O contrato de fornecimento de bacalhau à cidade de Badajoz
(1728) Escriptura de contrato e obrigação entre Domingos Lopes almocreve e D. Agostinho da cidade de Badajoz Saibam quantos este publico instromento de contrato e obrigação ou como em direito melhor lugar haja e dizer se possa virem que no anno do Nacimento de Nosso Senhor Jezus Christo de mil sete centos e vinte e oito annos aos quatro dias do mez de Fevereiro do dito anno em esta villa de Campomayor e cazas de morada de mim tabalião abaixo nomeado sendo eu ahi perante mim parecerão e forão prezentes Domingos lopes almocreve morador desta villa e D. Agostinho de Santiago morador da cidade de Badajoz Reino de Castella e ora estante nesta villa ambos pessoas que conheço e dou fee serem os proprios aqui contheudos e declarados e logo pelo dito Domingos lopes foi dito em minha prezença e das ttestemunhas abaixo nomeadas e assignadas que pello dito D. Agostinho de Santiago ter este anno prezente ate o fim de Dezembro delle arrematado na dita cidade de badajoz o pescado de Bacalhau estava elle prompto a lhe dar todo o de que necessitar para o dito consumo com as clauzulas e obrigaçõis seguintes a saber que elle dito Domingos Lopes se lhe obriga a ter prompto e lhe dar todo o Bacalhau que lhe for necessario a elle dito D. Agostinho para a obrigação que tem da dita cidade de Badajoz pagando todos os direitos cuja comissão lhe terá sempre prompta nesta villa para que elle por sua conta e risco o mande conduzir para a dita cidade de Badajoz pagando todos os direitos que nesta villa dever e por cada hua arroba de bacalhau lhe hade dar e pagar de prompto nesta villa mil duzentos e setenta reis e estes livres de todo o omnes athe o fim de Dezembro deste prezente anno de sete centos e vinte oito com declaração porem que se tempo em diante na cidade de Lisboa levantar o preço do Bacalhau de dez tostõis para sima se fara novo ajuste de sorte que nem elle nem o dito D. Agostinho fiquem prejudicados e nesta conformidade não se ajustando ficara invalida esta escriptura de cujo levantamento que houver de dez tostõis para cima aprezentara certidão da caza dos direitos para constar dos seus preços e o primeiro pagamento que lhe ha de fazer o dito D. Agostinho de todo o bacalhau que tiver vendido será em Domingo de Paschoa da Ressureição deste prezente anno o qual constará por recibos que lhe há de dar elle dito D. Agostinho do bacalhau que em si tem recebido e dahi em diante lhe irá continuando com os pagamentos no fim de cada um dos mezes do dito anno the todo ser findo e acabado e o dinheiro com que lhe satisfizer tanto no pagamento da Paschoa como nos maiz futuros será em moeda Purtugueza e corrente neste Reino de Purtugal aonde he celebrado este contrato cujas condiçõis e obrigaçõis disse elle dito Domingos Lopes todas se obrigava a cumprir sem duvida ou impedimento algum e a sempre ter prompto nesta villa o bacalhau como dito fica para o cumprimento do que disse obrigava sua pessoa e todos os seus benz assim moveis como de Raiz havidos e por haver e logo pello dito D. Agostinho de Santiago foy dito em prezença das ditas testemunhas que elle aceitava esta escriptura com todas as clauzulas condiçõis e obrigaçõis nella declaradas que todas se obrigava a cumprir e a bem pagar e fazer os pagamentos a seus tempos referidos nesta villa e por moeda Purtugueza e corrente na forma declarada sem duvida ou embargos alguns e [?] ou vindo com elles disse que não queria ser ouvido em Juizo ou fora delle sem primeiro e com effeito depozitar tudo o que estiver devendo e lhes for pedido e demandado por vertude desta escriptura em maos e poder do dito Domingos Lopes ou de seu certo e bastante procurador sem para o tal depozito lhes pedir fiança algua porque desde logo os há por abonados e eleje por seus fieis depozitarios a qual clauzula depozitaria eu tabalião aqui puz nesta escriptura a pedimento destas partes e de seu consentimento por me dizerem estavãqo nella conformes e sabião seu effeito sem embargo de lho declarar perante as testemunhas na forma da Ley e que se desafora do Juizo de seu foro domicilio e jurisdição que hora tem e tempo ao diante tiver e se obriga e somete a responder a qualquer duvida demandaq ou embargo que desta escriptura rezultar perante o Doutor Juiz de fora do geral desta villa que hora e tempo ao diante for e o qual desde logo eleje por seu competente Juiz e por seus despachoa mandados e sentenças ques ser convencido e executado e que esta escriptura valha como sentença defenitiva passada em cauza julgada e que renuncia todos os foros privilegios leys liberdades favores prezentes e futuros que por si e a seu favor alegar possa ferias gerais e especiais e os nove dias de doente e anojado e os sinco que a ley da do impedimento dos procuradores e os dez de embargos porque de nada quer nem podera uzar nem gozar se não tudo cumprir e guardar como nesta escriptura se conthem e para digo e que para mais firmeza e segurança de tudo o que dito he disse que obrigava sua pessoa e todos os seus bens assim moveis como de raiz havidos e por haver que tem e possue tanto na cidade de Badajoz como em qualquer parte do dito Reino ou deste em testemunho de verdade assim o outorgarão e dello mandarão ser feito este publico instromento que todos aceitarão cada hu pella parte que lhe toca e eu tabalião tambem aceitei em nome de quem mais tocar auzente e ao todo forão testemunhas prezentes Manoel Bautista de Mendonça e Pedro Vaz Ferrão e Antonio fernandes e eu Antonio Joseph da Cunha tabalião que o escrevi declaro que não foi testemunha Antonio Fernandes senão João de Brito Pereira sobredito a escrevi.
Treslado do original, pertencente ao fundo do Cartório Notarial de Campo Maior, notas de António José da Cunha, cota CNCMR01/001/0004, f. 136, do Arquivo Distrital de Portalegre