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Diciontrio lnternacional de Escalas por Maestro Roberto de Barros aeyboard ANO 2.006 COPYRIGHT by Roberto Barros JUNDIAI-SP CEP 13201-970 Site: www.keyboard.art.br Dicionirio Internacional de Escalas Nenhuma parte deste livro poderé ser reproduzida ou transmitida s¢jam quais forem os meios: eletrOnico, fotogréfico, gravagtio ou quaisquer outros sem a permissdo explicita por escrito do autor. Maestro Roberto de Barros Barros, Roberto de. Diciondrio Internacional de Escalas. Jundiai, S30 Paulo: Keyboard Editora Musical Ltda. 2.006, p.61 Didético/Pedagogico ISBN n°: 85-86981-27-3 Copyright © 2.006 by Keyboard Editora Musical Ltda, _ Todos os direitos reservados _ R. Rangel Pestana 1044 - Jundiai - SP - CEP: 13201-000 Enmail: editkey@terra.com.br Editoraco Heloisa Carolina Godoy Fagundes Marcelo Dantas Fagundes Capa Plano 1 Revis§o musical Mareelo Dantas Fagundes Editado e Impresso por Keyboard Editora Musical Lida. Registro na Fundagdo BIBLIOTECA NACIONAL MINISTERIO daCULTURA ESCRITORIOS de DIREITOS AUTORAIS N°: 85-86981-27-3 Autor: Roberto de Barros Titulo da Obra: Dicionario Internacional de Escalas Caro estudante de Masica: Este livro foi propositalmente encadernado com espiral visando seu manuseio em suportes especificos para o estudo da miisica e/ou para os suportes existentes em instrumentos musicais como o piano ou 0 teclado, evitando assim, 0 inconveniente que os livros em brochura apresentam, como por exemplo, o fechar de suas péginas durante 0 seu estudo. Maestro Beto Barros 2 Sobre o Autor Roberto Antonio de Barros, conhecido como Beto Barros, é maestro, professor, instrumentista, arranjador, compositor e produtor cultural. Iniciowacarreira coma Sinfénica Juvenil do Estado de Sao Paulo, tendo participado também da Orquestra Sinfénica do Maestro Kanievisky. Tocou com grandes nomes do cendrio nacional eintemacional, destacando: Raul de Souza, Wilson Simonal, Carlos Malta, Teco Cardoso, Hermeto Pascoal, Hector Costita, Bocato, Marcio Montarroyos, David Richards, Zé Rodrix , Jonny Alf, Ray Conniff e muitos outros. Participou de eventos na Europa, América Latina e Estados Unidos, tocou e excurcionou com os musicais da Broadway: Godspell, Jesus Cristo Superstar e Hair. Trabalhou com varios grupos de ballet profissional tais como: Cleide Morgan , Ruth Rachou e Ivaldo Bertazzo. Compés e dirigiu trihas sonoras para o cinema: Maldita Coinscidéncia ea Segunda Besta, de Sérgio Bianchi, a Voz de Deus ea“A Ordem” de Luis Alberto Pereira, esta titima, uma cencomenda paraa televisdo Alem, sobre a Guerra de Canudos. Ainda como compositor, realizou trithas para cursos e documentdrios, atuou na gravagdio de jingles, discos, trabalhando também. com trilhas para as novelas da Rede Globo de Televisio. Foi instrutor de harmonia funcional e improvisagao na Band da Policia Militar do Estado de Sao Paulo. Contratado pela Secretaria de Cultura do Estado de Sao Paulo, ministrou curso especial para a banda musical Aquilino Jarbas de Carvalho. Crioua Big Band da Universidade Livre de Masica, da qual foi regente por cinco anos consecutivos. Foi diretor artistico da Musicando Produgdes Artisticas e Culturais, diretor da Fair Play Produgées diretor musical do Tramp, realizando intimeros eventos, tendo também atuando como pianista. Foi diretor musical e regente da Big Band do Espago Cultural Vida e Paz. Participou como professor e regente da Big Band do Primeiro Festival de Instrumentos de Sopro Percussio de Guarulhos. ‘Atuou como supervisor musical da Gravadora Betel Music. Foi orientador geral ¢ regente da Big Band do Parque Veredas, regente da Big Band do Vila Curuga; das unidades dos Centros Educacionais Unificados (CEUS) pertencentes Prefeitura do Estado de Sao Paulo. Participou de intimeros grupos musicais. Criou o Espago Cultural Weril, onde no decorrer de trés anos, realizou mais de cento e vinte workshops e master classes, com miisicos e professores exponenciais do cendrio brasileiro e intemacional. “Atualmente est compondo uma nova trilha para cinema encomendada pela Master Shot Produgdes Cinematogrificas Ltda. f produtor e supervisor musical do projeto Werill ensina. ‘Apresenta-se com a Beto Barros Big Band, a qual est langando seu recente CD de jazz instrumental. E professor de piano, analise musical, harmonia funcional, improvisagao, trompete, canto, orquestra¢ao, arranjos e etc., em varias escolas e cursos. Tem atuado em workshops ¢ oficinas pelo Estado de Sao Paulo a convite da Secretaria de Cultura do Estado de Sio Paulo, ¢ também como jurado, palestrante ce regente, junto a Confederagao Nacional de Bandas e Fanfarras. Também é consultor técnico do projeto de bandas ¢ fanfarras da Secretaria de Esportes e Turismo do Estado de Sao Paulo. Dirige também sua empresa, a Beto Barros Produgées Artisticas, Culturais e Eventos. Apresenta-se como pianista no clube de jazz Opus 2004, e por fim, escreve matérias técnicas-musicais para a Revista Weril. Home Page: www.betobarros.hpg.com.br e-mails: maestrobetobarros@keyboard.art.br robertobarrosl@terra.com.br Diciondrio Internacional de Escalas 3 Aos Madsicos Mais uma vez.a Weril Instrumentos Musicais se une Keyboard Editora Musical para colocarao alcance dos miisicos um trabalho que tem por objetivo, oferecer novos horizontes¢ enriquecer ainda mais adiversidade de contetido editorial voltado ao ensino e qualificagéio musical. Indispensdvel para a produgao de qualquer miisica e responsdvel por determinar a tonalidade de uma composigao, as escalas representam o alicerce paraa elaboragdio de obras musicais dos mais variados géneros. Sao elas as responsiveis por fazerem miisicos e bandas do mundo todo brilharem, e agora estio aqui, reunidas no Diciondrio Internacional de Escalas, claborado pelo maestro Beto Barros, que reuniu uma abrangente colegdo de escalas musicais procedentes de varios povos do mundo. ‘Voltado para estudantes, professores, pesquisadores, compositorese produtores musicais, © Diciondrio Internacional de Escalas possui uma linguagem simples ¢ objetiva, desvenda temas complexos, como 0 Dodecafonismo, e apresenta assuntos curiosos que vaio desde informagées para fazer uma miisica hiingara, por exemplo, até como afinar os diferenciados instrumentos indianos. O Diciondrio Internacional de Escalas é , definitivamente, uma fonte de informaga sobre os pilares mais importantes para a criagao de um dos maiores espetiiculos produzidos pelo homem: a misica, Desejo a todos uma 6tima leitura e aprendizado, Nelson Eduardo Weingrill Diretor Superintendente da Weril Instrumentos Musicais. Maestro Beto Barros 4 Ao _ estudante ‘Novamente numa parceria bem sucedida entre a Keyboard Editora Musical ea Weril Instrumentos Musicais, estamos langando este excelente livro entitulado “Diciondrio Internacional de Escalas” criado pelo Maestro Beto Barros, visando o mesmo sucesso que faz.a Colegio DA CAPO, brilhantemente escrita pelo Maestro Joel Luis Barbosa, colegdo esta que mudou o cendirio da Pedagogia Musical no Brasil, sendo utilizada pelas principais escolas de musica do pais. Com isso, nao tenho diividas que este novo langamento também ter o mesmo sucesso. Com uma linguagem dindmica e de facil compreengo, o autor Ihe apresentara todos os, modos e escalas do mundo. Uma colegio particular escrita durante 20 anos pelo Maestro Beto Barros, agora est em suas mos, ajudando-o a entender as diferengas musicais existentes em cada regio, paise culturas milenares. Espero que este novo titulo o ajude a resolver aquelas pequenas dificuldades encontradas durante o aprendizado musical, lhe proporcionando uma leitura muito prazerosa. E lembre-se: estaremos sempre buscando novos titulos que o ajudardio a se tornar um miisico profissional com uma carreira brithante, Visite sempre o site da Weril (www.weril.com.br) ¢ também o site da Keyboard Editora Musical (www-keyboard.art.br) para conhecer as novidades do mundo da miisica, Desejo-the uma excelente leitura, Maestro Marcelo Dantas Fagundes o editor Dicionario Internacional de Escalas 5 Sumario Introdug3o Como utilizar este livro ... 08 Escalas Gregas Escalas de varias partes do mundo . Chimes.. Modos Arabes.... Escalas Indianas.. Escalas Serlais e Dodecafénicas .. Apéndice 1 Escalas Simétrica: Escalas Diminutas . Apéndice 2... _ Improvisagio Musical Efeitos Instrumentais na Improvisacio .. Referéncias Bibliografica: Maestro Beto Barros 6 Introducgo Os diferentes povos e suas respectivas tradigdes usam escalas musicais completamente diferentes umas das outras. A misica clissica ocidental usa, primordialmente, as escalas maiores e menores do sistema tonal. Porém, existem outras tradigSes que utilizam outras escalas, tais como: as pentatonicas, (uma das mais antigas escalas do mundo, amplamente usada, que atende sentimentos diferenciados de varias partes do mundo), as escalas medievais, os modas gregos, as escalas exéticas, as simétricas, as alteradas, as escalas de blues e tantas outras. Venho colecionando e utilizando estas escalas hd varios anos, algumas tirei dos renomados livros que constam da bibliografia deste dicionaio, outras mais ‘comuns, so largamente conhecidas portodos. Algumas outras, transcrevi de amigos e misicos estrangeiros que conheci aqui e em viagens que fiz pela Europae Estados Unidos. Bem, um dicionério de escalas, logicamente nfo poderia deixar de abordaro aspecto da melodia e do canto. A melodia ¢ uma sucesso de notas dentro de um ritmo estabelecido, e que apresenta sempre o aspecto mais memoravel da musica, Normalmente, comega com um pequeno fragmento, que viraum membro da frase, que se tora uma frase, evolui para um perfodo e se transforma num tema. Este tema temas vezes, uma configuracdo to peculiar, com notas tio bem escolhidas e tao bem desenhadas, que se torna uma “coisa viva”, uma melodia de rara beleza, conhecida, amada, tocada por todos ¢ assobiada em toda parte do mundo. Que caracteristicas so essas? Logicamente estas caracteristicas esto associadas a criatividade do compositor, da utilizago de uma harmonia apropriada, com a progressio harménica ideal, mas muito mais que tudo: ao “sabor” ¢ ao sentimento proprio da escala empregada. Pois bem, eu evitei tecer especificas consideragdes sobre cada escala, para nao tomar 0 livro muito prolixo, e assim, ficar mais como um livro de referéncia para consulta, como convém aum diciondrio, Finalizando, gostaria de salientar que este diciondtio foi pensado para ser um guia nfo sb de escalas para improvisagdo (*), mas também para a composigao de um modo geral, jingles, trilhas para cinema, teatro, novelas ¢ para estudos melédicos, sobre as caracteristicas dos povos do mundo inteiro, Caso isto seja atingido, dar-me-ci por satisfeito. Maestro Roberto de Barros (*) Veja no Apéndice 2 as matérias especificas sobre Improvisacao, Diciondrio Iniernaclonal de Escalas 7 Como utilizar este livro Este livro foi concebido de maneira a facilitar seu uso, todos os Modos ¢ Escalas serdo apresentados como os escritos abaixo, Clave de Sol e Fa, Sistema de Cifragem Internacional, com as letras do alfabeto e ainda a marcago das distncias entre as notas consecutivas em Tom e Semitom. Clave de Sol Cifras Internacionalmente usadas Organizacéo dos Tons e Semitons TS = Fm, ou seja, intervalo de terca menor. ‘Maestro Beto Barros 8 Escalas_Greqa Apresentaremos as ESCALAS GREGAS sempre na tonalidade de Dé Maior. Fica muito simples montar estas escalas para as outras tonalidades, basta seguira mesma organizaggio de Tons eSemitons. DO JONIO (Escala Diaténica Maior)+ eo c Dd t t 6 t t t 6 * Esta é a escala representante das tonalidades maiores do Sistema Tonal. DO DORICO Se c Dd DO FRIGIO eo c Db s t t t 6 t t Dicionério Internacional de Escalas ° DO LibIo DO AEOLEO (Ethiopian Scale)» = c dD & ¥F G Ab t s t t & * Esta éa Escala Relativa Antiga do Modo Maior. Maestro Beto Barros Bb c 2 pO LOCRIO Se Cc Db &b F Gb Ab DO MENOR NATURAL (Relativa Menor) Se ¢ dD & 1 S&S + tT & T TF * A Escala Menor Natural ¢ igual ao Modo Aeéleo. DO MELODICA MENOR eS ¢ D Diciondrio Internacional de Escatas u DO MENOR HARMONICA: Se c D b F G Ab 8B t s t t 6 TS 6 * Estaéaescala representante das tonalidades menores do Sistema Tonal. DO MENOR PENTATONICA (Oriental) = c &b DO PENTATONICA IN- SEN Se ¢c Db Maestro Beto Barros c eo yyy vv vv dv YY YP eH dv dd popeyovoe DO MAIOR PENTATONICA: eo ¢€ t t st t tS * Existem muitos outros tipos de Pentaténicas, no entanto, as expostas acima sio suficientes para o escopo deste livro. DO PENTATONICA ALTERADA = c Db DO “BLUE NOTE” (Menor) = Cc &b Dicionério Internacional de Escalas 13 DO “BLUE NOTE” (Maior) DO BLUE NOTE EXPANDIDA = c pe t F Fe G A Bb BY C e T5656 & 5 5S TEE S DO CROMATICO ASCENDENTE oe te c "Ce D'De © F Ft G Ge A At BC 2 6 §&5 555 55 SS SSE Maestro Beto Barros DO CROMATICO DESCENDENTE eS ¢ B Bb A Ab G Gb F & &b D DC 2 §SS5 55 & 55 5&5 SS ©DO TONS INTEIROS OU HEXAGONAL: * Esta é uma scala de cardter Impressionista; muito usada por Claude Debussy. DO DIMINUTA « es c Dp & F © Vide Apéndice. Dicionério Internacional de Escalas 1s DO “DOM-DIM” (Dominante Diminata)s Se ¢ Db &b EH s Tt s fT s Tt s Tt * Observe que esta é uma Escala Diminuta com fungo de Dominante Alterada. DO OVERTONE (Lidio, Mixifidio ou Mixolidio 4+) ‘Maestro Beto Barros DO BEBOP MENOR & ¥F G DO BEBOP MEIO DIMINUTA = C Db &b F Gb Gh Ab Dicionério Internacional de Escalas Bb ¢ 2 DO LIDIO AUMENTADA ‘Maestro Beto Barros DO LOCRIO #2 eS € D & F Diciondrio Imernacional de Escalas DO MAIOR LOCRIO OCTATONIC SCALE (*) DRONE e C Db Gb Ch Fe G A Bb C e s Tt Ss t s t s Tf Acima temos uma escala de origem africana com 8 notas dentro da oitava. Fazendo-se uma conta aproximada, nés teriamos 12 verses dentro da escala cromatica de 12 notas, encontrando 144 possibilidades desta escala, sea multiplicarmos por 12 tons, teriamos 1.727 possibilidades. JONIO 2 # eo c De € TS s & t t Tt 6 (*) Veja o conceito de DRONE no capitulo Escalas Indianas. Maestro Beto Barros 20 Escalas_de varias partes do Mundo DO ORIENTAL 1 Se c¢ Db DO ORIENTAL 2 eo Cc Db 4 DO NAPOLITANO MENOR Diciondrio Internacional de Escalas a DO NAPOLITANO MAIOR Se c Db DO HONGARO MENOR Se cc bD €& Fe G Ab ‘Maestro Beto Barros DO HONGARO MAIOR eS c De € Fe - DO BALINES (Balinese) Se Cc Db eb DO BIZANTINO Diciondrlo Imernacional de Escalas 2 DO CHINES = Pentaténica Maior = € DO JAPONES 1 eS c Db DO JAPONES 2 eS c Maestro Beto Barros sts sts 4 vO JUDE DO MOHAMEDE (Mobammedem) Se c D ee DO CIGANO Se Cc Db € ¥F G Diciondrio Internacional de Escalas as DO HINDO DO HONGARO CIGANO eS Cc D Gb Fe G Ab DO HAWAY (Havai - Hawaian Scale) Se ¢ c 2 t 6 tt t tS ‘Maestro Beto Barros 26 revo yoy Povey yoy vv vo by dv vv YD DO JAVANES oe ¢c Db Ob DO PERSICO Se ¢c Db € F DO ESPANHOL Se ¢ Db € ¥ G Ab Diciondrio Internacional de Escalas n Chimes ee Nesta segdo, vamos abordar algumas escalas exéticas que saio usadas nos 5 tipos diferentes de CHIMES (médulos tubulares que ficam pendurados e tocam entre sicom a ago do vento). S40 eles: soprano, mezzo-soprano, alto, tenor e baixo. Elas podem ser usadas conjuntamente, criando um ‘maravilhoso efeito de carater magico, AGUAVIAN Esta escala reflete a tranquilidade ¢ charme do Lago Alpine e combina muito bem coma ESCALA MONGOLIAN. * Soprano Mezzo Soprano Alto Tenor Baixo = 7 BALINESE Esta escala recria a estirpe, o cariter magico e calmo dos montes da Indonésia, Combina muito bem com as ESCALAS CHINESE e JAPANESE. Soprano Mezzo Soprano Alto Tenor Baixo = ‘Maestro Beto Barros 28 CHINESE = inversio da Pentaténica Esta escala ¢ uma inverstio da PENTATONICA e uma das mais leves. Apresenta um isto de felicidade e muita dogura. Combina muito bem coma ESCALA JAPANESE ¢ BALINESE. Soprano Mezzo Soprano Alto. Tenor Baixo S e - GYPSY (Cigana) Esta velha escala Cigana é amplamente usada no norte da Africae na regio Baltica. I. bastante exotica ¢ apresenta também um cardter um tanto vago. Soprano Mezzo Soprano Alto Tenor Baixo ~ s ~ Dicionério Internacional de Escalas » HAWAIIAN / POLYNESIAN A escala Havaiana apresenta um sabor da Polinésia e a refrescante brisa das ilhas tropicais. Combina muito bem com as ESCALAS PENTATONICAS MAIOR e MENOR, criando um efeito multi-cultural. Soprano Mezzo Soprano Alto Tenor Baixo JAPANESE Os sons da escala Japonesa so, a0 mesmo tempo, profundos, verdadeiros e provocativos. ‘Combina bem com as ESCALAS CHINESE e BALINESE. Soprano Mezzo Soprano Alto Tenor Baixo ‘Maestro Beto Barros 30 MONGOLIAN Aescala Mongolian é uma versio mais viva da CHINESE. Remonta aos sinos dos templos ¢ igrejas. Harmoniza muito bem coma ESCALA AGUAVIAN. a Soprano Mezzo Soprano Alto Tenor Baixo QUARTAL SCALE Acescala Quartal é baseada em intervalos de quartas ¢ quintas. E suave eserena, sonoridade que conquistouo gosto dos compositores americanos, notadamente Aaron Copland e Paul Hindemith, no inicio do século XX. eee Soprano Mezzo Soprano Alto Tenor Baixo = a 7 Dicionério Internacional de Escalas au WHOLE TONG Claude Debussy, inspirado pela misica Balinesa na exposigdo de Paris, comegoua ‘compor com esta escala, de cardter atonal. Foi usada na sua pega La Mer e mais tarde na tele trilha sonora de Star Trek e em varias seqtiéncias em que so mostradas cenas debaixo d"égua. Soprano Mezzo Soprano Alto Tenor Baixo GREECE AESCALA PENTATONICA MAIOR é uma das escalas mais antigas do mundo e Jargamente utilizada. Aqui, ela aparece numa inversdo que data da Grécia Antiga, Combina bem com a ESCALAHAVAIANA. Soprano Mezzo Soprano Alto Tenor Baixo ‘Maestro Beto Barros 2 Soy yy vv Vv VP VY Vv Pv PVH VD Modos_Arabes MODO USHAK = modo grego Mixolidio MODO ABUSELIK Se c Db ob Fe Ge Ae ¢ eo Dicionério Internacional de Escalas 3 MODO RASD MODO IRAK = Cc Db MODO ISAPHAN es c Db € F G Ab Maestro Beto Barros Yovy vv vo vo voy vv Vv Pd HY MODO ZIREFREND Diciondrio Internacional de Escalas 38 MODO RHAQUI MODO L'SAIN = modo grego Lécrio Se Cc Db &b MODO HIDSHAF eo c Db &b Fe ‘Maestro Beto Barros Masica Cl§ssica Indiana _ Afinac3o e Ragas _ A misica da india tem uma sonoridade bastante exética para a maioria do publico ocidental. As duas maiores razes para esta diferenga situam-se entre duas tradigdes: a AFINACAO e as ESCALAS. O que se segue, é uma introdugdo basica 4 estas diferencas para aqueles que jé tém um conhecimento basico de Teoria Musical, porém, nenhum conhecimento sobre a tradigdo da miisica indiana, Os termos usados aqui so da tradigifo do norte da india (Hindustani). No sul da india atradigdo (Kamatic) usa alguns termos diferentes, mas a idéia fundamental éa mesma. Namisica indiana, a citara, tabla c tambura so essenciais. Sem esses trés instrumentos, no hé estrutura tradicional para a mesma. ‘A principio, toda a misica indiana ¢ de fundo religioso, o objetivo basico é integrar o ambiente ¢ 0 divino de diversas formas, tendo horarios e motivos especiais para cada obra e obtendo através da miisica, forga, paz e amor universal. SARASWATI: Deusa da sabedoria na mitologia indiana, é normalmente apresentada tocando a vina (uma pequena lira). Ela ¢a mae de todos os instrumentos de corda. KRISHNA: Uma reencamago de VISHNU, um flautista que ao tocar, chama parao lar verdadeiro, as almas errantes do mundo de Maia - o mundo materialista, considerado o mundo da ilusdo (aparéncia). BAJAS, RAGAS E MANTRAS: Sao as trés modalidades de misica tradicional indiana. MANTRA 6 ocanto religioso, RAGA € 0 instrumental e BAJA é a miisica que combina o canto ¢ 0 instrumental. Ragas ‘Uma das razées para a miisica indiana soar tdo diferente da mésica ocidental é que sistema tonal, com seu bindmio maior-menor e, 0s ciclos de quartas e quintas, juntamente com suas respectivas tonalidades e modulagdes no so usados. RAGA éumapeca musical que usa a escala dos modos indianos e contém 4 movimentos essenciais: 1°) ALAP - éum movimento lento e livre. 2°.) JOR - é uma continuagdo do tema livre do primeiro com a entrada de pereusstio como um efeito, sematarefa de fixar ritmo. 3°.) GAT ~ édefinido pelo momento em que aperct acompanhando suas modulagoes. 4°.) JHALA -é 0 final do GAT ou ALAP, rapido e brilhante. assume os ritmos variados do tema inicial, Esta estrutura bisica se aplica para o MANTRA e BAJA mas com 0 adendo poético cantado. ‘A misica indiana ndo enfatiza a harmonia e ndo apresenta contraponto. Na verdade, ‘muito da misica ckissica indiana apresenta uma melodia (instrumental ou vocal, acompanhada da tabla ¢ instrumental, da percusso). Nao existe contraponto e progresses harménicas _o interesse e complexidade desta misica reside no seu cariter melédico e percussivo. Dicionério Internacional de Escalas ” Os RAGAS sao classificados de acordo com niimero de notas usadas nas segdes ascendentes e descendentes. Essa classificagdo é chamada JATIS. As notas escolhidas server para definir a0 ouvinte o tipo de RAGA, de acordo com as combinagies escolhidas dentro do modo que foi acertada accitara, Abaixo o sitema de tipologia: RAGA com 5 notas = OUDAV; RAGA com 6 notas = SHADAV; RAGA com 7 notas = SAMPURNA. O tipo de RAGA € deduzido de acordo com a escolha de escala ascendente ¢ descendente. Por exemplo: se o RAGA sobe com 5 e desce com 6 chama-se OUDAV-SHADAY, se sobe com 6 e desce com 5, chama-se SHADAV-OUDAY, se sobe e desce com 7, chama-se SAMPURNA-SAMPURNA. ‘Assim como a misica indiana possa parecer confusa para o ouvinte ocidental, acostumado ‘a escutar progresses harménicas, melodias do sistema maior-menor do tonalismo e ritmos ocidentais. muito calcados numa métrica com andamentos exatos, poderd também o tonalismo soar muito repetitivo e desinteressante para alguém acostumado com a missica indiana. ‘A missica ocidental divide a oitava em doze notas, em intervalos de semitons conhecidos como ESCALAS CROMATICAS. No entanto, as composigdes usam somente sete destas notas, ou seja,as sete notas das escalas maior e menor do sistema tonal. Na miisica indiana também temos sistemas de doze notas. Estas doze notas so chamadas SWARAS e no sio afinadas como as notas da escala cromatica do sistema tonal temperado. . No nosso sistema temos sete notas ¢ cada nota tem uma funga0: I- TONICA: nota que comega a escala. I- SUPERTONICA: ¢ a substituta da SUBDOMINANTE. III- MEDIANTE: metade entre a tonica e a dominante. IV- SUBDOMINANTE: é a segunda nota mais importante depois da DOMINANTE. V- DOMINANTE: quinta justa acima da TONICA. VI-SUBMEDIANTE: é 0 meio do caminho entre a subdominante ¢ a t6nica. VII - SENSIVEL: por causa de sua sensibilidade e atrago pela TONICA. Assim como no tonalismo temos os GRAUS: I, TV, V ou II, V eI; na misica indiana temos trés notas importantes. So elas: 1- KARAY: tonica, palavra que quer dizer “rei”. V- AMSA: dominante, que quer dizer “rainha”. 1V-SAMVADI: quarto grau aumentado, que quer dizer‘“ministro” e que chamaa rainha, Ivw DRONE KARAJ AMSA I v Rei Rainha ‘Naestrutura indiana, nao se alteraa ténica e a dominante (Drone). Exemplo: escalade C maior, C (rei), Db, D, Eb, E, F, F#, G (rainha), Ab, A, Bb, B, C (rei). Deve-se observar que somente o F (ou quarto grau) tem alteragdo para chegar-se & rainha (a segunda dominante depois do rei), Maestro Beto Barros 38 ‘As diferengas importantes que existem entre os dois sistemas é que o sistema ocidental tem por assim dizer, dois sabores: 0 modo maior e o menor. Eles sto bastante diferentes entre si, no centanto, as tonalidades maiores soam todas muito parecidas e as tonalidades menores, que diferem das maiores, soam também muito parecidas entre si. Isso acontece porque o padrao intervalar das escalas do modo maior sfo iguais em todos os tons e os do modo menor também. ‘As 6 RAGAS bisicasramificam-se em 126 derivadas. A saber: 1.) RAGINIS (esposas). 2.) PUTRAS (filhos). 3.) VADI (rei) nota principal 4.) SAMAVADI (1° ministro) nota secundiria. 5.) ANUAVADI-SERVIDIR (auxiliares 6.) VIVADI (0 inimigo) nota dissonante. Naestrutura de composigao do RAGA, 0 comego € feito com o TAMBURA dando a nota “rei” (t6nica), como um zumbido que permanece durante o raga inteiro, Isto é seguido pela escala ascendente e descendente de 5 a 7 e, em alguns casos, mais notas (definindo o tipo de RAGA) escolhidas naquele modo indiano em especial que inicia o ALAP: sendo possivel o uso do SAMVADI (4° aumentada) na escala, conhecido como forma de embelezamento do modo indiano. ‘Assim sendo, o modo fica com 4 notas sensiveis ¢ 2 notas dominantes que podem sera quinta ouaquarta. O sistema de 7 notas da miisica indiana chamado THAT possui muitos sabores diferentes. Os padries intemos dos THAAT variam muito entre um ¢ outro, ¢ 0 relacionamento entre as notas so também bastante diferentes. Existem 10 populares THAAT no norte da india e muito maisno sul da india. ‘Vejamos abaixo o sistema de 7 notas da miisica indiana, com alguma similaridade com as escalas da miisica ocidental. Os 10 THAAT mais usados na India ASAVARI Se ¢ Dd BILAWAL Diciondrio Internacional de Escalas » BHAIRAV BHAIRAVI KALYAN Maestro Beto Barros KHAMAJ MARVA PURVI TODI Dicionério Internacional de Escalas 4 O BAJA segue os mesmos preceitos estruturais do RAGA. Apés a apresentagio do tipo de RAGA (escala ascendente e descendente) feita pela citara, o ALAP é¢ iniciado pela voz acitara entra (livre) junto com a pereussiio no JOR. Relaco entre o sistema ocidental e o indian: DO RE Mi FA SOL LA SI—+ Letras c dD & F G A B —+ Cifras SA RE GA MA PA DHA NI——®Nome indiano das notas MANTRA € a combinagao de duas radicais: MAN, que em snscrito é a palavra raiz para “mente”, e TRA, araiz para “livre”. Portanto, mente livre, ou ibertada, ou qualquer outra expressiio aberta a plasticidade da interpretagaio do idioma, Osistema estrutural do MANTRA € parecido com o do RAGA, porém sema limitagao minima de 5 notas ¢ s6 encorporao ALAP. O MANTRA ¢ uma composigao exclusivamente vocal que repete palavras de saudagdes divinas e é usado para meditagao. O sistema de composigao ¢ basicamente igual ao do RAGA, sendo que 0“rei” é substituido pela palavra “OM”, OM é considerado o som primal da criagilo do mundo, o primeiro estrondo da terra. © OM tem uma dinamica vocal equivalente a palavra “AMEM”, ambas terminando com“M", vibram a glindula pineal (terceiro olho ou olho espiritual). O movimento Rare Krishna usa um MAHAMANTRA (MAHA= grande). HARE: energia espiritual. KRISHNA: todo atrativo, RAMA. reservatério do prazer. Afinacjo Este é um assunto muito amplo para ser abordado na sua totalidade, ndo sendo adequado ‘a0 escopo deste livro, Ser abordado portanto, numa forma bastante resumida. AAFINACAO damodema misica ocidental ¢ baseada no Sistema Temperado.A oitava € dividida em 12 espagos iguais - 12 semitons (veja“O Cravo bem Temperado”, de Bach). Porém, este no € o tnico sistema de afinago. Muitas outras tradigdes musicais por todo o mundo usam sistemas de afinagdes diferentes. A propria misica ocidental do passado usava um sistema diferente do sistema temperado, denominado sistema natural, baseado na série harménica e afinacao pelas quintas (na verdade todos os instrumentos da orquestra sinfnica so construidos e afinados em relagdo a série harmdnica, somente 0s “teclados” sao temperados), Maestro Beto Barros a Osistema de afinagao preferido de determinadas culturas parece depender mais de outros aspectos culturais do que propriamente a misica, Por exemplo: a afinagdo natural funciona muito bem para o canto medieval, pois evita tergas e enfatiza as quintas. Também para os instrumentos de sopro, que siio baseados na série harménica e, possuem bombas de afinacao e gatilhos para fazerem as devidas corregdes de afinago. No entanto, o sistema temperado funciona muito bem para o piano e instrumentos deteclas, que usam bastante as triades e tétrades e as constantes modulagées caracteristicas do sistema tonal ocidental Na india, o instrumento mais comum para o acompanhamento ¢o TAMPURA. Existe outras versdes para este nome, como: TAANPURA e TAMBURA. Este instrumento ¢ da familia dos CHORDOPHONES. Poderiamos chamé-lo de cordofénico, como por exemplo o banjo, a harpa. ete. Ele possue quatro longas cordas, as quais sdo suavemente puxadas uma apésa outra. As longas cordas ficam vibrando por varios segundos apés serem puxadas e os harménicos das cordas interagem com as outras, de uma maneira bastante complexa. O efeito que causa a0 ouvinte nfo é de uma iinica corda, mas sim um completo entrelagado de harménicos “afinados”, que variam de timbre. Este instrumento tem duas cordas que no mudam. Por exemplo, o C e o G formando uma quinta justa, apoia-se portanto na afinagiio natural. E 0 conceito do DRONE. ‘Um DRONE ¢ uma nota que muda muito raramente ou que no muda nunca, A maneira mais simples para adicionar harmonia 4 uma melodia é tocar drones. Drones podem ser facilmente encontrados em musicas irlandesas como os Bagpipes, mtisicas classicas indianas e outras culturas que uusam instrumentos que tradicionalmente tocam drones. ‘A miisica indiana divide a oitava também em 12 partes, as SWARAS, que correspondem Aescala cromética da miisica ocidental. Assim como as 7 notas da escala cromitica estao disponiveis nas escalas maiores e menores, também as 7 notas da mtisica indiana estdo disponiveis em cada THAAT. ‘Como no caso da afinagao natural (ndo temperada) é usada na musica indiana, estas notas sto afinadas de forma diferente da miisica ocidental. A miisica ocidental usa o conceito de tom e semitom para classificar os intervalos, sendo semitom, o menor intervalo possivel. A teoria da misica indiana usa conceito de SHRUTI, ou seja, um intervalo menor que é normalmente encontrado entre as notas do sistema tonal. Algo similar ao conceito de cents ou centésimos, usado na miisica tonal. O SHRUTI é aproximadamente 50 CENTS. O intervalo entre Ce Dé de 4 SHRUTIS, entre D e E é de 3 SHRUTIS. Nao hé uma investigagdo precisa para determinar a exata freqiiéncia dos SHRUTIS. E uma coisa cultural e a proposta esta justamente no emprego dos RAGAS, que sao especificos; uns sao ascendentes, outros, descendentes. Alguns sfio tocados pela manhd, outros somente d tarde. Enfim, esta questo da misica indiana éalgo muito complexo paranés ocidentais. Emalguns RAGAS, algumas notas so bemolizadas (KOMAL), outras so sustenizadas (TIURA) por um SHRUTI, no sentido de methor se ajustar ao efeito e sentimento do RAGA. Portanto, por uma questo de afinagao, a oitava ¢ dividida em 22 SHRUTIS, porém para cada THAAT ou RAGA, somente 12 notas estio disponiveis. Alguns RAGAS podem ser s6 de 5 notas, 6 notas ou 7 notas. Apesar do fato de que esta afinagao esté baseada nos principios fisicos da série harménica, amiisica indiana pode soar muito “fora do tom” ou “desafinada” para aqueles acostumados ao sistema temperado. Tala ‘Trata-se de um ciclo de tempo como o ocidental 4/4 ou 3/8, com um numero fixado de batidas ou MATRAS (unidades de tempo). A divisiio dos MATRAS varia a cada TALA. Ha 108 de 360 possiveis TALAS, mas somente 9 so de uso comum: Dicionario Internacional de Escalas ° TALA 1° de MATI Divisio DADRA 6 343 RUPAK 7 34242 KHARAWA 8 164 JHAPTAL 10 2+3+2+3 - CHOUTAL 12 Aehs2e2 EKTAL 12 A+hth DHAMAR 14 5424304 ADA CHOUTAL 14 D+Aehed, TINTAL 16 Athehed Termos Musicais TALA < divisto ritmica. RAGA: construgio melédica. RASA: estética da misica indi SANGHA: missica vocal. SEPTAKA oitava, GHASEET: sistema em que o dedo leva de uma nota para a outra em glissando. MEEND: sistema que leva de uma nota para outra através do puxar a corda com 0 dedo (bend). THAAT; uma certa composico dos trastes da citara ou a escala produzida por esta composigao pré-arranjada, algumas vezes traduzidas como “modo”. SHRUTI: nota ou intervalo enarménico: um microtom, indicado com uma linha curva sobre a nota. KOMAL: bemol. TIURA: sustenido, SWARA: nota. MATRA: unidade de tempo, batida, TALA ciclo de tempo composto de MATRAS, BHAGAVATAR. (sinscrito) aquele que a Divindade canta louvores. SANKIRTAYS: reunides musicais. Esta é uma modestissima introdugao & masica indiana, no entanto, creio que serd suficiente para posicionar o leitor com relago ao assunto, Maestro Beto Barros “4 Escalas Seriais Dodecafénicas Bem, depois de termos abordado as Escalas Tonais, Modais, Simétricas € de varias partes do mundo, vamos: ‘entio ver as ESCALAS SERIAIS ¢ DODECAFONICAS. Este é um campo muito vasto ¢ 0 intuito deste livro no é abrangé-lo completamente. No_ entanto, vamos eleger alguns conceitos para o desenvolvimento destas referidas escalas. Série Uma série pode ser de 2 notas ou 3, 4,5, 8, ete... ‘Vamos montar uma de 3 notas com o seguinte critério: Exemplo oitava, Ou seja, uma oitava dividida simetricamente ao meio. ‘Agora vamos criar uma nova série (1) adicionando um semitom ascendente nas duas primeiras no série anterior. Teremos: Exemplo Diciondrio Internacional de Escalas Agora vamor criar uma outra série (2) antecipando semitons sobre as duas ultimas notas da série inicial. Portanto: Exemplo ba ‘Uma outra série (3) poderé ser criada se adicionarmos semitons posteriormente abaixo das duas primeiras notas da série inicial. Logo teremos: Exemplo Agora uma outra série (4) com um semitom abaixo e um acima das duas primeiras notas da série inicial. Obteremos: Exemplo Maestro Beto Barros 46 Mais um novo modelo (5) serd conseguido adicionando-se um semitom abaixo da a da segunda nota e um semitom acima da terceira nota da série inicial. Teriamos: Exemplo ba Observe que estas séries possuem um forte carater atonal, ou seja, auséncia de relagdes tonais*. Baseando-se no que foi exposto, poderemos entio construir muitos tipos de séries atonais das mais variadas formas. Divirtam-se!! - ‘Vamos ver agora como funciona uma ESCALA DODECAFONICA, ou seja, uma - série integral de 12 notas. Para tanto, vamos utilizar uma série que eu utilizei numa obra minha chamada Lidia Und Daniel. Mais uma vez eu gostaria de frizar que este é um assunto muito amplo € que no Ambito deste livro serd simplesmente esbogado (**). ‘A série dodecafSnica funciona da seguinte maneira: construimos uma série original (O) de doze notas (sem repetirnenhuma nota), fazemos entio a inversio (I) depois a retrogacio (R) ¢ por fim, 0 inverso da retrogacio (RI). Assim, teremos: - « Atonal: fora do sistema actstico tonal, que caracteriza a musica ocidental dos ditimos quinhentos anos, ou ainda, a auséncia do conceto consonincia/dissondncia. - (+ Para quem quisee se aprofundar no assunto, procure pelos livros: Inredusto ao Atonalismo e Serialismo ¢Introdusdo a0 odecafonismo, do mesmo autor eda mesma Editor Dicionério Internacional de Escalas "7 EmClave de Fa 1 o¢o$ 67 8 9 HW Hype o RI e je o A técnica da escrita serial integral é utilizada para explorar todas as possibilidades do CROMATICO TOTAL. E uma sucessio de 12 notas diferentes dentro de uma oitava, sendo que nenhuma das 12 notas é omitida. © mimero total das possilidades da série de doze notas (DODECAFONISMO) ¢ de 479.001 600. Porém, cada compositor ird criar um tipo de série que se ajuste a sua composigao. Mas ele nao escolhe a sucessdo das 12 notas de uma maneira arbitraria, mas sim, considera com muito cuidado o posicionamento de cada nota para que se ajuste a todos os critérios que ele tenha em mente, pois 0 que serve para um compositor ndo serve para o outro. Podemos dizer que o caréter melédico da série e seus desdobramentos ¢ a consideragao primeira. Maestro Beto Barros 8 Apéndice 1 Escalas Simétricas Escala de Tons Inteiros (WHOLE-TONE) AESCALA de TONS INTEIROS € uma escala simétrica e tem dois grupos basicos: GROPO1-C Este grupo geraasescalasde: @ D & (F#/G,) (G#/Ay) (A#/B,) que sio todas iguais entre si - ‘No segundo grupo temos ~ GRUPO 2-C# Este grupo geraasesclas do grupo?: (C#/Dp) (D#/Es) FG A B {que sii todas iguais entre si. Portanto, as seis escalas do grupo 1 mais as seis escalas do grupo 2 perfazem as 12 tonalidades do sistema tonal. Diciondrio Inernactonal de Escalas » Escalas Diminutas Considerando as 12 tonalidades biisicas do sistema tonal, logicamente cada tipo de escala também tém doze versées. Com aescala diminuta acontece o mesmo, porém, esta escala tem um caréter simétrico possibilitando agrupé-las em somente trés versdes basicas: Analisemos as carcteristicas da escala simétrica formada por tons ¢ semitons: DIMINOTA 1 eo ¢c D &b oF Gb Ab Bb BH 2 ‘Vejamos 0 acorde diminuto sétimo = Cdim? TRITONO 4 TRTONO 2 |contém 2 TRITONOS * eS c 3m 3m 3m Formado por 3* menores Este 0 grupo | sendo que as escalaseacordes C Ey Gp Bpb sdocexata- mente iguais e com as mesmas funges. ‘Veja.o quadro a seguir onde os 3 grupos so apresentados. * TRITONO: Intervalo de 4* aumentada ou 5* diminura, Maestro Beto Barros 0 Grupo 1 Diciondrio Internacional de Escalas Quadros - Diminutas Grupo 2 ‘Maestro Beto Barros Grupo 3 Dicionério Internacional de Escalas Apéndice 2 Improvisacgo Musical Improvisagao é uma arte! Muitos musicos conseguem improvisar um trecho musical de ‘maneira mais ou menos razoavel, mas improvisar realmente com estilo, interesse melédico, corrego harménica, fluidez, légica, coeréncia, unidade, forma precisa, maturidade, espontaneidade, originalidade emogiio é uma verdadeira arte, a qual deve ser buscada e aprimorada por uma vida inteira. A improvisagdo é um assunto muito amplo, j4 que estamos lidando com miisica, arte, comunicagao e sobretudo, com linguagem! Vamos portanto resumir os pontos baisicos da improvisagio. O primeiro t6pico a que nés devemos nos ater é o desenvolvimento dos conceitos melédicos. Nao importa se vocé ¢ um improvisador ou compositor, sua habilidade com a construgao da ‘melodia é,na verdade, 0 resultado de todos os seus estudos ¢ experiéncias. Portanto, para improvisar (ou compor) interessantes melodias, vooé deve ter um completo entendimento da teoria elementar da miisica, acordes do campo harménico, e seus respectivos modos gregos, escalas variadas, progressbes harmonicas, conceitos gerais de harmonia funcional e boa concepeio ritmica, assim como ter um bom ouvido, um considerdvel desenvolvimento técnico e, finalmente, uma palavrinha que naturalmente sintetiza tudo isso: talento (um presente que vem de fibrica, para alguns mais, para outros menos). No entanto, 0 talento deve ser desenvolvido e aprimorado. Conheci varias pessoas que ficaram s6 com o talento e nfo chegaram a lugar nenhum. Portanto, a improvisago é 0 resultado de uma vasta e variada experiéncia musical, conhecimento claro da estrutura formal da miisica e a integragtio e dominio através de todos os mais diferentes conceitos musicais que vocé puder absorver. Miisica ¢ comunicagao e, obviamente, no sentido de comunicar suas idéias aos outros, vvocé precisa falara mesma linguagem. Nai importa se decidiu falar gitia, portugués culto ou ainda um tipo de poesia experimental ou concreta. Existira sempre um conjunto de convengdes gramaticais, que deveremos usar para nos comunicarmos com apropriada e coerente linguagem, ou seja, sintaxe! No caso, a sintaxe musical. Improvisagio deve ser como um claro discurso: precisa ter idéias coerentes, inteligiveise comunicativas; e sentengas elaboradas com comego, meio e fim; com virgulas, ponto final, travessiio ¢ parégrafo. Na llinguagem, separamos nossas frases e sentengas com espagos, virgulas e pontos, Na miisica, pontuamos nossas idéias com pausas, acentos, aticulagées, escalas especificas, arpejos eritmos. As ferramentas e técnicas da misica nos ajudam a expressar as idéias da mesma maneira que usamos para falar. Existe um CD do saxofonista David Sanbom, como titulo “Play As We Speak”, ou seja, “tocar ‘como falamos”, Sao inameras as possibilidades melédicas, mas a beleza da improvisagao esté em comunicar suas préprias idéias. Ea diferenga de contar a historia que alguém lhe contou ¢ contar a sua propria historia, da sua maneira. Ha miisicos que tocam um turbilhdo de notas e nfo dizem nada, jé outros, com poucas notas, nos contam hist6rias maravilhosas. A improvisagaio deve ser sempre tinica, nova fresca, ou seja, feita na hora. Mesmo que toquemos uma mesma musica 200 vezes no decorrer da vida, ela sempre deverd soar como novinha em folha. Accriagaio do seu proprio estilo musical é similar ao desenvolvimento da sua personalidade baisica. As pessoas se expressam ndo somente pelas idéias, mas também pela maneira com que essas {dias sio expressadas. O estilo musical pode ser intenso, linguido, excitante, sensual, intelectual, emocional, ‘pomposo, prolixo, simples, complexo, etc. Podemos expressar cada uma dessas qualidades a cada hora de um jeito, mas sempre existira um senso de unidade e coeréncia no estilo de improvisador, que tenha uma personalidade musical definida. ‘Um dos mais apreciados conceitos da improvisagzio melédica ¢ 0 chamado tracking ou continuidade coerente, que é a habilidade de identificar suas idéias e construir, em cima delas, dentro de um contexto. Maestro Beto Barros 34 Miisica nao éa combinagao das mais diferentes idéias possiveis num pequeno espaco de tempo, mas sima fluidez e elaboragdio de poucas idéias, numa maneira logica e coerente. Foque alguns motivos e desenvolva uma hist6ria, Ndo toque tudo o que vocé sabe de uma vez, ndo use férmulas prontas e clichés. O seu improviso, assim, ira soar mecénico, impessoal e chato. Se colocar espago entre suas idéias e desenvolvé-las, seguindo 0 conceito do tracking, a sua platéia poderd ir para dentro da sua miisica, e vocé sera competente na comunicagao. Lembre-se: quando toca para alguém, literalmente centra dentro das cabegas das pessoas e imprime suas idéias. Seja portanto responsével e respeitoso com o cérebro do proxim O segredo do tracking, é escutar asi préprio, Cada idéia tem comego e fim. Faga uma ‘pausa e escute sua tiltima idéia, pois a proxima idéia devera ser relacionada com esta, ou na repetiga no ritmo da nota, da forma melédica, ou ainda mesmo com o efeito de parare iniciar uma nova idéia. Crie fruicdo, que serd ouvida e seguida por vocé e por outros. E como em um discurso, em que nao tentamos. dizer tudo o que sabemos cada vez que falamos. Convirja.os pensamentos para uma idéia especifica, use um ponto de partida, umacélula, um motivo, uma frase, um periodo, um tema, até chegar no completo desenvolvimento do chorus inteiro. O trompetista Miles Davis dizia: “toque o que voeé ouve, nao 0 que voce sabe”. ou Como dissemos no inicio, todo miisico pode improvisar. Mas a improvisagéio de alto nivel € algo que vocé consegue ouvir intemamente e simultaneamente realizar no seu instrumento com cspontaneidade, fluénciae maturidade. E uma sintese de um repertério interno que est intimamente ligado a intuig2o, intelecto, emogao, senso tonal, afinagdo, junto com uma técnica instrumental apurada. Essa sintese interior ird crescer cada vez mais, na medida que vocé estudar teoria e harmonia funcional, praticar os exereicios com as escala e modos, e estudar bastante repertério. Aconselho a leitura dos ios Real Books, tais como blues, latin, standards, gig fake book e outros. O segredo é criar no “agora” endo tocar um monte de clichés. Quanto mais praticar, mais estard apto a ouvir, ¢ suas habilidades como improvisador iro crescer. E légico que para ter toda esta maturidade musical exposta na matéria, muito estudo e experiéncia so necessarios, mas é bom comegar estudando improvisacao jé pensando nestes assuntos. ‘Vamos abordar uma lista basica de aspectos praticos sobre a improvisagao, comegando pelaandlise de solos de grandes improvisadores, ais como John Coltrane, Wynton Marsalis, Chet Baker, Miles Davis, J.J, Johnson, Charlie Parker, Dizzy Gillespie, Chick Corea, Herbie Hancock, Bill Evans, Keith Jarret¢ centenas ¢ centenas de outros musicos maravilhosos: 1) Assim como a crianga aprende a sua linguagem nativa, imitando os parentes, o joven miisico pode também aprender a improvisar imitando os grandes improvisadores. No entanto, & preciso dizer: no copie; se copiar, deixe a influéncia entrar, mas na hora de tocar, esquega tudo e seja vocé mesmo. Seja ‘uma esponja, mas nao um papagaio. 2) Mergulhe na“informética musical”. Hoje em dia, é possivel escutar milhares de miisicas com ritmos e estilos diferentes no formato MP3, sem contar a imensa variedades de videos, LDs e DVDs disponiveis. Outro programa que é particularmente especial para instrumentistas de sopro é 0 Band-in-a-Box. Com ele, vocg tem uma banda tocando o tempo todo, com variados estilos, todos os andamentos, com a harmonia que se desejar e em todos os tons maiores e menores. Pode-se ainda instalar os arquivos do tipo “Real Books” e varios outros, para ficar solando e improvisando o dia inteiro. 3) Leia um poema por dia, se ligue em pintura, coloque em sua estante de partituras algumas gravuras de Monet, Velasquez, Magri, Dali, Renoir, ¢ tantos outros grandes artistas. Procure improvisar algo referente emogdo que a pintura desperta, Quanto mais trabalhamos as abstragdes ¢ invengdes, mais 0 nosso imaginério cresce. Acumule jéias didrias na sua cabega e sua mente brilhara! Dicionério Internacional de Escalas ss 4) Nao considere sua pritica didria como um peso, mas sim com encantamento e prazer. Também ndo transforme o estudo em um vicio, nao estude mecanicamente como um louco. Lembre-se a miisica é para celebrara vida. O passarinho nao canta porque ele ¢ feliz; ele é feliz porque canta, Portanto, cante! '5) Use 0 conceito de “soundescape”, ou seja, imagem sonora viva. O soundescape é como uma paisagem da sua misica, é um panorama musical em que se equilibram agudos e graves, ripidos e lentos, fortes e pianos, suaves ¢ asperos. Na sua improvisago, vocé produz padrées de sons, que so muito mais do que apenas notas preenchendo 0 espago; ao contririo, seus padrdes sonoros fluem conjuntamente, para formar uma imagem sonora viva - um soundescape. 6) Ha pouco falévamos de pintura, O artista utiliza seus pincéis,tintas e telas, para realizar a sua obra. Como improvisador, vooé escolhe melodias, ritmos, fraseados, articulagdes, dindmicas e harmonias. F, preciso “pintar com os sons”. Com esta abordagem de pintura sonora, vocé pode se concentrar nos aspectos da estética, que os gregos chamavam de “kalokagathia”, ou seja, a sintese do belo, ouainda uma beleza boa, dando assim um inspirado significado, na dirego dos seus solos. Eles podem ser uma obra de arte! 7) 0 grande Bill Evans disse: “A musica enriquece a alma. Ela pode ensinar espiritualidade, por mostrar ‘a0 miisico uma porgaio de si mesmo, que nao seria descoberta de outra maneira. I facil descobrir parte de vocé mesmo, mas pela arte, pode-se descobrir partes que vocé nunca imaginaria que existisse; esta éa real missio da arte, o artista tem que encontrar algo dentro de si mesmo, que seja universal e que seja direcionado as pessoas. A magica disso, & que esta arte poder ser comunicada para as outras pessoas, sem que elas se déem conta disto; enriquecimento, esta é a fungdo da Misica. 8) Vimosna matéria anterior 0 conceito do “tracking”, lembram-se? Pois vamos ver o coneeito de“train”: quando improvisamos, instintivamente pensamos em empurrar paraa frente uma determinada quantidade de notas, para preencher o espaco musical, até que alguma coisa interessante venha a tona. Mas esta abordagem de empurrar tem uma natural desvantagem. E como se vocé estivesse no fundo do trem, empurrando a locomotiva para a frente. Porém quando voc6 usa.o conceito de “puxar” na improvisagao, ‘uma coisa interessante comega a aparecer: é como se vocé estivesse na frente da locomotiva, com uma visto clara do que vem pela frente. Vamos descrever algumas deficiéncias e vantagens de empurrar e puxar, Empurrar(ruim) a- 6 dificil ver para onde vocé esta indo e o alvo a ser atingido; b-muda-se de diregdo muito freqdentemente; ¢- nunca se esta certo se um motivo, frase ou solo esta realmente completado; 4d - consegue-se alta densidade, mas baixa criatividade. Portanto, perde-se a efetivamente; do contrario, sera uma oportunidade perdida; realizada em outro momento, soar fora de contexto e forgada, Outro processo interessante ¢ a uti das citagdes que 0 americano chama de “quotes”. Uma citagao ocorre quando se esté improvisando e, de repente, vocé toca um trecho de uma muito conhecida, pequenos motivos, como por exemplo “um cantinho, um violo” ou*just fiends, lovers no more”. As citagdes produzem bom humor, descontragio, leveza e um certo dominio por parte do improvisador. Denotam que ele sabe mesmo o que esti fazendo. Logicamente, isso deve ocorrer de ‘uma maneira imprevisivel, ndo forgada e, mais que tudo, deve ser curta, simplesmente para que 0 ouvinte pense “epa, essa ai nfo era aquela...?” e jé 60 suficiente. Os temas mais ficeis de serem utilizados como citagdes, so os de progresses simples, tais como: os blues ¢ 0s modais, ¢ os que no modulam muito. Os temas mais simples podem acolher citagdes um pouco mais longas. A citagdo é sempre algo engragado e descontraido, que pode adicionar ‘ais humor ainda e distorgdes com notas ndo-modais (erradas). Uma outra maneira interessante ¢ borrar, ou“entortar” acitagdo, executando-aem rubato. Outro elemento improvisacional éo “riffing”. O riff é um pequeno e rapido motivo, repetido varias vezes, normalmente em tercinas e quartinas; ele acrescenta energia e variedade A improvisagio. E preferivelmente usado em andamentos répidos. Pode-se repetir um riff exatamente, ou alteré-lo com coutras notas, sempre lembrando que 0 uso excessivo é de gosto duvidoso. Maestro Beto Barros 56 Efeitos Instrumentais na Improvisacdo Este texto vai complementar ¢ acrescentar 4 improvisago mais um elemento de expressividade, que slo 0s efeitos especiais ou efeitos instrument :stes efeitos ndo sfio muito usados na miisica erudita, mas tem grande valor na big band, no jazze na misica popular eriativa. Vamos fazer uma relagio dos efeitos mais usados, com uma breve descrigio: Bend: é uma “bemolizagdo” da nota. Significa mové-lanormalmente para baixo, usualmente menos do que meio tom, ou seja entortar, envergar ou dobrara nota, relaxando suavemente a coluna de at. Nao se esqueca que a mesma deve estar bem apoiada, no diafragma e na musculatura abdominal; pratique os bends da seguinte maneira: 1) toque uma nota, Faga um bend répido ou lento e retome para amesma nota. 2) toque uma nota, faga um bend, mas ndo retome para a nota. 3) toque uma nota, faga um bend para uma préxima nota, ou para um harménico da mesma e continue improvisando a partir dali. Sub-tone: é um efeito proprio para o saxofone, encontrado muito freqiientemente nas big bands, usado ‘em dois contextos: para backing (cama) para o solo ou soli (este, quando todo o naipe sola conjuntamente) dos metas, ou para o solo ou soli dos saxofones. Quando desejado, ele é escrito no score (grade) e nas partes individuais; possui sempre um carter pianissimo, com uma sonoridade aveludada, gerando um timbre muito especial, onde se pode escutar um pouco de ar, soando junto com as notas. Eobtido por meio de um ligeito relaxamento e soltura da embocadura, mantendo um pouco de ar nas bochechas ¢ nas cavidades bucais. Fall: consiste em mover anota para baixo, até uma nota sem definicao de afinago; é uma queda da nota, Curtos ou longos, 0s fall podem ser conseguidos com uma queda brusca da pressdo da coluna de ar, pporém executada apoiada no diaffagma, juntamente com uma indefinida cromatizagao das valvulas. Pratique 0 falls da seguinte maneira: 1) toque um curto ou longo fall, ou seja, faga.o fall apos uma nota longa ou logo apés o ataque; 2) continue a frase apés ter eaido para a nota grave. Glissando: & como o fall, 6 que ele move-se para cima, ao invés de mover-se para baixo. Um eftito sob medida para os trombones. Atualmente, existe muita ambigtidade com relago A notagaio do glissando. Ha duas maneiras de produzi-lo: 1°) usualmente produzida fazendo soar as notas da escala diat6nica, comegando com um intervalo de terea, quarta, ou quinta abaixo da nota escrita. A posigdo desta nota vai depender do dedilhado requerido paraa nota que estéescrita. 24) comegar virias notas abaixo danota escrita e modular paraa nota escrita, tensionando a embocadura. Este glissando pode ser assistido, poruma suave elevagio das vilvulas, ou ainda uma arbitréria eromatizagao das notas. ‘A diferenga priméria do som entre as duas maneiras de execugdo dos glissandos é que, na primeira, dependendo do caso, as notas individuais so ouvidas, enquanto na segunda maneira nenhuma notaindividual é ouvida. Meia valvula: trata-se de um efeito no qual a afinagdio da nota é produzida de uma maneira indefinida, Pode ser um efeito surpresa quando bem utilizado. Para produzir este efeito, pressione as vilvulas metade do seu curso normal, gerando assim uma nota “fantasma”. E bastante funcional em passagens lentas e baladas, Dicionério Internacional de Escalas ” ‘Um outro efeito muito interessante ¢ tocar e cantar uma nota ao mesmo tempo, produzindo um timbre diferente, algo meio humoristico. Uma maneira de se treinar este conceito é assobiar e cantar ao ‘mesmo tempo. Experimente! Surdinas: as mais usadas so a cup, straight, wa-wa, plunger, velvete harmon. Cada surdina possui uma caracteristica de som que modifica o timbre e o cardter da sua improvisagao, abrindo a possibilidade de incrementara paleta de timbres do seu instrumento, As surdinas tém certas especificidades, que requerem. um ajuste de afinagao. A pressdo da coluna de ar deve ser corrigida, na medida que ela oferece uma resisténcia muito diferente das condigdes normais. Algumas surdinas possuem um cilindro intemo ajustivel, ue permite adequar a afinagdo da mesma. Existem varias matérias bem detalhadas sobre surdinas no site da Revista Weril (www-weril.com.br), Shake: é um dos efeitos mais utilizados e também um dos mais diffceis de produzir. Ele tem a fungaio de enfatizar ou criar um clima de excitamento, E usualmente anotado na parte com uma linha ondulada sobre anota. Atualmente, tem asmesmas caracteristicas do lip trill e€ correntemente usado em notas sustentadas. No pasado, notadamente na era do swing, ele era usado em notas curtas. A produgdo do shake & iniciada como se fosse um lip trill, mas o estudante deve se ater ao centro das duas notas. Isso ele pode realizar pelo estreitamento da cavidade bucal e com a utilizago da silabagdo ( due duce ).Namaioria das vezes, o shake é produzido com 0 uso do dedilhado normal, porém algumas vezes o estudante ird encontrar alguma dificuldade para executar o shake com o dedilhado normal. Por exemplo: um shake na nota (G), primeiro espago superior da clave de sol, poderd ser produzido se for tocado coma primeirae aterceira vilvula, em vez da posigdo aberta. Todavia, problemas de afinagiio poderiio surgir, jé que a majoria dos dedilhados alternativos apresentam problemas de afinago. Este problema poderd ser evitado atacando a nota com o dedilhado normal, mudando depois para o dedilhado alternativo no inicio do shake, € similar ao shake, no entanto, mais devagar, e com mais controle labial, existe também o wide lip |, que ¢ igual ao anterior, mas com intervalos mais largos. ‘Notas pedais: so aquelas que esto abaixo da ultima nota mais grave da tessitura normal do instrumento. Pode-se usar o dedilhado normal ou meia valvula para realizé-las, dependendo do que funcionar melhor. Asnotas pedais sto mais apropriadas em finalizages de temas, passagens suaves, baladas ounas cadéncias. Tanto quanto for possivel, toque cada nota pedal afinada e com boa sonoridade, o que nao é nada fic, {que as notas pedais nao fazem parte da tessitura normal do instrumento. ‘Veja, pode-se também fazer walking bass com as notas pedais nas linhas de baixo do ‘trompete, ou ainda melhor, no flugelhorn. O walking bass ¢ mais efetivo entre as notas regulares da tessitura (do F# grave ao G médio) ou em notas pedais abaixo do F# grave, mas em ambos os casos deve-se fazer a transigao da tessitura normal para as notas pedais, com suavidade. E oportuno lembrar que as notas pedais so muito adequadas para realizar o warm down, ou seja, o desaquecimento, apés um periodo de longos e extenuantes exercicios (0 warm down é exatamente 0 contririo ao warm up, que €oaquecimento). Clusters: Devemos também comentar 0s efeitos da sessdio ritmica, ja que ela é 0 suporte e base parao desenvolvimento dos solos e improvisos de todos os outros instrumentos. O cluster é um tipo de efeito ‘mais apropriado para o piano, no entanto, pode logicamente ser utilizado no arranjo musical para varios tipos de instrumentagées, Sao grupos de notas, ou ainda melhor, cachos de notas, normalmente formados por tons e semitons aleatoriamente com as notas pretas e brancas do piano, tocadas simultaneamente com amao em horizontal, ou ainda com os antebragos. Para clusters mais gentis, toque-0s no registro agudo do piano, incluindo somente notas brancas, ou somente notas pretas; para clusters mais intensos, misture pretas e brancas. Os clusters sto mais utilizados em musica contempordnea, mas podem ser usados também para apimentar execugtes de temas no estilo de Thelonious Monk e outros compositores ensandecidos, tendo sempre em mente que é efeito com carter muito mais percussivo do que harménico. Maestro Beto Barros 58 ‘Tremolo: o tremolo parao piano ¢ como se fosse um trinado largo. Ele adiciona intensidade e suspense, (Os mais comuns sto 0s de oitavas e quintas, porém pode-se realiza-los com pequenos intervalos ou ainda com acordes, Porém, quando for empregareste efeito, dedique uma especial atengaio no sentido de realizar com bastante sutileza, o trato com a dinamica. ‘Hammering: ainda para. piano, trata-se de uma técnica de atacar muito rapidamente uma tinica tecla ‘com dois dedos (dedio e dedo indicador). Fste efeito ¢ executado realizando um movimento de rotagao entre 0s dois dedos citados. A idéia ¢ obter o maximo de velocidade e com um ataque claro. Ele é mais funcional no meio de uma grande passagem, criando assim um clima especial. Por experiéncia propria, gostaria de ressaltar que, para realizar este efeito com eficiéncia, é necessério dispor de um instrumento com um teclado que tenha uma mecanica de alta qualidade, muito bem ajustada e equilibrada. ‘Chords: para tocar acordes no contrabaixo, vooé deve lidar com o baixo como se ele fosse uma guitarra. ‘Um baixo de cinco cordas é mais apropriado e mais facil de tocar com este tipo de abordagem. Além de poder solar com acordes, vocé pode também usar os acordes como base harmOnica para outros solistas, como, porexemplo, um trompete ou um saxofone. Areo: no baixo aciistico, pode-se tocar as notas com um arco, podendo servir como acompanhamento, combinando a ténica com a terga, ou ténicae quinta, Vocé pode também tocé-lo como solos de melodias. No entanto, é necessério ter muita prética para tocar solos arcados afinados. Sera mais dificil ainda se for executado em andamentos rapids. Cristian McBride é um especialista no assunto, procure escuté-lo. Guitar Harmonics: os harménicos da guitarra so conseguidos exercendo uma pressio sobre as cordas, somente até a metade do seu curso normal. Este efeito normalmente funciona melhor nos finais de frases. e solos. Pode-se tentar um simples harménico, ou tentar oitavase trades. Muito dificil, mas muito efetivo, é tocar uma linha melédica com os harmdnicos. Em uma linha melédica, pode-se ascender das notas normais da tessitura, para as notas oriundas dos harménicos. O resultado aumenta consideravelmente a tessitura da guitarra. Oi ta técnica de tocar oitavas simultdneas tornou-se muito popular com o guitarrista Wes Montgomery. Consiste em tocar a linha melédica com uma oitava adicionada acima ou abaixo, gerando um som bastante encorpado, Estaé uma pequena e te6rica abordagem do assunto, o qual foi abordado principalmente io ao seu emprego na improvisagdo, portanto, nao pretende ser um manual de efeitos, nem apontar a exatamaneira de realizé-los. Este é um assunto para especialistas, com muitos anos de pritica, Profissionais que deverdo ser consultados amitide, sempre que for possivel. Nao deixe passar a oportunidade de perguntar, quando encontrar um destes grandes instrumentistas, de como realizar praticamente estes efeitos. Neste campo em especial, existe uma grande distancia, entre saber estas questdes teoricamente, e saber realizé-las perfeitamente nos instrumentos. Diciondrio Internacional de Escalas ° Referéncias _Bibliogrdficas “Collins Eneyelopedia of music”, Sir Jack Westrup and F.LI. Harrison. “The Language of Music”, Deryck Cooke. . “An ABC of Music”, Imogen Holst. |. “improvising Jazz”, Jerry Coker. “The New Music”, Reginald Smith Brindle, 'erial composition”, Reginald Smith Brindle. Jazz Composition and Orquestration”, William Russo. 1 2, 3. 4. 8. “Jaz A Student s and Teacher's Guide”, Graham Collier. 6. 1. 8. 9. ). “Thinking in Jazz”, Paul f, Berliner. 10. “Music in the Modern Age “W, Stemnfeld. 11. “Elementary Harmony”, Robert W. Ottman, 12. “Fundamentals of Music”, Raymond Elliott. 13. “Jazz Improvisation”, John Mehegan, 14. “Instrumental Handbook”, Harold Pottenger. 15, “Groove s Dictionary” 16. “Teoria Elementar da Escala”, Sofia Mello Oliveira, 17. “Seales for Jazz Improvisation”, Dam Haerle. 18. “Pentatonic Scales for Jazz Improvisation”, Ramon Ricker. 19. “New Concepts in Linear Improvisation”, Ramon Ricker. 20. “The Complete Book on Creative Improvisation”, Fred Lipsius. 21. “Diciondrio Musical”, Pedro Sinzig. 22. “The Larousse Encyclopedia of Music”. 23. “The Jazz piano book”, Mark Levine. ‘Maestro Beto Barros 6 Show Room-Studio Audio & Tecnology * Gravagao de CD © Cursos ® Trilhas Sonoras (Cinema, © Producéo Musical e Informatica teatro, video, tv, internet) Musical (ferramentas e © Jingles tecnologia de Audio) ®@ Vinhetas ® Projetos e instalagdo de ® Locugées plataformas de informdtica © Projetos Multimidia musical ® Restauraciio e digitalizagtio Assessoria de vinil, tape e fita de rolo e Workshops ® Arranjos Informatizados E-mails: robertobarros1 @terra.com.br ou maestrobetobarros@keyboard.art.or Site: www.betobarros.hpg.com.br Fone: (11)3257-7385 ~ Diciondrio Internacional de Escalas a Dicionario Titaielea tei el De Escalas ETON) Cc Aad ae Pada dae atte Rated hated dadaeAa Madar Rada dated dated td N Rade Rada

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