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Anténio Manuel Hespanha, £ straturas politdco-ad mia strocivas do smpério Portugeés. Nuin Iinpérta como © portugués ', fortemente marcado pela disperséo territorial, os modelos cléssicos tradicionais na Europa da organizar politcaments 9 espago tomam-se ineficazes, Estos baseavar-se na ocupacio e ofgantzaca0 politicas de espacos continues 2 da sua cobertura por uma rede do fundonirios dotados de competéncias bem ssiabolecidas visando sobrotuda uma administracto passive fustitiom dare), acontece que tals models tornam-se incompativels, (1) cam a magnitude dos espagas a dominar; [il] com a dindmica © varedade das sttuagées 9, por iss, (ii) coma prevalencis da criterin de aportunidade sobre o da ustic. ‘Assim, o Império partuguas nfo se estrutura sobre um modelo inica de administracio, antes facendo conviver instituigies multo varladas, de acorda com as conentendas (e taribén, com as influBnetas| locas. Pades afimar que a estrutira do govemo de tipo tradicional, inspirada nes medalos adninistrativos vigentes na Reino, foi a excepeto, resorvada as zonas de ocupagio torrestre mais permanente; ainca que medificada, quer no seu’ aspecto institucional, quer na forma como fot pratcada, As restantes Instituigdes @ formas de dorm‘ ultranarino constituern um enquadramento politico-administra tivo mais débil, pelo mencs do ponte de vista formal, sendo possival estabelecar uma gradacih entre expectentes formals de dominto, Desde o mats tadicional e formal (rnuntefplos ou capitanias-donatarias), pasando medatidades menos completamente institucionalizadas de organizacdo do pocer (fortalezas/feltoris, provecwraies, tratades ce paz e vassalagem|, até 35, marifostagSes de um poder indirect © ‘nformal, como a influéaca ecercida por meio de mercadores e de eclestisticns, No extrema, 2 modalidade formatmente mats ténue de presenca - 05 langados 9 av entureiros. Jogo Pint Ribetro, numa obra de polémica antt-castethana dos meades do séc, mM, 12 notava asta espocificidade do impéro portuguds, sabretudo quando confrontado com o castolh no: "vereidos [os reis do Orlente], no os cespojavam dos reins 2 senhories que possuiam, Ou 0 deixavern neles com toda a majestede real, impondo-thes algumn tribute, por razo da guerra, ou restituiam o reino a algum rei amigo a que injustamente estava usurpado, wostraram os. nassos capitfes o animo livre e cesinteressado com que praceciam nas terras desoobertas cu vencicas. & nenfurra mudaran seu antigo nome, a nenfuma 9 deram ce uma cidade cu provincia de Portugal [ou] Nunea os sersniesimos reis do Portugal se intitularam de alguma arovincia sujeita, soni foi a da Guiré e do sennorio do comercio” = Esta mistura de poderes no chacava, de maneira nerhuma, 0 imaginério politice de épace moderna, cuja vertente pluralista é bem nctiria . Poderes divididos ~ 0 da Coma, cam o da Igreja; ambos corn os des municipios, dos senhorios, da familia - constitutam a realidade quotidian do cendrio politico eurapeu. = nam os pedares de facto - como as embabides nas redes clientelaras ~ eram cesconheciios, Portanty, estas fonnas de “gvemo’ mista no eram mals do que a continuacSo, agora no ultramar, de fanmas de exercitar o poder na Europa 4 No entanto, quando apitcades 20 espaco ultramarina, estas formas oe crgantzacto politica apresontavam virtualidades especificas. De facko, a eitensio 20 Império do enguadramente politico a gente 2 do espaco vigente no Reino representaria uma mobilizagio de metos humanos € financeiros quo um poquanc pais nfo podia suportar. Ora, quar a lmitagio dos objectives no plano politico-adminisrativo, quer a atriouigdo a outros ce poderes menos esiratégicos, quer o recurso a mocanismos de podor indirecto ou informal ropresontavam assim una oconemia dacisiva de esforgas, © resultada seria um Império pouca homogénea, descentalizado, delxado a0 culdado de muitos centras politicos rolativamente auténamos, ponteado do solugies politicas bastante diversas @ onde a resistencia do toda cecormia da sua maleabilidace, Néo era certamente um império 1p oxprossdo “império vooanico" 6 aqu utiizads para marcar a diferenga cam os impérios territoriais classioas (romano, Sacro Império romanc-germénica) e com o imperio espanhol. Nate-se ue a expresso “inperio ra Grigoras, ern corres jurdion pl'tcas, quando epicada te conus portuguesas, ja que os nossos monarcas ndo usaram a titulacdo imperial senao nos frais do século Ml. Cf Thomaz, 1990; Saldanha, 1992, 2 Desengana ao parecer engancso que cebu a EL Rey de Castello Filipe IV certo ministro contra Portuga, 1648 el. Saldana, 192, 108) 3 Cf, Hespanha, 1992, 20 35 4 Sobre 3 opasicao entre o oficial e o néo oficial na expans#o portuguesa, Thomar, 1985, 514. fundado no esplendor do poder, dilgido por uma estratigla de “repulagdo’. Se bern que esta preceupagio de urn império reputada © politismente esplandoraco tamer axictie 20 nivel da politica oficial (scbretuda em relacdo aos centros sinbilicas do lmpéria, coma o Reino do Congo ou Goal, a arquitactura imperial era daminaca per uma astratégia pratica dirgids para uma sobrsvivéncia auto suficiente de cada parte, 2 Unica adaptade & menutenego de um conjunto vastissima e disnersa de tarritarins, ligados por meia de viagens langas e parigncas, a um contro, politico metropolitena pequeno e cada ver mais exauriva © pripria titulo das reis da Portugal, adaptada no priate da expancio, traduz, de certo moda, este cardcler minimalista das arnblges politicas. De facto, salve no que respelta 2 zonas de demninio efectiva © mak tradicional -¢ Norte de Africa, © "Algarve de Além sAae", © 3 Guind -, nunca se invacaram senhorias terrtoriais precisos, mas apenes um generico e patencial senharia sabre "a conquist, navagagia © © comércio da Arabia, da Pérsia @ dalrdia! ‘A maxima ca administracdo ultramarina partuguesa traduzse numa enorme capacidade de adaptaglo co instituigBss quo} haviar cide’ oxporimantadas @ tamaém da imoravisagio. A pluralidade & polvalencia desta admmnistracdo derwva, quer da heterageneidade e clversidade da naturoza dae instituigdos (desde as tomitoriais @ fiscais 2 comorciaic, paccande pelas diplemnsticas, ecieslésticas, etc), quer da propria especificidade adquirda por cada aplicacSo local dessa mesma instituicSo. Ser4 entdo preciso anallsar os varios modelts admainstativus que correspondem as sulugbies encantradas @ aplicadas nas diforentos pontos da Império, ambara nZo axista uma relagie directa entre modelo administativo » os varias cenarios geogratioas (adantien, Africa, Brasi, indica, Asta Oriental) da Expansio, ‘Assim, se qulsermos tantar uma tpologla das formas de dominio que acorreram no império portugués, podemos distinguir as coguintos situagios: ()] capitaniac-denatariss; (i) feitodas; (it) Contras (iv) municipios; (0) fortalezas; |v) situages instinucionats decorrentes de lacos de vassalagem © protecterados §; (vi) vinculas politicos informais (embobides nas relagées, eciesissticas, nas relacties eamerciais, na prasenca ce aventureiras). € destas farmas de presenca politica que trataremos de seguids 3.4. Capitanias-donatarias. Urn primeira madelo de governo tradicional, inspiraco na realidade senhorial metropolitena, correspondia aos estabelecimertos terrestres mais permanentes ¢ integrados no Reina - as canitanias-donatartas cujas éreas privilegiadas d2 implantacia foram os. arnuipélaans atlantiens {Wadeira, @gores, Cabo Verde © So Tome) 7 0 Brasil, Ncutro cenario, muity distanciado desies, as tontativas do Angola 2 da Serra Leoa. Neste apartado, analisaramos as. caracteristicas adinistrativas da capitanta-donatarla socorrenda-nos preferenclalimente das exemalos insular © brasileira No caso das arqulp dlagus atlanticns, desab'tados & altura da chegada dos portugueses, esta instituipdo correspondeu 20 primeira passc de enlizaclo. Ai nio evistiam, de facta, pepulagtes que pudessem constituir 0 substracto humano de municipios, & soluga encontrada pera o enquadamenta administrative foi a tradicionalmante usaca para fomentar 0 pavoamento: concessio da terra @ um senhor, que devie promover « sua colonizagdo, assegua e sue administragio civil (devolvenda-a ‘a instituigSes municipais, logo que possvel) © defendd-la imitharmente, ‘As Capitanias-donatariaseram formal _e juridicamente priximas das senhorios metropolitaros, tendo, realmente, una situacdo institucional semelhante & das donatéries do Reino 5 sobre a titulagdo dos reis de Fortugal, Jogo de Barros, Decades, |, liv. 6, cap. 1; Ribetro, 1903, I, spond. VI, pp. 203 0 ¢s.; snalisando a quoct¥o ovacada ra tonto, Saldarha, 1990, max. 128, 55,; Saldanha, 1992, 178, 288 ss © Dada a multiplicidade das situagties politicas decorrentes das tatados - desde os simples tratados de amizade e irmandade até ao: de prtectorada -, prescinde-ce aqui da sua ecpesigha, Temeterdo-se o leltor, parao bem elaborado e recente estuda de Antnlo Vasconcelos de Saldanha (Saldanha, 1992, maaine, 372 ss.) 7 Menezes, 1988; Rodrigues, 2000; para o Brasil, Hespanha, 2001 e bibliogratia af citada, 8 para as pomenores da instituigdo das capitanias no Brasil v. Saldanha, 1986, °,€ certo que a destonacdo era diferente, tendo oscilaco entre “regedor” e “capi tio’, “governacar” © mais tarde, “senhor’ e “conatirio'; a designacio de “capitio' enfatiza a atribuiges militares, podende ter sido Influenciada por identica designacao dus guvernadores das pracas matroquines. NO S6c,, Wl, as diversas desigragies correspondiam a diversas areas de governo ~9 "capitZo' 3 area de avibuigdes militares; governador, as de justica; "vedor’, as da fazenda, Mas os pederes e o regime juridica cram fundamentaimento 0s mosmos, cam alguma amplitude acrescida das suas isancSes om relacéo a Cerca, am virtude da distancia 2 que se encontravam da corte (Cf, Saldama, 1986, 170 £5,), Mesmo as abibuigdas militares vio sondo progressivamento limitadas, pois a Corca nfo dora de nomear governadores e alcaides pare as fortalezas estrategicas, (momo v.g. a de Angra, nos Agores} ‘As capitantas-donatarlas constitutram instrumentas poderasos de Implantago e fhkagéo ern torritérias dosortos, ou de populace oscassa, som capacidads de resistincia, onde so pretordia a introducéo curadoure @ relativamerte pacifica da influencia portuguesa, cabenda aa danatért) 0 stimula do porcamento o a distribuigso © administagio das terras om sosmaria, A Coroa, na impossibiidade de pavoer e admintstrar directamente e por sua conta os novas territd fas encontrou nesta forma de administragéo un meio eficaz, cancedendo ao danatério 1 poderese privilégios que tinhar como con rapartida os investmmentas visando o deseny olvimenta daqueles territorios, Em suma, a5 capitanias-don atarias, furdadas sobre una cessio feudalizante e cassistica dos poderes, realizavam dois obj ectivos estrategicos para uma aiministracie ef'caz e econcmica ce um espago vastissimo e heteragéneo. Por um lado, entregavam a iniciativa des privados os aistos de enquadramenta politica, Por outra, faziam-no de uma forma casvistica, adequanda os poderas conferidas na carta de doagdo cu regiment és nscessidades especificos de cada territério. 3.2. Feitorias. A par das capitanias vtadas para um tipo de clantracdo mats traticionsl, sstio as feitorie "ou as feitorias fortaleza @ As sues atribuigBes eram eminente-mente comerciais, vikanco salraguardar os interescer da Carma @ promovar a6 tracas, crianda a condigies e iiclativae necessaries para B50, Por esta razGo, estevam multes vezes ayyegades & funcio comercial, a fungdo tniiar ® a diplornddica, Froquenomenta, mz faitoria & tan bare m2 fortaleza e cuida de mantar relagtes cordials ou de Impor o respelta as aopulagtes » potentades que a clraundam (caso de S ‘orge da Mina ed. Scfala) TFs as feltoras, desde aquelas que foram instituilas na Europa até as da caste acidental afficana # do Oceana Indica, desem penhayern fundamantaents.0 mesmo papel, camg'o provam a¢ seis regimentos, apesar da eventual rariabilidade do seu quadro de peszoal. Otago de distingdo surge quando apresontarn uma aviden‘e componente militar Hesse caso, pascam a ser drigidas por um capitio tien, Instalando-se em fortaleza: corn o acordo ou trarsighncla dos poderas locas, no Selo do umn torriterio no submetide 3 Coroa (feitriss fortaleza). “Jt experimentada na costa ocldental africana, a feltara fol fadlmente transferida para o Indien, Tal como sucedlana costa de Afric, o sistoma mercantil da tradi¢’y europea fo! adoptatc {e adapteds) na india, ficando, ros primeiros verpos, a actividade da fertoria centreda no trafego inter-tontinental drigida para a Furipa. A recesdcade de diversfieacio do abjectivcs eight = andlse dos condicianaismos da nova ares © apropesia de adaptacSes. Afonso de Albucusrque, por example, procedeu a esta andise. baceado na visio do conjunto quo the foi facultada, polo cenhectne nto directs das varias egies D2 facto, ne india, as feltarlas implantaram-se em zanas onde ot moreador ja ostavam crganizadr o tnham um rivno proprio, cabondo-lhos, portant, tropor a presonea comerclal portuguesa e subs dtuirse acs seus conoorrentes, que ants domninavarn 9 ci, Cabedo, 1602, I, 28 © 29, n.7, referinds uma decisic judicial neste sentide, de 1593, Sobre o regime senhorial portugues, ct. Hespanha, 1895. 1s donatarios recebiam vars priviléstos (da tipo chs atreitos banais, camo 0 monapélio dos moinkos fernas e lagares cermune) e podiam dar terras 205 pavoadores reservanda o rei sempre para si a suprema jursdigdo. Cf. Caetano, 1985, 524-526, 11 soure a feltorla-fortaleza core Instrumenty privileglado de Implantaglo portuguese & de organizag%o marcantil am gontas estratégicas da Imperio, assim como sobre a sux msleabilidade InstItuctonal, ¥. Rau, 1986, 12.¢f sobre esta disting#o Matos, 182, 19. 13 santos, 1985, 2095s, Santas, 1967; Santos, 1991 as redes comrerclals. Para esse fim, foram desenvolvidas acgtes militares destinadas a permitir-e formar tendenciaknenta exclusiva’ - a intercemnunicagie maritima @ comercial entre 2 diversas feitorias portuguesas E que, no Oriente, as faitcrias funcionam em corjunto 2 com complerentaridade; no ‘soladam ente, Situadas em aontes nevralgicos da comércio, possibilitam a criagio de uma rede ", comercial 2, no caso de disporem de meios para isso, militar, Essa rede de feitorias orientais integrava-se, por sus vez, num conjunto mais vasto de outras ‘eitorias - africanas e europeias - superiarmente geridas, em Lisboa, pela Casa da Mina e india, sab a arientacio directa da Corea, ‘A primeira fase da presenca portuguesa de Macau enquadra-se neste modelo adninistrativo. & ccroa estava aqui representada, nos espectos comerciais = logistions, por um feitar ou agents; 2, no aspecto politico militar, por um ‘capitao das viagens” que anualmente aportava ao estabelecimento de Macau, na sua rota pars 0 Japéo, 3.3. Contrates, © contratn ', realizado entre a Coma a particilares onm vista ao desenvolvimento de um actividades que aquela ndo tnha condigies de desenvalyer pela recurso aus seus oficials, canstituiu tim outro das expedientes mais camurs de enquacrar a actividade ultramarina, representando uma altemativa, menos onerosa, & feitoria ‘O centrata baceia-se no inetituta juridica de arrendammenta de regadia (direitos da rei) a particulares que, mediante uma ccntraprestardo (renda), recebiam 9 direite de exercer certas direitos régios feabranga de tributas, explaracin da estarens cu manopdlies, etc.), danda assim origern a formas de adminisvacic indirecta, Os privilégios mais tarde concedidas a: companhias comerdais campanhias "majactiticas") - como a fracassada Canparhia das Indias Orientais, de 1628, ou, mais tarde, 2 Companhia de Comércia do Brasil, de 1649 - sto do mesma tipo. 34. Concelhos. Nas zonas de Ficagie de gante eurepaa ou nes pantos estratigicos do aspaca a cominar 1, 4 presenca palitica portuguesa tendla a ser formal e bem estabelecida No primate case, sob 2 forma de organizagio municipal. Isto acantece, em geral, na érez avantica insular & progressivamente, no Brasil ‘Sino Orionte, a opgio pola orgarizazSo municipal apanas se d8 oxcopcionalmente, quando a fkagio europeta relevante, atingndo uma dimensio e enraizamenta que permitam o funcicnamente das magistaturas 6 consalnos municipais. E 0 caso de Goa, Ca¢him, Malaca @ Macau ‘A plena integroac de Goa na scberania portuguesa e a sua dataggo com uma administacio de ‘forte cunto tradicional |Vce Rei, Conselha de Estado, Relacio, para aim da Camara) * justiicevarse por razdes simbilicas e ectratégicas 0. criagio dammumieipio de Macau, nos Finis do '4urq instruments juridico de efectivagio de mancpslic portugués fei o carta, salvo canduta pacsado palos capitses au faiteres partuguaces a tadas as embarcasées de ccmércia lacal. '8\,, Thomaz, 1985 ‘Este expediente administrative estava regulamentadono Regimento da Casa da Mina e India: "Livra para as contratos, ya forma des esentes delles. Ordenamos (,..) haja na Caza hurn ro de boa grandura, y bam encadernach, que nunca della saya, no qual mandamos ans escrivaens da Caza que registem € assentem tados 05 ccntrautos que per ros em nosse fazenda forem ffeitas(...)", Regimento des Caaas da atine e sndia.... $5 "7 no oriente, isto acontecia nas “cabecas principats* que Afonso de Albuquerque propunha ao rei quese temazsam (Carta do 14.1512) 18 sobre ce municipios ultranarinos, ¥., em sintese, Joaquim Ramaro de Magalhies, "Os concethos’, em Hiswirie de Fortugat (dir. J Mattoso), Ill, Lisboa, 1994, 175-184) Ch. R. Boxer, Portuguese society in the tropics, The municipal ceuncit of Goa, Macao, Bahia and Luands, 1510. ‘Te00, acison and Milwaukee, Wisconsin Univ, Press, 1965; Joaquin R. Maglhdes, Uma estrutura do Imperio Bortugués: 0 municipio, Lisboa, Funda gio Oriente, 1991) 15 Sobre a camara de Goa, com tansc'ig&0 ce muita dacumentapdo, v, Viriato A.C. B. de Albuquerque, Senado de Goa, Memeéria histéricoarqueobeta, Nova Goa, Imprensa Nacional, 1925; mais recente, Santas, 1999. 20.18 a acministragén de algins territirias conexns em tatra fime (como Bardez, Salcete, Damo Bagain) era apenas complenentar, por razies financeiras, alimentares e, nas do's ultimos, séo, XW. (1582/1883), decatre do ansela de auto-governa da cormunidade mercantt| portuguesa ou luso-descendente af radicada reprasentando, aa mesma tempo, uma forma de garantir un enquadramento politicy-aiministrativo permanente pare ume rena que sé intermitentenents ere visitada por uma magistrado régio (o "capitic da viagem da China e do Japo'] 7. Mais do que uma garantis d3 ntegracio da politica ¢a cidade no camplexo da politica ds corca no Extremo Orient, a arganzagio munizipal de Macau fai antes o suporte dos desienios autanomistas © cantripetos da fgarquta da cidade, que assimn tendeu, pelo menos até aos finals do séc. xvll, para a situacio de piblica mercanti 7, 3.8. Fortalezas. Nos pontas estrategicas em que a presenca europela fosse escassa, permaneceu um gaverno meramente militar, sob a forma de uma fortaleza sujelta a um capitic, com estatuta idéntice a0 previsto nas Oraenagoes para os capitses das pragas d0 Norte de Attica (Ora. fi, ll, 47) 05 capities oram romoados per tampa certo e, do panto ce vista jurisdicicnal, tinham poderss que no eram regulados pela masrra cispasicao legal que estavelecla os podares dos donatirics (Ord. fl, ll, £51, mas por dispesigie especial (Ord. Fil, 1, 47) No seu camentirio a este tettn, Manuel Alvares Pegas ® salienta o cardctar mais restritivo do direito pétrio quanto aos pederes dos chefes militares, fois estes, par dreito carrum, tinkam a jurisdigfo cuprama sobre os juizes, oficiais msiares e comandantes ¢e guerra (gl 1, n. 1). Ista nfo acantecia, em face do texto antes citada, com o5 capitdes das fortalezas. €, tanto na Africa como na India, varifica.ce uma arogressiva imitagSo dos seus paderes nfo militares, pala aparacimento de funcionarios de justiga (curidores) 2 de fazenda |feitores, vedores, provedares), embara ista no fossa aceite pelos capities sam reaccées © lnpério orlental articulave-se sobre uma sérig de rortalezas construfdas em terrlutrla nfo portugués (Sofala, Cachim, Cananar, Coulie, Caltcute, Chaul, Temmate). Ou, onde os riscoe da auerra ram menores, dé fortalezas-feltorias ou de sknpies feltorias (ascete, Calalata, aticala, Martabfo|, privagas, portanto, do qualquer podor publica 5, A saborania sabra o torritério rom sempre era procurads sistematicamente. D caso de Malaca & exernplar. Afonso de Albuquerque, que 2 vonguistou em 1811, estava disposts a abardenar a soborania ao rei do Sido, roservando para a Corea apenas as facuidadas mitares (uma fortaleza) © camarcial (uma feitoria) (Thamaz, 158, 529) ‘macau, como praca militar, titha também o seu capitic, que comandava a guarnicS0 local. -At6 1423, es:as fungSer oram doscrepankadss intomitente pole capitio des viagons da China o do apo, Mas, nesta data, é nomeado e recede regimento 0 primatro capitio residente, com o tule de capitio-geral ou governador 2, As suas atripuicBss eram exclusivamente militares, nda devendo imiscuir-se, nem nas matérias de governo |a cargo do Senada, a partir de 1882-1583), nem nas de justiga [a carga do ouvidar, a partir de 1587). De facto, aorrespondendo aos pedidos ds moradores, arganizacos ~ como virias - em camara a partir dos finas dh sec. 20M (1882/1883), os funcionarins civis, nomeadamente cs ouvidores, so isentos da tutela dos capitdes militares (cf. Regimentes dos casos, extratigieas. Ai, a integrago palitca foi menos efectiva, evexistinds uma adm hictragio militar om formas de auto-governe comunitérie 24. mesmo acantece em Malaca, em que a camara represents a organizacSo dos interesses das casavos, grupo ce par igueses cu descandentae de partugueces 22 cf., sobre 0 conoeitn, Lessa, 1970; Sobre _o Senado de Macau nas suas relagdes com as elites locas, vy par Ultimo, Ana Waria Amare, *EleigBes pera 9 Leal Senado de Macau em 1842 e of homens bonsda terra’, Revista de cutura, 2? serie, 19(1994) 19-22, 23 pesas, 1663, Xl, ad. II, 47. 24 ef sentenca contra o governador de Cabo Verde por ter na prisdo es ouvidores, Invocando pratica anterior, em Pogas,1 9, 1, ad Il, 47, gl.2,n.7)s para Oriente, v. Thorraz, 1985, £93 25 Relacies da época: Livi das cidades € fortaleags, que @ coro de Fortigal tem nas partes dia india, © dis cap tanias, a mois cargos que re las he f..] [1362], Lisboa, C.EH.U., 1960. Anténia Bocarro, 0 fivro das plantas de todas as fortalezas, cidedes e payoe¢ies ao Estab ca India Onental [1698], Lisboa, I-C44, 1992, 3 vols 26 VF. Boxer, 1941; 1990, 109 s5.. Liste dos capities das viagens e dos capities gerais (que, até 1623, coincidiam, com excepcgo des curtissimos periodos em que Macau teve um capitdo residente [1543-4, 1616]}, tbid, 279-276 ouvidores de 16.2.1987 °%, 23 € de 26,3,1803, XIV 2), Mas as tenstes entre 05 fteresses politicos locais (fepresentados pelo Senads), os pontos de vista co aparalho judicial letrado (representados pelos ouvidores] # @ as exigencias do governa mittar ftal camo eran avaliadas pelo capit#o ou governadar) permaneceram vivas durante os séculos ull @ XIN ®, 3.6. Auto-governo e pluralisme politica, Jé vimes que, mesme ne cendriy atlantica, erganizacu politicradministrative dos estabelecimentns situadas ro continents aticann era hastante distintarelativamente astthas e a0, Brasil. ta terra firme, encontra-se ura caracteristica que se tomcu ainda mais tipica, mats tarde, no Oriente - 0 caracter diversamnente incampleto do poder da Coroa portuguesa, © moceb ce um poder atsoluta ou ‘soberano" - isto é, no dividids - no plano externo cede perante uma tnultiplieidade. de. sistemae polities, onde 9 poder ds Corda portuguesa eonvive 2 partiha auibuiges cam os podsres beets Esta madelo pluraista de gaverne era que pravalecia na Asia", S6 que comm uma riquaza de situacies ainda maior © condicianado por realidadas palitcas lacais bastante mais corplexas do que no vendre afficane ravla que contar com a multiplicdade e poder dos reinos pré-existantes @ chegada portuguess, aelo que o astabeletimenta de feitoriae-Fortaleza era multas rezos acompanhada por fcordis de paz, que padiam comportar apenas cléusulas de amizade e coméreia os tambérn tleurules de vaszdagem: Para aléin tas situagtes leqenclonals na Africa @ na Asia) em que a adminlswagio assurla formas do pure governa cireote - milter cu municipal -, raramente a ocupagdo portuguosa Iplcare mudangas na estrutura adm histrativa precedente, tata parque o regime de auly-govemo, com a permanénga da: nettuigdes politics lecais © a consequente devalugdo para elar dar tarefaz de goyerno, era mals econémnica, cor a condig’o de nao preludicar as finalldades prag aticas do ecupante 3 Este regime ce auto-governo decorria, normalmente, ce tratados oplebrados com os potentedos locais®. Mas, em alguns casos, resultou de concessies feites apés conquista militar, explicéveis, nfo tanto por uma generosidade em relagio aos vencides, ras, cobretude, pela consciénda da impossibilidade de edministrar directamente e com recurse cos modeles europeus de dominio populacies pertencentes a culturas politicas @ juridicas campletamente estranhas. Eo que se passa, coneretamente, cam as comunidades goesas da Ilha de Gea que, quinze anos apés 2 eonquista, recebem um foral (em 1526) garantinds 2 permanéncia dae saz instituigées prOprlas. Os portugueses apenas se sub-rogavari ne postedo dos antlgys patentados locals jsultdes de 27 Titulo do regiments do Ouvidor de Macao nas partes da China’, ALH.U, Macau, cx. 1, doc. 4 (AHA, microf. 1-1-1-1) 28 pegaliac e prvilégics autrara concedidas = Macau, raft Arp, Alecat, 1983.1, 1928 2° que, valha averdace, nem sempre eram letrados. 30 cf Yelez, 1991, 31 Sobre a estrutura politica do ‘mpéria Oriental, um texta fundacor foi o de Thomaz, 1985, onde so irepira uma boa parto do que aqui zo dirs; comalamentada, para maiares deconvalvimontos, par Wats, 1982. As fontes principals estio reunidas em: O Tomto dz iaia de simdo sotelno (c. 41560]; 0: Regimentas das Fartalezes (1676) ¢ 0 Liv das Cidades © Fortolezas, da Anténio Bocarra (582), Interessarte, mas numa perspective que acentua parventura demasiada uma estratégia logalista do poder oficial, raduzindo cutras estratégias camplomentares (algumas delas, de rastn, no Tends oficiais) a abusos e ccna direito, Macedo, 1976. 32 sta acentecta, nao apenas nas perifertas do Império, como em Timor ou Catia; mas ainda nas aldeize (gancarias cu tanadarias) goesaé |sobre alas, por éltima, Matos, 1982, 2!) cu nos prazos zambedianos (sobre eles, Allon Isaacman, "The prazos da coroa, 1782-1830. 4 functlanal analys's of the political systam", Studia, 26/1969) 149.178) 33 Sobre os tratados como fonte da estrutura poiitica-nstiticional dos estabelecrmentas do Impérig, v Saldanha, 1992, mazdime, 200 ss. 34 Foral das aldeias de Goa. Cf. texto em Pereira, 1954, I, 410 ss Bijapur), cobrands os tributes ("foro do chEo") % @ exercenco os direttms que aqueles Ja thham cobra as comunidades alde%e tradicionais ®. situago qua s@ mantovo, ro plano politico. administrativo ate aos codigos adminstrativas co sec. 1X, anesar do sentico mats Ntervantar da politica pambatina 7” AAs pirimides de vascalagern pré-exictentes & presenga portuguesa foram, frequentements, rentabilizades, pele Corsa. Na Indi, por exenplo, a integragao dos potentadas locals ras redes, partuguesas de vascalagem tarnava o’representante da rei da Portugal num "rei de r2k". 0 autor do Lirro dhs Fortalears e Feitorizs [..] detine assim o tipa de dominio que o vive-rei da [ndia detinha sobre os rels do Criante: "Sn ns visn Reis da India mui vanerados @ muito temidas de tadas as Reis, do Oriente, assim Mourns camo Gentios, porque tndes eles ou tem amtede com os reis de Portuzel, fu so seus suo ins ou Faudatérios © quasi inchs the pagam arias, nor respeitn da comercia da mar de que as Pertugueses se tem feito senhares pala rruity poder que nele tm de grossas armadas de navios de ramo ¢ d'alta bordo com que lhe impecom toda: suas navagacéies e comércios(..]" 8 No S Lanka, conhecem-se também formas de auto-aoverno, formalizadas gor Uatados de vsesalagem e de pratecterado. A ocupagSo final 6 tardia (1590) © poucs ofoctiva, sondo reconhecidos as autoridades e os costumes tradiciorais (rhomaz, 185, 823). Em orrnuz, 0 rel local, apesar de voncide, flay investido de alguns poderas de autognverna (ef. Thomas, 1385, 527) Um outro exernplo deste caracter multifore das ligaghes polftas portuguesas € 0 dos pequenos roinos da casta de Malabar ende a Coras portuguesa pagava uma carta sora arn disheiro, tomo recampensa dos serviqns prestados pelos suberanos locals [Thom z, 1988, 534). Em Malsca, mantém-se 0 podore: do bendora @ do tamengo. 0 primeiro era uma emécie de prinetro-ministra do sultanato de Melaca, transformnado pelos portugueses ern representan dos gonitics da cidade. 0 sequnde, antigo capitio miftar, passa a dotr a juried gfe sobre os rourss da cidade ®. Er toda a india, Inulindia, China e Japéo, este tipo organizativa eva aregra Também no ambit fiscal, cs poderes trisutirics da admnistragic "imperial" eran muito dWersos @ inseriam-se nesta logica de sobreposicio, pois derivavam des deveres tributaries anteriores a0 estab elecimenta da nova situagio politica (Thornaz, 1985, 520) A expressio mmima de dominio estaya representads ou por poceres oticiais sem exprassio terrtorial ou por poderes néo ofisiais, através dos quais, porém, se pedia fazer sentir a capacdade portuguesa ce influenciar paliticamente Quante sas pocercs s-torrtorisis, Frequentomonto a grépria expresso tomitorial da Jurisdig#0 dos oficials da Coroa perdia-se, terando-s2 algo de mevel e de itierante, Tal fot 3 situage dos primeira: gevarnadaros da india, até a cenquista de Gea, ‘cuja capital ora a sebarta da sun nau’ ®, Hac era ainda © oaco dar capitios das viagens, cabo: militares das armadss que, para ale da sus jurisdic sobre a nau @ os hamers embarcadas, assumiam poderes ce eoverno sobratudo militar duranto a ostadia em cada estabolackme nto portugués a que apartavarn durante a ‘lagem, © exemplo mals famaso & 0 dos captties cas viagens da China e Jap§o que gozavam, por example, de paderes parisdicas de mando (miits] sobre 0 astabelechmento de Macau, sesim como sobre a comunidade portuguesa na Japao #! Quanta aos poderes inforrais 30 Ecta cabranga era concedita aes "caradoe’, portuguaces casadas con mulheras indigenas. & forma de concessio era semelhants (mas mais vineadamente para feudal, deda a obrigatorisdade de sarvigns militares e fiscais da concessionario) & concessdo enfiteutica em trés vidas; com a resselva de que 9 concessionirio ndo era o expbradcr directo, antes recebenda foros dos verdadeiros fgicaltnras, olados ov encabegados em comumidadee (ef, Thamar, 1985, 5) 36 Sohre elas, v., agora, Olivinha J. F, Games, Village Goa (4 study of goan social struchire cand change), New Delhi, 5. Chand & Company, 1957, maxine 49-72 37 umm sistoma idéntico vigorava orm Damniio e Dacaim, cnde a Coraa portuguesa pacsou a receber, da mo dos mesmos exactores fiscais (tanadores), os impostos fundiarios devidos ans artigos sues (Thomas, 1985, 595 isascman, 1969, 149-175) 38 Luz, 19823, the. 3° Sobre estas cficia’s, v. Pinto, 1994, 200 ss, 40 Thomaz, 1985, 519, 41 sobre os pacers ardinarios das capitées das navins v, Pagas, 1669, | ad |, 51 cap.ll 5s, pp. 3155 Para leste de Malaca, 0 poder portugues era cada vez mais intermitente, aute-referenclal € dependents de redas grandamente auténoras em relapfa & Coraa, A intermiténcia derivava do ritmo ainda menos frequente das viagens a Este de Molec, que ndo ultrapassa uma por anc. © caracter auto-referencial fundaya-se, quer sobre o isolamenty da comunidade, quer sobre 2 especificidade dos seus proprios interesses, muitas veces con traditerios com os da Coraa, Por fim, © caracter informal do dominin portugiés darivara, axactamants, castes factnres ¢ da capacidade de autc-orgenizacdo de grupos como a lare|a® (ou de certos corpos ecleslésticns, camo os Jesuttas, 0 dominicanos, ou cs franciscanos) ou 0 grupo dos marcadores 9 dos avertursiros, Algumas tustractes, © capitic de Timor foi nomeado até 1598, polo prior dominicano de Malaca%, Dapois (61-1763), aventuretos e comerciantes portugueses |Toenassen, iarantvqueiros, mesclades de sangue batavo ¢ indigenal instituirem um império auténome cuja ligagso 3 Coroa portuguesa se formalizava numa oferta anual en dinheira , Par fim, em 1703, estabelece-se um nrotectorada, substituinds o governador partugsés suceraria do enterior imperador e integrando-se a pirémide foudalna administraco portuguesa Par vezes, 2 existéncla de instituigtes formats teoricamente dependentes do poder central - coma um municipio - encabria situagdes politicas muito auto-contradas a saltas em relacio a coroa ou aps seus representantes periféricas Eo que se passa em tfacau que, na realidade, constituia uma “repiblica mercanti (Thommae, 1988; Lessa, 197¢), dominada por uma elite local civil (organizada no Leal Senado © na Misericérdia) © eclestistica (com a sua organizacle especifica| que resistiu eficamento as ingerénctas da Coroa, pelo menos até as reformas centralizadcras de Pombal ~. Para mais, © poder partugués era cividido com o chinés; no s5 as chineses tinham altandeges (Ho-pu) em Macau, camo 0s mandarins vizinhos exercitavem, como veremos, 2 juristicgdo crimina, sobre os chinesas, reclamando-a ainda sobre suropeus quo tivossem ofandida sibditos do Inmperacer, Ista en obediencia a um principio tuncarnental ca potitica chinasa, segunda 0 qual 0 Celeste Império ndo recarhecia autas soberanias que no a sua“, Csta situaclo forgeva a negaciagies permanentes entre 0 municinin de Macau 2 a altnridade chinesa, conduides, nah por meios Giplomaticos de Estado @ Estado, mas autonomamente pelo Senado (através do seu vereador procurador chs negécies chineses|, com os maios tipicas de relacées de clientala (ofertas, subcrnos, etc.) ®, ne péprasrolgBos com 0 Imperadareram, neste univers, reqlentemanta entegies = entidades estrantias ao univers dus poderes civis. 0 exernplo clissicu € 0 das gesties feltas pelos jesuitas na corte imperial - onde gozavam da um gande prestigio, como literaibs e astrénomcs -, bastante mals eflcazes da que o envio de eribalxadas reais Este caracter autb-referancial 2 autnomo do dominio portugués a Esta de Nalaca torna-se ainda mals evidente vegols da conguista da cidade pelos holendeses (em té41). Interrornpida (ou, pelo mems, tornada mais dificil) a camunicagio cam Gea, a ‘placa’ chinesa, inaslindiana 2 japonesa do Império adquirlu uma vida automa, procurando mesmo coligagtes politicas contraries & lOgica alobal da politica portuguesa. Um bom exemplo 6 0 do refarco do eho MacauManila, sobretude depols do fechamenta, em 1838, do comércio com o Japa, forte da prata necessérla ao trato carn a China, doravanta substituida pola prata amaricana chagads a Manila no gaioso de Acapulen #, Um outro exernplo, 0 da persistincia, durante varios anos, d2 um reine de facto am Timer, cirigido por 42.v.g., sabre os podorar politicos dos bispes de Malacs, v. Pinte, 1984, 194 43 cf Boxer, 1981, 183, 44 CE Boxer, 1981, 188-189; Matos, 1974, 5 goxer, 1981, 198, 46 Cf Sousa, 1986, 33 5s €Z01 47 Costa, 1987, 1991; e, sobretudo, 0 artigo de Fok, 1991, que resume a sua dissertacla de Ph.D., ainda inédita AB CE Sousa, 1986, 251 49 esta “autoncmis" da politica da ‘republca mercantil’ (Thoma, 1985, 532) de Macau vorifica-se antes de 1640, pois o seu trato com Manila violava a interdi¢io de comércio entre as, canquistas das das Commas; 2 ainda mais, depois disso, pois representaya o estabelacimento de tacos corn as inimigos da dinastia restaurada portugueses fortemente ligados aos interesses locals e regionals e nem sempre ein hamanta corn os interesces da Coroa Mas a exisiéncle destes poderes informais nfo é, certamente, exclusiva das confins do Império Oriental, Exista também na Guing, na Zambézia ®, na costa do Coromandel (S. Tomé de iMeliaper, Negapatéo), no Sido meridional (Patane) , No Oriente longinquo, porein, 0 gray de autcnom'a chegava a extremos nataveis © Imperio portugues vai beneficiar, ainda, para 2 sua mplantardo, d3 conperacdo activa de um outro poder- a lgreja Trata-se portanto de um outro tipa de comirio distinto do dominio politico tarmal € provavelmente mais presente, mesmo onde o poder politice oficial nfo tinha concigées para se implantar. Note-se, alias, que estas duss formas de daminar - politica 2 rebgioss - apareciarn enlazados na instituigsio do Pad-oado Real que representa objectivamente a alianga entre a Coroa acniz Tudo indica que esta forma de presenge foi mais eficaz e sodalm ente mais visfvel, apesar da sua informatidade e inoficiatidade, do que 9 poder directa da crea, exercido pelos seus magistrados @ oficiais, Os pacres, os missionérios 2 as orders religiosas (dominicanos, frenciscanos, jestitas) tinham uma presenca continua que cntrastav 2 com 0 carécter temporaria das comisstias dos vice-reis, governadores, cu capitées , justificando a rima popular goesa ‘Vice-rei v4, vice-rei vam, pace paulista sompre tom’ 5 Pondere-se, a finalizar asta referencia a complementaridade entre poderes formats © infornais na arquitectura do império portugués, que - co contrério da administragio do Reina - 2 administracio ultramarina asiatica [e africana) assentaya rum modelo que nic fevorecia a formalizagdo cu instituctonalizagio das solugd es poltico-administratives. Na verdade, nic domiraya aqui o modelo “jurisdic onalista” de governo *, nem o comespondente estatuto dos oficiais da coroa com abibuicies detinidas genericamente pela direito, Mas antes o modelo "milita”, ‘econdmico" “camissarial, derencentes do arhitrin régio, das salugées casuisticas contidas nos regiments ou mesmo das insbucdes orais ou por carte cerrade, Os cficiais eram substituicos pelos agentes ou comissérins, cujo estaturta juridicn rem sempre ficava claro, & lei geral, pelo regimenta ad foc, © juze fivciciur) pela solucéo arbitral ou arbitréris, Tudo ista transformava o mundo administrative nurn universo fluiio, dependente do acaco das pessoas @ das situacées. F a mundo politica numa rede de relagdes em que 0 factor de fide idade pessoal se sobrepunhs 20 factor palitica-juridico que taracteriza as relagies administrativas formats, Com isto, a fronteita entra dominio tarmal © dominio informal esbatia-se forgosmente ¥ Em suma, Ao contrario do que acontecia com os im périos clissicas, como o da Espanha, funcade sobre 0 dominio Homagénee de urn territério e Integrado nurna estrateda de reputacdo da Coroa, 0 império portugués obedece a uma légica mais pragmatica © econsmica, fundada soare = autem e 2 mocularidade das partes coriponentes, e sobre uma economia dos custos politicos relacionados com a administracio formal e directa dos tarvitérios. Se hem que baseado no dominio do mer, ¢ sua constbugio modular e descentralizada permitiu-ihe ultrapessar a perde do controle de qualquer rota maritima fundamental, Por outro lado, & a prépria debitidade (e discrigS0) do dominio politico formal em terra que permite explicar a continuldade da presenca portuguesa na costa da China até aos nossos dias. Alérn da mais, esta econcmts da ocupacdo territorial (com excepeae do erasile, mutta mats tardo, éaAfrica] explica ainda o gualitarismo relative das relagies raciats no Império oriental, pois, 50 Sob formas prximas da encomionda castalhara. V. Ribeira, Hintze, 0 regine da prazas cha coroa; Alvares, Pec A., 0 regine dbs pracas da Zombéci; Isaacman, 1958; Lobato, 1985 54 Thomaz, 1985, S31 52 cf noxer, 1589, 98s 58 cfoorer, 1981, 9.69 24 Cf Bower, 1981, 88 55 Sobre ele, Hesparha, 1993, 5¢ Este facto 20 principio do reconhecimento dos ordenamentos juridices lacais explicara a debitidade de um ordenernento.jurdice préprie do império portugues co Oriente. [que forse equivalente ao “direito inciano” da monarquia espanholal, Contra, no sentido de sublinhar a iimpartincla da leina politica ortental, Macedo, 1976 no zentich aqui expasto, Thomaz, 1505, 523 ho Oriente, os contacts permanente na terra tintam finalldades que serlam destrufdas corn uma estratégia de violéncia QT. Asi tituigées do cipula, Vice-reis ¢ conselhor palatinos. Os ératios politicos do cipula de todo olmpério eram es éreios do govorno vice-real de Goa Arnetessidade de char a figura de um vice-ret no ortente decorreu, fundarnentalments, de dois factes Em primeira lugar, para 2 teorta politiconstituctonal da apoca havia actos que si um magistrado com a dignidade real podia praticar ®, A docisto sobre a paz e 2 guerra, a colebragio de tratacos com outros reinos, a promulgacdo d2 legsiagéo geral, 2 cunhagem de mozda, erarn actos préprias de rots (egatia) que no podiam, por isso, ser’delegados cm magistrados de dignidade inferior a real" Mas eram-no ainda, sobretudo, a outorga de actos de graca (como conessto de perdGes, norm eagtes de oficial, outorga de mercés, etc.) ®, Embora a figure das viso-rets fosse conhecida da tradigSo politica curmpeia‘!, a sua necessidede tornou-se rats premente com a expanséo ultramarina, pois era dificil governar terras longinquas s2 0 chofe suaremo local no dispuzesse do poder do decidir, sem nocossilade de recurs ao Reina, das rnais urgentas das questdes locals. fm segundo lugar, 2 dignidade vice-real era enigida pelo préprio jogo poiitica local, Os potentados locas exigiom, por via de regra, tratar com ura entidade portuguese de igual dignidade. 0 lustre de Portugal, na Incia, na Indochina ou na China Faria muito diminuide seo seu representante néo pudesse comunicar, de igual para ‘gual, com 05 imperios, reinos e sultanatos da zona, Esta estratégia de afirmaco dos portugueses no Oriente ® obrigava, por issa, a varios investimentes na funeaa prestigio, &lém ca luzido dos cerimoriais e do rignr cas regras da etiqueta, 57 estes objactivos eram, de facte, ou comerdiats ou de aprefundamente (enraizimento) da presenca portugues nas pontes estratégicas da sua rede imperial, Cf. Thomaz, 1685, 520, 58 sobre a distinedo, para o direita comum classico, entre a dignidade real e a magistratura de governador provincial, v, Quagtori, 1989, 89, cvtando Bartolo: “esclarago que nem todo o govemna de um so 8 govarno de rel De fact, aor vezes ha apenas um que governae, no entanto, € juz, camo 6.0 caso coe gover adoro: arovincsis o proconculoz[,..E quo ostes tim quo julgar segundo 2° lols, mio gczardo do es taco ce ral, mas do de miistros, nem ea eles que competem os dirstos reais, mas 8 eidades que givernam, cua cutro superior ap a0 fzco" [..], Outras vezes, um roge 2 cidade 6y provinda, Fazendo 35 lels que quer, Dem como tudo 0 que fertence ap governa, Este diz-e rat (Tractatus dovreginine eivtatis, pry 49) 5 sobro or actor que implicaramn dignidado foal, v. Hospanha, 1989, 404 ss. Dios, 1991, 261 ss. 6 Sobre os quais, com maior desenvolvimento aplicada 20 caso, Hespanh a, 2001 81 Cf A, Garciz-Galln, ‘La ewluciin da la organizacién territorial de las Indias desde 14592 a 1824", tos origenes espufoies ok fas instituciones americanas. Estudios de derecio indizno, Wadrid, RealAcadamia de Jurisprudencia y Legislacién, 1987, 715-741 °2 Jorge Forges de iacedo cunhou, para descrever este esforga de atimanao na Asia dos modelos politicos eurepeus, a expresséio "expartacic de Estado" (em ‘A socledade portuguesa no tempo de Camdes’, Diario de noticias, Domingc-historia, 22.12.1991; ct, tambem Saldanha, maxine, 200 ss, © 2625s,). A expressio, embara sugestiva, parece inadequada, Primeira, parque a Europa née exportou, comn quer Borges de Macedo, a ideia de ‘poder organizada’, que j4 exisitia, embora outros moides arganizatives, no Oriente, Depais, perque na exportou 9 "Estade’, centralizado e absolute, como € entendics pela teoria politica mais recente, mas um modelo pluralista de organizagao politica que, mesna na Europa, era maledvel, susceptivel de assumir "diferentes, infarsidates", de se articular e conviver com outros poderes, adoptanda uma geomatria variawel. € justamente este caracter ndo Estadual do poder, no Imaério portuguas, que the permite sobreviver, afeigando-se, as alas relagdes com os poderes oriertsis, as Crounstancias de cada caso, 05 portuguesss nuns casas exigem tributes, routres pagarn-nas (come a “foro da chio', em Macau). Em cantranartida, € 0 advento do modelo rigida do Estado snberano que, j4 na épora contemporane a obrigara e redesenhar, por vezes com extrema dificuldade, os modelos de relacienamento politica ccom0s pctentados orventais. Finalmente, os pertugueses tanto exportan sua imagem da dignidade real, como importa das culturas politicas do Oriente as expresses simbélicas mais adequadas essa das manifestagtes da forga militar, da dignidade @ esplendor dos edificlos da cidade capttal, qquestio dos titulos da governante supremo no Oriente também contaya. © titulo de vice-rei foi dado pela primeira vez aD. Francisco de Almeida, em 1505, Os poderes de cada vice-rel estavam estabelecidos na carta de regimento que thes era passada na allura da noneagéo e que variave de conteédo de caso para caso, Be qualquer modo, o modelo parece ter sido a carta de regiment da primeira vice-rei, de 27.2.1805 #3, cujas disposicies mais ‘importantes, nomeadamente no que taca 85 competéncias de ammbito internacional, passoU para as cartas Gos vioe-reis seguintes Neste documenta, a {de ce que s2 estava a institulr um magistraco de dignidade reat aflora em varios momentos. Por um lado, delegam-se no vioe-rei. direitos reats inseparaveis do rai iregatia mebra), tal como 0 poder ce conhecer en althna Instancia das causas civels © crimes, mosmo nas casos de pena capital o poder do administrar tivromente a fezenda régia ¢ o podar de fazer apaz e 2 guerra, Por cutro lado, por mats de urna vaz se declara expressamente que c vice-rel tem a mesma dignidade do rei 4 Basicamants, 0 vice-rei tinha uma competéncia delegada do rel, que lhe pennitia exercar atribuigdes reais como se fesse a pripria pessoa do rei, Isto implicaya a capacidade para a prética de actos regios (reazfi7), mesma caqueles que, segunda a teoria co cireite comum, no pudessemn normatmente Yarsferidos para outras (regatia maizra| € por iss) que os vice-rsis podiam celetrar tratados internacionais sem necessidace de ratificagéo real 5, padiam emitir mceds pripria, podiam legidar, padiam declarar @ guerra e Facer a paz, podiam agraciar criminosos e que, the iast hut not the east, podiam radear-se de tritunais palatines semnethantes aguetes que existlan no reino © facto do a jurisdigo do vice-rei sor uma jurisdigio dolegada fazia con quo ola pudesse ser, em principio avocada pela rel, thas [4 se dlscutla se 05 particuleres podlam recorrer para o rel dos actos praticedos pelo vice-rei ou so cs actos daste padiam ser revogadas pales. tritunais palatines, & questo era politicarente candente, [4 que a resposta aflrmatira a qualquer das questdes retirava muita autoridade a0 viee-rei peranto os seus sib ditas por higueses. Junta dos vicere's funcionevam conselhos e tribunals semmelhantes aos que existlam na corte de Listoa, Lm deles era aPelagso. (© Conselho dos Capities das Naus fol umn dos prinmelras érgéos de assessorarrenta do vice rei, sando integrado pelos capities da armada. @ Conselho de Estado, criado 2m 155 (CR v21.1591) e extinto em 1771 (CL 284.1771}, Uatava das matérias de "Estado" (dlplomacia, guaia) 67. 0 Consolhe dos Trés Estados (civil, militar © eclosiésticc) coupara-se de matérias superiores de administracdc). 0 Desembargo do Paco (presicido pelo Vice-rei e carstituido pelos dois desembargacores dos agravos mais vehas da Relagio] decicia des casos de graga en matéria de justica (periées, nomeacin de oficiais de ustica, emancipagies, etc.). A Mesa da Consciéncia, criada 2m 1570, tratava d= metérias politicas relacionadas com a Igzja © a religié, ou que tivessem incidéncias éticas. © Tribunal de Buls da Cruzada (criads pala CR 24,3.1593) acministraya 0 subsitia eclestéstico conhecido coma “bula da Cruzada'. © Tribunal de Contas |crado pela CR 54.1.1598) fiscaltzave as contas, O Conselho da Fazenda (criado pelo alv, 17.10.1616 € extinto em imagem, Porsso, a Uturgla portuguesa do poder na Oriente enriquece-se com férmulas orientale, nos formularios. na titulacdéa, na etiqueta, nas manifestagdes arquitectonicas, etc.. Dai que nao se trate dz uma pura expartaran, mas de urn eneerta de teenologas olticas adidentals num meio police: cultural diverso (ct., neste sentido, Santos, 1999) 3 Publicado na integra em Cartes ce Afonso ce Albuguerque sequidas de documentos que as cluster, publ. R. 8s de Dulko Pata, Lisboa, 1994-1975, I, 269 25 54... tho. damos [om matiria de fazenda] tanto podor © suporioridaée como nés mesmos temes ..."} assim como nds fariamas se por nds mesma e presente nossa pessoa [0 tratado] fosse capitulade o sssentado " (Bid., 270-271) 85 Sobre este tema, ¥. Saldanha, 1992, 381 ss. 66 Cf, Hespanha, 2001 S7cf CR 91.44604 [pessoal]; bibliogafia: Filipe Neri Xavier, Instraydes ..., 1903 cnstituigie: Arcenispo, Chanceler do Estado, Vedor da Fazenda, Capitéo da Cidade Secretaria de Estado; 'fidalges e outras pessoas de experiéncia" 1769), superintendia na_adininistragio superior da fazends ®. 0 Tribunal de Mintstros Letados {oriado polo alv. 1221483 © extinto am 1834) julgava em recurso os casos de descaminha de tavaco, & esa de Segunda instdncia (crlada pela aly. 21.3.1612) constftuta a segunda fnstancla dos foites des cavaleiros das ordars militares ®#, A Junta das iisiBas (oriada pola CR 7.3.1681) superintendia na arateccio regia sobre a rnissdes. © Consetho do Santo Oficia (criado am 15¢0 € deFinitivamente extinto em 1¢.4.1612) ocupava-se, basicaments, da repressic dos atentadas & fe 4. Bibliogafia Albuquerque (1884), Afonso, Cartas de Afonso de A fbuquerque seguidas de documentos que as lusidam, publ. R.A. de Bulhio Pato, Lisboa, 1884-1925, I, 269 25 BOXER [1941], Charles Ralph, “As viagens do Japao e os seus capitdes-mores, 1560-1640", Bol, eri, ico, Wacou 2911944) BOXER [1981| Charles R., O império Colonial Por upués (1415-1825), ed. 70. Lisboa, 1981 BOXER [1989] Charles R, igrejize a Exponsto /heria (1440-1770), Lisboa, ed. 7, 1509, CABEDC [16C2), Jorge, Praticarum Observationum sive decisionum Supremi Jena ts Regn? 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