O poder constituinte consiste na faculdade de um povo semear a si prprio
uma constituio. Este divide-se em dois tipos: o originrio que consiste na elaborao de uma constituio de origem ou, pelo menos, com alteraes muito acrescidas e o derivado que reconduz-nos para a ideia de reviso constitucional. Este primeiro, segundo o professor Nogueira de Brito, s existe num momento inicial ou seja aquando a formao de um Estado ou aquando um rutura constitucional que s acontece atravs de uma revoluo. Sendo a nossa constituio hiper-rgida existem grandes regras que tm de ser cumpridas aquando uma reviso no sendo apenas necessrio uma maioria agravada mas tambm h limites a este poder. Como tal podemos falar em trs teses sobre este assunto no que toca nossa constituio em especifico. Numa primeira opinio h quem defenda que aquando a realizao de uma reviso constitucional deve-se ter sempre em conta a constituio material no podendo ir contra os limites consagrados no artigo 288. Por outro lado h quem defenda que o poder constituinte originrio e o poder constituinte derivado so sinnimos e, como tal, sempre que se altera a constituio no necessrio ter-se em conta a constituio material. Por fim, sendo a tese que o professor Jorge Miranda defende e a que a meu ver tem mais sentido, defende-se que o poder de reviso est limitado pelos limites materiais mas no no sentido de no ser possvel rev-los mas sim ter de se ter em conta os mesmo enquanto estes esto em vigor. Como tal defendem o duplo processo de reviso que consiste numa primeira reviso retira-se a norma do limite e numa segunda reviso acrescenta-se uma norma que iria contra a norma que constitua o limite alterado e a dupla reviso que consiste em retirar uma norma do limite e acrescentar outra que a contrape tudo na mesma reviso. Isto faz com que se encare os limites matrias com menos relevncia mas sem os descorar por completo.