quando as capacida- des distribuidas do cireuito causam a diminui: HI-FI- ANTOLOGIA cao da amplitude de saida, a influéncia destas capacidades se faz sentir mais na alta impedan- cia de placa, do que na de cétodo. Mesmo a capacidade catodo-filamento, relativamente alta, nio pode contrabalancar esta discrepancia. Por- tanto, ha desequilibrio forte nas freqiiéncias altas. © terceiro sistema de inversio de fase, 0 auto-equilibrado (fig. 3), & pior ainda, Neste sistema, a tensio audiofreqliente sobre R3 sem- pre se ajusta automaticamente, para resultar um equilibrio quase correto; nunca, porém, 6 Possivel obter equilibrio exato, porque, nesse caso, a tensio de correcdo seria zero. Com éste inversor, portanto, nem nas freqiiéncias médias © equilibrio seria perfeito. © melhor sistema inversor é, sem divida, © de “acoplamento cruzado", muito pouco co- nhecido no nosso pais. Indiscutivelmente, & mais dispendioso que qual quer dos outros sistemas com 2 valvulas, mas sempre resultaré. muito mais barato que um transformador de entrada push-pull de boa qua- lidade. © cireuito fundamental do inversor de fase, ‘com acoplamento cruzado, ¢ apresentado na fi- gura 4, A valvula V1 esta ligada de forma comum, sendo injetado o sinal na grade. V2, Savon Fig. 4 — Ligacio bisica para o inversor com ‘coplamento crusade. pelo contrério, esta conectada de forma inversa; a grade est ligada A terra e o sinal é injetado no catodo, As amplitudes de saida das duas valvulas sero idénticas, enquanto as impe- dancias de saida e o fator de amplificacdo —15 — das valvulas forem iguais, O defasamento cor- reto estaré também presente, pois, injetando-se um sinal positive na entrada, a grade de V1 far diminuir a tensio de placa da mesma val vula, enquanto que 0 catodo mais positive de V2 fara com que a placa desta vAlvula se torne mais positive Para o funcionamento correto déste circuito, especialmente em freqiiéncias altas, é necessario que a impedancia da fonte de sinal seja baixa, pois V1 possui impedancia de entrada alta e ‘V2 impedancia bastante baixa. $6 com uma baixa impedincia da fonte de sinal pode-se fazer com que ambas as impedancias resultem baixas ¢ de valor aproximadamente igual. A fim de garantir uma impedancia de entrada Circuito Inversor, completo; V3 ¢ V4 sio as 3 Vie V2 sao dtvulag de entrada, baixa, ¢ necessario usar um seguidor de cétodo entre a fonte de audio e o estagio inversor. ‘Ao mesmo tempo, é necessario proporcionar a poarizacio negativa correta as valvulas. Resul- ta‘entio o cireuito ilustrado na figura 5. V3 e V4 sio as valvulas que compéem o inversor de fase prdpriamente dito. V1 é a valvula de entrada, ligada como seguidor de catodo, a fim de garantir a impedincia baixa necessavia as valvulas inversoras. V2 néo seria necessaria, porém, foi inclida para tornar 0 circuito simé- trieo e permitir tim ajuste de equilibrio per- feito. Além disso, a inclusdo désse triodo traz ainda outras vantagens, como veremos adiante. Analisemos mais de perto o circuito: R1 ¢ R2 slo as resistencias de catodo; R3 é um po- tenciémetro que permite ajustar as 2 resistén- cits anteriores para uma relacio adequada. R1 € a resisténcia de carga do seguidor de catodo, sdbre a qual aparece a audiofreqiiéncia de entrada; sdbre R2, porém, n&o aparece sinal algum. R4 e R5 sio as resisténcias para a pola- rizac&o negativa das grades de V3 e V4; a que- — 16 — da provocada pelas correntes de placa das valvulas V1 ¢ V2 sobre R1 e R2 néo deve ser considerada, pois as grades das valvulas V3 ¢ V4 esto ligadas 4 juncéo de R1 com R4 e R2 com RS, respectivamente. © sinal que aparece sdbre R1 ¢ aplicado tanto no catodo de V3 como na grade de V4. Ao mesmo tempo, as variagdes de corrente de V4 Provocam um sinal sobre R2, 0 qual, por sua vez, & injetado no catodo de V4 e grade de V3. © cireuito é, portanto, absolutamente simétrico, sendo esta simetria praticamente independente da_frequiéneia, Pequenas diferencas nas transcondutancias de V3 e V4 podem ser contrabalancadas com R3. Sdmente as capacitincias de saida destas duas valvulas nao podem ser contrabalancada: do um duplo triodo, esta diferenca, porém, & muito pequena, nfo tendo influéncia pratica alguma. © sinal de entrada pode ser aplicado tanto na grade de V1 como de V2, sem distincio al- guma, pois, em ambos os casos (pela simetria absoluta do circuito), 0 sinal de saida é 0 mes- mo. Também pode ser aplicado um sinal defa- sado em 180° a ambas as grades, simultanea- mente, sem que seja modificado 0 funcionamen- to do circuit, Aplicando-se dois sinais dife rentes nas duas grades, pode-se usar éste cir- cuito como misturador, pois ambos os sinais aparecem na saida, independentemente um do outro. © mais interessante 6 quando em ambas as grades é aplicado simultaneamente o mesmo sinal: neste caso a tensfo de saida é igual a zero, pois os dois sinais se cancelam mittua- mente, isto no caso de ser perfeita a simetria do circuito, Pode, portanto, ser usada esta pro- priedade para o ajuste do inversor de fase desliga-se a grade V2 da terra, juntando-a a grade de V1: aplica-se um sinal de entrada no inversor e ajusta-se R3 até que o alto-falante permaneca mudo. Refazendo-se estio as liga- Bes anteriores. pode-se ter a certeza de que © equipamento de TODO O AMPLIFICADOR esta perfeito. Usando uma valvula 12AU7 para V1 e V2 ¢ uma 12AX7 para V3 e V4, consegue-se uma amplifieacdo total de aproximadamente 30. sen- do que 0 miximo sinal de entrada esta em re- dor de 15 volt. A tenséo de saida maxima , entio, 45 volts, 0 que é suficiente para a excitacio das grades das valvulas de saida, quando forem usadas neste ponto tétro- dos de alta transcondutancia e se o fator de realimentacio nfo fér muito grande. Na fi gura 6 damos o circuito completo de um ampli- ficador, baseado nos principios acima enume- vados. No estagio inversor 6 usada uma 12AU7, EDICOES MONITOR em combinacéo com uma 12AX7, enquanto que as duas vélvulas de saida sio 6L6, Como reti- ficadora é usada uma 5U4. © transformador de forca deve fornecer 350 volts de cada lado da tomada central, com pelo menos 150 mA. (melhor sera, sem divida, 200 mA). A tomada Fig. 6 — Amplificador com inversor de acoplamento cratado. 0. eallmentacio R depende da qualidade do transtormado da resisténcia de 25 K, 25 W, deve ser ajustada para resultar (sem sinal de entrada) uma ten- s&o de 285 a 290 volts. A tens&o -/B pode va- riar entre 330 e 360 volts, sem que isto venha influenciar apreciivelmente 0 funcionamento. © transformador de saida (T-1) deve ser da melhor qualidade possivel. No adianta usar 0 tipo pequeno, atualmente tio comum, pois os resultados seriam decepcionantes. Da qualidade do transformador depende também o valor da resisténcia de realimentacdo (R). No modélo original foi usada uma com valor de 70 K, sem que o amplificador mostrasse tendéncia HLFI-ANTOLOGIA de oscilacio, mesmo com plena excitacfo. Re- sisténcias maiores resultam em ganho maior do amplificador, porém maior tendéncia de oscila- cdo e maior distorgéo. ‘As resisténcias de 2 K, 3 K e 250 K devem ser escolhidas para que a diferenca entre os lor da reslsténcia de fas. seus valores nao seja maior do que 1 ou 2%; © valor absoluto, porém, nao é to importante. O ajuste de equilibrio deve ser feito conforme descrito anteriormente: desliga-se a grade da 12AUT inferior, da terra, e liga-se a mesma Junto @ outra grade da mesma valvula. Aplica- -se um sinal na entrada e ajusta-se o potencid- metro de 1 K para saida minima. Em conjunto com éste amplificador, que pode fornecer até 15 watts com baixa distorc&o, deve ser usado um preamplificador-equalizador, tanto para uso de pick-ups de cristal como para os magnéticos modernos. —w7— ELIMINAC AO Todo 0 técnico, ou amador, que ja construiu um amplifieador de alto ganho, certamente teve suas dificuldades com 0 ronco originado pela corrente alternada de alimentacdo. Nos amplificadores de alta-fidelidade éste problema € mais grave ainda, pois a amplificacao total déstes conjuntos é alta e a flexibilidade dos contréles de tonalidade demanda forte ampl cacio, justamente nas freqiiéncias baixas. Além disso, os alto-falantes e bafles de alta-fidelidade realcam a reproducéo dos sons graves. Por- tanto, € necessario tomar precaucées especiais contra éste ruido, versando sobre estas 0 pre- sente artigo. toomA R Mov ou 220v As tensdes alternadas que provocam o ronco podem seguir 3 caminhos diferentes para pene- trar no circuito amplificador; pelo circuito de placa das valvulas, pela grade das mesmas e, finalmente, através do filamento. © caminho mais facil de ser barrado para as freqiléncias de ronco (50 e 100 Hz ou 60 ¢ 120 Hz, conforme a freqiiéncia da réde) é 0 primeiro, ou seja, através do circuito +B. As correntes que circulam neste circuito nfo sio to elevadas que nao possam ser filtradas com impedancias e condensadores comuns. © recurso usual, empregado na construclo de receptores, — 18 — DE RONCO para alimentar a placa (ou as placas) das vélvulas de saida diretamente do catodo da valvula retificadora, ndo é vidvel nos amplifi- cadores de alta-fidelidade, pois 0 cancelamento da componente de ca. na tensio -+B pelo cir- cuito push-pull nunca é perfeita, Portanto, é necessario usar um choque de filtro que agilente a corrente total consumida pelo receptor no B. Nos estégios precedentes, a ¢3 tragem torna-se tanto mais severa, quanto maior a amplificacéo total que segue o estagio em questéo. Por outro lado, a filtragem é faci- litada, pois as correntes exigidas por éstes Fig. 1 — Circuito retiticador apro- prlsae pars allmentar on filament estagios preamplificadores sao muito menores, sendo possivel usar filtros RC em cascata para obter filtragem suficiente. Aliés, éstes conjuntos RC também seriam necessérios se a corrente +B fosse continua pura, pois so necessarios para desacoplar um estagio do outro, a fim de evitar uma realimen- taco positiva através da resisténcia interna da fonte de alimentac&o, o que provocaria uma oscilac&o de freqiiéncia bastante baixa (motor boating), Em resumo: a componente de ca. existente e sobreposta A corrente continua reti- ficada, 6 facilmente reduzida ao nivel reque- EDIGOES MONITOR rido pelos diversos estagios do amplificador. Restam ento os caminhos através das grades ¢ cétodos para serem examinados. A primeira vista, parece facil a protecdo dos circuitos de grade contra a injecio de freqiién- cia alternada de alimentacdo: basta blindar éstes circuitos por meio de fio shicldado, como € de praxe nos amplificadores comuns. Na rea- de" saida, para alimentar o ‘filamento da preamplificadera, com" corrente continas, " Neste. cax, R'corrente no - i deve. ser no. minimo de 10 ‘ma it, C'ig; servem para 0 ajuste da polariznedo © corre! de filamento, respectivamente. lidade a solucdo do problema nao 6 tao simples, pois nos amplificadores de alta-fidelidade 6 pre- ciso manter a capacidade dos circuitos de grade, em relacio ao chassi, a mais baixa possivel, pelo menos quando éstes circuitos so de alta impedancia, Adicionalmente, 0 fio shieldado proporciona protec&o eficiente contra campos eletrostaticos, mas somente pouca eficiéncia em relacdo a campos eletromagnéticos. Portanto, a aplicagdo de fio shieldado deve ser feita com © maximo cuidado, usando-se como precaucio, contra campos eletrostaticos, uma boa separacio entre o circuito de grade e os fios de filamento. Estes devem sempre ficar trancados, para can- celarem-se, pelo menos parcialmente, os campos em redor déstes fios. A maior dificuldade para baixar a tensio alternada induzida nas valvulas est, entretanto, junto ao cdtodo. Nas valvulas de aquecimento indireto, a isolacéo entre o filamento e o cAtodo nunca é muito alta (estando aquecida a valvula) e, a0 mesmo tempo, a capacidade entre os mesmos elétrodos 6 relativamente alta. Tanto a corrente capacitiva que atra- vessa o dielétrico do cétode, como também a corrente de fuga que passa pela isolacho, pro- vocam na resisténcia de autopolarizacio uma HIL-FI- ANTOLOGIA queda de tensio, que naturalmente & amplifi- cada pela vilvula. Por éste motivo deve-se reduzir sempre ao minimo indispensavel o valor desta resistencia. Sempre que possivel, deve-se usar, como pri- meira valvula, um tipo especial, construido para éste fim, e na qual jé foram tomadas todas as precaucdes contra a introducéo de ronco, zumbido e microfonia, Estas caracteristicas sio conseguidas gracas a uma construcéo muito cuidadosa do catodo e do filamento; éste Ultimo é bifilar, a fim de diminuir 0 campo eletro- magnético extern, que tem certa influéncia sobre a trajetéria dos elétrons no interior da vélvula. Ademais, existem blindagens que im- pedem a captacdo, pela placa, de alguns ek trons emitidos pelo filamento. Déste tipo sio as valvulas 12AX7 e 12AY7, na série americana, ¢ EF86, na série européia. Na Inglaterra apa- receu também um névo tipo especial, a 2729. O fabricante afirma que, nesta valvula, a tensio equivalente ao ronco, na grade, no ultrapassa 1,5 microvolt. Quais so os meios elétricos para diminuir © ronco nos amplificadores? Temos de consi derar neste caso o amplifieador e preamplifi- cador separadamente, No amplificador 9 ronco total pode ser diminuido pela aplicaco de rea- ! 3 — Usando-e corrente alternada para a alimen- jos tliamentos, ‘conrém usar um trenstormador ‘Com tomada central no enrolamento de 6,3 volt limentag&o negativa, necessdria, de qualquer maneira, para a reducio da distorcaéo. Como a amplificacio nesta parte do circuito nfo 6 muito alta, 0 ronco néo é problema dificil de ser resolvido, No preamplificador, que inclui os contréles —19— de tonalidade e volume, porém, nao é possivel usar uma realimentacéo geral da saida & en- trada, pois a realimentacéo igualaria a acéo dos contréles, além de surgirem outras difi- culdades, relacionadas com a defasagem das diversas freqUéncias do sinal. As precaucées cabiveis aos circuitos ja foram descritas ante- riormente; resta, portanto, como se reduzir a injecéo déste ruido através do circuito de ctodo. © meio mais radical ¢ 0 de usar corrente continua para a alimentacdo dos filamentos das valvulas preamplificadoras, Este procedimento exige um transformador de alimentacio espe- cial, conforme indicado na figura 1. culdadoso do ante 0 Toneo Convém usar sempre o sistema de retificagio de onda completa, para evitar a necessidade de usar condensadores de capacidade muito ele- vada no circuito de filtro, A tensdo secundaria do transformador depende da tensao retificada necessiria, Naturalmente, usar-se-A sempre vale vulas da série 12, para diminuir a corrente necessiria, ligando todos os filamentos em série, Para 12 volts de saida, o enrolamento secun- dario do transformador deve ter 2 x 20 volts, para 24 volts 2 x 35 volts e para 36 volts 2 x 50 — 2 — volts, 0,15 A. Os condensadores devem ter alta capacidade; 0 de entrada deve ter pelo menos 80 mfd, 0 de saida 120 até 160 mfd. Os reti- ficadores devem ser para 100 mA. A resistencia, R deve ser de 100 ohms, ajustavel, e é regulada Para que, apés o aquecimento das valvulas, resulte uma tensio de filamento correta. Se esta solueao nao puder ser aplicada, por motives econémicos, ha ainda uma solucdo mais barata: alimentac&o do filamento com a cor- rente de catodo das valvulas finais, Como estas sempre trabalham em classe A, a corrente de catodo € constante, e o filamento da valvula preamplificadora substitui ent&o, em parte, a resisténcia de cdtodo (fig. 2). Com a resisténcia R1 é regulada a pola: cdo correta das valvulas de saida; com R2 & regulada a tens&o sdbre o filamento da valvula preamplificadora. Naturalmente, esta soluc&o somente é possivel se a soma das correntes de placa e grade auxiliar é igual ou maior que 150 mA, e a tensio de polarizactio igual ou maior que 12 volts. A desvantagem deste cir- cuito € a de aquecer o filamento somente apés © aquecimento dos catodos das valvulas de saida; © amplificador sémente entraré em funciona mento apés aproximadamente 1 minuto. Se 0 amplificador estiver separado do preamplificador, ha ainda o obstaculo de existir um fio a mais entre 0s dois conjuntos. Quando for necessério alimentar os filamen- tos das preamplificadoras com c.a., entio & conveniente usar um transformador que possua uma tomada central no enrolamento de 6,3 volts, sendo que esta tomada é ligada ao chassi (fig. 3). Solugéo melhor é 0 uso de um pequeno potenciémetro, ligado ao circuito de filamento, conforme indicado na figura 4. Pelo ajuste déste potenciémetro, pode-se procurar o ponto de menor ronco. Se o transformador tiver dois enrolamentos de 6,3 volts, ent&o usar-se-a um, dos enrolamentos para alimentar o filamento da valvula preamplificadora, estando ligado junto a éste enrolamento o potenciémetro acima citado; © outro enrolamento de 63 volts serve entéo para alimentar os demais filamentos. EDICOES MONITOR A REALIMENTACAO NEGATIVA © uso de realimentacio negativa tornou-se obrigatério em qualquer amplificador de qua- lidade; na propaganda das firmas que trabalham no ramo n&o consta mais que seus produtos usam realimentacdo, mas, sim, apenas o grau da mesma, em decibéis, Atualmente, a reali- mentacéio é usada para fins distintos 1) para baixar a distorcdo dos amplificadores de poténcia e, ao mesmo tempo, para ajustar a impedancia de saida a um valor definido étimo; 2) para produzir curvas de resposta deter- minadas, a fim de controlar a tonalidade, No primeiro caso, a realimentacio deve ser independente da freqiiéncia; no segundo, o grau de realimentacio depende da freqiiéncia, sendo forte nas freqiiéncias que se deseja ate- nuar e fraca nas freqiléncias que devem ser destacadas. Examinaremos em primeiro lugar 0 que é e como se aplica a realimentacdo para a reducio de distorgao. i0" de parte do do’ amplitieador, ‘em contrat eallmentagdo; ém'B, sinal imentacdo, ‘resultando’ na saida um ‘com distorgao tam Suponhamos que um amplificador, ao ser aplicada uma freqiiéncia senoidal em sua entra- da, produz na saida um sinal idéntico ampli- HI-FI - ANTOLOGIA ficado, porém com uma distorgio sobreposta a um dos semiciclos; isto esta representado na figura 1, por meio de uma amplificacéo maior do semiciclo superior, em relac&o ao inferior. ig. 2 — Realimentacio negativa por tense. O° grau de reaiimentagio €-determinado "pela relacie” entre ere we, Se aplicarmos parte do sinal de saida nova- mente & entrada do amplificador e se cuidar- mos que a fase dos dois sinais, ora presentes na entrada, tenha uma diferenca de exatamente 180’, entéo um dos sinais cancelaré parcial- mente o outro, existindo no sinal resultante uma distorgdo, por assim dizer, “contraria” & Gistorcdo que sera produzida pelos circuitos subseqiientes, Ao passar o sinal resultante pelo amplificador cancelar-se-4o parcialmente as dis- torcdes, resultando um sinal de saida de menor amplitude, porém com distorcdo relativamente menor. Nao & possivel, com éste processo, cancelar completamente a distorcio, pois para isto seria preciso que o sinal de realimentacko tivesse a mesma amplitude que o sinal de entrada; conseqiientemente, haveria cancelamento total do sinal de entrada, 0 que evidentemente suprimira o sinal de safda. Costuma-se dar o grau de realimentacio pela relacio do sinal de entrada original e o resul- —-21— tante apés a aplicacdo da realimentagéo em dB; com isto, éste niimero representa, ao mesmo tempo, a reducio do ganho do amplificador, Se, por exemplo, for necessdrio 0,1 volt para originar 10 watts num amplificador, e depois da aplicacéo de realimentacio € necessitio 1 volt para conseguir a mesma poténcia, entio a relagio € de 1 para 10, 0 que corresponde a 20 dB, essences teat Fig. 8 — Na realimentacio de corrente, esta provoca tims queda de Yensio através de Rely sehde esta entae injetadn no cireuito de entradas Atualmente os amplificadores de alta quali- dade usam até 30 e 35 dB de realimentacdo, ou seja, o sinal de realimentacio atinge 96 até 989% do sinal de entrada, A realimentacéio reduz a amplificacio do conjunto, porém nao reduz a poténcia de saida disponivel, como poderia parecer primeira vista. A reducio da tensio de saida pode ser compensada facilmente pelo aumento da tensio de entrada, até que a de saida esteja novamente em seu nivel original, entregando, portanto, 0 Fig. 4 — Circuito com realimen- {agiio de corrente ¢ tensio, Pela Yarlacio “da realimentagio. de Dode ser ajustad almortecimento do “fatante. iter Acontece até dimi ador a mesma poténcia, ampli que a poténeia aumenta um poutco, poi nuindo a distoreéo ao nivel de poténcia nomi- nal, pode-se aumentar a excitacdo até que sejn atingido 0 nivel de distorcao original, A realimentac&o no é, entretanto, 0 remédio infalivel para transformar um cireuito mal —2— projetado em um de alta-fidelidade, pois, para poder aplicar forte realimentacdo, 6 necessario que © circuito em si ja tenha excelentes carac- teristicas. facil entender a razao disto, se for lembrada a condi¢ao primordial da real taco: o sinal de saida deve estar exatamente 180° fora de fase com relacio ao de entrada, © defasamento, por sua vez, depende larga- mente da curva de resposta; no momento em que a resposta cai nos extremos da faixa, surge também um defasamento nestas freqiiéncias, © com isto o sinal de saida nfo esta mais defa- sado em 180° com relacao ao da entrada, Quando © defasamento causado pela curva de resposta atingir 180", a diferenca total de fase é de 360°, havendo, pois, em lugar de uma reducfo, um refdrco do sinal de entrada, provocando a osci- aco do amplificador. Esta oscilaco pode-se dar em freqiiéncias subaudiveis, aparecendo neste caso 0 “motor boating” (uma seqléncia regular de estalos), ou, entéo, em freqiiéneias super sénicas, aparecendo neste caso desagradav apitos. © pior 6 quando as oscilacdes smente aparecem nos picos de reproducio, causando dis- toredo pronunciada e muito desagradavel. Um efeito muito importante produzido pela realimentacéo @ a reduc&o da impedancia de saida do amplificador, Bem entendido: a rea- limentagao nfo altera a impedincia de carga do amplificador, e sim a impedancia encontrada pela corrente gerada no alto-falante e que se divige para o amplificador. A realimentacéo, REALM TENSRO estasios AMPLIE c inveRsor ve rase. | * quando aplicada corretamente, pode baixar o valor desta impedancia até zero, se for preciso, amortecendo assim fortemente as vibracdes, indesejaveis do cone. ‘A respeito déste assunto é conveniente dar mais algumas explicacdes adicionais, O alto- -falante no s6 absorve corrente fornecida pelo EDICOES MONITOR amplificador, mas também gera corrente, ao mesmo tempo. Se, por exemplo, um forte im- pulso provogar um grande deslocamento no cone, éste niio retornaré imediatamente @ sua posic&o de repouso, mas vibrara por algum tempo, se- gundo sua freqiiéncia natural, Esta oscilacdo gera uma tensio proporcional na bobina mé- vel (trabalhando neste instante o alto-falante como gerador) e, com isto, no secundario do transformador de saida. Quanto mais baixa a impedancia encontrada por esta corrente, tanto mais rapidamente seré amortecida a oscilacio do cone. Com amortecimento demasiado, pode até acontecer que a reprodugio dos baixos diminua, pois o amortecimento forte “breca” os movimentos do cone nas freqiiéncias baixas. Por 5 — 0 processo mais simples para a aplicacio de Fetlimentacig numa’ vilvula de sada é ode ineluie uma Tesletencia (it) entre a placa da” vilvula we saida ‘e# da preampliticadora. @ste motivo, apareceram iltimamente amplifi- cadores, nos quais é possivel ajustar 0 fator de amortecimento ao valor étimo, de acdrdo com © tipo de alto-falante e da caixa acistica usa- dos, as condicées actisticas da sala de reprodu- cdo, ete. ealimentacio pode também ser feita para conalidades basta” para isto” Inclule. na no cireuito de reallmentacio,, No mencionamos, ainda, a existéncia de dois sistemas distintos de realimentacto negativa e que ambas reduzem a distorcio de poténcia de saida, mas que tém efeito diferente sobre © fator de amortecimento. © primeiro sistema, © de “realimentac&o de tensio”, é o que des- crevemos acima. Como se vé na fig. 2, 6, neste primeiro caso, a tensio de saida que governa a realimentacdo. A relacdo entre Rl e R2 dé © fator de realimentacio; poder-se-ia injetar 0 sinal também no circuito de grade da valvula HI-FI - ANTOLOGIA amplificadora, porém 6 mais comodo usar 0 cé- todo para a injecdo do sinal, pois a impedanci désse circuito 6 bem mais baixa, Sendo usada a “realimentagio de corrente”, entio as ligagdes devem ser feitas de acérdo com a fig. 3, Neste caso a magnitude da cor- rente 6 que governa a realimentac&o. Com éste sistema aumenta a impedancia de saida, um fator em geral indesejével. Com uma combina- fo das duas modalidades de realimentago con- segue-se 0 amortecimento varidvel, mencionado anteriormente (fig. 4). ‘A realimentacéo pode abranger todo 0 am- plificador, inclusive a primeira valvula pream- plificadora e 0 transformador de saida, mas também pode ser aplicada sdmente através, de um tinico estagio. E possivel_ também combinar a realimentacdo total com outras parciais, AMPLITUDE FREQUENCIA 7 — Curva de resposta obtida pelas ligacdes an'thgara 6. Um sistema bastante simples, que diminui, nos receptores comuns, a distorcio gerada pela valvula de saida, consiste na simples ligacio de uma resisténcia entre a placa da valvula de saida ea placa da preamplificadora (fig. 5). Neste caso, parte da tensfio de placa é injetada novamente na grade (através do condensador de acoplamento C) e, como os sinais de placa e grade de uma valvula esto defasados em 180", resultaré uma realimentacdo negativa tanto maior, quanto menor for 0 valor da resisténcia. Na pratica, usam-se valores entre 100000 ohms ¢ 2 megohms para éste fim. Dentro do elo abrangido pela realimentacéo, no é possivel aplicar contréles de tonalidade, pois a realimentacao tenderia a contrabalancar © efeito déstes contréles. Ao mesmo tempo em que é reduzida a distor- co, 6 também reduzido o ronco produzido pelo amplificador, Entende-se com isto, naturalmente, —23— que sémente 0 ruido e a distoreao produzidos apés 0 ponto de injecéo da realimentacio po- dem ser baixados; a realimentacto nao tem influéncia sébre os componentes anteriores do cireuito, Até esta altura tratamos apenas da reali mentagéo puramente Ghmica, que no pode, portanto, discriminar entre freqléncias diferen- tes. Basta incluir no circuito um condensador ou uma indutancia, para tornar o elo de reali- mentacio sensivel A freqliéncia, Com isto, a realimentac&o passa a influir na tonalidade. Nas freqiiéncias em que a realimentacio 6 mais efetiva, haverd atenuaco na poténcia de saida, enquanto que, nas outras freqiiéncias, essa ate- nuacio seré proporcionalmente menor. No circuito da figura 5, por exemplo, basta incluir um condensador em paralelo com a re- sisténcia R, para tornar a realimentacio mais forte nas freqiiéncias altas, destacando-se as- sim as baixas. Por intermédio de combinacées de resisténcias e condensadores adequados, po- de-se conseguir praticamente qualquer tipo de curva de resposta desejado, Em relacio ao mé- todo de atenuadores dependentes da freqiténcia, como os contréles de tonalidade, o sistema de realimentac&o tem a vantagem de proporcionar, — Mes pelo menos em parte das curvas de resposta, uma diminuicéo de distorcao. Os preamplificadores para as capsulas de relutaneia variavel, por exemplo, usam larga- mente a realimentacio para conseguir a curva de resposta adequada (fig. 6). Nesta ligacdo a realimentacéo zero nas freqiiéncias bem ba xas (pois a reatancia do condensador é infinita), aumentando proporcionalmente ao aumento da freqéncia. No momento em que a reatanci do condensador ficar igual & resisténcia, diminui a sua influéncia sobre o grau de realimentaci ermanecendo a mesma constante num deter minado nivel, Esse nivel é fixado pela relacéo entre Re Rl. A magnitude da realimentacao, bem como a curva de resposta resultante, esto ilustradas na figura 7. Pela incluséo de varias resisténcias, selecio- naveis por intermédio de uma chave ou, enta de varios conjuntos RC, pode-se conseguir rias curvas de resposta, para as varias curvas de gravacdo e as diferentes caracteristicas dos pick-ups. Em todos os casos, a realimentacao negativa quando empregada com critério, somente poderé trazer beneficios, sendo indiscutivel a influéncia que possui na melhoria da fidelidade de repro- duc&o dos amplificadores, EDIGOES MONITOR AMPLIFICACAO ULTRALINEAR Ultimamente vem ganhando grande populari- dade nos circuitos de alta-fidelidade 0 sistema “ultralinear”, denominacdo esta que designa uma determinada ligacéo das valvulas de saida do amplificador. Antes de tornar-se popular éste circuito, havia na saida dos amplificadores valvulas triodos ou, ent&o, tétrodos. Os triodos propor- cionam distorcio relativamente baixa, possuindo pequena resisténcia interna, fornecendo, porém, pouca poténcia e requerendo alta tensio exci- wy 9 & (6w) FS —3 i) oo s 7 é Ate = 2 of10m)} ew | Se 1 so = 1 fi 3 49 2 38 a, ® 2 1 o 20 40 60 80 100(%) Posigao DA TOMADA Biter hurminin de 2 valylan EI pay HR ae O ee"gh tents pedals de" carga de: pineaa placa, #000 ohms HI-FI- ANTOLOGIA tadora. Os tétrodos, por sua vez, tm distorcio inerente elevada, grande poténcia com baixa tensdo excitadora e resisténcia interna alta. Com a introducdo da realimentacio negativa, foi possivel reduzir tanto a resisténcia interna como a distorcdo destas valvulas, dai surgindo as poténcias em favor de uma ou outra valvula. Estas discusses sémente chegaram a um ponto final com 0 aparecimento do circuito “ultralinear” que, por constituir um meio térmo entre a ligacdo triodo e tétrodo de uma valvula, combina até certo grau as vantagens de ambos 0s sistemas. Na ligagdo tétrodo (ou pentodo) a grade au- xiliar esta em potencial zero, no que concerne tensdo alternada; ligando a mesma valvula em lo, a grade auxiliar recebera, entretanto, 0 mesmo potencial alternado que a placa. A ligac&o ultralinear esta entre éstes dois extremos, pois a grade auxiliar acha-se ligada a uma tomada do enrolamento primério do transformador de saida, recebendo, conseatien- temente, uma certa fracio da tensio alternada de placa, Neste caso, esta grade também con- tribui com sua parcela para a poténeia de saida , a0 mesmo tempo, a corrente de placa ¢ influenciada também por sua tensio, através da tenso varidvel da grade auxiliar. Isto equivale a uma realimentacao negativa, o que explica em parte a baixa distoredo produzida por éste tipo de ligacdo, ‘A fim de conhecer as qualidades da ligacio ultralinear, principalmente em relacio ao cir- cuito pentodo com realimentacio, foram feitas diversas medigdes, cujos resultados damos em forma gréfica neste artigo, Tédas as medicées foram feitas com as valvulas EL84, que cons- tituem o tipo mais usado na Europa, — 25 — Embora a ligac&o ultralinear possa ser usada também nos estagios de saida simples, tddas as medicées foram feitas em ligacko push-pull, classe AB-1, com 300 volts na placa e grade auxiliar, oy w so] 2s «0 20 & 2 $0 38 2 Na é Fad we Ri 10 s O20 4080 a0 —100(%) Posic¢Ao DA TOMADA Fig, 2. — Resistencia interna aparente, bem como mints potdnels ae" aaidae vm S8acked poseaS” Ge Yomada' no transformador de saida © que mais interessa é a distorefio originada pelo cireuito, No grafico da figura 1 mos- tramos, para diversos niveis de poténcia, a distorco em func&o da posicio da tomada do enrolamento primario, em percentagem. 0%. corresponde & ligacio tétrodo e 100% corres- ponde @ ligacio triode. No mesmo grafico consta igualmente a tenséo de excitacio neces- séria em cada caso. Como 6 natural, ao passar a valvula a tra- balhar de tétrodo a triodo, a tensio de excita- cdo necessaria aumenta, diminuindo ao mesmo tempo a distoreao, Nestas tltimas curvas & digno de notar que a diminuic&o da distorcio se dé mais rapidamente entre a posicio de 0 a 20% da tomada, do que entre 20 e 40 ot. 40 e 60%. De acérdo com éste grafico, a tomada mais apropriada deveria estar em redor dos 20%, pois, neste caso, a distorc&o ja baixou apreciavelmente e a valvula ainda 6 capaz de entregar 14 watts de poténcia de saida, — 6 ~ No segundo grafico, mostramos a dependéncia da resisténcia interna da valvula (ou melhor, a resisténcia aparente de saida), bem como a maxima poténeia de saida, também em fun- cdo da posieéo da tomada no transformador de saida, Enquanto a poténcia de saida baixa quase linearmente entre os dois extremos, a resisténcia interna baixa rapidissimamente no inicio, para no fim alterar muito menos. Com, a tomada em 20% do inicio do enrolamento, fa resisténcia j& baixou quase a 30% do valor original, enquanto que a poténcia de saida bai- xou apenas 19%, Portanto, ambas estas medidas confirmam. ser a tomada em 20% do enrolamento total a melhor para a valvula ELS1, Como ja dissemos, a ligacdo ultralinear cor- responde a um estagio de saida tétrodo comum, com certa realimentacio negativa. Por éste motivo, é interessante comparar ambos os cir- cuitos em relacdo A distorcéo produzida. As curvas da figura 3 mostram os resultados das medidas, sendo que a realimentacao no circuito tétrodo comum foi ajustada de tal modo que resultasse a mesma tensio de entrada, para determinada poténcia de saida. Estas curvas mostram que até com uma tomada a 50% do en- rolamento total, a ligacéo ultralinear ¢ melhor que a comum, sendo que em redor de 20% a reducdo relativa da distorcao ¢ maior que em. qualquer outra percentagem. Em tédas as medigdes feitas até éste mo- mento foi sempre suposto que a melhor im- pedincia de carga fésse a normal, ou seja, 8000 ohms de placa a placa. Como porém esta impedancia étima varia de 8 K para a ligagio tétrodo, até 10 K para a ligacdo triodo, é de supor que a impedancia étima de carga para a ligaco ultralinear estard entre éstes dois limites. Portanto, foram feitas medidas rela- cionando a distorcao percentual, a poténcia de saida em watts’ e a impedancia de carga. Nas figuras 4 e 5 publicamos as curvas correspon- dentes para duas séries de medigées, uma vez com 250 volts de tensio da fonte de alimentacéo e resisténcia de catodo de 130 ohms e outra vez com 300 volts, permanecendo inalterados os, demais dados. Como impedancia étima de carga deve ser escolhido um valor tal que resulte distorcio minima, em combinacio com poténcia de saida maxima, Em ambos os casos, 0 valor de 8000 ohms resulta o melhor, pois acima déste valor a distorcdo aumenta rapidamente, enquanto que a poténcia de saida permanece praticamente constante; abaixo do valor de $000 ohms, a EDICOES MONITOR o % % w 3 i. we : (144) s _ 3 = + 2 Ss : @ 4, fren : é Se 2, 2 e = (6w) sda (sw) 6 7 @ 8 © H 2 ° 020408580100 (%) Posic¢io OA TOMADA e pentodo. Interrompldas), com realimentache nega istorgo total baixa ainda um pouco, porém a poténcia de saida também baixa, Foi portanto achado experimentalmente o ponto de trabalho mais adequado para a ELS4: Tensio de alimentacao: 300 V Resisténcia de cdtodo: 130 ohms Impedincia de carga de placa a placa 8000 ohms Tomada no enrolamento: 207% a partir do centro, De posse déstes dados, foi construido um estagio de saida push-pull (fig. 6), a fim de serem feitas as medicdes finais, especialmente para a verificagéo da intermodulacdo. © trans- formador de entrada push-pull foi usado por- que proporciona uma inversio de fase exata, com baixa distordo. Na pritica usar-se-4 na- turalmente um circuito inversor de fase com valvula, Para a medicio da intermodulagao foram. usadas as freatiéncias de 5200 Hz e 400 Hz, misturadas na proporcdo de 1 para 4. A esco- tha de uma freqiiéncia de 400 Hz, e no menor, foi feita propositalmente, a fim de nao serem muito influenciadas pelas caracteristicas do transformador, pois 0 que interessa 6 somente a diferenca de caracteristicas dos circuitos. © grafico da figura 7 mostra os valores de distorcio por intermodulacdo, em relacio & HI-FI - ANTOLOGIA tupconcia oF canca (Re) Fig. « Doténeta ae ensilo de placa poténcia de saida, tanto para a ligacio com realimentacdo, como para ultralinear. 1 éste © grafico que melhor mostra a vantagem do novo sistema sobre 0 comum, pois demonstra que os valores de distorcio no sistema ultra~ linear sio mais ou menos iguais metade do sistema comum, Naturalmente, a distorcéo pode ser baixada ainda, aplicando-se realimentacao negativa ad cional ao estagio de saida, incluindo, neste caso, © transformador de saida no elo. Dessa forma, © circuito ultralinear apresenta a vantagem de necessitar menor fator de re: hy iw | A Coa : Er eg 7 F 8, [ne max) 1. No : s 6 7 @ 9 » wo eo Impeoawcid De CARA (fas) Ka 04 mesmon dados da figura 4, porém, com tensio de plaes 800 volts. — 7 — um determinado nivel de distoreio que o cir- cuito comum, 0 que, por sua vez, diminui o pe- rigo de oscilacio. A tensio de excitacdo do sistema ultra- linear é menor que a comum para a mesma percentagem de distorc&o, facilitando assim a construgéo do estagio excitador. A poténcia de saida maxima, porém, 6 um pouco menor que a dos estagios tétrodos, usando as mesmas valvulas. ‘@medigao da distoredo por intermodulacao. Além estas investigacées foi determinada a influéncia de valvulas de saida ‘com caracteristicas um pouco diferentes uma da outra, mas que ainda estejam dentro da tolerancia normal de fabricagéo, Neste caso, naturalmente, a distorcéo com certo nivel de saida aumenta, porém, 0 aumento também nio foi maior que 0 provocado com ligagao tétrodo comum. De tédas estas pesquisas, pode ser concluido, ‘em resumo, o seguinte: basicamente, 0 circuito ultralinear nio proporeiona uma reducio de distorco em relacao ao circuito tétrodo comum (com realimentacio negativa), mas o seu cir- cuito & mais econémico e seguro que o comum. Isto porque a realimentaco interna da val- vula permite trabalhar com um menor fator de realimentagio externa, 0 que faz com que 0 amplifieador nio soja tao sensive! a oscilacdes, nas freqlléne'as limite de amplificacio, — 28 Py _ Hy — igualmente Et a rorivei saa (04) " Fig. 7 — Distoreio por intermodulacio para o clreulto sa (linha ehela) ¢ pentodo com realimentacdo Regativa (linha interrompida) em relacio 4 poténela Ge talda, "Bate grafico demonstra ‘bem claramente a vantagem da ligacto ultralinear. A construcéo do transformador de saida ultralinear é um pouco mais critica, pois a exi- géncia de simetria é mais alta que nos circuitos, t6trodos, Portanto, as vantagens do sistema ultr linear so bastante acentuadas, e cremos mes- mo que esta espécie de ligacho seja usada em escala sempre crescente, tanto nos amplifi- cadores de alta-fidelidade, como também nos estagios de saida simples (néo push-pull) de receptores, onde permite diminuir facil e econd- micamente a distoredo provocada pela valvula de saida, EDICOES MONITOR OSCILACOES PARASITICAS Quando seu amplificador apresentar, —repentinamente, um som “esquisito”, embora todos os componentes estejam em ordem e as tensdes nos elétrodos das valvulas sejam as corretas, entio, com téda a certeza, 0 amplificador es- ‘tard com uma oscilag&o para- sitica, Se ligarmos um oscilador de audio & entrada e um osci- loseépio & saida do amplifi- cador, achamos a forma da curva indicada na figura 1. Nos picos de excitacdo, apa- rece uma oscilaco de radio- freqiiéncia, visivel pelo pro- nuneiado aumento na grossu- ra do traco da imagem. Em i, esta radiofreqiiéncia néo & audivel, mas a sua intermodu- lac&o com as outras, audiveis, torna-a_perceptivel. Geralmente, éste tipo de oscilagéo sé aparece a par- HI-FI - ANTOLOGIA tir de certa amplitude; uma vez presente, porém, nao de- saparece, mesmo em nivel bastante baixo. Sdmente se consegue a sua eliminacao, desligando 0 amplificador e ligando-o novamente, com vo- lume moderado, Além da oscilacdo parasitica indicada na figura 1, também existe a oscilacéo continua, presente, portanto, durante todo 0 ciclo de audiofreqiién- cin, Neste caso, a presenca de RF também pode ser com- provada por intermédio de um voltimetro a valvula, tornan- do-se com isto bem mais facil a determinacao do estgio que prod:z @ oscilagio, Fig. 2 — Resisténcis teccdoras. interealat Clreulto push:pall, Valores Upieos’ gio, pars Ae. By i Ke 50K. 172 Ws pare Ce'D, 100 2 $00 ohms, PW, clara le F, 50.0 100 chime, iw No osciloscépio a imagem apareceria téda borrada, como se estivesse fora de foco. Por intermédio do voltime- tro a valvula descobre-se fi- cilmente qual 0 estégio cau- sador da oscilacao, Geralmente se trata do estagio de saida, podendo porém mesmo as val- vulas preamplificadoras dar origem a éste defeito, Quanto mais alta a transcondutaneia da valvula em questo, tanto maior a tendéncia de oscila- co. Quando nestas valvulas, du- rante 0 ciclo de excitacéo, a tensféo de grade se aproxima do valor zero, entio a t conduténeia se torna tao alta que a valvula funciona como “osciladora com grade e pla~ ca sintonizadas". A indutan- cia da ligagao de grade, em conjunto com a capacidade de entrada, forma um dos cir- cuitos ressonantes, enquanto — 29 — que a induténcia do fio de sempre resolve 0 caso, Nem do alcance audivel, a respos- placa, com a capacidade de — ¢ possivel dar resultados, por- ta possui um pico pronuncia- saida, forma o outro circuito. que no é uma Unica valvula do, conforme mostra, por © acoplamento entre ambos que oscila, mas sim o conjunto —_exemplo, a figura 3. A res- se dé pela capacidade inte- todo, abrangido pela realimen- posta de um amplificador & reletrédica, resultando geral- taco. sempre dependente da respo: mente a freqiiéncia de osci- ta dos estagios individuais, Jaco bem acima do limite de Nos modernos amplificade- em conjunto com a quantida- audibilidade. res de alta-fidelidade, todo 0 de de realimentacéo empre- gada, pouco conhecido o fato de uma valvula variar a resposta de freqiiéncia de um estagio, durante os diversos pontos de excitagao de grade, No pico negative, a resisténcia inter- na da valvula aumenta, dimi- nuindo fortemente no pico po- sitivo, Esta resisténcia inter- na, em conjunto com a capa- i cidade distribuida do circuito, ‘ e 100 twctt tox (00K 1M =~ forma uma espécie de filtro, + FREQUENCIA EM CICLOS F/SEG. cuja freqiiéncia de corte de- Curva de rerponta de um amplificador de alta-fidelidad pende dos valores dos compo- BESTA? ar Use P's oats pestle nate mone req nentes do circuito, Durante 0 ‘0, portanto, a freqiiéncia-limite baixaré, au- mentando da mesma maneira durante 0 pico positivo. ‘A fim de interromper estas _conjunto é efetivo a partir de oscilagées, slo usadas resis- alguns ciclos, até 100000 ou tencias amortecedoras, Na 200000 Hz. O amplificador Este fenémeno, alias, pode figura 2 mostramos um esté- ode possuir perfeita estabili- er motivo de forte inter. gio de saida em push-pull com ae, na auséncia de audio. — mnodulacdo, caso o corte de eee claidae, Nomen, A instablidade ocorre porque, freqiéncia'caia dentro do. es- em qualquer freqliéncia fora _peetro audivel. Para ilustrar pre so necessérias tadas es- tas _resisténcias; geralmente, J desaparece a oscilacto, a0 serem colocadas as resistén- cias A e B, no circuito de grax de, Em outros casos, ¢ tam- gy. bem necessaria a incluso das resistencias E e F, no circuito de placa, ou C e D, junto & grade auxiliar. Em todos os casos, ¢ necessario que as re~ sisténcias sejam colocadas di- retamente nos terminais dos soquetes a fim de diminuir a influéncia da indutancia dos fios de ligac&o (entre a resis- tencia eo elétrodo da val- gg vula) a0 minimo. Antes de aparecerem os am- plificadores com realimentacéo negativa, éste procedimento cb era a cura infalivel para as rT oscilacdes parasiticas. Nos am- plificadores novos, 0 procedi mento acima indicado nem ‘h Fig. 4 — As varias posicdes que pede tomar_o condensador de Actasamento “€*" no elo de Fealimentacko negativa, — 30 — EDIGOES MONITOR, éste fendmeno, suponhamos que uma freqiiéncia de 200 Hz e de grande amplitude faca variar a freqiiéncia limite de um estégio em redor dos 15000 Hz. Se aplicarmos simultaneamente, na entrada, uma freqiiéneia de 10000 Hz, entéo a sua 2 harménica seré amplificada em maior ou menor grau, no ritmo da freqiiéncia de 200 Hz, 0 que nada mais é do que uma forma de distorcdo por inter- modulacdo. Fig. 5 — Amplificador de alta-tidelidade, com 2 clos de reallmentacio negativs do‘elo interno, enquamto que H-2 control Também pode. ser Esta 6 uma das razdes por- que os amplificadores devem ter resposta uniforme, bem além e aquém dos limites da faixa audivel. Neste caso, nio & possivel a intermodulacdo entre audiofreqiiéneias, varian- do porém ainda a resposta do conjunto com a forma da on- da aplicada, podendo aparecer uma oscilacio nos picos de excitacdo. Neste caso, & possivel que, uma vez iniciada a os HI-FI - ANTOLOGIA a mesma persista, Por outro lado, também 6 possivel que a tensio de excitacdo altere © ponto de trabalho tao forte- mente, que a oscilacio é inter- rompida imediatamente, Em altima anilise, a osci- lacdo aparece porque a mar- gem de estabilidade nfo é su- ficiente, Diminuindo o grau de realimentacdo, a oscilacéo desaparecera. Este procedi- porém, nem sempre vel, pois pela diminuicao R-2 "reallmentacto externa da realimentagao, aumenta a impedancia dindmica, assim como a distorcéo. Portanto, 6 sempre melhor verificar a possibilidade de aumento da margem de seguranca. Isto pode geralmente ser conseguido pela alteracio do valor do condensador que se acha incluido do elo de rea- limentacdo, a fim de corrigir a fase no limite de freqiién- cia, Este condensador existe na grande maioria dos ampli- ficadores e esté colocado em paralelo com a resisténcia de realimentac&o (fig. 4-A), em paralelo com 0 condensador de cétodo (fig. 4-B) ou no circuito de placa de uma outra valvula qualquer, que se en- contra no elo de realimenta- io (fig. 4-C). % necessério determinar qual o proceso usado no caso em questo, a fim de aumen- tar a estabilidade nas freqilén- cias altas, e, entio, variar ex- perimentalmente a capacida- RA far parte ‘Esta eallmentagao adiclonal sada emt amplificadores. push-pull. de déste condensador, Qual- quer alteracéo deve ser feita smente com diferencas de valor da ordem de 20%, com referéncia ao original, a fim de nao ultrapassar 0 valor étimo. Se, por exemplo, o valor ori- inal é de 68 pF, deve ser experimentada a colocacao de condensadores de 47 ou 82 pF. Caso um dos dois condensado- res mostre melhora na esta- bilidade, deve-se prosseguir, na mesma direc&o, com outra va- Tiago de valor de 10 a 20%, —s1— para mais ou para menos, do novo valor, Nunca deve ser feita uma alteracdo repentina e de uma s6 vez, pois isto po- deria levar a outra posicdo de instabilidade. Caso a alteracéo do valor do condensador nao elimine a instabilidade, ¢ necessario al- terar a realimentacdo, Se o amplificador tiver_ um Unico elo, ent&o nada mais resta a fazer senéo diminuir o fator total de realimentacdo, até conseguir estabilidade com- pleta. Em muitos casos, porém, 0 amplificador tera dois ou mais clos. Além do acima descrito, pode existir outro, da placa da vélvula de saida a grade da preamplificadora (fig. 5). O primeiro costuma ser designa- —2— do como elo externo, enquanto que 0 segundo é o interno. Neste caso, pode-se tentar aumentar a realimentacdo in- terna, ao mesmo tempo que se diminui a externa. Como © elo interno nao é tao critico (pois geralmente abrange uma s6 valvula), éste procedimento pode resultar na mesma reali- mentagao total, porém esta- bilidade maior. ‘A alteracéo do fator de rea- limentacdéo é feita pela mu- danga dos valores de R-l e R-2; uma diminuicho dos valores estas _resisténcias resulta num avmento da realimentac&o, e vice-versa. Naturalmente, também neste caso nfo 6 aconselhavel al- terar os valores em mais do que 10 ou 20% em cada ten- tativa, Se 0 defeito do amplificador aparece repentinamente, en- tao, naturalmente, é aconse- Ihavel examinar primeiramente © circuite, com o méximo cuidado, Neste tipo de ampli- ficador existem componentes de tolerncia bastante baixa. Existindo, por exemplo, uma resisténcia com marcacio de tolerancia de 5% e estando o seu valor 5% fora do limite permissivel, entao sera aconse- Inavel substituir em primeiro lugar esta resisténcia. Da mes- ma forma, as valvulas devern ser testadas, ou melhor ainda, substituidas experimentalmen- te por outras boas, Sémente depois de se possuir a certeza de que tudo esta em perfeita ordem que se pode tentar modificar 0 elo de realimen- tacho. EDIGOES MONITOR DIAMANTE. O MELHOR AMIGO DO. DISCO FONOGRAFICO © teste supremo do reparador, ¢ 0 som do equipamento que conserta, Nao importa a efi- ciéneia, 0 cuidado e a atengéo dispensados a um constrto; hé um fator freqiientemente des- prezado, que pode significar a diferenca entre um cliente satisfeito e um que julga nada ter sido feito em seu aparelho. Com um aparelho de alta-fidelidade em per- feitas condicdes de funcionamento, em adicio a um disco névo, recém saido da fabriea, 0 que, pergunta-se, pode “sair errado"? A res posta é simples: a agulha do cliente, A agulha do pick-up & 0 tinico elo entre 0 disco e 0 fo- nografo. Se éste elo esti defeituoso, a repro- duc sonora forcosamente tem de sofrer ‘© reparador atento, interessado em manter a sua reputagio de servico perfeito, conquis- tada a custa de muito esférco, deveria incluir uma, prova da agulha nos testes preliminares de qualquer fonégrafo recebido para consérto ou reforma, ou ainda, que conserta no domict- Jio do cliente. Embora as firmas fabricantes de aguthas © de discos dispensem muitos esfor- cos em campanhas neste sentido, a maioria ainda nfo se convenceu da importincia do pa- pel da agulha, ou entio esquece-se do fato. ‘A agulha 6, como ja dissemos, 0 nico ponto de contato entre o aparclho ¢ 0 disco. O atrito entre a ponta da agulha ¢ a superficie do disco provoca desgaste, convertendo a forma da ponta da agulha, de esférica, para a forma de cunha, que desgasta enormemente os lados do_suleo. ‘Uma agulha gasta, provoca o desgaste dos dis- HI-FI-ANTOLOGIA cos, interfere na reproduc&o sonora ¢, lenta, mas completamente, destréi téda uma colecio de gravacées, a menos que seja substituida. No existe uma agulha “permanente”. Qual quer agulha, eventualmente comeca a desgi tar-se, dependendo do periodo de servico itil, do material de que é feita e das circunstincias Pontas de aguh da) tem f smal polidas (a esaner- ae na, superficie, que podem Serta eulere t ditarear som A’ Dona rfelta(divcita), toes has paredes "40 Snleo ‘em apenas’ dose dress 'dimlnutas: sob as quais é usada, A ponta comum de metal, ou ésmio, dura aproximadamente 20 horas de reproduce, A ponta de safira, proporciona um servige satisfatério durante cérea de 100 horas. ‘A agulha com ponta de diamante, a mais duré- Como o alinhamento da agulha pode afetar a saida. Uma” ponta mal montada. (eaquerda),. inelina Iugar Ue’ alinhada, "verticalmente, pode’ fazer ‘© aguiha Icon origing ume distoreho. vel, deve proporcionar um servico perfeito du- rante 2000 horas. Mesmo, porém, uma agulha de diamante, embora feita da substancia mais dura e lisa que se conhece, comecara a desgas- tarse e danificara os discos, se for mantida em servigo depois de um periodo de servico étimo. Um técnico reparador deve saber conhecer uma agulha gasta e recomendar a sua substituicéo, como parte do servico de reparacio. — 33 — OOMO EXAMINAR AS AGULHAS A inspecfo a étho nu no permite distinguir uma agulha boa de uma gasta. VariacSes de forma, invisiveis até com inspegdo muito cui- dadosa, podem causar grandes danos aos discos, interferindo adicionalmente na qualidade tonal. mala Cesquerds), 8 wuperficie da” gravatte, daniflcando ‘Provocande som e dlatergdo intermitent Geralmente, & possivel determinar a agulha que deve ser trocada ou néo, simplesmente per- guntando ao cliente por quantos meses vem sendo usada a agulha. Se for de safira ou ésmio € estd sendo usada ha 6 meses, ou mais, & pro vavel que haja necessidade de substituicio. So- mente um exame microscépico pode determinar @ quantidade de desgaste de uma agulha de em ‘comparagio com uma ag ualldade, num ‘conjunto neato projetado (a). sontam a reaposte ees diamante. Pode:se iecomendar tal exame, usan- do como argumento que um exame da agulha pode significar vida muito mais longa para os discos. Para facilitar éste exame, existem mi- eroscépios com aumento de 90 vézes, além de desenhos em escala ampliada, de pontas perfei- tas, para comparacio. As vantagens da aquisicfo de uma agulha de diamante, podem ser aplicadas em funcio de maior duragéo, menor desgaste dos discos e me- Thor tonalidade. Uma agulha do diamante dura 20 vézes mais que uma de safira, como prova © cflculo, Para completar a prova, deveria ser usado um medidor para a presséo da agulha ¢ um nivel para o braco. Um piso mal distribuido, provoca um desgaste irregular e reduz a vida da agulha. A condic&éo dos discos é também um fator na vida da agulha. Quando sujos, com os suleos cheios de pé e fibras, desgastam-se mais deprossa, provocando um desgaste adicional & ponta da agulha, cada vez que sio reproduzidos. As agulhas sio uma fonte de lucros a cionais para o técnico. Em algumas marcas hé lucro até 50%, € até mais, em outras. ‘A recomendacio de um exame periédico da agulha, traré o cliente com maior freqiéncia A presenca do técnico. A satisfagio do cliente i eee - € a chave do sucesso do técnico reparador. Um servico completo de reparacio e manutencho é © fator mais importante para conseguir clien- tes satisfeltos. Em troca de alguns minutos de- dicados ao exame da agulha, pode-se conseguir, a0 mesmo tempo, a boa vontade da clientela lucros fartamente compensadores. EDICOES MONITOR 5 CAPSULAS FONOGRAFICAS Com o advento da alta-fi- delidade, a qualidade dos com- Ponentes dos sistemas de re- producéo de dudio assumiu importancia notavel. Um com- ponente essencial A producio de som de alta qualidade & a chpsula fonogréfica, ot “pick-up”, ‘A cépsula fonografica trans- forma a energia mecanica em energia elétrica, por intermé dio de elementos de relutan- cia, magnéticos ou piczelé- tricos. As cépsulas, freqiiente- mente denominadas de “cris- tal”, empregam um cristal de Sal de Rochelle, ou um ele- mento ceramico. A tensio elé- trica € produzida pela defor- macho fisia do elemento, ot uma curvatura. Na figura 1 ‘mostramos uma cépsula com elemento cujo funcionamento se da por toredo. O tipo no qual € utilizada a curvatura esté ilustrado na figura 2. Na figura 1, 0 movimento da agulha, provocado pelo sulco de gravacdo, transmitido 20 suporte da agulha. Dai, ésse movimento passa, através de sanaruso SENG HI-FI- ANTOLOGIA MERE ra uma almofada de borracha, a9 elemento de cristal. O supor- te da agulha esté encaixado em mancais tubulares de bor- racha e possui um movimen- to rotativo de vai-e-vem; os maneais reduzem, em parte, ésse movimento, para corrigir a resposta de freqiiéncias. O elemento de cristal é seguro, em sua outra extremidade, por duas almofadas de borra- cha ¢ 08 fios do mesmo séo soldados aos terminais dos pi- nos de contato, na parte pos- terior da cépsula. Na figura 2, préximo ao centro do elemento cerimico, @ colocada uma arruela amor- tecedora. Também a parte dos contatos 6 diferente, como pode ser visto pela figura. Um cristal, inteirico, é re- tirado de um pedaco de ma- téria-prima. Sua espessura e © angulo de corte determi- nam 0 coeficiente de tempe- ratura, resposta de freqtién- cias e outras caracteristicas. Ao contrario dos cristais, os elementos cerimicos per- mitem o emprégo de maior pms ise me ey S bass SN variedade de formas e tama- mhos. Isto possibilita 0 con- tréle das propriedades bisicas do elemento cerimico, jé no proprio processo de fabrica- cho. Um cristal néo oferece essa vantagem. Para conseguir uma salda maior, freqiientemente so usadas duas placas ceramicas ou de cristal, ligadas em pa- ralelo. Os cristais sio geral- mente ligados em paralelo, pois, resulta maior a sensibill- lidade, sem alteracio da ten- séo aplicada as duas placas, ‘Também a capacitincia resul- ta maior com essa ligacto. Os cristais de Sal de Rochel- le sfo soltivels em Agua; quan- do expostos a uma atmosfera com alta umidade, o cristal tende a dissolver-se em sua superficie, Forma-se assim uma solucio salina, condutora de eletricidade, e que poe em curto-circuito algumas _por- ces do cristal. Em condicdes especialmente graves désse fenfmeno, 0 cristal pode fi car danificado permanente- mente. Fig. 1 — lomento Hols ag rita suis, do. fabrieacko Ga American’ Micro Phone, modelo Cit. Se, por outro lado, 0 cris- tal fiear em ambiente exces- sivamente séco, _perdera sua agua de cristalizacdo. Tan- to uma, como a outra condi- cdo, podem ser evitadas pela Protecéo do cristal com um Fig. 2 j= Elemento Upleo” de cord a0 flexi, omprers: So na chgula dupla de tabrieagio da ‘Amoriean 90 o = 90|— % 90 ‘30 =z w 80}-— 20 6 3 701—] 70 z 3 60 £0. 2 < oo 50 = 2 = 0 40 oo2 8 2 5 30, 2 @ ool. 20 0.002 8 Brenan: <2 OL | 10 = Bresato senor Peat I ° - 2 0.0002 9 Sepectre’ auaivet LLL ‘page listens 100 1000 10000 HI-FI- ANTOLOGIA FREQUENCIA EM CICLOS P/SEG. A semibilidade désle drgao varia grande mente com a freqiéncic, possuindo a sua maxima sensibilidade entre 2000 e 4 000 Hz Os limites de cudibilidade sGo de oproxima- damente 20 e 20000 Hz, baixando, princi- palmente o limite superior, com 0 aumento de idade da pessoa. 2 — Controle Consegaide pela i cfe'do condeusador As caracteristicas do ouvide humano foram resumidas num gréfico, conhecido sob a de- nominacdo de -10} Pt ato ft z ] T a t Lt eB rig, 5 2-20 29 the & Hees ae uaa 5 fe] ® -30 30 g I { i [ Pi _ 7 1) -40 | -50) [ I 20 100200 wR 2K 10K 20K FREQUENCIA EM cis fransposta_néio coincidiré com a curva de freqiéncias, mas sim aumentasse menos os 60 dB, mas que, tanto nas freqiéncias baixas frecéncias baixas e altos que as médias. como elevadas, ficaré abaixo do necessério. Os americanos empregam 0 térmo e & anunciado como cloudness Contour Selectors, ou seja, Seletor de contémo do volume. © principio de fun- jonamento déste contréle basela-se no fato de se dar a reproducdo geralmente num de- terminado nivel. Se a curva de resposta f6r equalizada para éste determinado nivel, sémente fér feito pouco retoque dentro de certos limites, entéo consegue-se resultados surpreendentes com éste sistema, No circui mencionado existem 5 niveis: 1 — bem baixo; 2 — baixo; 3 — médio; 4 — forte; 5 — fortissimo. Normalmente, s6 serdo usados os 3 niveis centrais, que permitem uma alteragdo total do nivel de 30 dB (10 dB por posicéo). O construtor déste dispositive menciona que o mesmo dé, na prética, melhores resuliados que © contréle continuo, principalmente porque (95 discos so gravados ainda com niveis bas- tante diferentes, podendo, portanto, © contréle continuo de intensidade resultar em sobrecom- Pensacdio dos sons graves, a néo ser que o nivel médio seja reajustado praviamente. © contréle continuo € © que geralmente desperta maior inter&sse. A industria norte- americana oferece potenciémetros ja fabrico- dos para éste fim, e que possuem varias tomadas ao Iengo do percurso do elemento resistivo; a estas tomadas so entdo ligados condensadores. Na figura 6 podemos ver o circuito esquemdtico déstes tipos de contréles. A construgio coseira déste tipo de contréle € extremamente dificil, pois entre nés néo se consegue potencidmetros especiois com tantas tomadas, Friste porém outro método que dé também resultados satisfatérios: acoplam-se dois potencidmetros comuns (ov, existindo, usa-se um potenciémetro duplo) e liga-se ambos em cascata, para obter a atenuacdo necesséria (fig. 7). Os potenciémetros podem ser do tipo comum, com curva de variacdo de resisténcia exponencial. A transferéncio EDIGOES MONITOR da rotagéo de um eixo ao outro 6 felta por meio de 2 tambores de dial, entre os quais 6 colocade uma cordinho, que deve dar mais, que uma volta completa em redor dos tam- bores. Uma pequena mola manteré 0 cordao sempre esticado. TRIMMER 3-30 pf 1M ENTRADA Vig. 1 = Contrdle do intensidade sono ccomposto de 2 potenclémetron comune, em HI-FI - ANTOLOGIA Também ste contréle no permite regular © volume a zero, como nos outros tipos; 0 trimmer de 3—30 pF (tipo comum) deve ser ajustado pora resultar uma tonalidade brithante em niveis baixos. Nos niveis altos, ste condensador ndo tem praticamente in- fluancia alguma. N&o mencionamos até agora que seria necessério ajustar a curva de resposta oo volume momenténeo de reproducéio, Para éste fim j& foram experimentados «contréles dina micos de intensidade> que, no entanto, até co presente ndo ultropassaram o estégio experi- mental. O funcionamento bésico déste sistema € © seguinte: retifica-se parte do sinal opli- cado na entrada do cmplificador, com pre- feréncia a parte das freqiiéncias baixas. Com @ tensdo continua conseguida controla-se uma ov vérias vélvulas, ligadas de tal maneira que representem uma reaténcia capacitive varidvel. Com esta reaténcia capacitive con- segue-se entéo variar a curva de resposta do amplificador. Cremos desnecessdrio dar detalhes construtivos sébre ste sistema no momento, pois ainda tém de ser resolvidos muitos detalhes até que &stes contrdles tra- balhem satisfatdriamente. — 4 PREAMPLIFICADOR PARA CAPSULAS DE RELUTANCIA VARIAVEL © pick-up de reluténcia varidvel, de fabri cacdo da General Electric, é atualmente usado em grande parte de todos os toca-discos autométicos; mesmo os tipos europeus ja vém equipados com esta cépsula ov, entéo, possuem dispositivos que facilitam a sua colocacéo no braco. Infelizmente, @ste tipo de eépsula do possui tenséio de saida suficiente para ser diretamente ligada & tomada de pick-up dos Feceptores comuns; a grande maioria dos radios necessita aproximadamente 1 volt de tenséo de entrada para poder fornecer a poténcia maxima, enquanto que a cépsula GE fornece apenas 10 milivolts, ou seja, 0,01 volt. Portanto, necessita-se um preamplificador entre © toca-discos e © receptor, com um fator de amplificagéo de 100 vézes. Existem na praca peauenos preamplifica- dores para éste fim, utilizando apenas uma valvula, e que retiram as suas correntes de alimentacéio dos receptores associados. Infelizmente, a qualidade de grande parte dastes preamplificadores comerciais deixa bos jante @ desejor. Trata-se geralmente de um simples pentodo amplificador, nao existindo reférco de graves (necessdrio para o pick-up magnético) # tendo nivel de ronco bastante elevado. Além disso, nao existe fonte de alimentaco interna, sendo necessérios 3 ou 4 fios para a entreligacéo com 0 +B do receptor e @ tensdo de filamento Tudo isto dificulta a adaptactio dos «présy © desperta uma certa desconfianca por parte do leigo, ao qual € oferecido um toca-discos automético com cépsula de relutdncia varidvel Foram @stes os motives que nos levaram ao projeto de um preamplificador de boa qual dade, com fonte de alimentacdo prépria — 48 — Como valvla preamplificadora escolhemos a 12AX7 (fig. 1), um duplo-triodo de alto fator de amplificacdo. Os dois sistemas da vélvula esto ligados em cascata, existindo um elo de realimentacio entre a placa do segundo e 0 cétodo do primeiro. Pela in- clus, neste elo, de um condensador, em série Com uma resisténcia, torna-se 0 mesmo dependente da freqéncia. Nas freqiéncias bem baixas, a reaténcia do condensador é 1Go clta que @ realimentagdo resulta nula, 0 que significa ser maxima a omplificaséo. Quanto mais alta a freqiéncia, menor a reatancia do condensador. Consegientemente, a amplificagéio vai diminuindo, até que a reatancia do condensador seja igual & resis- téncia ligada em série. A partir déste mo- mento, a reatancia do condensador perde o sua influéncia decisiva, permanecendo pratica- mente constante 0 fator de realimentacéo nas freqiancias mais altas; o seu nivel é deter- minado pelo valor da resisténcia. Pelo ajuste da capacidade do condensador intercalado no elo de realimentacéo, pode-se ciustar, entre certos limites, a freqééncia a partir da qual se faz sentir o reférco dos graves. Com os valores indicados no circuito esquemético, & possivel ajustar éste «ponto de transigéo» da curva entre aproximadamente 600 e 1 500 Hz, Quanto maior a capacidade do padder, tanto maior a copacidade no Gircvito e tanto mals baixa a freqiéncia do ponto de transigéo; conseqientemente, menor © reférco nas freqiéncias baixas. Por éste exemplo, podemos verificar que a atuacdo déste condensador ajustavel é justamente contréria & normal. EDIGOES MONITOR Além do elo de realimentagao, ‘0 prea ador nada tem de especial. A resis- téncia de cétodo da primeira secdo da valvula no possui condensador em paralelo, pois o mesmo poria a tenséo de realimentacéo em curto-circuito. A fonte de alimentacdo & bastante simples. E necessdrio usar um transformador de férca, por dois motivos: & imperativa a separacéo 30K PADDER completa do circuito amplificador da réde de alimentacéo e, para conseguir eliminar 0 ronco provocado pelos filamentos, éstes ndo devem ser alimentados em série, diretamente da réde. © transformador de férca pode ser o menor fipo encontrado na praca. A alta tenstio deve ser de 2 X 250 volts, 20, 40 ov 60 mA. Os demais enrolamentos so normais. A valvula 6X4 é alimentada a partir do enrolamento de 1 6X4 7 PINO 5 Esquema do preampliticador especial para plek-ups de relutincia varldvel com fonte de ‘alimentacko propria. HI-FI- ANTOLOGIA —49— 6,3 volts; a 12AX7, porém, convém que seja rentada com 12,6 volts. Isto porque sé assim consegue-se contrabalancar © ronco ao valor minimo, por intermédio. do poten: metro de carvéo de 1000 ohms. Esta ten- so € conseguida simplesmente em se ligando 0s enrolamentos de 6,3 e 5 volts em série; 6 verdade que a tensdo resultante é menor que a nominal requerida, mas isto néo tem influéncia alguma sébre o funcionamento da vélvula. Na ligacdo em série dos dois enrolamentos do transformador & necessério cuidar do sen- fido dos mesmos. O melhor meio para isto consiste em fazer a ligacdo em série, de qual- quer maneira, e entdio observar se a 12AX7 acende. Se for assim, tudo estaré em ordem; caso contrério, troca-se simplesmente as liga- ‘Bes de um dos enrolamentos. As ligagdes ao filamento da 12AX7 séo feitas aos terminais 4 e 5; 0 terminal 9 (tomada central do fila- mento) permanece sem ligacéo. Devido ao pouco consumo de corrente de placa, é sufi- ciente um filtro RC no circuito +B. A cons- trugéio deve ser feita a mais compacta pos- sivel, a fim de possibilitar a colocactio do Preamplificador abaixo do toca-discos auto- mético, sem contudo aumentar desnecessari mente 0 espaco ocupado pelo mesmo. Como @ peca que ocupa maior espaco é 0 trans- formador de férca, convém procurar o tipo com as menores dimensdes possiveis. Como chassi, pode ser usado um tipo originalmente fabricado para vibropacks, 0 qual tem a vantagem de ser pequeno e 4 possuir fundo de blindagem. © Gnico inconveniente é a necessidade de se abrir um furo retangular grande para o transformador de férca. Todos os componentes do circuito retificador sdo colocados bem juntos num dos cantos do chassi, devendo a vélvula amplificadora ser colocada do outro lado, bem perto do plugue de entrada, Neste caso, nao é necessério, blindar © fio de ligacdo entre o terminal de grade da valvla e 0 plugue, pois, sendo o comprimento pequeno e a impedancia déste Circuito baixa, nao haveré perigo de ronco. A saida do preamplificador & feita através de um fio shieldado, de comprimento ade- quado e que levaré na ponta um pino de contato. Tanto para a saida como para a entrada, convém fazer uso de um plugue do tipo «RCA», pois com €stes pinos vem equi- pada a grande maioria dos toca-discos auto- méticos e, além disso, déo bom contato, Proporcionando bea blindagem. Os dois fios de filamento devem, natural- mente, ser trancados; 0 potenciémetro déste circuito pode ficar em qualquer parte con- veniente do chassi. © eixo do mesmo é cortado com um comprimento de % cm, pra- ticando-se uma fenda na extremidade, para Possibilitar 0 seu ajuste posterior por meio de uma chave de fenda. © condensador padder deve ser colocado bem préximo da valvula, para resultarem liga- Ses curtas. Em alguns casos, seré. também conveniente blindar a vélvula 12AX7; como dificilmente se encontraré. blindagem apro- priada, € necessério fazé-la em félha-de- -flandres. ‘Ao colocar 0 preamplificador em funciona- mento, regula-se em primeiro lugar 0 con- densador padder para a melhor reproducdo. Em seguida, e sem estar em funcionamento © toca-discos, ajusta-se cuidadosamente o Potenciémetro para ronco minimo. Atengéio: Em muitos toca-discos, quando 0 pick-up esté na posicdo de repouso, hé um sitive que o pSe em curto-circvito. Por ste motivo € conveniente interromper o fun- cionamento do toca-discos quando o pick-up esté apoiado sébre 0 disco, interrompendo @ corrente do motor. Neste posicdo, com- Pensa-se entdo ronco, por intermédio do potenciémetro. EDICOES MONITOR PREAMPLIFICADOR Ao se descrever amplifica- te um elo de realimentacéo dade duplo, com comandos dores de alta-fidelidade € da placa do 2° triodo oo cé- —_independentes, para graves comum incorporar os respec- todo do primeiro (composto _e agudos. Este tipo de con- fives preamplificadores no. do condensador de .004 #F —trdle foi descritooriginal- mesmo chassi. Acontece po- ea resisténcia de 100 K2), _mente por P. J. Baxandall, na rém que, em muitos casos, cuja freqiéncia de transicéo _ revista aeyi89 9p tg ‘opeyyo 0 woud op sejougiiyeos iodzoauy oeSesuou moa — eS EDICOES MONITOR sofrer atenvagdo, so nova- —_tagéio que vem da placa do —_-se-4 0 reférco. Na posicdo mente amplificadas até ao 1° triode da 2* 12AX7. central de ambos os con- nivel primitivo. Com isto, Quando o cursor esté encos- _tréles, cancelam-se mitua- para uma resposta plana, tado na parte de baixo do mente as influéncias de am- deve ser primeiramente ate- seu _percurso, a atenuacdo _plificacio e realimentacio, nuado o sinal até ao nivel de devida_ & realimentacéio 6 resultando uma reproductio maxima atenvagéo do con- méxima e, portanto, a re- absolutamente plana, A fi- trdle e depois amplificado producto de agudos é mi- gura 1 mostra as curvas me- ao nivel anterior, Nessa am- —nima. Na outra extremidade didas por Baxandall; conse- plificagéo, naturalmente _& do percurso do potenciéme- gue-se 17 dB de aumento introduzida uma, distoreéio, tro, por sua vez, 0 alto valor ov atenuacdo dos graves em adicional & normal cavsada — desta resisténcia anula gran- 30 Hz e —15 dB e +17 dB pelo aparelho. de parte da realimentagéo nos agudos. A freqiéncia negativa e, conseqientemen- central (800 — 1000 Hz) © contréle de Baxandall, por sua vez, trabalha por realimentacdo; mesmo com 0 um aumento de, por exem- tly plo, 10 dB nos dois limites ada da faixa, ainda havera 5 dB x de realimentacdo nestes ex- tremos da faixa, enquanto +19 que, no centro, haveré 15 dB de atenuacdo, com a resul- tante redugtio de distorcdo = S ¢ impedancia do circuito. Sos | 10) Por outro lado, a otenua- Go em dB por oitava per- maneceré aproximadamente constante, sendo variada a freqiéncia de transicéo para +20} conseguir os diferentes graus 20 Sone de aumento ou diminvicio yg, 5 — curvas de equallzacto, evropens 78 RPM; de graves e agudos, Embora ‘3? Long-piay FEE; 3! Curva AES; 4: Long-piay antigos; a é 5: Curva NAB. ainda existam controvérsias sdbre a melhor forma das curvas de contréle de tonal dade, a pratica demonstrov . | que aste te, a reproductio dos agudos —_permanece com nivel inalte fe e de acdo agradavel. é maxima, rado e, conseqientemente, nGo sera notada praticamen- Adicionalmente & agdo da te alteragéo alguma no vo- © funcionamento dos con- —_realimentacéio negativa, exis- lume, ao serem ajustados os tréles é facil: de entender. © te naturalmente a acto nor- —_contrdles de tonalidade. contréle de agudos, um po- — mal do potenciémetro como tenciémetro de 1 megohm, divisor de potencial. © circuito original de Ba- esté acoplado & grade atra- xandall requer um potencié- vés de um condensador de © contréle de graves esta metro de agudos com toma: Pequena capacidade, o qual ligado em paralelo com o da central. Como éste sera evita que éste contrdle in- de agudos e, portanto, sua dificil de ser encontrado, foi flvencie os sons graves. © — acdo é semelhante; pela es- _alterado um pouco o circuito terminal inferior do potencié- —_colha dos valores dos com- (incluso da resisténcia de metro nao esta diretamente —_ponentes, porém, a sua acéo 100 _K@ em paralelo com o ligado ao chassi, mas sim sdmente se estende sdbre os condensador de .0001 #F). através de uma resisténcia sons graves. Portanto, estan- Com esta modificacdo, os de 100 K®, em paralelo do o cursor encostado no — contréles de tonalidade per- com um condensador de 100 lado de baixo, haveré ate- dem um pouco da sua efi- PF. Neste ponto de juncdo é —nuagdo dos graves e, na ciéncia, mas, mesmo assim, injetado © sinal de realimen- —_—posigdio de cima, conseguir- _ pode-se_contar com, pelo HI-FI- ANTOLOGIA — 53 — menos, 13 dB de atenvacto e reférco nas freqiéncias ‘antes mencionadas. Os po- tenciémetros devem ser de variagéo linear, a fim de coincidir 0 centro da posicéo do cursor, com a resposta plana; se ‘néo forem encon- trados @stes potenciémetros, podem ser usados os tipos comuns logaritmicos,, mas, neste caso, a posicéio plana estaré perto de uma das extremidades do percurso total. Conseqientemente, ha- veré uma acdo brusca dos contréles, para um lado. A impedancia de entrada do contréle Baxandall deve ser baixa; o melhor seria o uso de um circuito seguidor de c&todo antes do contréle. Na pratica, porém, as exi- géncias n&o sGo tao criticas; © uso de uma’ 12AX7 com realimentacio negativa é suficiente, conforme mostram es curvas. © circvito compensador pora as diversas curvas de gravacéo esté incluido antes dos contréles de tonalidade. E uma réde de equalizacéo relativamente simples, cons- tando essencialmente de um filtro para atenuacdo dos agudos, Na figura 3 mos- tramos as diversas curvas resultantes; embora néo se- jam reciprocas exatas das curvas usadas durante a gra- vacio dos diferentes discos, déo na pratica resultados bastante satisfatérios. Quem quiser usar 0 preamplifica- dor, com seus contréles em conjunto com um sintoniza- dor, pode usar uma chave de 6 posicées nesta parte do circvito, empregando o 6° contato para a ligagdo do sintonizador ou pick-up de cristal. © contréle de volume esta colocado antes da valvula de —H— saida. Consegue-se, com isto, uma relagdo constante entre ronco e sinal; com volume de reprodugéo baixo, auto- maticamente baixa também um possivel ronco, néo che gando a perturbar. © dnico inconveniente nesta ligacéo € que deve ser prestada atenggo para nao sobre- carregar os primeiros esté- gios do preamplificador, 0 que naturalmente provocaria grande distorcéo. Na liga- do de um pick-up de relu- tancia variével_na entrada nGo haveré perigo, mas, ao ser usado, por exemplo, um sintonizador, & necessdrio baixar 0 nivel de entrada "0 Alteracto para clevar a ae cireulto de filamente & fensho positive, «fim de redualt para 200 a 500 mV, para evitor_ sobrecarregar a 2° 12AX7. © iltimo estégio esta gado como seguidor de cdtodo, a fim de conseguir baixa impedancia de saida. Neste caso, néo haveré pe- igo de degradacéo das fre- qiéncias elevadas, ao usar fio shieldado comprido entre © pré eo amplificador prin- cipal, e nem haveré perigo de introdugéo de zumbido. A nica condicéo, por parte do amplificador principal, é que a impedéncia de entrada seja superior a 100 K@ e que ndo necessite de tenso de excitacéo superior a 2 volts. Praticamente qualquer ‘amplificador de poténcia pre- enche éstes requisitos. A incluséo da fonte de alimentagdo requer certo cuidados, a fim de nao aumentar 0 nivel de ronco. © amador n&o pode seguir, neste particular, © mesmo caminho que a indistria, a qual procura, com um mi mo de custo, um resultado satisfat6rio, fazendo para tal um grande nimero de mo- ientais. Ao con- te procedimento, o amador deveré seguir 0 ca- minho seguro, que sera a blindagem magnética com- pleta da fonte e, especial- mente, do transformador de forca. Recomendamos uso de um pequeno subchassi de aluminio, sébre o qual & colocado o transformador de férca, 0 condensador eletro- litico’ duplo, a vélvula reti- ficadera ea resisténcia de filtro. Para ste fim, o menor transformador j& serve, pois © consumo +B total no al- canga 8 mA. A alta tensdo deve ser de 2 X 270. 2 X 300 V; tenses mais elevadas nGo devem ser usadas, para néo encurtar_ a vida dos eletroliticos. O conjunto deve ser construido no formato menor possivel e encaixado numa blindagem de chapa de ferro, completamente f chada, inclusive o fundo, E necessério prover a blinda- gem de furos de ventilacdo. Este subchassi € entéio pa- rafusado a um dos cantos do chassi principal, o qual deve ser igualmente de alu- minio. A distribvigéo dos compo- nentes no. chassi_ principal nao é critica. Os contrdles de graves e agudos devem ficar. bem juntos, resultando entdo ligacdes " curtissimas para éste conjunto, Para as ligacdes terra deve ser usada uma barra-dnibus; mesmo EDICOES MONITOR assim devem ser obedecidas as indicagSes do desenho esquemético para estas liga- Ses, ov seja, para cada estégio tédas’ as ligacdes terra so feitas num ponto s6 da barra. Esta deve pos- suir ligagéo com o chassi num Gnico ponto (perto do terminal de entrada). Como nGo & possivel soldar em aluminio, convém ‘rebitar um terminal para éste fim, perto da entrada do pick-up. Té- das as resisténcias de catodo e placa, principalmente as CONTROLES DE TONALIDADE (Cont, de pég. 61) dicadas na figura 7; conse- gue-se aproximadamente um reférco ou atenuacdo de 20 dB, nas freqiéncias de 20 e 20000 Hr. Como dltimo cirevito, apre- sentamos um que faz uso de realimentacco negativa para controlar a tonalidade (fig. 8), No estégio pre- cedente, deve ser usado um triodo de baixo ganho, a im de se ter uma impedén- cia de entrada baixa. Entre a entrada do filtro ¢ sua saida (portanto, entre as placas das duas valvulas em questdio) existe uma réde de realimentacdo que se tor- na variével com a freqién- cia, devido & inclusio de condensadores. Os potenci metros permitem variar 0 grav de realimentacao, tan- HI-FI- ANTOLOGIA da 1* 12AX7, devem ser de 1 watt e, se possivel, de gra- fite depositado. Melhor se- riam resisténcias de fio, mas estas so caras € os valores especificados so dificilmente encontrados. Se, mesmo com um ajuste do circvito de filamento ndo for possivel baixar o ronco a um nivel insignificante, deve ser experimentada a polari zacio positiva déste circuito. Para @ste fim & feito um divisor de tenstio e séo mo- dificadas as ligacdescon- to para as freqiéncias altas como baixas. Estando os cur- sores dos potenciémetros do lado esquerdo, a realimen- taco € pouca e, portanto, haveré reférco, tanto dos graves como dos agudos. Es- tando os cursores do outro lado, a realimentagio é méxima_e, portanto, haveré atenuacdo nos extremos da faixa. Com ambos os. cur- sores no centro, a resposta & praticamente linear. Devem ser usados, neste caso, pote! cidmetros lineares (nos quai @ variagio da resisténcia € proporcional a rotacdo do eixo), pois, com os tipos logaritmicos comuns, a alte- rago da tonalidade se daré bruscamente para um dos lados e muito lentamente para 0 outro, As curvas resultantes do Gircvito esto ilustradas na figura 9, para as diversas posicdes ‘dos contrdles. A icagdo do conjunto es- forme indica a figura 4. Com isto, os filamentos estarao aproximadamente 30 volts ivos em relacéo aos cdtodos; © condensador ele- trolitico de 25 #F garante uma impedancia baixa entre © filamento e 0 chassi. Se os fios de filamento forem instalados com cvida- do e a blindagem de todo © preamplificador perfeita, ndo deve ser necessario r correr & polarizacéo posit dos filamentos. té em redor de 1 (ou seja, © sinal de entrada & aproxi madamente igual ao sinal de saida). Querendo-se evitar o uso de potenciémetro com toma da central, pode-se despre- zara ligacdo desta & terra @ incluir, em compensacéo, uma resisténcia de 1,5 M entre cada extremidade do potenciémetro de 500 Ke a terra. Com isto, a méxima atenuacdo e reférco dos agudos baixa para mais ov menos 10 dB; as curvas para 0s graves, porém, néo séo alteradas, Com isto, terminamos a apresentacdo dos diversos sistemas usados para 0 con- frdle independente dos gra- ves e agudos; esperamos que, baseado nestas expli- cacées, 0 montador esteja em condicdes de escolher, dos circuitos apresentados, 0 de maior conveniéncia para PREAMPLIFICADOR TRANSISTORIZADO Para pick-ups de relutancia varidvel A cépsula de relutancia variavel & encontrada atual- mente em grande parte dos toca-discos automaticos, pe- las excelentes qualidades de reproducio que proporciona, aliadas ao custo bastante médico. . A Gnica desvantagem de ta cépsula, em relagéo as capsulas de cristal, é.a pe- quena tensio de saida, que pode ser considerada como sendo de 10 mY, ou seja, a centésima parte da tenséo normalmente fornecida por uma cépsula de cristal. Como @ grande maioria dos ampli- ficadores de baixa-freqién- cia dos receptores comuns necesita. de, pelo menos, 0,5 V para plena excitacéo, toma-se necessério intercalar entre 0 pick-up e o receptor um preamplificador com fa- tor de amplificacéo de ten- sdo de, pelo menos, 50 vézes. Circvitos com valvulas para @ste fim existem diversos, mas a alimentactio das vél- vulas a partir da fonte de yentacao do receptor sem- pre & desagradavel. Existem preamplificadores com fonte de alimentacdo propria, mas © seu custo é bastante elevado. © uso de transistores no preamplificador evita as di- ficuldades antes menciona- das, pois é possivel usar pilhas para alimentacéo do conjunto; ao mesmo tempo, néo ha mais dificuldade al- guma com 0 ronco que téo facilmente aparece nos ampli- ficadores com valvulas e que (devido ao acréscimo de uma unidade separada) _geral- mente é dificil de combater. — 56 — Outra vantagem do transistor, neste caso, € a sua baixa impedancia, pois torna todo © conjunto ‘insensivel a cam- Pos eletrostaticos alternado: Como também a cépsula é& de baixa impedéncia, ndo hé dificuldades no acoplamento, resultando um circuito sim- ples e de funcionamento seguro. Devido & alimentacéo se- parada do preamplificador, € necessario ligé-lo, sempre que se deseja usar o pick-up. Isto é bastante desagradavel para o leigo, existindo prin- cipalmente o perigo de ser ‘esquecido 0 desligar do con- Gtreulto esquemético do preampliticador com 2 transtatores, simplifies multe @ adaptacko de automati ‘vatlavel © receptores com junto, pois a incluso de uma lampada piléto & proi- bitiva pelo consumo relati- vamente alto das lémpadas. Ha porém, para isto, uma solugéo muito elegante: o préprio toca-discos pode in- cumbir-se de desligar e ligar © preamplificador, sempre que necessario. A chave necesséria para tal fim ja existe na grande maioria dos toca-discos auto- méticos: trata-se da chave que poe em curto-circuito o pick-up durante © ciclo da roca, a fim de evitar a captagdo de ruidos nesse periodo. Esta chave tém de set modificada um pouco, para abrir os contatos du- rante 0 ciclo da troca (e, com isto, durante o tempo de repouso) e fechd-los en- quanto o pick-up estiver encostado nos discos. Estas alterages so faceis de fazer; basta adicionar uma lamina, na qual encosta o ‘qual ‘om capsula do relutinels contato mével i& existente, durante 0 funcionamento do toca-discos. Desta maneira, © pré ndo exige atencéo al- guma por parte do leigo, a nGo sera troca das pilhas num periodo de meio em meio ano. © consumo do amplificador & 180 insignifi- cante, que as pilhas pratica- EDIQOES MONITOR mente 56 se gastam pelo tempo de armazenamento. © amplificador, cujo cir- cvito consta na figura 1, faz uso de dois transistores PNP, 4 fim de obter amplificacdo suficiente, Pode-se usar para ‘ambos 05 transistores © tipo CK-722, 0 mais barato € po- pular dos transistores atual- mente em existéncids no nosso mercado. © primeiro estégio serve apenas como amplificador, em circuito com émissor & terra, A impedancia de en- trada do transistor, neste cir cuito, € de aproximadamente 10.000 ohms, ou seja, 0 va- lor adequado para a resis- téncia de carga da cépsula GE, O condensador de 1 mfd, que evita que a resisténcia da capsula ponha a polari zagéo da base em curto- -cireuito, ndo & critico em seu valor. Existem condensa- dores eletroliticos miniaturas com esta capacidade; quem nGo achar © valor indicado, pode usar um condensador de papel de .5 mfd ov mes- mo um eletrolitico de 6 ou 8 mfd. A resisténcia R-1 deve ser determinada experimen- talmente. O valor desta re- sisténcia fica entre 100 e 500 K e serve para propor- cionar a polarizacéio exata para a base. © valor mais adequado convém que seia giustado da seguinte manei- ra: no lugar de R-1, 6 ligada uma resistencia em série com um potencidmetro de 500 K {usando apenas um dos ter- minais laterais e 0 do cen- tro). Entre coletor e emissor & ligado um voltimetro a val- vula, ov entéo um analisador com’ 20000 ohms por volt, € 0 potenciémetro 6 ajustado até que © instrumento mar- que entre 2,5 e 3,5 V, Entre ates limites, 0 valor exato deve ser determinado por experiéncia, com 0 amplifi- HI-FI- ANTOLOGIA cador em funcionamento nor- mal; determinado o valor étimo, pode ser substituido © conjunto reguldvel por uma resisténcia de valor adequado. Sébre a resisténcia de 10 K, no circuito do coletor do 1° transistor, aparece a corrente amplificada. As va- riagSes de corrente so trans- formadas em variacdes de tenso, pela resisténcia; es- sas variacdes so passadas, através do condensador de 8 mfd, & base do 2° tran- sistor. Como no 1° transistor, a polarizagéo da base é con- seguida através de uma re- sisténcia, ligada entre 0 co- letor ea base. O ajuste desta resisténcia obedece as mesmas regras, mencionadas ora o primeiro caso. A resisténcia de carga do segundo transistor 6 de sd- mente 3,3 K e, como o cit cuito que se segue (o ampli- ficador do radioreceptor) sempre possui impedancia de entrada alta, pode-se usar um condensador de capacidade reduzida para o acoplamenio (.02 mfd). No circuito do emissor esta intercalada uma resis- téncia de baixo valor (22 ohms). Esta resisténcia pro- voca uma queda de tensdo, proporcional & corrente do emissor. Através de uma réde equalizadora, composta da resisténcia de 1,5 K e do condensador de .3 mfd, de- ferminada parte desta cor- rente do emissor 6 transferida & base do primeiro transistor. Como entre esta e 0 cole tor do mesmo transistor hé um defasamento de 180°, a tensGo reconduzida & entra- da também esta fora de fase com relacdo & tensdo de entrada; tratar-se-6 en- t3o de uma realimentacdo negativa de corrente, Pela incluso do condensador, esta tealimentagéo torna-se de- pendente da — freqiéncia. sendo mais forte nas fre- qiéncias altas, por diminvir @ reatancia capacitiva do condensador com 0 aumento da freqiéncia, Sdo_assim destacadas, na amplificacéo, as freqiéncias baixas e os valores dos componentes fo- ram escolhidos de tal ma- neira que € compensada a perda de amplitude, provo- cada pelo pick-up de relu- tancia variével. A fim de obter graves com maior des- taque, pode ser trocada a resisténcia de 22 ohms, por outra de 50 ohms, a qual, alias, & mais facil de ser achada na praca. A pilha deve ser de 6 volts, embora se consiga também funcionamento satis- fatério com 4,5 V. © pélo positivo deve estar ligado ao chassi; uma inversio da polaridade da pilha pode resultar na destruicéo de ambos os transistores. Trés ov quatro pilhas de tama- ho médio ou pequeno for- necem tensdo suficiente para varios meses de uso. A chave para ligar e desligar todo © conjunto deve ser inclusa na ligacéo do pélo negativo da pilha, Caso 0 automatico no possua a chave que coloca 0 pick-up em curto durante © ciclo de troca, é necessério acrescentar uma chave de alavanca separada, A fim de ter um contréle se © preamplificador esta liga- do ou néo, convém usar uma chave dupla e usar uma das seces da chave para ligar uma lampada piléto de 110 V. Outra possibilidade € 0 uso de um relé. Este deve ter enrolamento para 110 , .a., sendo ligado em para- elo com 0 motor. Quando @ste recebe tenséo, 0 relé deve fechar os contatos ¢ ligar assim o preamplifica- dor. — 57 — CONTROLES DE - TONALIDADE Antes da era da Alta- depois de qualquer altera- tera feito quase _nulo. -Fidelidade, pouca atencio cdo na fonalidade. Dos ci Quando, porém, 0 cursor era dispensada aos con- cuitos da figura 1, 0 da estiver do outro lado, parte tréles de tonalidade dos re- —_esquerda 6 0 mais adequado, _da tenstio alternada de pla- ceptores e amplificadores. Se pois, reduz um pouco a ca é transferida a grade, existiam contréles de tona- torcéo por intermodulacdo —_ através do condensador. De- lidade, entéo eram usados gerada na valvula de saida. vide @ baixa capacidade, condensadores, em série com —Possui, como desvantagem, a so transferidas _principal- um potenciémetro, entre a alta tensdo existente entre mente as freqiéncias eleva- placa ou grade da vélvla as armaduras do condensa- das e, como a tensdo de de saida ea massa (fig. 1). dor (igual d tensdo continua, grade esti defosada, com Com éste contrdle consegue- mais os picos de tenso al- —relacdio @ tenséo de placa, em 180%, resultaré uma re- alimentagéo negativa nestas freqiéncias, reduzindo ao mesmo tempo a distorcdo. Este tipo de coniréle pode ser adaptado muito bem aos receptores j& existentes. E necessério, porém, retirar o Pequeno condensador que ‘ costuma estar ligado entre Bigs 1 Contre enmainde enti on graven. nes oF SEBAOM 95 terminais do primério do transformador de saida, de- -se uma atenuagio dos agu- —_ternada) que provoca, facil- dos, sobressaindo entdo os mente, a falha daste com- 0002 até.0005 graves. Para ter efeito pro- —_ponente. nunciado, é necessério esco- ther a freqiéncia de corte Melhor resultado dé o bastante baixa e, conse- contréle da figura 2, que qientemente, éste tipo de faz uso da realimentacdo contréle sempre possuia_—negativa para conseguir uma igualmente influéncia sébre atenuagGo dos agudos, Es- © volume de reproducdo. Se — tando o cursor encostado na éste efeito fér pronunciado extremidade inferior do po- (0 que muitas vézes acon- — tenciémetro, © condensador tecia), torna-se o mesmo — estaré ligado entre @ placa iy. 2 _ Por tatermédle desagradével, pois obriga 0 © chossi, porém, devido —_limcntagto megativ inte a reajustar o volume, & sua balxa capacitancia, — °omtraidon — 58 — EDICOES MONITOR vendo entéio a reprodugtio apresentar uma distorgdo re duzida. O valor étimo para © condensador entre placa e grade deve ser determina- do experimentalmente; para valvulas com 5000 ohms de impedancia de carga e 250 volts no +8, valor resulta geralmente em 400 pF. Para um moderno ampli- ficador néio é suficiente um dastes contréles simples, peis, na grande maioria dos ca- sos, 6 necessério regular os sons graves e agudos sepa- radamente, pois néo & a Hos em” paralelo, sendo. reunl (Posteriermente og dols Famal mesma coisa, se forem ate- nuados, sobressaindo os gra- ves, ov se forem aumentados 0s graves, permanecendo os agudos no mesmo nivel. Um |_|23 ESPIRAS POR CAMADA x6 E é 5 s 2, 5 3 z 3 2 1 67 es on 1 3 1415 16 17 18 19 20 NUMERO DE CAMADAS Fig, 2 — Abaco 11: Relacko entre a indut aa tdrma 0 hmero decade's canst —-R— cia, didmetro externe ‘forma gra ‘Temos com isto todos os dados para a construcio do carretel (as medidas restan- tes do carretel acham-se nos desenhos correspondentes), bem como do enrolamento. © carretel deve ser feito de madeira (ou entéo outro material isolante, ndo magné- tico). © furo central serve para prender o carretel & base, por intermédio de um parafuso de latéo e nfo de ferro. Para a fixac&o dos ios do coméco e do fim do enrola- mento so feitos dois peque- nos furos numa das paredes leterais, um bem junto ao ni cleo e outro a 6 mm da borda externa, Com © carretel assim pre- parado, podemos iniciar 0 en- rolamento, cuidando sempre de pér 13 ou 23 espiras por camada, conforme a forma. Se a iltima camada der sdmente %, %, ou % de camada, abriremos 0 dltimo enrolamento para que o fim fique junto a uma das bor- das do carretel. Firma-se todo © enrolamento, colocando por fora varias camadas de fita isolante. Uma impregnacéo do enrolamento nfo se torna ne- cessaria, pois pela grossura do fio nao hé perigo de sulfata- cao répida, Com isto néo haveré mais dificuldade alguma para o en- rolamento das indutAncias, caleuladas de acérdo com as formulas apresentadas no ar- tigo anterior. Quando as impedancias dos alto-falantes, ligados a réde divisora, forem iguais, nfo ha- vera diividas a respeito do ealeulo; qual porém o valor a usar se éstes valores dife- rem um do outro? Diferen- cas grandes no devem exis- tir, a fim de evitar a trans. feréncia desigual de poténcia para ambos os alto-falantes; EDICOES MONITOR diferencas de até 20%, porém, —_um aito-falante de 12 a 15 po- sio toleraveis, legadas, para as freqiiéncias de No caso de serem diferentes 20 a 500 Hz (graves), um de as impedancias dos alto-falan- 8 polegadas, para as freqllén- FORMA N21 DIAMETRO VEuA AeACO Het 3 gs ¥3 33 -tch—s2—Je Figs ao carBlmensies dex ear-cias de 500 até 5.000 Hz (mé- Fem no comprimento. dias), e 2 ou 3 alto-falantes de 3 ou 4 polegadas (ligados em série), para as freqiiéncias tes, é necessario calcular cada indutancia e condensador se- paradamente, de acérdo com os dados dos alto-falantes. A impedancia de entrada do fil- ws tro é igual a 22, x 2, Zam —, 2%, +2) sendo Z, e Z, as impedncias das bobinas méveis dos alto- -falantes, Existem também rédes di- visoras para 3 alto-falantes (para agudos, médios e gra- ves). Na figura 5 damos um circuito experimentado para do $ canals, ‘Fara malores fathes, veis 0 texto. Fig, § — Filtro, divisor de, tre- ateacle HI-FI- ANTOLOGIA acima de 5000 Hz (agudos). © filtro foi caleulado para impedancias de 8 ohms em tédas as bobinas méveis, sen- do também esta aproximada. mente a impedancia de en- trada do filtro, L, e L, de- vem ter ambas 4,5 mH de indutaneia (forma 2, com 360 espiras de fio 16 esmal- tado), enquanto que L, e L, devem ter 0,36 mH (forma 1, com 100 espiras de fio 16). Para os condensadores de 25 mfd, devido ao alto preco dos condensadores de papel, praticamente obrigatério 0 emprégo de condensadores eletroliticos. Como a tolerin- cia déstes é alta (podem va- riar normalmente entre —20 10% do valor nominal) & aconselhével medi-los numa ponte e escolher condensado- res que tenham os valores mais préximos possivel dos nominais, Sendo usados con- densadores com tensio de tra- balho até 50 volts, entio de- vem ser usados 2 condensado- res, com 0 dobro da capacit de, ligados em série e em con- tra-fase, Usando condensado- res com 150 volts de tensio de trabalho (ou mais) nao é necessario usar condensadores “unipolares"., 25yF craves (até 50067) Meoios (200-8000) 4 AguDOS (acima ¢e 500045) OS TRANSFORMADORES DE SAIDA Para uma perfeita compreensio das dificuldades que surgem na cons- trugio de transformadores de saida para alta-fidelidade, 6 necessério conhecer a teoria de funcionamento dos mesmos. as bases fundamentais desta teoria. Por diversas vézes temos mencionado a im- portancia do transformador de saida sobre o desempenho de um amplificador de alta-fideli- dade. Alias, 6 do conhecimento geral que, com transformadores comuns, de pequeno tamanho, néo @ possivel conseguir uma fidelidade razod- vel. Mesmo assim, muitos dos técnicos que vem pela primeira vez um transformador de saida HI-FI, ficam impressionados com o fato de ser @ste muitas vézes de tamanho maior que o transformador de férca usado no mesmo con- junto. Apesar disso, néo conseguem ainda compreen- der como o preco déstes transformadores pode resultar tao alto em relacdo aos comuns e desconfia que esta sendo explorado, Na reali- dade, 0 preco alto é justificado pelo alto custo do material, bem como pela precisfo requerida nos _enrolamentos. © transformador serve basicamente para transferir poténcia de um circuito a0 outro, geralmente alterando a razio entre a corrente ea tensio, permanecendo porém o produto de ambos (a poténeia) constante, No caso ideal, toda a poténcia ¢ transferida, sem discrimina- cho de freqiiéncia e sem introdugio de novas freqiténeias. Na pratica, nfo existe um trans- formador que preencha tais exigéncias, Trans- formadores sintonizados atingem eficiéncias até 999%, transformadores de HI-FI atingem valores até 90%, enquanto que os pequenos tipos comuns raramente ultrapassam os 70%. —%4— Neste artigo damos RESIST. INTERNA Zz Ry Re RESIST. OE CERADOR ‘CARGA Ry Re Seo Re Figs 3 (em autaneln tina Fentadae por uma, in EDICOES MONITOR © funcionamento dos transformadores comuns pode ser explicado facilmente, comparando-os com os transformadores ideais, usando resis- téncias, indutancias e condensadores para re- presentarem as deficiéncias em relacio aos transformadores. normais, A. ligacio do transformador comum esta ilustrada na figura 1, A resisténcia interna do gerador (que no caso pratico sera uma val vula) estd simbolizada pela resistencia Re; ‘a resisténcia de carga (na pratica a impedin- cia da bobina mével) esta simbolizada por Re. Quando a resisténcia de carga é multiplicada INOUTANCIAS DE DISPERSAO — NS RESISTENCIAS DOS ENROLAMENTOS 2 Fig. 4 — (em cima) — Acoplamento imperfeito entre os" enrolamentos primirle "e. necundarie, pode. set Fepresentado por duasindutinclay "em. séfe (Id), BIE’ heentta) —e pordan oe ehrolamenton (I Sennen (HD) podem Neer repreentadas. por resis- fenciag, Fi. io) Circuito eauiaiente completo de ‘um t cltinelan parasitien rmador, tendo ineluldas ay cap tre os enrolamentoy. (ep ets). pelo quadrado da relacio de espiras, resul- tara o valor aparente da resisténcia de carga, visto do lado do primario. Para um transfor- mador ideal, resultaria o circuito da figura 2, ou seja, a ligacdo direta da resistencia Re.X (sendo X a relacio de transformacio) ao lor. No entanto, um transformador necessita de alguma corrente de magnetizacio para o HI-FI- ANTOLOGIA niteleo. © efeito desta corrente 6 0 mesmo que seria provocado por uma indutancia ligada dire- tamente em paralelo com o gerador (fig. -3). Como 0 fluxo magnético, provocado pelo en- rolamento primério, nfo intercepta 100% do enrolamento secundario, o transformador parece Fig. 7 formader trabathando ‘em’ treqldnch ‘a "completo; B —cireulto simplificado. pénon cm a2 Wb 8 — Resposta tesrica de um transformador em juenclas ‘beixas. Fy € 40 na dual a resistencia, ter uma pequena indutancia em série com o pri- mério. Como as mesmas consideragées tam- bém valem para o secundario, parece existir igualmente uma pequena indutancia em série ‘com 0 mesmo. Estas duas indutancias aparentes (fig. 4) so denominadas persio” (Ld). Por outro lado, 0 niicleo do transformador 6 feito, de material ferromagnético que possui perdas, motivadas pela histerese; estas podem ser representadas por uma resisténcia em para- Ielo com a indutaneia priméria (Rp). Outro tipo de perda 6 provocado pela resi téncia ohmica dos fios do enrolamento, que podem ser consideradas como estando em série —%— com os enrolamentos primarios e secundario, entrando portanto no esquema conforme in- dica a figura 5. Finalmente, existem capacitancias entre os enrolamentos que devem ser eliminadas por blindagens eletrostaticas adequadas, Sdo desta maneira convertidas em capacitancia em rela- io ao miicleo, sendo representadas no desenho da figura 6 pelos condensadores Cp e Cs. Fig. 9 — Circuito equivatente de um tra dor fteabalhando com. trequéncian altast An eireults ‘completo; ‘B= cireuito simplificado- Deve-se ter em mente que os valores reais da indutancia de dispersio, resisténcia do en- rolamento € capaciténcia do enrolamento se- condario so transformados nos seus valores da mesma forma que a resisténcia de carga! Nos transformadores comuns a indutancia primaria é suficientemente alta e as capacitan- cias dispersas sio suficientemente elevadas para estabelecer uma distincio entre 3 faixas de freqéncias. Nas freqiiéncias médias somente as resisténcias dos enrolamentos devem ser con- sideradas; nas freqiiéncias baixas sfio de im- Portancia tanto a resisténcia como a indutan- cia priméria e nas freqiiéncias altas ¢ neces- sario considerar as resisténcias, as indutancias de dispersio e as capacitancias, Na figura 7 damos 0 circuito equivalente a um transformador trabalhando em freqliéncias baixas. Em A temos 0 circuito completo; em B, © mesmo foi simplificado, correspondendo Req A resisténcia resultante da combinagio das 3 individuais, A curva de resposta resultante esta indicada na figura 8; f, 6 a freqéncia onde a reatancia indutiva de Lp é igual & resisténcia equivalente — 6 Reg. Nesta freqiiéncia as perdas sio 3 dB mais altas que na parte central da faixa. © circuito equivalente ao funcionamento do transformador em freqiiéncias altas esta indieado na fig. 9-A. Como neste artigo nos limitamos a transformadores de saida, nos quais as impedancias séo relativamente baixas, pode- mos desprezar neste caso as capacitancias, re- sultando assim 0 circuito equivalente da figura 9-B, Neste caso, a curva de resposta resulta como indicado na figura 10. A freqii@ncia f, corresponde & igualdade da reatdncia da indu- tancia equivalente de dispersio (Leg. na figura 9) com a resisténcia equivalente (Req). Nas consideracées acima, os valores equiva- lente dos componentes foram considerados como sendo fixos. Para baixas poténcias isto realmente é correto, porém, em niveis altos, varios déstes componentes parecem alterar o seu valor. Este fenémeno se verifica porque o niicleo do transformador tende a saturar-se com ‘© aumento do fluxo magnético. Como resultado, quanto maior a poténcia perdida no nicleo, maior 0 nimero de linhas de férga que deixam de interceptar ambos os enrolamentos, sendo a0 mesmo tempo necessétia maior corrente de magnetizacio, Portanto, a resisténcia Rp, re presentando as perdas no niicleo, parece dimi- nuir; Ld (indutaneia de dispersio) parece aumentar e finalmente Lp (que representa a corrente de magnetizacto) parece diminuit Quando examinarmos os efeitos destas altera- ces, veremos que, tanto nas freqliéncias altas como nas baixas, a poténcia decai, diminuindo gualmente a eficiéncia nas freqliéncias médias. BH éste 0 motivo porque muitas vézes publicadas duas curvas de resposta para um determinado transformador, uma a baixo nivel e outra com poténcia maxima, sendo a primeira sempre mais ampla que a segunda. EDICOES MONITOR '. Mais pronunciado ainda é 0 efeito do nivel elevado de poténcia sdbre a distorcfo. A altera c&io dos valores dos componentes se da conti- nuamente durante todo o ciclo do sinal audio; como resultado, os picos séo levemente achata- dos, 0 que equivale a uma distorcao, B geral- mente esta distorcéo que limita a capacidade potencial dos transformadores. Na construcio de transformadores de alta qualidade @ indispensavel 0 uso de material ferromagnético especial. Geralmente é usado “Supersilicon” ou “Radiometal”, que possuem baixissimas perdas por quilo e permitem ao mesmo tempo indugées altas (até 16000 Gauss para o “Radiometal"). Apés a estampagem das chapas, é necessario ainda um tratamento tér- mico, a fim de recuperar as caracteristicas magnéticas do material, que sio em parte afe. tadas por aquela operacio. A disposico dos enrolamentos deve ser es- colhida com muito cuidado, pois é necesséria uma perfeita simetria entre os dois lados da ligagao push-pull (e s6 esta pode ser usada nos estagios de saida, em se tratando de HI-FI); 0 acoplamento entre as duas metades e 0 secun- dario deve ser 0 mais rigido possivel, mas, a0 HI-FI- ANTOLOGIA mesmo tempo, as capacitancias entre todos os enrolamentos (como também entre cada cama- a. de um s6 enrolamento) devem ser baixissimas. Estas exigéncias obrigam 0 engenheiro proje- tista a um estudo culdadoso da disposicio de todos os enrolamentos; 0 material usado para a isolacio das camadas e enrolamentos, por exemplo, assume grande importaneia, Deve ter baixo fator dielétrico e, ao mesmo tempo, alta resisténcia elétrica, aliados a caracteristicas mecinicas adequadas. Pode-se deduzir quais as dificuldades encon- tradas nos enrolamentos déste tipo de trans- formador, a partir das indicagdes que damos na pagina 128 desta antologia. O transformador ai descrito possui 10 enrolamentos, com 22 pon- tas; basta trocar apenas duas pontas, para re- sultar absolutamente imprestével todo 0 con- junto. Embora nao se trate de um transforma- dor muito complicado, recebemos varias recla- macées, afirmando que deveria haver érro no esquema, pois os resultados obtidos haviam sido nulos. Na realidade, quando enrolado correta- mente, 0 transformador produz étimos resulta- dos, como foi confirmado no apenas por nossas experiéncias, como também por enroladores profissionais. —7—

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