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Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Departamento de Ciências Animais – DCA


Disciplina: Aquicultura

REPRODUÇÃO DE TILÁPIAS
TILÁPIA

 Subfamília: Pseudocrenilabrinae

 Gênero: Tilapia

 Oreochromis niloticus

 Nativos da África

 4000 a.C.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS REPRODUTIVAS

 Desovam em substratos geralmente construídos pelo


macho;

 Cuidado parental;

 Desovas parceladas;

 Temperatura ideal acima de 24°C;


PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS REPRODUTIVAS

 Quanto mais frequente a coleta, maior o n° de desovas;

 4 a 5 ovos/g de PV no caso da coleta de ovos;

 1 a 4 ovos/g de PV no caso da coleta total de pós-larva;

 Fêmeas apresentam falta de sincronia nas desovas.


SEXAGEM DOS REPRODUTORES

 Papila urogenital

 15 a 30 dias de vida
EFICIÊNCIA REPRODUTIVA

 Temperatura da água

 Abaixo de 22°C Não há reprodução

 Acima de 24°C Desovas frequentes


Pós-larva aumentada

 Temperatura ideal 28 a 32°C


EFICIÊNCIA REPRODUTIVA

 Temperatura da água X Tempo médio para eclosão dos ovos

T°C da água Tempo médio para a eclosão

23 a 26°C 5 dias

27 a 29°C 4 dias

30 a 32°C 3 dias
EFICIÊNCIA REPRODUTIVA
 Estado nutricional dos reprodutores

(HEIN, 2004)
EFICIÊNCIA REPRODUTIVA

 Densidade de estocagem

 Baixa renovação de água 150 a 200 g/m2

 Troca de água ou aeração 1000g/m2


EFICIÊNCIA REPRODUTIVA

 Razão sexual
 1 a 3 fêmeas para cada macho

Relação Fêmeas:Machos
25:5 25:25 25:50
N° total de alevinos 699 1.532 2.159
N° de alevinos/ fêmea 28 61 86
N° de alevinos/ kg de fêmea 291 609 870
EFICIÊNCIA REPRODUTIVA

 Interação social entre os reprodutores

 Dominância entre as fêmeas;

 Desova mais frenquente;

 Dominância quebrada com:


 Estresse de manuseio;
 Frequencia de coleta
EFICIÊNCIA REPRODUTIVA

 Estratégia de coleta de ovos e pós-larvas

 Coleta parcial e contínua de cardumes de pós-larvas;

 Coleta total de pós-larvas em tanques ou viveiros;

 Coleta total de pós-larvas em hapas;

 Coleta de ovos diretamente da boca das fêmeas e


incubação artificial.
COLETA PARCIAL E CONTÍNUA DE CARDUMES DE
PÓS-LARVAS

 Reprodutores livres em viveiros ou tanques;

 Não são realizadas drenagens frequentes;

 Dispensa gastos iniciais com hapas;

 Desvantagens:
 Coleta prejudicada em águas de baixa transparência;
 Muitas pós-larvas escapam e viram alevinos;
 Coletas frequentes demandam mão-de-obra;
 Lotes pouco numerosos;
 Maior incerteza quanto à idade das pós-larvas.
COLETA PARCIAL E CONTÍNUA DE CARDUMES DE
PÓS-LARVAS
COLETA TOTAL DE PÓS-LARVAS EM TANQUES OU
VIVEIROS
 Viveiros equipados com caixas de coleta;

 Após 13 a 21 dias o viveiro é drenado aos poucos;

 Coleta total dos reprodutores e das pós-larvas;

 Maior recuperação de pós-larvas por quilo de fêmea;

 Melhor sincronia;

 Desvantagens:
 Maior uso de água;
 Necessidade de tanques adicionais;
 Mão-de-obra na separação de machos e fêmeas;
 Investir em caixas de coleta.
COLETA TOTAL DE PÓS-LARVAS EM HAPAS
 Peixes estocados em hapas para a reprodução;

 Requer menor investimento que a construção de


tanques e de caixas de coleta em viveiros;

 Uso de viveiros ou açudes com drenagem difícil;

 Desvantagens:
 Malhas indisponíveis ou de custo elevado;
 Obstrução das malhas;
 Demanda constante de reparo e limpeza;
 Maior facilidade de predação.
COLETA TOTAL DE PÓS-LARVAS EM HAPAS
COLETA DE OVOS DIRETAMENTE DA BOCA DAS
FÊMEAS E INCUBAÇÃO ARTIFICIAL

 Peixes em tanques ou hapas;

 2 a 4 ovos/g de fêmea são coletados a cada 5 a 7 dias;

 Grande controle da idade e tamanho das pós-larvas;

 Desvantagens:
 Investimento em infra-estrutura para a incubação de ovos;
 Mão-de-obra para coleta de ovos;
 70 a 90% dos ovos incubados artificialmente eclodem
COLETA DE OVOS DIRETAMENTE DA BOCA DAS
FÊMEAS E INCUBAÇÃO ARTIFICIAL
EFICIÊNCIA REPRODUTIVA

o Outros fatores que afetam a quantidade de pós-larvas

 Tamanho das fêmeas  Linhagem de tilápia

Fecundidade absoluta  Fotoperíodo


• Aumenta  Verão
Fecundidade relativa
• Diminui  Canibalismo
FORMAÇÃO DO PLANTEL

 Os piscicultores devem ficar atentos ao montar o


plantel de reprodutores;

 Primeiro deve definir a espécie ou linhagem de


tilápia;

 É preciso conhecer o mercado e suas tendências.


FORMAÇÃO DO PLANTEL

 Algumas questões a se pensar:


 Cor das linhagens?

 Se for vermelha?

 Se optar pelos híbridos, qual a composição mais interessante?

 Tolerância ao frio?

 Tolerância a alta salinidade?

 Facilidade de despesca?

 Ganho de peso e prolificidade?


FORMAÇÃO DO PLANTEL

 Próximo passo é identificar as fontes do material


genético da tilápia que será produzido;
 Podem ser de pisciculturas que produzem alevinos ou as
que só engordam o tipo da tilápia escolhido.

 Ambientes naturais onde foi introduzida;

 Obter matrizes de populações selvagens.


FORMAÇÃO DO PLANTEL

 É preciso conhecer sobre o material genético e o que


se espera dele;

 Sobre o desempenho, comportamento, histórico de


doenças, tolerânçia a temperatura.
FORMAÇÃO DO PLANTEL

 Principal preocupação diz respeito à diversidade


genética do lote de reprodutores:

 Grau de endogamia: é o cruzamento entre indivíduos


aparentados;

 Número efetivo de reprodução(Ne): é uma constante


relacionada com o grau de endogamia (F) aceitável por
geração.
FORMAÇÃO DO PLANTEL

 A relação entre Ne e F é dada pela seguinte equação


onde F é a porcentagem de endogamia que ocorreu
em uma geração.

 F = 1/(2xNe) ou Ne = 1/(2xF)
FORMAÇÃO DO PLANTEL

 Com a constante Ne é possível calcular o número de


machos e fêmeas, necessários num plantel de
reprodutores, para que não ocorra um grau de
endogamia por geração maior do que o valor F
estabelecido.

 Ne = (4xmxf)/(m+f)
FORMAÇÃO DO PLANTEL - EXEMPLO

 Um casal de tilápia com material genético superior;

 Coloca o casal para reproduzir e em 4 a 5 meses estar


com lote bem maio de reprodutores:efeito gargalo;

 Calcula o Ne para quanto de endogamia terá o futuro


plantel:
 Ne = (4x1x1)/(1x1)=2 e F =1/(2x2)=1/4=0,25, ou seja, os
reprodutores da geração f1 apresentam em média 25%.
EFEITOS NEGATIVOS DA ENDOGAMIA

 Má eclosão dos ovos;

 Baixa sobrevivência de pós-larvas;

 Reduzido crescimento e piora na conversão alimentar;

 Baixa sobrevivência e viabilidade;

 Deformidades corporais
ENDOGAMIA

 Não pode ultrapassar de 5% em condição conservadora ou


10% numa mais rígida (Smitherman e Tave, 1987).

 O valor F de 0,25 ou(0,25%) já ultrapassou recomendado;

 É difícil um casal de reúne tudo o que é bom e nada que é


ruim.
QUANTIDADE DE REPRODUTORES NECESSÁRIA

 Deve ser definida com base na meta de produção


mensal ou anual de alevinos;

 Reprodutores extras devem ser mantido no estoque


para compensar oscilações na produção de ovos ou
pós-larvas, para reposição de matrizes antigas, para
cobrir perdas inesperadas.

 Pode-se manter plantéis extras de matrizes para


rodízio;
QUANTIDADE DE REPRODUTORES NECESSÁRIA
Para estimar a necessidade de reprodutores com uma
demanda anual de 5.000.000 alevinos revertidos ao redor
de 1g deve-se:

 Definir o sistema de reprodução;

 A estratégica de reversão sexual;

 Índice de desempenho durante a reprodução, no incubatório


e na reversão sexual.
RODÍZIO DE REPRODUTORES

 Após diversas desovas consecutivas, o número de


pós-larvas por quilo de fêmeas pode reduzir;

 Reposição de fêmea → 8% no número de pós-larvas


num ciclo de 21 dias;

 Reposição de machos e fêmeas → 30% na produção


de pós-larvas.

Lovshin e Ibrahim (1988 )


RODÍZIO DE REPRODUTORES

 Exige uma manutenção de um plantel dobrado de


reprodutores;

 Recursos adicionais em área de tanques e viveiros;

 Aumento na mão de obra e alimentação;


RODÍZIO DE REPRODUTORES

 Utilizando coleta de ovos na boca das fêmeas em tilápia-


do-Nilo → em 10 dias sem rodízio foi de 106 ovos;

 Rodízio fêmeas que desovaram → incremento de 51%;

 Todas as fêmeas foram substituídas a cada ciclo → 158%.

Macintosh e Little (1996).


MANEJO ALIMENTAR NA REPRODUÇÃO DE
TILÁPIA

 Devido a intensa coleta de pós-larvas → Necessidade


de fornecer um alimento completo;

 Reprodutores em tanques ou viveiros devem ser


alimentos com ração extrusada;

 Proteína no mínimo 28%;


MANEJO ALIMENTAR NA REPRODUÇÃO DE
TILÁPIA

 Quando o crescimento não é desejado, devem receberem


em dias alternativas, uma refeição ao redor de 1%;

 Restringir demasiadamente → prejudica o desempenho


reprodutivo e perda de peso;

 Quando a objetivo e ganho de peso → alimentados


diariamente com 1,5 a 3% da biomassa total ou a vontade;
MANEJO ALIMENTAR NA REPRODUÇÃO DE
TILÁPIA

 Fornecer no período da manhã → evita maiores


distúrbios dos casais na hora da desova;

 Cuidado com o consumo de ração → temperatura,


qualidade da água, presença de parasitos;
OBRIGADA!!!

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