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Ernest Nagel - A cincia e o senso comum

"Porque essa reduo nem sempre fcil e nem sempre se consegue sem distorcer grosseiramente os
fatos ou sem os reduzir quase irrelevncia, as cincias sociais tm um longo caminho a percorrer
no sentido de se compatibilizarem com os critrios de cientificidade das cincias naturais. Os
obstculos so enormes mas no so insuperveis. Ernest Nagel, em The Structure of Science,
simboliza bem o esforo desenvolvido nesta variante para identificar os obstculos e apontar as vias
da sua superao."
(Um discurso sobre as cincias na transio para uma cincia ps-moderna - Boaventura de Sousa
Santos)
Esse trecho do texto cita Ernest Nagel que em The Structure of Science (1961) analisa a cincia e o
senso comum.
Nagel observa que diferenas entre a cincia moderna e o senso comum esto no fato em que
a cincia expe suas propostas aliadas aos dados observacionais criticamente comprovativos. Isto
no significa, no entanto, que as crenas do senso comum estejam erradas, ou que no tenham
fundamentos em fatos verificveis. Significa que, por uma questo de princpio estabelecido, as
crenas do senso comum no so sujeitas a testes realizados a partir de dados obtidos para
determinar se essas crenas so vlidas.
Ao longo do tempo muitas observaes foram aceitas sem serem contestadas, como o exemplo dado
no texto de Nagel, que cita as sociedades que descobriram o uso da roda e a falta de conhecimento
sobre foras de frico, e sobre as razes que fazem com que os bens colocados em veculos com
rodas sejam transportados com mais facilidade do que os bens arrastados pelo cho.
A cincia procura mostrar por que ocorrem os fatos e as hipteses apresentadas esto sujeitas
possibilidade de rejeio, que depender dos resultados da pesquisa.

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