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Secretário de Estado nega que ministério tenha estabelecido limites


Valter Lemos garante que todas as crianças que
necessitem terão apoio especial

07.06.2008 - 15h04 Lusa

O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, garantiu hoje que todas as crianças
com necessidades especiais terão apoios, negando que o Ministério da Educação tenha
estabelecido metas para o número de alunos a apoiar.

"Não há metas. Todas as crianças que estiverem sinalizadas nos apoios educativos terão
apoio. O que interessa é o apoio que cada criança precisa relativamente à sua dificuldade
e não o número total de crianças apoiadas. Serão todas as que precisarem de apoio",
disse Valter Lemos.

O secretário de Estado da Educação falava aos jornalistas à margem de um encontro


internacional sobre educação especial que juntou hoje em Lisboa 1700 especialistas,
professores e técnicos portugueses e estrangeiros desta área.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) estimou ontem que cerca de 60 por
cento dos alunos com necessidades especiais deixarão de ter apoio já no próximo ano
lectivo, na sequência das alterações legislativas introduzidas pelo Governo.

Classificação internacional

No âmbito da reforma da Educação Especial, publicada em Janeiro, as crianças e jovens


com direito a apoio passam a ser sinalizadas através da Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), um instrumento da Organização Mundial de
Saúde que tem levantado polémica.

Escusando-se a avançar quantos serão os alunos que contarão com apoios após a
aplicação dos critérios de sinalização da CIF, Valter Lemos sublinhou que a CIF vem dar
"maior consistência" à definição dos apoios para as crianças, lembrando que não existia
em Portugal qualquer instrumento do género. O que, segundo o secretário de Estado,
levava a situações como ter um professor de língua gestual numa turma de alunos só
porque eram de etnia cigana.

Dados do Ministério da Educação dão conta da existência de 49.877 alunos sinalizados


nas escolas de ensino regular como tendo necessidades especiais, prevendo-se que após
a aplicação da CIF o número de alunos sinalizados se situe nos 23 mil. Durante a sua
intervenção na sessão de abertura do encontro, o secretário de Estado lembrou a reforma
que está a ser feita na educação especial, com medidas como a criação de quadros de
educação especial nos agrupamentos e de estruturas de referência.

Valter Lemos manifestou ainda a convicção de que em 2013 haverá em Portugal "uma
verdadeira escola inclusiva", uma afirmação que provocou uma gargalhada na plateia,
constituída maioritariamente por docentes de educação especial. Aos jornalistas, Valter
Lemos disse compreender a reacção dos professores, afirmando que ela é justificada pela
história de falta de consistência nas reformas da educação em Portugal. "É a
incredulidade normal de um país que se habituou a não ser consistente nas opções que
faz. Percebo perfeitamente a reacção dos professores, percebo que haja alguma
incredulidade quando se está habituado a tanta inconsistência", disse, e acrescentou que
revela "desconfiança em relação à história das reformas da educação em Portugal" e não
às políticas deste Governo.

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