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Tecnopólo é um centro tecnológico que reune, num mesmo lugar, diversas atividades

de pesquisa e desenvolvimento (P&D), em áreas de alta tecnologia, como institutos e


centros de pesquisa, empresas e universidades, que facilitam os contatos pessoais e
institucionais entre esses meios, produzindo uma economia de aglomeração ou de
concentração espacial do desenvolvimento tecnológico.

As antigas áreas industriais caracterizadas pela indústria de base - associada a


recursos naturais (carvão mineral, minério de ferro), empregadora de numerosa mão-
de-obra não-qualificada e cuja paisagem é a chaminé poluidora- estão cedendo lugar
aos tecnopólos, caracterizados pelas indústrias avançadas, de ponta. Estes são
associados a grandes centros universitários de pesquisa, fornecedores de mão-de-
obra altamente qualificada - formada pelos chamados "cérebros" (cientistas) - e
marcados por uma paisagem constituída pelos edifícios "inteligentes".
Nesse novo contexto, os centros industriais têm por base a produtividade e,
consequentemente, a competitividade e a lucratividade.
Entretanto, a transformação mais significativa se refere à globalização da
indústria: as transnacionais se instalam em vários locais diferentes e complementam
suas produções. Um exemplo é a indústria automobilística: os diversos componentes
são fabricados em diferentes locais e montados em uma determinada indústria. Essa
nova lógica da localização industrial tem provocado a descontinuidade geográfica, a
descentralização industrial, ou seja, a fabricação articulada em redes globais, que se
organizam em torno de fluxos de informação.
Países nos quais os tecnopólos estão inseridos: EUA (Califórnia, Texas, Nova
Inglaterra), Japão, Tigres Asiáticos (Coréia do Sul, Taiwan (ou Formosa), Cingapura e
Hong Kong), China, Inglaterra, Alemanha, França, Itália e, mais recentemente, nos
novos países industrializados, como Índia e Brasil.

- PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO DOS PAÍSES DESENVOLVIDOS: EUA,


JAPÃO E ALEMANHA.

Estados Unidos

Os Estados Unidos iniciaram seu processo de industrialização por volta de


1840. Hoje é o país mais influente do mundo, e uma potência em sentido industrial,
econômico, militar, cultural e político. Mas como os Estados Unidos se tornou uma
potência? Vejamos o processo de industrialização norte-americano.

Território

O território que hoje é os Estados Unidos foi colonizado pelos ingleses,


espanhóis e franceses (com hegemonia britânica a partir de 1607). A primeira colônia
formada pelos britânicos na América do Norte foi Jamestown, na Virgínia, em 1607.
Até julho de 1776, quando foi rompido os laços com a metrópole, já havia sido
constituídas ao todo treze colônias.
Após a independência, os norte-americanos começaram a expansão territorial,
rumo ao Oeste. Foi a fase do imperialismo interno, marcado por forte genocídio dos
indígenas. Muitos territórios foram conseguidos após vitórias dos norte-americanos
nas várias guerras, através de acordos ou outros países ou através de compras.
Atualmente os EUA têm 50 territórios.
Paralelamente a expansão territorial, criou-se condições necessárias para o
processo de industrialização do país:
 grandes revervas de minerais de carvão e ferro na Região Nordeste;
 o Nordeste dos EUA está próximo ao litoral, o que facilita os transportes e o
intercâmbio comercial
 presença dos Grandes Lagos e de rios caudalosos favoreceram a favoreceram
imensamente os transportes, e também a produção de energia.
 mão-de-obra qualificada nas colônias do Norte.
 A existência de uma economia mais diversificada nas Colônias do Norte deu
condições para a expansão das manufaturas, das casas comerciais e dos
bancos. Os negócios cresciam rapidamente, e, os capitais se concentravam na
burguesia industrial e comercial.
 - A hegemonia política e econômica do modelo de sociedade originado das
colônias de povoamento;
 - a hegemonia da burguesia nortista após a Guerra de Secessão;
 - leis que favoreceram a entrada de imigrantes, que constituíram uma ampla
reserva de mão-de-obra e um amplo mercado consumidor;
 - a enorme disponibilidade de minérios e combustíveis fósseis;
 - o fortalecimento da ética do trabalho entre a população;

A industrialização iniciou-se faixas de terras da região Nordeste, entre os


Grandes Lagos e o oceano Atlântico. Foi nessa região que houve condições políticas,
sociais e naturais, necessárias a industrialização.

Fatores iniciais para o fenômeno industrial

- Colônias do Norte ou Nova Inglaterra:


 grande fluxo de imigrantes britânicos que foram se fixando na faixa litorânea.
 agricultura diversificada, em que predominava o trabalho familiar.
 Nas Colônias do Norte havia uma estrutura de povoamento.
 Nas colônias do Norte predominava o trabalho assalariado, nas cidades, e
familiar livre, no campo

- Colônias do Sul:
 a exploração de minérios.
 baseada nas plantations, ou seja, propriedades monocultoras em que se
cultivava principalmente o algodão, com base no trabalho de escravos
negros trazidos da África. A maior parte da produção era destinada a
exportação para o Reino Unido.
 Os capitais ficavam concentrados nas mãos dos fazendeiros, e por isso, o
mercado interno crescia lentamente

Expansão industrial

As diferenças econômicas e políticas do Norte e do Sul resultaram em um


conflito armado: a Guerra da Secessão: 1861 a 1865. Os estados do Sul, que tinham
adotado a mão-de-obra escrava, criaram os Estados Confederados da América.
Declararam a separação da federação norte-americana, que era dominada pela
burguesia industrial e comercial nortista.
Com o fim da Guerra de Secessão e a vitória nortista, marcou a hegemonia da
burguesia urbano-industrial ascendente sobre a aristocracia rural-agrária do sul. Com
a vitória nortista, a burguesia impôs seu modelo de sociedade e seus interesses ao
restante do país. Passou a controlar o Estado norte-americano e, interessada em
ampliar o mercado consumidor para seus produtos, acabou com a escravidão,
desenvolveu uma política de doação de terras no Oeste, uma política de
modernização do campo etc. Essas medidas colaboraram para a industrialização do
país.

Aglomerações industriais

- Região dos Grandes Lagos (Nordeste): a primeira a industrializar-se.


Localizam-se lá as grandes siderúrgicas e as indústrias automobilísticas, como a Ford.
Destaques também para as máquinas agrícolas, material ferroviário e ferramentas.
- Nova Iorque: a capital financeira dos Estados Unidos. Nela estão sediadas as
principais indústrias, e corporações comerciais e financeiras do país. Isso se deve,
pelo fato de que Nova Iorque tinha uma localização estratégica, que servia de ponte
entre o litoral e o interior.
- Região Sul: A industrialização no sul se intensificou após a descoberta de
jazidas de petróleo (início do séc. XX), principalmente no Texas. Mas, foi depois da
Segunda Guerra Mundial que o processo se intensificou ainda mais. No Texas,
localiza-se o Centro Espacial de Houston, sede da Nasa. Também, há a indústria de
aeronáutica/aero-espacial (aviões e satélites), e indústrias ligadas ao petróleo
(petroquímicas).
- Costa Oeste: a última região a se industrializar. Muitas indústrias foram
atraídas a essa região devido a disponibilidade de mão-de-obra, recursos minerais,
potencial hidrelétrico. No Oeste se encontra a mais importante concentração de
indústrias dos Estados Unidos, visto que essa região começou a se industrializar
recentemente, e recebeu incentivo governamental. Um bom exemplo é o Vale do
Silício, que possui um centro de indústrias de tecnologia avançada, na região ao Sul
de São Francisco.

Exercício

Responda.

1) O que foi a Guerras de Secessão? Ela teve importância na industrialização norte-


americana?

2) Explique alguns fatores que contribuíram para a industrialização norte-americana?

3) Em que região recentemente teve maior tendência para instalação de fábricas de


alta tecnologia? E por que?

Gabarito

1) Devido as diferenças políticas e econômicas das colônias do Sul das do Norte,


houve uma tentativa de separação. Os estados do Sul criaram os Estados
Confederados da América, e declararam a separação da federação norte-americana.
Isso levou a uma guerra entre os dois estados. Teve importância, pois depois da
vitória dos nortistas, os interesses da burguesia comercial foi colocada em primeiro
lugar, que era de aumentar o mercado interno.

2) Um dos fatores foi o histórico da população, a maioria britânicos, que estavam atrás
de uma vida melhor. Trabalhavam e cultivavam a fim de aumentar a renda. Isso
contribui para o aumento do mercado interno, das casas comerciais e dos bancos. E o
fator geográfico também contribuiu, com a proximidade do litoral facilitou os
transportes e o intercâmbio de mercadorias.

3) Na região do Vale do Silício, ao Sul de São Francisco. Essa região começou a se


industrializar recentemente, e recebeu incentivos do governo, e isso contribui para o
desenvolvimento de indústrias de alta tecnologia. As novas empresas procuram
regiões com mão-de-obra qualificada, e que possuem um custo de produção menor.
Reino Unido, França, Estados Unidos, Japão, Alemanha, Rússia, China
REINO UNIDO E FRANÇA: OS PRIMEIROS PAÍSES A SE INDUSTRIALIZARO Reino
Unido foi o primeiro país a se industrializar porque foi nesse país que, pela primeira
vez na história, se reuniram as condições fundamentais para a eclosão doprocesso de
industrialização, tais como: maior acúmulo decapitais durante o capitalismo comercial;
consolidação precoce daburguesia no poder; desenvolvimento, no país, dos
principaisavanços tecnológicos da época; disponibilidade de grandes jazidas
de carvão mineral; abundância de mão-de-obra etc.
As principais regiões industriais aparecem no centro-sul do Reino Unido,
especialmente no eixo Grande Londres-Grande Birmingham. As “regiões negras”,
embora decadentes, ainda têm centros industriais importantes, como Manchester,
Liverpool e Glasgow.O Reino Unido tem perdido terreno para outras potências,
especialmente no pós-guerra, porque não conseguiu acompanhar o acelerado ritmo de
inovações tecnológicasintroduzidas no processo produtivo, que elevou o nível de
produtividade e competitividade de países como o Japão, os Estados Unidos e a
Alemanha. Como resultado seu crescimento econômico foi menor e hoje o Reino
Unido é a quarta economia do mundo, bem atrás dos outros três mencionados acima,
sobretudo dos Estados Unidos, sua ex-colônia.Assim, o Reino Unido sofreu uma
decadência relativa, ou seja, embora continue sendo uma potência econômica, perdeu
terreno para seus competidores.A França iniciou de forma consistente seu processo
deindustrialização no início do século XIX, quando já tinha se estabilizado
politicamente, ou seja, quando a sua burguesia já tinha se consolidado no poder, após
os acontecimentos da Revolução Francesa de 1789. Em fins do século XIX, enquanto
o Reino Unido já entrava na Revolução Industrial, a França ainda estava fazendo sua
revolução burguesa.Há importantes concentrações industriais francesas nas regiões
ricas em carvão e minério de ferro, por isso pioneiras, na Lorena, no Nordeste;
também no Norte e em Pasde-Calais, onde a exploração carbonífera já está
praticamente esgotada. Há centros industriais importantes ao longo de rios
navegáveis, como Lyon (rio Ródano), Paris (rio Sena) etc. Existem também centros
industriais importantes localizados em torno de portos oceânicos:
Marselha(Mediterrâneo), Le Havre (Atlântico) etc. Mas o principal centro industrial é a
região de Paris, que engloba a capital e vários municípios periféricos, principalmente
porque, além de ser a capital, concentra o maior mercado consumidor e a maior
disponibilidade de mão-de-obra do país.O Reino Unido tornou-se um dos grandes
produtores de petróleo do mundo a partir da década de 70. Com as duas crises do
petróleo e a brutal elevação do preço do barril,passou a ser necessária a exploração
em águas profundas, já que as reservas do mineral encontram-se na plataforma
continental do Mar do Norte. O Reino Unido, em menos de uma década, passou de
importador a exportador de petróleo.Já a França não tem reservas relevantes, sendo,
por isso, grande importador. Para compensar a escassez dessa fonte de energia, a
França investiu maciçamente em seu programa nuclear, já que o país é rico em
urânio. Em 2003, 75% da energia elétrica gerada no país provinha de usinas nucleares
movidas a urânio enriquecido.
ALEMANHA: A EMERGÊNCIA DE UMA POTÊNCIA

- 1870: unificação das 39 unidades políticas independentes, com a constituição


do Segundo Reich. A unificação territorial significou também uma unificação
econômica e um rápido processo de industrialização.
a) Surgimento de um grande mercado consumidor, sem barreiras para a
circulação de produtos e capitais, com uma moeda única, uma
política econômica válida para o território inteiro, e uma legislação
fiscal e trabalhista também única.
b) Grande disponibilidade de recursos naturais
c) Facilidades nos transportes.
d) Tratado de Frankfurt: França é condenada a doar dinheiro e também
as províncias da Alsácia e da Lorena (importantes recursos minerais)
para a Alemanha.

A Alemanha não tinha muitas colônias porque se unificou tardiamente.


Assim, enquanto o Reino Unido e a França estavam conquistando territórios,
esse país estava ainda empenhado na unificação do seu território. Quando se
lançou à conquista de territórios externos, no final do século XIX, o mundo já
estava praticamente todo dividido entre as principais potências européias.Tanto
na Primeira quanto na Segunda Guerra, a Alemanha foi o pivô dos conflitos
mundiais pelo mesmo motivo.
Após a Primeira Guerra – Tratado de Versalhes: a Alemanha perdeu
vastos territórios para a França e para a Polônia, além de perder as poucas
possessões coloniais que possuía. Declínio da Indústria no Pais.
Ascensão Nazista: conquista de novos territórios vitais para a retomada
do crescimento econômico.
Segunda Guerra Mundial .
1945: destruição econômica e divisão territorial – Alemanha Oriental e
socialista e Alemanha Ocidental e capitalista.
1990: Queda do Muro de Berlim e unificação alemã. Dificuldades em
inserir o Oriente na Economia capitalista e industrializada do Ocidente.

Principais indústrias alemãs: petroquímica, siderúrgica e eletroeletrônica.

JAPÃO: DO NASCIMENTO DA POTÊNCIA À CRISE

A era Meiji, que se estende de 1868 a 1912, foi de fundamental importância


para o Japão, porque foi nesse período que o país se modernizou. Tendo o
Estado como agente indutor do processo de modernização-industrialização, o
Japão emergiu como potência já no início do século XX. Nesse período, o
Estado encarregou-se de abrir o país ao exterior, de investir em educação, de
implantar a infraestrutura necessária para a industrialização, de abrir as
primeiras fábricas (que com o tempo foram vendidas aos clãs mais poderosos
do país), de investir na sua capacitação bélica etc.
No início do século XX, o processo de industrialização japonês deparou
com um problema estrutural que, se não fosse resolvido, poderia inviabilizá-lo:
a escassez crônica de matérias-primas e de fontes de energia, a limitação de
seu mercado interno e a exigüidade das terras agricultáveis. Na tentativa de
solucionar esses problemas, o Japão trilhou o mesmo caminho já seguido
pelos europeus e norteamericanos, ou seja, procurou expandir-se
territorialmente. O imperialismo japonês apoderou-se de vastos territórios no
leste e sudeste da Ásia: Manchúria e outras partes da China, Coréia, Hong
Kong, Filipinas, Indochina etc. A fase de maior expansão territorial coincidiu
com a Segunda Guerra Mundial, que, no entanto, também marcou o fim do
imperialismo japonês após a sua derrota.
Teve um papel fundamental no processo de recuperação do Japão no
pós-guerra a intervenção norte-americana, durante o período de ocupação,
impondo aos japoneses uma série de reformas de cunho modernizante, ao
mesmo tempo em que canalizava 2,5 bilhões de dólares (entre 1947-50), a
título de ajuda. Além disso, o país dispunha de numerosa mão-de-obra, barata
e qualificada, que durante muito tempo foi bastante explorada, possibilitando
altos lucros aos industriais.
Paralelamente, o Estado investiu maciçamente em educação, pesquisa,
desenvolvimento e infra-estrutura, atuando ainda na economia como agente
planejador.
A reconstrução das fábricas e da infraestrutura em bases mais
modernas permitiu, num curto período de tempo, um grande aumento de
produtividade.
O Japão é, devido à limitação de seus recursos, um grande importador
de matérias-primas agrícolas, minerais e fósseis, de energia e de alimentos,
que são, em geral, mercadorias baratas. A muitos desses produtos primários
agrega capitais, tecnologia sofisticada, mão-de-obra qualificada e bem-
remunerada, produzindo bens de capital e de consumo que são exportados em
grande escala por preços relativamente muito maiores, o que lhe permite obter
grandes vantagens no comércio externo. O Japão é um grande exportador de
automóveis, produtos eletrônicos em geral, navios, relógios, motocicletas,
produtos fotográficos e cinematográficos, máquinas, aço etc.As principais
concentrações industriais aparecem no eixo da megalópole japonesa,
especialmente no sudeste da ilha de Honshu. Deve-se destacar, no entanto, as
regiões de Tóquio e Osaka, que juntas concentram cerca de metade da
produção industrial do país.6. O principal tecnopolo japonês é a Cidade da
Ciência de Tsukuba, localizada a uns 60 quilômetros a nordeste de Tóquio.
Sua implantação desde o início (anos 60) ficou sob a responsabilidade do
governo japonês, que ao longo dos anos 70 e 80 construiu diversos centros de
pesquisas. Essa é a principal diferença em comparação com o Vale do Silício,
nos Estados Unidos. Enquanto Tsukuba foi um projeto governamental, no início
todo bancado pelo Estado japonês, o Vale do Silício é, desde o início, um
empreendimento eminentemente privado, dominado por grandes corporações
norte-americanas, como a HP e a Intel. Atualmente há em Tsukuba 46
institutos governamentais de educação e pesquisa, entre os quais a Agência
NacionalEspacial do Japão (Nasda), o Instituto Nacional de Ciência e
Tecnologia Industrial Avançada (AIST) e a Universidade de Tsukuba. Desde
meados dos anos 80 muitas empresas privadas também têm se instalado
nesse tecnopolo.O grande acúmulo de riquezas no país provocou uma
crescente especulação com ações, levando a uma enorme alta na Bolsa de
Tóquio. Enquanto isso, os bancos japoneses fizeram grandes empréstimos
sem critério, principalmente para o ramo imobiliário, o que provocou uma
grande especulação nesse setor. Os preços dos imóveis no Japão subiram
exageradamente, transformando-se nos mais altos do mundo. Essa bolha
especulativa – financeira e imobiliária – estourou no início dos anos 90. Os
preços das ações e dos imóveis despencaram, fazendo a crise se propagar
pela economia real. Os bancos, não tendo como receber dos devedores, não
faziam novos empréstimos. Muitas empresas – indústrias, bancos, corretoras
etc. – foram à falência, levando o país à estagnação econômica.

Atualmente: parque industrial distribuído em seu território, mais


concetrado aos grandes portos e planícies litorâneas – Tóquio-Osaka (maior
concetração).
Principais setores industriais: microeletrônica, mecânica e robótica.

DE UNIÃO SOVIÉTICA A RÚSSIA: ASCENSÃO E QUEDA


DE UMA SUPERPOTÊNCIA

Implantou-se na União Soviética uma ditadura de partido único, o Partido


Comunista da União Soviética (PCUS). O poder estava concentrado nas mãos
do politburo, composto por uma elite dirigente. O cargo mais importante na
hierarquia de poder era o de secretário-geral do PCUS, cujo ocupante era
indicado pelos membros do politburo. O poder também estava concentrado
geograficamente. O centro de poder era o Kremlin, em Moscou (Rússia). A
economia foi planificada e estatizada e montou-se uma gigantesca burocracia
para controlá-la. O órgão máximo de planificação era a Gosplan.
Na década de 70, as economias capitalistas desenvolvidas, movidas por
acirrada competição, protagonizaram saltos tecnológicos, principalmente com a
robótica e a informática, atingindo um elevado grau de produtividade e de
competitividade. Como resultado da chamada Terceira Revolução Industrial ou
revolução técnico-científica, esses países, com destaque para os Estados
Unidos, Japão e Alemanha, passaram a produzir bens cada vez mais
sofisticados e baratos. Na União Soviética, a economia era planificada e
estatizada, portanto, não-concorrencial e cada vez mais burocratizada. Além
disso, o país historicamente priorizou a indústria de base e o setor bélico e
aeroespacial, não acompanhando os rápidos avanços atingidos pelos países
capitalistas desenvolvidos. Apresentava, portanto, uma crescente defasagem
nos indicadores de produtividade.A escassez de bens de consumo provocava
enormes filas e a população reclamava também da péssima qualidade dos
bens à venda. Na década de 80, a crise já era muito grave. Com a eleição de
Ronald Reagan, os Estados Unidos elevaram muito seus gastos com armas,
forçando a União Soviética a fazer o mesmo, agravando ainda mais a crise que
o país atravessava. Gorbatchev, ao assumir o cargo de secretário-geral do
PCUS, diferentemente de seus antecessores, passou a admitir publicamente
que o país vivia uma grave crise. Em seu livro Perestroika – novas idéias para
o meu país e o mundo, ele fez uma crítica ao regime soviético e defendeuuma
série de mudanças. Logo em seguida, anunciou váriasreformas de cunho
modernizante, tanto no plano político como no econômico.Perestroika
designava um conjunto de medidas econômicas de cunho reformista
idealizadas para reestruturar a combalida economia soviética, modernizando-a.
Já a glasnost era um conjunto de medidas de caráter político que visava
desmontar o arcabouço ditatorial que imperava na União Soviética. Pode ser
interpretada como uma abertura política, ou melhor, como a implantação de um
governo transparente. Seria uma nova era de transparência política, que
obviamente não era atributo da ditadura de partido único.Com a abertura
política, os movimentos nacionalistas se fortaleceram e os setores que
defendiam o separatismo ganharam mais espaço. Particularmente nos países
bálticos, surgiu um movimento separatista muito forte e
organizado.Aproveitando o caos político que imperava na União Soviética, com
a tentativa de golpe de Estado em agosto de 1991, que enfraqueceu o poder
central, Lituânia, Letônia e Estônia proclamaram a independência. Essa atitude
foi logo imitada por outras repúblicas nos meses seguintes, até que, em
dezembro desse mesmo ano, Bóris Yeltsin decretou a independência da
Rússia, a mais poderosa e importante República Soviética. O acordo de Minsk,
assinado logo depois, criou a CEI – Comunidade de Estados Independentes –,
selando definitivamente o fim da União Soviética.As principais concentrações
industriais na Rússia estão na região de Moscou, capital do país, onde está o
maior mercado consumidor e a maior concentração de mão-de-obra, com
predominância de indústrias de bens de consumo, e na região dos Montes
Urais, devido à grande disponibilidade de recursos minerais, com a
predominância de indústrias de base.

CHINA: “A ECONOMIA SOCIALISTA DE MERCADO”Após a Revolução


Chinesa de 1949, com a vitória dos comunistas, sob a liderança de Mao Tse-
tung, implantouse na China um regime muito parecido com o da então União
Soviética, superpotência que apoiou o movimento no início. Como resultado,
surgiu a República Popular da China, também conhecida como China
Comunista. Politicamente, estruturou-se uma ditadura de partido único, com o
poder centralizado em Pequim. As atividades econômicas foram quase
totalmente estatizadas e planificadas.Derrotados pelos comunistas, os
nacionalistas, sob a liderança de Chiang Kai-shek e sob a proteção norte-
americana, refugiaram-se em Formosa, fundando a República da China,
também conhecida como Taiwan. Sob a ditadura militar do Kuomintang,
organizou-se na ilha uma das economias capitalistas mais dinâmicas da região,
pois Taiwan é um dos Tigres Asiáticos.Com a morte de Mao Tse-tung, em
1976, Deng Xiaoping foi indicado para substituí-lo como secretário-geral do
PCC, passando a ser o homem forte do regime. A partir de 1978, Deng deu
início a um processo de abertura econômica que se aprofundou a partir de
1982, com a criação das primeiras zonas econômicas especiais.“Economia
socialista de mercado” é o nome dado pelos líderes chineses a um sistema que
tenta compatibilizar uma economia cada vez mais aberta aos investimentos
estrangeiros e que, por isso, tem de conviver com a iniciativa privada e mesmo
com a propriedade privada, mas quecontinua, porém, sob o controle do
Estado.As zonas econômicas especiais são porções do território chinês
localizadas nas províncias litorâneas, onde os capitais privados têm grande
liberdade de atuação. Essas zonas oferecem muitas vantagens ao capital
estrangeiro, que aflui em grande quantidade com o objetivo de auferir altos
lucros. São as regiões mais dinâmicas da economia chinesa e produzem
basicamente bens de consumo para exportação.A China é a economia que
mais cresce no mundo, devido às grandes vantagens que oferece aos capitais
estrangeiros, notadamente nas zonas econômicas especiais. Os custos de
produção são muito baixos no país, portanto os lucros são muito altos, devido à
enorme disponibilidade de mão-de-obra muito barata, relativamente qualificada
e disciplinada; aos incentivos fiscais concedidos pelo regime; às facilidades
concedidas aos exportadores; à boa infraestrutura; ao baixo custo da terra, da
energia, das matérias- primas, entre outros fatores. Enquanto a China como um
todo tem crescido a uma média de quase 10% ao ano desde o início da década
de 80, as zonas econômicas especiais têm apresentado taxas maiores de
crescimento.Guangdong, por exemplo, apresentou uma taxa média de
crescimento anual de 12,5% desde 1980. Esse enorme crescimento aumentou
consideravelmente a participação chinesa no comércio mundial, bem como a
riqueza nacional, mas também trouxe problemas. Aprofundou-se a
desigualdade social e regional, estimulando a migração interna em direção às
regiões mais dinâmicas, aumentando o desemprego e colaborando para
manter os salários em níveis muito baixos.

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