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UFCD 16 - Fluxos de gestão financeira

Formador: Francisco Palma


Formanda: Luciene Carvalho

Como avaliar o risco de crédito de um cliente

Introdução

O que é o risco de crédito?

1- Definição do tipo de crédito


2- Como elaborar uma ficha de crédito
3- Métodos para avaliar o risco de crédito

Risco de crédito se refere a uma possível incapacidade de honrar seus


compromissos financeiros assumidos com os credores. Essa situação pode ser
causada por problemas financeiros oriundos de uma má administração ou
gestão, dificuldades com planos económicos, etc.

Existem vários tipos de créditos que são:

- Os créditos feitos pelas empresas comerciais, venda ao público, venda a


empresas;

- Os créditos feitos pelas instituições financeiras a particulares (crédito


habitação, crédito pessoal e outros). Créditos feitos as empresas (aquisição de
equipamentos, créditos para o funcionamento da empresa como a exploração,
créditos para investimentos quando surgem oportunidades e necessidades
etc.)

Para que seja possível a concessão de crédito a particulares é feita uma


avaliação, tendo como base uma ficha de crédito. Quando os clientes têm um
rendimento muito baixo são necessários fiadores, pois o risco é reduzido, se
estes tiverem um ou mais fiadores ou alguma garantia, talvez algum bem que
esteja em nome destes.

No caso das empresas, tendo em consideração que normalmente os


montantes dos créditos são superior, para se conceder crédito as mesmas é
feito uma análise muito mais profunda, também é feito uma ficha de crédito,
onde deve conter o historial financeiro da empresa em causa, com a finalidade
de se obter informação sobre a capacidade financeira da empresa em cumprir
os compromissos nas datas acordadas.

A elaboração da ficha de crédito: consiste na recolha de informações


sobre o cliente que vai mostrar ou avaliar o grau de risco da mesma, para isso
é feito nessa ficha, uma classificação e avaliação com base nos seguintes
parâmetros:

Carácter do cliente: Para se obter informações sobre o seu carácter é de


ajuda fazer um levantamento de financiamentos feitos no passado, se pagou,
se foi pontual, pois é um factor importante sobre o seu carácter. Estas
informações são obtidas com recurso a registos bancários, etc. Isto não
significa que quando há situações de incumprimento ou falta de pagamentos
seja sempre por falta de carácter.

Capacidade de gestão: Outro factor importante a constar na ficha de crédito é


a capacidade que o cliente tem para gerir sua empresa, se a empresa não
gerar lucros não conseguirá cumprir os seus compromissos. Deve ter em conta
também a competitividade do negócio e outros aspectos técnicos.

Valor do património: Consta também como informação na ficha de crédito o


seu património que esteja disponível para saldar as suas obrigações
(disponibilidades), é levado em conta também a origem dos recursos
disponíveis do mesmo, também o valor do capital social é um critério
importante de avaliação.

Garantias de crédito: São avaliados regularmente bens que são apresentados


como garantia, estes bens tem que representar valores iguais ou superiores
aos valores emprestados, se houver um caso de insolvência este seja utilizado
para pagar o crédito em causa. São levados em conta a liquidez, a
depreciabilidade do bem, assim como outros factores envolventes.

Envolvente contextual: São factores económicos e sectoriais externos.

Métodos para avaliar o risco de crédito:


A análise da ficha de crédito é o método mais simples de avaliar o risco de
crédito.

É atribuído valores aos parâmetros já considerados e aos factores que cada


um destes inclui. É emitido um valor subjectivo “positivo” ou “negativo”. No final
para ser favorável o parecer para a concessão de crédito é preciso que o
número de factores com classificações positivas deve ser superiores ao dos
negativos.

Ao analisar os factores que envolvem o carácter, assim como a capacidade de


gestão, a análise é feita através de equações, como:

Risco de crédito = Carácter do cliente + Capacidade de gestão + Valor do


património + Garantias de crédito + Envolvente contextual

Carácter do cliente = Pontualidade no pagamento das dívidas + Factores


restritivos (informações negativas dadas por um banco de quem é cliente, por
exemplo) + Identificação (idade, estado civil, fontes de rendimento, se vive em
casa própria, há quanto tempo mudou de residência, se tem emprego fixo, etc.)

Capacidade de gestão = Análise das demonstrações financeiras + Cálculo dos


rácios de liquidez, de solvabilidade e de rendibilidade (ver glossário)

Valor do património = Comprovação do valor das existências em armazém (no


caso de ser uma empresa) ou comprovação do valor patrimonial dos bens (se
for um particular) + Valor de mercado (só se o cliente for uma empresa; é o
valor a que o capital da empresa seria vendido em determinado momento)

Garantias de crédito = Liquidez (capacidade de o cliente pagar as suas dívidas)


+ Valor de mercado (quando o cliente é uma empresa) + Correcta formalização
do contrato (as cláusulas do contrato podem exigir determinadas garantias de
pagamento das dívidas, por exemplo, a existência de um fiador ou avalista)

Envolvente contextual = É uma análise puramente qualitativa das condições do


mercado que a empresa não pode controlar, mas que influenciam o risco de
crédito.

Método do credit scoring

Este método de análise é utilizado para a avaliação da qualidade de crédito de


clientes. Pondera-se vários factores - idade, profissão, renda, actividade
profissional, património, tipo de residência, etc. - classificando os clientes em
duas categorias:

Bons pagadores - os que, potencialmente, têm condições para honrar as


obrigações o empréstimo obtido.

Maus pagadores - os que, potencialmente, não reúnem as condições para


cumprir as obrigações do crédito.

Esta análise é utilizada mais frequentemente para a avaliação de crédito de


compradores de bens duráveis, clientes de crédito pessoal e para atribuir limite
de crédito aos clientes.
Método do risk rating

É um método que avalia uma série de factores, atribui um valor a cada um


deles e, posteriormente, um valor final ao conjunto destes factores analisados.
No com o total de valores é atribuído uma classificação para o risco, que
determina o valor (risco de crédito) que a instituição financeira dará ao tomador
do crédito.

Podem ser utilizadas escalas de 1 a 10, de 1 a 4, de A a E, combinações de


letras e números, etc. O sistema deve ser eficiente e permitira prever quais
seriam os créditos com maior probabilidade de incumprimento.

A grande vantagem deste tipo de análise é de que dá acesso às decisões de


crédito por pessoas que não sejam especialistas na matéria da avaliação de
riscos e créditos.

Como elaborar uma proposta de crédito


Após todas as análises de risco e a emissão de um parecer favorável em
relação à concessão de crédito, é elaborada uma proposta de crédito que
inclui:

A definição da forma como a operação foi realizada;

O nome de quem autorizou a operação;

Os dados pessoais do tomador do crédito e do avalista (caso exista);

A descrição da operação: valor, prazo, forma de pagamento, garantias, etc.;

As conclusões das análises realizadas, nomeadamente a descrição dos


resultados das pesquisas realizadas para a emissão do parecer.

A proposta de crédito deverá ser elaborada tendo sempre em conta a política


de crédito, que norteia as tomadas de decisão em relação ao crédito. Deve
estar definido o tipo de crédito que a empresa vai conceder aos seus clientes
bem como os resultados que vai alcançar com estas operações.

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