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Terga-feira 7 de Agosto de 1961 1 Série— Nimero (66 DIARIO 00 GOVERNG PREGO DESTE NOMERO — 3620 Astetestetea. «hoo 3608 PerrceeemeaaT SUMARIO Ministérlo das Obras Pablioas: * 38:382 —Aprova o Regulamonto Geral das aifieagtes Revoga 0 Decroto de 14 de Fevereiro «de 1903, 08 artigos 9° ¢ 10° do Decreto n° 908, os Doeratos ‘nt 14266 o 15:809 © © Decroto-Lei n° 34472, MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS Gabinete do Ministro Deoreto-Lel n. 38:382 Reconhecida a necessidade de se actualizarem as dis- posigdes do Regulamento de Salubridade das Edifica- goes Urbanas, aprovado pelo Decreto de 14 de Feve- reiro de 1903, foi para o efeito nomeada wma comiseio que posteriormente recebeu a incumbéncia mais vasta do preparar um projecto de regulamento geral das edi- ficagdes. Na verdade, o quase meio século decorrido desde a promulgagio da regulamentagio vigente deu margem a uma larga evolugio, tanto nas ideias acerca, da intervengio dos servigos oficiais nas actividades re- Tacionadas com as edificagdes, como nas técnioas que thes sto aplicaveis . Desde hé muito que se tem por nevessério que aquela intervengiio se exerga nfo apenas no sentido de tornat as edificagdes urbanag salubres, mas também no de as construir com os exigidos requisites de solidez e defesa eontra o Tisco de incéndio ¢ ainda de Jhes garantir oon- digdes minimas de natureza estética, objectivos estes estranhos an ambito do regulamento de 1903. Por outro Jado, 0 progresso natural da técnica das edificagSes —fortemente impulsionado pela mecessidade premente de ocorrer répida @ econdmicamente & caréncia, notéria por toda a parte, de edificacdes para habitagio— im- poo a mecessidade de se adoptarem novos processos cons- trutivos ¢ de se conciliarem ao maximo as condigies de salubridade. estética e ceguranga das edificagdes com a imperiosidade de as construir a prego tal que as suas rendas se compadegam com a escala de nfveis de pro- ventos dos futuros ocupantes. Com base no trabalho elaborado pela ccmissio xe promulga agora o Regula- mento Geral das Edificagdes, que faz parte integrante do presente diploma ¢ que constitui um elemento de largo aleance © de grande projecgGo ma vida nacional. Ele interessa, em primero lugar, aos aservigos do Estado e dos corpos administrativos» —a estes em es- pecial——, pela fungio directiva © disciplinadora que, através daquele instrumento legal, hes eabe exercer sobro as actividades relacionadas com as diferentes es- pécies de edificagdes, salvaguardando os interesses da colectividade, impondo respeito pela vida © haveres da populagiio e pelas condigées estéticas do ambiente local, eriando novos motivos de beleza ¢ preservando ou aper- feigoando os j4 existentes, tudo de modo a tornar a vida da populagao mais sadia ¢ agradavel e a dar aos micleos urbanos e rurais um desenvolvimento correcto, harmo- nioso © progressive. Convém salientar que muitas das disposi tes do zegulamento, fixando reas, espessuras, secgdes, distincias, pés-direitos, uimeros de pavimentos, etc., constituem limites mninimos ou méximos, conforme 03 ‘casos, que afio deverdo ser ultrapassados. Deixa-se aos corpos administrativos a faculdade de, nos regulamen- tos especiais que promulgarem, poderem, conforme as cireunstncias, afastar-se mais ou menos —no sentido correcto— dos valores prescritos, de modo a terem em tengo os casos pare que nip se justifique, eobretude por motives de estrita economia do custo da construgio, a adopgéo exacta dos limites consignadcs no regula- mento. A mesma regulamentagao especial permitiré ainda aos corpos administrativos completar, sem Thes fazer perder o sentido, cortas disposigies do regula- mento geral & luz dos frutos da sua propria experién- 716 cia e do conhecimento pormensrizado de condigies locais a que convenha atender. B de notar que nfo se julga conveniente que os mu- nicipios, quand existam planos de urbanizagio regulando 03 casos sobre que haja de tomar resolugo, se arreiguem & ideia de dispor as construgdes sempre alinhadas ao longo das ruas, porquanto ¢ indiscutfvel a vantagem de as orientar convenientemente em relacio so Sol e aos ventos dominantes. O regulamento que se promulga abstém-se propositadamente de prescrover quaisquer disposigdes taxativas neste assunto, sobre 0 qual as cdmaras terdo a liberdade de decidir, com su- bordinagio apenas a condicionamentas de outra indole. Também, no tocante ao parcelamento dos terrenos para construgio, haverd que ter em vista que diffeil serd atingir correctamente 0 minimo das condigdes pre- vistas no regulamento autorizando que se erijam edi cagdes em terrenos acanhados e de conformagio defi- ciente. Igualmente no se podera abstrair de que cada edifi- cagio deve ser encarada como mera parte de uni todo, em que teré de se integrar harmoniosamente, vslori- zando-y quanto possivel. : # ainda indispensével que em locais privilegiados da Naturesa, na ctooepgdo dos edificios e na sus dispost- gio relativamente a0 conjunto, se ndo menosprezem as vantagens de tirar partido das candigées naturais, © regulamento, embora muito gentricamente, pela dificuldade que h& em pormenorizar preceitos relativos a assuntos desta espécie, da alguinas directivas que, quando criteriosamente aplicadas, poder‘io contribuir para tornar atraentes 03 miicleos urbanos e para apro- Yeitar inteligentemente, realgando-os, certos pormeno- res, tais como pontos de vista belos, macigos de arvo- redo, configuragdes especiais do tetreno, vizinhangas de cursos de agua e do mar, etc., a que muitos aglome- rados devem grande parte ‘do seu ealevo. 0 regulamento interessa também muito aos «téenicos» a quem caiba conceber e projectar uma edificagio, por- quanto, pela respectiva consulta para aplicagio dos preceitos que estatui, 0s habilita a dotar a coustrugio projectada com os requisitos necessérios ao fim em Vista: conveniente insolagio e iluminagio das depen- déneias de habitago ou de trabalho; isolamento contra frio e calor excessivos; protecgo contra ruidos incémo- dos; defesa das condigées de vida na intimidade; pos- cibilidades de oxecugio de tarefas domésticas ou pro- fissionais sem excesso de fadiga fisica e mental; criagiio @ conservacio de locais para recreio e repouso das erian- gas ¢ adultos; salubridade da edificagio ¢ dos espagos Tivzes adjacentes; eriagio de ambientes internos ¢ ex- Yernos acolhedores e protecgio contra risco de incéndio @ deteriorago provocada pelos agentes naturais. 0s téonigos encarregados de projectar uma edificagao, salvo 0s casos, muito especiais, de construgdes com ea- récter estritamente econémico, nfo se deverdo deixar guiar pela ideia de dar sistematicamente a cada ele- Inento & a cada local da construgdo as dimensdes« pro- porpées limites consignadas no regulamento. Assim rocedendo, dificilmente a edificagto projectada po- era, quando vista no seu conjunto, considerar-se como satisfazendo correctamente aos requisitos gerais exi- ‘gidos pelo regulamento e proporcionar na justa medida a comodidade inerente & fungio a quo se destina, Finalmente, o regulamento intpressa sobremaneira a0 apiblico», visto que, como fruidor permanente ou tet pordrio das habitagdes, o referido diploma Ihe dé ga- rantia, pela sua aplicagio, de que os locais de moradias teriio sido erigidos e se manterdéo de modo a proporcio- nar-lhe condigdes vantajosas para a sua satide e bem- -estar; e, como habitante do aglomerado, poderé des- I SERIE — NOMERO 166 frutar com seguranga o ambiente sadio e estdticamente agradavel quo a aplicagio do regulamento terd progres- sivamente criado e ver respeitados os direitos e regalias que a lei The confira em matéria de edificagées. ~ ‘Nao se ocupa o regulamento discriminadamente das edificagdes com finalidades especiais; insere apenas as de ordem geral que Ihes sio aplieéveis. Nao pareceu con- yeuiente, por agora, encarar a revistio ¢ actualizagio da legislagio publicada que Ihes diz respeito, no s6 por- que tal empreendimento nio se reveste de grande acuidade, como também porque ocasionaria maior de- mora na publicagdo do presente regulamento, o que nio parecou vantajoso, Pelo contrério, aproveitou-se 2 vportunidade da sua promulgagio para nele inserir certas disposigées, mais directamente correlacionadas com os objectivos do re- lamento, constantes de anteriores diplomas, designa- damente dos Decretos 0." 14:268, de 9 de Setembro de 1927, ¢ 15:899, de 23 de Agosto de 1928, e do Decrcto- -Lei n.* 84:472, de 31 de Margo de 1945, a cuja revo- gagdo 6 assim possivel proceder. Nao houve certamente a pretensio, por parte da comissio preparadora do projecto de regulamento, hem a tem oGoverno, em matéria to vasta e complexa, cuja evolugio nos wiltimos anos foi bastante grande, de se haver conseguido fazer obra definitiva. Nao se The oferece, porém, diivida de que o regulamento vai cons- tituir uma base excelente de partida para um progresso maior neste ramo de técnica e de referéucia para pos- siveis ajustamentos de doutrina e supressdes de lneunas verificadas durante um perfodo experimental de alguns anos. Entretanto o Laboratério de Engenharia Civil é coligindo elementos novos e efectuando estudos, me- diante os quais se possam confirmar ou corrigir valéres numéricos inseridos no regulamento; fixar normas pre- cisas caracterizando 0s materiais a empregar e processos construtivos mais correntes; definir as condigies restri- tivas aplicaveis em zonas sujeitas a abalos sismicos; estabelecer a constituigdo das argamassas para os di- ferentes tipos de parede preconizados; indicar os cosficientes © tensdes de seguranga a adoptar para os diferentes materiais de uso corrente na construgio; estabelecer. normas para o etaprego dos isolamentos fonico e térmico e definir, para as nossas caracteristicas climaticas, certas condigdes fundamentais de habitabi- idade, tais como a insolagio e iluminagio convenientes, a temperatura média e aconselhével no interior da ha- bitagdo eo volume de ar respirdvel por individuo. Deste modo se ird preparando o campo para que mais tarde se dé novo passo com o objective de conseguir mais ¢ melhor. Nestes termos: Usando ‘da faculdade conferida pela 1.* parte do n.* 2. do artigo 109." da Constituigio, 0 Governo de- ereta © eu promulgo, nos termos do § 2.° do seu ar- tigo 80.*, para valer como lei, o seguinte: Artigo 1.° B aprovado o Regulamento Geral das Edi- ficagBes Urbanas, que faz parte integrante do presente decreto-lei. § tinico, O regulamento pode ser alterado por decretos simples, salvo quanto a penalidades e restrigies ao di- reito da propriedade e quanto a disposigdes que consti- ‘tuam transerigio ou aplicagio de preceitos legais de di- reito comum. : Art. 2.° Ficam expressamente revogados os diplomas seguintes: Decreto de 14 de Fevereiro de 1903, aprovando o Regulamento de Salubridade das Edificagdes Urbanas, anexo ao mesmo decreto; 7 DE AGOSTO DE 1951 Artigos 9.° e 10.° do Decreto n.° 902, de 30 de Se- tembro de 1914; Decreto n.° 14:268, de 9 de Setembro de 1927; Decreto n.° 15:899, de 23 de Agosto de 1928, Deoreto-Lei n° 34:472, de 31 de Margo de 19 Publique-se e cumpra-se como nele se contém. Pacos do Governo da Repiblica, 7 de Agoste de 1951. — Awrés10 De Oxrverea Satazax — Jodo Pinto da Costa Leite — Fernando dos Santos Costa — Joa- uim Trigo de Negreiros — Manuel Goncalves Cava- iro de Ferreira — Artur Aguedo de Oliveira — Adolfo do Amaral Abranches Pint ‘mérico Deus Rodri- gues Thoma: — Paulo Arsénio Virissimo Cunha —Josb Frederico do Casal Ribeiro Ulrich — Manuel Maria Sarmento Rodrigues — Fernando Andrade Pires de Lima — Ulises Cruz de Aguiar Cortés — Manuel Go- mes de Araiijo — José Soares da Fonseca. Regulamento Geral das Edificagdes Urbanas ‘ITULO 1 Disposigdes de natureza administrativa CAPITULO I Generalidades Artigo 1.* A execugdo de novas edificagdes ou de quaisquer obras de construgio civil, a reconstrugio, ampliagio, alteragio, reparagio ou demoligdo das edi- ficagdes ¢ obras existentes e bem assim os trabalhos que impliquem alteragio da topografia local, dentro do pe- rimetro urbano e das zouas rurais de protecgao fixadas para as sedes de concelho ¢ para as demais tocalidades sujeitas por lei a plano de urbanizagio ¢ expansio su- bordinar-se-o as disposigies do presente regulamento. § ximico. Fora das zmas ¢ localidades a que daz refe- réncia este artigo o presente regulamento aplicar-se-4 ‘uas povoagSes a que seja tornado extensivo por delibe- ragio municipal e, em todos os casos, &s edificagdes de vardeter industrial ou de utilizagio colectiva. Art. 2.° A execugio das obras e,trabalhos a que alude © artigo anterior no pode ser levada a efeito semi prévia Hiconga das efmaras municipais, as quais incumbe tam- déin a fiscalizagio do comprimento das disposigies deste regulamento. § 1? Tratando-se de obras que, pela sua natureza ou localiza, possum ponsiderarae de poqunna Smportin- cia sob os pontes de vista da salubridade, seguranga ou estética, designadamente pequenas construgies para ser- vigos rurais, obras ligeiras de conservagio ou outras de pequena monta em construgoes existentes que nfo afec- fem a sua estrutura mem 0 seu aspecto garal, poderdo as cimaras municipais dispensar a licenga § 2.° Compete is cfimaras municipais fitar em regu- lumento os Timites precisos da isengio m que se refere o parégrafo anterior. ‘Art. 3.° As cmaras municipais nfo poderdo con- ceder licengas para a execugio de quaisquer obras sem que préviamente verifiquem que elas nfo colidem vom 6 plano de urbanizagio geral ou parcial aprovado para 0 local ou que, em todo o caso, nfio prejudicam a esté- tica urbana. § tinico. A concessio de licenga para a extcugio de quaisquer obras ser sempre condicionada a observan- cia das demais prescrigGes do presente regulamento, dos regulamentos municipais em vigor e bem assim de at quaisquer outras disposigées legais cuja aplicagio in. Gumba & administragao municipal assogurar. ‘Art. 4 A concessio da iicenga para a execugio de qualquer obra e 0 préprio exercivio da fiscalizagio mu- nicipal no seu decurso nao isentam o dono da obra, ou © sew preposto ou comitido, da responsabilidade pela condugio dos trabalhos em estrita concordineia com as prescrigies regulamentares e nio poderfo desobrigé-los da obediéncia a outros precoitos gerais ou especiais a ue,aelflenso, pola sua localizagéo ou natureza, haj fe subordinar-se. Art. 5.° Os pedidos de livenga para a execuyiia de obras serio acompanhados dos elementos estritamente uecessérios ao exacto esclarecimento das condigdes da sua realizagio, conforme se dispuser nos regulamentos municipais, na elaboragdo dos quais se teré em conta importincia, localizagio e finalidade de cada tipo de obras my Lae re municipais cuja elaboragie € prevista neste artigo astio sujeitos a aprovagdo do Mnisiro das Obras Bubiicas, pone Art. 6° Nos projectos de novas construgdes e de re- construgio, ampliagio e alteragio de construgées exis tentes sero sempre indicados 0 destino da edificagio ea juliliagdo provista pare os diferentes eompart- Art, 72 As obras relatives a novas edificagées, a reedificagbes, a amptiagdes e alteragdes do edificagdes existentes nifio poderdo ser iniciadas sem que pela res- pectiva cimara municipal seja fixado, quando nevessé- tio, o alinhemento de acordo com o plano geral, e dada a cota de nivel. Art. 8° A utilizagio de qualquer edificagio nova, reconstruida, ampliada ou alterada, quando da alte- ragiio resultem modificngSes importantes nas suas varac- teristicas, carece de Hicenga municipal, § 1° As cdmaras municipais s6 poderio conceder as licengas a que este artigo so refere em seguida & reali- zagio de vistoria nos termas do § 1.° do artigo 51.° do Cédigo Administrativo, destinada a verificar so as obras obedeceram &s condigdes da respectiva licenga, to projecto aprovado © as disposigges Togais regula: mentares aplicaveis. § 2° A liconea de utilizagie s6 pode ser concedida depois de decorrido sobre a conclusio das obras 0 prazo fixado nos regulamentos municipais, tendo em vista as cxigéncias da salubridade relacionadas com a natureza da utilizagto. § 3° O disposto neste artigo 6 aplicavel a utilizagto das edificagies existentes para fins diversos dos ante- riormente autorizados, nfo podendo a licenga para este efeito ser concedida sem que se verifique a sua confor- midade com as disposiges legais ¢ regulamontares aplicaveis. Art, 9.° As edificagdes existentes deverdo ser repa- radas e beneficiadas pelo menos uma ver em cada pe- riodo de oito anos, com o fim de remediar as defei cias provenientes do seu uso normal e de as manter em boas condigdes de utilizagio, sob todos os aspectos de que trata o presente regulamento. ‘Art. 10.° [odependentemente das obras periédicas de conservagio a que se rofere o artigo anterior, as cé- maras municipais poderdo, em qualquer altura, deter- auiuar, em edificagdes existentes, precedendo vistoria realizada nos termos do artigo 51.”, § 1°, do Cédigo Administrativo, a exeougio de obras necessérias para ‘corrigir mas condigées de salubridade, solidex ou segu- ranga contra 0 risco de ineéndio § 1° As cémaras municipais compete ordénar, prece- dendo vistoria, a demoligio total ou parcial das cons- trugdes que ameacem ruina ou oferegam perigo para a smide publica, bem como das pequenas casas abarraca- 718 I SERIE — NOUERO 166 das com,um ou dois pavimentos, em coustruydo ou jé construidas, e de quaisquer construgdes ligeiras, desde que 0 seu projecto nfo tenha sido aprovado nem tenha sido concedida licenga para a sua construgio. § 2. As deliberagdes tomadas pelas cdmaras munici- pais em matéria de beneficiagio extraordindria ou de- moligio ero notificadas ao proprietirio do prédio no prazo de trés dias, a contar da aprovagio da respectiva acta. ‘Art, 11.° Poderio ser expropriadas as edificagies que, em consequéncia de deliberagio camararia baseada em prévia vistoria realinada nos termos do § 1° do ar tigo 51.° do Cédigo Administrativo, devam ser recons- trufdas, remodeladas, beneficiadas ou demolidas, total ou parcialmente, para realizagio de plano de urbani- zagio geral ou parcial aprovado. ‘Art. 12.° A execugio de pequenas obras de reparagio sanitéria, como, por exemplo, as relativas a roturas, obstrugdes ou outras formas de mau funcionamento, tanto das canalizagGes intericres e exteriores de éguas e esgotos como das instalagdes sanitérias, a deficiéncias das coberturas e a0 mau estado das fossas, seré orde- nada pelas cimara municipais, independentemente de vistoria. . § nico. Passa para as cdmaras municipais a com: peténcia para a aplicagio das penas previstas na lei pelo nfo cumprimento das determinagées a que este artigo se refere. | ‘Art. 18° Quando determinadas obras forem impostas por um servigo pttblico, a notificagéo ao interessado deverd ser feita por intermédio da respective cfimara municipal. “Art. 14 As obras executadas pelos servigos do Es- tado néio carecem de licenga municipal, mas deverdo ser submetidas & prévia apreciagfo das respectivas ci- maras municipais, a fim de se verificar a sua confor- midade com o plano geral ou parcial de urbanizagio aprovado e com as prescrigdes regulamentares aplicé- veia, ‘TITULO IT Condigdes gerais das edificagies CAPITULO T Generalidades Art, 15.° Todas as edificagées, seja qual for a sua natureza, deverfio ser construidas com perfeita obser- vancia das melhores normas da arte de construir e com todos os requisitos necessarios para que Ihes fiquem asseguradas, de modo duradouro, as condigdes de se- guranga, salubridade © estética mais adequadas & sua Utilizagiio e as fungdes educativas que devem exercer. Art, 16.° A qualidade, o natureza 0 modo de apli cago dos materiais utilizados na construgio das edifi. cagées deverio ser de molde que satisfagam as condi- ges eatabelecidas no artigo anterior e ds especificagdes, oficiais aplicav ‘Art. 17° A aplicagio de novos materiais ou processos de construgio para os quais nfo existam especificag oficiais nem suficiente pritica de utilizagio ser condi- cionada ao prévio parecer do Laboratorio de Engenharia Civil do Ministério das Obras Priblicas. CAPITULO I Fundagies Art. 18° As fundagdes dos edificios sero estabeleci- das sobre terreno estivel e suficientemente firme, por natureza ow por consolidagio artificial, para suportar com seguranga as cargas que the aio transmitidas pelos elementos da construgio, nas condigges de utilizagio mais desfavordveis. . Art, 19.° Quando as condigdes do terreno e as carad- teristicas da edificago permitam a fundagio continua, observar-se-fo os seguintes preceitos: 2) Os caboucos, penetrario no terreno firme até & profundidade de 50 centimetros, pelo menos, excepto quando se trate de rocha dura, onde poderé eer menor. Esta profundidade deve, em todos os casos, ser sufi- ciente para assegurar a distribuiggo quanto posefvel regular das presses na base do alicerce; 2) A espessura da base dos alicerces ou a largura das sapatas, quando requeridas, serfo fixadas por forma que a pressio unitéria no fundo dos caboucos no exceda a carga de seguranga admissivel para o terreno de fun- dagio; 8) Os alicerces serio construidos de tal arte que a hu nidade do terreno nfo se comunique s paredes da edificagio, devendo, sempre que necessério, intereala se entre eles e as paredes uma camada hidréfuga. Na execugiio dos alicerces e das paredes até 50 cen- Uimetros acima do terreno exterior utilizar-se-é alve- naria hidrdulica, resistente e impermedvel, fabricada com materiais rijos e nfo porosos. 4) Nos alicerces constitufdos por camadas de dit rentes larguras a saligneia de cada degrau, desde que © contrario se nio justifique por cdlculos de resisténcia, niio excederé a sua altura Art. 20° Quando 0 terreno com as caracteristicas re- queridas esteja a profundidade que nfo permita fun- dagio continua, directamente assente sobre ela, adop- tar-se-fio processos especiais adequados de fundagio, com observancia, além das disposigdes aplicdveis do artigo anterior, do quaisquer presoriges especialmente estabelecidas para garantir a seguranga da construgio. Art, 21.° As cémaras municipais, atendendo & natu- reza, importancia e demais condigdes particulares das obras, poderio exigir que do respectivo projecto conste, gust 0 estudo sufcientemente pormenorizado do terreno le fuindagito, de forma a ficarem definidas com elareza as suas caracteristicas, quer a justificagio pormenori- zada da solugdo prevista, ou amibas as coisas. Art, 22.° A compressiio do terreno por meios meci- nieos, a cravagio de estacas ou qualquer outro processo do construir as fundagdes por percussio deverso men- cionar-se claramente nos projectos, podendo as cimaras municipais condicionar, ow mesmo no autorizer, 0 seu uso sempre que possa afectar construgées vizinha: CAPITULO TI Paredes Art. 23. As paredes das edificagtes servo constitui- das tendo em vista nfo s6 as exigéncias de seguranga, como também as de salubridade, especialmente no que respeita & protecgio contra a humidade, as variagées de temperatura ea propagagio de ruidos e vibragdes. Art. 24.° Na construgao das paredes de edificagdes de carécter permanente utilizar-se-Zo materiais adequados A natureza, importincia, cardeter, destino e localizagio dessas edificagies, os quais devem oferecer, em todos 03 4808, suficientes condigdes de seguranga © durabili- dade. Art. 25.° Para as_paredes das edifleagdes correntes destinadas a habitagio, quando construidas de alvena- ria de pedra ou de tijolo cerdmico macigo de 1.* lidade, com as dimensdes de 0°,23 x0%,11 x0,07, po- deré considerar-se assegurada, sem outra justificagio, a sua resisténcia, sempre que se adoptem as espessuras minimas fixadas na tabela seguinte. 7 DE AGOSTO DE 1961 719 Eopessura de paredes de alv aria de pedra ou de tijolo (no includes rebocos © guarnecimentos) (Tabola a que so refere o artigo 25.°) Paredes at fuchadas ‘Paredes das omponas Pedra thea van a | 40 a fa}-]a | - te a: 28 | 40 tm |] =] 1 | % 8. 32 | 50 ah | 2 ae r a 60 aja} o | a 1 3 7 2 | | 4 | 1% 1 8 = | 80 2%, | 98 | so | 118 | 1 7 = | 99 ay | a2 | 60 | 2° | 1h § 1" Quando se empreguem tijolos de outras dimen- ses, admitir-se-s a tolerancia até 10 por conto nas es- pessuras correspondentes as indicagBes da tabela para a8 paredes de tijolo. §.22 E permitido o emprego de alvenaria mista de tijolo macigo e furado nas paredes dos grupos A e B, nos dois andares superiores das edificagdes, desde que 8 topos dos furos ou canais dos tijolos no fiquem nos paramontos exteriores. § 8.° E permitido o emprego de tijolo furado nas pa- redes do grupo © nos dois andares superiores, nas do grupo D nos quatro andares superiores ¢ nas do grupo B ‘em todos os andares acima do terreno. § 4.°B obrigntsrio o omprogo do podra rija nas pare- des de alvenaria de pedra irregular dos andares abaixo dos quatro superiores, sempre que se adoptem as espes- suras minimas fixadas. § 5° A slvenaria de pedra talhada (perpianho ou semelhante) sord constituida por paralelepipedos de pe- dra rija que abranja toda a espessura da parede. ‘Art, 26.° As cimaras municipais 96 poderio autori- zar, para as paredes das edificagies correntes destina- das a habitagio, construidas de alvenaria de pedra ou tijolo, espessuras inferiores aos mfnimos fixados no artigo anterior, desde que: 1) Sejam asseguradas ao mesmo tempo as disposigées porventura necessrias pare.que nfo rerultem diminu- 8 as condigdes de salubridade da edificagto, parti- cularmente pelo que se refere & protecgio contra a hu- midade, variagdes de temperatura e propagagio de ruidos ¢ vibragées; 2) Sejam justifieadas as espessuras propostas, por onstios em laboratérios oficiais ou por céleulos ‘rigo- rogos em que se tenham em consideragio a resisténoia veificada dos materiais empregados e as forgas actuan- tes, incluindo nestas nio s6 as cargas verticais, como também a acgio do vento, as componentes verticais horisontais das forgas obliquas e as solicitagdes secun- dérias a que as paredes possam estar sujeitas por vir- tude de causas exteriores ou dos sistemas de construgio adoptados. § tinico. Poderd também exiginse 0 cumprimento do prescrito no corpo deste artigo, quaisquer que sejam as espessuras propostas, quando na construpao das paredes se empreguem outros materiais ou elas tenham cons- tituigdo especial, ‘Art. 27° A justificagio da resisténcia das paredes poderd ainda ser exigida quando tenham alturas livres superiores a 3°,50 on estejam sujeitas a solicitagdes superiores as verificadas nas habitagdes correntes, par- ticularmente quando a edificagio se destine a fins sus- ceptiveis de The impor sobrecargas superiores a 300 qui- Jogramas por metro quadrado de pavimento ou de a sujeitar a esforgos dinimicos considerdveis. ‘Ant. 28." Nas edificagdes construidas com estruturas independentes de betio armado ou metélicas, as ospes- suras das paredes de simples preenchimento das malhas vorticais das estruturas, quando de alvenaria de pedra ox de tijolo, poderfo ser reduzidas até aos valores mi- nimgs de cada grupo fixados no artigo 25.°, desde que 0 menor vio livre da parede entre os elementos horizon- tais ou verticais da estrutura mio exceda 3,50. ‘Art. 29." A construgio das paredes das caves que ficarem em contacto com o terreno exterior obedeceré a9 especificado no n.° 3) do artigo 19.* deste regula- ruento. Nas caves consideradas habitéveis, quando nfo se adoptem outras solugdes comprovadamente equivalentes do ponto de vista da salubridade da habitagao, a espes- sura das paredes nfo poderé ser inferior a 60 ceutime- ros ¢ 0 seu paramento exterinr sord guarnecido até 20 centimetros acima do terreno exterior, com revestimento impermedvel resistente, sem prejufzo de outras, precau- ges consideradas necessdrias para evitar a humidade no interior las habitagdes. ‘Art. 80.° Todas as paredes em clevagiio, quando nto sejam construidas com material preparado pata ficar 2 vista, sero guarnecidas, tanto interior como exte- rionmente, com revestimentos apropriados, de natureza, qualidade e espessura tais que, pela sua resistencia & acgio do tempo, garantam a manutengfo das condigdes injciais de salubridade © bom aspecto da edificagio. § 1 Os revestimentos exteriores serio impermedveis, sempre que as paredes estojam expostas A acgiio fre- quente de vemtos chuvogos. § 2° O revestimento exterior das paredes das man- sardas ou das janelas de trapeira seré de material im- penmedvel, oom reduzida condutibilidade calorifera ¢ resistente & acgio dos agentes atmosféricos © ao fogo. ‘Art, BL° As paredes das casas de banho, retrates, copas, cozinhas @ locais de lavagem serio revestidas, até, pelo menos, & altura de 1°,50, com mateniais im- permedveis, de superficie aparente lisa e facilmente lavével. ‘Art. 82.° Os paramentos exteriores das fachadas que marginem a3 vias piblicas mais importantes designadas 720 em postura municipal serdo guarnecidos inferiormente de pedra aparelhada ou de outro material resistente a0 desgaste e facil de conservar limpo e em bom estado. Art. 83." No guarnecimento dos vos abertos em pa- redes exteriores de alvenaria, quando nio se empregar cantaria ou bet, utilizar-se-4 pedra nija ou tijolo ma- cigo e argamassa’ hidréulica, Para a fixagio dos aros exteriores utilizax-se-é material resistente, com exclu- so da madeira. Art, 34° Todas as cantarias aplicadas em guame- cimento de vaos ou revestimento de paredes serio lign- ‘las ao material das mesmas paredes por processos que déem suficiente gorantia de solider ¢ duragio. CAPITULO IV Pavimentos e cobertora Art, 36.° Na constituigo dos pavimentos das edifi- cages deve atender-se nao s6 as exigéncins da segu- ranga, como também as de salubridade e A defesa con- tra a propagagdo de ruidos ¢ vibiagdes. Art, 36.° As estruturas dos pavimentos e coberturas ddas edificages sero construidas de madeira, betio ar- mado, ago e outros meteriais apropriados que possuam satisfatdrias yualidades de resisténcia e duragiio. As se ges transversais dos respectivos elementos sero ju fificadas pelo céleulo ou por experiéncias, devendo atender-se, para este fim, & disposigtio daqueles elemen- tos, A capacidade de resisténoin dos materiais emprega- dos e As solicitagdes inorentes & utilizagio da estrutur Art. 37° Nos pavimentos de madeira das edificagées, correntes destinadas a habitagdo, as secgdes transversais das vigas poderdo ser as justificadas pelo uso para idénticos vaos e cargas maximas, niosenilo todavia sontidas secgdes inferiores & de 0,16 x 0°08 ou equiv: lente a esta em resisténcia e rigider. A este valor numé- rico corresponderé afastamento entre eixos nilo superior 1 09,40. As vigas serio convenientemente tarugadas, guando o vio for superior a 2°,5. Art, 38." Nas coberturas das edificagdes correntes, com inclinagio nfo inferior » 20° nem superior a 45%, apoia- ilas sobre estruturas de madeira, poterio emproger-se, sem outra justificagio, as secgdes minimas seguintes ou suas equivalentes em resistincia e rigider, desde que nfo se excedam as distizcins méximas indicadas. Madree 200 <8 ‘Varas para telba vipo warseina 059 106 Varas pura telha tipo canudo 010 XT Ripas para tela tipo warselba - - Comprinento| 82°28 ia tlh Art. 99." As estruturas das coberturas ¢ pavimentos rio devidamente assentes nos elementos de apoio ¢ vonstrufdas de modo que estes elementos nfo fiquem sujeitos a esforgos horizontais importantes, salvo se para Thes resistirem se tomarem, disposigées apropriadas. § sinico. Quando se utilize madeira sem tratamento prévio adequado, os topos das vigas das estruturas dos pavimentos ou eoberturas, introdusidos nas paredes de alvenaria, serao sempre protegidos com induto ou reves- fimento apropriados que impegam o seu apodrecimento. 1 SERIE — NOMERO 166 Ari. 40.° 0 pavimento dos andares térreos deve assen~ tar sobre uma camada impermedvel ou, quando a sua estrutura for de madeira, ter caixa de ar com a altura minima de 0,50 e ventilada por circulagio transversal de ar, assegurada por aberturas praticadas nas paredes. Destas aberturas, as situadas nas paredes exteriores terdo dispositivos destinados a impedir, tanto quanto possivel, a passagem de objectos ou animais. ‘Art. 41.° Os pavimentos das casas de banho, retretes, eopas, cozinhas e outros locais onde forem de reoear i filtragées serfio assontes em estruturas imputresciveis constituidas por materiais impermedveis apresentando uma superficie plana, lisa e ficilmente lavével. ‘Art, 42.° As coberturas das edificagies serdio construf- das com materiaie impermedveis, resistontes ao fogo 3 acgio dos agentes atmosféricos, e capazes de garantir o isolamento calorifico adequado ao fim a que se destina 4 edificagto. Art. 43." Nas coberturas de betiio armado dispostas em terragos utilizar-se-do materiais e provessos de cons- trugio que ussegurem a-impermeabilidade daqueles protejam a edificagio das variagbes de temperatura ex- terior. § 1° As lojes da cobertura serio construidgs de forms que possam dilatar-se ou contrair-se sem originar im- pulsos consideréveis nas paredes. § 2 Tomarse-fo as dsposigdes necesétias para ri ido © completo escoamento das aguas pluviais © de Tavagem, no podendo o declive das euperficies de er coamento ser inferior a 1 por cento. ‘Art. 44° Os algerozes dos telhados serdo forrados com materiais apropriados para impedir infiltragdes nas paredes. O forro deve ser prolongado sob 0 re- vestimento da cobertura, formando aba protectora, de largura variével com a rea e inclinagio do telhado, e nunca inferior @ 25 centimetros. As dimensdes dos algerozes serio proporeionadas & extensio da cobertura O seu declive, no sontido longitudinal, serd o suficiente ara assegurar répido escoamento das Aguas que Tece- Borem e nunca inferior a 2 milimetros por metro. 4 rea dil dn soogio transversal sex6, pelo menos, de 2 centimetros quadrados por cada metro quadrado de superficie coberta horizontal. ; Tomar-se-Ao as disposigdes necessérias para assegu- rar, nas condigdes menos nocivas possivel, a extravasio das aguas dos algerozes, no caso de entupimento a dental de um tubo de queda. CAPITULO V Comunicages rertteats Art. 452° As escadas de acesso aos diferentes andares das edificagdes devem ser seguras, suficientemente am- plas, bem iluminadas © ventiladas e proporcionar c6- moda utilizagio. ‘Art. 46. A largura dos langos nas edifiéagies corren- tes destinadas a habitagio nfo seré inferior a 90 con- timetros nas edificagdes até trés pisos e quatro habita- (Ges servidas pela escada ou a 1 metro nos outros casos. Nas edificagdes destinadas a servigos publicos ou outros fins semelhantes @ largura das escadas seré proporcio- nada ao ntimero provavel de utilizantes, com 0 mini de 19,25. § nico. Os patins nao poderdo ter largura inferior a dos langos, Os degraus da escada nfio poderdo ter lar- gura inferior a 23 centimetros, nfo contando o focinho; 41 sun altura deve ficar compreendida entre 14 ¢ 18 cen- timetros; as dimensGes escolhidas devem hanter-se cons- tantes em cada lango de escada. 7 DE AGOSTO DE 1951 721 Art. 47.° As escadas de acesso comum nas edificagdes com mais de trés pisos serio, sempre que possivel, ilu- minadas e ventiladas por meio de aberturas praticadas nas paredes em comunicagio directa com o exterior. Todavia, nos dois andares superiores destas edificagdes, bem como no seu conjunto nas edificagdes até trés pisos, a iluminagio e ventilagio das escadas de acesso comum, poderdo fazer-se por clarabéias providas de ventilado- res, devendo as escadas ter no.seu eixo um espago vazio com largura nfo inferior a 40 centimetros. Em todos 0s casos devers terse em atengio 0 disposto no ar- tigo 144, . ‘Art, 48.° Todas a8 edificagdes com mais de quatro pisos, incluindo cave e sétio quando habitéveis, nfo dotadas de monta-cargas utilizavel por pessoas, teri, além da escada principal, uma eseada de servigo, in- corporada, sempre que possivel, no perfmetro da cons- trugo, com acesso directo, e quanto possivel indepen- dente, para a rua. ° Art. 49.° A escada de servigo seré estabelecida por forma que permita fécil aoesso a todas as habit e utilizagdo cémoda © segura. Na sua construgio u ‘0 materiais resistentes ao desgaste e de fécil limpeza. Os langos, que serio rectos entre patins, terdo a largura minima de 80 eentimetros, Os degraus terdo h espellio e as suas dimensdes obedecertio ao disposto no artigo 46.° Art, 50." Em todas as edificagdes destinadas a habi- ‘gio com mais de quatro pisos acima do da entrada + obrigatéria a instalagio de um ascensor de utilizagio permanente, com capacidade proporcionada ao miimero de"habitantes, no minimo correspondents a quatro pes- soas. Quando o mimero de pisos for superior a cinco, sem- pre que nio haja monta-cargas utilizavel por pessoa, € obtigatéria a instalagiio de um monta-cargas para objectos, com a capacidade minima de 100 quilogra- mas, permanentemente utilisével e que sirva todos os pisos. 5 Art. 61.° Nas edificages com caracterfsticas espe- ciais, e particularmente naquelas que sejam ocupadas ou frequentadas por grande niimero de pessoas e nas de grande desenvolvimento em planta, 0 ntimero na- tureza das escadas e dos meios de comunicagio vertical, bem como a sua distribuigio, serdo fixados de modo que seja fécil utilizé-los em todas as circunstincias. Art, 52.° As edificagdes nio destinadas a habitagio doverdo, quando o seu destino o justifique, eer providas, além de escadas ou rampas, de meios mecinicos de transporte vertical —ascensores, monta-cangas, escadas ou tapetes rolantes— em ntimero e com a capacidade que forem necessérios. Eates meios meetinicos serviréo, obrigatdriamente, todos 0s pisos acima do tercciro. TITULO IIT Condigbes especiais relativas @ salubridade das edificagdes e dos terrenos de constragio CAPITULO I Salubridade dos torrenos Art. 68.* Nenhuma edificagio poderé ser construida ou reconstruida em terreno que no seja reconhecida- mente salubre ou sujeito préviamente as .necessérins obras de saneamento. ‘Art. 54. Em terrenos alagadigos ou hiimidos a oons- trugiio ow reconstrugio de qualquer edificagaio deveré ser precedida das obras necessirias para o enxugar e desviar as guas pluviais, de modo que o prédio venha a ficar preservado de toda a humidade, ‘Art. 55.° Em terrenos onde se tenham feito depésitos ou despejos de imundicies ou de dguas sujas provenien- tes de usos domésticos ou de indtistrias mocivas & savide nfo poderé executar-se qualquer construgio sem pré- viamente se proceder & limpeza e beneficiagio completas do mesmo terreno. Art. 56." Nas zonas urbanas no poderfo exeoutar-se quaisquer construgdes ou instalagdes onde possain de- positar-se imundicies — tais como cavalarigas, ourrais, vyacarias, pocilgas, lavadouros, fébricas de produtos cor- rosivos ou prejudiciais & satide publica e estabelecimen- tos semelhantes — sem que os respectivos pavimentos fiquem perfeitymente impermedveis e se adoptem as de- mais disposigies proprias para evitar a poluigdo dos ter- renos e das aguas potdveis ou mineromedicinai § nico. O disposto neste artigo aplicase as constru- Ssitos de natureza agricola ou industrial nas sompre que no terreno em que assentarem ea distncia inferior a 100 metros — ou a disténcia superior quando nio seja manifesta a auséacia de pe- rigo de poluigtio— haja nascentes, fontes, depdsitos, eanalizagées ou cursos de agua que importe defender. Art, 57.° Em terrenos proximos de cemitérios no se poderd consiruir qualquer edificagio sem se fazerem as obras porventura necessirias para os tornar inacessi- veis as éguas de infiltragio provenientes do camitério. CAPITULO 1 Da eaifieacdo em conjunte Art. 58." A constragio ou reconstrugio de qualquer edificio deve executar-se por forma que fiquem assegu- rados o arejamento, iluminagio natural ¢ exposigio pro- Jongada & acpi directa dos raios solares, e bem assim © seu abastecimento de agua potdvel e a evacuagio ino- fensiva dos esgotos. - § nico. As cimaras municipais poderiio condicionar a licenga para se executarem obras importantes em edi- AcagBes existeates A execugao simulténea dos trabalhos acessdrios indispensdveis para Ihes assegurar as condi- ges minimas de salubridade prescritas neste regula mento. ‘Art. 59.* A altura de qualquer edificagdo seré fixada de forma que em todos os planos verticais perpendicula- res, fachada nenhum dos seus elementos, com excep- do de chaminés e acessérios decorativos, ultrapasse 0 fimite definido pela linha reota a 45°, tragada em cada um desses planos a partir do alinhamento da edificagio fronteira, definido pela intersecgo do eeu plano com 0 terreno exterior. § 1.2 Nas edificagdes construfdas sobre terrenos em declive consentir-se-6, ma parte descendente a partir do referido plano médio, uma tolerdncia de altura até a0 méximo de 1*,60. §2.° Nos edificios de gaveto formado por dois arrua- mentos de largura ou de niveis diferentes, desde que se nio imponham solugdes especiais, a fachada sol ruamento mais estreito ouimais baixo poderd até & altura permitida para o outro arruamento, na ex- tenstio méxima de 16 metros. - $8." Nas edificagdes que ocupem todo 0 intervalo entre dois arruamentos de larguras ou nfveis diferentes, ealvo tos casos quo exijam solugdes especias, ag alturan das fachadas obedecerio no disposto neste artigo. § 4° Em caso de simples interrupgio de continuidade numa fila de construgies poderé 0 intervalo entre as duas edificagSes confinantes sor igual & média das altu- ras dessas vdiSicagies, sem prejuizo, no entanto, do dis- posto no artigo 60.” | ‘Art. 60.° Independentemente do estabelecido no az- tigo anterior, a distincia minima entre fachadas de edi- ficagdes nas quais existam vos de compartimentos de habitagio no poderé ser inferior a 10 metros. 722 § Ynico. Tratando-se de arruamentos j6 Indeados, no todo ou ma maior parte, por edificag®es, as cmaras mu- nicipais poderdo, sem prejuizo do que estoja previsto em plano de urbanizagéo aprovado, estabelecer alinha- mentos com menor intervalo, nfo inferior, contudo, ao definido pelas construgdes existentes. Art. 61° Independentemente do disposto nos arti- gos 59." 60.°, e sem projuizo do que esteja previsto em plano de urbanizagio aprovado, as cimaras municipais poderio estabelecer a obrigatoriedade, generalizada ou circunscrita apenas a arruamentos ou zonas determi nadas em cada localidade, da construgio de edificagd« recuadas em relagiio aos limites do arruamento, qual- quer que seja a largura deste, e fixar também quer a profundidade minima deste reouo, quer a natureza do arranjo e o tipo da vedagio dos terrenos livres entre o arruamento ¢ as fachadas. Art, 62° As edificagtes para habitagio multifami- liar ou oolectiva deverio dispor-se nos respectivos lotes de forma que o menor intervalo entre fachadas poste- riores esteja de acordo com o estabelecido no artigo 69." § 1.° Para os efeitos do corpo deste artigo, sempre que nao tenha sido organizado logradouro comum que asse- gure condigio nele estabelecida, cada edificagéo devers ser provida de um logradouro préprio, com toda a lar- gura do lote e com facil acesso do exterior, §2.° 0 logradouro w que alude o parégrafo anterior deveré ter em todos os seus pontos profundidade nio inferior a metade da altura correspondente da fachada -adjacente, medida na penpendicular a esta fachada no ponto mais desfavordvel, com o minimo de 6 metros ¢ sem que a drea livre e descoberta seja inferior a 40 me- tros quadrados. § 3° Nos prédion de gaveto poderdio dispensar-se as condigées de largura e profundidade minima de logra- douro referidas no corpo deste artigo desde que fiquem satisfatdriamente asseguradas a iluminagiic, ventilagio © insolagio da prépria edificagio e das contigus Art, 63.° As cfimaras municipais, salvo o disposto no artigo seguinte, nfo poderdo consentir qualquer tole- raneia quanto ao disposto nos artigos anteriores deste capitulo, a no ser que reconhecidamente se justifiquem or condigiesoxoepcionaisoirromediéveis,cfiadas antes 1a publicagio deste regulamento, e simente se ficarem arentidas, em condigdes satisfatérias, a ventilagio e iluminagio natural e, tanto quanto possivel, a insola- Gio do ediffcio em todos os seus pisos habitaveis. ao abrigo do disposto no pre- sente arti io sempre em parecer favorével da respectiva comissio municipal de higiene. Art, 64.° Poderao admitir-se outras solugdes em desa- cordo com o disposto nos artigos anteriores, desde que fiquem em todo o caso estritamente asseguradas as con- digdes minimas de salubridade exigiveis, mas 96 quando se trate de edificagdes cuja natureza, destino ou cardoter arquitecténico requeiram disposigies especiais. CAPITULO TIT Disposigies intorlores das edifteagses © esparos Hres Art. 65.° A altura minima ou pé-direito dos andares, ‘em edificagdes correntes, destinados a habitagio é de 2",80. Este valor poder ser reduzido até 20 limite de 2°,60 quando se trate de edificagies isoladas ou em pe- quenos grupos, com o maximo de trés pisos habitéveis. A altura minima do rés-do-chio, quando destinado a estabelecimentos comerciais ou industriais, é de 3 me- tros. § nico. As alturas dos andares so medidas entre 0 pavimento ¢ o tocto ou as faces inferiores das vigas de tecto quando aparentes. I SERIE — NOMERO 166 Art. 66." Os compartimentos das habitagdes, com ex- cepgiio apenas dos casos previstos nos artigos 67.° e 68.°, nfo poderdo ter Area inferior a 9 metros quadrados. ‘Além disso, nas habitagdes com menos de cinco compar- timentos, um, no minimo, deveré ter area niio inferior a 12 metros quadrados, e nas habitagdes com cinco ow mais compartimentos haveré, pelo menos, dois com 12 metros quadrados de érea. ‘No niimero de compartimentos acima referidos nffo se incluem os vestibulos, retretes, casas de banho, despen- sas e outras divisbes de fungio similar & de qualquer destes compartimentos. Art. 67." Nas habitagBes com mais de quatro ou com mais de seis compartimentos, além dos excluidos nos termos do artigo anterior, poderé haver, respectiva- mente, um ou dois compartimentos com a area reduzida de 7,50. ‘Art.’ 68." O compartimento destinado exclusivamente a cozinha deverd ter a Grea minima de 6 metros quadra- dos. Pode, no entanto, reduzir-se este limite a 4 metros quadrados quando o mimero de compartimentos, con- tados nos termos do artigo 66.°, for inferior a quatro. ‘Art. 69." Os compartimentos das habitagBes, com ex- cluso apenas de vestibulos, retretes, casas de banho, despensas e outras divisdes de fungao similar, devertio ser delineados de tal forma que 0 comprimento nfo ex ceda o dobro da largura e que na respectiva planta a possa inscrever, entre paredes, um efrculo de diametro io inferior a2 metros, Este valor poderé, contudo, baixar até 1*,60 no caso das cozinhas com érea infe- Hor a 6 metros quadrados, nos termos do artigo ante- rior. Se as paredes de qualquer compartimento formarem diedros de menos de 60°, deveriio estes ser chanfrados por anos de lrgura nfo jaterior a 060 ; is "Art. 70.° A largura dos corzedores das habitagBes nilo deve normalmente ser inferior a 1°,20. Poderao, toda- via, autorizar-se menores larguras, nfo inferiores 1 metro, no caso de habitagdes com o méximo de eeis compartimentos, n&o contando os vestibulos, retretes, casas de banho, despensas e outras divisdes de fungio similar, e ainda no caso de corredores secundérios de reduzida extensio. ‘Art. TL® Os compartimentos da habitagées, com ex- cepgio de vestibulos, corredores pouco extensos e pe- juenos compartimentos destinados a despensas, vestié- ios e arrecadag&o, serio sempre iluminados e ventilados por um ot mais vios praticados nas paredes, em comu- hicagio directa com o exterior, e euja 4rea, no seu con- junto, néo seré inferior a um décimo da dren do com- partimento, com o minimo de 70 decimetros quadrados. Ressalva-se. no entento, o disposto no artigo 87.° rela- tivamente As retrote § 1° Os corredores extensos, quando nfo possam re- ceber lus natural directa, deverdo receber luz indirecta por meio cle vios envidragados abertos nas paredes de gompartimentos confinantes que recebam luz directa abundante. § 2° Em casos especiais, justifiendos por caracte- ristieas préprias da edificagdo no seu conjunto, poderdo exceptuar-se do disposto no corpo deste artigo os com- partimentos destinados a retretes ¢ ainda a cozinhas ¢ casas de banho em que néo se utilizem combustiveis de qualquer natureza, desde que, em todos os casos, thes seja assegurada ‘a renovagio permanente do ar a razio de, pelo menos, uma vez e meia por hora, me- diante sistema de ventilagio de funcionamento eficiente. Art, 72.° Deveré ficar assegurada a ventilagio trans- versal do conjunto de cada habitagio, em regra por meio do janelas dispostas em duas fachadas opostas.” “Art, 73° As janeles dos compartimentos das habito- ges deverio ser sempre dispostas de forma que 0 seu 7 DE AGOSTO DE 1951 7128 afastamento de qualquer muro ou fachada fronteiros, medido perpendicularmente ao plano da janela e aten- dendo ao disposto no artigo 75.°, no seja inferior a me= tade da altura desse muro ou fachada acima do nivel do pavimento do compartimento, com o minimo de 8 metros, Além disso no deveré haver a um e outro Iado do eixo vertical da janela qualquer obstéculo a iluminagio a distincia inferior «2 metros, devendo garantir-se, em toda esta largura, 0 afastamento mi- nimo de 3’metros acima fix Art. 74° A ocupagio duradoura de logradouros, pé- tios ou recantos das edificagdes com quaisquer constru- ges, designadamente telhoiros ¢ coberturas, © 0 peja- mento dos mesmos locais com materiais ou volumes de qualquer natureza 56 podem efectuar-se com expressa autorizago das cdmaras municipais quando se verifi- que nio advir dai prejutzo para o bom aspeoto e con- digdes de salubridade e seguranga de todas as edifica- ses directa ou indirectamente afectadas. Art. 75.° Sempre que nas fachadas sobre logradouros ou patios haja varandas, alpendres ou quaisquer ou- tras construgdes, salientes das paredes, susceptiveis de rejudicar as condigdes de iluminagio ou ventilagio, as Uistdncins ou dimeasdee mfnimes fades no artigo 73-° seriio contadas @ partir dos limites extremos dessus construgies. Art. 76.° Nos logradouros e outros espagos livres de- verd haver ao longo da construgio ume faixa de, pelo menos, 1 metro de largura, revestida de material im- permeével ou outra disposigao igualmente eficiente para ~ proteger as paredes contra infiltragdes. A rea restante deverd ser ajardinada ou ter outro arranjo condigno. Os pavimentos dos pétios e as faixas impermedveis dos espagos livres deverso ser construidos com inclina- ges que assegurem rapido e completo escoamento das Aguas pluviais ou de lavagem para uma abertura com ralo e vedagio hidréulica, que poderd ser ligada 20 esgoto do prédio. Art. 77.° Nio 6 permitida a construgio de caves des- tinadas a habitagio, a nfo ser quando resultem natu- ralmente das condigées topogrificas do terreno, devendo neste caso todos os compartimentos satisfazer ds condi- gBes especificadas neste regulamento para os andares de habitagio e ainda As seguintes: 1) A profundidade mixima do pavimento dos com- partimentos destinados a habitagio seré de 1 metro abaixo do passeio ou terreno exterior contiguo; 2) A cave deverd ter, pelo menos, uma parede exte- rior completamente desalrontade a partir do nivel do pavimento, observando-se 0 disposto no artigo 73.° em relagio ao desafogo dos respectivos viios: 3) As janelas sobre as ruas ou sobre o terreno cir- eundamte no poderdo em regra ter os seus peitoria a menos de 60 centimetros acima do nivel do passeio ou daquele terreno; 4) Serio adoptadas todas as disposigdes necessirias para garantir a defesa da cave contra infiltragdes de Aguas superficiais e contra a humidade telirica e para impedir que quaisquer emanagdes subterréneas pene- trem no interior da cave. Art. 78.° Poderé autorizar-se a construgio de caves que sirvam exclusivamente de arrecadagio para uso dos inquilinos do préprio prédio ou de armazém ou arrees dagio de estabelecimentos oomerciais ou industriais existentes no mesmo prédio. Neste caso 0 pé.direito minimo seré de 2*,20 © as caves deverdo ser suficiente- monte arejadas e protegidas contra a hunvidade © aio possuir qualquer eomunicagio directa com a parte do Prédio destinada a habitagio. § nico. As cémaras municipais poderdo ainda fixer outras disposigdes especiais a que devam obedecer as arrecadagies nas caves, tendentes a impedir a sua uti- ligagio eventual para fins de habitagio. Art. 79.° Os s6tios, éguas-furtadas © mansardas 56 poderio ser utilizades para fins de habitagio quando satisfagam a todas as condigdes de salubridade previstas neste regulamento para os andares de habitagio. Serd, no entanto, permitido que os respectivos compartimen- tos tenham o pé-direito minimo regulamentar a6 em metade da sua area, no podendo, porém, em qualquer ponto afastado mais de 30 centimetros do perimetro do compartimento, o pé-direito ser inferior a 2 metros. Fam todos os casos deverdo ficar devidamente assegura- das bons condigdes de isolamento térmico. Ant. 80.° As caves, s6tios, dguas-furtadas ¢ mansar- das s6 poderdo ter actsso pela escada principal da edifi- ou por elevador quando satisfagam as condigées imas de habitabilidade fixadas neste regulamento. B interdita a construgio de cozinhas ou retretes nestes ocais quando nfo reiinam as demais condigdes de habi- tabilidade. Art. 81° As cdmaras municipais poderio estabelecer nos sous regulamentos a obrigatoriedade de adopeso, ‘em zonas infestadas pelos xatos, de disposicdes constru- tivas especiais tendo por fim impossibilitar 0 acesso destes animais ao interior das edificagdes. ‘Art. 82.° As cimaras municipais, nas regides sezons- ticas ou infestadas por moscas, mosquitos e outros in- seotos prejudiciais & snide, poderdio determinar que os ‘ros das portas e janelas sejam convenientamente pro- tegidos com caixilhos fixos ou ailequadamente mobi ziveis, com rede mosquiteira ou com outras modalida- des construtivas de adequada eficiéncia. CAPITULO IV Instalagies santtirias © esgotos Art. 83.° Todas as edificagdes sero provides de ins- talagdes sanitérias adequadas ao destino © utilizagio efectiva da construgio e reconhecidamente salubres, tendo em atengdo, além das disposigdes deste regula- mento, as do Regulamento Geral das Canalizagdes de Exgoto. Art. 84.° Em cada hebitagio haveré instalagies aani- térias. privativas, em mimero proporcionado ao dos ocupantes, com o minimo de uma retrete, um lavaté- ine uma instalagio de banho, incluindo tina ou cuba de chuveiro. Em cada cozinha instalar-selo, sempre que possivel, um lava-lougas © um dispositive para a ‘revepgio e evacuagao de despejos. § 1.” Nas habitagBes com mais de quatro quartos de dormir que apenas possuam uma retrete e uma insta- ago de banho —ndo contando com as dependéncias desta natureza para servigais — tais instalagdes deve- iio ter acessos independentes. § 2° Nas habitagées que nfo tenham caracteristioas de econémicas ¢ cujo niimero de compartimentos, con~ tados nos termos do artigo 66.°, soja superior a quatro, sero obrigatdriamente previstas instalagdes de retrete e banho para serviga’ Art. 85.° As instalagGes sanitérias das habitagtes sero normalmente incorporadas no perimetro da construgio, em locais iluminados e arejados, Quando seja impossi- vel ou inconveniente fazé-lo e, especialmente, tratan- do-se de prédios j4 existentes, as instalagGes sanitérias poderio dispor-se em espagos contiguos ivhabitaglo, de acesso facil e abrigado, localizado por forma que nfo prejudique o aspecto exterior da edificagio. Art. 86.° As retretes nfo deverio normalmente ter qualquer comunicagio directa com 0s compartimentos de habitagio. Poderd, todavia, consentir-se tal comuni- cagiio quando se adoptem as disposigdes necessdrias para que desse facto nifo resulie difusio de maus cheiros nem 724 Prejuizo para a salubridade dos compartimentos comu- nicantes o estes nio sejam a sala de refeigées, coainha, ‘opa ou despensa. Art, 87." As retretes terflo a iluminagiio o a renovagio permanente de ar asseguradas directamente do exterior da edificagio. A érea total envidragada do vio ou vios abertos na parede em contacto com o exterior no po- derd ser inferior a 80 decimetros quadrados, devendo a parte de ubrir ter, pelo menos, 15 decimetros quadrados. ‘xceptuam-se 03 casos previstos no § 2.° do artigo 71. Art. 88.° Todas as retretes serfio providas de uma ba- cia munida de sifio e de um dispositivo para a sua la- vagem. Onde exista rede publica de distribuigdo de gua serd obrigatéria a instalagio de autoclismo de ca- Pacidade conveniente ou de outro dispositive que asse- gure a répida remogdo das matérias depositadas na bacia. Art. 89.° Serdo aplicdveis aos urinéis as disposigdes deste regulamento relativas 4s condigdes de salubridade das retretes. Art. 90.° As canalizagées de esgoto dos prédios seriv dclineadas @ estabelecidas de muneira 0 bee em todas as circunstincias a boa evacuagio das matérias recebidas. Deverdo ser acessiveis e facilmente inspeccio- naveis, tanto quanto possivel, em toda a sua extensio, sem prejuizo do bom aspecto exterior da edificagé Nas canalizagées dos prédios é interdito o emprego de tubagem de barro comum, mesmo vidrada Art, 91.° Seré assegurado 0 répido ¢ completa escoa- mento das éguas pluviais caidas em qualquer local do prédio, Os tubos de queda das aguas pluviais serdio in- dependentes dos tubos de queda Sestinados 20 esgoto de dejectos e aguas servidas. Art, 92.° Serito tomadas todas as disposigdes necessi- rias para rigorosa defesa da habitago contra emanagdes dos esgotos susceptiveis de projudicar a sade ou a comodidade dos ocupantes. Qualquer aparelho ou orifi- sio de escoamento, sem excepgio, desde que possa esta- belecer comunicagio entre eanalizagies ou reservatérios de aguas servidas ou de dejectos e a habitagao, incluindo os escoadouros colocados: nos logradouros ou em outro qualquer local do prédio, seré ligado ao ramal da ev: cungito por intermédio de um sifio acessivel e de facil limpeza e em condigées de garantir uma vedagio hi- drdulica efectiva e permanente. Art 98. Serio adopladas todas as precauges tenden- tes a assegurar a yeutilagiio das canalizagdes de esgoto e a impedir o esvaziamento, mesmo tempordrio, dos sifses © a consequente descontinuidade da vedagio hidréulic § 1.* Os tubos de queda dos dejectos ¢ aguas servidas dos ‘ios sero sempre prolongados além da rami ficagio mais elevada, sem diminuigio de secgd abrindo livremente na atmosfera a, pelo menos, 50 cen- timetros acima do telhado ou, quando a cobertura for- ‘mar terrago, a 2 metros acima do seu nivel ¢ a 1 metro acima de qualquer vao ou simples abertura em comu- nicagiio com os locais de habitagio, quando situados a uma distancia horizontal inferior a'4 metros da desem- bocadura do tubo. § 2.° Nas edificagées com instalagdes sanitdrias dis- tribuidas por mais de um piso é ainda obrigatéria a instalagtio de um tubo geral de ventilagio, de seegio wtil constante, adequada & sua extensiio e a0 ntimero e natureza dos aparelhos servidos. Este tubo, a que se ligarao os ramais da ventilagio dos sifves ou grupos de sifdes a ventilar, poderd inserir-se no tubo de queda 1 metro acima da iltima ramificagio ou abrir-se livre- mente na atmosfera nas condigdes estabelecidas para os tubos de queda. Inferiormente o tubo geral de ven- tilagio sera inserido no tubo de quoda a jusante da li- gagio do primeiro ramal de descarga. 1 SERIE — NOMERO 166 Art. 94.° Os dejectos e éguas servidas deveriio ser afas- tados dos prédios prontamente e por forma tal que nto possam originar quaisquer condigdes de insalubridade. § nico. Toda a edificagio existente ou a construir seré obrigatiriamente ligada & rede publica de esgotos por um ot mais ramais, em regra privativos da edifica- cio, que sirvam para a evacuagio dos seus esgotos. Art, 95.° Nos locais ainda nilo servidos por colector piiblico acessivel os esgotos dos prédios serio dirigidos yara instalagdes cujos efluentes sejam suficientemente Repurados. ¥ interdita a utilizagio de pogos perdidos ow outros dispositivos susceptiveis de poluir o subsolo ou estabelecidos em condigdes de causarem quaisquer ou- tos danos & salubridade publica. § vinico. As instalagdes referidas neste artigo no po- derdo continuar a ser utilizadas logo que aos prédios respectivos for assegurado esgoto para colector ptiblico e, ao cessar a sua utilizagio, serio demolidas ou entu- Ibadas, depois de cuidadosamente limpas e desinfecta- das. Art. 96.° B proibido o escoamento, mesmo temporirio, para cursos de égua, lagos ou para o mar dos dejectos ou dguas servidas de qualquer natureza ndo sujeitos a tratamento prévio conveniente, quando dai possam advir condigdes de insalubridade ou prejuizo publico. Art, 97.° Em todas as edificagdes com mais de quatro pisos. incluindo cave e sétio, sempre que habitaveis © quando nio se preveja outro sistema mais aperfeigoado de evacuagto de lisos, deverd, pelo meuos, existir um compartimento ficilmente acessivel, destinado a nele se depositarem contentores dos lixos dos diversos pisos. § Unico. Os compartimentos a que se refere 0 corpo deste artigo deveriio ser bem ventilados e possuir dis- posicées apropriadas para a sua lavagem frequente. Art. 98.° As canalizag&es destinadas & evacuagio dos lixos dos inquilinos dos diversos pisos — quando pre- vistas — deverdo ser verticais, ter seogio wtil proporei nada ao niimero de inquilinos e didmetro minimo de 30 centimetros. Em cada piso haveré, pelo menos, uma boca de-des- pejo facilmente acessivel e ligada & canalizagdo vertical por meio de ramais, cuja inclinagio sobre a horizontal nunca deve ser inferior a 45°. § 1° Tanto a canalizagio vertical como os ramais de evacuagio deverio ser constituidos por tubagens de grés vidrado ou outro material nao sujeito a corrosio e de superficie interior perfeitamente lisa em tod extensio e devem, além disso, possuir disposigées cages de ventilagio, lavagem ¢ limpeza. " § 2.2 As bocas de despejo devem funcionar facilmente ¢ satisfazer aos requisitos de perfeita vedagio e higiene na sua utilizagio. Art. 99.° A. introdugiio em colectores piblicos de pro- dutos ou Iiquides residuais de fabricas, garagens ou de outros estabelecimentos, e susceptiveis de prejudicarem a exploragio ou o funcionamento das canulizagSes e ins- talagdes do sistema de esgotos piblicos, s6 poderd ser autorizada quando se verifique ter sido precedida das operacées necessirias para garantir a inocuidade do efluente. Art. 100.* Os ramais de ligagio dos prédios aos colec- tores piblicos ou a quaisyuer outros receptores terdo secgdes titeis adequadas ao mimero e natureza dos apa- relhos que servirem & érea de drenagem e aos caudai previstos. Serio sdlidamente assentes e ficilmente ins- pecciondveis em toda a sua extensio, particularmente nos trogos em que niio for possivel evitar a sua coloca- gio sob as edificagdes. Nao sero permitidas, em regra, inclinagdes inferiores a 2 centfmetros nem superiores a 4 centimetros por metro, devendo, em todos os casos, fomar-se as disposigGes domplementares porventura 7 DE AGOSTO DE 1951 necessérias, quer para garantir 0 perfeito escoamento ¢ impedir acumulagio de matérias sélidas depositadas, quer para obstar 00 retroceso dos eagotos para a6 edi iengdes, especialmente em zonas inundéveis. CAPITULO V Abastecimento de agua potivel Art. 101° As habitagdes deverio normalmente ter assegurado 0 seu abastecimento de agua potavel na quantidade bastante para’a alimentagio e higiene dos seus ocupantes. § tinico. Salvo os casos de isengho legal, os prédios situados em locais servidos por rede piblica de ubocte- cimenio da agua serio providos de sistemas de canali- zagGes interiores de distribuigto; ligadas Aquela rede por meio de ramais privativos, devendo dar-se a uns ® outros tragados e dimensdes tais que permitam o abas- tecimento directo e continuo de todos os inquilinos. Art, 102° As eanalizagies, dispositivos de utilizagio e acessérios de qualquer natureza das instalagies de gua potavel dos prédios sero estabelecidos e explora- dos tendo em atengio as disposigdes do presente regu- lamento e as do Regulamento Geral do Abastecimento de Agua, de forma que possam rigorosamente assegu- var a protecgio da 4gua contra contaminagio ou sim- ples alteragdo das suas qualidades. § 12 As instolagdes de distribuigio de Agua potével serio inteiramente distintas de qualquer outra instala- gio de distribuigio de égua ou de drenagem. As cana- lizagies de Agua manter-se-Zo isoladas dae canalizagies de esgoto em todo o seu tragado. § 2° A alimentagio, pelas instalagdes de agua poté- vel, das bacias de retrete, urindis ou quaisquer outros recipientes ou canalizagdes insalubres 36 poderé ser feita mediante interposigio de um dispositivo isolador adequado. § 3." Nas instalagdes de Agua potdvel 6 interdita a utilizago de materiais que nfo sejam reconhecida- mente impermesveis e resistentes ou que ndo oferegam suficientes garantins de inalterabilidade da agua até a sua utilizagio. ‘Art. 103.""As instalagdes de disiribuigio de dgua potdvel devem estabelecer-se de modo que-ela siga di- veotamente da origem do abastecimento do prédio até 08 diepositivos de utilizagio, sem retengo prolongada em, quaisquer reservatérios. § nico. Quando seja manifestamente indispensével ‘0 emprego de depésitos de égua potével, terfo estes dis- posigGes que facilitem o seu esvaziamento total e lim- pesa frequentes. Serio instalados em locais salubres jados, distantes das embocaduras dos tubos de ventilagio dos esgotos © protegidos contra o calor Quando necessério, serXo ventilados, mas sempre pro- tegidos eficazmente contra a entrada de mosquitos, de poeiras ou de outras matérias estranhas. Art. 104.° Os pogos o cisternae deveriio ficar afastados de urigens de possiveis conspurcagées da égna...Tomar- -se-fo, além disso, as precaugdes novessarias para impe- a infiltragfo de éguas superficiais, assegurar conve- niente ventilagio © opor-se & entrada de mosquitos, poeiras ou de quaisquer outras matérias nocivas, Para extrair a égua apenas ee poderfo uti ngo possam ocasionar a sua inquinagio., Art. 105.* As paredes dos pogos seréo guarneoidas de revestiminto impermedvel nos seus primeinos metros ¢ clevar-so-do acima do terreno mo minimo de 0*,50, de- vendo evitar-se, em todos 0s:casas, a infiltrago de aguas sujas, protegendo o tereno adjacente ao parimetro da boca numa faixa de langura nio inferior a 1*,50 ¢ com deolive para a periferia. As cobertums dos pogos serio sempre estanques. Qualquer abertura de ventilag&o deve 725 obedecer as exigénoias mencionadas ma wiltima parte do § tinico do artigo 103° Av 106. As cisernas deveso ser providas de dispo- sitivos ‘eficazes que impegam a recolha das ‘primeitas figuas caidas nas cobertieas do prédio e que Tetmbamn a todo o momento quaisquer snatérias sélidae arrastadas pela dgua recolhida. Terdo sempre cobertura rigorosamente estanque ¢ qualquer abertura para arejsmento deveré ser prote- gida contra a entrada de mosquitos, poeiras ou outraw matérias estrachas, ‘Ant. 107." Seré interdita a ytilizagtio de pogos ou vis- ternas para o abastecimento de égua de alimentagio sempre que se verifiquem condigdes de deficiente segu- ranga contra quaisquer possibilidades de contaminagio. CAPITULO VI Evacuagio dos fumos e gases ‘Art. 108.* Os compartiméntos das habitagies e quais- quer outros destinados & permanéncia de’ pessoas 0s quais se preveja que venham a funcionar aparelhos de aquecimento por combustiio serio provides dos dispo- sitivos necessérios para a aua ventilagio completa eva ‘euagao dos gases ou fumos susceptiveis de prejudicar a satide ou 0 bem-estar dos ocupantes, § Ymico. Quando as comiigdes ¢limatéricas looais o justifiquem, as cimaras municipais poderio tornar obri- Zatéria a ,previsio, mos projectos de edificagdes, do aquecimento por aparelhos de combustio de todos os compartimentos destinados a habitagio ou a maior per- manénicia de ;pessoas dmpar a consequente realizagio dos dispositives mencionados no presente artigo. "Ant. 109. As cozinhas serio sempre providas de dis- positives eficientes para a evacuagio de fumos © gases e eliminagio dos maus cheiros ; § Yinico. Quando nolas se instaler chaminé com lareira, esta terd compre profundidade de 0,60, pelo menos, 2 conduta privativa para a evacuagio do fimo e eliminagio dos maus cheiros ‘Art. 110.° As condutas de fumo que sirvam chami- nés, fogies do aquecimento, caloriferos e outras ori- gens de fumo semelhantes serio independentes. ‘Art. LIL* As chamings de cozinha ou de aparelhos de aquecimento e as condutas de fumo sero construidas com materiais inoombustiveis e ficario afastadas, pelo menos, 0",20 de qualquer pega de madeira ou de outro material combustivel. As condutas de fumo, quando agrupadas, deverfo ficar saparadas umas das outras por panos de material incombustivel, de espessura conve- Hiento © em quaisquer aberturas. As embooaduras: des chaminés e as condutas de fumo terio superficies inte- tiotes lisas e desompenadas. Os registos das condutas de fumo, quando previstos, nfo doverdo ‘poder inter- tar por completo a seogiio de evacuagio. “nt. 112 As eondulas de famo deverdo formar com a vertical angulo nfo superior a 30°. A sua secgiio sera a necesséria para assegurar boa tinagem até ao capelo. porém sem descer a menos de 4 decimetros quadrados e fem que a maior dimensfo exceda trés vezes a menor. ‘Art. 1132 As condutas de fumo elevar-se-fio, em re- gm, pelo anenos, 0,50 acima da parte mais elevada das coberturas do prédio e, bem assim, das edifieagées con- tiguas oxistentes um raio de 10 metros. As bocas ado deverio distar menos de 1°,50 de quaisquer wios de compartimentos de habitagio e sero ficilmente aces- siveis pana limpeza. . . | ‘Art. 114° A8 chaminés de instalagdes enjo funcio- namento possa constituir causa de insalubridade ou de outros iprejuizos para as edificagdes vizinhas serio pro- vidas dos dispositivos necessdrios para remediar estes incouvenientes. 126 CAPITULO VI Alojamento de animais Art. 115.° As instalagdes para alojameito de animais sdmante poderdo ser consentidas nas éreas habitadas ou suas imediagdes quando construidas © exploradas em condigées de no originarem, directa ou ,indirecta- mente, qualquer prejuizo para a salubridade’e conforto das habitagées. Os anoxos para alojamento de animais domésticos construfdos nos logradouros dos prédios, quando ex- ressamente autorizados, nfo poderao ocupar mais do que #/,, da rea destes logradouros. § tinieo. As cmaras municipais poderdo interdizer a construgio ou utilizagio de anexos para instalagio de animais nos logradouros ou terrenos visinhos dos pesos situados em zonas urbenas quando as condigdes locais de aglomeragio de habitagdes ndo permitirem a exploragio desses anexos sem risco para a sade e comodidade dos habitantes. Art. 116.° As instalogdes para alojamento de animais constituirdo, em regra, construgGes distintas das de ha- bitagio e afastadas delas, Quando tal, porém, nio sej possivel, serio, pelo menos, separadas das habitacdes por paredes cheias ow pavimentos continuos que déem garantia de isolamento perfeito. Qualquer comunicagio directa com os compartimentos das habitagdes serd sem- pre interdita. Art. 117." As cavalarigas, vacarins, currais ¢ instala- es semelhantes sero convenientemente iluminados ¢ providos de meios eficazescde ventilagio permanente, devendo na sua construgio ter-se em atengio, além das disposigdes do presente regulamento, as constantes dé legislagio especial. aplicével. Art. 118.° As paredes das cavalarigas, vacarias, cur- rais ¢ instalagdes semélhantes serdo revestidas inte- riormente, até & altura minima de 1®,60 aoima do pa- vimento, de material resistente, impermedvel e com superficie lisa que permita facilmente frequentes lavagens. Os tectos © as paredes acima desta altura serio rebocados e pintados ou, pelo menos, caiados, desde que a caiagto seja mantida em condigées de efi- cécia. O revestimento do solo seré sempre estabelecido de forma a impedir a infiltragio ou a estagnagio dos Tiquidos ¢ a assegurar a sua pronta drenagem para a caleira do escoamento, ligada por intermédio de um siffo & tubagem de evacuago dos esgotos do prédio. § nico. Quando, nas zonas rurais, haja em vista © ulterior aproveitamento dos iquidos acima referido © seu escoamento poderé fazer-se para depésitos di tantes das habitages, adlidamonte construidos e per- feitamente estanques, cuja exploragio 36 serd permi- tida em condigées de rigorosa garantia da salubridade piiblica e quando nfo haja dano para os moradores dos prédios vizinhos. Art. 119.° Os estrumes produzidos nas cavélarigas, vacarias, currais ¢ instalagdes semelhantes serdo tirados com frequéucia e prontamente condusidos para longe reas habitadas, dos arruamentos ¢ logradouros pi- Dlicos © bem assim das nascentes, popes, cisternas ou outras origens ou depésitos de aguas potiveis e das respectivas condutas. § tinico, Nas zonas rurais pode autorizar-se o dep6- sito dos estrumes em estrumeiras ou nitreiras desde que no haja projuizo para a calubridade piblica. Ae estrumeiras ou nitreiras devem ficar afastadas das ha- bitagdes ou locaie piiblicos e sero construidas que delas nio possam advir infiltragdes prejudic terreno e fiquem asseguradas, em condigGes inofe: a evacuagio ¢ climinagio dos liquidos exsudados ou a recolha destes em fossas que satisfagam as condigSes especificadas no § tinico do artigo anterior. I SERIE — NOMERO 166 Art, 120.° Serfo sempre tomadas precaugdes rigorosas para impedir que as instalagdes ocupadas por animai © as estrumeiras ou nitreiras possam favorecer a pro- pagagio de mosoas ow mosquitos. TITULO IV Condigses especiais relativas a estética das edificages CAPITULO UNICO Art. 121° As construgdes em zonas urbanas ow ru- rais, seja qual for a sua natureza e o fim a que se de: tinem, deverio ser delineadas, executadas e mantidas de forma que contribuam para dignificagio e valoriza- gis esidtica do conjunto em que venham « integrase Nio poderdo origir-se quaisquer construgdes suscepti- veis de comprometerem, pela localizagio, aparéncia ow porporgées, 0 aspecto das povoagdes ou dos conjuntos arquitecténicos, edificios e locais de reconhecido inte- esse histérico ou artistico ou de prejudicar a beleza das paisagens ‘Art. 122.° O disposto no artigo anterior aplica-se in- tegralmente as obras de conservagio, reconstrugio ou transformagdo de constragdes existentes. ‘Art. 123.° Nas zonas de proteceio dos monumentos nacionais ou dos iméveis de interesse piblico, devida- monte classificadas, nfo podem as etmaras municipai autorizar qualquer obra de construgio ow de alteragio de edificagdes existentes sem prévio parecer da enti- dade que tiver feito a classificagio. ‘Att. 124° Nao sio autorizéveis quaisquer alteragdes om construgdes ou elementos naturais classificados como valores concelhios nos termos da Lei n.° 2:082, quando delas ipossem resultar projufzos para esses valores, § L* As camaras municipais poderdo condicionar a liconga para se exeoutarem trabalhos de reconstrugio ou de transformagio em construgdes de interesse his- térico, artistico ou arqueolégico que, precedentemente tenham sofride obras parciais em desacordo com o esta belecido neste artigo, A simult@nea execugdo dos tra dalhos complementares de correcgio necessérios pa: reintograr a construgo nas suas caraoteristicas primi- vas, ‘Hote condicionamento <6 poderd ser imposto se 1a importineia das obras requeridas ou o valor histé- Tico, arqueolégico ou artistic da construgio o justi- ficar. © Das deliberagSes camararias tomadas nos ter- ‘mos do presente artigo haveré recurso para a entidade que tiver feito a olassificagio. _ ‘Art. 125° As cimaras municipais poderio proibir a instalagio de elementos ou objectos de mera publi- cidade e impor a supresstio dos ja existentes quando prejudiquem o bom aspesto dos arrusmentos « pragas ou das construgées onde se apliquem. Art. 126.° As érypres ou os macigos de arborizagao que, embora situades om logradouros de edificagdes ou outros terrenos particulares, constituam, pelo seu porte, beleza e condigdes de exposigio, elementos de manifesto interesse publico, e como tais oficialmente clasificados, nko poderdo ser suprimidos, salvo em casos de perigo iminente, ow precedendo licenga municipal, em casos de reconhecido prejuizo para a salubridade ou seguranga dos edificios vizinhos. Art. 1272 As decisies das cimaras municipais que envolvam recusa ou condicionamento, ao abrigo das disposigdes do presente oapitulo, de autorizagio para abrue Bu" para’ mmodificagto de. elementos ‘naturais, quando nio resultem de imgosigfo legal taxativa, sero 7 DE AGOSTO DE 1961 sempre fundamontadas em parecer prévio da respectiva comissio municipal de arte e arqueologia, com recurso para o Ministro da Educagio Nacior TITULO V Condicdes especiais relativas & seguranca das edificacdes CAPITULO I Solider das edifleag Art, 128° As edificagdes serio delineadas e cons- trufdas de forma a ficar sempre assogurada a sua ¢oli- dez, e serio permanentemente mantidas em estado de no poderem constituir perigo para a seguranga publica tos aeus ooupautes ou part a dos prédios visiako Art. 129.° As disposigies do artigo anterior sio apli- cveis is obras do reconstrugio ou transformagao de edificagdes existentes. Quando so trate de ampliagio ou outra transformagio de que resulte aumento das cargas transmitidas aos elementos nio transformados da edi- ficagio ou as fundagdes, no poderdo as obras ser ini- Giadas com que se demonsire que. edificagio supor- tard com seguranga o aeréscimo de solicitagio resultante da obra projectada. ‘Art. 130,° A menhuma edificagio ou parte da edi- ficagio poderd ser dada, mesmo temporkriamente, apli- cago diferente daquela para que foi projectada ¢ cons- truida, © da qual resulte agravamento das sobrecangas iniejalmente previstas, sem que se verifique que 03 mentos da edificagto as respectivas fundagées supor- tarfo com seguranga o correspondents aumento de solicitagio ou se efectuem as mecessérias obras de re- forg. Art. 181° Quando as edificages, mo todo ou em parte, se destinem a aplicagdes que envolvam sobrecar- gas consideréveis, deverd ser afixada de forma bem ‘visfvel em cada pavimento a indicagio da sobrecarga méxima de utilizagio admissivel. ‘Art, 152.° Os materiais de que forem construidos 08 elementos das edificagdes deverdo ser sempre de boa qualidade e de natureza adequada As condigdes da sua ‘utilizagio. Todos os elemantos activos das edificagdes © respectivas fundagdes deverto ser estabelecidos de forma que potsam euporiar, com toda» eeguronga ¢ cam deformagdes inconvenientes, as méximas solicita- ges a que sejam submetidos. As tensdes limites corres- pondentes & solicitagio mais desfavorével em ponto Elgum doverdo ultrapassar valores Gedusidos dos tim! tes de resisténcia dos matoriais constituintes, por apli- cago de coeficientes de seguranga convenientemente fixados. ‘Art. 188.° Antes da excougio das obras ou no seu decurso, especialmente quando se trate de edificagdes de grande importincia ou destinadas a suportar cazgas elevadas, ou ainda quando se utilizem materiais ou processo de constmgio nfio comentes, poderd ser exi- ‘ida a execugo de ensaios para demonstragio das quali- Sades dos terrenos ow dos materinis, ou para justifca- go dos limites de tenstio admitidos. Igualmente poderé éxigir-so que tais edificagdes sejam eubmetidas a pro- vas, antes de utilizadas, com o fim de ee verificar directamento a sua solide ‘Art, 134° Nas zonas sujeitas a sismos violentos de- verdo ser fixadas condigdes restritivas especiais para as edificagdes, ajustadas A maxima violéncia provavel dos abalos © incidindo especialmente sobre a altura méxima permitida para as edifteagtes, a estrutura destas © a constituigdo dos seus elementos, as sobre- cargas adicionais que se devam considerar, os valor: dos cooficientes de seguranga e a continuidade e homo- geneidade do terreno de fundagio. 727 CAPITULO Ir Segaranga piblica e dos operarios no decurso das obras Art. 135.° Durante a execugio de obras de qualquer naturesa sero obrigatdriamente adoptadas as precau- ges e as disposigdes necessdrias para garantir a segu- ranga do piblico © dos operérios, para salvaguardaz, quanto possivel, as condigées normais do trénsito na via ptiblica e, bem assim, para evitar danos materiais, mormente os que possam afectar os bens do dominio piblico do Estado ou dos municipios, as instalagbes do servigos piiblicos © os iméveis do valor histérico ou artistico, Serio interditos quaisquer processos de trabalho sus- coptiveis de comprometer 0 exacto cumprimento do disposto neste artigo. ‘Art. 136.° Os estaloiros das obras de construgio, de- moligio ou outras que intoressom & seguranga dos tran- seuntes, quando no interior de povoagdes, deveraio em. regra ser fechados ao longo dos arruamentos ou logra~ Aouros publicos por vedagdes do tipo fixado pelas res- pectivas cfimaras municipais, tendo em vista a natureza da obra ¢ as caracteristicas do espago puiblico confi- nante. § inico. Quando as condigdes do trineito na via pi- blica impossibilitem ou tornem inconveniente a cons- trugio da vedagio, podergo ser impostas, em sua substi- tuigdo, disposigées especinis que garantam por igual a seguranga publica, sem embarago para o trinsito. ‘Art, 187.° Os andaimes, escadas e pontes de servigo, passadigos, aparelhos de elevagio de materiais e, do tum modo’ geral, todas as construgdos ou instalagdes acessérias © dispositivos de trabalho utilizados para a execugio das obras deveriio ser construidos e conserva- dos om condiges de perfeita segurauga dos opersrios ¢ do ptiblico e de forma que constituam o menor em- darago possivel para o trinsito. § tinico, Ae camaras municipais poderdo exigir dis- posiges especiais, no que se refere 2 constituigio © modo de utilizagzo dos andaimes e outros dispositivos em instalages acessérias das obras, tendo em vista a salvaguarda do trinsito nas artérias mais importan- tes. ‘Art. 188° Na execugio de terraplenagens, abertura de pogos, galerias, valas e caboucos, ow outros traba- Thos de natureza semelhante, os revestimentos ¢ escora- mentos deverio ser cuidadosamente construfdos @ con- servados, adoptando-te a3 demais disposigdes necessérias para impedir qualquer aoidente, tendo em atengio a natureza do terreno, as condigies de trabalho do pessoal ea localizagéo da obra em relagio aos prédios vizinhos. ‘Art. 189. Além das medidas de segurauca referidas no presente capitulo, poderdo as cAmaras municipais, fondo om visia « comodidade ea higiene piblicas e dos opersrios, impor outras relativas & organizagiio dos es- taleiros. CAPITULO TIT Sogaranga contra incéndios Art. 140.* Todas as edificagdes deverto ser delineadas ¢ construidas tendo em atengio a seguranga dos seus futuros ocupantes em caso de incéndio. Adoptar-se-o ‘as disposigdes necessarias para facilitar a extingto do fogo, impedir ou retardar o seu alastramento e evitar a propagagio aos prédios vizinhos. Art. 141° A nenhuma edificagio ou parte de edifica- go poderé ser dada, mesmo temporariamente, aplicagio diferente daquela para quo for autorizada, de que re- sulte maior risco de incSudio, sem que préviamente se- jam executadas as obras de defesa indispenssveis para garantia da seguranga dos ocupantes do prdprio prédio ou dos vizinhos. 728 1 SERIE — NOMERO 166 Ast. 142.° Todas as edificagGes dispordo de meios de saida para’ a via publica, directamente ou por inter- médio de logradouros. 0 ‘nimero, dimensdes, localiza- io e constituiggo destes meios de saida serio fixados tendo em atengio a matureza da ocupagio ¢ a capacidade de resisténcin da construgio ao fogo, por forma a per- mitir com seguranga a répida evacuagiio dos ocupantes vm. caso de incéndio. § tinico. Todas as edificagdes sem acosso directo pela via publica ou dela afastadas deverdo ser servidas por arruamento de largura nfo inferior a 8 metros, desti- nado a viaturas. ‘Art. 143.° As saidas das edificaydes devem conservar- -se permanentemente desimpedidas em toda a sua lar- gama ¢ eftensfo. & interdito qualquer aproveitamento ou pejamento, mesmo temporério, das saidas, suscepti- veis de afectar a seguranga permanente da edificagio ou Tideultar » evacuuyso em eueo de incindio. Art. 144° As escadas de acesso aos andares ocupa- dos das edificagies, incluindo os respectivos patamares, © bem assim 08 acessos comuns a estas escadas, salvo nos casos referidos nos artigos 145.° e 146.°, serio cons- trufdos com materiais tesistentes ao fogo, podendo, no eatunto, ser revestidos com outros materiais. As esca- dlas, desde que sirvam mais de dois pisos, sero encer- radas em caixas de paredes igualmente resistentes a0 Fogo, nas quais nio sero permitidos outros vios em comunicagio com o interior das edificagdes além dar portas de ligagio com os diversos pisos. § imico. As caixas das escadas que sirvam mais de irs pisos serio sempre providas de dispositivos de ven- tilagdo na parte superior. ‘Art. 145." Nas habitagdes com o méximo de dois andares sobre o rés-do-chiio, ineluindo s6tfo, quando habitavel, as escadas poderio ser construfdas de mate- riais nflo resistentes ao fogo desde que sejam dotadas inferiormente de um revestimento continuo, sem fen- das ou juntas, resistente ao fogo. § inico. Nas pequenas habitagdes com o méximo de um andar sobre o rés-do-chito poderé ser dispensado este revestimento, Ant. 146.°.0 disposto no corpo do artigo anterior po- deré ser aplicével a uma das escadas de acesso. comm das habitagdes com maior ntimero de andares, providas de escada de servigo, desde que o mimero total de pisos habitaveis, incluindo cave e sétio, nfo exceda cinco. Art. 147.° Tanto nas habitagdes destinadas ao aloja- mento de trés ou mais inquilinos acima do rés-do-chio como em todas as edificagdes com mais de trés pisos, incluindo 0 rés-do-chio e 0 sétio, quando habitavel, todas a5 paredes ¢ os revestimentos dos tectos seriio re- sistentes 20 fogo. ‘Todas as estruturas metilicas que suportem elemen- tos de construgio em edificagdes ‘abrangidas pelo pre- sente artigo serio eficazmente protegidas contra a acgio do fogo por revestimentos de materiais isoladores com a necesséria espessura, Art. 148.° Nas edificagdes com mais de cinco pisos, incluindo cave e s6tdo, quando habitdveis, as paredes exteriores e das caixas das escadas, bem como os pavi- mentos e a estrutura das escadas, sero construidos com materiais resistentes ao fogo. No se consideram abran- dos nesta disposigao as revestimentos nem as portas © janelas ou outros acessérios ou guarnecimentos de construgio. Art. 149.° As edificagtes contiguas serio soparadas por paredes guarda-fogo, as quais, quando se nio pre- vejam outras disposigdes igualmente ofieazes, serio ele- vadas 60 centimetros acima da cobertura mais baixa, sempre que esta assente em estrutura ni resistente 20 fogo. Quando as edificagdes tiverem grande extensio, serio ettabelecidas paredes guarda-fogo intermédias 4 distinoias nfo superiores a 40 metros, excepto quando tal solugio for incompativel com as necessidades fun- cionais das edificagdes, devendo noste cao ser adopta- das outras medidas de protecgdo contra o fogo; deter- minadas pelos servigos competentes. Nas construgdes em zonas rurais que compreendam locais de habitagio e dependencias do caracter rural, como adegas, palheiros, celeiros e instalagdes de ani- mais, a parte habitada seré separada da parte rural por uma parede guarda-fogo. Art. 150." As paredes guarda-fogo terio uma espes sura minima, que garanta resisténcia ao fogo, nao infe- Hor ade una parede de alvenaria de pedry irregular de 40 centimetros. Quaisquer vigamentos combustiveis apoiados num ¢ noutro lado de uma parede guarda-fogo deverio ficar separados por uma espessura de alvenaria nio inferior a 15 centimetros. Os vios abertos em pare- des guanda-fogo s6 serdo admissiveis quando estrita- mento indispenséveis e serio sempre vedados por por- tas resistentes ao fogo. . ‘Art. 151." Quando numa edificago parte for desti- nada a fins de habitagao ou semelhantes quanto aos ris- cos de incéndio e parte a instalagio de estabelecimentos comerciais ou industriais, as duas partes ficario sepa- rains por elementos roristontes ao fogo, nos quais aio serd, em regra, permitida a abertura de quaisquer vas. As dusa partes disporto de melon de ead intsiramente independentes. § tinico. Compete As edmaras municipais impor aos proprietrios ou arrendatarios dos estabelecimentos co- merciais ou industriais j4 existentes nas condigdés re- feridas no presente artigo & exscugio das obras neces sérias para impedir a propagagio do fogo. “Art. 162 As calzas doe asvensores nf instolados nas bombas das escadas, as dos monta-cargas, 03 pogos de ventilagio, as chaminés de evacuagio de lixo, quando interiores, ¢ quaisquer outras instalagdes semelhantes serio completamente encerradas em paredes resistent a0 fogo e 0s vios de acesso serao dotados de portas igualmente resistentes ao fogo, que vedem perfeita- mente e se mantenham sempre fechadas por intermé- dio de dispositives convenientes. Art, 153.° E intendito, em regra, o emprego de colmo ‘ou de outros materiais’ combustiveis no revestimento das coberturas das edificagdes. Exceptuam-se as peque- nas construgées servindo de dependéncias de cardcter ristico e que fiquem afastadas de qualquer habitagio. ‘Art. 154.° Para 0 acesso aos telhados das édificagies seré estabelecida, pelo menos, uma eseada entre cada duas paredes guarda-fogo consecutivas. Igualmente st rio estabelecidos dispositivos de acesso As chaminé ‘Art, 155." As paredes, pavimentos e tectos de gara- gens, instalagdes de caldeiras, forjas ou fornos de qual iuer natureza, depésitos de madeira e outros materi inflaméveis, oficinas ¢ estabelecimentos em que sejam trabalhados estes materiais e outras instalagdes seme- Ihantes serio feitos de materiais resistentes ao fogo. ‘Art. 156." Os pavimentos, paredes e tectos dos oom- artimentos destinados a cozinhas serio resistentes a0 fogo ou, pelo menos, revestidos de materiais com essax eatacteristicas e de espessura conveniente. Art, 167. Os pavimentos de suporte das chaminés ou lareiras serdo sempre resistentes ao fogo numa érea que exceda em todos os sentidos a drea por elas ocupada. ‘Art, 158. As instalagies de gas ¢ de clectricidade deverio ser estabelecides e mantidas em condigéés de rigorosa seguranga contra o risco de incéndio originado pela sua utilizagao. § tinico. A instalagio eléctrica relativa aos ascensores o monta-cargas, incluindo iluminagfo e sinalizagio, serd inteiramente independente da instalagio geral da edifi- cagio. 7 DE AGOSTO DE 1951 129 Art. 159.° Nas edificagdes com dez ou mais pisos ou de grande desenvolvimento horizontal e bem assim em edificagies de natureza especial, seja qual for 0 nimero de pisos, outras disposig@es de segurange contra incén- dios podertio ser exigidas pelas cimaras municipais, mediante prévia consulta dos peritos competentes. TITULO VI Sangbes € disposigdes diversas CAPITULO ONICO Art, 160.° As cémaras municipais terfo competéncia para cominar, nos seus regulamentos, as penalidadés aplicéveis aos’ infractores do ‘presente diploma, dentro dos limites assinados nos artigos seguintes, bem como poderio tomar as demais medidas adiante enunciadas, 2 fim de dar execugiio aos seus preceitos. Art. I61.* A execugio de quaisquer obras em contra- vengio das disposigdes deste regulamento, sem licenga ‘ou em desacordo com o projecto ou condigies aprovados, seré punida com multa de 100$ a 1.0008 Art. 162.° A supressiio das drvores on macigos abran- gidos pela disposigio do artigo 126.*, quando os pro- prietérios tenham sido préviamente notificados da in- terdigdo do respectivo corte, seré punida com multa de 2008 a 2.0008. Art, 163.° A existéncia de meios de transporte ver- tical — ascensores, monta-cargas, escadas ou tapetes rolantes—, quando exigidos pelo presente regula- mento, em condigdes de nfo poderem ser utilizados permanentemente, ser punida com multa de 500$ a 2.0008. Art. 164° A transgressio das disposigher deste regu lumento para que se nfo preveja penalidade. especial sera punida com multa,de 508 a 5008. Art. 165." As cimaras municipais poderio ordenar, independentemente da aplicagio das penalidades refe- rides nos artigos anteriores, a suspensio dos trabalhos oa a demoligio das obras executadas em desconformi- dade com 0 disposto nos artigos 1.° a 7.*, bem como poderio determinar 0 despejo sumério dos inquilinos ¢ demais ocupantes das edificages ou partes de edificagdes utilizadas sem as respectivas licengas ou em desconfor- midade com elas. § 1° A suspensiio dos trabalhos seré notificada aos donos das obras ou aos seus prepostos ou comitidos e, no caso de estes se no encontrarem no local, aos res-* pectivos encarregailos. A notifieagTo, quando nao tena sido precedida de deliberagio da cémara municipal, apenas produsiré efeitos durante o prazo de quinze dias, salvo se for confrnada por deliberagio de que © interessado seja entretanto notificado. § 2.°0 prosseguimento de trabalhos euja suspen- siio tenha sido ordenada ser punido com multa de 2008 a 2.5008. §32 A demoligfo das obras executadas sem a respec- tiva Ticenga, em desconformidade com ela, com os res- pectivos projectos © com as disposicdes logais ou regu- lamentares aplicdveis “seré decretada pelo tribunal da situagio das obras em acgio movida pela cimara contra o infractor. Se este ndo der cumpriménto d sen- tenga nos sessenta dias que se seguirem & sua notifica- fo, o tribunal investird imediatamente a cimara. na poste da obra, para que esta. proceda & demoligio a cust do infractor. A nota das despesas que a cdmara efectuar constituiré titulo executivo. § £0 despojo sumério teré lugur no praso de qua- tenia e cinco dias. § 5° Quando'nas cimaras niio existam elementos suficientes para verificar a falta de liceuga ou a sua imobservincia, mas 30 reconhega néo possuir o prédio, no todo ou em parte, condigdes de habitabilidade, serd «© facto notificado ao proprietario e a este ficaré vedado, a partir da data da notifieagio, firmar novo contrato do arrendamento ou permitir a sublocaeio para habi- tago das depondéneias condenadas, sob pena de ser ordenado o despejo. A notificagio seré precedida de vistoria, ealizada nos termos da primeira parte do § 1.° do artigo 51.° do Cédigo Administrativo, ¢ 36 6¢ efec- funsé quando os perlae verifcarem que 0 prédio ou arte do prédio aio oferace condigies de habitabili- ade. § 6.2 Nos casos em que for ordenado o despejo, os inquilincs ou sublocatérios tergo direito a uma indem- nizagio comrespondente a doze verzes a renda mensal, a pagar, respectivamente, pelos senliorios ou pelos in- quilinos, salvo se estes Ihes facultarem casa correspon- dente & que ocupavam. ‘Art. 166.* Quando o proprietério no comegar as obras de reparagio, beneficiagio ou demoligio a que aludem os artigos 9'*, 10.° e seu § 1° e 12.°, ow as nao coneluir dentro dos ptazos que Ihe forem matcados pela cfmara municipal, podera esta entrar na posse do pré- dio ¢ mandar proceder A sua execugio. § inico. A cimara fard extrair uma conta, que teré forga executiva, para obter do proprietério o reembolso das despesas feitas com a realizagio dos trabalhos. ‘Art. 167.° As cimaras municipais poderio ordenar © despejo sumério, no prazo de quarenta e cinco dias, dos prédios ou parte de prédios cuja demoligao, repa- ragio ou beneficiagio tenha sido decretada ou ondenada. § 1." Quando houver risco iminente de desmorona- mento ou perigo para a saxide publica, o despejo poders executar-se imediatamente. § 2.° Nos casos de simples reparagdes ou de beneficia- eo, 0 despejo s6 poderé ser ordenado se no parecer dos peritos se revelar indispensével para a execugio das res- pectivas obras e para a prépria seguranga e comodidade dos ocupantes. § 8.* Fica garantido aos inquilinos 0 direito & reo- cupagio dos prédios, uma vex feitas as obras de sepa- ragio ou beneficiagio, mediante 0 aumento da renda nos termos legais. ‘Art. 168.° Os servigos do Estado ¢ das autarquias Jooais, as Miserieérdias, os organismos oorporativos e de coordenagio econémica e, dv uma mancira geral, todas as entidades que promovam a distribuigto de casas para pobres, casas para pescadores, 03818 €c0- némicas, de renda econémien ou de renda limitada, comunicario is cimaras, antes de efectuada a sua coupagio, os nomes e as moradas dos respectivos be- neficidrios, para que verifiquem, em relagio a casas por eles desocupadas, a conformidade com as Iicengas eoncedidas © as condigées de habitabilidade e posam agir de harmonia oom as disporiges do presente regu- lamento. Ministério das Obras Piblicas, 7 de Agosto de 1951.— O Ministro das Obras Piblieas, José Frederico do Casal Ribeiro Ulrich. Taraevaa Naciowan ve Liseos

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