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A arte no Egito

Egito desenvolveu uma das principais civilizações da


Antiguidade e nos deixou uma produção cultural
riquíssima. Temos informações detalhadas sobre
essa cultura graças à sua escrita bem estruturada.
A Pedra de Roseta é um
bloco de granito negro
que proporcionou aos
cientistas um mesmo
texto escrito em egípcio,
grego e em hieróglifos
egípcios.

Como o grego era uma


língua bem conhecida, a
pedra serviu de chave
para a decifração dos
hieróglifos por Jean-
François Champollion,
em 1822, e por Thomas
Young em 1823.
O aspecto cultural mais
significativo do Egito antigo era
a religião, que tudo orientava.
Acreditava-se em vários
deuses e na vida após a morte,
mais importante que a vida
terrena. A felicidade e a
garantia da vida depois da
morte dependiam dos rituais
religiosos. A arte, como não
poderia deixar de ser, refletia
essa visão religiosa, que
aparece representada em
túmulos, esculturas, vasos e
outros objetos deixados junto
aos mortos.
Anúbis era Deus dos mortos e das necrópoles (cidades dos mortos), tinha ligações com
os processos de mumificação. Dizem que foi a primeira múmia do Egito e foi daí que
surgiu o modelo que foi usado posteriormente nas múmias. Era representado tanto
como um homem com cabeça de chacal ou como um chacal de fato. Essa associação
com o chacal ocorre, pois os chacais eram animais comuns na áreas das necrópoles.
AS DIVISÕES DA HISTÓRIA EGíPCIA
NA ANTIGUIDADE

Duração Período

Por volta de
3200 a 2200a.c. Antigo Império

Por volta de
2000 a 1750 a.c. Médio Império

Por volta de
1580 a 1085 a.c. Novo Império
Pedra da União ou Paleta de Nârmer
o mais antigo documento egípcio é esse pedaço de estela - bloco de pedra - com
desenhos nas duas faces. Numa delas, o faraó Nârmer é representado com a
coroa do Alto Egito; na outra, ele aparece com a coroa do Baixo Egito: isso
simboliza a unificação das duas nações. Como a pedra foi datada de
aproximadamente 3200 a.c., estabeleceu-se que a história do Egito unificado teve
início nessa época.

Visão frontal e visão posterior da Paleta de Nârmer


A arquitetura

Como conseqüência da intensa religiosidade, a arquitetura egípcia apresenta


grandiosas construções mortuárias, que abrigavam os restos mortais dos
faraós, além de belos templos dedicados às divindades. São exemplo dessas
construções as pirâmides de Gizé, erguidas durante o Antigo.
Construída em 1989 pelo arquiteto chinês leoh Ming Pei, a pedido do então presidente
francês François Mitterrand, a Pirâmide do Louvre situa-se na entrada do Museu do
Louvre, em Paris. Tem 22 metros de altura e foi feita em metal e vidro.

Na época, muitos franceses manifestaram desagrado em relação à obra, mas hoje ela
faz parte do patrimônio cultural da França.Com o museu ao fundo, parece travar um
interessante diálogo entre passado,presente e futuro, reforçado por seu aspecto
futurista, que ao mesmo tempo remete ao Egito antigo.
As pirâmides são as
obras arquitetônicas
mais conhecidas até
hoje, mas foi no Novo
Império que o Egito
viveu o auge de seu
poder e de sua cultura.

Os faraós desse período


ergueram grandes
construções, como os
templos de KarnaK e
Luxor, dedicados ao
deus Amon.
Templo de Karnak
Templo de Karnak
Detalhe da alameda de esfinges em uma das entradas do templo de Karnak
A impressionante sala das colunas.
Colunas do Templo de Luxor.
Um novo tipo de coluna
O aspecto artístico mais importante desses templos são as colunas
decoradas com motivos da natureza, como a flor de papiro e a flor
de lótus. As colunas construídas até então eram mais simples: não
tinham base, o tronco era composto por sulcos e o capitel era pouco
trabalhado. Assemelhavam-se às colunas gregas de estilo dórico,
como veremos na nossa próxima aula.

Capitel: Em arquitetura, a parte superior, em geral decorada, que arremata uma coluna.
Templo de Luxor.
Durante o reinado de Ramsés 11, no século XIII a.c., a principal preocupação do Egito
era a expansão de seu poder político. Toda a arte desse período era usada como forma
de demonstrar poder.

O templo de Abu-Simbel e o pequeno templo de Abu-Simbel eram dedicados à deusa


Hator, que representava o amor e a beleza. Neles, a arte demonstra o poder político do
faraó Ramsés 11, com estátuas gigantescas e imensas colunas comemorativas de suas
conquistas. Nessa época, os hieróglifos começaram a ser esculpidos nas fachadas e
colunas dos templos, com o fim de deixar gravados para a posteridade os feitos de
Ramsés 11,e tornaram-se elemento de decoração da arquitetura.

Hieróglifos - Nome dado aos caracteres da escrita dos antigos egípcios.


Pequeno templo de Abu Simbel (séc. XIIIa.C).- O templo de Nerfertari.
Vendo Abu Simbel (séc. XIIIa.C).se entende a expressão “construção faraônica”. Ele é
sem dúvida monumental em sua beleza e também seus detalhes minuciosamente
planejados pelo faraó Ramses II.
A pintura
Os pintores egípcios estabeleceram várias regras que foram
seguidas durante muito tempo, ao longo do Antigo Império.
Entre elas, a regra da frontalidade chama a atenção pela
freqüência com que aparece na imagem abaixo.
A regra da frontalidade
Segundo essa regra, o tronco e um dos olhos do retratado deviam
ser desenhados de frente para o observador, enquanto a cabeça,
os pés e as pernas deviam ser desenhados de perfil.
Provavelmente os artistas da época achavam difícil desenhar uma
pessoa com pernas e pés virados para a frente. A regra
determinava também que o desenho e a pintura deviam mostrar
tudo o que havia de mais característico nos seres retratados, pois o
observador tinha de entender facilmente as imagens.
Recursos que os egípcios não usavam

Observe nesse papiro funerário que as figuras humanas e os animais


estão de perfil. As águas do rio, porém, parecem ser vistas de cima, e as
folhas das árvores, de frente. Note como não existe preocupação com a
proporção entre as pessoas, os animais, as árvores e o rio, e que esses
elementos não estão em perspectiva. Ainda assim, podemos
compreender perfeitamente a cena.
Aspectos técnicos como perspectiva*, proporção**
entre as figuras e ponto de vista do autor da obra ainda
não preocupavam os pintores egípcios. Tudo era
mostrado como se estivesse de frente para o
observador. A rigidez dessas regras só seria quebrada
no reinado de Amenófis IV, no Novo Império. Ele
transferiu a capital de Tebas para Amarna e pôs fim à
religião politeísta***, impondo ao povo uma religião
monoteísta, cujo único deus era Aton, o deus Sol, e
adotando o nome de Akhnaton em homenagem a ele.
Akhnaton encomendou pinturas e relevos em que ele, o
faraó, não era visto em posturas solenes e austeras
como seus antecessores
* Técnica de representação de um objeto sobre um plano de modo a dar ao observador noção de espessura
e profundidade.
** Relação de tamanho entre as partes de um todo que causa no observador uma sensação de harmonia e
equilíbrio.
*** Relativa à crença em vários deuses.
Nesse relevo com trabalho em pintura, o faraó Akhnaton quis ser
representado em uma cena doméstica com os filhos e a esposa, a rainha
Nefertiti.
O grupo aparece sob a proteção do deus Aton, representado por um disco
solar de onde se desprendem raios portadores de bênçãos para a familia
real.
Akhenaton et Néfertiti em companhia dos seus filhos, com a proteção do Deus do sol
Aton ; Museu do Cairo, Egito.
Após a morte de Akhnaton, a
tendência para a informalidade nas
representações artísticas. Perdurou
em algumas obras do início do
reinado de Tutancâmon, seu filho e
sucessor.
Quando Tebas voltou a ser a capital
do Egito e o politeísmo foi
restaurado,muitos artistas voltaram
a representar os governantes em
posturas formais.
O faraó Tutancâmon

Nessa cena, que é um


detalhe do trono de
Tutancâmon, o faraó está
sentado de modo informal, e
a rainha toca-lhe o ombro
com certa intimidade.
Sobre as figuras esculpidas
no trono, os artistas fizeram
pinturas e aplicação de
folhas de ouro e de prata. A
peça é parte do imenso
tesouro encontrado em seu
túmulo, em 1922, pelo
pesquisador inglês Howard
Carter.

Detalhe do espaldar do trono de Tutancâmon. Museu Egípcio do Cairo.


A Escultura
A escultura é a mais bela manifestação da arte
Egípcia no Antigo Império. Apesar das muitas regras
existentes para esse tipo de arte, os escultores
criaram figuras bastante expressivas. Os egípcios
acreditavam que, além de preservar o corpo dos
mortos com a mumificação*, era importante
encomendar a um artista uma escultura que
reproduzisse seus traços físicos. Essa concepção da
escultura não era aplicada apenas às obras que
representavam mortos. Para os egípcios, todas as
esculturas deveriam revelar as características do
retratado, como a fisionomia, os traços raciais e a
condição social.
* Técnica de conservação do corpo dos mortos por meio de desidratação dos tecidos, aplicação de
bálsamos e enfaixamento com tecidos de linho.
Escriba sentado

Essa obra é um bom


exemplo da importância
atribuída pelos egípcios à
escultura. Nela, o escriba
aparece no exercício de sua
profissão: escrever.

Escriba sentado ( 2500 a.C.), encontrado em sepulcro da necrópole de Sacará.


Museu do Louvre, Paris.
Museu Egípcio - Sala de esculturas.
Museu Egípcio - Sala de esculturas.
Museu Egípcio - Sala de esculturas.
Museu Egípcio - Sala de esculturas.

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