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moléculas de proteínas, lipídios e polissacarídeos variam de uma célula para outra, mas todas
as células contêm água. Esse composto não é uma molécula inerte, com a única função de
preencher espaços; ao contrário, a água e seus íons influem poderosamente na configuração e
propriedades biológicas das macromoléculas.
A molécula de água é morfológica e eletricamente assimétrica. Os dois átomos de
hidrogênio formam com o de oxigênio um ângulo que, em média, é estimado em 104,9°.
Portanto, apesar de ser representada pela fórmula H-O-H, a molécula de água não é um bastão
reto. Por outro lado, devido à forte atração exercida pelo núcleo do oxigênio sobre os elétrons,
essa molécula é relativamente positiva, no lado dos dois hidrogênios, e negativa no lado do
oxigênio, isto é, a molécula de água é um dipolo. No espaço, devido à forma das órbitas do
hidrogênio e oxigênio, as cargas elétricas estão distribuídas de tal forma que o oxigênio ocupa
o centro e os hidrogênios (relativamente positivos) ocupam os dois extremos de um tetraedro,
conforme mostra.
São resultantes da superposição das órbitas externas das moléculas e são uniões
fortes e estáveis que consomem altas quantidades de energia para sua realização. É o tipo de
união que se observa nas ligações peptídicas entre os aminoácidos e que só podem ser
desfeitas por procedimentos drásticos como a hidrólise em ácido forte a alta temperatura.
Essas ligações necessitam ao redor de 100 kcal por mol para se formarem. Do outro lado,
estão as ligações fracas, de natureza variada, que se formam com pequeno gasto energético e
podem ser desfeitas por procedimentos suaves como aquecimento moderado e alteração da
concentração iônica do meio. As principais ligações fracas são: as pontes de hidrogênio, as
ligações eletrostáticas e as interações hidrofóbicas. As pontes de hidrogênio ocorrem devido
ao uso em comum de um átomo de hidrogênio por radicais diferentes. No caso das proteínas,
isso tem lugar entre o nitrogênio e a carbonila de ligações peptídicas diferentes (Fig. 3.6). As
pontes de hidrogênio são também importantes na ligação entre as duas cadeias do DNA,
ligação essa que ocorre devido a pontes que se estabelecem entre duas bases (Fig. 3.19). As
ligações eletrostáticas são ligações que se formam quando um grupo ácido se prende a um
básico. São exemplos a ligação entre aminoácidos básicos e ácidos, entre corantes ácidos
(geralmente com grupos sul-fônicos: SO3) e proteínas básicas dos tecidos ou, então, entre as
glicosaminoglicanas (que contêm grupamentos sulfato: SO4-) e proteínas básicas. As
interações hidrofóbicas ocorrem entre moléculas apolares que são comprimidas umas contra
as outras devido à repulsão que sofrem da água que as envolve. Não é, portanto, propriamente
uma ligação, como ocorre nas pontes de hidrogênio ou ligação eletrostática, sendo mais
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moléculas protéicas em estado nativo (configuração nativa) é muito importante, pois é assim
que, dentro da célula, as moléculas mostram atividade e interagem umas com as outras.
Chama-se configuração nativa a forma tridimensional que uma molécula apresenta nas
condições de pH e temperatura existentes nos organismos vivos (Fig. 3.5).
A estrutura das moléculas protéicas é mantida pelas seguintes forças de
estabilização:
- ligação peptídica, já explicada, que é resultante de ligação covalente;
- interação hidrofóbica;
- pontes de hidrogênio;
- ligações dissulfeto ou S-S, que são ligações covalentes entre moléculas do
aminoácido cisteína.
descritos adiante, neste mesmo capítulo. Também as fibrilas colágenas encontradas no espaço
extracelular do tecido conjuntivo são constituídas pela agregação de cadeias polipeptídicas de
tropocolágeno.
Diz-se que uma proteína é globular quando a sua molécula tem uma relação
comprimento-largura menor do que 10:1. A grande maioria das proteínas das células é
globular, como a hemoglobina, a mioglobina, a hemocianina, as proteínas com atividade
enzimática e as proteínas das membranas celulares. Quando a relação comprimento-largura é
maior que 10:1, a proteína é dita fíbrosa.
Dentre as proteínas fibrosas intracelulares, a qu era ti na é a mais bem estudada. A
proteína mais abundante no corpo dos mamíferos é o colágeno, proteína fibrosa extracelular
que constitui as fibrilas colágenas já mencionadas.
se separam e a proteína mitocondrial assume sua forma retorcida final, ativa. Em outros
locais, as chaperones desempenham ainda outras funções. Nas cisternas do retículo
endoplasmático existe uma chaperone que auxilia a orientação do dobra-mento de moléculas
protéicas para que elas assumam a conformação tridimensional correta.
As principais chaperones são denominadas hsp60 e hsp70. A abreviatura provem
de heat shockprotein, porque elas aumentam de quantidade quando as células são colocadas
em temperatura mais elevada, e o número indica o peso molecular expresso em quilodáltons.
produto resultante da ação de uma enzima é o substrato para a enzima seguinte. Esse conjunto
de enzimas trabalhando em cooperação é denominado cadeia enzimática.
Um sistema muito eficiente e freqüente nas células é o representado pelos
complexos de moléculas enzimáticas. Aqui, todas as enzimas da cadeia se associam para
formar um conjunto de moléculas que se mantêm unidas por forças químicas fracas (estrutura
protéica quaternária). Na célula da levedura, por exemplo, as enzimas que sintetizam ácidos
graxos a partir de pequenas moléculas formam uma cadeia que consiste em sete enzimas que
se associam para formar um complexo multienzimático. As reações processam-se em
seqüência e as moléculas intermediárias mantêm-se presas ao complexo até a formação da
molécula do ácido graxo. Isso torna o sistema mais rápido, pois os substratos não precisam
deslocar-se muito de uma enzima para outra.
Outro complexo enzimático bem estudado é o da desidrogenase do piruvato. No
microscópio eletrônico, o complexo enzimático da desidrogenase do piruvato mostra aspecto
poliédrico, e foi sugerido um modelo segundo o qual suas enzimas devem estar organizadas .
As cadeias enzimáticas mais bem organizadas e, portanto, mais eficientes são as
que estão ligadas a membranas, como, por exemplo, a cadeia das enzimas respiratórias
(transportadoras de elétrons) que estão presas à membrana interna das mitocôndrias. Nesses
casos não há separação entre molécula enzimática e molécula estrutural, pois as diferentes
proteínas são, ao mesmo tempo, parte da membrana e também dotadas de atividade enzi-
mática.
As cadeias enzimáticas funcionam sob regulação. A maioria das enzimas não
apresentam constância em suas atividades, podendo facilmente ser moduladas. Isso representa
uma importante propriedade biológica porque possibilita às células modificar seletivamente a
atividade de determinadas enzimas, para adequá-las às necessidades momentâneas que vão
surgindo durante a vida da célula.
Muitas cadeias enzimáticas são moduladas por auto-regulação, sobretudo pelo
efeito do produto final da cadeia sobre a primeira enzima da seqüência. Por exemplo, a L-
treonina é transformada em L-isoleucina através de uma cadeia de cinco enzimas.
A primeira enzima dessa cadeia (EI) é a L - treonina-desaminase, cuja atividade é
diminuída ou suprimida pela L-isoleucina. Desse modo, a falta de L-isoleucina provoca o fun-
cionamento da cadeia em toda a sua intensidade, enquanto o excesso de L-isoleucina faz a
cadeia diminuir de ritmo, ou mesmo parar a produção de mais L-isoleucina. Assim sendo, a
concentração desse aminoácido na célula permanece dentro dos limites normais. No caso,
trata-se de uma regulação alostérica. A enzima sensível a esse tipo de controle — no exemplo
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responsáveis pela estabilidade da hélice. Quando as pontes de hidrogênio são rompidas — por
exemplo, pelo aquecimento do DNA em solução —, os dois filamentos polinucleotídicos da
hélice sofrem desnaturação, separando-se; quando baixa a temperatura, eles se unem nova-
mente.
A desnaturação pelo rompimento das pontes de hidrogênio pode ser completa ou
parcial. Essa desnaturação ocorre mais cedo nas ligações AT, que têm duas pontes de hi-
drogênio, sendo as ligações CG mais resistentes, pois têm três pontes de hidrogênio. A
desnaturação parcial permite a identificação das zonas ricas em AT e das zonas ricas em CG,
sendo estes últimos segmentos mais resistentes à desnaturação. Em moléculas simples de
DNA, como as dos bacteriófagos, essa técnica possibilita a localização de zonas com
diferentes freqüências de nucleotídeos ao longo do filamento de DNA.
Ao longo da molécula de DNA, a distância entre as bases é de 0,34 nm e cada
volta completa da hélice contém 10 nucleotídeos. A hélice dupla tem um diâmetro de 2 nm e
sua superfície mostra dois sulcos, um dos quais mais acentuado que o outro.
As bases (hidrofóbicas) situam-se dentro da hélice, e os resíduos de desoxirribose
(hidrofílicos) e de ácido fosfórico (ionizado e hidrofílico) localizam-se na periferia, em
contato com a água intracelular. Ao lado das pontes de hidrogênio que representam o
elemento principal de união entre os dois filamentos polinucleotídicos da hélice dupla, a
interação hidrofóbica das bases pareadas contribui para manter a estabilidade da hélice de
DNA. Os grupos fosfóricos, ionizados negativamente, permitem ao ácido desoxirribonucléico
combinar-se com proteínas básicas, isto é, carregadas positivamente, ou com outras moléculas
eletricamente positivas.
Devido à sua fragilidade e enorme comprimento, tem sido difícil determinar o
tamanho exato das moléculas de DNA. Sabe-se, por exemplo, que a molécula de DNA do
bacteriófago lambda, que infecta a bactéria Escherichia coli, tem um peso de 32 milhões de
dáltons e comprimento de 17,2 xm. Na Escherichia coli, o cromossomo é uma molécula de
DNA, com comprimento de 1,2 mm e peso molecular de 2.800.000.000 dáltons.
uma longa molécula de mRNA pode ser traduzida a partir de locais diferentes, originando
mais de uma proteína, conforme o local do mRNA onde a tradução teve início.
Cada molécula de mRNA tem um prolongamento (tail) de poli-A que é
adicionado ainda no interior do núcleo celular, assim que a molécula de mRNA é transcrita,
por uma enzima que não requer molde (template) de DNA. Portanto, esse segmento do
mRNA não está codificado no DNA. Na outra extremidade do mRNA (extremidade 5'), um
pequeno capuz (cap.) nucleotídico é adicionado por outras enzimas.
Os mRNAs citoplasmáticos derivam de precursores nucleares conhecidos como
hnRNAs (heterogenous RNAs), assim chamados por apresentarem grande heterogeneidade
nos pesos moleculares e na composição de nucleotídeos. A maioria dos hnRNAs tem
moléculas enormes, com até 50.000 nucleotídeos. Essas moléculas são partidas no núcleo, de
modo ordenado. Certos pedaços são removidos e as extremidades dos segmentos que
codificam proteínas se soldam (splicing), formando-se a molécula acabada de mRNA, que
migra para o citoplasma.
Fica claro do exposto que, nas células eucariontes, o DNA que transcreve os
mRNAs é constituído por partes que vão ser traduzidas em proteínas, denominadas éxons, e
em partes que apenas separam os éxons. Essas partes "silenciosas" são denominadas íntrons.
Portanto, o DNA inicialmente transcreve uma molécula enorme de hnRNA da
qual os segmentos sem significado para a síntese protéica são removidos, ocorrendo então a
soldagem precisa dos segmentos que levam a codificação para um tipo de molécula protéica e,
assim, fica formada uma molécula de mRNA. Todavia, alguns genes não possuem íntrons e as
moléculas de mRNA se formam diretamente do DNA, sem passar pela fase de hnRNA.
Íntrons e hnRNA só foram encontrados em células eucariontes, sendo muito
pouco provável que existam nas procariontes.
Dois nucleotídeos encontrados no tRNA: no ácido pseudo-uridílico, a ribose liga-
se ao carbono 5 da uridina, e não ao carbono 3, como ocorre no ácido uridílico. O ácido
ribotimidílico contém timina, uma base que, usualmente, é encontrada no DNA.
RNA ribossômico
0 RNA ribossômico é muito mais abundante do que os outros dois tipos de RNA,
constituindo 80% do RNA celular. Existe combinado com proteínas, formando partículas
facilmente visíveis ao microscópio eletrônico e denominadas ribossomos. Quando presos a
filamentos de RNA mensageiro, os ribossomos formam os polirribossomos, onde tem lugar a
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síntese de proteínas.
Existem nas células dois tipos de ribossomos que se distinguem por seus
coeficientes de sedimentação determinados na ultracentrífuga e expressos em unidades S ou
Svedberg. Os ribossomos das células procariontes têm coeficiente de sedimentação de 70 S e
são menores do que os ribossomos das células eucariontes, cujo coeficiente de sedimentação é
de 80 S. Ambos os tipos de ribossomos são formados por duas subunidades, uma maior e
outra menor, com características funcionais e estruturais diferentes.
As subunidades se prendem de modo reversível no início da síntese da molécula
protéica, separando-se quando a proteína está terminada. A subunidade maior dos ribossomos
das células eucariontes contém três tipos de RNA, com sedimentação de 28 S, 5,8 S e 5 S, e a
dos ribossomos das procariontes possui dois tipos de RNA: um de 23 S e outro de 5 S. A
subunidade menor apresenta apenas um tipo de RNA: 18 S nas células eucariontes e 16 S nas
procariontes.
Os ribossomos das mitocôndrias e dos cloroplastos são iguais aos das células
procariontes, dado que apóia a interpretação de que essas duas organelas transdutoras de
energia se originaram de bactérias que se tornaram simbiontes das células eucariontes.
Cerca de 50 variedades de proteínas foram identificadas nos ribossomos e
constituem aproximadamente a metade da massa desses corpúsculos.
A basofilia citoplasmática demonstrável pelos corantes básicos e removível pela
ribonuclease deve-se aos ribossomos. Estes são particularmente abundantes nas células que
sintetizam grandes quantidades de proteínas, as quais têm o citoplasma fortemente basófilo.
Combinação do RNA mensageiro com ribossomos para formar polirribossomos.
Em alguns casos, o RNA tem ação catalítica, atuando como uma enzima. A
atividade catalítica do RNA foi descoberta ao se estudar a síntese dos RNAs de Tetrahymena,
um protozoário ciliado. Descobriu-se que esses RNAs são inicialmente moléculas muito
grandes das quais certos segmentos são removidos e as partes restantes são soldadas
(splicing), formando-se assim a molécula final do mRNA. Todo o processo se realiza, como
foi comprovado in vitro, sem a participação de proteínas enzimáticas. O segmento de RNA
que vai ser removido (íntron) catalisa sua própria remoção e a união das extremidades da
molécula partida. Esse segmento de RNA, in vitro, é capaz de catalisar a polimerização de
polinucleotídeos pequenos em polinucleotídeos com mais de 30 nucleotídeos, tendo sido
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chamado de ribozima.
Outros RNAs com atividade catalítica foram descobertos logo depois, como, por
exemplo, os tRNAs, que, quase sempre, também são sintetizados em tamanho maior. Nesse
caso foi observado que a clivagem para produzir a molécula de tRNA final, de tamanho
menor, é catalisada por um complexo RNA - proteína (ribonuclease P). Mas a especificidade
e atividade enzimática desse complexo depende mais do RNA do que da proteína. Separando-
se o complexo RNA - proteína em suas duas partes, somente o RNA tem atividade catalítica,
embora o complexo inteiro seja mais ativo. Portanto, nesse caso o RNA é essencial para a
atividade enzimática e a proteína exerce um papel auxiliar, secundário.
A descoberta de que o RNA pode ter atividade enzimática teve grande
repercussão sobre as hipóteses quanto à origem da vida na Terra. É possível que a molécula
inicial das futuras células tenha sido um RNA capaz de auto-replicação. Esse RNA primordial
teria servido de molde (template) para o DNA, começando em seguida a síntese dirigida das
proteínas.
Pela técnica de hibridização se podem caracterizar as moléculas de ácidos
nucléicos.
Existem no citoplasma muitos RNAs diferentes, necessários para a síntese das
numerosas proteínas celulares. A caracterização dos RNAs mensageiros não é fácil. Uma
técnica que se tem mostrado muito útil para o seu estudo é a hibridização com DNA. A hélice
dupla de DNA é formada por duas cadeias unidas por pontes de hidrogênio que são forças
fracas. Essas duas cadeias podem ser separadas facilmente pelo aquecimento brando e podem
se recombinar pelo resfriamento lento. Mas as cadeias de DNA separadas podem combinar-se
com moléculas de RNA, processo muito seguro para caracterizar uma molécula de RNA, pois
ela se combina exclusivamente com o segmento de DNA do qual foi transcrita.
Os lipídios formam reservas nutritivas e têm papel estrutural nas membranas
celulares.
Os compostos de carbono extraídos de células e tecidos por solventes orgânicos
não-polares — como éter, clorofórmio e benzeno — são chamados lipídios. Em virtude de
serem definidos por sua solubilidade nesses solventes e não pela estrutura química, o grupo
dos lipídios compreende substâncias com moléculas muito diferentes.
De acordo com suas funções principais, os lipídios celulares podem ser divididos
em duas categorias: lipídios de reserva nutritiva e lipídios estruturais. Estes têm papel
relevante na manutenção da estrutura das membranas celulares.
As vitaminas A, E e K são lipídios dotados de importantes atividades fisiológicas.
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Substituição das hidroxilas da glicerina por ácidos graxos, para formar uma
molécula de triacilglicerol ou triglicerídeo (gordura neutra).
As células dos vegetais não possuem colesterol, que é então substituído por outros
esteróis, denominados coletivamente de fitoesteróis.
A presença de longas cadeias hidrofóbicas nos lipídios é de grande importância
biológica, pois são elas que possibilitam a interação hidrofóbica responsável pela associação
de lipídios para formar a bicamada lipídica das membranas celulares. A fixação das proteínas
integrais das membranas é devida à interação das porções hidrofóbicas das moléculas dessas
proteínas com os lipídios das membranas. A interação hidrofóbica também é importante no
transporte de lipídios no plasma. Por exemplo, os esteróides circulam presos a uma região
hidrofóbica da superfície da molécula de albumina, que é solúvel em água.
Os lipídios têm menor diversidade funcional do que as proteínas e polissacarídeos.
Têm principalmente função energética e estrutural. Sua atividade informacional é restrita a
alguns hormônios esteróides.
necessidade metabólica.
Polissacarídeos de reserva. Os polissacarídeos de reserva são o glicogênio, nas
células animais, e o amido, nas células das plantas; ambos são polímeros da D - glicose.
Glicogênio. O glicogênio ocorre no citoplasma das células animais sob a forma de
grânulos, com diâmetro de 15 a 30 nm, geralmente dispostos em aglomerados. Os grânulos de
glicogênio, além do polissacarídeo, contêm proteínas, como as enzimas responsáveis pela
síntese e despolimerização do glicogênio.
A D - glicose recebida em excesso pela célula é adicionada, por processo
enzimático, às extremidades da molécula de glicogênio. Nos momentos de necessidade,
também por atividade enzimática, libertam-se moléculas de D - glicose, que serão utilizadas
para os processos metabólicos da célula. Algumas células, como as do fígado, lançam glicose
no sangue, para manter estável a concentração desse açúcar no plasma sangüíneo, o que é de
grande importância para as funções dos diversos tecidos do corpo.
A molécula de glicogênio tem dimensões variáveis e é muito ramificada em todas
as direções do espaço.
Amido. Ao contrário da célula animal, que armazena glicogênio, a célula vegetal
tem amido como reserva energética. O amido é composto de dois tipos de moléculas: a
amilose, um polímero linear, e a amilopectina, um polímero ramificado, ambos constituídos
por unidades de glicose.
Polissacarídeos estruturais e informacionais. Além dos polissacarídeos de reserva
nutritiva (glicogênio e amido), as células sintetizam outros polissacarídeos que fazem parte da
superfície celular, onde participam do reconhecimento entre as células para constituir os
tecidos, da constituição dos receptores celulares e das ligações estruturais entre o citoplasma e
a matriz extracelular.
Combinados com proteínas, os polissacarídeos estruturais fazem parte do
glicocálice das células animais, da parede das células bacterianas e da parede das células das
plantas. A maioria dos polissacarídeos estruturais e informacionais são heteropolímeros.
Devido à sua complexidade, a estrutura de muitos deles não foi ainda elucidada. Eles
constituem as glicosaminoglicanas, que se ligam a proteínas para formar as proteoglicanas, e a
porção glicídica das glicoproteínas, cuja estrutura geral será explicada no Cap. 12. A Tabela
3.4 dá uma visão geral da diversidade funcional e estrutural dos principais componentes
macromoleculares das células. Os polissacarídeos têm funções energéticas, estruturais e
informacionais (glicocálice, hormônios glicoprotéicos).
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