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Processo n. 2005.82.00.005501-0
Ação Penal Pública
Autor: MPF
Ré: JOSEFA MARIA DOS SANTOS
S E N T E N Ç A1
RELATÓRIO
1
Sentença tipo D, cf. Res. CJF n. 535/2006.
ROGÉRIO ROBERTO GONÇALVES DE ABREU
Juiz Federal
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE PRIMEIRA INSTÂNCIA
SEÇÃO JUDICIÁRIA DA PARAÍBA
SEGUNDA VARA FEDERAL Página 2 de 9
O MPF afirma que o documento que aparece a f. 251 (IPL) teria sido
falsificado, conforme consta do Laudo de Exame Documentoscópico (f. 250/4 –
IPL). A falsidade teria consistido na alteração da data de início da atividade rural
e no acréscimo dos nomes de Severino Alves Pessoa e da Fazenda São Jorge.
Além disso, os documentos apresentados pela acusada em ação judicial para a
obtenção do benefício e declarações suas foram contraditórias com relação aos
períodos e lugares trabalhados.
Citada (f. 24), a acusada deixou transcorrer o prazo para defesa (f.
27), motivo pelo qual designei-lhe uma defensora dativa (f. 28), que apresentou
defesa (f. 25-7), alegando, em síntese, que a acusada não poderia ter praticado o
fato narrado da denúncia, vez que, além de ser analfabeta, sempre trabalhou na
atividade rural, com exceção de um período em que trabalhara como empregada
doméstica na cidade do Rio de Janeiro. Pediu, assim, a improcedência da
pretensão punitiva.
É O BREVE RELATÓRIO.
DECIDO.
FUNDAMENTAÇÃO
FUNDAMENTAÇÃO
Diante de tudo isso, penso que não haja realmente prova nos autos
suficientes para fundamentar uma sentença condenatória, pois não vejo como
acreditar que justamente a acusada tenha praticado a fraude descrita pelo MPF,
tenha idealizado a prática criminosa ou tenha dela participado de forma
consciente.
No caso dos autos, penso não ter ficado devidamente provado que a
alegada fraude – e não estou dizendo acreditar que tenha sido praticada pela
acusada – teria feito o INSS incidir em erro, pois não acredito que tenha sido
completamente afastada a condição de agricultora da acusada. Se concedido o
benefício, penso também que poderia não ter havido proveito indevido por parte
da acusada, exatamente porque, uma vez comprovada sua condição de
agricultora (e sendo verdadeira essa condição), teria sido justa a concessão.
DISPOSITIVO