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euoasty ep RIO ap jeNuEYY “g00z t9 ogSeayiqnd 2p sour 01 No}a[duiod anb “ego was = a ‘Dados Internacionais de Catalogacio na Publ (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) igo (CIP) Droysen, Johann Gustav, 1808-1884. 08-09132, CDD--901 indices para cat’ 1. Hist6ria : Filosofia e te Johann Gustav Droysen Manual de teoria da histéria Tradugio: Sara Baldus e Julio Bentivoglio notas: Julio Bent y EDITORA VOZES Petropolis 25689-900 Petropolis, RJ Intemet: http://www.vozes.com-br Ti original alemao: Grundriss der Historik Toxlos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra podersi ser reproduzida ou transmitida por q) quaisquer meios tem qualquer sistema ou ban escrita da Editora, de dados sem permissio Diretor editorial Frei Antonio Moser Editores ‘Ana Paula Santos Matos José Maria da Lidio Peretti Marilac Loraine Oleniki Secretirio executive Joto Batista Kreuch Editoragdo: Fernando Sergio Olivetti da Rocha Projeto grfco: AG.SR Desenw. Gritfico Capa: Maria Fernanda de Novaes ISBN 978-85-326-3762-8, Editorado conforme o novo acordo ortogritic. SUMARIO Apresentagao, 7 Cromologia, 27 Pref Introdugio, 35 LA historia, 35 ILO método hist6rico, 38 II. A tarefa da teoria d: 4 primeira edigdo, 29 L.A heuristica, 46 IL A critica, 49 UL A interpretagdo, 53 A Sistemtica, 61 1. O trabalho histérico segundo suas matérias, 63 U1, O trabalho hist6rico segundc TL O trabalho histérico segundo seus trabalhadores, 71 IV. O tral Iho hist6rico segundo seus fins, 74 A Topica, 77 Glos 0, 87 Bibliografia, 91 APRESENTACAO, Johann Gustav Droysen foi fil6logo, tradutor, historiador e te6- |. Nasceu em Teptow em 6 de julho de 1808 e morreu na manhé de 19 de junho de 1884, nos arredores de Berlim, reco- nhecido como um dos maiores historiadores alemies do século XIX. E €inacreditavel, dada a dimensio ¢ profundidade de sua obra, que seu nome seja to pouco mencionado pelos estudiosos da histéria no Brasil, Seu contributo para a fundamentagao teérica e metodo- lgica desta disciplina é notavel, seus estudos sobre o helenismo so fundadores e seus diélogos com Hegel (1770-1831), Kant (1724- 1804), von Humboldt (1767-1835), Herder (1744-1803) e Goethe (1749-1832) sempre oportunos, ao tratar de temas relacionados ealismo, ao historicismo, & razo hist6rica, a hermenéutica romantismo. io bastasse isso, sua obra abriu novas perspecti- s para a definigo do método historico e para a autonomia da his- ria ao lado das demais ciéncias humanas, ao conferit-Ihe um esta- tuto rigoroso e suficiente que, em se tratando das exigéncias de fun- damentagao epistemolégica, nada deixava a dever As ciéncias natu- tais. Segundo Grondin, ppara cortoborar a evidéncia metodolégica da historia, Droy- sen recusou dois possiveis desvios: de um lado o posiivsta, {que pretende submeter a hist6ria aos métodos matemsticos das ciéncias narurais, admoestando-a no sentido de encon- trar algo sem w 18374, paclisiver lndoodaconcepstodahisdracomosmenenmentesan, fg cervinusem seu Grindzige der Hstoik de 1837, usado exclusiva rativa, de passatempo, em suma, diletant! mente com a acepgio de teoria da histéria. E Geschichte passou a set, ao mesmo tempo, historian rerum gestarum e a res gests’ Droysen e sua obra podem, portanto, ser reconhecides como a ra lo de Droysen, coube a outros historiadores da chamada Escola Histérica Alem, como Ranke (1795-1886) ¢ Mommsen. (1817-1903), elevar a histéria A categoria de ciéncia. Mas, embora expresso maxima de um momento impar de reflexio estudos sobre o passado, Descrevendo aq revela que, respeito dos contexto Koselleck empre relacionado a esta escola, sua insergo nao pode ser fei- a cigncia da histéria sem restrigdes, visto Droysen colocar sérias reservas & maneira manha no sécu tapas pré- E como seus colegas pensavam e escreviam a hist6ria. Basta ver, neste vias. Em prin on Ranke em, alsces Uciuacis sor eaves ae suas duras criticas A perspectiva de Leopold desde o Humanis areflexio teérica ec agido frente a seus predecessores. auxiliares que segundo lugar, -a com que a Ilustrag: nétodo e & produgio do conhecimento hist6rico. Con- tempordneos na Universidade de Berlim, os dois jamais tiveram boa mbas etapas encon- convivéneia. E, a0 passo que o nome de Ranke tenha marcado traram uma fe partir de Niebuhr? aquela geragao, o de Droysen parece ter caido em esquecimento. O de Nietzsche (1844-1900) a seu respeito é revelador. Nos fos seguintes ser4 aquilatado o peso da contribuigao droysia- na para a historiografia e, em seguida, levantar-se-do algumas pistas Neste momento, rego His- torie, que significava relato ou narrativa de algo acontecido, foi substituido por Geschichte em meados de 1750. E neste mesmo mo- vimento, Universalhistorie foi preterida pela Weltgeschichte. E Ges- chichte passou a identificar tanto 0 acontecimento em si quanto seu a respeito de seu esquecimento. Raramente citado, Droysen € um caso curioso na historiografia. Ee toriografia francesa, seu nome seja pouco conhecido. E, embora tenha sido lei- 1€ que no Brasil, face 4 enorme influéncia da relato. A formula de Droysen, “acima das histérias est historia”, heranga de Niebuhr, expressa uma verdadei ia para os historiadores metédicos*, algo que fica ex- inflexio, ao distin- guir Geschichte de Historik, termo criado anteriormente por G.G. no didlogo que Langlois e Seignobos n sua Introducio aos 05 histricos estabelecem com a Historik, Droysen foi pratica: mente ignorado pelas geragdes subsequentes na Franga. Langlois e os seguiram os passos de Droysen, u tos metodol6gi 1. GRONOIN, 2 Intradusto 4 hermendutie flséice, S80 Leopoldo: Unsines, 198, izando procedimen- p. 140-141, 2, "La ciencia dela historia, que alcanzé su apogeo en Alem: cb en dos etapas previas. En primero feducacion por parte de las cencias a Gesde el Humanismo. En segundo lugar, l reflexion tedricay exica con que a flustra- tin habia reaccionado frente a sus predacesores. Amba etapas encontraron una fe ‘unda sintesis en la hstoriografia alemana a partir de Niebuhr” (KOSELLECK, R. Histo fia/histors. Magn: Trotte, 2008, p. 107, 3. Ver neste lvro 6 § 73. parecidos no tocante as fontes: critica segundo a 4. KOSELLECK, R. Futuro passado. Rio de Janeiro: Contraponto, 2006, p. 48 5.1bi, p59, 6 Uma das primeras tradugies 60 Grundriss der Histor fl fetta na Franga em 1887: Précis de a Science de store com traducso de P.-A. Darmoy, apartr da tercera ed- ‘80 alems de 1882, em Pars, pela Edtora & Leroux. 8 época, o lugar, a origem, o contetido ¢ a forma’. Mas defenderam algo bastante distinto do alemio ao dizer que “a histéria nos faz compreender o presente, explicando-nos onde for possivel, as ori- gens do atual estado das coisas”. E, ainda que reconhegam certa dt- vida com a centralidade dos procedimentos hermenéuticos no mé- todo hist6rico, desenvolvidos por Droysen, postularam uma herme- néutica da suspeita, que duvida e deduz, a priori, que se deve sempre desconfiar de qualquer informagio dada por um autor’. No final do século XIX, Droysen: cléssicos e uma passagem obrigatéri mnstituia um marco nos estudos 1 todos as estudiosos de teoria da historia. E, como apontou Erich Rothacker em sua introdugao a0 Gnundriss de 1925, sua contribuicio € tio categsrica que o pen: to de Droysen torna-se uma referér iap se conceitos decisivos como os de hist6ria, critica textual, compreensdo € filosofia da hist6ria em autores como Rickert (1863-1936), Dilthey (1833-1911), Simmel (1858-1918) e Weber (1864-1920) O Gnundriss der Historik resulta das anotagdes publicadas por Droysen em 1858 das aulas de Enciclopédia e Metodologia da His- téria que ministrou na Universidade de lena e depois na Universi- dade de Berlim e que fez circular restritamente entre seus alunos e colegas, conforme indica Alexandre Escudier''. Posteriormente, 7.Ver nota 74 do LANGLOI as. S80 Paulo: Renasceng 8. Ibid, p. 223, 9. bid, p. 111 10.Para Rothacker, "die Droysen's (CH.-V. & SEIGNOBOS, V.Introduso aos estudos histér- 1944, p. 7. e Gegendberstellung von Natur und Geschichte lung mie aus den Geschaften Gescricnete werde" GGeschichtsphilosaphie um seinem Segri der his torischen Begrifsbiidung nicht minder beteligt we na Simmelsorgineller bertragung erkenntnistheoretischer Fragen auf das historsche Verfahren in den “Problemen Ger 11, ESCUDIER, A, Présentation. In: DROYSEN, .G Precis de théarie de histoire. Paris Ou Cert, 2002. desmistifica a existéncia de um pensamento hot methodotogle de Fistor. ies cifferentes phases de | jourd’na un point de retérence dont Tactualite ne laisse de’ surprendre” (ESCUDIER, &. Op. ct P. 8). Droysen ampliatia suas reflexdes na Historik, cuja melhor edigio foi claborada por Peter Leyh em 197 sto como um epfgono tardio de Hegel ¢ um precursor malsuce- , Excudier revela que Droysen Dilthey. E revela que somente esforgos tardios ¢ feitos re- ntemente restitufram a Droysen seu papel na fundamentagao a da hist6ria, bem como destacaram sua contribuicdo Atigor, fundadora no inte- logia da histéria. Eo Ele representa uma verdadeira ci rior da hist6ria da teoria e da met primeiro tratad 3s diferentes fases da operagio ainda hoje um ponto de referéncia deixa de surpreender®. thes forma, ele constit ccuja atualidade ni cidncia de textos, a mera eritica de fontes, ou ainda como uma objetiva de fatos a partir de um conjunto de documentos. distingio em relago a Leopold von Ranke, neste sentido, é cla- ogéneo ta para o século XIX ou para a Escola Histérica alema. indo Estevéo Martins, Enos dos do que se poderia chamar de normativis um tipo de reflexiio novo sobre a hist6ria, chamado Histor por Johann Droysen. Essa reflexio d XIX que aparecem 0s primeiros grandes metros metédicos estipulados como obrigat6r para que o, por padriio de “ciéncia’. Essa é a razfo por que esses tratadistas to- ‘mam como referéncia es ciéncia natural Sria se enquadre no que set ifica do estudo de historia a fe Pequeno impresso de Droysen representa uma reflexio singular e pontual nos estudos de teoria e filosofia da hist6ria. Dife- re de textos similares anteriores ou contemporaneos, tidos como classicos e escritos por autores como Voltaire (1694-1778)'5, Burc- kharde (1818-1897)', Schiller (1759-1805)", Nietzsche"* e He- gel”, pois, no ambito do proprio conhecimento hist6rico, sem fazer concessdes 4 filosofia, 2 filologi cias naturals ou aos modelos oriundos da: Droysen elaborou uma reflexao que é ao mesmo tem- po uma teoria sistemética e uma metodologia para a histéria, que procura sintetizar o particular eo universal, 0 empitico e 0 especu- lativo, a relagdo entre sujeito e objeto do conhecimento hist6rico e, ainda, indicando tipos de escrita possfveis para a apresentacao dos resultados obtidos pela pesquisa. Tudo isto a partir do préprio hori- zonte da hist6ria e da historicidade humana. Embora conciso e la- cOnico, o Grundriss representa um marco e, talvez, seja uma das me- Ihores introduces ao conhecimento histérico j4 produzidas. Ela mostra que a finalidade da histéria é sempre incompleta, um com- 14. MARTINS, E.R. Historiografi alems no século 20: encontros e desencontos. In MALERBA, J. (org). Mstorograla contompordnea em perspectiva critic. Bauru: Eduse, 2007, p46. 15, VOLTAIRE. H.Diciondrio Mlosdfico. So Paulo: Abril, 1983, 16, Surckharat também pensa na existéncia de forcas que atuam sobre o sentido da histéria, a saber: o Estado, a religida ea cultura. Como Droysan, ele também crea 3 possibildade de uma risténa Universal, embora ambos concordem com Hegel 80 com: reender o processo histbrico como uma teodicels (cf, BURCKHARGT, ).Refiexoes 50 brea histerla. Rio de Janeiro: Zahar, 1961, b-11 17. SCHILLER, F.W. von. Escrtos de la flosofia de la historia, Murcia: Universidad de Murcia, 1991. 18. NIETZSCHE, F.W. Das vantagens e desvantagens da histria para a vida. In: Os pensadores. $80 Pauia’ Abril, 1983. 19, HEGEL, FW. A razlo na histria, So Paulo: Centauro, 2002. @ reentder a0 pesquisar®, em que nao existe um sentido fixo e prede- : a priori. Ou seja, 0 passado nao se reduz a simplesmente cermin: presente. Para Droysen, Ela [a Historik] discutiria a questo da respons lade do individuo e de sua explica de fato se pie por sobre esta corrente de eventos finitos ou, ainda, surar mais ¢ mais se por sobre eles e sabe que anos, desde a morte de Hegel, poderia até mesmo se tor- se nos tornassemos conscientes de que a éti- nar frut Destaca-se, na biografia deste autor, uma profunda ligagao com tica e o Estado prussiano, bem como com a teologia protestan- te. Seu pai era pastor na Pomersinia e integrou as tropas do General Blicher que, em 1807, resistiram a invasio das tropas napolednicas qu mo € que na Alemanha conheceu momentos expressivos de con- sem sucesso, Essa herank ;proxima teligiosidade e nacionalis vergéncia tanto no século XIX quanto no XX, urdiram na obra de Droysen um liame que nao deve ser desprezado, manifesto nas pas- sagens mais teoldgicas da Historik e na sua énfase sobre as comuni- dlades ¢ 0 pouleres éticos responsiveis pela formagao dos individuos a. Apds a morte precoce de seu pai, 8 préprios colegas deste se encarregaram dle manter os estudos do € pelas conformagies da hist6 20. as palavras do autor, a histéia é um forschend zu verstehen 2L,DROYSEN, 9.6, nistork, [1]: Leyh,p. $5. Apud CALDAS, P.S. Que significa pensar Rtercamente ~ Uma interpretagSo da teria do historia de Johann Gustav Droysen. 19 de Janeito: PUC, 2004, p. 186 [Tese de doutorade em Historia] @ jovem Droysen, realizados inicialmente no Marienstift-Gymnasium, em Stettin entre 1820 e 1826, e depois na Universidade de Berlima, - Foi la que fre= quentou as aulas de Hegel, cujo pensamento marcou profundamene: partir de 1826, onde se formou em filologia e te sua obra. E tornou-se estudioso de filologia sob a orientacdo de ‘August Boeckh (1785-1867). Foi ainda aluno de Franz Bopp (1791 1867), Eduard Gans (1797-1839), Heitich Hotho (1802-1873), Heirich Ritter (1791-1869) e de seu irmio Carl Droysen (1779- 1859). Também lé se aproximou de um efrculo de estudiosos da fi losofia da arte. Droysen gostava de misica e fora inclusive professor particular do mésico Felix Mendelssohn-Bartholdy (1809-1847), em seu inter se pela formagao musical e 2” que ganho Em 1831, devido as necessidades financeit no epiteto de “poeta da fami no cfrculo familiar. s,lecionou no Giné- €, para manter seus estudos no dou- torado, assumiu a tradugio das obras completas de Esquilo, trabalho inte. Ainda em 1831, Droysen da De Lagidaram regno Prole- ‘maeo IV sob otientagao de Boeckh. Em 1833, veio a lume sua pesquisa sobre Alexandre o Grande, sob o titulo geral de Histéria do helenismo, ‘obra composta em trés volumes. Nela cunha o conceito de defendeu sua tese de doutorado inti nismo analisa de maneira inovadora o momento de transigao da Grécia sica para © cristianismo primitivo, que ¢ retratado nao como um. momento de decadéncia, mas de renovagio. De 1835 a 1838 publie cou sua tradugdo das obras de Arist6fanes em trés volumes. Durante os anos 1830, Droysen trabalhou como professor exe traordinrio e no remunerado em Berlim. Seus estudos filol6gicos conferiram-lhe reputacao e uma nomeagao, em 1840, para a cadei- ra de Historia em Kiel. progressivamente abandonou os estudos clissicos e filologicos pela histéria contempo a e voltou-se para 8 assuntos politicos de sua época. Suas aulas eram bem frequentadas @ seu trabalho reconhecido. A questao alema dominava os debates Droysen se colocou a frente do movimento em prol da unificagio redigindo ainda uma série de textos, entre os quais Vorlesun- 1 die Freiheitskriege (Preleg6es sobre as guerras de liberdade), ppressam seu entusiasmo pela causa da liberdade e que deixa explicita sua adesio a0 projeto de unificagéo nacional sob o Estado srussiano, Publicadas em 1846, elas destacam o papel que as revolu- ties tiveram no alvorecer da modernidade politica ocidental, com énf Independencia dos Estados Unidos (1776), a Revolu- a0 Francesa (1779-1815) € © movimento prussiano-germinico de inaco napolednica (1813-1815). altura havia grande agitagio no territ6rio de Schl e alema. g que ex resistencia ino, de centro-direita”, em Frankfurt, por esta > no Parlamento, entre 1848 e 1849, Droysen politico que defendia ser obliterado apés 0 episédio do que Friedrich Wilhelm IV desiste de integrar os terti- a do Norte & Confederagao Germanica. Frustra- para a Universidade de Tena, onde jé havia recusado a cadeira de Historia em 1846. Afinal, nfio havia clima para permanecer em Kiel mente defesa da causa prussiana. Em lena comegou a redigit sua Histéria da politica prussianaleditou os primeiros volumes em 1855, 1857 ¢ 1859, mas a obra ficou inconclusa devido a sua morte), e também deu inicio as aulas de Enciclopédia e Metodolo- sia de Histsria, ;pontamentos constituiriam o Grundriss der Historik. Entre 1851 e 1852, publicou trés volumes da biografia Conde Yorck von Wartenburg, que havia sido um importante coman- dante militar prussiano da época das guerras de resisténcia ds inves- 22. Ou seio, ele poderia ser considerada um conservador menarquista constituconal is tidas da Franga napoleGnica. Como se observa, mesmo com o projes to da unificagio derrotado, Droysen parece ndo ter abandonado as inclinagSes nacionalistas®. Em 1859, obteve a cadeira de Hise téria da Universidade de Berlim, como sucessor de Friedrich von’ Raumer (1781-1873) sob grande reserva d€Ranke e de boa parte da iversidade, Mas, suas aulas eram as mais Concorridas pelos inte- ressados em historia e, nas palavras de um ex t6rio, numerosos estudane & Droysen nao era apenas Westigador histdrico, mas também vate m extraordiz nario professor", A partir de entio, Johann Gustav Droysen ingressou em desta cadas academias de ciéncias como a de Saxe e de Leipzig em 1857, da Baviera em 1858, de Berlim em 1867, além de tornar-se historié- srafo da Casa Real de Brandemburg em 1877, fungdo esta que lhe permitiu acesso ilimitado aos arquivos prussianos, dedicando.se & pes a € aos estudos até sua morte em 1884. Nao ha Escudier, seu projeto de uma teodiceia protestante pés-hegeliana vida que existe um abismo entre Droysen e nés. Para dda historia que combina o otimismo sobre os poderes éticos do Esta 23. Isso ¢ enfatizado por seu ex-alune Hermann Kruger e também por iferentes autor ‘es, Para Kruger: “It was his irefragable conviction that although this fist attempt 10 terect the German Empire again had "Would be followed by others, and thet at last, pro vided Prussia would ony, in proper recognition of her historical ealing, trace herself upto an energetic pole, the loosely connected German states would unite une er her lead into a firm whole, and thus resize afterall the peraetval dream of s new German Empire” (KRUGER, Introduction, In: ANDREWS, €- Outline ofthe poreipics of History. Boston: Ginn & Co, 1993, p. I 24. [is lectures] were among the most frequented at the university. Particularly those upon Moder together in his auditorium, besides numerous students, ise ‘many high ry officers and many savatis. For those Droysen was nok me rly an em investigator, but alsa an extraordinary teacher” (bie, p90 doe da sociedade, com a possibilidade de surgimento da liberdade nos indiv Comparando Hegel e Droysen, Hayden White dira que enquanto 0 estranho para nossa época’ fac uma distingZo entre a historiografia universal, pragmé- conceitual baseada numa consciéncia histérica ingé- segundo estabelece diferencas a este respeito e prenuncia a o de categorias quase tropoldgicas de investigagao: psico- -ondicional e ética’*, Mas o fato é que Droysen re- combater o conjunto das apo- rias e das lacunas teéricas existentes a0 rejeitar o imperialismo das 11 a historiografia modert ciéncias naturais, da filosofia, da teologia e do positivismo de Com- ia em que metodologia e teoria foram devidamente co- locadas a servigo da compreensio do objeto, do offcio do historia- historica e da apresentago dos resultados da pesqui- a historia é um trabalho morfol6gico, que lida com mas que no deve abdicar de ser espe- ciéncia pesquisa ao compreender e tem como objeto o .. Como materi jos e monumentos. Ela deve fazer com que a humanidade tome consciénci mental p mesma’, Ela tem, portanto, um papel funda- iio dos sujeitos hist6ricos — que por exceléncia devem se tomar também sujeitos politicos - ¢ » por acaso, 25. ESCUDIER, A. Op. ct, p. 21-22, 26. . Trdpieos do discursa. S80 Paulo: Edusp, 1998, p. 94 27. Vole lem 5 ibrar que Draysen “considerava a apresentarSo como uma operago cog ‘oxsie Poderia ser associa som restncbex 8 operagto inteoretative: (RUSEN, ta tna, % ara da historia IE: formas eungSes do conhecmento istic, Bs 007, p. 19, 28. Ver § 74 neste vr, rma mais elev «que fazer a fim de se tomar um historiad. aeestas questies ele re stérica®. Em Dro srfica deve comecar com uma pergur por onde comegar e Para responde e metédica da cién operagiio histori com uma questo histori com o reconhecimento dos tragos do passado no presente, nas let rangas € nos vestigios, que servem de fontes a que retine heuristic uela tradigao, quest se com o probl objetividade e Como se vé, a het método por exeelénci a Topica os procedimentos possi stigativa, narrativa, didética e discussiv: 28, RUSEN, 1. Op. cit, p. 88. 30. ROSEN, J. razdo histric. Grasiia: UNB, 1999, 27-28, 231, Be expt claramente 0s topo propastos por Droysen em WHITE, H. Droysens! torik: Historical Writing as 3 Bourgeois Science”. In: The Content of the Form. Bal Fe The Johns Hopkins University Press, 1987, ie aces méritos foi realizar a distingdo entre tureza e aquilo que é fruto do d preseng: 10 esconde i, visto né negar q Sgico, que pode set vis- da agio s€ de seu reconhecimento. Ainda que o por do individuo por mei ise tem como pand les (384-32. 2.a.C.), a filosofia pra- De gem. e ressente da influéncia destes autores em si como de Boeckh (1785-1867), Fichte (1762-1814) e de 854). Or io uso do ter- assi Schelling (1775: mérito indiscuttv acepgio de cién- sume aqui tant t6rica global d (Historik) e ja como o dominio de reflex? as historias de seu sen con 3 sCenve es nponctons mores raises a godt du our dun Tate ou un Len tes = tout a sousg FBeatatr “ Soi ot dnd apes on de toute const eons (ISSN on ee 33. ver KOSELLECK, R. Op, cit “™ les de const 2 trilha de Humboldt. Em sintese, a histéria, para Droysen, torna-se nada menos que o nome da espécie, um nome para a humanidade. Etica e historia fundem-se inseparavelmente, ¢ a primeira se apre- senta ao historiador ao mesmo tempo como um material empirico € tum objeto. Sob este Angulo, a Historik pode ser encarada como uma hermenéutica histérica do ser, que, a seu modo, antecede a Introdu- so ds cincias do espiito™, Ser e tempo e Verdade e método™, Para ampliar ainda mais a questao, pode-se dizer que o estudo da hist6ria tem, necessariamente, um carster politico, a partir das considera- ses colocadas por Droysen, visto, necessariamente, o historiadot se posicionar junto ¢ em relagio aos poderes éticos de sua época. Durante sua atividade docente, Droysen deu mais de 200 cur- diante de assembleias numerosas, da juventude aca- Era admirado por muitos de seus contemporneos ¢ foi visto como um dos maiores historiadores da Alemanha. Algum tempo depois sua obra passou a ser recebida com reservas por al- hou o caminho do esquecimento para muitos e suas con- as para a teoria da hist6ria acabaram sendo eclipsadas, sobre- tudo pela produgo da Escola dos Annales. Na Alemanha, identifi- cada ao historicismo, ela ndio mais agradou aos historiadores do int- cio culo XX, bem como todo este movimento passou a ser visto com reservas na Franga e no mundo anglo-saxao. Na disputa com gigantes do pensamento social Hegel © Weber, o nome de Droysen foi e modo que seu sucessor Dilthey. Face as disputas de sua heranga com 0 espélio de Leopold von Ranke, coube a este o epfteto de 0 idealis- grande expoente da Escola Historica Alema. As reac& 34, DILTHEY, W. Introduccién a las clencias de) esprtu. Madrt; Alonzo, 1991, 35, HEIDEGGER, M. Ser e tempo. 2 vol. Petrépois: Vezes, 2000, 36. GADAMER, H.-G. Verdade e método. 2 vol. Petripois: Vozes, 2004 237. KRUGER, H. Introduction. In: ANDREWS, E. Op. ct, p. XVI Ey .egeliano no plano filoséfico ao longo do século XX, tanto na fi- to na hist6ria, coadjuvaram a jo sob € sob seus herdeitos, Droysen dentre eles, embora ndo nncordasse integralmente com Hegel em varios pontos. Em seguida, uma “pa de c advento do nazismo, em que ganharam enlevo, novamente, a (0 profunda entre Estado, poderes éticos e individuos, -o na obra de Droysen, sua releitura foi marcada por in- ‘compreensdes a maneira da obra de Nietzsche ou de Heidegger, sen- cdo visto por alguns como um idedlogo da grande Alemanha, Isto cer- nite contribuiu ainda mais para seu ostracismo, particularmente a derrota do Terceiro Reich. Somente algum tempo depois e tan sgracas aos esforgos de autores como Hans-Georg Gadamer, Jorn Rii- en ¢ Reinhart Koselleck, Droysen tem sido reabilitado e recente- © interesse em torno de sua obra. Cada vez mais é atribuido a ele o papel seminal de fundador das bases epistemol6gicas ccimento histérico. A tradugio e a leitura de sua Historik tem, aquilatar sua importdncia na constituigdo da disciplina te se reno histérica moderna e oferece uma contribuigao det icado da hist6ria, seus objetos, o papel dos historiadores e am a operagio historiog: esquecimento de Droysen, ou ainda © apagamento de sua ‘iva para se pen- os diferentes momentos que inte; conttibuigao pode ser buscado em algumas pistas, muito embora Hannah Arendt e Jacob Burckhardt o saudassem como um dos maio- res historiadores do séeulo XIX. A primeira delas reside na erft cay ente de Nietasche & escrita da hist6ria praticada na Alema- ha e sua admoestagio a alguns historiadores alemaes na le pe- tiodo. A rigor, Nietzsche nao era avesso a histéria, conforme de- igor, monstra Thomas Brobjer em artigo recente ou ainda aponta Geong 238. BROMIER, T-H, Nietesche’s relation to historical method and nineteenth-century ‘Seta historiography. History and Theory, 46, 2007, p. 155-179. a Iggers em seu livro sobre a historiografia alema™. Mas Nietesche. cusa a historia factual o diletantismo de historiadores romant os, cuja narrativa sobre o passado recheavam de ficgdes. O fato Niebul jo tenha mencic que, em diferentes momentos, Nietzsche referiu-se a Wol (1733-1815), a Mommsen ea do uma tinica anke, embora 0 nome de Droysen. De fato, Nietasche ignoras peremptoriamente. Em su toro daquele seu compatt logo, certamente p que Droysen, aos olhos de Nietzsche, havia sido sor da moral, do progres obras existe profundo siléncio ae também fi eum apologi seja, de tu estudos sobre a fi silencia categoricamente a este respeito. Vale que ambos lecionaram em lena. Droysen, ao entender o helenis como um momento de expan poder € renovagio da cultura grega, radar a Niet a de degeneragao e decadéncia do vigo que arti civilizagao. Ao lado disto, moral e como uma ética universal em Droysen, certamente se a a neste momento apenas sint entendimento tava, de modo radical, do niilismo nietzsche Outra pista para esse esquecimento refer 0 proprio texto histdrico do dtimo quartel do século XIX, em que a hist6i novamente se aproximou dos modelos de fundamentagio inspi dos modelos apriortsticos de andl como 0 materialismo hist6rico ou o positivismo, visto alguns hist dos nas ciéneias da nacur riadores no se convencerem exclu mente pela fundamenta hermenéutica e compreensiva oferecida por Droysen, Dilthey, Wé 39, IGGERS, 6.6. Deutsche Geschichtswissenschaft, Munique: DTV, 1971, @ 0, essa maior aproximagio afia francesa responde pelas escassas referéncias a a Escola Historica Alema ou 3 tradigio Droysen € mest smfnica. Na Alemanha coube a Peter Ley Historik comentada®, depois a Jérn cago de uma nova edigao Rasen o retomo a esse autor obrigat6rio!!. No mundo anglo-saxio, Hayden White em um artigo® e Robert Southard com a pu dde Droysen and the Prussian School of History®. No Pedro Spin c, 0 pensamento mento histérico em sua trouxe a lume, no contribuigao ao pe do defendida em 2003, foi definida claramente por Droysen: ela as um “estudo das condi- lidade das hist6rias; um tipo, pois, de ‘meta-hist6- lo volume, Reconstrugio do passado, da trilogia de Jorn Risen sobre a teoria da hist6ria apresenta a mesma di taantel xdologia, embora livro, Risen confere a Droysen fio fei- ot Droysen, Sistematica e Met alterando a ordem tas NO se 40.LE¥H,P, Op. cit. FE:RUSEN, 2. Begritene Geschichte - Genesis und Begrondung der Geschichtsthaoria Droysens. Paderborn: Schoningh, 1969. 42.WHITE, H, Op. it. $8.s0 198, S4.CALDAS, 6.5.0. op. ct AS-MOSELLECK, R. istéra/histéva, p. 47. UTHAROT, R. Droysan and the Formation of the Prussian School. Lexington, 3 mérito de, pela primeira vez, fixar a oposigio entre explicar e com- preender* O Gnundriss der Historik, que completa 150 anos de publicagao em 2008, é uma obra pontual que representa um esforgo para se pensar a especificidade epistemol6gi loconheciment da hist6ria e sua autonomi- humano. Tr: se ae sempre atual, pois para Droysen a Historik é uma cineia que procura mostrar 0 que suce- de quando se escreve historia e qua e vive como ser hist6rico, e, por este mot Droysen péde demonstrar que pensar historica teleologicamente, sobretudo colocando em confronto certa orfan- dade de destino e 0 impulso da vontade humana'®. Assim, tem ori- ica quando no presente e vislumbra 0 gem a compreensiio da propria historicidade, que se ver ta 0 pa futuro®. Com um olhar nunca estitic« a consciéncia histor er uma avaliagio € reflexio permanentes. De qualquer modo, o homem reconhece no pres nao se na ete! idade que € divina, embora o presente mesmo tern pois 0s vestigios do passado precisam ser reconheci- dos para que ele possa tornar-se consciente da tradigio que o ante- cede, a fim de nao a repetir infinitamente. Além dos vest ». Reconstrugo do paszado ~ Teoria da histéria II: 08 principles da pesqul- ‘Brasilia UNB, 2007, p. 40. 47. CALDAS, P-S.P. Op. cit, p. 21 48. bid, em especial cap. 3 49. Segundo Emiido Stein podemos definirconsciéncia histérca como uma consciéncia ‘riiea que “aquela que nso ests interamente de acordo com 0 seu tempo, cua sua (Ba hermenéutie nunca esta parace, ¢ uma consciéncia que procura dar conta das mu Soncas e saber que essas mudangas s80 produzidas em oa parte peas circunstancias Dresentes, que essas mudancas 80 entravadas por crcunstancias historcas passaas" ESTEIN, €: ApronimagDes sobre hermenéubea, Porto Alegre: Edipucrs, 2004, p. 81) Jembranca (Erinnenung) seria outro verculo privilegiado para que, hermenéutica, o presente pudesse compreender as as no passado. Na radical crise do presente a herme- itico, possibilita o questionamento ¢ 0 ado, pro- Jo conectar as lembrangas ea tradigo, no sentido de elucidar neste horizonte teleolsgico e divino que constitu droyseni Droysen o pensamento histérico deixou de ser um apéndi- Eo método histérico desprendeu-se do filosdfico. Ele iros a demonstrat, muito antes de Mare Bloch e ou- idores contemporineos, que o presente é a verdadeira ido da historia e nfo o passado. E que o Estado ou a his- despeito de sua importncia, no detém a supremacia sobre a orient Hegel. Na Historik é possivel ver como Droysen resolve a questo de compor uma teoria geral sobre os sentidos do passado sem descuidar das singularidades. Segundo Pedro Caldas, ele revela qu isicas; quem fendmenos as palavras, pode-se dizer que o conhecimento sensivel plenamente a realidade e que a partir de part roxima da totalidade, mas no como uma soma ou ‘SEN, 1G, "Der erste Abschntt der Einletung der Vorlesung ber de Neuere Ws, 1842/1863". Histonk. Vo. 2, p. 93. APUG CALDAS, P'S.P, Op. ci, p. 27, = mento especulativo quanto 0 eminentemente empirico tém suas restrigées, afinal saber por exemplo de uma determ nndo implica saber 0 que & hist Droysen, como em Hegel, nfo hit o saber representacional e a verdade, da hist6ria ndo estaria na mirfade dos detalh« mo eram as insttuigies e a cultura ada soci CRONOLOGIA Como demonstrou Jorn Riisen em sua tese de doutorado, a His- torik evidencia uma identidade profunda do conhecimento hist6ri- co, diferenciando-o da filosofia hegeliana da hist6ria, do Romantis- moe do. Johann Gustav Droysen nasce em Treptow na 06/07/1808 Pomernia, filho de Johann Christoph Droysen (chete militar) ¢ Frederike Casten. iminismo, ¢ inaugura uma nova pagina na histéria deste saber. Reinhart Koselleck concorda ¢ localiza na obra de Droysen 0: surgimento da ciéncia da hist6ria moderna, 1826 Completa seus estudos em Stettin, Julio Bentivoglio 1826-1831 _Estuda Filologia e Filosofia em Berlim, Universidade Federal de Goiais fan Publica Uber die griechischen Beischriften der Berliner Papyros, em Berlim. Pail Torna-se professor no Colégio Zum Grauen Kloster em Berlim, 1831 Excreve, sob orientagio de August Boeckh, a dissertagio O reinado de Ptolomeu VI. 1832 Publica a tradugao das obras de Esquilo em dois volumes, Doutora-se, sob orientagao de August 1833 Boeckh, em Filologia Classica, com a A histéria de Alexandre, 0 Grande. 1833-149 Aceito como Privatdozent de Filologia Classica em Berlim, 1835.37, Tradue epublica obra de Ariston em ts volumes. 51.CALDAS, P,P. p28, a 1836-1846 1840 1841 1846 1848-1849 1849 1850 1851-1852 1851-1859 1855-1856 1858 1859-1884 1867 1876 19/06/1884 Redacao de sua Histéria do helenismo em trés volumes. Casa-se com Marie Mendel, com quem teve dois filhos e duas filhas. Transfere-se para Kiel, onde € nomeado Primeito Professor de Historia. a Vorlesungen iiber die Freiheitskriege em Blege-se deputado pela Provincia de Holstein para a Assembl al de Frankfurt pelo Partido do Cassino. Publica Die Verhandlungen des Verfassungs-Ausschusses der deut Nationalversammlung em Leipzig. Publica Die Herzogthiimer Schleswig-Holstein und das Kénigreich Danemark. Aktenmaissige Geschichte der dinischen Politik seit dem Jahr 1806 em Hamburgo, Publica Das Leben vom Feldmarschall Graf York von Wartenburg em Berlim, Professor de Histéria em Tena. Publica Geschichte der preussischen Politik em. Berlim. Publi Professor de Histéria em Berlim, a Grundriss der Historik em Tena. E nomeado membro da Academia de Ciéncias de Berlim. Publica Abhandlungen zur neweren Geschichte em Leipzig. Morre em Berlim. Fn PREFACIO A PRIMEIRA EDICAO, Nao seri negado aos estudos histéricos o reconhecimento de que também estes tém o seu lugar no vivo movimento da ciéncia ossa época, de que eles esto empenhados em descobrir coisas Wvas, em teexaminar o antigo de forma nova e em expor seus 1. MEW Cxperley) s da maneira mais adequada. Mas quando os interrogamos sobre sua fundamentagio cientifi- ‘elago com as outras formas de conhecimento humano, juestionamos sobre a fundamentagtio de seu método e a correlagdo com suas tarefas, ento eles nao se encontram em condi- ges de fornecer respostas satisfat6rias. Nao que eles se creditem, em prinespio, dispenséveis de tais in- terrogagdes ou incapazes de respondé-las; porque houve aqui ou ali tentativas de solucio tas questdes, tanto nos estudos da pro- ria Histéria, como pelo recurso a outras disciplinas. ins autores conferiram & hist6ria universal um lugar na filo- sofia enciclopédica. Recomendaram desenvolvé-la ~ considerando suas necessidades logicas-— de forma mais confivel a partir das con- materiais, com base nos dados estatisticos. Um outro autor, vez ~e ele apenas exprime teoricamente o que muitos ou- Fa importancia metafisica”. Por outro lado, existe o empenho devota- do de outros, na verdade mais “dogmético” que devotado, de substi- {uit o pragmatismo das coisas humanas pelos sempre novos atos mi- raculosos de Deus e de sua deliberagio imperscrutavel, uma doutrina que pelo menos tem a vantagem de “no dever nada ao intelecto”. No campo de nossos estudos, a Escola de Géttingen do final do século XVII, que ora estd findando, ocupou-se com as questdes gerais, que de tempos em tempos foram repetidamente tratadas. “basicamente a hist6ria politica” e que em torno desse nticleo se agrupam as variadas cién- cias elementar Procurou comprovar que @ historia s » auxiliares e outras da nossa area. Reconhe- ceu-se, entao, a esséncia da histéria em seu método, caracterizan- do- fa posigao artéstica e na “obra de arte hist6rica” e celebrou-se como o maior historiador da nossa época aquele que, em sua maneira de este como “critica das fontes” e como produgio do “puro Encontrou-se a meta determinante da nossa ciéncia na ex- exposiio, mais se aproxima dos romances de Walter Scott, O sentido hist6rico & por demais ativo na natureza humana para que nao pudesse encontrar, bem cedo e sob condigies favors a sua expresso em formas adequadas. E é essa sensibilidade natural que ainda hoje aponta o caminho e confere as formas aos es- vei tudos hist6ricos. Entretanto, a exigéncia da ciéncia nao deveria se contentar com isso. Para ela é importante explicitar com clareza suas metas, seus meios e seus fundamentos. Somente assim ela po- deré soerguer-se a altura de sua tarefa, somente dessa maneira po- deré falar —utilizando a expressio de Bacon -, desembaracar-se dos prejulgamentos que ainda dominam seu método, as “idola theatri, 52. Ver MARINO, L. Praeceptores Germaniae (1770-1820). Gottingen: Vandenhoeck @ Rupreen, 1995, '53.Em alemao aie reine Tatsache, 54, Droysen ests se referindo, de maneira nica, a Leopold von Ranke. 5 tribus, for, specus™, para cuja guarda atuam no poucos e grandes interesses, asim como antigamente quando, no lugar da fé em efei- os migicos piedosos ou impios, tiveram lugar a astrologia e os pro- cessos contra as bruxas; somente assim ela afirmard sua competén- cia ao longo de um domfnio bem mais vasto e desigual de interesses hhumanos, que até o momento quer ¢ pode fazer. ‘Anecessidade de obter clareza a respeito de nossa ciéncia e sua tarefa, jéterd sentido todo aquele que tem a incumbéncia de instru- ir os mais jovens sobre ela, como eu tive; outros encontr satisfagao de alguma outra maneira. O que me estimulou a esses es- am sua tudos foram as questdes sobre as quais costumamos passar por cima, por parecerem jé ter sido solucionadas hé muito tempo na prética cotidiana, O que hoje é politica amanha pertencera @ histéria, o que hoje é um negécio, se for suficientemente importante depois de ter passa- cdo uma geragio, ser considerado parte da histéria®*, De que ma- neira os neg6cios se tornam histéria? Onde esté o critério para que se tomem hist6ria? Um milénio far com que um contrato de com- pra assinado entre particulares se torne um documento hist6rico? dos dizem que a historia é um significativo meio de expresso da cultura; que hoje ela constitui uma parte muito importante no ensino atual. Mas por que ela é importante? De que forma? Entio clan’ ‘era importante para os gregos do tempo de Péricles, ou o era de uma maneira diferente? E nos cantos de Homero? E como poe- 55."Quatragneros sto os idols que sujétam oespitohumano, Para melhor o ind- ng he Subuiremos nomes dtints: chameremos agucles da prierro Genero de 30 da raga, os go segundo de oles da caverna, os do terceto de Gols da rata por 3 os do Guarto de oles do teatro" (BACON, F: Novum organum Live $38). 38,0 autor provoca uma alterRd entre as palavras negéclo(Geschift) e Histéria (Geschichte) indieando ue 8 Stans no un negocs su reve opresto de eee noma, Voie lem que Broysen ers contemporaneo de Kat Hoy, cue ome fo- ‘Brunhuancados por Hegel, mosque enum postras patito bas a mas nacionaiis poderiam ter tido valor pedagégico ao ensino de hise tGria para o Btegos e para a Alemat ‘A obser vaci0 do tempo presente nos ensina como cada fato apreendido» contado e contextualizado de acordo com a diversi« menos que na vida) — aclquire as mais variadas interpretagées. A partir desta dade de porntos de vista ~ na vida privada nai pa abundancia de coordenadas tio diversas, um obser pecto tera dificuldade de fazer uma ideia exata e fiel de eventos pase idos e dos materiaés terd sensivelmente diminutdo, poderdo as pessoas fore mar um julgamento mais correto? A critica das fontes permite o 2 Serd pronto restabelecimento das percebges™ e opinises an que ela conduz ao Ese é assim em tomo do contetido “objeti Tem razio adqueles que denominam a hist6ria como fable convene? ‘Um certo sentimento natural e todas as épocas nos dizem que nao é assim, que nas atividades hu maior e mais misterioso, tanto mais estimula o espirito a conhecé-lo ea fundament-lo. ‘Aessa série de interrogagies se ca aqui uma segunda série. Qual relago 0 individuo entrelaga com essa forca da histéria? Que posicao ele Ocupa entre essa dltima e os poderes éticos que lhe cone ferem um contetido e um acento concreto? Quais sio os deveres, €0 que € seu devet supremo? Essa série de consideragée 57. Hohenstauten. também conhecida como dinastia dos Staufer, fol uma das mais mn Freeeneitagens da nobreza sudbia, que dominou a Sacro império Romano. Germae Fico nos atculos *It © XII, de onde provieram os principaisimperadores else pin es alemaes. 58, Aa longo do texto Droysen usa @ palavra Auffassung com sentidos aferentes, 58, Fibula conveniente. Ver VOLTAIRE. Correspondance, Paris: Galimard, 1985, p. SS. 2 dor circuns- aspiragSes subjacentes. Em cem anos, quando a massa histéria, como fica a verdade histérica? Existe uma verdade sem autenticidade? concordancia indubitavel de hg wma coeréncia, uma verdade é um poder que, quanto parte do campo imediato de nossos estudos e fazem nece: sscer em nds a certeza de que a tarefa da no sera nte de conhecimentos que se es- bogam a0 amante da hist6ria sobre a nica base de seus préprios estudos? Esse tipo de estudo destina-se a se fundamentar seni so- mo as ciéncias naturais tém feito com tanto su- dor possa contar com o tipo de enfoque estritamente histé re Ihe é proprio, a par do que tem elabora- doa fil a teologia, as ciéncias naturais, etc. este género dificil de problemas, ele deve de maneira clara reconhe- ‘ose Ihe torna absolutamente proi- bido e que ele deve antes partir, sobre o caraiter empirico que 6 uma base simples e segura que e cesso? Desde que o his fi poe a abordar cer que o caminho especu que a razao eleva ao estatuto de conhecimento. Foi nos estudos de Wilhelm von Humboldt que encontrei as los6fico de Humboldt, mas daquilo que a ex- » maior historiador “inteligéncia e poder de e possufa com harmonia notivel; seu pensamen- to e suas pesquisas, bem como sua admirav cexperiéncia de mundo através de uma vida ativa, constituiram nele uma concepgio de mundo que t a seu centro de gravidade e sua forga intensa no £0, wielm von Humboldt (1767-1835), funiondrio do govemo prussiano, i EGRe,estutioso da linguagem e fundador da Universidade de Berim (Humbert GAIBY. Wer sooretudo a conterénaa de 1821 Leber Ger Aurgabe des Gechichtsehribers ET TT2MANN eta. org.) Gosammete Scrriten, Berm: Bet, 1903-1836. Saeten de Samosate (125-161 4.C),nascido na Sila, pro n'a obras em que satrizava sua sociedade, ue exerceu for erda, Montaigne © Rabela sentimento ético. Acompanhando as formac; sgénero humano, em especial as linguagens ~ ele distinguiu a “natu reza espiritual-sensivel”®? das mesmas, bem como a forga criadk de sua expressio, gerada de maneira ativa e passiva — dois elemen. tos em que o mundo ético®, engendrando correntes elétricas sem. pre novas em constantes polarizages, move-se formando e, a0 m ver-se, transforma as coisas criadas. A partir dessas reflexdes, pareceu-me possivel aprofundar na questo da nossa ciéncia, fundamentar seu método e sua tare a partir do que até entio foi reconhecido de sua natureza, dese volver a sua fisionomia prépria. E isso que tentei fazer nos pardgrafos que seguem. Eles sao frut de aulas que dei sobre a Enciclopédia e Metodologia da Hist6ri Meu objetivo € oferecer, neste presente Manual, uma visio geral seu objeto inteiro e fazer referéncias particulares apenas quai fosse necessrio para a compreensio clara dos nexos. Tena, maio de 185 62. 0 tradutor francés preferlu “Yisco-moral", malgrado suas conotagées racional Wsto ser uma expresio da crtica que Oroysen fox multas vezes obra Ge Wihel Wachemuth (17641866) 63. No orginal sitiche Wert ¢ parecem relacionar-se m: INTRODUGAO L A historia (Die Geschichte) i §1 Natureza ehistéria so os conceitos mais amplos, sob os quais 0 mano apreende 0 mundo dos fendmenos e ele os apreen- intuigdes que se Ihe apresentam diretamente no es- spit de através d pago € no tempo, quando ele organizs incessante dos fendmenos cambiantes, com 0 objetivo de compre- seu modo, o movimento ende- Nao € objetivamente que os fendmenos se dividem no espago € ro tempo; a nossa percepgio é que os separa de acordo como eles a0 espago ou ao tempo. Osconceitos de espago e tempo adquitem determinagio e con- te”ido A medida que o que se encontra lado a lado ao existente, ou 0 que se encontra na sequéncia do que passou a existir, é percebido, Feconhecido e pesquisado. §2 Om te conceber as coisas como estando em constante devir, seja esse imento incessante no mundo dos fendmenos nos permi- Aevir visto como algo que se repete periodicamente, seja como algo que parece repetir-se e crescer por intensificagdo e acumulagé continuas (EntSoarg eg arir6, Aristiteles, Da Alma, II, 5, 7)* Naqueles fendmenos, nos quais se manifesta a nés um tal avan. 90, que se encontram em uma sucessio, ofator do tempo € conside. rado por nés como sendo decisivo. E isto que entendemos e resumiz mos como histéria. 83 S600 que é humano aparece aos olhos dos homens como est do em progressdo crescente ¢ em intensificagio constante, ¢ es movimento de progressio ¢ de intensificagio constantes const tuem a sua esséncia e tarefa. A soma desse crescente infatigavel é 0 mundo ético. E é some nesse diltimo que o termo hist6ria encontra sua aplicagio integral. S84 A ciéncia da historia € o resultado de percepgdes empiricas, experiéncias e da pesquisa ({oTop ia). Todo empirismo se baseia na “energia espe sensoriais, em que, por meio de excitagio, o espirito recebe niio pias", mas signos* dos objetos do mundo exterior, que produzir essa estimulagdo, Assim, o espirito humano desenvolve sistemas signos que, por efeito de correspondéncia externa, apresentam, objetos, constituindo o mundo das ideias. Um mundo de repres tages, através das quais a mente, corrigindo-as, ampliando-ase a 6. Tendéncia 20 crescimento préprio, Agradecimentas a ane Kelly de xii na tradugao dos trechos em grego. 65. Histéria. 66. Expresso cunhada por Johannes Miller (1801-1858). Zur vergeichenden Phys ie des Gesietssinnas des Menschen um der Thlere: nedst einem Versuch Ober de ‘wegung der Augen um Uber den menschlchen Blick. Leipzig: Cnabloch, 1826,» Uber Dhantastschen Gesictsarschelnungen ~ tine physiologische Untersuchung Mit Dhysiologschen Urkunde des Avstoteles Uber den Traum. Cablence: Holacher, 1826. 67. No original Zeichen, ra pelo 36 centando-as por meio de novas percepgbes toma posse do mundo! ment veri, ranto quanto pode possutlo, precisa possut-lo, de sorte a epcebé-lo e domins-lo em fungio de seu saber, de sua vontade e de seu poder de transformagao. fsa empitica se rege sob coordenadas por nés orien- tadas, Ela no pode se orientar além destas coordenadas que, por sua presenga imediata, se prestam a uma percepgio sensivel Os dados da pesquisa historica nfo so as coisas passadas (por- que essas coisas sfio do passado), mas o que esté ainda preservado xno agui-e-agora, sejam lembrangas do que era e aconteceu, sejam os vestigios do que foie chegou de outrora $6 Cada ponto do presente é fruto de um vir-a-ser. O que ele era e como se formou, é passado, mas é um passado que ainda se encontra de forma ideal nele. Mas, somente no estado ideal, como tragos apagando-se, bri- thos latentes; afastados da consciéncia é como se niio existissem. © olhar ador, 0 olhar da pesquisa & capaz de desper- té-los, ilumins-los,fazé-Los reviver, iluminando a escuridao vazia do passado. Nio sao 0s passados que se iluminam ~ eles no esto mais -, mas 0 que deles ainda nfo € passado no aqui-e-agora, Esses brilhos espertados estao para nés no lugar dos passados, eles so sua pre- senca espiritual. Oespirito findavel s6 tem 0 aqui e 0 agora. Mas e: espago es- iente de sua existéncia ele amplia, avancando com sua Vontade e suas esperang: meméria e retornando com a abundancia de suas 's. Reunindo em si, de forma ide: futuro e 0 passado, ele logo da eternidade. 7 < Elaesté condicionada pelo fato de que a “naturezafisico-moral” do set humano revela cada processo interno de perceptiilidade reflete os processos internos em cada manifestagio. A Ele ilumina e enriquece o seu presente com a visio e o conb cimento do passado, que nao tém existéncia, nem durabilidade, no ser nele e por meio dele. A meméria cria para ele as formas € substancias® de seu mundo mais intimo (uvriyny éndvtwy coritop’épydvny, Esquilo, Prometew, verso 461)”. sensorial stagfo ao ser percebida, projetando-se para o interior de {quem a percebe, estimula 0 mesmo processo interior. Percebendo 0 grito da angéstia, pressentimos a angéstia daquele que grita, etc. 87 © animal, a planta, os objetos do mundo inorganico sto por Somente © que o espirito humano ¢ a mao humana model nés compreendidos apenas em parte, somente de certa maneira, de cunhou, tocou, somente esses tragos produzidos pelo homem se i acordo com certas relagées, aquelas que parecem corresponder a minam novamente para nés. categorias do nosso pensamento. Para nés, nao sio seres indivi- duais, pelo menos nao um ser pessoal. Enquanto apenas os com- \GOes, ndo temos reservas em Cunhando, formando, classificando em cada manifestagdo, preendemos e percebemos ne negi-los como existéncias individuais, a decompd-las, destrut-las, ser humano mostra a expressdo de seu ser individual, de seu eu. que de tais expresses e impressdes ainda se encontra disponfy para nés de alguma forma e em algum lugar, somente isso nos falé nos € compreenstvel. usé-las, consumi Perante os seres humanos, manifestagSes e configuragdes hu- ‘manas, nés somos e nos sentimos basicamente em “igualdade”” e reciprocidade ~ cada eu individual fechado em si mesmo, cada eu abrindo-se para 0 outro através de suas manifestagbes. IL. O método histérico ( $8 © método da pesquisa histérica € determinado pelo card morfol6gico de seus materia. historische Methode) $10 A manifestacao particular é compreendida como uma manifes- tacio do interior, entendida como uma simples expressio da natu- Teza interior; esse interior é evidenciado, no exemplo dessa mani- festagfio, como uma forga central que se apresenta em si, declaran- do sua natureza, como sendo um todo sem diferenga, como também. © cada um de seus efeitos e manifestagdes periféricas. O particular € compreendido no todo e o todo é compreendido no particular Aeesséncia do método histérico é de compreender ao pesquisar $9 A possibilidade de compreensfo reside na afinidade conget das manifestagdes” disponiveis mo material histérico. 68. No original toe 69. Lemoranca de todas as coisas, Meméra]. 70.No ariginalforschend zu verstahen. 71.No original Ausserungen. 72. nota peat? 2 tradutores: em alemBo esté Glechartikert, ou sea, seres da mesma es 2. Press , Ferman vnorera de nementcaw 6 modo comprens:o eo endo Ver SCHLEIERMACHER, FE. Mermanéuta: ate eases Ga erDre "sho. Petrpols: Vozes, 2003, pe jo da mBe des musas (que é Mnemosyne = as Ey Osujeito da compreensio em sua qual fe de eu-de total de em si, tal como aquele a ser compreendido, complementa ps a totalidade daquele, a partir da manifestagao particular, e a festagio particular, a partir da totalidade daquele. A compreensio € tanto sintética quanto analitica, assim su aro da compreensio se distingue do mecanismo légico do 'ssa ago ocorre sob as condigdes explar como [intuigéo imediata} como se uma alma penetrasse a out alma, de modo criador, comparavel & concepgao §12 O ser humano, dependendo do que ele € por suas aptiddes, torna uma totalidade em si somente ao compreender outros, a0 compreendido por outros, vivendo em comunidades éticas! outros (familia, povo, Estado, religiio, etc.). > a ser isolado nao se torna uma totalidade senio relativament compreendendo e sendo compreendido, ele & apenas uma ilust cho e expresso das comunidades Was quais ele € membro e de ct ser e tomar-se ele toma parte — ele mesmo € apenas uma expr desse ser e tomar-se - A combinagao das épocas, povos, estados, tel mais € que uma expresso da totalidade absoluta, que pressenti ena qual acreditamos, que se s resulta do cogito ergo suum’, da c teza da existéncia de nosso eu, fato mais indubitavel para nés. 74. No orginal sitiche Gemeinsamkeiten, 75. Penso, logo exist, méxima de René Descartes (1596-1650) nth idea se na visio hist6rica, a visio para a qual o mundo emativa incorreta da visio de mundo materialist lista re | ético nos | cada instante, se reconcilia aquele oposto, a fim de se renovar, e se onduz; pois a caracteristica do mundo ético é que nele, a renova a fim de se reconciliar. §i4 De acorclo com os objetos estudados e a natureza do pensamen- tohumano, existem trés métodos cientificos: o método especulati- v0 (filosof ‘A sua esséncia €: reconhecer, esclarecer e compreender. , igo cAnone das cigncias: logica, fisica, ética ~ que no sfo trés caminhos para uma mesma meta, mas os t@s lados de um s6 ico), 0 fisico e o histérico™ epee ; , quando o olho humano quer aprender, no reflexo eterna cujo esplendor seria incapaz de suportar. ‘emesmo pri das cores, $15 O mundo ético, movido por muitos fins e objetivos, decisivamente assim pressentimos ¢ cremos ~ ele tem por fim tiltimo o desenvolvi- mento perpétuo, em intensficagio permanente (‘ad ora ad ona come Tuom s'etema’. Dante, © Inferno, Divina Comédia, XV, 84)", Observado segundo a sucesso de suas transformagdes, esse mundo € para n Rat-se e crescer, a historia. A cada passo dado adiante nesse tor- iase ¢ aprofunda-se a compreensio da hist6- 78. rst mara, T.£0 iets iormente cabers a Dithey aprofundar a natureza do método para as ciéncias mem se imortaiza. No trecho ead, Dante Alighien narra odislogo com o| restino Bruneto Latini no Inferno: sé fosse tutto pieno il mio dimando / r= volnon sareste ancora/ de Tumana natura posto In bando; /che na mente § 2 m'accora,/ la cara e auona imagine paterna / i vol quande nel mondo ora/ minsegnave Tia, isto é, cu ser compreendido e 0 seu compreender; o conheci- aprofundar, sem mento sobre ela é ela mesma; a hist6ria prec descanso, as suas pesquisas, ampliar seus hori Os acontecimentos histéricos tém a sua verdade nos poderes éticos (tal como as coisas da natureza os tém nas sua ecni- cas, fisicas, quimicas, etc.): estes so a sua respectiva concretizacio. Pensar historicamente significa ver, nessas realidades, a sua verdade. TIL. A tarefa da teoria da hist6ria (Die Aufgabe der Historik) $16 A teoria da hist6ria nao é uma enciclopédia das ciéncias hist6ricas, nem uma filosofia (ou teologia) da histéria, tampouco uma fisica do mundo hist6rico, muito menos uma poética para a historiografia®. Ela deve postular como sua tarefa ser um organon do pensamen- toe da pesquisa histérica. $17 A histéria desta tarefa, desde Tucidides e Pol din® e Lessing", © coragio da questéo na Introdugdo a lingua kavi de W. von Humbolde?. até Jean Bo- 78, Esta defini fl extraida de Wielm von Humboldt. A ideia de uma fisice da histé- "le mundial, como aparece em seu texto de 1818. Ver Betrachtungen Uber cle Dewe- genden Ursachen der Weitgeschichte em Gesammelte Schriften. Vol. 3. Berm: Behr, 1904, p. 360-366. 73. al como se apresenta, em certos momentos, para Georg G. Gervinus, 31 Methodus and Faciiem Mistorarum Cognitionem. Paris: Martin Le Jeune, 81. LESSING, G.E. Die Eiehung des Menschengeschiechts. Bertin: Voss, 1780. 82, Berim: Druckerel der konigichen Akademi, 1836-1839. teoria da hist6ria de Gervinus®, a Filosofia positiva de Com histria abrange a Metédica®* da pesquisa histérica, do que ¢ historicamente pesquisivel e a Topica dos os de exposigéo do historicamente pesquisado, 83, GERVINUS, G.G. Grundzige der Mistorik, 1837 18. COMTE, A. Cours de philesophie postive. Paris: Roven-Bach 85. SCHAFFLE, A. Bau und Leben des sozislen Korpers ~ Enzyklon Der realen Anatomie, Physiologie und Psychologie der menschichen Gesellschaft. 4 vo. Tobingen: Laupp, 1875. 86. A metodologia, a A METODICA (DIE METHODIK) m saber recebi percorrer um grande Ing, mediacBo. = 1 A heuristica (Die Heuristik) $20 Q ponto de partida de toda pesquisa é a questio histrica 19)® A heuristica nos fornece os matet para o trabalho hist ela é como a arte do mineiro, de encontrar e trazer luz, “um tre tho subterraneo” (Niebuhr)®. $21 Material hist6rico'é, em parte, aquilo que ainda esté diretat te disponivel (vestigios) daqueles presentes, cuja compreensio tamos buscando, em parte o que dos mesmos refugiou-se no nario dos seres humanos e nos foi tiansmitido pela meméria ( fontes) e, em parte, sio coisas nas-quais as duas formas se e tram ¢ esto combinadas (monuments). §22-%4 : : Na abundancia dos vestigios podemos distinguir: a) obras moldadas pela mao do homem (obras de carster art £0, técnico, etc., caminhos, terras parceladas, etc.); b) estados da vida comunitéria (usos e costumes, les, re mentos ci is ou religiosos, etc.); | ©) manifestagdes de pensamento, de conhecimentos, de ati | dades do espirito em todos os géneros (filosoficos,literdrios, tolégicos, etc.), e também as obras hist6ricas encaradas c produtos de sua época; 4) documentos oficiais (correspondéncias, faturas, arquivos toda espécie, etc.). 89. A pergunta histria, 90. Barthold Georg Niebuhr (1776-1831), hstoriadr aleméo, estudioso da histla ‘mana e um dos fundadores da crica dacumental historca, 23 om jos, os quais, ao serem trazidos & tona para outras finali- (decoragio, uso pritico, ete.), atuam na intengao de fixar Jo também monumentos nemoria so também monumé ‘uma m Trambém os documentos que visam testemunhar futuramente 0 fechamento de um negécio. : Sao assim também as obras de arte de todos os tipos,inscrig6es, edalhas e, em certo sentido, as moedas, ete E por fim também todo marco monumental, pedras divisGrias, compreendendo até titulos, brasdes e nomes proprios. $24 Nas fontes, as coisas do passado so conservadas para fins de meméria, tais como o entendimento humano as detectou eas confi- cada oo desde que nio tenha sido fixada externamen- te (em versos, formulas sactas, textos escritos, etc.), continua a vie vere se transformar juntamente com o imaginério daqueles que as guardam (como a “tradicio” na Igreja Romana). A confiabilidade de retransmiss6es orais e por escrito.diferen. cia-se somente de forma quantitativa.> As percepges contidas nas fontes tendem a ser predominante- mente subjetivas, ou o quanto possivel objetivas (pragmiticas). Pertencem a série subjetiva, em parte, aquelas, nas quis @ per- epcaio esta turvada pela imaginagao, ou pelo sentimento dominan- te (lendas, cangées hist6ricas,etc.), em parte, aquelas cujo material Serve somente para contemplagées ou argumentagées (discursosju- diciais, parlamentares, etc, esctitos publicistas, etc., livros de profe- tas, Dante, Aristéfanes, etc.). Na série pragmatica, distinguiremos, em parte, o dominio e as Maneiras de combinar ¢ relacionar, de preferéncia Aquelas que transmitem apenas fato os fat isolados, Além disso, afinalidade com que foram apreendidos vai ajudar a determinar o significado das | fontes. A apreensio seri, obviamente, variada de acordo com a opi- niffo de seu autor dependendo dela se destinar para si mesmo, para outros, para um, para poucos ou para todos, para o mundo contem- porfineo, ou para a posteridade, para instrugdo, para o di to, ou com finalidades comerci Aschamadas fontes derivadas so interpretagdes de interpretagies. §25 A diferenga de valor entre os trés tipos de materiais resulta da finalidade, para a qual devem servir ao pesquisador. As fontes, mesmo as mais excelentes, fornece Ihe somente uma luz polarizada Nos vestigios, o pesquisador segue completamente seguro, até 8 minimos detalhes; quanto mais intensamente os perscruta tanto mais férteis eles se Ihe apresentam, ainda assim, so como que frag- mentos fortuitos e dispersos. Pela natureza de seus objetos, os dados empiricos hist6ticos ca- recem da seguranga que os dados empiricos fisicos possuem nas ob- servagSes e experimentos. Que o presente do mundo ético realiza experimentos de todo tipo e permite a investigagao mais pormeno- rizada, isso confere a pesquisa hist6rica o substituto para, por meio decanalogias) clarear o ponto obscuro. $26 Da questio histérica resultam quais serio os vestigios, monumen- tos as fontes que deverio ser mobilizados na busca de sua resposta. Aarte da heurfstica consiste em ampliar e complementar 0 ma- terial histérico: a) pela busca e descoberta divinatéria; b) pela combinagio, que, através de classificagio correta, faz com que um material que parece nfo ser hist6rico passe a ser classificado pelo estatuto de documento (ef. A. Kirchof) ©) por analogia, que aplica para o esclarecimento a sucesso de eventos sob condigdes semelhantes; 4d) por hipstese, cuja comprovacao € a evidéncia do resultado (como os campos cultivados dos vilarejos alemies, como ex- presséo da ordem de uma vida comunitéria antiquissima). -omo toda outra atividade metédica, pressupde 0 concurso permanente de outras disciplinas. ‘Todo saber histérico e cada um de todos os outros saberes rela- cionados~ tanto sobre questées de linguagem quanto concementes aos fatos em geral ~ so para todos o mesmo que ciéncia auxiliar. 2. A critica (Die Kritik) ‘1 + §28 A critica nao busca 0 “fato histérico propriamente dito”, pois cada chamado fato histérico, desconsiderando os meios, o contex- to, as condigdes e as finalidades que atuaram conjuntamente, sio atos de n complexo de atos de vontade, muitas vezes, de muito vontade que auxiliam, ou que inibem e que, como tais, ja so do ssado juntamente com o presente ao qual pertenceram e ainda ‘istem somente nos vestigios do que foi feito naquela época ou for- ido gracas a eles, ou estao disponiveis sob a forma de opiniges ¢ mbrangas. RCHHOF, A. Studien zur Geschichte des griechischen Alphabets, Berlim: Dumm- 1883, 6 $29 A tarefa da critica é determinar em qual relagao se entrela ‘material ainda dispontvel em relagio aos atos de vontade, dos q ele oferece testemunho. ‘As formas da critica sio determinadas pela relagio entre 0 terial a ser explorado e os atos de vontade, dos quais receberam configuracao. $30 a) Apergunta ése 0 material é realmente aquele que foi to como tal ou aquele que pretende ser. E a critica de autentici que deve responder a esta questio. A comprovagio da ndo-autenticidade est completa quat 6poca, a origem e a finalidade da falsificagao so comprov: a falsificagdo verificada dessa forma, se for encarada de outra neira, pode tornar-se um material histérico muito importante. Uma forma de aplicago da critica da autenticidade paral minado tipo de materiais € a diplomatica, o exame da autentici de diplomas, cartas, documentos (¢ de outros escritos) através caracteristicas externas, a0 contrério da chamada critica supe $31 b) A pergunta é se o material ainda permanece inalteradat te o mesmo que era originalmente e ainda pretende ser, ou qual mudangas que podem ser reconhecidas nele e que devem pe cer desconsideradas. Quem dé resposta a isso é a critica do rior e do posterior (método\diaeritico) Ae 192, Expresséo care a Johann Selomo Semler (1725-1791) e a August Ludwig ({53551803): hohere Kritie 93. Relative 8 época. Des rruheren (época anterior) e des spateran (época WA). 50 _Em geral, o resultado deste processo é a comprovagio do chama- do “desenvolvimento”, desde as primeiras formas até a configuracéo presencemente dispontvel, na qual as partes desconexas se eslare Fem e se verficam reciprocamente (Ferdinand Christian Baur). 32 ‘, ‘A pergunta € se 0 material, que jé foi produzido, realmente indicou podia indicar a comprovagao, pela qual é ou pretende ser considerado ou se, logo que passou a existir, s6 podia ou que- riaser relativamente exato, somente parcialmente, apenas de cer- \) ta maneira, A resposta a isso é dada pela critica da exatidao. » KO gnces Est seguintes perguntas: 1) Se o que é relatado € posstvel em si, levando em conta os al- ica terd que colocar ao material disponivel as cances da experiéncia humana. 2) Se é posstvel sob as condigées € nas circunstincias dadas. Em ambos os casos, a critica estabelece a veracidade das per- cepgdes a partir dos objetos considerados; 3) Se, nos motivos, nas finalidades e nas condigdes pessoais do relator pode ser reconhecida uma deformagao na opiniao. 4) Se, na insuficiéneia de meios de observacao e interpretagao, considerando-se o levantamento de dados, foi inevitavel uma inexatidao. Nestes dois casos, a critica mede essa interpretagio e sua exati- 40 pelo método e, igualmente, pelo instrumento de interpretagio. $33 A critica das fontes consiste na aplicagio da erftica aos docu- Mentos denominados fontes. Py 84.0792. 1860). Teslogo protestante,historiador do cristianismo primitvo efundador critica de Tubingen, a Quando a critica das fontes & compreendida como se fosse a comprovagao do modo como um autor deve recorrer a. um outro, entio esse € apenas um meio parcial — um entre outros de solucios nar ou preparar sua tarefa: a comprovacao da exatidio. A critica das fontes distingue: 1) o que essa fonte fixou e reproduz mediante a apresentagi (acontecimentos, negécios, documentos, fontes mais anti- gas, et 2) qual coloragao geral ela recebeu do imagindrio dominante na: respectiva época ¢ lugar (por exemplo, a coloragéo demonol6gi- cano século XV, 0 esnobismo epig6nico na época alexandria); 3) qual tonalidade particular pertence ao préprio autor da fon | te, por suas inclinagdes, sua formagio, seu cardter, etc. S $34 . AA fonte primeira nao consiste na cadtica confusao das opinides ~ | simultaneas, das noticias, boatos; esse é somente o proceso atmos- {érico das brumas e vapores que sobem e se precipitam, que se repe- tem diariamente e, a partir dos quais, se originaram as fontes. Geralmente ¢ 0 primeito sentido hist6rico que governa sob sua tradigo subsequente. No melhor dos casos, esse sent 0 ocorre no presente hist6ri dos respectivos eventos, ou seja, antes que os efeitos decorrentes t °) ham alterado a “ideia” que formamos dos fatos e pessoas atuantes ‘ owantes, ainda que um novo acontecimento caracterizador de um: €poca tenha engendrado um novo entendimento. $35 d) Resta a pergunta se o material, tal como se apresenta, ain contém todos os momentos dos quais a pesquisa esta procurand testemunho, ou em qual medida esté incompleto. A resposta € dada pela classificagio critica do material analisado. 3 Sempre, ou quase sempre, restam somente detalhes das realida- intigas, somente percepgdes isoladas do que era e do que acon- rece. Todo material hist6rico apresenta lacunas e também a pes- guise mais apurada no esté isenta de falhas; o rigor na identifica- ¢ cfods da pesquisa : ‘A classificagio critica nfo tem somente a incumbéncia de guiar sob o ponto de vista da sequéncia temporal cronolgica. Dependen- do de como ela consegue agrupar os mesmos materiais de acordo cunas e dos possfveis enganos é a medida para a seguranga com mais variados pontos de vista, tanto mais pontos fixos resulta- $36 nnitir uma interpretagio relativamente segura e corteta. Aqueles que pelo excesso escrupuloso de probidade recusam ir além da critica se equivocam naquilo que abandonam & imagina- io, em lugar de trabalhar com os resultados da erftica e buscar re- s que assegurem sua exatidao também para continuar o trabalho nte, 3. A interpretago (Die Interpretation) $37 Nem a critica procura as origens, nem a interpretacio as exige, I No mundo ético nada existe que no tenha sido mediado. de inscrigies latinas. Edtadas er Beri por Theodor Mommsen (1817-1903) 0b 8 éside da Academia Real de Clencis Prussione 3 A pesquisa histérica nao tem por ambicdo explicar, ou seja, pretende deduzir do anterior o posterior; os fenémenos nec mente como efeitos de evolugdes e leis que os regem. Se a necessidade logica do posterior residisse no anterion cexistiria, a0 invés do mundo ético, um anélogo da matéria ete da transformagio dos materiais Se a vida hist6rica fosse somente uma nova geragao do qu sempre igual, entio ela seria sem liberdade e sem responsal dlesprovida de contevido ético; ela seria apenas de natureza organi A cesséncia da interpretago € ver realidades nos acontec tos passados, com toda a abundancia das condigées que exigit sua concretizagdo e existéncia. §38 ‘Assim como esto reunidos durante uma caminhada a) 0 nismo dos membros em movimento; b) a tensio muscular e nada & uniformidade ou irregularidade do solo, sua lisura, di ete.;¢) a vontade que movimenta 0 corpo; d) a finalidade de assim o deseja, de cuja vontade se trata; assim também a interp ‘so se processa de acordo com quatro pontos de vista. Que seja tornada valida a prevaléncia de um ou outto, co sencial, como ex usivamente determinante, essa é a fonte de tos enganos priticos e tedricos; isso € doutrinério (§ 92). §39 a) A interpretagio pragmatica abrange o fato crftico, ou seh vestigios e as descrigdes de ocorréncias reais em tempos re verificados e classificados pela critica, de acordo com 0 nexo cat que reside na natureza desse andamento dos eventos, a fim de construir o desenrolar real desses episédios de tempos remotos Havendo riqueza de material, basta o simples método dk trativo. Se 0 material for insuficiente, entio a natureza do assunto co- hecida em casos semethantes leva-nos a analogia, ou seja, a uma Tavagio entre o conhecido e este ponto ‘A analogia entre dois pontos, desde que se complementem reci- procamente, torna-se 0 método comparativo.» nk ‘Anecessidade de uma contextualizagio, na qual oexistente em fragmentos se mostra de forma ajustada na curva dessa conexao e, desse modo, confirma sua viabilidade; € a hipstese. $40 b) A interpretagao das condigées esta fundamentada no fato igGes estavam contidas de forma ideal na ocorrén- cia de eventos reais em tempos remotos, ocorréncia que se tornow possivel e passou a existir e, como sempre ocorre na fragmenta- ao, ainda existird nas interpretagdes e nos vestigios. (Como pode set reconhecido, por exemplo, na linha da facha- da lateral com a posigo em si mesma feia do gladiador na Galeria Borghese, para a qual a estétua estava destinada.) As condig6es do espago fisico — desconsiderando as intme- ras pequenas condiges ~ explicam-se pela geografia (do teatro de guerra, do campo de batalha, dos limites naturais, etc., da formagao dos vales do Egito, das terras de aluvido no Mar do Norte, ete.) As condigdes do tempo decompdem-se no estado ento exis- fente, no qual o fato ocorreu e nas simultaneidades que exerceram maior ou menor influéncia sobre o mesmo. ‘Uma terceira série de condigdes s4o os meios, tanto materiais wanto morais, através dos quais o fato torou-se possivel e se con- eretizou. (Os meios materiais incluem uma variedade de substncias e ins- Mumentos, e, com 0, um imensurvel campo de interpretagio ‘Scnol6gica, que praticamente ainda esti intocado; na esfera dos Melos Morais incluem- | [ Wt) as paixdes humanas, humores das massas, 3s preconceitos ou pontos de vista dominantes, etc.; 0 marechal, 9 Os poetas ~ como Shakespeare — desenvolvem, a partir dos ca- ie quer atuar sobre eles e através del rpctees das pessoas, a ocorréncia dos fatos que representam; les a do acontecimento. Nos ¥ \ mem de Estado, o artist \influenciado na mesma medida por eles. $41 ypenas personalidades. ) A interpretagao psicolégica procura no fato os atos de fem seu rumo, apesar da vontade boa ou mé da- de que o produziram. queles por meio dos quais se realizam. Ela é capaz de reconhecer o sujeito que desejou e a energi Nos poderes éticos encontram-se a continuidade da historia, o )/sua vontade, tanto quanto influenciou no curso dos acontecit seu trabalho e seu prosse; ince & a neles todos ween parte, tos; a sua forga intelectual, tanto quanto ela influenciow seu i cada um em seu é deles, indiretamente também o mais nem o sujeito da vontade dedicou-se integralmente inferior, o mais pobre, vive junto com a histéria. aor forga de vontade, o mais Mas também 0 maior génio, ode lar dos fatos, tampouco o que passou a existir veio a ex poxleroso € apenas um momento nesse movimento dos poderes éti- cos, ainda que por sua posico seja um elemento especi portante e atuante. Como tal, e somente como tal, ele é interpr apenas por meio da intensidade deste homem, de sua vontade Imente im- {| sua inteligéncia; nfo € nema pura, nem a completa expresso de personalidade. A personalidade, como tal, nfo tem seu indice de valot na do pela historia, no por amor & sua pessoa, mas pela sua posigio € realizago naqueles poderes éticos, pelo amor das ideias das quais foi portador, t6ria, naquilo que ali ela desempenha, faz ou softe. A ela fica pres vado um circulo proprio, no-qual ela, seja rica ou pobre em significativa ou desprovida de efeitos ou éxitos, comunga so: $42 Consigo mesma ¢ cofn seu Deus um efrculo préprio, no qual lig «A interpretagio das ideias entra na lacuna deixada pela in- fonte propriamente dita de seu uerere de seu exist, no qual realiza o que ela justifica peranée Deus, ou é amaldigoada. Para individual, € 0 que h& de mais certo, & a verdade de seu ser, a consciéncia. Nessa santidade, o othar da pesquisa nfo entra. Pois o ser individual constroi seu mundo na medida em que compartil los poderes éticos. E, 8 medida que ele construiu com ™aior afinco e desempenho o seu lugar no curto tempo de sua vida, Ebem verdade que o ser humano reconhece o ser humano, ele promoveu a constitu pmunidades que vivem e viveram © |, apenas superficialmente ele percebe seus atos, sta fala, sua exp hele pean aa ©} facial, porém sempre somente nesse momento; comprovar que compreendeu total e corretamente, isso ele 5 ele contribuiu, com sua parcela, p: Perduram por mais tempo do que ele. € capaz. Dife Sem estes quando um amigo acredita no amigo, quando, no amor, um cré tem, © ser humano nao seria ser humano, mas eles exis- ho conjunto de dda historia pesquisada, cujo devir e crescer & crescem e se desenvolvem somente no tra leiro do outro, como sendo sua imagem: “Assim tu deves pois é assim que te entendo”. Esse é o segredo de toda a educa trabalho. O sistema ético de uma época qualquer é apenas a consta especulativa e a sintese do que até ento era desconectado, mente uma tentativa de somar e expressar o seu contetido Cada época é um complexo de concretizagées de todos se deres éticos, no importando a intensidade ou a caréncia de fragmentacik pelo mais baixo (0 Estado em forma de familia, etc.). ou 0 quanto 0 mais elevado ainda esta en $43 Na variedade das esferas éticas, nas quais esta enraizada move a vida humana, a pesquisa dispée da série de perguntas, as quais ela se aproxima do material histérico dispontvel, a interpreté-lo de acordo com seu contetido ético. és poderemos fazé-lo por meio de duas formas de interpret a) Ou observamos naqueles materiaiso estado das circunst éticas sob uma perspectiva extética, assim como se configut respectiva atualidade e no perfodo transcorrido até essa atuali Assim, obteremos o horizonte ético, dentro do qual se trava tudo 0 que ocorreu naquela época e com aquele povo e, da ~ da respectival temos a medida para cada ocorréncia is povo, ete. 'b) Ou, dinamicamente, procuramos e abarcamos os progressivos daquele estado de coisas. “para onde eles duziram, como eles se realizaram”, obtemos aquilo que nos it E, ao correlacionar esses momentos, com 0’ movimento daquela época, daquele povo, os desejos e hutas das pectivos seres humanos, a sua vitéria ou sua derrota. $44 Nesse movimento, ora predomina mais um ou outro dos res éticos~muitas vezes como se apenas uum liderasse sozinho’ sencia como Se 0 préximo passo fundamental a ser dado depen- ace somente dele -, 08 esptitos inflamados impulsionando, con- sjrindo, dominando, como expresso do respectivo tempo, do res- pectivo povo, do respectivo homem. pensamento ou a complexidade dos pensamentos que a in- salienta, em qualquer curso de eventos, é para nés a cexpreta senade daquele curso de acontecimentos. Nesse pensamento com- preendemos 0 tespectivo acontecimento e a partir dele compreen- demos essa ideia. Nas exatidGes do evento obtido por meio da metodologia, a ideia do evento deve se confirmar eo fato deve justifi Para nds é verdadeira a ideia que corresponde a uma existéncia everdadeiro o existir que corresponde a um pensamento. essa ideia. A SISTEMATICA (DIE SYSTEMATIK) . $45 O campo do método histérico € universo do mundo interminavel de negécios, estados de reresses, conflitos, paixdes, ete. Pode ser observado e trata- ficamente de acordo com varios pontos de vista técnic juridicos, religiosos, poll iamente nao é feito ou desejado por n 10 historia. Somente o modo peculiar de enca- vivido diferente dos feitos comuns “faz do pas- Apreender os sentidos do mundo ético, apreendé-los de acordo | = om seu desenvolvimento e sucesso, de acordo com sequénecia causal vento, denomina-se aprender historicamente (§ 15). étio de todo o movimento é sua finalidade (16 68ev 1 Ki- YEAS)". Quando a ca observa, no movimento domund 36. Aquo Aatslo auc orginou o movimento, Aistteles. Metaisica, 1.0138. a sobre a finalidade tiltima, na qual o movimento se completa, na aquilo que move o mundo humano, impulsionando-o a seguir em frente, sem parada, é paz, perfeigdo, presente eterno. $47 Oser humano, de acordo com a sua “semelhang: tarefa de ser, para o tempo de sua vida no finito, um sui uma totalidade em si, ser medida e finalidade para si mesmo porém, como a divindade, que & também a origem de si mes deve torar-se aquilo que deve ser. Somente nas poténcias éticas ele se constitui como ser no; os poderes éticos o formam (§ 12). Eles vivem nele,¢ ele n Nascido dentro do mundo ético que ja estava formado — ‘meira crianca jé tinha pai e mae ~ a fim de tornar-se ser ht consciente, livre e responsével, cada ser humano cria, com sta cela (§ 42), em sua comunidade ética, e usando-a como aut seu pequeno mundo, a célula da colmeia de seu eu. Cada uma dessas células 6 condicionada e suportada pelas Ihe esto proximas, condicionando-as e suportando-as també das juntas formam um edificio, crescendo sem parar, condici pela existéncia das pequenas e mais infimas partes. Deus” $48 Construindo e formando em seus individuos, passando ai através do trabalho, a humanidade cria o universo do mundo Sem o incansavel crescimento e desenvolvimento de su munidades éticas, isto é, sem hist6ria, esse trabalho seria uma tanha de cascas fugazes. ‘Sema consciéncia de sua continuidade, sem a hist6ria, esse ho se tornaria infrutifero como a areia das dunas, & mercé dos Sem a consciéncia de seus fins e do fim maior, sem at da histéria, sua continuidade seria somente um movimento ci repetitivo. 19 PR lo ético deve ser observado historicamente: I de acordo com a matéria, na qual ele forma; Ide acordo com as formas, nas quais ele se constituis IIL, de acordo com os trabalhadores, através dos quais ele se constrois IV. de acordo com os fins que, através de seu movimento, se coneretizam. 1.0 trabalho histérico segundo suas matérias (Die geschichtliche Arbeit nach ihren Stoffen) do trabalho hist6rico é a matéria dada pela natureza que passou a existir, fruto do devir hist6rico; ambas so simultaneamente condigao e meio; tarefa e limitagao para ela. ‘A ampliagio incessante de suas matérias € a medida de seu de- senvolvimento. §51 a) Pesquisando e compreendendo a natureza, dominando-a e configurando-a visando fins humanos, o trabalho da historia a eleva Para a esfera ética e coloca sobre a esfera terrestre o aerugo nobilis” do querer e do poder humano. (Descobrimentos e descobertas... avoura, agricultura, minera- S%... omesticacao de animais... modificagao de patses e paisagens através da muda de plantas, animais... 0 circulo das ciéncias...) == » Steere funeral contd suena or Doyen srundanatural e0 mundo dco assure um tom rice erases © um ato Pestivismo que exisia, ‘nas ciéncias naturais, que ele nunca deixou de combater, @ + §52 b) O trabalho da historia permite ao homem reconh suor de seu rosto” aquilo que ele é por suas aptidées naturais = | tomar-se o que €, ao pi se reconhecer; ele faz do genus $3 oser humano histérico, ou seja, étic: £4 7+ (Antropologia, etografia; a questo das racas, cruzament + * | cial; propagagéo do género humano, etc.) $53 ©) As forages” éticas humanas, resultado do trabalho Fico (do estado de coisas) tornam-se sempre novamente not pulso e meio para novo trabalho. Y= CEstatistica, necessidades e relacionamentos, etc., a d \¥ 7 histéria da cultura.) yo 54 d) A partir das finalidades humanas, do fervor ou da com a quial se vive, a ist6ria constitui suas forgas impulsi seus atrativos, seus efeitos sobre as m: (Espirito nacic GS | ete.) ista, particularismo, fanatismo, rival IL. O trabalho hist6rico segundo suas formas (Die geschichtliche Arbeit nach ihren Formen) $55 AAs formas, nas quais o trabalho da histéria se move, so munidades éticas, cujos tipos so poderes éticos no corago consciéncia do ser humano (8 jx Suvéqievos KoWuv' 98. Espécie humana, 99, No orginal Gestaltungen. sév Seduevos St aUTapKetay ... OnBlov 1 Bede éoTt. ARIS- COTELES Politica. I,eap. 1, § 11)! [Nos posletes éticos situa-se o poder educador da histéria. E cada mem participacio na vida da histéria, na medida em que dela par- ficipa (6 41)- AstelagGes humanas so éticas na medida em que edu- as educam na medida em que nelas 0 ético € imperativo. cam; € Cada prio, fechado em si mesmo, exigindo de cada um o dever de irao seu m desses poderes éticos cria sua esfera, seu mundo pré- auxilioe de trabalhar por ele, ao mesmo tempo elaborar e ativar 0 ico-moral nele. juo nao € um 4tomo da humanidade. Cada uma das midas em ndmero infinito, resultariam na huma- pertence a essa familia, esse povo, esse Estado} ete., 6s0- mente um membro vivo desse, assim como “a mo separada do cor- mio! A doutrina dos direitos humanos natos ultrapassa suas prprias Premissas; ela esquece que sem dever nfo existe direit cada ser humans que em if foram atendidas milhares de obrigagées, antes, que ele mesmo tenha ti possibilidade de adquirir um direito. lades originam-se, de acordo com a natureza do ser humano, de uma necessidade ni ambas, ou ideal, ou se situam entre Sendo poderes éticos, elas reforgam seu devir e sua histéria tanto €m si mesmas como em relagio a outras poténcias e comunidades. ——_ Ei A ue nk caper de estar em sacetade ou é uma besa sagem ou um 01 Ng tage" ordem natura, a pos se antepde& faa a cada individu [..] Levantal 0 treme restora em pé nem mao sendo no nome, coro ze ove allah por Ges aguiGue 2 Mo separada do corpo nao é mals mao senso pelo nome [arfos Tycap. 2, S11 ores}, ARISTOFELES. $57 A) Nas comunidades naturais, o natural deve tornar-se mediante um processo primeiro de desejo, por amor, fideli ver, ete. A partir de uma necessidade humana natural, a comuni | irtompe, a partir do instinto de querer e dever, fo 1¢40 permanente; isso diferencia o ser humano de criaturas. $58 a) A familia, No espago fisico mais estreito, nas formas melhantes as criaturas, fundam-se os lagos éticos mais inte ‘mais profundas formagGes sociais. ~ As etapas do matriménio, ‘monogamia. A autoridade paterna. O lar. A chamada ordem| arcal. A vinganga de sangue. $59 b) A vizinhanca. Aqui surgem os primeitos atritos no es conjunto. A fundago de uma comunidade como sendo uma: de familia. Os mais velhos; a comunidade provinci cultivados, ete. $60 c) A tribo, Parentesco nao gdcet', mas Oéce1 n60u THs Sov!" (Dicaerco de Messina)!". O heréi da tribo, gentilicia 102, Maneira de ser. 103. 0 apresentar do desejo de seu grupo, 104. 350-290 a.C. Pensador e gesgrafo grego, discinulo de Aristételes 105. Pessoas sagracas. age Geragbes € consttuigho de lis (cognatines et propingutates™, sueras e tempos de paz). gol 4) Opovo. Estado natural, religiio natural, ete. A era étnica uni- sersal, A rigidez ¢ a mobilidade dos tipos de povos. A chamada psico- fois dos povos. A “demonologia”. O prinefpio da nacionalidade. mnidades ideais, o espiritual, adquirindo expressio, deve penetrat nas realidades a fim de tornar-se, de modo percepti- vyele compreensivel, um elo entre as almas, um tesouro em comum. $63 a) A fala e as linguagens. Todo o pensar é falar, movendo-se nas formas que a linguagem envolve e conduz adiante. A mimese audt- vel nao é somente imitago de sons, mas manifestagao das percep- s6es em expresso audivel. ~ A seqiiéncia do desenvolvimento da linguagem, formando abundancia de formas, complicagées sint: «as, especializagio léxica. Portanto, de maneira nenhuma “a vida da linguagem cessa onde a vida da histéria inicia” (Schleicher)" Fonema e escrita. A variedade de formas de pensar das linguagens om escrita fonética e hier6glifos (linguagens oftélmicas). $64 b) Obelo e as artes. A imitagao artistica, nfio apenas como c6- Pia das formas, reflexo, eco, mas reprodugdo das impresses animi- 5, até a representago de um para outro sentido com base na escu- — 106, 5 the es de terra ocopndas por grupos mites germtncos como eram denomina- i" (cognationes) e depots pelo historiador Tadto (propingulates) ScHtricneR (1821-1868). Die deutsche Sprache. Stuttgart: Cotta, 1860, p. 35. a ta ¢ observacao atentas (a dangarina que danga a prima ideal eo contentamento gerado pelo brilho (Rumoht)"*, © 0 musical aqui se incluem. $65 c) A verdade e as ciéncias. A verdade cientifica. A at de alcance dos métodos. A natureza do ceticismo, da dou hip6tese, etc. Nominalismo e realismo, etc. $66 4) Osagrado e as religides. Cada religido é uma expres réncia e do desamparo na existéneia finita e da necessidade que se est dentro de uma existéncia infinita. ~ Uma ex} saiada para o pressentimento da divindade, para a co cura e na salvacao através dela, visando a certeza do eterno, to, absoluto, ~ Fé e A historia do do em cada religiso, Ito. Religiao e teologia. — $67 C) Nas comunidades préticas, movimentam-se 0s inter luta e os interesses conffitantes, sempre ligados pelas neces impulsos naturais, sempre denominados para pressionar metas ou finalidades ideais, embora essa pressio se realize para atingir um estado perfeito finalmente acabado, um de mente satisfeito. $68 D) A esfera da sociedade. A sociedade tem a pretensao: recer a cada um 0 seu posto, no qual as comunidades étic atendidas e no qual as preenche. 108, RUMOHR, K-F. von. Iaienische Forschungen. Berlim: Nicolai, 1827-1831 [Adiferenga das classes, do sangue e, de cultura, da propriedade. adigio € costumes, os elementos conservadores' da sociedade, a opinifio publica, etc. A repablica social. Aquisigio e concorréncia, capital e trabalho, riqueza e pobreza, a natural ¢ economia monetéria. Movimento dos valores, + pwolugio do crédito. Plutocracia ¢ classes trabalhadoras, etc. O Estado como comunismo. §70 F) A esfera do Direito. O direito pretende dar a regulamenta- fo e a fundamentagao de todas as formas, nas quais as comunida- des éticas se movimentam. cra do diteito, “Direito deve permanecer direi- "1, mas também deve querer ser somente direito, As modalida- des de sua fundamentagao, de sua atuagao, seu aperfeigoamento, te. O Estado de direito, $71 G) A esfera do poder. O Estado faz a exigéncia de ser a soma, a fotalidade orginica de todas as comunidades éticas, ser 0 abrigo e 0 amparo destas e, tanto quanto possivel, sua utilidade. O Estado & 0 poder piiblico de protegao e resistencia, interna e externa 2 1 N° crsina Die tragen Element, 0s elementos natives, conservadores a a iginal Wohifahrt, iteralmente bem-estar. * Exoress80 extraida da introducSo da Biblia de Lutero, @ Na vida do Estado e dos Estados, a autoridade € o el assim como na rea da familia é 0 amor, na érea da ja, a fé, no campo da arte, o belo, etc. No mundo politico, a poder tem a mesma validade da lei da gravidade do mundo co. “Uma carruagem sem grandeza nem é uma carruagem’ Somente o Estado temo direito e o dever de ser poder. © direito, a caridade, a sociedade, quando até mesmo a povo ea comunidade assumem o lugar do poder, a esséncia do do ainda nao foi encontrada ou se perdeu por corrup¢io. O poder é maior quando é alimentado pelo maior afinco no} balho, pela satide e liberdade de todas as esferas éticas. O no se comporta somente como qualquer uma das outras es relagdo as demais, mas em seu campo ele abrange todas t ‘movem sob sua protegio e direito, sob sua guarda e respons: de, para sua salvagio ou perdigio. O Estado ndo é a soma dos individuos que dele fazem nem surge a partir da vontade daqueles, nem esté af por vontade queles. ‘Quanto mais grosseira a forma do Estado, mais reside nele a ¢¢a.0 invés do poder, tanto mais pobre em liberdade el@. A pattir do caos de meros povos, cristaliza-se Estado sobre do. O seu relacionamento reciproco progride a partir do hhostem aetema auctoritas esto!" para um regime de tratados es pacificas, até o direito do povo. O Estado federal, a io de Estados, o sistema de Estados, sistema de Estados em mundial so sempre cfrculos de ondas desse movimento, al ides cada vez maiores. 113. "Contra oes Roma, 451-450 70 m0 trabalho histérico segundo seus trabalhadores (Die geschicht -he Arbeit nach ihren Arbeiten) §72 Todos os eventos e as mudangas no mundo ético-moral se reali- vam através de atos de vontade, assim como no mundo orgfinico tudo se forma a partir da célula. Também através de atos de vontade, onde dizemos: o Estado, o povo,algreja, a arte, ete. fazem isso e aq §73 Cada pessoa é um sujeito ético; somente através disso shumano. Ele precisa construir para siseu proprio mundo ético ($47). Cada individuo, como personalidade que se formou e ainda ira se formar, € para nés de infinito interesse, assim como a poesia e © 6 ser romance so insaciéveis em acompanhar e realizar esse interesse. ‘Também as relagées humanas estreitas ¢ as mais estreitas aspi- rages ¢ atividades humanas, etc. tém uma evolugdo, uma histéri sio historicas para os envolvidos cais, histérias especi Mas acima das historias esté a Hist6ria. ist6rias de familias, historias lo- $74 Assim como esse matriménio, essa obra de arte, esse Estado Permanece relacionado a ideia de familia, de belo, de poder, assim St40 cu empiric, efémero (§ 55) em relagdo a0 eu, no qual o fi sofo pensa, o artista trabalha, o juz julga, o historiador pesquisa. Essa generalidade, o eu da humanidade, Ahistoria € 0 yvdun covrdv'4 da humanidade, sua consciéncia. a tntgCerhece-te ati mesmo, Méxina do Oréculo 6 Delos, Temple de An \Uma curiosidace da frase & que 0 verbo esté em urn mado verb "Sto. Este modo @ usado pera expressar a dela de fata consumads. §75 a ideia de como as coisas deveriam ser, ¢ tudo fica impregna- O pulso vital do movimento hist6rico é a liberdade. A palavra liberdade foi entendida de forma diferente em, <0 sp dess dela, dessescaracteres que procuram preencher ese pa rio. condicho do se, asia impregnado, & da ondem da paixso {005 que ver soba obrigagioe responsabilidad e em ago e pen- ‘amento, de acordo com 0 velho provérbio: Bpéaav. naet'" tempos. No inicio teve somente um significado negativo. Liberdade significa nao ser impedido de participar e viver em cada uma das esferas, nao ser perturbado ou reduzido por, ma delas, nao ser exclufdo de nenhuma. Cada uma delas exige o melhor de cada um, nao rara modo exclusivo. Na colisao dos deveres, em seu andamento} 2B a pensamentos si a critica daquilo que & e que nfo é como doloroso e, muitas vezes, em seu final temerério, a natureza deveria ser. No momento em que os pensamentos concretizados se : aperfeicoam criando novas situagSes, e depois se condensam, tor- habito, inércia, rigidez, a critica € renovadamente desafia- n por diante. sidade desses pensamentos ~ Aqpndba éxovtec 51- | abiioovowy ddArfAotc! é a dialética da hist6ria (“Filosofia da His- \ t6ria” de He, findavel sucumbe ao postulado da liberdade, nando- 376 dae Nao € na falsa alternativa entre liberdade e necessidade qu side © problema da vida hist6rica A necessidade ¢ o contrétio da arbitrariedade, da casual futildade, é 0 “dever-ser” do bem, &0 ético, que no pode ser A maior liberdade €: viver o bem mais elevado, viver para a lidade das finalidades (§ 46), viver na diregao do r as mudangas —e sua ciéncia éa historia, Por isso a“liberdade i do ser humano ético” (Fichte); por isso a expressio da cor “perch’io te sopra de coro e mitrio (DANTE. Purgatorio, XXVI, 14 §79 a ‘A partir das situagGes se formam novas ideias e a partir das ideias se ormam novas situagbes, isto constituio trabalho do ser humano. oria, atendendo somente os seus interesses e negécios, vie vendo somente o presente, voltados as necessidades do cotidiano, dos habitos, da corrente da massa, seguindo somente os aconteci- Mentos mais proximos, trabalha para a hist6ria sem escolha e von- ‘ade, sem liberdade, como massa. Esses so as “Thyrsophoren” ba- Tulhentas na passeata de Deus, Béxot 5 ye nadpot'®. 877 Toda mudanga no mundo histérico se real a parti dado estado de coisas que desenvolvem uma contraimagem!™” —— 1 tg to Pato,» pungdo, ESQUILO. Les Chogphores, Op. a Aaucles que detém snitila-So 208 outros. SP AGURES cue detém a tochatransmiti-lo-Bo 30s outros, LATE Us, As bacantes mais pequenas. PLATRO, Fedo. 1115. A ctagio de todo o trecho: "Non aspettar mio dr pid né mio cenno; / i ‘ano tue arbitri9,/@falla fora ron fore suo senno: / per ch'lo te sovra ‘e mitrio" (arifos dos tracutores}. Nenhurn outro conseiho posso te dar Stas feito so. Gozas de pleno Juiz [sabre o corpo © sobre mente). 4116. Um contraste, um negatio com uma conotagSo fotogréfca (NT). 313. ARepibica. Tomo 7 76), do anseio pela perfeiglo, pela unidade e etemnidade, uma nos- de nosso ser carente, efémero, fragmentério primeiro sente Ihe falta, disso nos resulta, em adi¢ao as demais “provas” © daexisténcia de Deus; aquilo que para nés € 0 mais plausivel. UO mal finito, € a sombra de sua finitude que est voltada para a luz, Ele pertence & economia do movimento ico, mas somente como “o que desaparece no processo das coisas ¢ que esté destinado a sucumbir™!}) Pressentir, expressar, concretizar no movimento do mi co as novas idei s é grandeza hist6rica, é “imprimir sua tempo que passa IV. O trabalho histérico segundo seus fins (Die geschi Arbeit nach ihren zwecken) $80 Toda evolugao e crescimento é movimento em diregdo finalidade, que, realizando-se no movimento, quer chegar a ciéncia de si mesma (§ 46) ‘No mundo ético, as fin: cadeia infindavel de aneis. ‘Cada um destes fins tem inicialmente o seu caminho east 82 O que o conceito de espécie é para os animais e as plantas — pois isso é para. va 106 det Kai Tod Befou peréxwar aespécie ser humano a Histéria. A ética é a doutrina dos poderes éticos, no apenas dos modos de comportamento em relagio a eles e em torno deles. A Giica ea teoria da historia sio sit lades enfileiram-se uma a outra) magio prépria; mas, simultaneamente, cada um deles condi outro e é condicionado por este. Frequentemente, os fins se bloqueiam, perturbam, di 6ria fomece a génese do “postulado da raztio pritica’, entre si; muitas vezes, surgem aqui e ali, temporariamente, ‘azo pura”, permaneceu nao demonstravel! mente, retrocessos; sempre, somente para depois disso, ret trabalho com arrancada mais intensa, com forga propulsora: $83 A historia €a humanidade tormando-se um ser consciente de si ‘mesmo. tada, em novo ponto, em nova configuragio, cada um impul do 0 outro e sendo impelido pelos demais, Ridacle— empiricamente nfo sabemos se ela envelhece ou se rejuve- §81 Iesce, fim mais elevado, 0 que condici aquele que move a todos, abrange todos, esclarece todos, fim supremo (§ 15), que no pode ser descoberto empiric: ‘Da certeza fntima da existéncia de nosso “eu” (§ 12), do elo ético de nossa vontade moral e de nosso senso dos det ymente sabemos que ela nao permanece sendo como era ou sso estégios de seu autorreconhecimento, do conhe: mundo, de seu conhecimentodeDeus.) = 120. SCHILLER, W. Die Braut von Messina oder die feindichen Brad: ein ‘mit Cheren. Tubingen: Cotta, 1803. 5 $84 De acordo com a medida desses estgios mensurados, a e sao humana cresce para a finalidade das finalidades, para o por ela, para o caminho até O fato é que em cada éstagio ésta expressio se amplia, al ta, se aprofunda, é somente isso que pode se chamar de progres humanidade. $85 Aoolho finito, 0 comeso e o fim esto encobertos. Mas te pesquisa ele podera reconhecer a directo do movimento / rente. Afastada a estreita barreira entre o aqui-e-agora, ele vi liza o de onde, e o para onde. Oolho finito vé aquilo que vé, preenchido de uma luz, nai da qual tudo existe; ¢ 0 que vé 6 um reflexo distante daquela O olho nao suportaria o brilho dessa luz, mas nas esferas passadas de luz, que se abrem para ele, treinando e inflamando: visio, ele pressente amplitudes cada vez maiores, horizontes vez mais abrangentes. © mundo dos homens e sua hist6ria constitui apenas um, no interior desse embotamento concéntrico, e esse que € pr sprandeza histéricaé, o- somente, uma particula solar nessa t $86 A histéria é 0 saber da humanidade de si mesma’ a simesma. Ela nao é a “luz ea verdade”, mas um procurar por ela, mao sobre ela, uma consagragio sobre ela, segundo Joao OK rv 75 gic GAN’ Sti paptuprian epi Tod quTécl. 126, Autoconsciéncia, 4125. ndo era a luz verdaceira, mas aquele que fo! testemunhé-la (J 76 A TOPICA (DIE TOPIK) 87 in mesma maneira como tudo que move o nosso espitito exige respectiva expresso para que se configure, assim também que € historicamente pesquisado exige formas de apresentagio (ioroping énddeikic. HERODOTO. Historia, I, 1)", para que nessas formas a pesquisa fornega, por assim dizer, a prestagio de contas de seu propésito e de seus resultados. §88 mas de apresentagio nao so determinadas por an ou dedugio com a poesia épica, a lirica, dramatica (Gervinus) erdade humana concedida pelo Estado para deten 125.4 prova do canhecimento. Droysen cits Herédoto referindo-se & exposiS0 dos r- Sutacos 3 pesquisa, 122 Gunarge cer Mork (undaentox tora do stra). br publea em 228. wacisMUTH, W. Entwurt einer Theorie der Geschichte. 1620, p. 10. 7 qui narret, A. Gellius™), mas pela natureza dupa dos obj pesquisa histérica. Pois a pesquisa, que utiliza elementos ainda disponiveis, tindo do tempo presente e de certos elementos que ela usa material hist6tico, e de ideias sobre ocorréncias e estado de no passado, sfo as duas coisas ao mesmo tempo: enriqueci € aprofundamento do presente, mediante esclarecimento sobi passado, e esclarecimento sobre o passado mediante expl desdobramento daquilo que disso, muitas vezes, ainda esta nfvel no tempo presente em estado latente. ‘Mas sempre, nao importa o quanto a pesquisa tenha tido éy as ideias obtidas dessa forma nao cobrem nem de longe a abi cia de conteiido, de movimento, de variedade de configuragBes energia real que as coisas tinham quando estavam em seu t presente. E sempre, seja qual for a forma escolhida para apresentar sultados obtidos na pesquisa, a apresentacio sempre s6 poderd responder e querer corresponder apenas parcialmente, de ce ima, de acordo com determinados pontos de vista (de maneira loga as apresentagdes cartogréficas) ao estado das coisas assim eram em sua respectiva época e As pessoas que naquela época rom e atuaram. §89 = Durante longo tempo, a exposigao histérica se content econtar, numa narrativa ‘a, as percepgoes jo dos fatos tr dos valeu como sendo a histéria (mais ou menos como se @ tentes em fontes orais ow escritas; e essa narrador participou pessoalmente, GELLIUS, Ae us quidam clffere e0 putant, quod, cum Ut ‘amem propie rerum si historia, quibusrebus 78 5 os sucessores de Alexandre, o Grande, nao passassem de uma su- “go de guerras, jf que nossas fontes falam quase somente de gueras nesse perfodo). Somente quando se reconheceu também os monumentos e ves- sajios como material hist6rico, passando-se a aproveité-los metodi- camente, 2 pesquisa sobre o passado penetrou mais profundamente, fandamentando-se com mais seguranga. E com o reconhecimento das imensuraveis lacunas do nosso saber hist6rico, que a pesquisa ainda no pode preencher, abrem-se sempre perspectivas mais am- las dos dominios com os quais ela precisa lidar, assim igualmente se abre mais o seu contevido antigamente cheio de vida. ‘A exposigao dos resultados da pesquisa ser mais correta na medida em que se conscientiza tanto do que nao sabe quanto do que j6 sabe (§ 35). $90 a) A exposicao interrogativa requer a forma da pesquisa, a fim de apresentar os resultados, ‘exposto ou 0 averbamento do andamento da pesqui- sa real, incluindo suas falhas, erros e insucessos, mas ela procede como se o que finalmente foi encontrado na investigagao deve ser ainda encontrado ou melhor pesquisado. € uma mimese do ato de procurar, sendo que: procura o resultado seguro a partir de uma incerteza, de uuma pergunta, de um dilema, assim como o pleiteante procede diante do tribunal quando precisa comprovar o chamado fato fs a partir do objeti * ou de modo que ela, partindo de uma situagio segura, rastre- ando seus indicios e vestigios, encontra sempre novos fatores, até que finalmente tudo se encontre disponivel de forma com- pleta e coerente. Do mesmo modo que o juiz de uma causa procede quant cisa tirar conclusdes sobre o chamado fato subjetivo a partir. jetivo, A primeira maneira é mais convincente e forgada, ¢ a se ‘mais expressiva e cativa mais; para ambas é essencial que uma dem de inconveniéncias eventualmente inclusas nfo traga A sendo uma sequéncia de fatos segundo a mimesé)de seu de configura, partindo da investigagio, um quadro to tratado pela pesquisa Aqui é somente de modo aparente que os “fatos" falam, sozinhos, exclusivamente, “objetivamente”. Eles seriam mudos ‘onarrador que os deixa falar!™, Nao € a “objetividade” que é a melhor ‘maior justica é buscar compreender. A exposigéo narrativa existe de quatro maneiras possi 1) A pragmética mostra como um resultado premedita predeterminado pelo de: concretizar dessa mat 0} pode se concretizar e teve qt ‘a, devido a0 movimento das convergindo em sua direcao. 2) A monogréfica mostra como em seu desényolvimentoe cimento uma formagio histérica se fundamentou e- In ‘em si mesma e produziu, por assim dizer, o seu’ geni A "20.0 endereo deca ag é dao: Leopold von Ranke a mxima pe. de que on netrindres vera rarar ce oos come les ocorar then gemesen) a im de estabeecerm = abjaiicade do convecmrrts ti upresatotontasvoses cad fora dese conten ‘em sempre exta do Dope! qe Ranke avibue abs htorodores ns proses hetero. ry ide his- leterminou o seu agir e seu softer desde 0 comego, como ogrdfica mostra como o génio de uma person wu e se testemunhou a si mesma simultaneamente. diregoes, interes- mos ~ engajacos batalha, de cujos momentos ou lados os opostos se tando, vencendo ou se reconciliando. Ela mostra mo de lutas entre tits passam a existir um nove mundo e no- §92 ©) A exposigo didatica abrange o pesquisado na ideia da gran- nuidade hist6rica, de acordo com sua importinci presente, ria nfo € instrutiva porque fornece modelos para imita-_ _sloou regras para o uso, mas porque ela € vivida e revivida em espt- em nés o humano de forma geral (humanitas), poi tha, através da qual o género humano chega a sua perfeigao, que (Lessing) zam num pequeno cfrculo de configuragdes tipicas, © mo\ ) das maiores no interior de um circulo ainda mais restrito, isso possivel o aproveitamento didético, tanto para as necessidades: ores e mais elevadas quanto também para as elementares., Existem formas de apresentacio hist6rica para essa final < _ Asapresentagdes importantes da historia universal, de Herd © | de Schldzer", de John Muller! ou Leo", ou von Ranke, ~ modelos para essa forma de considerar a histéria? Nii se mediré o valor de um sermio na igreja evangélica | sermdes impressos, menos ainda se desejara que se determine | mente um cdnone de oragdes que assegure uma eloquéncia to. Pelo contraio, cada sermao deve ser um testemut espirito evangélico vivo da nossa igreja e, tanto quanto acomt de constr6i nela, tanto ela o testemunharé. A forma adequada da exposigao didética é 0 ensino hist | da juventude, ¢ isso por um professor que se movimente 0 vremente possf que realize pesquisas autOnomas nos cat da hist6ria, dominando-os, dando testemunho do espirito ante constantes renovagées, espirito esse que anima e vida historica. n {L » 0 $93 U : ! ONG enim 4) A exposigio discussiva direciona a abundancia do pe do a essas matizes, como reunindo tudo num espelho conv. 133, HERDER, J.G. Ideen zur Phiosophle der Geschichte der Menschhelt. Riga: 4785, 1787-1791. a sre um determinado ponto no presente, que ela ilumina e dessa for- jpa“toma claro”. E 0 foca sobre uma pergunta a ser decidida, sobre ‘uma alternativa, para a qual deve ser tomada uma decisio, so- spre um novo fendmeno, cuja compreensio deve ser descoberta, ‘Um esforco continuado de explicitago e comparagao histéricos deve reinscrever toda novidade — no somente fatos da politica, mas, também novas constatagdes (novas realizagGes na arte € na ciéncia, lugar e no seio do interior do movimento e do trabalho his- e térico (vera eritica cientifica, estética, do jornalismo, etc.). (Os pontos a serem validados na discussfo situam-se em parte no sujeito do qual se trata — portanto, essa nagao, esse poder, essa etc., foram definidos dessa ou daquela forma por seus antece- histéricos (p.ex. sint ut sunt aut non sin") ~, em parte nas coisas que se aproximam condicionando e determinando, e tam- bbém em como devem ser encontrados, esclarecidas e aproveitados ‘0s momentos que continuam determinando cada fato momentneo de acordo com sua correlagao hist6rica. A esséncia da teoria é que ela confere a forma e a exigéncia de ‘uma concluséo normativa, um prinefpio, para o resultado das for- mages e elaboragdes histéricas. Quanto menos ela tiver somado todos os fatores, quanto mais unilateralmente ela fizer sobressair 0 ae se situa 0 mais pr6ximo ou o que foi o mais atuante no final, tanto mais doutrinaria ela se toma (§ 38); isto aparece naqueles ele- ™entos determinantes, que em cada dado espago de tempo leva a0 Pr6ximo passo, em outras palavras, com sua natureza favorivel (§ 43), presente e operativo somente para aquele caso, sob ak cunstancias, para aquele fim. Se £38. Foram come ees 380 ou no fram xoresslo pronunciada em 1773 pelo gene- {oe Compornto delosus Loren Ries {Bucto dea order sob» ponueado de Clemente Xv (1708 $26 concatagsupresaao toa order ds Jesutas de 173 Hos ¢desobeakince a Santa SE @ Cada Estado tem sua politica, tanto interna quanto ex discuss — também na imprensa, no Conselho de Estado, no mento ~ € tanto mais configvel quanto mais hist6rica ela for, corrompida quanto mais se fundamenta em doutrinas, em i atr, for, specus, tribus'®, AA significagao pratica dos estudos hist6ricos reside no que eles ~ e somente eles ~ fornecem para o Estado, para 0 para o exército, etc. a imagem deles mesmos. Oestudo histérico é o fundamento para a instrugao e fo politica. O homem de Estado é o historiador pritico: Beup tiv évTwv Kat MpaxTiKds TV SedvTUV'®, O Estado 6 somente a mais complexa dente as institu poderes éticos; cada entidade de porte exige autocontrole dis vo semelhante: por exemplo, o regime da igreja, a gestio de i trias, a onganizagio de uma expedicio cientifica, etc. $94 Com a tiltima forma de exposicio, a nossa ciéncia aden vvastos tettit6rios, nos quais néo pode igualmente deixar de mentar sua competéncia ~ da mesma forma como as ciénei: rais nfo tém reservas em fazer-se valer tanto quanto 0s seus dos se mostram eficazes. E também as pesquisas e resultados das ciéncias natura sio obra de observagao abstrata e de experimentos, como se sem somente as realidades observadas ¢ interrogadas, mas é tea totalidade de repetigbes e expansies de vivéncias, evid na continuidade da hist6ria, que fornecem 3s mentes invest ras de seu campo a abrangéncia eo nivel de olhares e saberes| 138. fdolos do teatro, da praca publica, da caverna, da tribo. BACON, F. No um. Livre 1, 833. 140. Hablidoso para ver a realidade e dail entre os que tém necessidade. TELES. Politica, @ cervare colocar em questio as coisas, e, dessa maneira, para pa fombinar e concluir. (© mesmo vale para as ciéncias especulativas. Pois toda atividade de pensamento ou de ordem poética, todo uode ctiagao, de vontade e poder do ser humano se desenvolve (§6) de acordo comas formas de modo exclusive, ¢ de acordo com ‘os materiais em sua maior parte, a partir dessas vivencias ¢ elabo- . eo estudo dessas gradagbes € tarefa da historia. 95 ia cigncia nio pretende que seu método de pesquisa seja 0 a reger sua atividade cientifica (§ 14). E ela tem a humildade dereconhecer que, em suas exposigdes de resultados, nao tem con- digdes de oferecer mais do que faz parte de seu dominio de pesquisa, :m do que seus métodos possibilitam. Eno momento em que ela tem consciéncia de no poder mais responder, ou nio oferecer respostas de forma satisfatéria as muitas perguntas de seu campo, entio ela redobrard seus cuidados, a fim de que o que ela forneca nao parega ter mais valor do que realmente tem ou pode ter, a saber: uma representagio mais préxima 0 poss{- vel de coisas dist que agora sio parte integrante de nossa real homens. {tes ou muito remotas que foram um presente, ide ¢ ainda vivem e convivem no conhecimento do s

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