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Wolf Lepenies Pont AS TRES CULTURAS hy Kea {eee : — “dog de: Masia Gara Ceo SUMARIO Introdugio un 27 do Século _ ersiar Pirte It INGLATERRA, 41, Fatos e Cultura dos Sontiment 97 2, 0 Romance jamais Escrito: Beatrice Webb us 3. © Romance Ut6pico como Sul . 147 4 fogia, Oculta. Temas da Critica Li 8 XIX XX. 157 d Parte Il ALEMANHA ‘esto © Além Disso Poota: W. H. Rieh 199 in Fé na Poesia como Tdeologia Aleman 203 so WoL LEPeNIES 1 ese Genng, Georg Simmel, Max Weber temas Webé ‘Alemao em Perigo: B. R. Cur Na i, Kat ‘Obra de Thomas Mann ann 219 233 . 238 2S 293 vo 309 329 345 363 INTRODUGAO Nesta iro deserevo 6 debate entre dois grupos de inte! rey enitcos, de um lado, © cfentista 80 (aes ogee, de outro. Desde a metade do sécul0 XIX & se prinazia de fornecer a orientagio-chave de ° ada & socieda roa rs desempenha na vide pabic, primeiramente de Prange & ater, mais tarde também a Aleman ot mp cnnseqincas sio visiveis ainda hoje. Nesea'competicgo de intrp a no somente ‘¢ uma intelectu et rgtato complexo, em eo decree fosedstingsind® 1 modo de produgéo cientiico do modo de producto essa separaco € aeen- prod en uments pola conraposigto ete 2 fia cazéo¢& © os funda eee oe cn dessa oposigoes que marcam confitoense Tse io ¢ a Contra-Hustragéo. ter ‘as eféncias do séeulo 0 acho. De Linet, aque se comparava a Adto, até Nontesqlon, gue 6 fe ‘a0 Esprit des 25 Soon tpoter sine mame create” (pre gerada sem 20), passando ve nares Wincklmann, at Laveisi,podese tagat sans de ‘odes WwourvePemes 1s a longa série daqueles que afirmam terem cri ‘mesmos € por formulagie exclusivamente sua, jdade ¢ a fundamen ese estreitamente, nessa época, ao desenv dos pesquisadores véem-se contrario. Um ni reas de posquiss se a08 poucds ¥ zagiio © espec 0, gue inch ainda predomina a eonviegio de que a ciéneio ‘mais uma profissio de £6 que uma p G considerado por muitos como um atop +: 9 ambiente social geralmente pert do pelo individo. 0. némero de sociedades , ainda ost romova o desenvolvimento do conhecimen- ‘da amizade ou mesmo da hostilidade cong: titui 0 equ ‘emocional da comunidade, orientada como instrumento para o desenvolvimento da ciénc 1 do séeulo XVIII née 6 po ‘exemple de Buffon pode most ¢ acelera, No século XVI ‘vendas, Quando, sfo pul tam enn poueas semanas; outras edigses se seguem ainda no mesmo ano, mente aparecem, na Franca, nada menos que 250 edigbes popula Buffon ora um grand se é cempreendedor que sabia habi tirar prove fha o dom da palavra, mesmo déminando apens incés; ao mesmo tempo homers dd mundove her6i local, ‘gava sair do proprio pats: de modo quase autométicn,: 0 de seu tempo corriam em sua direc. . {que Buffon obleve reconhecintento: nem todos-el9~ rage todos ficavam impressionados pela, mode eu tambémina memiria'da:posteridad aire des:idées regués 0 que ohhomed cult Foi con giavam 0 que diz como o fazia. /ssim pe Flaubert anotava em seu Dict as tags cuLTURAS ao inna a dizor quando se tratava de falar sobre Buffon: “Meta des rinmhettes pout crite” (Tomava os malores cuidados par ees Fever wer nso anedotas de um passado jé muito dstante; Pols tim reflexo dos eapriches de wm ado, mas de um tipo, o conde ceca mm papel nao apenas soialmente reconhecido, mas também ak tamente recompensado pela sociedade de sua époce “Quando em 1753 fol elito ~ ap6s continua presséo de Luis NY 7 Pare a Acatomia Francesa, Buon fee um cizcatso sobre o atlo. Ninguim 66 a Academigm iso, Era considerado natural que um hemem da ci8ncia Pi como alguém para quem no importa so- 1 diz, como alguém que nfo somente quer seu péblico, mas, Jo. O discurso de Buffon foi con- arate ania das mellores flas jamais apresentagas na Académie ~ mes: mo Bavde essionado, Pelo final do século, tormava-se desastroso sear sua reputagio ci 0 ayperder seu pro pouco pesquisador, Durante @ pretagio decisiva do concel fa sou prestigio sual que pode ba~ ‘mas também ¢ € muito res eyleigos: 0 especialista pode, entretanto, venkecimento deles. A f6rmuta usada por Buffon, que ence epgiio de sua obra, 6 2 seguinte: Stilo mis, Até que. ponto se inicia com isso um desenvolviment idencis-se quando invertemos férmula: Timus & uma eensura gue hoje neahum ci ia de Buffon ¢ na acothida Jo qual as ciéneias vio 5 valores tradicionais,, 5 do cinone do saber paridade de tempos que © atinge com igual int jonais's4o nesse caso eltci dé que os franceses nao levam 2 léncia, Enquanto, segundo Taine, na Academia Prat am os pesquisadores das ciéncias 3 ‘como serves = esses servos eram ninguém ‘menos que Lavoisier, Lagrange fe Laplacd £ 2 Brandenbusgische Sozietat der ‘Wissenschaften colocava to- ; ce w wou ee! as tats CULTURS 5 dos os franceses indiferentemente n dos literatos, fossem dramatur- hobilidade estltticn? Karl Marx, que se comparava ao heréi de, Chef 1398, fossem fisicos. eons mconnu [A Obre-prima Desconhecida, e Friedrich Engels forma © fendmeno do armazenamento pode sa a rolagio entre as fore-se sobretudo & ar quanto permanee’ assumido por sea © coleta de fatos sociais, para a construgio de um (ona literatura a contraparti wna com sua sociologia. Ninguém compre- ean ais cafamente do que o escritor que fi denominado “o filo ve 0. i Balz batho de Balzac, juntamente com ‘Quase cem anos apés 2 publicagio da Histoire naturelle, Balzac es- a sberpeare e 0 do Duque de Stin-Simon, de “a maior coletines de preficio & Comé ao ae aanetcslgae possuimos sobre a natureza humana”. Balzac ajuda Taine om , a um posta que tambén ira gneins sociais podem e no podem fazer: ‘Goethe. Também se refore, © na verdade com énfase tural que foi por fim rejitado por ud torporagio om a0 debate pria disciplina de atmazenamento intradisci- pretende fazer com a sociedade aquil as espécies socials que com [que a mai jelegava’d do Balzac’ sobre Pr Buffon encontrd'sei'éahy 1p6s a morte de Comite, esse 6 um iho de Buffon de que se deve con- mn exacte”; e, quando sane em sua Histdria da Literatura Inglesa que temos de encontrar 60> tom como saber como interpreti-los, essa precedén- ridente eth relagdo a uma sistematizagao prematura fe dos autores das monografias sociotégicas do al do século X le Durkheim chegou a Paris ~, desde 0 primeizo terg0 do séeulo XIX, 28 ie ddo eso empenham em conguista Comprovando sua gutonomia enquanto digeiplina ‘mae & também crisdos. Sua obra Vineuia-st A ‘ao mesmo tempo, faz concorréncia a uma nov disci+ falar: éprio Balzac havia fottnulado essa pietensio, : que corodria a obra de Balzac. jente pretendia dar uni out jo 'a seu traball sin VEZ a chamarse Etudes sociales, © quindo Balese ces sociales, havi ai muito pouca iron Sonvicgto a respeito do proprio trabalho. & tinha fazaor qual : "x, competir dom as eoncepgses ‘de sua science sociale ~ som falat ett sts ncias sbciais est correspbridé ta séoulo XIX quanto 8 da lta, em 1902 + ano em san, pO. sen» Soci ne Ope dF bates Porat), Ps Fos, worsens ass cuss ” i teoria do romance experimental ~ que certamente tinha muito poucd rela: ee Som sua vicade de eeritor~fundamentava a prtenso ceniiea de fim determinado tipo de i ia como a melhor socilo- Go seus romances, Isso sociologia. fato de que se anunciava, na f s40 de conheci spesar de suas elevadas ambi fica do Balzac pos: Em Flaubert apenas a seriedade esté et 1 é a transposicao de uma mi breviver, deve tornar-se ‘Le temps n'est pas Join od ise A marcher fraternellement er ide” [Néo esti fa que so recusa a ura homi= ido & margem jogo. A jeas que, sobretudo na Alemanha geo idéogrfica a preten tas, as cienciag sociais ~ principalmente na Franga ¢ a por reconhecimento académico muna i ‘stratégia se intensifica por meio da proximidede ¢ da con~ ratura. ide cedo se estabeloce um processo de pl nas: dreas de especializagio como a sociologia, que ainda i do sistema das cam obter esse reso iando-se das formas ‘faciplina, que procedem de modo mais classificatic-nar sr PROCESO resulla numa competigao da sociedade ~ “Bédoui tanto quanto desejarem; para despertar, a Franca t 1e toda metafisica e comegar a dar impulso 2 critica, " coises mesinas, ele est formulanda com isso un programa que ~ terpretagBes entre um seotha de cada palavra — poderia suscitar a admiragio de um . os ¢ usa intelectualidade peo as cidnelas © 20 mesmo tempo aereditands nelas, da sociologiaigsté no fato de que ela pode sem diivids is sm ineisivo tanto em sua admiragdo quanto em & ccernis pode efetivamente tornar-se uma ciéncia natural da soci. 20. Um Claude Berard the parece mais sacrossanto que o Papa Pio 3 sua orfentagso cies s6rio a pretensées de um Auguste Comte, e invoca nm jue pudesse langar ao escérnio todas as fant 's, Flaubert considerava seu trabalho, som divide, ia da sociedade — com rlagio' aos Socidlogos sent Essdlsitwagie precéria da sociologia como uma espécie de *teresire “cultura” entre as eiBncias natura, de um lado, ¢ 08 cifncias humanss ¢ & side outro, 6 acentuada pelo fato de que as tradigSes. de pensamento lustragio competem enire si pelo destino da $0- capar is press6es sock pour ne force” 2" (Quem sois mme'forgar ad que ia } : | ” das modernas ciéncias sociais, representa uma espécie de desempenham um papel mui x samento socialégico, subjugado © pelo desojo de imitar as eiéncias m 8 religifo, como tembém 8 jensifica-se 0 anseio por con- fos, ¢ nfo tornados conscientes. loqueadio, buscam-se sai- (0 se encontram sat : tos franceses Sidney € Beatti- das novas, ¢ c da direita, no protofascismo; ‘ce Webb, no comunismo 8 [Nesse caso, freqientemente um rechis, que foi denominado 0 expressi bem como que Helmut Schelsky, que, no final de sua vi ociélogo, unisse sua desergio da disciplina a um apelo desesperado a Heinrich Boll, pedindo a superagéo do tradicional cisma alemo ¢ 0 novo ta-social da Alemanha, ro enquanto estive em Paris, com 0 apoio da fun- ), como membro da Schoo! of Social Science ‘em Princeton, N. J., ¢ da Maison des ssonschaftskolleg. cado 0 cont centre 08, WL Berlim, maio de 1988 Parte I RANGA

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