Professional Documents
Culture Documents
São Paulo
agosto - 2001
2 – Lajes de Concreto Armado
2.1.1 Introdução
O comportamento estrutural primário das lajes é o de placa, que por definição, é uma
estrutura de superfície caracterizada por uma superfície média (S) e uma espessura (h),
com esforços externos aplicados perpendicularmente a S.
Os apoios das lajes são em geral constituídos pelas vigas do piso. Nestes casos, o
cálculo das lajes pode ser feito de maneira simplificada como se elas fossem isoladas das
vigas, com apoios (charneiras) livres à rotação e indeslocáveis à translação,
considerando-se, contudo, a continuidade de lajes contíguas. Em geral, podem ser
desprezados os efeitos da interação com as vigas. De fato, normalmente as flechas
apresentadas pelas vigas de apoio são desprezíveis quando comparadas às das lajes,
justificando a consideração dos apoios como irrecalcáveis. Além disso, também a rigidez
à torção das vigas é relativamente pequena face à rigidez à flexão da laje, permitindo-se,
em geral, desprezar-se a solicitação resultante desta interação. É obrigatória, entretanto,
a consideração de esforços de torção inseridos nas vigas por lajes em balanço, aonde a
compatibilidade entre a flexão na laje e a torção na viga é responsável pelo equilíbrio da
laje [ISHITANI-1].
As cargas das lajes são constituídas pelo seu peso próprio, pela carga das alvenarias e
dos revestimentos que nela se encontrarem e pelas ações acidentais.
2.1.2 Classificação
As lajes podem ser armadas em uma ou duas direções. As lajes armadas em uma única
direção podem ser calculadas como vigas de largura unitária (maiores detalhes podem
ser encontrados em [ABNT-1], item 3.3.2.6). Já as lajes armadas em duas direções,
podem ser analisadas utilizando o modelo elástico-linear, com elementos de placa,
utilizando o coeficiente de Poisson ν = 0,2 para o material elástico linear. Dentro desta
sistemática, inicialmente as lajes são calculadas isoladamente, observando-se as
condições de apoio de bordo engastado ou de charneira, conforme haja continuidade ou
não entre as lajes. Posteriormente é feita a compatibilização entre os momentos de bordo
de lajes contíguas. Os valores dos momentos fletores máximos no vão e de
engastamento para as formas e condições de apoio mais comuns encontram-se
tabelados, existindo tabelas publicadas por diversos autores (Kalmanock, Barès, Czèrny,
Timoshenko).
ly
lajes armadas em cruz, quando ≤ 2, e
lx
flecha a
lx
D
D
C
ly ≤ 2 lx
ly
lajes armadas numa só direção, quando > 2.
lx
P1 A P2
V1
flecha a
lx B
B
P A P4
ly
Lembramos que nas “lajes armadas em uma direção” sempre existe uma armadura
perpendicular à principal, de distribuição.
As cargas verticais que atuam sobre as lajes são consideradas geralmente uniformes,
algumas o são de fato, outras, como o caso de paredes apoiadas em lajes armadas em
cruz, são transformadas em cargas uniformes utilizando hipóteses simplificadoras.
Referimo-nos sempre às lajes de edifícios residenciais ou comerciais; no caso de lajes de
pontes, por exemplo, o cálculo deve ser mais preciso.
O item 3.3.2.3 da NB-1 ensina a calcular os vãos teóricos de uma laje. Em edifícios, as
vigas são geralmente de pequena largura, como no edifício exemplo. Neste caso, pode-se
adotar sempre como vão teórico a distância entre os eixos das vigas de apoio.
l x = vão menor
Por convenção, suporemos sempre
l y = vão maior
Figura 2-6 – Corte de uma laje apoiada em duas vigas (bordos apoiados)
Para os painéis de lajes de edifícios, quando houver lajes contíguas no mesmo nível, o
bordo poderá ser considerado perfeitamente engastado para o cálculo da laje, como
mostra a próxima figura:
Casos Particulares
2
l menor ≥ 3 l maior →
l 2
menor < l maior →
3
Após o cálculo das lajes de maneira isolada deve ser feita a compatibilização dos
esforços de engastamento.
Para o cálculo dos esforços atuantes nas lajes, admitimos as seguintes hipóteses:
a) Lajes Isoladas
b) Lajes Contínuas
mx = momento fletor por unidade de largura com plano de atuação paralelo a lx;
my = momento fletor por unidade de largura com plano de atuação paralelo a ly.
B
lx B
α
A ly α
A ao
ly
C C
lx ≤ ly
ao ao
Em geral, estas armaduras (determinadas para resistir aos momentos máximos paralelos
aos lados lx e ly) são suficientes para garantir a segurança da laje.
pl 2x ( 2.2 )
mx =
αx
pl 2x
my =
αy
pl 2x
mbx =
βx
pl 2x
mby =
βy
onde,
αx, αy, βx e βy são coeficientes tabelados
p é a carga atuante;
m x e my são os momentos positivos,
mx na direção x e my na direção y;
mbx e mby são os momentos negativos de borda,
mbx na direção x e mby na direção y.
b) Lajes Contíguas
O momento aplicado no bordo de uma laje em balanço não pode ser reduzido.
a) Altura útil
A armadura de flexão será distribuída na largura de 100 cm. Em geral, tem-se nos vãos,
num mesmo ponto, dois momentos fletores (mx e my, positivos) perpendiculares entre si.
Desta forma, a cada um desses momentos corresponde uma altura útil; dx para o
momento fletor mx e dy para o momento fletor my. Normalmente, mx é maior do que my;
por isso, costuma-se adotar dx > dy; para isto, a armadura correspondente ao momento
fletor my (Asy) é colocada sobre a armadura correspondente ao momento fletor mx (Asx),
fig. 2.7.
100 cm
dx Asy dy dy
dx
h
φy
φx
Asx c
dx = h - c - φx / 2 ( 2.5 )
dy = h - c - φx - φy / 2
onde
dx ≅ h - c - 0,5 cm ( 2.6 )
dy ≅ h - c - 1 cm
md = γf mk = 1,4 mk ( 2.7 )
100 cm 0,85fc
0,8 Rcd
h d
md Rsd
md ( 2.9 )
x = 1,25d1 − 1 − (x ≤ x34)
0,425bd 2 fcd
e a armadura
md ( 2.10 )
As =
f yd (d − 0,4 x )
onde
As = Asx , para m = mx
e
ES-013 – Exemplo de um projeto completo de edifício de concreto armado data:set/2001 fl. 12
As = Asy para m = my.
Para o cálculo das reações de apoio das lajes maciças retangulares com carga uniforme,
permite-se que as reações em cada apoio correspondam às cargas atuantes nos
triângulos ou trapézios determinados por meio das charneiras plásticas correspondentes à
análise efetivada com os critérios do item 14.6.5 – Análise Plástica [ABNT-2]. Estas
charneiras podem ser (de maneira aproximada) representadas por retas inclinadas, a
partir dos vértices da laje, com ângulos de:
Outra forma de representar estas charneiras, utilizada pelo prof. Lauro Modesto, é a de
traçar sempre as charneiras pelas bissetrizes entre as arestas das lajes.
Segundo o item 4.2.3.1 da NB-1/78, o cálculo das flechas nas lajes pode ser feito no
Estádio I de comportamento do concreto (seção não fissurada) com:
Desta forma, as expressões para o cálculo das flechas (elásticas ⇔ Estádio I) são:
pl 4x ( 2.12 )
a= , onde α2 é um valor tabelado
E csh3 α 2
lx ( 2.13 )
Curta duração: a1 ≤ 500
l
x → para balanços
250
lx
Longa duração: a 2 ≤ 300
l
x → para balanços
150
No mesmo artigo, a NB-1/78 dispensa o cálculo da flecha desde que uma determinada
condição seja verificada. Para isto, fornece coeficientes ψ2 e ψ3. Não recomendamos tal
verificação. É igualmente simples e geralmente mais econômico calcular as flechas a1 e
a2, para as cargas acima referidas, e verificar diretamente as condições (2.11) e (2.12).
de modo que,
A expressão acima foi mostrada por MOREIRA DA ROCHA [7]. MACHADO [1] retomou o
problema e mostrou que, no estádio I (lajes), um valor razoável de kx é igual a 0,7. Sendo
assim, pela (2.17):
MACHADO sugere então, para o cálculo de afinal, que se trabalhe com Ecs inicial constante
(2.12), mas que se adote:
τ wd ≤ τ wu ( 2.20 )
onde,
vd γf ⋅ vk ( 2.21 )
τ wd = =
bd bd
τ wd ≤ τ wu1 ( 2.23 )
com
sendo,
h ( 2.26 )
φ máx =
10
Recomenda-se utilizar como bitola mínima φ = 4mm e utilizar para a armadura negativa,
no mínimo φ = 6,3mm, para evitar que esta se amasse muito (pelo peso de funcionários)
antes da concretagem, o que reduz a altura útil da laje. Desta forma, devemos respeitar:
4mm ( + ) h ( 2.27 )
≤φ≤
6,3mm ( − ) 10
A armadura negativa mínima é 1,5 cm2/m (item 6.3.1.2 da NB-1/78), a menos que haja
estribos com ramos horizontais prolongados nas mesas das vigas T.
d) Armadura de distribuição
Utiliza-se também a armadura de distribuição para apoiar a armadura negativa das lajes.
Bitolas comerciais
100 cm φ(mm) As1(cm2) m1(kg/m)
4 0,125 0,1
h 5 0,2 0,16
6,3 0,315 0,25
s s 8 0,5 0,4
10 0,8 0,63
12,5 1,25 1,0
φ = diâmetro nominal da barra em mm
As1 = área da seção transversal de uma barra em cm2
m1 = massa de uma barra por metro linear em kg/m
As ( 2.30 )
n=
A s1
2
Tabela 2-2 - Área da seção da armadura por metro de laje (cm /m)
Espaç. Bitola
cm 3,2 4 5 6,3 8 10 12,5 16
7 1,14 1,79 2,86 4,50 7,14 11,43 17,86 28,57
8 1,00 1,56 2,50 3,94 6,25 10,00 15,63 25,00
9 0,89 1,39 2,22 3,50 5,56 8,89 13,89 22,22
10 0,80 1,25 2,00 3,15 5,00 8,00 12,50 20,00
11 0,73 1,14 1,82 2,86 4,55 7,27 11,36 18,18
12 0,67 1,04 1,67 2,63 4,17 6,67 10,42 16,67
13 0,62 0,96 1,54 2,42 3,85 6,15 9,62 15,38
14 0,57 0,89 1,43 2,25 3,57 5,71 8,93 14,29
15 0,53 0,83 1,33 2,10 3,33 5,33 8,33 13,33
16 0,50 0,78 1,25 1,97 3,13 5,00 7,81 12,50
17 0,47 0,74 1,18 1,85 2,94 4,71 7,35 11,76
18 0,44 0,69 1,11 1,75 2,78 4,44 6,94 11,11
19 0,42 0,66 1,05 1,66 2,63 4,21 6,58 10,53
20 0,40 0,63 1,00 1,58 2,50 4,00 6,25 10,00
a) Armadura Positiva
Alguma economia pode ser conseguida utilizando barras alternadas, que podem ter seu
comprimento reduzido de 0,2 lx.
b) Armadura Negativa
Devem cobrir o diagrama de momento fletor negativo. Em geral, utiliza-se uma extensão
lx/4 para cada lado do apoio (para vãos diferentes, adota-se lx = l>vão).
Deve ser utilizada uma “armadura de borda” ao longo dos apoios livres, para combater a
eventual fissuração decorrente do engaste parcial. Costuma-se adotar barras com
comprimento de lx/5 com porcentagem de armadura igual à mínima, restringindo o
espaçamento entre as barras a 2h, devendo-se lembrar da armadura de distribuição
associada.
Quando não houver viga em algum bordo de uma laje, deve ser feito um “gancho” com a
armadura positiva ou negativa para proteger a borda da laje.
20φ
Determinados a bitola e o espaçamento das barras pode ser feito nos “croquis” das
fôrmas um desenho esquemático das armaduras. O esquema mais importante é o da
armadura negativa, onde aparecem os detalhes: comprimento da barra sem considerar os
ganchos e dimensões de um lado e de outro do eixo da viga.
Comprimento (m)
No. φ (mm) Quant.
Unitário Total
Seguida da “tabela-resumo”:
Figura 2-29 – Ancoragens das armaduras das lajes para o seu funcionamento como chapa
a) Laje L7
A laje 7 é uma laje de tipo especial: em forma de L, com duas bordas livres. Dificilmente
encontraremos tabelas para tais casos. O cálculo “exato”, pela Teoria da Elasticidade ou
utilizando um programa de elementos finitos, como já dissemos, é bastante trabalhoso e
não se justifica pela dimensão do problema. Faremos, então, um cálculo aproximado bem
simples, a favor da segurança.
Hipótese Simplificadora:
A faixa com 1,97m de largura apóia-se nas vigas V6 e V11 e a faixa com 2,00m de largura
apóia-se nas vigas V18 e V20, conforme ilustra a Figura 2-30.
Pd=10,77 kN/m
V6
my
V18
L7
V20
mx
V11
p dl 2x 10,77.3,5 2
mx = = = 1648,5 kN.cm
8 8
p dl2y 10,77.3,65 2
my = = = 1792,9 kN.cm
8 8
Direção x
Direção y
b) Laje L1
mby1 mbx2
L1
mx1
mb12
L2
my1
mb15
mbx5
L5
A laje L1 possui três bordas livremente apoiadas e uma borda menor engastada, dessa
maneira, trata-se de uma laje do Tipo 2A. A partir da relação entre os vãos da laje é
possível entrar na tabela citada anteriormente e obter os coeficientes para o cálculo dos
esforços solicitantes. Assim, temos que:
p d .lx 2 9,65.4,32 2
mx 1 = = = 9,23 kN.m = 923,2 kN.cm
αx 19,5
p d .lx 2 9,65.4,32 2
my 1 = = = 7,60 kN.m = 759,9 kN.cm
αy 23,7
p d .lx 2 9,65.4,32 2
mby 1 = = = 18,56 kN.m = 1856,6 kN.cm
βy 9,7
A laje L2 possui duas bordas adjacentes engastadas e duas bordas livremente apoiadas.
Dessa maneira, temos uma laje do Tipo 3.
p d .lx 2 10,07.4,6 2
mbx 2 = = = 18,2 kN.m = 1821,2 kN.cm
βx 11,7
A Laje L5, por sua vez, possui 2 bordas maiores engastadas, uma borda menor
engastada e outra livremente apoiada. Dessa maneira, trata-se de uma laje do Tipo 5B.
p d .lx 2 9,17.2,73 2
mbx 5 = = = 4,2 kN.m = 421,9 kN.cm
βx 16,2
mbx 5 421,9
= = 211kN.cm
2 2
mb 15 ≥
0,8.mbx = 0,8.421,9 = 337,5 kN.cm
5
2,5
fcd = = 1,786 kN / cm²
1,4
50
f yd = = 43,48 kN / cm²
1,15
md 923,2
x = 1,25.d1 − 1 − 2 = 1,25.7,5.1 − 1 − 2
0,425.b.d .fcd 0,425.100.7,5 .1,786
x = 1,1cm < x 34 = 0,628d = 4,7cm → OK!
md 923,2
As = = = 3,0 cm²
f yd (d − 0,4.x ) 43,48.(7,5 − 0,4.1,1)
pl 4x
a=
Eh 3 α 2
lx
ainicial = 0,09 cm < = 0,86 cm → OK!
500
l
a final = 1,14 cm < x = 1,44 cm → OK!
300
Dessa maneira, as flechas da laje L1 estão dentro dos limites estabelecidos por norma.
Finalmente, é preciso fazer a verificação da laje quanto ao cisalhamento junto aos apoios.
O primeiro passo é a verificação do concreto:
Vd
τ wd = ≤ τ wu
bd
Vd,max = 1,4.(23,9 + 4,9) = 40,04 kN / m
40,04
τ wd = = 0,04 kN / cm²
10.100
τ wu = 0,5.0,25.fcd = 0,223 kN / cm²
τ wd ≤ τ wu → OK!
Calculadas as armaduras deve-se então fazer o detalhamento final da laje L1. A escolha
das barras e os espaçamentos máximos são feitos utilizando os critérios abaixo:
4 mm h
Escolha da bitola → ≤φ ≤ = 10mm
6,3 mm 10
Escolha do espaçamento → 8 cm ≤ s ≤ 20 cm
As = 6,43 cm²/m
As1= 0,8 cm² (φ10 mm)
A 6,43
n= s = = 8,04 barras / m
A s1 0,8
100
s= = 12,4 → s = 12 cm → N1 - φ10 c/ 12cm
8,04
N1 - φ10 c/12 cm
42 N1 - 0 6,3 c/ 10 - c= 569
54 N2 - 0 6,3 c/ 10 - c= 446
L1
h=10cm
L2
h=10cm
P9 V3(12/55) P10
V14(19/55)
(20/140) (20/140)
P7
V18(10/40)
(19/65)
V4(19-12/55) P8
(20/285)
V5(12/55)
13 N5 - 0 10 c/ 12 - c= 231
L7
h=10cm
V7(12/55) V8(12/55)
L5
19 N3 - 0 10 c/ 11 - c= 379
h=7cm
V15(12/55)
17 N6 - 0 10 c/ 12 - c= 364
P13
(19/65) V9(19-12/55)
13 N4 - 0 10 c/ 11 - c= 236
P14 P15
V11(12/55) (20/160)
(20/160)
P1 P2 P3 P4
(19/65) V1(19/55) (110/19) (20/40)
(20/40)
42 N7 - 0 5 c/ 13 - c= 99
32 N7 - 0 5 c/ 13 - c= 99
L1
21 N7 - 0 5 c/ 13 - c= 99
h=10cm
115 115
35 N8 - 0 10 c/ 12 - c= 242 L2
h=10cm
P9 V3(12/55) P10
V14(19/55)
(20/140) (20/140)
108
V18(10/40)
V4(19-12/55) P8
(20/285)
16 N9 - 0 6,3 c/ 17 - c= 225
V5(12/55)
P7
27 N11 - 0 5 c/ 13 - c= 83
70
108
(19/65)
112 112 112 112
V7(12/55) 15 N10 - 0 5 c/ 13 - c= 236 15 N10 - 0 5 c/ 13 - c= 236
L5
h=7cm
V15(12/55)
L7
15 N12 - 0 5 c/ 13 - c= 188
h=10cm
P13
(19/65) V9(19-12/55)
P14 P15
88
V11(12/55) (20/160)
(20/160)
88
L9
h=10cm
L8
C. Total Peso
φ (mm)
(m) (kg)
6,3 239 59,75
... ... ...
[1] MACHADO, Claudinei Pinheiro – Fixação prática e econômica das espessuras de lajes
usuais maciças e nervuradas de concreto armado.
TABELA 1 - TIPO 1
Laje com as 4 bordas livremente apoiadas
(carga uniforme)
ly / lx αx αy βx βy α2
1,00 22,7 22,7 21,4
mx
1,05 20,8 22,5 19,4
1,10 19,3 22,3 17,8 ly my
1,15 18,1 22,3 16,5
1,20 16,9 22,3 15,4
1,25 15,9 22,4 14,3
1,30 15,2 22,7 13,6 lx
1,35 14,4 22,9 12,9
pl2
αx
1,45 13,2 23,3 11,7 pl2x
my =
1,50 12,7 23,5 11,2 αy
1,55 12,3 23,5 10,8 pl 4x
w max =
1,60 11,9 23,5 10,4 Eh 3 α 2
1,65 11,5 23,5 10,1
ν = 0,2
1,70 11,2 23,5 9,8
Beton-Kalender (1976)
1,75 10,8 23,5 9,5
1,80 10,7 23,5 9,3
1,85 10,4 23,5 9,1
1,90 10,2 23,5 8,9
1,95 10,1 23,5 8,7
2,00 9,9 23,5 8,6
>2 8,0 23,5 6,7
TABELA 2 - TIPO 2A
Laje com 3 bordas livremente apoiadas e
uma borda menor engastada
(carga uniforme)
ly / lx αx αy βx βy α2 m’y
ly / lx αx αy βx βy α2
1,00 26,5 32,4 11,9 31,2
mx
1,05 25,7 33,3 11,3 29,2 m’x
1,10 24,4 33,9 10,9 27,4 ly my
1,15 23,3 34,5 10,5 26,0
1,20 22,3 34,9 10,2 24,8
1,25 21,4 35,2 9,9 23,8
1,30 20,7 35,4 9,7 22,9 lx
1,35 20,1 37,8 9,4 22,1
pl 2
1,40 19,7 39,9 9,3 21,5 mx = x
αx
1,45 19,2 41,1 9,1 20,9 pl2x
my =
1,50 18,8 42,5 9,0 20,4 αy
1,55 18,3 42,5 8,9 20,0 pl 2x
m′x = −
1,60 17,8 42,5 8,8 19,6 βx
1,65 17,5 42,5 8,7 19,3 pl 4x
w max =
1,70 17,2 42,5 8,6 19,0 Eh 3 α 2
1,75 17,0 42,5 8,5 18,7 ν = 0,2
1,80 16,8 42,5 8,4 18,5
Beton-Kalender (1976)
1,85 16,5 42,5 8,3 18,3
1,90 16,4 42,5 8,3 18,1
1,95 16,3 42,5 8,3 18,0
2,00 16,2 42,5 8,3 17,8
>2 14,2 42,5 8,0 16,7
TABELA 4 - TIPO 3
Laje com 2 bordas adjacentes engastadas e
as outras duas livremente apoiadas
(carga uniforme)
ly / lx αx αy βx βy α2 m’y
ly / lx αx αy βx βy α2 m’y
TABELA 6 - TIPO 4B
Laje com 2 bordas maiores engastadas e duas bordas menores
livremente apoiadas (carga uniforme)
ly / lx αx αy βx βy α2
1,00 31,6 46,1 14,3 45,3
mx
1,05 29,9 46,4 13,8 43,2 m’x m’x
1,10 29,0 47,2 13,5 41,5 ly my
1,15 28,0 47,7 13,2 40,1
1,20 27,2 48,1 13,0 39,0
1,25 26,4 48,2 12,7 37,9
1,30 25,8 48,1 12,6 37,2 lx
1,35 25,3 47,9 12,4 36,5
pl 2
αx
1,45 24,4 47,7 12,2 35,6 pl2x
my =
1,50 24,2 47,6 12,2 35,1 αy
1,55 24,0 47,6 12,1 34,7 pl 2x
m′x = −
1,60 24,0 47,6 12,0 34,5 βx
1,65 24,0 47,6 12,0 34,2 pl 4x
w max =
1,70 24,0 47,4 12,0 33,9 Eh 3 α 2
1,75 24,0 47,3 12,0 33,8 ν = 0,2
1,80 24,0 47,2 12,0 33,7
Beton-Kalender (1976)
1,85 24,0 47,1 12,0 33,6
1,90 24,0 47,1 12,0 33,5
1,95 24,0 47,1 12,0 33,4
2,00 24,0 47,0 12,0 33,3
>2 24,0 47,0 12,0 32,0
ly / lx αx αy βx βy α2 m’y
TABELA 8 - TIPO 5B
Laje com 2 bordas maiores engastadas, uma borda menor engastada e
outra livremente apoiada
(carga uniforme)
ly / lx αx αy βx βy α2 m’y
ly / lx αx αy βx βy α2 m’y
TABELA 10
Laje com 3 bordas engastadas e uma livre
(carga triangular)
ly / lx αx αy βx βy α2
1,00 85,5 80,5 29,0 34,5 118 ly
1,10 73,5 78,1 25,3 32,1 94,7
1,20 65,2 77,7 22,9 30,3 79,5
1,30 57,6 78,2 21,1 29,2 69,0 lx m’y
my
mx m’y
TABELA 11
Laje com 3 bordas engastadas e uma livre
(carga triangular)
ly / lx αx βx βy α2
lx
αy
1,00 80,5 85,5 34,5 29,0 118
1,10 70,3 82,9 31,1 26,9 103
my
1,20 62,8 80,7 28,7 25,8 92,2 m’x m’x
ly
mx
1,30 57,7 78,9 26,7 24,9 85,4
p
1,40 54,3 77,5 25,3 24,1 80,1 m’y
1,50 51,5 76,4 23,7 23,8 76,6 Valem as mesmas fórmulas
2,00 45,2 73,3 20,2 21,9 70,9 das tabelas anteriores.
>2 40,0 70,0 16,0 20,0 68,0
2.3.1 Generalidades
Lajes nervuradas são lajes cuja zona de tração é constituída por nervuras entre as quais
podem ser postos materiais inertes, de modo a tornar plana a superfície externa (laje
mista). Ainda que o material colocado entre as nervuras tenha certa resistência, não se
conta com ela (caso contrário, teremos as lajes mistas, objeto da norma NB-4).
As lajes nervuradas podem ser armadas em uma só direção, ou em cruz. Para realizar
uma laje nervurada, há vários tipos de materiais de enchimento ou de técnicas de
execução: “caixão perdido”, tijolos furados, blocos de concreto, de pumex, de isopor, etc.
As nervuras podem ficar também aparentes, não havendo o material inerte entre
nervuras, sem ou com forro falso (placas de gesso, “duratex”, etc.).
As lajes maciças cobrem em geral vãos de até 6m, e possuem grande peso próprio. Já
com as lajes nervuradas, aumentamos sua altura útil sem aumentar em demasia seu peso
próprio.
bw
4cm
h f ≥ l 0 (altura da mesa);
15
Nervuras com bw < 8cm não podem ter A´s no lado oposto à mesa.
As lajes nervuradas podem ser calculadas como se fossem maciças ( a ≤ 50cm) , segundo
o item 3.3.2.10 da NBR6118/78. A determinação dos esforços solicitantes pode ser feita
no regime elástico.
Seja a ou l0 a distância livre entre nervuras. A resistência da mesa à flexão deve ser
verificada quando:
l 0 > 50cm ;
Houver carga concentrada.
As nervuras devem ser verificadas ao cisalhamento sempre. O valor último τwu será o de
vigas quando l 0 > 50cm e o de laje quando l 0 ≤ 50cm .
Os estribos das nervuras, quando necessários, devem ter espaçamento s ≥ 20cm (Item
6.3.2.1 da NB1/78).