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Patrick Charaudeau DominiqueMainguenean DICIONARIO DE ANALISE DO Discurso de fragmentos,relativos um discurso misto ea comentérios metalingisticos que sparecem quando dois interlocutores constatam um desvio irredutivel entre suas maneirasde dizer ‘er colingiismo, dilogismo S.B-R (RL B) dilema—Umdilemaéumaslternativana qualos doistermos tio igualmentedesagra- veis. Utilizado como estratégiaargumentatva,o dilema éum modo derefutacs0", «caso a caso, que consiste em mostrar que todas as linhas de defesa que o adversirio poderiaadotar conduzema mesma conclusto quelheédesfavordvel:"Ouvoct estava apardoqueestavaacontecendo,néo feznadaeentio vocé devesedemitir;ouvocenio «esavae parenio controlaseu trabalho eentio voct devese demitit” verrefutagao CRIRLB) Aiscursivo (nivel -)~ ver situacional (nivel -) diseurso— Nosdo que estava em uso na ilosfiaclassica, na qual, ao conhecimen- to discursive, por encadeamento de raz6es, opunha-se o conhecimento intuitive. Seu valor era, entdo, bastante proximo 20 do logos grego, Em lingistica, essa nolo, proposta por Guillaume, conheceu um impulso fulgurante com 0 declinio do estru- turalismo ¢0 crescimento das correntes pragmaticas*, ‘Vazonns cLAsicos em uNctisica “Diseurso” entra em uma série de oposigbes léssicas. Em particu Discursovsfrase.OdiseursoSumaunidadelingtistcaconstituida deumass- cessio de frases. ness acepeao que Harris (1952) fla de “andlise do discurso” que algunsfalam dgramticado dscursoshoje,prefeze se falar de"lingustica textual” Discurso vs ingus (1) A lingua defini como sistema de valores virtua opde-se ao dscurso, a0 ‘so da lingua em um contexto particule que ite esses valorese pode suscitar-hes novos. Estamos préximos da oposgdo sausuriana ling | fal: "A distinglo entre fails ow dieeura lingua, proposta pela primeica vex por Sausure e precicada por ‘mim mesmo diz Gardiner (1932/1988: 285). Mas pode-s orienta "discurso" mais, paraa dimen social ou para a dimensio mental. Gardiner opta pela primeira: 0 discurso & a “utilzagao, entre os homens, de signos sonoros articulados, para comunicar seus deseo e opinides sobre as coisas” (1989: 24). Guillaume opta pela SOMNAL “No AISCUTSO (44 fisica, que € a fala em si, apresenta-se efetivo, rmaterslzado, ¢ entdo,no quelhe concerne, livre da condi psiquica de partda No nivel do discurso, a fla tomou corpo, realidade: ela exist fisicamente” (1973: 71), Bea Benveniste, “discarso” ext préximo de “enunciagio”:é lingua como assuida pelo homem que fila, na condigéo de intersubjetividade ques a coms- cago linglistcatorna pssvel” (1966: 266) (2) A“lingua’definida com sistema partiltao pelos membros de uma co- smunidade lingustic, opde-e ao “dscurso’ cnsiderado como uso restrito desse sistema, Pode tratr-se: a) de um posiionameno* em um campo* dscursvo (0 scursoconunist’ "discurso surrealist.) Nesseemprego,"discurso”é cons tantementeambiguo, porgue pode designa tanto 0 sistema gue permite produit um conjanto detextos quanto esse proprio conjunto;odscurso comunista”étanto «© conjunto dos tests produsidos pelos comunistas quanto o sistema que permite produz-los, a esses e a outros textos qualficados como comunists. Produz-s, entéo, um deslizemento constante do sistema de regras para os enunciados efetiva- ‘mente produzides, Assim, em Foucault: "Chamaremos de discurso um conjunto de cenunciados na medida em que les provém da mesma formacio® discursiva” (1969: 153); (b) de um tipo* de discurso(“discurso jornlistco’, “discurso administrative’, “discurso televisiv’, “discurso do professor em sala de aula.) (6) das produgoes verbais espectficas de uma categoria de locutores (0 “discurso das enfermeiras’, 0 “discurso das mies de famii’..); (4) de uma fungdo* da linguagem (o “discurso ppolémico’,o discurso prescriivo". J. Discursovs texto. O discurso &concebido como a inclusio de um texto" em seu contexto® (= condigbes de produgo ede recepgio) (Adam, 1999: 39). Discurso vs enunciado, Muito préxima da precedente, ess distingSo per- mite opor dois modos de apreensio das unidades transfésticas: como unidade lin- sistica("enunciado™) e como tragode um ato de comunicagio sécio-hstoricamente determinado. Aliés,é esa oposicio que, na Franca, servu para atribuir um ponto de vista expecifico a anise do discurso:“Um olharlancado sabre um texto do ponto de ‘vista de sua extruturagio em lingua” faz dele um enunciado; um estado lingatstico das condigées* de producto desse texto fard dele wm discurso" (Guespin, 1971: 10). A.uncotmea po n1scunso Desde os anas 80, vé-se proliferaro term “discuso” nas iéacias da lingua- gem, tanto no singular ("o dominio do discurs’,“ andlise do discurso”.) quando no plural (“cada dscursoé particulary" discusosinscrevem-s em contexts"), segundo a referencia sja 8 atvidade verbal em geral ou a cada evento de faa. A prolferagio desc termo €0 sintoma de umea modifcagto no modo de conceber a linguagem.Falando de*discurs',toma-seimplicitamenteposigio contra uma ceria jie ‘concepsao da linguagem e da semintica. Em boa medida, essa modificagao resulta dainfluéncia de diversas correntes pragmticas, que sublinharams um esttoniimero dedi. forse 0 discurso supe wma organizagaotransfrlstca, aso nko quer diver que todo © discurso se manifesta por seqiiéncias de palavras que sto necessatiamentede eigzo ‘superior & frase, mas que ele mobiliza estruturas de uma out ordem, diferente des ndoumaunidadedomesme s2neroquea fraseproposiioou ato de ala. .Em seumodo singulardeexistencia (remabsolutamentelingtisticonemexclusivarnente atrial), cleéindispeasévelpara quesepossa dizer sehi oundo fase, proposiio,atode faa eparaquese possadizer sea frase correta (owaceitivel,ouinterpretivl), sea propos'siolégitimaebem formada, S20 to de fala cstéconforme os requistos ese fei bem efetuado |. Trata-se de uma Fangio de existéncia que pertenceintrinsecamente 0s signos ea partir da qual se pode ecirsem sequids,petaandiseoupelaintuicdoseles‘izem sentido” ou nao,segundo ‘qualregraclessesucedemousejustapdem,dequeelessS0signo equalespéctede sto defala seefetuapor suaformulagio (oral owescrta)” (1969: 11-115). [Nas citncias dalinguagem, os termos enunciado, exo, discurs divider tradi- suscitastoinseparsveis daquelassus- ‘tadaspelo quetoncerne’ subjetvidadefelante.Existeefeivamenteumcertontimero

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