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HUMEERP Baciag TEORN GeRAL Do WECEilo NC ConrMneoeiveo L& Gdighe ~SARNUA PROF. Kausia POE. Quit TL “E, foals capiruo 24 Juizados Especiais Civeis 24.1 NOCOES GERAIS Os Juizados Especiais Civeis, nase araa resolusfo de causas de tindo que ele eonsiga buat, peranteo Estado a solu para o seu con Alico de inceresses. Os Juizados Especiais foram ertados ¢ inseridos na sistemica nacio- nal por meio da Lei n, 9.099/95, nal do art. 98, que detérminava 2 instituiggo de uma justica especializadn. A Lei n. 9,099/95 foi parcialmente alterada com o advento da Lei n 10.259/2001, que troiae a previsio dos Juizados Especiais no ambito da Justiga Federale, em dezembro de 2009, aLein, 12.153 previt a criagdo de Juizadss Bspecisis da Fazenda Publica no ambito dos Estados, do Distrito Federale dos Territéros, sendo que estes, juntamente como Jizados Es is Civeis ¢ Criminals, passardoa integrar o “Sistema dos Juizados Espe- " uma espécic de microssistema, norteada por prineipios que garan- ‘tem maior celetidade ¢ melhor cfetividade da prestacio jurisdicional.' tt 24.2 HisTORICO ‘Numa percepsdo histbrica, observa-se que, em tempos longinquos, jé se falava em prestacio jurisdicional, Retrato disso é que, desde os tempos dos visigodos', a criagio do Cédigo Visigético, inicialmente denominado a as contemplavam questbes que envolvessem baixo valor 1 (No Bras, veticous a apiagio das Oxtenagées Manuelinas nos Sé- culos XVIII e XIX, cujos ulgadores para pequenas contendas receberam 0 nome de Juizes de Vintena e atusvam no mesmo modelo estabelecido nessas Ordenasbes. F ‘A primeira ConstituicSo Brasileira, que ficou conhecida como a Cons tinuigfo de 1824 e foi erigida sob o comando imperial, estabelécia que mio a) hhaveria contenda pela via judicial sem a tentativa de conciliagSo prévia residide por Juizes de Paz.” ‘A partir de 1964, por meio da Lein. 7.244/84, 0 Brasil, pela primeira ‘ver, disciplinoa em lei prépria como se processariam os feitos e qual seria a competéncia para a apreciagio de “pequenas demandas”. Era 0s chamados “juizados de pequenas causas”, imitando a matéria de competéncia funcional as demandas civeis e facuitando a presenga de advogado.t Essa lel procurava atender a uma série de finalidades para faciitar © aceéso Justiga? como: 4) descentralizar ajustca, para que ficasse mais préxima da populagio em geral; ce ) privilegiar a concliagio extrajudicial como meio de resolugio de confltos; «) ser 0 paleo de resohugio de confltos de pequena monta, que prati- ‘camente nfo eram levados a Justia tradicional; gratuita, pid, desburocratizada, informal e efetiva; safogat a Justica tradicional. 3 Ar. 161, Sem se fer conse, que rem ncenrado o mefo da recencigdo, no 20 co. Em 1988, a Constituicdo previu expressamente que deveriam ser cria- dos Juizados Expect, pela primeira vez com essa nomencletar, e man- teve as atribuigSes conferidas aos Juizes de Paz.* ‘tiveram como principal fonte juri- ica a Constitugio, que, em rente & Unio, aos Estades e ao Distrito Federal para legisla sobre a eria- io, funcionamento e processo dos Juizados Especais? ‘Ademais, o art. 98, CR, atsibuiu competéncia aos Estados para eriar ‘Apesar da previsio constitucional, a regulamentagio dos Juizados Es- peciais somente se verificou no Ambito estadual com o advento da Lei n. 9.059, de-26 de setembro de 1995, que previu a criagio dos Juizados Espe- E fol assim que a refesida Lei n, 9.099/95 estabeleceu a criagio dos Juizados Especiais etaduais com competéncia' para julgamento efeitos a civeis que no excedessem a 40 salérios minimos; fosse despefo para uso proprio; tratassem das questes entumeradas no att. 275, I, CPC? das agdes possessérias sobre bens iméveis; ¢ devendo, ainda, executar seus proptios julgados, sendo competente para executar tiulos extrajudicisis {que nfo ultrapassem o patamar fixado. Jéem 2001, a Lei n, 1.259 veio a regulamentar o dispositivo constitu- ional gue previa a criacio dos Juizados Especiais no ambito dz Justica ‘Ges da Lei n. 9.099/95 aos juizados Federais. Em 22 de dezembro de 2009%, adveio a Lein. 12.153, prevendo a exia- fo de Juizados Especiais da Fazenda Piblica no Ambito dos Estados, do Distrito Federal ¢ dos Territérios, sendo que estes, junto com os Juizados Especiais Civeis ¢ Criminais, passardo a integrar o "Sistema dos Juizados A referida Lei entrou em vigor dia 23 de junho de 2010, 6 meses apés 1 sua publicacio, com o intuito de realizar uma das previsoes do Il Pacto Republicano como forma de facilitar 0 acesso a Justia, permitindo que o rito dos juizados no Ambito estadual nfo caste restrito as causas entre particulares. As demandas em face da Fazenda Piblica, no Ambito estadu- ale municipal, também poderdo vi a ser processadase julgadas de acordo com os principios e procedimentos dos Juizados Especinis, previsio esta que, até enti, 6 era possivel no Ambito da Justiga Federal dofs anos da entrada em vigor da lei ¢ terfo competéncia absoluta para processar, conciliar, julgar e executar as causas civeis, de interesse dos ° Estados, do Distrito Federal e dos Municipios, cujo valor nio ultrapasse 60 salérios minimos.'* ‘A-sua instalagio dependerd da iniciativa de cada Estado, sendo que, no Rio de Janeiro, ja h& sugestio de projeto de lei para a instalagio desses jt 24.2 ALOSOFIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS ‘A concepsio dlissica de processo é incompativel com grande parte dos direitos da sociedade atual, em especial de situagSes tipices da socieds- de moderna, como os direitos transindividuais, as relagSes pulverizadas xno conjunto social e os direitos nio patrimoniais, Problemas como 0 do custo ¢ da duracio excessiva do processo, bem ‘como sua incapacidade para tutelar determinadas sitaagoes de direito substancal, todos ligados ao acesso a Justica, tem levado & busca por tivos de solugfo de conflitos. ene, 0 Estado se preocupa em fornecer meios alternativos de solugto de disput, direcionados aatenderpariculatidades de deter itigiosas, abendonando o formalismo e aproximando- Os Juizados Bspecials emergem, a parts dos Juizados de Pequenss ‘Causas, dentro dessa nova tend postulado, abrindothe a oportunidad de obter a tutela para pretensées que dificilmente poderiam encontrar solugio dentro dos mecanismos complexos ¢ enerosos do processo tradicional ‘Ademais, aliviam os tribunais de 2° grau ¢ os tribunais superiores da apreciagio dessas causas, pela eriagio de um sistema recursal proprio e ‘sumério, no qual sobressaem a irrecorribilidade das decis6es interlocut6- ras ¢ a limiracio de recursos das suas decisGes para aqueles tribunals que hhoje esto restritos 20 recurso para o Supremo Tribunal Federal estrita- Ty Ascausas que exiverem em curso antes da rig dos usados Epes de Fazenda Pub ay alada que se enquadcers nos ts desu competi, no he serio remetidas, conan {oa amber no uleo em que foam sjleday, nos termes do a 24 da Lin 2153/20. rae ‘mente em matéria consticucional, que apresente repercussio geral, ¢ 20 ‘Superior Tribunal de Justiga na remotissima hipétese em que a orientagio acolhida pela Turma de Uniformizacio dos Juizados Federais contrarie simula ou jurispradéncia dominante desse mesmo Tribunal, (Quando criados os Juizados de Pequenas Causas, Theotonio Negro" aficmou: “para que 0 povo tenha confianga no Direico e na Justga, & pre- cso que seja onipresente; que as pequenas violagBes dé direito, tanto ‘quanto as grandes, possam ser reparadas". Juizado Especial é érgio de jurisdigao estatal, constituindo verda- deira estratara vinculada do Poder judiciétio, por expressa determinacéo constitucional, Privilegiando a conciliagio ¢ a arbitragem, fangio de sua gratuidade, de sua rapidez e de sua informalidade, foram ctiados para se aproximar da realidade de inimeros litigios existentes no seio social (O Juizado Especial representa urna Justiga coexistencial, em que, antes derecompor o direito do individuo lesado, age-se para aliviarsituarfes de ruptura ou de tensio, com o fim de preservar a pacifica convivéncia dos _sujeitos envolvidos. Trata-se de uma Justice que leva em conta o episédio contencioso que esté inserido e que se destina a curara situacio de tensio. Dentro dessa situagio, os Juizados Especiais possibilitam a composi- ‘fo pacifica dos litgantes e possuem em seus quadros, além do juiz toga- oe de seus tradicionais auriliaes de foro, a colaboragio de outros agen- tes saidos do seio da sociedade, como os conciliadores e os juizes leigos, que trazem para o érgfo judicante a influéncia do ambiente social e de suas aspiragGes comuns. 20.8 PAINCIPIOS FUNDAMENTAIS (Os principios fundamentais que nortelam os Juizados Especiais estdo previstos no art. 28 da Lei n. 9.099/95, que institaiu os Juizados Especiais, no ambito estadual, mas que devem ser aplicados também aos Juizados Federais ¢ da Fazenda Pablica, até mesmo porque previstos no art. 12 do 1 Julzde Especial de Pequenas Causa (Lein, 7244 de 7-1-84). Provimento n. 7 dos juizados Bspeciais, que define medidas de aprimora- dlos Bspeciais. de Mauro Cappellet” em seu ‘eminentemente oral, ini- ccértos incidentes do procedimento tradicional ‘Nao se admitem nos Juizados Especiais a recoavencio, a agio declara- séria incidental ou indmeros recurs0s, tipicos do procesto clisico, para se cevitar times excessivamente formais Te Capped ear Go, we ‘Ainformalidade também é outra marca dos Juizados Especiais para tomar menos burceritico e mais rapido 0 processo. Assim, desde que , todo ato processual deve fa inalidade (art. 13 da Lei comarca do Estado. vas eaueas submneidas aos juizedos Eepecisisexigem, ainda, solucio ‘ evitar os ee ‘Deve set ressaltado que os Juizados Especiais Civeis também esto su- ‘bordinados 8 observincia dos jé estudados principios do contraditério € do devido processo legal, bem como aos demais principios fundamentais Gara vents, conform jf ressatado em signs nhs dese esto, ogists do direito prose ‘como aimparcialidade, a persuasio racional eo juiz lizam garantias constivucionsis que presidem a tuacio do au- ror e do réu no processo. 24.5 ESTRUTURA DOS JUIZADDS ESPECIAIS: ACESSIBLIDADE, OPEROSIDADE, LITILIDADE E PROPORCIONALIDADE lei que instieuiu os Juizados Especiais procurou, na pritica, estrara- 12s 0s Juizados Eapeciais com base nos pilares da acessibilidade, da opero- sidade, da utilidade e da proporcionalidade. ‘A garantia da acessibilidade se dé através da regionalizaclo da Jostiga, tornando a mais préxima da sociedade, possibilitando a relizagio de atos crerfsticas nifo se exaurem nos Juizados Especiais Civeis, estendendo-se a todo o microssistema dos Juizados Especiais, ra: 28,8. JUIZADOS ESPECIAIS ESTADUAIS 28.8.1 Nogdes gersis O are. 18 da Lei n 9.099/95, em consonincia com o art. 98,1, da CH, impée a criaglo dos Juizados Eopeciais Civeis€ Criminais. Contudo, mais do que insttuir os Juizados Especiais Civeis, a referida lei raza regra geral {que nortearé todos os juizados, com disposigdes sobre procedimento € 24.8.2 Competéncia A compeitcia ds JusadosEapeces ies cestaduais” foi regulada 95 epode ser determinada pelo valor da ™ processar ¢ julgar as causas civeis de menor complexidade, assim considera- das como aquelas enumefadas nos incisos do ar. 38a Len. 9.099/95." Em sentido contririo a ese entendimento, porém, Eduardo Oberg® defende que causas de menor complexidade seriam as que nto necessitam de pericia, e Teor! Albino Zavasck!" decide que causas de menor complexi dade seriamn um critério aberto, nfo relacionado eventual necessdade on nfo de prova pericial, mas sim pelo critério econdmico, ou seja, menor complexidade seriam todas as causas no valor inferior ao limite previsto para cada Juizado Especial. Sobre a questo, predomina nos juizados Especais, com 0 Emunciado 54 do Forum Nacional des Juizados Especiais Fonaje), que menor com: plexidade deve se 20 “objeto da prova e nfo em face do direto material”. © mais surpreendente € que, nfo obstante a menor complexidade da causa seja um requisito essencial da moldura consttucional dos juzados, instdncias superiores, conferiu aos prbptios juizados 0 poder quase abso- Tuto de decidir os limites da sua propria atuagio. ‘¥épela matéti, so de competéncia dos Juizados Especias as enumeradas no art. 275, 1, CPC: a ag30 de despejo para uso préprio™ e as agBes possess6- ras sobre bens iméveis de valor no excedente a 40 salitios mininos, Destaque-se que, caso a matéria possua rito préptio e especifico no (CPC, estard excluida a competéncia dos Juizados Especiais. Desia forma, nio sio de competéncia dos juizados, por exemplo, as agBes de prestagio de contas, de exibigio de documentos, de consignacio, monitéria e qual- ‘quer outra que possua rito separado na legislagdo extravagante, ‘Também nio sio de competéncia dos Julzados Especiais as cusas de natureza alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Piblica, “pos Jizador Repeat, +6 sa admite aac de despjo previa sendo esta iltima de competéncia dos Juizados Especiais da Fazenda Pde biica, ¢ também as relatv ne de trabalho, a residuos (dieito su- essoas, ainda que de cunho patei- de competincia do Juizado Especial, 0 ajuizamento da acto em um Juizado Especial Civel Estadual € opsio do ‘autor, que poder optar entre ajuizar em um Juizado Civel ou em uma ‘Vara Civel, sendo, portanto, a competéncia dos juizados Bopeciais relat- va. Nesse sentido, o Enunciado 1 do Fonaje" refere que o-dreito de agio ‘nos juizados ¢ uma faculdade do autor, o que se compreende que ele pode cscolher demandar no juizado ou na vara cvel, mas o ru nfo possui al escolha, Além disso, compete a esses juizados promover a execugio de seus ‘Proprios jlgados, ainda que superem 0 patamar de 40 salérios minimos, ‘els para a execugfo de sentenca condenatéria que gere obrigasio de in- Simples: quando um dos pedidos poders ser apreciado sem depen éncia um do outro, como no dano moral e material. ‘A cumulagio impropria, por sua vez, pode ser: » Subsidiiria: aquela cumulagio em que. parte formula virios pedi- dos, em sendo contemplado apenas um. Exemplo: ele quer a entze- g2 doimével, mas, se nao for possivel, quer indenizagio. > Alkernativa: tem que estar previamente no contrato, o& um ou out. 246.8 Ctoptes, intimacies e revelia Quando o projero de lei que deu origem aoe Juizados Especiais foi elaboredo, em 1989, 0 CPC dispunha que a citagao seria feita por oficial de Justiga. Porisso a Lei n,9.099/85.contém, no sew att. 18, a previsto expres- sa de que a citagio sea fica prtferenciamente por carta, com aviso de No caso de pessoa juridica, a citago serd vilida se a correspondéncia for entregue ao funciondrio encarregado da recepgio, que deveri ser iden- tifcado no comprovante de recebimento. D. Os concetos de citagto do CPC sto aplicives subsidiartamente aos Jui zados Bspeciais, endo que 2 coniagem do prazo minimo para a realizagio a audiéncia de concilagao se dé a partir do efetivo recebimento da corres pondéncia e néo da juntada nos autos do seu comprovante, A citagdo por carta no é uma regra obrigatéria, mas supletive, ou sea, nfo havendo de- terminacEo especifca, essa serd a forma preferencialmente adotada, Na citacdo, além dos requisitos gerais, deverd constar a c6pia do pedi do inital, diac hora para comparecimento em juizo e adverténcia quanto 8 possibilidade de imediate convolagfo da sessio de conciliago em audi- éncia de instrucio e julgamento, caso néo seja feito um acordo, Muito embora esse fat esteja previsto nae, o que, em tose, afastaria ancces- sidade de sua mengio expressa na ctacio, essa €a melhor forma de evitar discussbes e pedidos de adtamenco. 48 Aalment, a eltsénda perdu send, pois asa redo do at 224, CPC remete so at, 222 do mesmo diploma, qu estabeece ocomando de que & ctagio ea fa pr cor: ‘el, resavada alguns hipéteses expectons, ee Alei prevé que a citacio por oficial de Justiga, admissivel como exec ‘%o, dspensa a expedigdo de mandado, bastando a cépia da peticio inicil € das eventuais decisées liminares proferidas pelo Juiz.” Importante notarse que, £¢ © réu nio for encontrado no enderego dispontrel e nfo for possi 0 julz deverd encerrar 0 proced- ‘mento sem resolugio do mérito, para que o autor possa recorrer eo juizo singular. Nesse caso, as atos praticados nos Juizadios Especiais nfo serio, ‘em hipétese alguma, aproveitados no juizo singular O caput do art. 19 determina que as intimagdes scjam fe ‘mas regras de citagZo, a maioria das intimagGes, pela props do procedimento, sera realizada em audiéncia, Cumpte sal tanto, que as iatimagdes que deveriam ser efetuadas em au: pétese de a parte deixar de comparecer, deverdo ser mate Outro meio, se nfo ficar demonstrado que & parte foi eft nicada da propria audiéncia, Importance, ainda, destacar que a za perspectiva, consoante os princi imagio do advogado cor 108 Juizados Especiais ocorre tanto quando o réu deixa de sesponder oportunamente & demanda como quando deixa de compar recer a qualquer das duas audiéncias, seja de conciliagio ou de instrugio ejulgamento. A diferenga & que a auséncia na Alf nfo altera a ontem do procedimento, enquanto a auséncia na concliagio permite que.ojulz pro- fira sentenga em seu gabinete, sem a realizacio da All. No entanto, nada impede que o juiz, de oficio ou em acolhimento a postulagio da pi ssutora, determine a prodiucdo de algumas provas antes de proferira deci sio final, se essa for necesséria para o deslinde da causa. Nesse caso, raris simo na pratica, pode ocorrer uma situagZo bastante inusitada, Se for de- ferida a produso de prova oral, o réu revel poderd ester presente na 48 "Nessa senid, ves « Proposiio 25 do 2# RJEEP: “as cage tims ‘vir acompanhads de cpl da quan ou tor da decide” 5. este renio,vjate 0 Enunciado 7.2.1 da Celaca: "a tiagio do aévogsdo pesos: ‘mente ou pla iprens, para prea de tos procestal, igen ada parce, neo pars ‘cumprimento de obrigego defer ou de nde ase” ra 4 studitnca de instrugio marcada, mas somente poderdtratar das questoes «que apesir da sua revelia permanecersm controversas ov sobre as quals ‘io ocorra preclusio, Feto mais comum na pritica forense diz respeito 20 réu que enviar pelo protocolo contestagio escrita, mas faltar& audiéncis.O Juiz nfo deve ‘eeurar a pega, mas, analisando-a, somente considera aquilo que trata so- bre temas controvertidos ou nid preclusos De acordo com a posicio majoritiria, mesmo que comparesa 0 advo- do, a simples auséncia da parte ou do seu preposto devidamente qual ficado ja implicaria revelin Em todos os casos, a tevelia € capaz de tornar incontroversos os fatos slegados pelo autor. A Lein.9.099/95, no entanto,resolveu deixar expres. $0 0 que jf era pacifico na doutrina, ov sea, que areveiafaz.com que os fatos alegados sejam considerados verdadeicos, de acordo com o conven- cimento do juiz, Importante destacar que a revelia, cretada pelo juiz togado, cabendo aos au ificarem." certo, somente pode ser de- iares do juizado apenas a cer- 20.6.8 Da conciacao @ da erbitragem O objetivo dos Jutzados Especins &faclitar 0 acesso & Justia e, por isso, seu procedimento poss intima relaggo com a atbitragem e com a , deve 0 conciiador pro- ‘o pagamento do débito a prazo, entre outras medidas cabi- |, Lein. 9:099/95). A dispensa de nova citagdo na execucio foiprevista no inciso IV do art. 52¢ contrasta com ort. 614, CPC, 0 qual, reversamente, impée 20 credor, na execusio, od ‘muita por descumprimento de obrigagio de fazer, nfo fazer ede entregar foram previstas, semelhancemente 20 que ocorre no CPC, nfo obstante a Cw possibilidade de aplicacao subsidiéria desse diploma, Portanto, realmente, incabivel €a mulka pe cnbaczes declaratSrios protelatérios. wer e nfo fazer) e do VI (que cuida das obrigacdes de execugio das obrigacbes de pagar ‘quantia certa. Vejamos cada um desses dispositivos: Lein, 9.099/95: Ast 52. >) TV —ndo cumprida voluntariamente a sentenga transitada em julgado, e tendo havido solicitagio do interessado, que poderd ser verbal, pro- ide logo & execucto, dispensada nova cltacdo; 2005: por cento ¢, a requerimento do credor e observado 0 disposto no art. 614,11, desta Lei, expedirse-4 mandado de penhora e avaliagio. Como se pode perceber da leitura dos dispositivos, eles sio plenariente {ntegréveis. No sistema dos Juizados Expeciais, com a entrata em vigor da Let 1. 11.232/2005, nfo cumpeida voluntariamente a sentenca, que determinar 0 pagamento de quanta cera, tendo havido solictagto do interessado, que poder ser verbal, proceder-se-4 desde logo & execucio, dspensada nova citar ‘lo, com expedigo de mandado de intimago para o pagamento em 24 horas edepenhora e avaliaco, que incluird ao montante da condenagio a mala no percentual de 10% (dez por cento) do valor a ser executado, Este montante deverd ser apresentado através de "demonstrath datz” em que for formulado 0 pedido de exes auutlio do servidor judicial, quando necessirio No pedido de execucio, poderi o interessa ‘bens a serem penhorados (art. 475,J, § 3% wae) art. 655, CPC, caso contririo, 0 O! devedor da ordem de pagamento, procederd imediatamente A penhora: liagfo dos bens que encontrar em seu nome, cuja intimagio ocok lizados para tanto, hipStese na qual o “juiz, de imediato, nomearé avaiador, assinando-the breve prazo para a entrega do laudo” (art. 4754, §28, CPC). De acorde com o entendimento majoritrio, nao sendo encontrado o devedor ou inexistindo bens penhoriveis, 0 processo serd extinto, devol- vendo-se os documentos 20 autor (art 51, 1, €53,§ 44, da Lein. 9.09/95). cesso de integragio entre os s Lei, 11.232/2008. Lein, 9.099/95: An. 52. Gd IX -o devedor podera oferecer embargos, nos autos da execucio, ver- ulidade da ctacio, no process, se ele corre & revel; sto excesso de execusio; cileulo; impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigacio, superve- IV~legitimidade das partes; we V~excesso de exeeusio; VI- qualquer cause impeditive, modificativa ou extintiva da obrige- fo, como pagamento, novagio, compensacio, transaglo ou presct- io, desde que superveniente a sentengs. § 12Para efeito do disposto no incso It do caper deste artigo, conside- ase também inexigh o judicial fundado em lei ow ato norma tivo declarados inconstinucionais pelo Supreme Tribunal Federal, ot fundado em aplicagio ou interpretacio da lef ou ato normativ tidas pelo Supremo Tribunal Federal como incompativeis com a Constiru- fo Federal. § 2? Quando o executado slegar que o exequente, em excesso de exe- ‘cugio, pleiteia quanta superior &resultante da sentenga, cumprithe-4 declarar de imediato o valor que entende correto, sob pens de reeigéo liminar dessa impugnacio. ‘A questio fundamental a ser enftentada € saber qual dispositivo do CC vai reger a disciptina dos embargos do executado nos Juizados Espe- ais: 0 art 475-L ov 0 art. 7437 ____Apesar dea referéncia 20s embargos no CPC, com a entrada em vigor da Lei n. 11.252/95, passar a ser feta pelo art. 745, entenddemos que a re- _gulamentagio dos “embargos” nos Juizados Especiais deve ser conduzida pelo art. 475-L. Em primeiro lugar, como jé salientado, 0 procedimento 0 CPC é subordinante as normas da Lein. 9099/95, Nesse sentido, 0 ca ‘put do art, 52 da Lein. 9.099/95 & claro a0 dispor que a execugio da sen: tenga segue o disposto no CPC, com as alteracSes que a propria Jel preve naquele artigo, Assim, a impugnacio prevista no att. 475-L, nos Juizados Especiais, em onome de “embargos" ¢ segue a estrutura introduzida pela Lein, 11.232/2005, no que couber. # importante sublinhar que o fato de o rol de matérias impugniveis no art, §2 da Lei n, 9.099/95 ser diferente do rol do att, 475-L, CPC, nio gera maiores prejuizes, j que o rol a sex utlizado é 0 do CPC, com as ‘modificagdes da Lei n. 9.099/95, Com essa lei ndo modifica substancial- ‘mente nada, mas apenas repete os mesmos dispositivos, com pequenas alteragGes na redacio, é possivel aplicar o novo texto, inclusive o seu pari: sgrafo primeiro, sem maiores dificuldades, Essa aplicagio jf era a em relagio ao atual art. 741, CPC, que, com a Reforma, passaré a nar os embargos & execusio contra « Fazenda Publica. mY © parégrafo segundo do art. 475-L, CPC, por sua vez, traduz ume inovagdo no sistema dos juizados Especisis, Diz esse dispositivo que para impugnar o eventual excesso na execusao, deveré o impugnante apresen- tar, através de céleulos, qual o valor que entende como correto a ser exe- cutado. Assim, entendemos que deverd constar na peticfo iniial dos emn- bargos esse céleulo, ou, quando cabivel,o pedide de atuagio do secvidor dessa 9.099/95, em regra, passa juie 0 atcibua (art, 475-M, CPC). Ainda assim, caso seja deferido o efeito suspensivo aos embargos, oexequente poderé prosseguir com a execucio se prestar, nos préprios autos, a caugio 2 ser arbitrada pelo juiz art. 475, §18, CPC). Da sentenga proferida nos embargos caberé recurso inominado a ser apreciado pelo Consclho Recursal. Os embacgos do devedor, apés a segu- ranga do julzo, tramicario nos prOpries autos da execusio, se deferido feito suspensivo, caso contririo, setdo processados em autos aparcados (art. 475, § 28, CPC). A mactcia dos embargos se restringe &s hipéteses do ast. 52,1. Destarte, atualmente, a decisio que julga os embargos & execucio nna Lei n. 9.099/95 é identificada, pela maioria da doutrina, como um 210 sentencial, que pode ser impugnado por meio de recurso inominado (art. 41 da Lei n, 9.099/95). No entanto, com a aplicagio da nova siste sitica do CPC aos juizados Especiais, entendemos gue melhor seria se essa decisio fosse definida como de natureza interlocutdia, impugnada igido as Turmas Re- 099/95, Infelizmente, portunidade de editar normas de adequacio do agravo de instrumento 20 sistema dos Juizados Esp ccuja complexidade procedimental nao se coaduna com os princi formativos da o-ageavo nem o mandado de seguranca em face de decisbes rias nos Juizados Especials, resta apenas admitir o res mantendo-s a fic «a, sem compatibilizilo com as novas regras do processo de execusio previsto no CPC. Came Ulteapassada a fase de embargos, a sequéncia da execugio incidente ‘nos Juizados Especiais se desenvolverd nos mesmos moldes existentes na sistemitica atual do CPC, com duas diferenas: a possibilidade de aliena- ‘glo extrajudicial do bem penhorado, de venda do bem penhorado por prego inferior & avaliacgo ¢ de pagamento a prazo, mediante o ofereci- ‘mento de garantias, para compra do bem penhorado (art. 52, 1, 9.099/95); a possiblidade de dispensa da publicasio de edita VII, da Lei n. 9.099795). Ito porque o procedimento executivo incl do CPC faz remigio expressa ao procedimento da execugio de titulo ex- trajudicial (art. 475-R, CPC), Desde ha muito a doutrna critcava alocalizagio ea ordem de disposiczo dos arts. 639 a 641, CPC, Esses artigos regulam a chamada adjudicaco com- pulséria (procedimentos voldos a obter o cumprimento de uma obrigagio de emicir declaracio de vontade). Com efeito,tratase de um procedimento cognitivo inserido no meio do Livro Il, dedicado a0 processo de execucio Além disso, a regra geral (art. 641, CPC) estava depois das regras expeciais (arts. 639 e 640, CPC), Por isso, o legisladar aproveitou a oportunidade para “consertat” esses vcios. De modo que essas normas foram deslocadas para o Livro I (arts. 466-A a 466-C, CPC) ¢ reonganizadas (primeito, o conteiido do art. 641 ¢, depois, os conteidos dos arts. 639 e 640, CPC). Da mesma forma aque ococre atualmente em relagio 20s arts, 639641, CPC, os novos ars. 466 A. 466, CPC também serio apliciveis a0 sistema dos Juizados Especiais, inclusive 20s processos em curso, devendo ser salientado que nfo houve qual quer alreracfo de relevo no contetdo das narmas nessa transposigio. 24.7 JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS: RAIA Nogtes gersis ‘A.Lein, 10.259/2001 regula de forma especifica 0s Julzados Especiais Federais, a partir da previsio da EC n. 22, de 1999, ¢ cuida de simagdes especificas que ocorrem em tais 6rgios jurisdicionas, [Nao se preocupa o legislador em repetir todas as regras gerais que constam da Lei dos Juizados Especiais Civeis, razSo pela qual, diante da inexistencia de regra especlfica, asseguradas as prerrogativas da Fazenda, deve ser aplicada subsidiasiamente, no que couber, a Lein.9.099/95, a 10 aberto demonstra uma nova ten- ‘40s membros do Poder Judicis- Em verdade, ess déncia do Poder Legis rio maior discricionarieds deres para decidir 0 conti gue Ihes € apresentado com base em seu 3s constitucionais ¢ nas regras vigentes da Lei n, 9.09/95 que se aplicam ou no ao sistema dos Juizados Es- peciais Federais. [Em relagio a alguma de suas peculiaridades, os juizados Federals fun- cioniam apenas com um juiz togado e conciliadores, sem auxllio de jutzes leigos, eeduzindo-se a mero sito especializado dentro da Justica encarrega- da das causas da Unio, Os conciliadores poderio ter podetts in previamence decerminados, como a redugdo 2 termo de depoimentos, ‘mas nio poderio elaborar sentenga a ser homologada pelo juiz (Enuncia- do 45 do FonajeP"). Todo o procedimento dos Juizados Es Rio de Janciro e no Espirito Santo est na Resolugio n, fevereiro de 2007, do Tribunal Regional Federal da 2! Regifo, que repro- luz a Lein, 10.259/2001, 28.1.2 Competencia (Os juizados Especiais Federais slo competentes para procesat, concliar de comperéncia da 105. No exame desse ae sentenga a eer homoge. Ome Caso o titulo a ser executado esteja no limite de 60 salérios minimos, ‘mas nfo tenha sido proferido pelo proprio Juizado Federal, como ocorre na execucio individual de sentenca proferida em sede de acZo civil ptiblica « execugio de sentenca estrangeira homologada, a execuslo no sera de sua competéncia. Estfo expressamente excluidas de sua competéncia, ainda, as matérias, previstas no art. 32, § 18, da Lein. 10.259/2001 ‘Onde existirjuizado federal, sua competéncia seré absolute, caben- do 20 juiz declinar de sua competéncia, de ofico, aqualquer tempo. Onde ‘no houver Vara Federal, nos termos do art, 20 da Lei, 10.259/2001, a ‘causa poderi ser proposta no juiza federal mais préximo ou na vara esta- dual, que atuaré em competéncia federal delegads, Caso seja apurado, no curso da instrugio processul, que o valor real da causa ultrapassaria 60 salérios minimos, Nelson Nery Ju" deferde que 2 parte, 20 optar pelo procedimento especial, estaria renunciando ae exceden- te, Prevalece, porém, no ambito da jusiga Federal, que nio existe rentincia tlcita no Ambito da Justiga Federal devendo 2 parte, caso se verifique se ssuappretensio econémica ultrapassa a competéncia dos juizados, ser sempre {ntimada para se manifestar se renunciaré ao excedente ou se haverd a extin- ‘gio do feito sem julgamento do mérito (Enunciado 24°), que, na acaba se dando como declinio de competéncia para uma vara federal, Esse entendimento fo, inclusive, edotado pelo Enunciado 16 do Fonajet'* | ‘G_ Para Remand Quadros da ive 2001,p.26275"-]2e ctor cxverente a hipdrenss Go are. 3, da mermalet (aus at€ valor oo alrios mimes exuldas aqua desis no parigrafo 1+ art 35, ea ser necessriamenceeqcaiahada 30 uiedo especial. A peo do Jegisador parece razoivel Or Juizzdos Especial no dvem ser encarados como Gris juas-

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