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História Geral

O MODO DE PRODUÇÃO ASIÁTICO:

ANTECEDENTES: Em torno de 700.000 a.C. se inicia a história evolutiva da


humanidade, marcada por um longo período de igualdade através da distri-
buição da caça e da coleta (Período paleolítico - pedra lascada) ou da distri-
buição da agricultura e pecuária (Período neolítico - pedra polida).
A desigualdade aparece quando os primeiros homens se fixam em torno dos
rios (civilização hidráulica) fugindo de um processo de desertificação, resul-
tando numa grande produção proveniente do húmus (Terra fértil as margens
do rio, rica em material orgânico gerado pelo processo de cheia e vazante)
determinando uma diferenciação com a produção do homem das terras mais
secas.
Este poder produtivo maior dos privilegiados acarreta na formação de uma
sociedade desigual (mudança infra-estrutural), consolidada com medidas de
efetivação das injustiças sociais, convencendo através da lei, do exército e
da religião que as diferenças são naturais e divinas (mudança superestrutu-
ral).

CARACTERÍSTICAS: Estado forte e centralizado; monarquia teocrática; civi-


lização hidráulica; sociedade estamental (pouca mobilidade social); politeís-
tas (crença em mais de um deus), apresentando diversas formas (Antropo-
mórficas - humanas; Zoomórficas - animais; Antropozoomórfico - metade
homem, metade animal); predomínio da agricultura, exceção dos fenícios e
cretenses que viviam predominantemente do comércio etc...

EGITO:
PERÍODO PRÉ-DINÁSTICO: Os Haminitas (povo que ocupava todo o norte
de África) fugiram do processo de desertificação do Saara em torno de
10.000 a.C., buscando as margens do rio Nilo, onde formaram diversas tribos
conhecidas como nomos e lideradas pelos nomarcas.
Num processo de transformação lenta, os nomos mais fortes foram anexan-
do os mais fracos, originando a formação de dois impérios: O Alto e o Baixo
Império Egípcio.
O nomarca do Baixo Império, Menés, venceu o Alto Império, unificando o
Egito, e se tornando o primeiro faraó, em torno de 3.200 a.C.

O Antigo Império Egípcio: Período de aproximadamente 1.000 anos, com a


sucessão dos descendentes de Menés, onde se destacaram Queóps, Qué-
frem e Miquerinos. Esta duração longa se deve a paz externa, gerada pela
proteção geográfica do território.
Nesta etapa do desenvolvimento egípcio, a estrutura social foi organizada
hierarquicamente da seguinte forma (Faraó, nobreza, sacerdote, escribas,
soldados, camponeses, artesãos e escravos).
Os egípcios eram muito religiosos, acreditando em diversos deuses, e na i-
mortalidade da alma e do corpo, surgindo daí o processo da mumificação.
Esta influência religiosa se encontra presente na pintura, arquitetura e escul-
tura. A pintura representava o cotidiano, portanto, de grande valor histórico.
Os principais dogmas da sua religião estão contidos no Livro dos Mortos.
Os egípcios desenvolveram a matemática, astronomia e medicina. Na escrita
desenvolveram três formas: hieróglifo (textos sagrados); hierática (usada pe-
los sacerdotes) e demótica (usada pelos escribas).
A capital deste império era Tínis.

Médio Império Egípcio: Momento em que uma nova dinastia da cidade de


Tebas derruba os descendentes de Menés, e se projeta ambiciosamente pa-
ra iniciar sua trajetória imperialista, no entanto, acaba permitindo o conheci-
mento de sua região pelos inimigos, como os Hicsos que por domesticarem
os cavalos, acabaram vencendo os egípcios.
Nesta fase de domínio hicso, os hebreus fugindo da seca, foram acolhidos
no Egito. E com a expulsão dos Hicsos, passam a serem vistos como inimi-
gos e geralmente tratados como servos.

Novo Império Egípcio: Começa com expulsão dos Hicsos do Egito pela lide-
rança de Amósis I. Este período marca o apogeu cultural e expansionista do
Egito, onde aparecerem seus principais faraós.
Tutmés III, Ramsés II (Apogeu expansionista - criador dos templos de Car-
nac e Luxor), Tutankâmon, Amenóphis IV (fundador do monoteísmo, através
do culto ao deus Aton - A finalidade era diminuir o poder dos sacerdotes,
aumentando seu poder real) etc...
O fim do império egípcio ficou conhecido como saíta.

MESOPOTÂMIA (TERRA ENTRE RIOS - ATUAL IRAQUE): O modo de pro-


dução asiático se inicia nesta região, com o aparecimento dos Sumérios no
sul da Mesopotâmia. povo de origem desconhecida, fundou cidades-Estado,
como Ur, Nipur, Uruk, Lagash etc..
Este povo cria a escrita (cuneiforme), a roda, os zigurats (espécies de obser-
vatório, se dedicando a astronomia e astrologia), o sistema sexagesimal
etc...
Os Sumérios foram derrotados pelos Acádios e Amoritas (povos de origem
Semita), fundando na região da Caldéia, o Império da Babilônia.
No primeiro império da Babilônia se destaca Hamurábi (Criador do primeiro
código de leis baseado em Talião - “Olho por olho, dente por dente).
Os babilônios foram vencidos pelos assírios (povo do norte da Mesopotâ-
mia), conhecidos pela violência de seu exército. Seu grande patesí foi Assur-
banípal que transferiu a capital da Assíria de Assur para Nínive.
Os babilônios se uniram aos Medos liderados por Ciáxares e venceram os
assírios, de onde surge o 2º império da Babilônia, onde o destaque foi o rei
Nabucodonosor, fundador dos Jardins suspensos da Babilônia e da Torre de
Babel.

PÉRSIA (ATUAL IRÃ): Povo de origem indo-européia que chega no planalto


iraniano, inicialmente dominado pelos Medos, e mais tarde dominando-os
através de Ciro, unificador do planalto iraniano que foi responsável pela im-
plantação da política de diplomacia.
Cambises, filho de Ciro, chegou no Egito, no entanto foi com Dario I que a
Pérsia chegou ao seu apogeu, onde foram criadas as Satrapias (espécies de
prefeituras controladas pelo poder local, mas vigiada pelos funcionários do
rei - Os olhos e os ouvidos do rei), além de construir estradas modernas que
facilitavam a comunicação no império. Acabou derrotado nas Guerras médi-
cas para os gregos.
A grande contribuição dos persas foi a idéia de bem e de mal, deixada pelo
filósofo Zaratrusta ou Zoroastro, através do livro “Zend-Avesta”.

FENÍCIOS (ATUAIS LIBANESES): Viviam primordialmente do comércio e do


pastoreio, e secundariamente da agricultura, em cidades - Estado, com des-
taque para Tiro, Sidon, Biblos e Cartago.
Fundaram a escrita e a arte de navegação.

HEBREUS (ATUAIS JUDEUS): A história deste povo está contada princi-


palmente na Bíblia, e se inicia com a saída de Abraão da cidade de Ur para à
Terra Prometida.
Os descendentes de Abraão fugindo da seca foram para o Egito durante o
domínio Hicso, e mais tarde acabaram semi-escravizados.
Moisés comandou a fuga dos Hebreus em direção à Terra prometida - êxo-
do.
Para combater os filisteus e cananeus que ocupavam aquela região, forma-
ram uma monarquia que funcionou com três reis: Saul, Davi e Salomão.
Ao final da monarquia os hebreus passaram pelo Cisma (divisão), onde as
doze tribos se dividiram formando os reinos de Judá e Israel. Divididos, fo-
ram facilmente derrotados.
No domínio dos Romanos, nasce Jesus Cristo e acontece a Diáspora (Dis-
persão) dos judeus pelo mundo do século III até o século XX após a 2º guer-
ra mundial.

OUTROS POVOS DO MODO DE PRODUÇÃO ASIÁTICO: Japoneses, Chi-


neses, Astecas, Maias, Hititas, Hicsos, Cretenses, Indianos, Frígios, Lídios
etc...

GRÉCIA (O Mundo Grego):

ANTECEDENTES: O primeiro período da formação da civilização grega é


conhecida como pré-homérico (Século XX - XII a.C.), onde as primeiras tri-
bos de origem indo-européia fugindo da glaciação se deslocaram para a Pe-
nínsula Balcânica.
Os primeiros foram os Aqueus que dominaram os pelasgos ou pelágios (po-
vo rudimentar natural da região). Estes fundaram as primeiras cidades de
Micenas e Tirinto e se uniram com Creta, fundando a civilização Creto-
Micênica.
Com a chegada de novas tribos , os Jônios e os Eólios, os gregos unificados
derrotaram os cretenses e os troianos, ocupando o comércio de parte do
Mediterrâneo e do Mar Negro.
A ligação do mundo grego com o Modo de Produção asiático começa a ser
interrompida com a chegada dos Dórios, últimos gregos, com forte estrutura
militar, mas com uma cultura inferior aos demais. A chegada desses gregos
geraram a 1º diáspora grega (Dispersão dos gregos pela Península Balcâni-
ca, Mar Egeu e Ásia Menor), gerando uma perda de contato com o resto do
mundo, sendo responsável no futuro pela formação de uma sociedade origi-
nal.

PERÍODO HOMÉRICO (Séculos XII - VIII a.C.): momento conhecido como


período das trevas, devido ao pouco conhecimento da época, no entanto,
nesta fase os gregos entraram na idade do ferro.
O pouco que se conhece está contido nos livros de Homero: “Ilíada” e “Odis-
séia”, onde o autor ao tentar retratar o período anterior dos grandes heróis,
acabou deixando elementos do seu período.
Esta fase é marcada pelo funcionamento dos genos familiares liderados pelo
Pater-família, numa estrutura de igualdade, produção de subsistência e de
casamento endogâmico.
O grande crescimento demográfico não foi acompanhado pelo processo pro-
dutivo, gerando a fome e criando um sentimento de desigualdade que procu-
rava garantir o privilégio de poucos, e gradativamente cria uma sociedade
desigual de acordo com a proximidade do Pater-família, gerando a seguinte
divisão: Eupátridas (Bem-nascidos); Georgóis (Camponeses); Thetas (Mar-
ginalizados).

PERÍODO ARCAICO (Século VIII - VI): momento de retorno da desigualdade


onde praticamente desaparece qualquer contato com o Modo de produção
asiático. Cerca de 160 pólis (Cidades-Estado) surgem como reflexo do perí-
odo tribal anterior que criou uma autonomia entre as regiões, agravadas pe-
las cadeias de montanhas que dificultavam a comunicação.
Toda Cidade-Estado apresentava uma ágora (Praça onde acontecia as ativi-
dades culturais, políticas e comerciais) e a acrópole (Parte alta da cidade,
destinada aos cultos religiosos e a defesa militar).

ESPARTA: Formada pelos antigos Dórios que para dominarem a pólis de


Messênia, acabaram reforçando a tendência militar desta sociedade, princi-
palmente com o aparecimento do Hoplita (Soldado) que se auto-sustentava.
A sociedade espartana passou a ser dividida da seguinte maneira: Espartía-
tas (Cidadão espartano de origem dórica que vivia da atividade militar); Peri-
ecos (Gregos livres de origem não dórica que viviam na periferia da atividade
comercial, sem direitos políticos); Hilotas (Gregos não Dóricos semi-
escravizados da pólis de Messênia que viviam da agricultura).
A sociedade militarizada contava com a participação da mulher que criava o
seu filho até os sete anos, onde era enviado para os quartéis para ser prepa-
rado para vida militar que durava até os 30 anos. A partir daí se tornava um
cidadão, porém, poderia ser convocado em caso de guerra até os 60 anos.
A divisão política atribuída ao legislador Licurgo, era a seguinte: Diarquia -
Dois reis; Éforos - em número de cinco, responsáveis pelo funcionamento
das leis; Gerúsia - conselho de idosos (acima de 60 anos), responsáveis pela
elaboração das leis; Ápela - Conselho de todos os cidadãos que aprovavam
ou rejeitavam as leis da Gerúsia, através do voto.

ATENAS: localizada na região da Ática, foi fundada pelos Jônios, e a estrutu-


ra lendária atribui ao herói Teseu.
Inicialmente foi formada uma monarquia com o Basileu (Título de monarca),
tendo um papel limitado pela aristocracia Eupátrida, e esta acaba organizan-
do o fim da monarquia, estabelecendo uma nova forma de governo, a aristo-
cracia.
Os Eupátridas no poder iniciam uma política de injustiça social determinada
pelo instituição das leis consuetudinárias (orais), estabelecida pelo arcontado
e vigiada pelo areópago.
Entre as injustiças do período arcaico, encontramos a sociedade estamental
e a escravidão por dívidas, em virtude da inadimplência, onde a lei incide so-
bre as coisas e as pessoas.
O povo revoltado com as injustiças passam a pressionar os Eupátridas, e di-
ante do crescimento demográfico, passam a incentivar a 2º diáspora grega,
ou seja, a colonização das terras do mar Mediterrâneo e do Mar Negro.
Com a colonização acontece o desenvolvimento do comércio determinando o
surgimento de uma nova classe de ricos, além do aparecimento do dinheiro
(Dracma). E os gregos passam a trocar vinho, azeite e cerâmica por trigo,
metais preciosos e outras mercadorias.
O problema da injustiça acaba amenizado, mas não solucionado, e as pres-
sões continuam, evoluindo para a formação de um primeiro partido popular.
Assustados, os Eupátridas acabam dando concessões, convocando legisla-
dores para estabelecerem as primeiras leis escritas. Drácon, primeiro legis-
lador, determina a elaboração de leis muito severas, mas sem sentido práti-
co.
Sólon, este sim o maior legislador, cria o fim da escravidão por dívidas; esti-
pula o poder político pela sua estrutura financeira; beneficia mais o comércio;
cria o ensino público e gratuito etc..
Os Eupátridas tentam impedir a efetivação das leis de Sólon, mas são sur-
preendidos pela ação dos partidários de Pisístrato que através de um golpe
de Estado implantam a Tirania, colocando em prática as leis de Sólon.
Com a morte de Pisístrato, seus filhos Hípias e Hiparco, não conseguem
continuar o trabalho do pai, permitindo a recuperação dos Eupátridas que
tentam retornar ao poder mas são novamente pegos de surpresa, quando
Clístenes liderando os populares, implanta a democracia (cracia = governo;
demo = povo).

PERÍODO CLÁSSICO (SÉCULO VI A IV a.C.): Começa com o estabeleci-


mento da democracia, onde Clístenes determina que todos os cidadãos são
iguais perante à lei. Os cidadãos são inicialmente todos os homens acima de
20 anos, de pai ou mãe ateniense (Mais tarde para ser cidadão deve ser filho
de pai e mãe ateniense). Estão excluídos mulheres, escravos e metecos (es-
trangeiros).
A organização política estabelecida por Clístenes era a seguinte: Estrategos
- Cuidavam dos assuntos militares e do poder executivo, em número de dez
(um por aldeia), liderados pelo estratego mor; Bulê - conselho de 500 repre-
sentantes, de 50 por aldeia, responsáveis pela elaboração das leis; Eclésia -
conselho popular com direito a voz e voto, rejeitando ou aprovando as leis;
Heliéia - poder judiciário; ostracismo - exílio por dez anos dos inimigos da
democracia, sem a perda de bens.
O período clássico caracterizou-se pelas hegemonias e imperialismos das
Cidades-Estado gregas. A primeira potência hegemônica foi Atenas; suce-
deu-lhe Esparta; e por fim Tebas. O enfraquecimento das cidades facilitou a
intervenção de Felipe da Macedônia.

AS GUERRAS MÉDICAS: Conflito imperialista entre gregos e persas (me-


dos).
O império persa havia se estendido até a Ásia Menor, submetendo as cida-
des gregas da região. A revolta das cidades jônicas, lideradas por Mileto, deu
início às guerras médicas.
Depois de arrasar Mileto, os persas invadiram a Grécia, onde foram enfren-
tados pelos atenienses.
Comandados por Milcíades os atenienses venceram os persas liderados por
Dario em Maratona, salvando a Grécia da dominação persa.
Voltando dez anos mais tarde, os persas liderados por Xerxes venceram a
resistência dos espartanos liderados por Leônidas no desfiladeiro de Termó-
pilas, mas foram surpreendidos pela tática da terra devastada estabelecida
pelo estratego Temístocles que queimou Atenas, e atraiu os inimigos para o
estrito de Salamina, usando os trirremes atenienses contra a esquadra pesa-
da dos Persas, Estes derrotados, bateram em retirada.
Os Gregos passam a ofensiva contra os persas, organizando a Confedera-
ção de Delos, liderada por Atenas e composta por diversos Estados gregos,
com a finalidade de enviarem dinheiro para sustentar a marinha ateniense
contra uma nova invasão persa.
Címon, filho de Milcíades, vence os persas na foz do rio Eurimedonte, obri-
gando os derrotados a assinarem o tratado de Susa se comprometendo a
não efetuarem nova invasão, além de desocuparem as pólis da Ásia menor.
Os Estados gregos ameaçaram abandonar a Confederação ou liga de Delos,
e Atenas usou da violência e num instrumento do seu imperialismo, subjugou
os antigos aliados, obrigando-os a continuarem com o pagamento dos tribu-
tos.
Atenas tornou-se sede da liga, para onde foi transferido o tesouro comum,
com o qual Péricles passou a financiar a construção de diversas obras pú-
blicas em Atenas.

A ERA DE PÉRICLES: Apogeu do império ateniense, marcado pelo advento


cultural, político e filosófico.
O teatro grego foi uma das maiores manifestações culturais da antigüidade;
ganhou impulso com os concursos de tragédias realizados durante as festas
em homenagem ao deus Dionísio.
Os maiores escritores trágicos foram: Ésquilo “Prometeu Acorrentado”, “Os
persas”, “Os sete contra Tebas” etc.; Sófocles “Édipo rei”, “Antígona” etc.;
Eurípides (preocupação com os problemas do homem) “Alceste” e “Medéia”.
Na comédia de destaca Aristófanes nas sátiras contra pessoas proeminentes
da sociedade. “A paz”, “As rãs”, “As vespas” etc.
A filosofia grega divide-se em antes de Sócrates e depois de Sócrates. Os
principais filósofos pré-socráticos ou da natureza foram: Tales de Mileto, A-
naximandro, Anaxímenes, Pitágoras, Demócrito, Parmênides, Heráclito, Hi-
pócrates etc.
No tempo de Sócrates, predominava a Escola dos sofistas, defendia que pa-
ra se atingir os objetivos desejados, todos os métodos eram válidos. A frase
famosa dos sofistas “O homem é a medida de todas as coisas”, teve como
principal representante Protágoras.

Sócrates (470 - 399 a.C.) foi o fundador da filosofia humanista, através da


prática da Maiêutica = parto das idéias, baseado em perguntas e respostas,
buscando a reflexão necessária para a formação de uma moral responsável
pelo viver e pensar corretamente. A virtude era vista por Sócrates como uma
ciência que poderia ser aprendida.
Apesar de não deixar nada escrito (Sua filosofia foi recuperada pelos seus
discípulos, principalmente Platão), sua habilidade em confundir os interlocu-
tores e o espírito crítico e irônico principalmente contra os sofistas, valeram-
lhe muitos inimigos. Acusado de corromper os jovens e renegar os deuses
atenienses, foi condenado a beber cicuta.
Platão (427 - 347 a.C.), o principal discípulo de Sócrates, fundou a Academia
ateniense de Atenas, partindo das idéias socráticas de bem e de mal, teoria
baseada nas idéias (formas essenciais), onde o mundo real transcende o
mundo das aparências, o qual nada mais do que uma derivação das idéias
matrizes.
Platão destaca como virtudes essenciais a sabedoria, a bravura, a serenida-
de e a justiça. Suas principais obras foram: Apologia de Sócrates, Críton, O
banquete, Fédon, Fedro e A República.
Aristóteles (384 - 322 a.C.) foi o fundador do Liceu de Atenas, é considerado
por muitos como o maior filósofo de todos os tempos. Sua obra abrange a
totalidade dos conhecimentos de seu tempo - lógica, física, metafísica, moral,
política, retórica e poética.
Aristóteles, natural da Macedônia e ex-discípulo de Platão, elaborou o seu
raciocínio no silogismo, ou seja, partindo do geral se chega ao particular. Ex.:
Todo homem é mortal; Sócrates é homem; logo, Sócrates é mortal.
O conhecimento para Aristóteles surge das realidades sensíveis. Obras prin-
cipais: Organum; A retórica; A poética; A metafísica; política; Ética a Nicôma-
co; Ética a Eudemo etc.
Na poesia se destacou Píndaro, exaltando os feitos dos vencedores dos jo-
gos pan-helênicos.
Na história se destacaram Heródoto de Halicarnasso, o pai da história, foi o
grande historiador das guerras médicas, e apesar de tendencioso e de expli-
car a guerra pela ótica religiosa, recolheu diversas informações importantes
em seus escritos.
Tucídides escreveu a “História da guerra do Peloponeso”, onde determinou
que a origem da guerra estava nas causas políticas e não na vontade dos
deuses. Procurou escrever de forma neutra.
Xenofonte que escreveu “Anabase” e “Helênica” relatos da história do seu
tempo.
A arte grega estava profundamente ligada a religião e atingiu seu ponto má-
ximo em Atenas, no século V a.C.
Os templos gregos - principal manifestação da arquitetura grega - obedeciam
a três estilos: dórico, jônico e Coríntio.
O maior escultor grego foi Fídias que restaurou o Parthenon e esculpiu a es-
tátua de Atena Promachos. Outros escultores importantes foram: Mirom
(Discóbolo), Praxíteles e Polícletes de Argos.
A religião grega não tinha dogmas: os fiéis podiam praticar o culto da manei-
ra como bem estendessem, pedindo ajuda para suas atividades práticas e
não a salvação da alma. A mitologia grega conta a história dos deuses an-
tropomórficos, com virtudes e defeitos humanos. Os principais deuses e-
ram: Zeus (maior de todos), seus irmãos Héstia, Demeter, Hera, Poseidon,
Hades; e os filhos Ares, Afrodite, Apolo, Atena, Artêmis, Hefaístos, Hermes e
Dionísio.
Os heróis (Filhos de deuses com mortais) que se destacaram foram: Perseu,
Jasão, Teseu, Édipo e Hércules. Clio era a musa da história.
A organização da religião grega era bastante complexa, compreendendo o
culto familiar (Culto a Zeus e Héstia), culto público (Cerimônias em Atenas
homenageando Atena - Panatenéia e Dionísio - Dionisíaca) e os jogos pan-
helênicos em homenagem aos deuses realizavam-se os grandes jogos, inici-
ados em 776 a.C. em Olímpia.
Vários santuários espalhados pela Grécia atraiam os fiéis; para conhecer o
seu futuro, os gregos se utilizavam dos oráculos, onde uma sacerdotisa
chamada de pitonisa, recebia os desígnios divinos.

GUERRA DO PELOPONESO: Esparta, Corinto, Tebas e Megara aliaram-se


contra Atenas. A causa principal da guerra foi a rivalidade entre Atenas e Es-
parta; O motivo imediato para o início dos combates foi o apoio dado por A-
tenas à Córcira. Esta guerra durou 27 anos e provocou um grande enfraque-
cimento dos Estados em luta.
A estratégia de Péricles de concentrar toda população ateniense nas mura-
lhas de Atenas e utilizando a tática da terra devastada nos campos atenien-
ses fracassou com a peste que assolou a região, inclusive vitimando-o. Num
esforço desesperado, Atenas tentou uma expedição a Siracusa, aliada de
Corinto, perdendo numerosos barcos e milhares de vítima. sendo derrotados
pelos espartanos na batalha de Égos-Pótamos.
Terminada a guerra do Peloponeso, começou a hegemonia de Esparta, que
passou a dominar seus antigos aliados, como fizera Atenas. Para facilitar a
dominação interna se aliou com os persas, e a necessidade de combater os
Hilotas de Messênia facilitou a aliança dos tebanos com Atenas liderados por
Epaminondas, derrotando os espartanos na batalha de Leuctras; começava
a hegemonia de Tebas.
O imperialismo tebano durou apenas 9 anos; em Mantinéia, o exército de
Tebas foi vencido por espartanos e atenienses, que tinham se reconciliado. A
fraqueza das cidades gregas , provocada pelas guerras, abriu caminho para
a dominação da Macedônica.

O PERÍODO HELÊNICO: Período de domínio macedônico quando Felipe da


Macedônia invadiu a Grécia, vencendo na batalha de Queronéia, e profundo
conhecedor da civilização grega, pois tinha convivido com os tebanos, a-
prendendo a arte da guerra. O grande orador ateniense Demóstenes tinha
prevenido da ameaça Macedônica, mas ninguém deu atenção as suas de-
núncias.
Felipe foi assassinado, assumindo seu filho Alexandre Magno influenciado
pela mãe Olímpia e pelo filósofo Aristóteles. Com suas conquistas fundou um
grande império.
Alexandre, o grande iniciou sua luta contra os persas, ocupando todo antigo
império dos inimigos, até vencer definitivamente Dario III.
Depois de vencer os persas, avançou em direção à Índia, morrendo na volta.
Alexandre procurou formar um império universal, através da integração do
mundo bárbaro e do mundo helênico. Esta integração foi feita através da po-
lítica de casamento, da fundação de cidades, da incorporação dos persas ao
exército e da aceitação dos valores políticos orientais.
Com a morte de Alexandre, o império desmoronou, sendo dividido entre seus
principais generais. O reino da Macedônia ficou com Antígono; o reino do E-
gito ficou com Ptolomeu e a Ásia com Seleuco.
O grandes centros culturais do império de Alexandre eram: Alexandria, Anti-
óquia e Pérgamo; o centro econômico localizava-se no Oriente médio.
Neste período surgem novas filosofias: Estoicismo fundado por Zenão que
pregava a indiferença à dor ou ao prazer físico, considerando apenas a vida
intelectual; o epicurismo fundado por Epicuro defendendo a idéia de que o
homem deve procurar o prazer como única forma de se alcançar a sabedori-
a.

ROMA ANTIGA:
PERÍODO MONÁRQUICO (753 - 509 a.C.): A península Itálica apresenta
três regiões bem distintas: a Cadeia dos Alpes e a planície do Rio Pó ao nor-
te; a Cadeia dos Apeninos que percorre a península de norte a sul; e as pla-
nícies costeiras da Apúria, Lácio e Campânia.
Os primitivos autóctones da Itália em estágio rudimentar, foram derrotados
por italiotas (arianos) que ocuparam a parte central da península; subdividi-
am-se em várias tribos: latinos, sabinos, équos, volscos, samnitas etc.
Os gregos se fixaram no sul da península, onde fundaram numerosas colô-
nias - Magna Grécia e os Etruscos (originários da Ásia), ocuparam o norte da
Itália, formando a Etrúria.
Historicamente, pode-se deduzir que Roma se originou de um forte construí-
do por latinos e sabinos às margens do Rio Tibre.
A origem de Roma pode ser interpretada também através de lendas, onde
Virgílio atribuiu a fundação de Roma a Rômulo e Remo, descendentes de
Enéas, herói de Tróia.
Netos de Numitor destituído do poder pelo tio-avô Amúlio, recolocam o antigo
monarca no poder da pólis de Alba Longa, e este cede uma parte de suas
terras às margens do rio Tibre, na região do Lácio, para a formação de Ro-
ma. Outras lendas importantes falam sobre o rapto das sabinas e a luta dos
Horácios sobre os Curiácios.
Pelas lendas ficamos sabendo que dos sete reis de Roma, os quatro primei-
ros eram sabinos e latinos (Rômulo, Numa Pompílio, Túlio Hostílio e Anco
Márcio), e os três últimos eram Etruscos (Tarquínio Prisco, Sérvio Túlio e
Tarquínio, o Soberbo), mostrando a dominação etrusca nos últimos momen-
tos da Monarquia.
A economia baseava-se na atividade agro-pastoril: a terra era a riqueza fun-
damental.
A sociedade era dividida em Patrícios, Clientes e Plebeus e o poder era e-
xercido pelo Rei, com auxílio do conselho dos anciãos (Senado) e da As-
sembléia Curiata.
Os Patrícios romanos se reuniam numa Assembléia chamada comício, para
propor, votar as leis da cidade. Os Patrícios eram classificados em trinta gru-
pos chamados de cúrias. Os comícios curiatos escolhiam reis e demais fun-
cionários do governo, julgavam as disputas e declaravam a guerra ou a paz,
conforme necessário.
A família teve um papel importante dentro desta sociedade, onde toda orga-
nização se baseava no laço de parentesco e estes, por sua vez estavam li-
gados à religião.
A autoridade do pai era absoluta dentro da casa. Ele tinha autoridade de vida
e morte sobre a mulher e os filhos. A figura da mãe era muito respeitada,
mas esta não participava da vida pública.
A nível religioso eram muito supersticiosos e achavam que deviam adotar os
deuses que entravam em contato. Dos gregos assimilaram os deuses do O-
limpo, embora lhes tenham trocados de nomes. Ex.: Zeus - Júpiter; Hermes -
Mercúrio; Afrodite - Vênus; Ares - Marte; Ártemis - Diana; Possêidon - Netu-
no.
Os latinos praticavam o culto doméstico, onde veneravam os espíritos dos
antepassados e os lares, gênios protetores da casa.

REPÚBLICA ROMANA (509 - 27 a.C.): Na sua origem, a República Romana


era essencialmente aristocrática; durante as lutas entre Patrícios e Plebeus,
ela atingiu um estágio mais democrático.
As principais instituições políticas da República eram: Senado, Magistraturas
e Assembléias.
O poder do Senado era praticamente universal, estendendo-se à administra-
ção, à legislação interna, às relações exteriores e aos problemas religiosos,
bem como o controle das Finanças públicas.
Os principais magistrados eram os Cônsules (em número de dois), transfor-
mado em ditador em época de guerra (apenas por seis meses). Estes eram
auxiliados pelos Pretores - responsáveis pela Justiça; Questores - Finanças;
Censores - Censura e Censo; Edil - Prefeito.
A Assembléia Centuriata era uma reunião do exército, dividida em centúrias,
que votava as principais leis do Estado e Assembléia Tribunícia, antiga Curi-
ata, com menos importância, onde cada tribo tinha um voto.

LUTA ENTRE PATRÍCIOS E PLEBEUS: O conflito começou em 494 a.C. e


terminou por volta de 286 a.C. No fim desse período, os Plebeus tinham con-
seguido uma certa igualdade de direitos em relação aos Patrícios.
A primeira revolta da plebe ocorreu em 494 a.C., quando os Plebeus de Ro-
ma se retiram para o Monte Sagrado, e resultou na criação do Tribuno da
Plebe.
A segunda revolta aconteceu em 450 a.C., quando os Plebeus exigiram a
redação da lei, que foi então codificada em 12 Tábuas de bronze.
A terceira revolta, em 445 a.C., terminou com a criação da lei da Canuléia,
que permitia o casamento entre Patrícios e Plebeus.
A quarta revolta resultou na Lei Licínia Sextia que praticamente aboliu a es-
cravidão por dívida e abriu aos Plebeus a participação no consulado.
Durante a quinta revolta (287-286) foi conseguida a vitória mais importante,
quando o plebiscito passou a ter força de lei.
A luta da plebe foi longa e penosa, mas gradativamente foi conquistando o
direito à participação em todas as Magistraturas da República, da ditadura ao
pontificado, através do tribunato da plebe.

AS GUERRAS PÚNICAS (POENI = FENÍCIOS): Conflito entre Cartago e


Roma. Esta guerra tem antecedentes no processo expansionista dos roma-
nos, onde estes desviam a atenção dos Plebeus para o processo de conquis-
ta, derrotando primeiro os italiotas no centro da península para depois domi-
narem os Etruscos no norte e os gregos da Magna Grécia (sul da Itália) que
contavam com ajuda de Pirro, rei do Épiro (Atual Albânia).
Ao dominarem toda península Itálica os romanos passam a desejar a ilha de
Sicília que estava sob o controle de Cartago (Antiga colônia fenícia - atual
Tunísia), iniciando as guerras púnicas.
As guerras púnicas aconteceram em três etapas: na primeira acontece o
conflito direto entre os dois países de forma muita violenta, levando Amilcar
Barca, de Cartago a pedir a paz momentânea, onde os romanos aproveita-
ram para tomar a Sicília.
Na segunda etapa Aníbal filho de Amilcar prepara a desforra contra os roma-
nos que comandando um exército numeroso acompanhado de uma manada
de elefantes invade a Itália pela Espanha vencendo todas batalhas, mas a-
caba parando na entrada de Roma esperando auxílio de Asdrúbal que não
veio (este foi derrotado). Esta indecisão permitiu que os romanos liderados
por Cipião, o africano aproveitassem para invadir Cartago, obrigando o recuo
tardio de Aníbal e permitindo a segunda vitória dos romanos.
O renascimento comercial dos cartagineses passou a incomodar novamente
os romanos que aproveitaram da luta de Cartago com a vizinha Numídia pa-
ra declarar a destruição efetiva deste país. “delenda est Cartago”.
Depois de Cartago os romanos dominaram a Espanha e a Gália do sul cons-
tituindo a Narbonesa Gália e em seguida dominaram a Macedônia alegando
auxílio desta a Cartago. O mesmo acontecendo com a Síria liderada por An-
tíoco III. Ao morrer o rei de Pérgamo (província da Ásia) para os romanos.
No século I conquistaram os reinos do Ponto, Bitínia, Síria e Egito.

CONSEQÜÊNCIAS DAS GUERRAS PÚNICAS:


Domínio comercial e militar sobre o Mar Mediterrâneo (Mare nostrum - Mar
nosso).
Formação do sistema escravista principalmente através da ação de guerras.
Aparecimento de uma nova classe de ricos provenientes do comércio - os
Homens Novos ou Eqüestres.
Concorrência dos produtos importados das novas províncias, fazendo entrar
em crise a agricultura italiana - os pequenos e médios proprietários foram o-
brigados a venderem suas propriedades
para os latifundiários e para o Estado (Ager publicus).
O êxodo rural foi acompanhado pela política do “pão e circo” - aumento do
n.º de clientes que viviam da proteção do Estado.
A riqueza proveniente da conquista modifica o comportamento de simplicida-
de marcado pelo de virtude (Virtus) substituída pela luxúria - viver à grega.
O governo das províncias era controlado pelos magistrados e a cobrança de
impostos pelos publicanos, etc.
AS GUERRAS CIVIS DOS GRACOS A SILA: O primeiro grande reformador
romano foi Tibério Graco que exerceu o seu primeiro tribunato em 133 a.C.
O principal objetivo de Tibério era realizar uma reforma agrária, já prevista
por leis antigas, limitando a posse de terras públicas por particulares. As ter-
ras excedentes seriam distribuídas gratuitamente aos cidadãos pobres.
Tibério foi assassinado pelos adversários políticos, e seu irmão Caio Graco
retomou a tese do primeiro, dando-lhes maior alcance.
Além da luta pela reforma agrária, Caio Graco estabeleceu a lei frumentária
(Subsídio do trigo), mas, ao pretender ampliar o direito de cidadania para to-
da a Itália, acabou perdendo o apoio da população romana, e abrindo prece-
dente para que seus opositores cercassem Caio no Monte Aventino, onde se
suicidou.

IMPÉRIO ROMANO:

O império romano foi marcado pelo poder de Caio Otávio; mas o imperador
procurou
disfarçar seu poder, mantendo as aparências do regime republicano.
As bases concretas do poder de Otávio eram a plebe e o exército.
O senado romano legalizou o poder de Otávio, concedendo-lhe títulos de:
pontíficie máximo, prínceps senatus, augustus, além do poder tribunício e do
poder pró-consular.
O título mais importante era o de augusto, concedido em 27 a.C. Esse título
reconhecia a divindade do imperador e lhe dava o direito de indicar seus su-
cessores.

A administração foi reorganizada, contribuindo para a maior centralização do


poder.
As funções do senado foram restringidas a Roma e à Itália.
As províncias foram divididas em civis (senado) e militares ou imperiais (im-
perador).
A arrecadação do imposto passou para o Estado.
A sociedade foi dividida em ordens de acordo com a riqueza de cada cida-
dão. as novas ordens eram: senatorial, eqüestre e inferior.
Encorajou a preservação da família numerosa e incentivou os cultos tradicio-
nais, além de combater o relaxamento moral.
Abandonou a expansão territorial, passando a definir apenas as fronteiras,
principalmente nos rios Reno, Danúbio e Eufrates.
A dinastia Júlio - Claudiana: Otávio, Tibério, Calígula, Cláudio e Nero.
Os flavianos: Vespasiano, Tito e Domiciano.
Os Antoninos (apogeu): Nerva, Trajano, Adriano-Antonino Pio, Marco Aurélio
e Cômodo.
Os Severos governaram com apoio do exército, desprezando o senado -
Séptimo severo, Caracala e severo Alexandre.

As causas da queda do império romano: anarquia militar (a partir de 235


d.C.); crise da escravidão (O império romano baseava-se no trabalho escra-
vo, na produção para o comércio das cidades e no mercado internacional e
na arrecadação de impostos que permitiam o Estado pagar o exército e seus
funcionários); na substituição do paganismo pelo cristianismo e as invasões
bárbaras.
- Últimos grandes imperadores:
Diocleciano - divisão do império em quatro partes (tetrarquia); criação do Édi-
to do Máximo; Último perseguidor dos cristãos.
Constantino - Unificou o império, transferindo a capital para Bizâncio (futura
Constantinopla); criação do Édito de Milão (fim da perseguição aos cristãos).
Teodósio - criou o Édito de Tessalônica (oficialização do cristianismo) e divi-
diu Império romano em duas partes: Império romano do ocidente, com capital
em Roma, derrubado em 473 d.C. com a vitória de Odoacro rei dos Hérulos
sobre Rômulo Augustus; e o Império Romano do Oriente, com capital em
Constantinopla, derrubado em 1453, com a tomada de Constantinopla pelos
turcos Otomanos liderados por Maomé II.

Invasões bárbaras: Vândalos liderados por Genserico (saqueou Roma, ocu-


pou a Espanha, e mais tarde foram empurrados para o norte da África); Visi-
godos (chefiados por Alarico ocuparam a Gália e a Espanha); Ostrogodos
(liderados por Teodorico, derrotaram Odoacro em Roma. foram derrotados
pelos Bizantinobs); Burgúndios e Alamanos (região dos Alpes); Lombardos
(norte da Itália); Suevos (Lusitânia); Celtas (Bretanha e Gália); anglo-saxãos
(Bretanha); Francos (Gálea); Árabes (norte da África, Península Ibérica e
parte do mar Mediterrâneo) etc...

O MUNDO MEDIEVAL:
O mundo Árabe:
O surgimento do Islão em 630, quando Maomé unificou política e religiosa-
mente os árabes.
Os árabes viviam em tribos de nômades liderados por sheiks, e visitavam a
Caaba (templo religioso) na cidade de Meca, controlada pela família dos Co-
raixitas, onde se encontrava inclusive a pedra negra.
Nas viagens com as caravanas, Maomé da família dos Haxeminitas, entrou
em contato com o cristianismo e o judaísmo, que se tornaram a base do Is-
lamismo.
Depois da visão do anjo Gabriel, do qual recebeu sua missão de profeta,
Maomé passa a pregar o monoteísmo, atrapalhando o comércio dos Coraixi-
tas.
Os Coraixitas tentam matar Maomé que foge para Iatreb (futura Medina -
cidade do profeta). Esta fuga é conhecida como Hégira (que dá início ao ca-
lendário muçulmano).
O Islamismo prega a crença em um Único Deus (Alá) e prescreve cinco obri-
gações fundamentais: orar cinco vezes ao dia; jejuar no mês de Ramadã;
esmolas; guerra santa e peregrinação pelo menos uma vez na vida à Meca.
O Alcorão e o Suna são os dois livros sagrados dos muçulmanos.

Os árabes realizaram grandes conquistas em todos os continentes, chegan-


do a controlar todo o Mediterrâneo.
Principais fatores das conquistas foram: botim, alta densidade demográfica,
unificação política, guerra santa, atração do paraíso e fraqueza dos adversá-
rios.
Os parentes de Maomé foram os primeiros governantes do Islão e realizaram
a conquista do Oriente Médio.
Os Omíadas transferiram a capital de Meca para Damasco e expandiram o
império para o Ocidente, anexando as regiões do Mediterrâneo Ocidental.
As facções religiosas deram origem a partidos políticos que causaram divi-
sões no Islão, com numerosos califados autônomos: Córdoba, Marrocos,
Egito, Tunísia etc..., capital de Damasco p/ Bagdá.

Durante a idade média, os árabes enriqueceram o patrimônio cultural do O-


cidente com valiosas contribuições:
A cultura árabe desenvolveu-se sob a influência de muitas outras. Nas artes,
os árabes contribuíram com a arquitetura das mesquitas, com decoração
com letras do alfabeto (arabescos).
Introduziram novas técnicas de cultivo agrícola.
No artesanato, produziram artigos refinados em couro, seda e metal.
A ciência árabe realizou notáveis progressos na física, química, matemática,
astronomia; na filosofia, destacou-se Averroes; Na Medicina, Avicenas; Na
literatura, são célebres os contos As mil e uma noites; na História, Ibn etc.

O IMPÉRIO BIZANTINO
O grande imperador de Bizâncio foi Justiniano, de origem humilde, mas pro-
tegido por seu tio, o general Justino.
Justiniano casou-se com Teodora e isso marcou profundamente o seu go-
verno.
Justiniano foi um grande legislador; mandou realizar uma compilação das leis
romanas desde a república até o império, publicando-a sob o título de Corpo
do Direito civil (Corpus juris civilis): Código, digesto ou pandectas, institutas e
novelas.
Combateu as heresias (Nestorianismo - duas naturezas separadas - huma-
nas e divina; monofisismo - uma única natureza de Cristo: divina; Arianismo -
Separação das três trindades: pai, filho e espírito santo; iconoclasta - comba-
te as imagens), facilitando a consolidação da monarquia universal.
Interferência do poder temporal no funcionamento da igreja: cesaropapismo.

As conquistas de Justiniano tinham como objetivo a reconstituição do antigo


império romano.
Depois de assegurar a paz com os persas, seus tradicionais inimigos, iniciou
a reconquista do Ocidente.
Seus generais Belisário e Narses e conquistaram África dos Vândalos, a Itá-
lia dos Ostrogodos e o sul da Espanha dos Visigodos.
Essas conquistas não tiveram longa duração, com exceção de algumas regi-
ões da Itália, onde foi constituído o Exarcado de Ravena.
A nível interno, Justiniano enfrentou a famosa revolta de NIKA, no hipódromo
de Constantinopla.

A cultura bizantina retrata uma profunda influência romana, grega e oriental.


A grande manifestação artística do império bizantino foi a construção da igre-
ja de Santa Sofia, caracterizada pela enorme cúpula central.
Na pintura, destacaram-se os mosaicos, cujos exemplos mais belos encon-
travam-se em Ravena.

ALTA IDADE MÉDIA: (Resumo Medieval)

OS FRANCOS:
Os francos formaram o reino de maior destaque na alta idade média.
Os primeiros reis francos descendiam de meroveu, por isso eram chamados
de merovíngios.
O rei Merovíngio mais importante foi Clóvis, que unificou os francos, expan-
diu o reino e aliou-se à igreja, depois de converter-se ao cristianismo.
As sucessivos divisões do reino contribuíram para enfraquecê-lo, favorecen-
do a ascensão do Major Domus.
O primeiro Major Domus importante foi Pepino de Heristal; vieram em segui-
da Carlos Martel e Pepino, o breve, o qual foi sagrado o rei dos francos.

Com Carlos Magno começou efetivamente a dinastia carolíngia.


Carlos Magno expandiu as fronteiras do reino em direção à Itália e a Germâ-
nia; na Germânia, formou vários ducados e converteu os Saxões.
Com o prestígio militar que adquiriu, Carlos Magno foi sagrado imperador pe-
lo papa Leão XIII, em Roma; renascia assim o império romano do Ocidente.
Carlos Magno organizou o poder central confiando a administração do reino
aos funcionários do palácio; o governo das províncias foi confiado aos con-
des, auxiliados pelo bispos.
Com a finalidade de centralizar o poder, criou os missi dominici, inspetores
que percorriam o império e mantinham o imperador informado da administra-
ção dos domínios.
As capitulares, leis escritas, permitiam maior eficiência administrativa e crité-
rios mais adequados na distribuição da justiça.
Um notável renascimento cultural completou a época de prosperidade de
Carlos Magno; foram criadas escolas, construídas igrejas e traduzidas muitas
obras de escritores antigos.

Com a morte de Carlos Magno, subiu ao trono do reino franco e do império,


seu único filho, Luís , o piedoso.
Com a morte de Luís, o piedoso, os herdeiros dividiram o império de três par-
tes: Carlos, o calvo, ficou no ocidente, Luís, o germânico, no Oriente e Lotá-
rio na França central - Tratado de Verdun.

MODO DE PRODUÇÃO FEUDAL:


O processo de formação do sistema feudal começou com a crise do império
romano, no século III, e terminou no fim do século VIII e início do século IX.
Do século IX até o século XII, o sistema feudal funcionou perfeitamente (alta
idade média); no fim desse período começou sua transformação.
A visão pejorativa da idade média surgiu no renascimento e continua até
nossos dias. segundo essa visão, a idade média foi um período de regressão
cultual e institucional.
Hoje existe um movimento entre os historiadores, que procura rever o con-
ceito de idade média; para eles, foi um período importante, durante o qual
foram lançadas as estruturas básicas do mundo moderno.

As definições do sistema feudal ou feudalismo são numerosas. Cada uma


destaca um aspecto particular: econômico, jurídico-social, político, ou as re-
lações sociais.
O ponto de vista econômico destaca a produção auto-suficiente e a baixa
produtividade; o jurídico-social destaca a posição dominante da nobreza e as
relações de vassalagem: o político destaca o enfraquecimento do poder cen-
tral gerando formas de poder local.
Tomando-se por centro as relações sociais, destacam-se as obrigações cos-
tumeiras sob a forma de produtos ou serviços, devidos pelo servo ao senhor.

O sistema feudal baseava-se na exploração da propriedade rural, chamada


domínio ou senhoria.
Havia três tipos de posse da terra: privada na reserva senhorial; coletiva, nos
pastos e bosques; e co-propriedade, no manso servil.
O regime de trabalho servil se baseava nas obrigações costumeiras devidas
pelo servo ao senhor. As principais obrigações eram: Corvéia (trabalho na
reserva senhorial), talha (metade da produção do manso servil), banalidade
(pagamento pela utilização de instalações e ferramentas), dízimo (10% da
produção para à igreja), mão-morta (pagamento pelo direito hereditário do
manso servil), capitação (pagamento por cabeça de servos do manso servil)
etc...
O nível da técnica de cultivo era rudimentar, resultando em baixa produtivi-
dade; as culturas eram alternadas a cada dois anos (rotação Bienal) ou três
anos (rotação trienal), com campos de repouso, para não esgotar o solo.

A sociedade feudal era estamental, isto é, cada membro estava preso à sua
posição na sociedade; a mobilidade era rara.
As camadas principais eram senhor e servo; o primeiro se definia pela posse
legal da terra e pelo direito de receber obrigações ; o segundo, pela posse
útil da terra e pela obrigação de realizar pagamentos ao senhor.
Havia outras camadas sociais: escravos, vilões e ministeriais (senescais e
bailios).
O tipo de vida em geral era bastante rude. Mesmo a camada dos senhores
não vivia luxuosamente, mas tinha alimentação abundante, embora prepara-
da sem requintes.
A vida dos servos era miserável em todos os sentidos: casa, roupa, alimen-
tação; divertiam-se só nos dias de festas religiosas ou nas colheitas.

No plano político, o poder era local; as relações entre os homens eram dire-
tas, impostas pelas necessidades de autoproteção.
O poder, sendo localizado, era descentralizado em relação ao rei.
A origem das relações políticas locais teve início no mundo romano, com o
surgimento de instituições como a clientela, o patrocínio, a recomendação e
as imunidades.
O juramento de fidelidade (comitatus) ligava o vassalo ao seu suserano.
quem prestava homenagem era o vassalo, recebendo em troca benefício.
Os suseranos e os vassalos estavam ligados por obrigações recíprocas; o
vassalo devia serviço militar ao suserano e este proteção militar ao seu vas-
salo.

O PAPEL DA IGREJA:
A igreja teve um papel importante na vida da sociedade medieval, não so-
mente na condução das almas para a salvação, mas também no domínio
material, quando se identificou com a própria sociedade feudal:
A igreja monopolizava a cultura e fornecia funcionários administrativos aos
estados medievais.
A organização eclesiástica somente ficou definida por volta do século III, com
a estruturação do clero secular e o surgimento do clero regular.

O clero secular, clero do mundo (século) foi o primeiro clero da igreja católica
e compunha-se basicamente de padres e bispos.
A supremacia do bispo de Roma sobre toda a cristandade evoluiu lentamen-
te, sendo oficializado em 455 pelo imperador Valentiano III.
O primeiro grande papa na idade média foi Gregório I que estabeleceu os
direitos e obrigações do clero, estimulou a fé através do canto gregoriano e,
acima de tudo, procurou converter os povos germânicos para o cristianismo.
Por volta do séc. VIII, todo o ocidente e parte da Germânia se converteram
ao cristianismo.
Em 756, a igreja adquiriu o seu próprio Estado na Itália, quando Pepino, o
breve doou ao papado o Patrimônio de São Pedro, formado por terras toma-
das ao Lombardos.

O clero regular nasceu do movimento monástico, por volta do século III, e


tomou forma definida quando São Basílio organizou a regra para os Cenobi-
tas.
A maior figura da vida monástica medieval foi Bento de Núrsia: fundou o
Mosteiro do Monte Cassino e a ordem Beneditina, à qual deu uma regra que
prescrevia a pobreza, a castidade, à obediência, a oração e o trabalho.
O relaxamento da vida monástica invadiu a maioria dos mosteiros, como
conseqüência da intromissão do poder político na escolha dos abades. Para
acabar com esses abusos, surgiram diversos movimentos reformistas lidera-
dos pelos monges de Cluny, pela ordem dos cartuxos e pelos monges de
Cister.

A relação entre a igreja e o estado começou no império romano, depois da


oficialização do cristianismo, o Estado passou a proteger a igreja, recebendo
em troca a legalização divina do seu poder.
A crise do império romano e a formação dos reinos bárbaros obrigou a igreja
a buscar um novo reino que a protegesse, encontrando-o no reino franco.
Com o batismo de Clóvis, começou uma relação estreita entre o poder espiri-
tual e o poder temporal; essa relação continuou com Pepino, o breve, e Car-
los Magno.
Mas foi com o Sacro império romano Germânico que a dominação da igreja
pelo Estado se tornou mais acentuada, pois os imperadores controlavam o
papado e os bispos do império, com a finalidade de terem o domínio sobre
os grandes príncipes alemães.
Resultava dessa intervenção uma série de problemas para a igreja, dentre os
quais o relaxamento dos costumes do clero (Nicolaísmo - Não cumprimento
do celibato) e a (simonia-venda de cargos eclesiásticos)

Querela das investiduras consistiu na luta entre a igreja e o império, em torno


da indicação dos bispos alemães.
O movimento reformista de Cluny, iniciado no clero regular, atingiu também o
clero secular; um dos resultados foi a criação do colégio dos cardeais, pelo
papa Nicolau II.
Depois de eleito pelo colégio dos cardeais, o papa Gregório VII proibiu o ca-
samento dos padres e as nomeações de bispos e abades pelo imperador
(investidura leiga). Essas medidas puseram em choque o papado e o impé-
rio.
O imperador reagiu, mas foi excomungado e obrigado a pedir perdão ao pa-
pa em Canossa. Perdoado, Henrique VII voltou à Alemanha, dominou a re-
volta dos duques e invadiu a Itália. O papa fugiu e o imperador nomeou outro
papa.
Começou o período de divisão da igreja (cisma), que terminou com a con-
cordata de Worms, entre Henrique V e o papa Calixto II. A indicação dos bis-
pos ficou a cargo da igreja (simbolizado pelo anel e a cruz) e o império (re-
presentado pelo báculo - cajado).
Como, entretanto, a escolha dos bispos ficou a cargo da igreja, o poder do
imperador diminuiu em relação aos duques alemães; com isso, quem ganhou
força foi o papado, que se elevou a condição de grande força política espiri-
tual e política da Europa.

BAIXA IDADE MÉDIA (Séc. XI-XII A XV):


(Modo de Produção Feudal)

A partir do século XI, o sistema feudal entrou em crise; a solução para essa
crise foi o sistema capitalista.
O fator principal da crise do feudalismo foi o crescimento demográfico, que
ampliou o mercado consumidor, provocando um choque com o modo de pro-
dução servil, incapaz de atender às necessidades do mercado em expan-
são.
O crescimento demográfico foi ocasionado pelo fim das invasões, que permi-
tiram uma melhor redistribuição da produção agrícola.
Para solucionar a crise era necessário aumentar a produção; e isto só era
possível substituindo o modo de produção servil pela produção com traba-
lhadores assalariados.
A solução mais imediata e mais fácil foi marginalizar os excedentes popula-
cionais, em todas as camadas sociais: isto forneceu mão-de-obra militar para
realizar as cruzadas.

As cruzadas foram resultados de um complexo de fatores:


A crise do sistema feudal e a marginalização de um grande número de indi-
víduos foram fatores decisivos.
A força da igreja e o profundo sentimento de fé da época também foram po-
derosos estímulos.
Contribuiu também a luta pelo controle do poder papal dentro da igreja, prin-
cipalmente o desejo de reconquistar a igreja separada do oriente.
Como fatores imediatos devem ser citados a pressão dos turcos seldjúcidas
sobre Constantinopla e os empecilhos peregrinação dos cristãos a Jerusa-
lém.

Realizaram-se oito cruzadas oficiais e duas extra-oficiais:


A cruzada dos mendigos (extra) foi liderada pôr Pedro, o eremita.
A primeira cruzada, convocada pelo papa Urbano II, no concílio de Clermont,
atingiu seu objetivo com a tomada de Jerusalém, principalmente pôr causa
da ação de duas ordens militares celibatárias: Templários e Hospitalários.
Foram conquistados quatro reinos: condados de Edessa, principado de Anti-
óquia, condado de Trípoli e reino de Jerusalém.
A queda de Jerusalém novamente para os turcos liderados pôr Saladino pro-
vocou a organização da 2º cruzada liderada pôr são Bernardo.
A terceira cruzada ou cruzada dos reis reuniu Frederico, Barbarruiva (Ger-
mânia), Ricardo Coração de Leão (Inglaterra) e Felipe Augusto (França).
O papa Inocêncio III que deveria atacar o Egito; os venezianos ficaram res-
ponsáveis pelo transporte. O doge veneziano mudou o destino da Cruzada
para Constantinopla para auxiliar o império bizantino, no entanto como não
foram recompensados acabaram saqueando a cidade. Esta cruzada liberou
o mar Mediterrâneo.
A cruzada das crianças (extra), antecedeu a quinta cruzada liderada João de
Brienne, não chegou a atingir o objetivo de conquistar o Egito.
A sexta cruzada foi liderada pelo Alemão Frederico II e a sétima e a oitava
foram lideradas pôr São Luís.

O RENASCIMENTO URBANO E COMERCIAL E AS TROCAS DE LONGA


DISTÂNCIA:
A origem do renascimento urbano é uma questão controvertida, mas de mo-
do geral, pode-se afirmar que as cidades medievais surgiram com o renas-
cimento comercial.
As primeiras cidades surgiram junto aos castelos e em localizações topográ-
ficas favoráveis. O crescimento das cidades estimulava o comércio e vice-
versa.
Os primeiros comerciantes originaram-se dos marginais da sociedade feudal,
que buscavam novas formas de subsistência.
As cidades apareciam de diversas formas: Algumas já existentes desde o
período do antigo império romano do ocidente eram recuperadas; Outras
surgiam dos nós de trânsito (encontro de rotas) onde aconteciam as feiras
sazonais; com autorização do rei através de cartas de franquias; ou conquis-
tadas através da força contra os senhores feudais, as comunas.

Os primeiros tempos das atividades comerciais na Europa foram muito difí-


ceis.
Um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento comercial eram os pedá-
gios, cobrados nas estradas e nos rios.
Outro obstáculo era o mau estado dos caminhos, sobretudo no inverno,
quando se tornavam intransitáveis.
As principais rotas comerciais eram as seguintes: Rota do mar Mediterrâneo
- saindo de Gênova e Veneza, atravessava o mar Mediterrâneo, passando
pôr Alexandria e parando em Antióquia, na Síria; Rota do Champagne - sain-
do de Gênova e Veneza atravessa toda França em direção ao porto de Flan-
dres; Rota do mar do Mar do Norte - saindo do porto de Flandres, segue o
antigo caminho dos vickings, entrando na Rússia em direção a Constantino-
pla.
Em Flandres desenvolveu-se uma importante indústria de panos, dando ori-
gem a grandes centros comerciais, como Bruges, Gand, Lille e Ypres.
As feiras mais importantes localizavam-se na Champagne: Lagny, Provins,
Troyes e Bar-Sur-Aube; Bruges, Gand, Antuérpia (Flandres), Veneza, Piza,
Gênova, Bari (Itália), Colônia, Frankfurt (Alemanha), Stourbridge e St. Ives
(Inglaterra).

MODO DE PRODUÇÃO FEUDAL:

O FUNCIONAMENTO DAS CIDADES:


As cidades medievais são marcadas pela idéia do justo preço de São Tho-
más de Aquino, onde o lucro passa a ser permitido desde que sem exagero.
Proibição da livre concorrência: guildas-associações de mercadores; Hansas
- associações de cidades. Ex.: Liga hanseática teutônica, formada por apro-
ximadamente 90 cidades com a liderança de Bremen, Hamburgo e Lübeck;
Corporações de Ofício - Associações de profissionais de um mesmo ramo de
atividade.
A primeira produção pré-capitalista foi a artesanal liderada pelas Corpora-
ções de Ofício, formado por mestre, oficial e aprendiz.
Com o crescimento da demanda (desejo de compra), surge a produção do-
méstica, onde a corporação de Ofício abriga um novo elemento, o jornaleiro
(trabalhador por jornada).
Os mercadores param de fornecer matéria-prima para a corporação de ofí-
cio, gerando o empobrecimento progressivo de seus membros, ao mesmo
tempo em que começa a ser efetivada o aparecimento das fábricas.
A separação do capital e trabalho, marca a consolidação definitiva do capita-
lismo.
A burguesia passa a controlar os meios de produção (dinheiro, ferramentas,
propriedade etc...) e o trabalhador fica apenas dono da sua força de trabalho.
A força de trabalho passa a ser trocada pelo salário criando num primeiro
momento a idéia de que acontecia a justiça do trabalho, diferentemente da
escravidão e da servidão, no entanto, Karl Marx e Friedrich Engels demons-
traram através da Mais Valia que as horas trabalhadas não são devidamente
remuneradas, e a não remuneração de todas as horas trabalhadas, repre-
senta o processo de exploração responsável pelo lucro do patrão.
Dentro do capitalismo não existe possibilidade de conciliação entre capital e
trabalho. As diferenças de interesses entre patrões e empregados determina-
ram a substituição futura das corporações de ofício pelos sindicatos.
A substituição do trabalho do homem pelo da máquina (Revolução Industri-
al), ajudou a separar ainda mais o capital do trabalho - A produção manufatu-
reira foi substituída pela maquinofatureira.

CULTURA MEDIEVAL:
Durante a Alta Idade Média o predomínio da zona rural sobre a zona urbana
determinou o retrocesso cultural.
Na literatura houve o predomínio do romance épico, marcado pela valoriza-
ção do guerreiro medieval. Ex.: “La Chanson de Roland”.
Na arquitetura e na pintura prevaleceu o estilo românico, marcado pelos tra-
ços sombrios e pesados, ausência de proporcionalidade, falta de luminosida-
de, entradas arredondadas etc...
Carlos Magno tentou estabelecer uma cultura leiga para diminuir o poder da
igreja, mas o projeto terminou com sua morte.

A baixa idade média apresenta o renascimento da cidade e a recuperação da


atividade cultural.
A burguesia em ascensão funda as primeiras faculdades: XI - Salermo; XII -
Bolonha e Paris: XIII - Montpellier, Oxford, Cambridge etc...
O ensino era baseado na escolástica e influenciado principalmente pela filo-
sofia Aristotélica - Tomista, e os principais mestres foram São Thomás de
Aquino e Abelardo.
O ensino elementar era dividido em trivium (gramática, retórica e lógica) e
quadrivium (aritmética, geometria, astronomia e música), para mais tarde
freqüentar as faculdades de medicina, direito e teologia.
Na arquitetura aparece o estilo gótico aparecido em Provença, no sul da
França, com características leves, noção de proporcionalidade, presença de
janelas e vitrais para entrada de ar e luminosidade, entradas ogivais etc...
Ex.: Catedral de Notre Dame.
Na literatura surge o trovadorismo e os Goliardos e Fabliaux; na música sur-
ge o profano em contraposição ao canto gregoriano.
Na ciência se destaca na óptica Rogério Bacon, queimado pela Santa Inqui-
sição.
REFORMA PROTESTANTE:

Nova religião mais adaptada ao espírito acumulador e empresarial do capita-


lismo.
Combate a teoria do pecado da usura de São Thomás de Aquino.
Teoria da subordinação da religião ao Estado - Separação do espírito da ma-
téria.
Transformação da mentalidade dos indivíduos. O lucro visto como uma dádi-
va de Deus.

A reforma protestante da idade moderna acontece como conseqüência direta


de movimentos anteriores que questionavam os desmandos da igreja católi-
ca.
Na alta idade média aparecia a igreja regular em contraposição ao materia-
lismo que a igreja secular se aproximava.
No século XI acontece o grande cisma que separa a igreja em romana e or-
todoxa.
Surgimento de movimentos heréticos como albigenses e valdenses pregando
a pobreza em oposição a luxúria da igreja. Surgimento do Tribunal do Santo
do Ofício.
As críticas ao catolicismo ganham vulto no século XIV e XV com John Wyclif,
professor de Oxford que atacava a opulência e a venda de indulgências in-
sistindo em que as sagradas escrituras eram as verdadeiras fontes de fé e
do seu seguidor John Huss da universidade de Praga, e acabou queimado
na fogueira por decisão do Concílio de Constança (1415).
Erasmo de Rotterdam e Thomas Morus pregaram uma reforma interna, mas
não romperam com a igreja católica.
A igreja católica se afastava dos preceitos cristãos estabelecendo a venda de
indulgências, de relíquias, além da prática da Simonia e do Nicolaísmo; facili-
tando a expansão de pregadores protestantes.

No século XVI acontece a primeira grande reforma protestante da idade mo-


derna.
Martinho Lutero, frade agostiniano, iniciou suas pregações na Universidade
Wittenberg, na Sa-xônia, defendendo a teoria da predestinação, fatalidade da
salvação, negando os jejuns, as indulgências ...
O rompimento de Lutero começou quando revoltado com a venda de indul-
gências pelo dominicano João Tetzel a mando do papa Leão X (Filho de Lou-
renço de Medici) que pretendia construir a Basílica de São Pedro as custas
do dinheiro dos fiéis, mandou fixar 95 teses criticando o sistema clerical.
Leão X exigiu a retratação de Lutero por meio de uma bula, queimada em
praça pública, onde acabou excomungado , no entanto, não foi punido pois
recebeu proteção de um grande número de príncipes, interessados em ocu-
par parte da terça parte das terras da Alemanha que pertenciam à igreja ca-
tólica.
Carlos V, rei do sacro império-romano, convocou a Dieta de Worms confir-
mando a heresia de Lutero, mas este não recebeu punição, pois foi protegido
pelo príncipe da Saxônia, onde traduziu a bíblia para o alemão.
Carlos V convoca nova assembléia através da Dieta de Spira que decidiu to-
lerar a doutrina luterana nas regiões convertidas, mantendo a proibição no
resto do país. Os luteranos protestaram, passando daí a serem chamados de
protestantes.
Finalmente com a paz de Augsburg, Carlos V definiu que o povo deveria se-
guir a religião do príncipe.
Lutero e o teólogo Felipe de Melanchton escreveram a confissão de Augs-
burg, base da filosofia de Lutero: Escrituras sagradas como único dogma; Fé
como única salvação; negação da transubstanciação e defesa da consubs-
tanciação; Supressão do clero regular, do celibato e das imagens (ícones);
livre interpretação da bíblia; substituição do latim, nos cultos religiosos, pelo
alemão; Submissão da igreja ao Estado; Manutenção apenas da eucaristia e
do batismo etc..
Lutero defendia o interesse dos príncipes, se posicionando contra a burgue-
sia, confirmando o dinheiro como invento do demônio; e se posicionando
principalmente contra os camponeses que reivindicavam melhores condições
de vida, como os anabatistas liderados por Thomas Müntzer, ordenando o
massacre dos “cães raivosos”.

Surge o primeiro protestantismo identificando com os interesses da burgue-


sia, e plenamente inserido na dinâmica do capitalismo.
O francês João Calvino, seguidor do suíço Ulrich Zwinglio morto numa guerra
civil, prega na suíça a obra “A instituição da Religião Cristã”.
Calvino através de uma rígida censura dos valores políticos e morais, adqui-
riu total controle da vida religiosa de Genebra.
Como Lutero, defendia a predestinação e a fé como salvação, no entanto,
estimulou o lucro e o trabalho que favorecia a burguesia. Pode ser chamado
de Teólogo do Capitalismo.
O calvinismo deu a paz de espírito aos burgueses que viviam assustados
com a acusação de adeptos do demônio, e acabou financiado pelo mundo.
Na Escócia John Knox e seus seguidores fundaram á igreja presbiteriana
(Organizada pelo conselho de presbíteros-padres); na França - huguenotes;
na Inglaterra - puritanos; na Holanda - Igreja reformada.

A reforma protestante na Inglaterra foi eminentemente política, favorecendo


ao processo de unificação do estado absolutista.
Henrique VIII rompeu com o papado por problemas pessoais, onde pretendia
desfazer seu casamento com Catarina de Aragão para se casar com Ana Bo-
lena, pretendo um herdeiro para o trono. A igreja não concede o divórcio,
pois Catarina era tia de Carlos V e o rei rompe com o catolicismo, criando o
anglicanismo.
O anglicanismo manteve preceitos tipicamente católicos, mudando basica-
mente a chefia da igreja para o monarca.
A contra-reforma ou reforma católica foi a reação da igreja católica ao avan-
ço protestante.
Em 1545, o papa Paulo III convocou o Concílio de Trento, para confirmar os
dogmas da igreja católica, condenando as teologias protestantes, e negando
apenas a continuidade da venda de indulgências.
No Concílio de Trento o Tribunal de Santo Ofício foi reativado; além do esta-
belecimento do Índex (relação de livros proibidos), dificultando o progresso
cultural e científico do mundo.
A contra-reforma não conseguiu eliminar o protestantismo , mas conseguiu
contê-lo.
A cia. de Jesus criada por Ignácio de Loyola ficou encarregada de combater
as heresias protestantes e de levar o cristianismo ao novo mundo.
A prática de tortura e de assassinato não foi uma prerrogativa da igreja cató-
lica, pois a igreja protestante teve o mesmo papel de carrasco das pessoas
que ousavam pensar de forma diferenciada de suas doutrinas. neste aspecto
a idade moderna inserida no contexto do capitalismo foi mais atrasada do
que a idade média, que os burgueses insistiam em chamar de idade das tre-
vas.

RENASCIMENTO CULTURAL:

As condições históricas ligadas ao intenso movimento comercial e ao cres-


cimento urbano, permitiram que nessa região se iniciasse uma verdadeira
revolução no campo da cultura nos séculos XV - XVI: O renascimento.
A rica burguesia, os príncipes e até os papas financiavam e protegiam as ar-
tes e os artistas - eram os mecenas.
A base do pensamento renascentista foi o humanismo que representou uma
volta aos valores da antigüidade clássica inserida na nova realidade da épo-
ca.
As características principais do renascimento: Humanismo, classicismo, indi-
vidualismo, hedonismo, naturalismo, antropocentrismo, espírito crítico e ra-
cionalismo.
Na ciência o heliocentrismo substitui o geocentrismo de Ptolomeu, onde ho-
mens como Copérnico, Giordano Bruno, Kepler e Galileu Galilei, destrõem o
discurso católico que procurava mostrar a terra como centro do universo.

O renascimento italiano é dividido em três fases: O trecento (século XIV), o


quatrocento (século XV) e o quinhencento (século XVI).
O período chamado de trecento pode ser considerado como precursor do
movimento renascentista: na pintura destacou-se Giotto (Lamento ante o
Cristo morto); e na literatura destacaram-se: Dante Aliguieri (Divina Comé-
dia), Petrarca (De África) e Giovanni Bocaccio (Decameron).
No período chamado quatrocento a Itália renascentista, tendo Florença como
centro, conheceu um dos maiores gênios da humanidade, Leonardo da Vinci,
um humanista total: pintor, escultor, músico, arquiteto, cientista e filósofo.
Outros nomes do quatrocento: Botticceli (Nascimento de Vênus e Alegoria da
primavera); Rafael (Madona Sistina) e Ticiano, Donatelo etc...
No quinhencento, Roma tornou-se a brilhante capital das artes financiadas
pelos papas renascentistas (Alexandre VI e Júlio II). Destaque especial para
Michelângelo e seus afrescos na capela Sistina (O juízo final) e na escultura
(Moisés e Pietá).
Na literatura destaque para Macchiavel (Mandrágora, Vida de Tito Lívio e O
Príncipe).

O renascimento fora da Itália foi facilitado pela invenção da imprensa por


Guttenberg no século XV, que facilitou a reprodução das obras, em maior
quantidade e com maior rapidez, barateando o preço do livro.
Países Baixos: Pintura - irmãos Van Eick, Bosch (Os sete pecados capitais e
As tentações de Santo Antônio) e Brueghel. Literatura - Erasmo de Roterdã
(o elogio da loucura).
Inglaterra: Literatura - Shakespeare (Macbeth, Otelo, Hamlet, Romeu e Julie-
ta, A megera Domada etc..) e Thomás Morus (A Utopia).
França: Literatura - Rabelais (Gargantua e Pantagruel) e Montaign (Ensai-
os).
Espanha: Literatura - Miguel de Cervantes (D. Quixote). Pintura - El greco (A
Crucificação e São João Evangelista).
Portugal: Literatura - Luis Vaz de Camões (Os Lusíadas) e Gil Vicente (Auto
da Barca do Inferno, A farsa de Inês Pereira etc...).
Alemanha: Pintura - Albrecht Dürer e Hans Holbein.

Outros destaques na ciência que auxiliaram na formação de uma nova men-


talidade cultural da humanidade.
Os ingleses Francis Bacon e Willian harvey: Bacon formulou a teoria do em-
pirismo (O progresso da ciência) e Harvey estudou a circulação Sangüínea.
O médico espanhol Servet, descobridor da pequena circulação (circulação
Pulmonar pelas artérias).
O belga André Vesálio que aprofundou os estudos sobre anatomia.
O astrônomo alemão Kepler, que conseguiu demonstrar a órbita elíptica dos
planetas.

ABSOLUTISMO:

Diversos fatores contribuíram para a formação dos estados nacionais:


O impulso dado ao comércio, a partir da baixa idade média.
As lutas constantes entre os senhores feudais e as permanentes tentativas
dos reis para consolidarem seu poder.
O desenvolvimento da língua nacional, somado a expansão da cultura, a par-
tir da invenção da imprensa.
A idéia de que os reis catalisadores das aspirações nacionais, eram figuras
sagradas, imbuídas por Deus.
A organização de um corpo burocrático-administrativo, subordinado à autori-
dade do rei.

Os teóricos do absolutismo foram os responsáveis pelo conjunto ideológico


da idade moderna.
Nicola Macchiavel (membro do governo dos Medicis, de Florença), deixou
algumas importantes como: “O príncipe”, “Mandrágora”, “discursos sobre a
década de Tito Lívio”, critica a divisão das repúblicas italianas, defendo à uni-
ficação da Itália. Defendia a idéia de que os fins justificavam os meios e a de
que o soberano deveria ser amado e temido, no entanto, não podendo esco-
lher das duas situações, deveria optar pela última.
Thomas Hobbes que no livro “Leviatã” (Nome do monstro fenício do caos),
defendia a idéia de que o homem nasceu livre, porém, mau - O homem é o
lobo do homem. Para acabar com a maldade humana, o homem abriu mão
da sua liberdade ou estado natural, assinando um contrato que cede seus
direitos ao soberano.
Jacques Bossuet, Preceptor de Luís XV, escreve no seu livro “Política sagra-
da segundo a sagrada escritura”, o princípio do direito divino dos reis.
Jean Bodin autor de “A República” defendia a idéia da soberania não parti-
lhada e Hugo Grotius autor de “Do direito da paz e da guerra”, trata do direito
internacional, onde defende o poder ilimitado do Estado.

A formação das monarquias nacionais na França e na Inglaterra.


Na França começa com os Capetíngios (de Hugo Capeto), com destaque pa-
ra Felipe Augusto ou Felipe II, participante da III Cruzada, e contando com
ajuda da burguesia, organizou o exército nacional, onde aumentou as frontei-
ras do reino, vencendo os ingleses na batalha de Bouvines, onde conquistou
diversos domínios.
No reinado de Luís IX houve a continuidade da política expansionista de Fe-
lipe II. Liderou as duas últimas cruzadas, onde foi canonizado como São Lu-
ís.
Com Felipe IV ou Felipe, o belo, na luta de fortalecimento da monarquia na-
cional entrou em conflito com a igreja católica, pretendo que a mesma pa-
gasse impostos ao Estado. O papa Bonifácio VIII ameaçou de excomungá-lo,
onde o rei recuou momentaneamente, mas acabou convocando a Assem-
bléia dos Estados Gerais, onde com apoio do povo escolheu outro papa
Clemente V e levou a sede do papado para Avignon (Cativeiro da Babilônia).
Na Inglaterra, os Anglo, Saxões e Jutos (Povos do norte da Alemanha e da
Dinamarca), dominaram os Celtas, onde o último rei foi Artur, formado uma
Heptarquia: Essex, Sussex, Wessex (Saxões); Anglia, Nortúmbria e Mércia
(Anglos) e Kent (Jutos). Egberto rei de Wessex unificou a Inglaterra.
Guilherme do ducado da Normândia, vence Haroldo II na batalha de Has-
tings, formando a dinastia dos Plantagenetas, além de formar os Shires
(condados) supervisionados pelos sheriffs.
Depois de Guilherme vieram: Henrique II, Ricardo coração de Leão, João
Sem-terra que não fez um bom governo perdendo para Felipe II na batalha
de Bouvines, e tendo seu poder reduzido quando a nobreza apoiada pela
burguesia impuseram ao rei a primeira Carta Magna (1215) e seu sucessor
Henrique III foi obrigado a reconhecer a criação do parlamento formado pela
câmara dos comuns e câmara dos lordes.
A nobreza se aburguesou iniciando a prática da desapropriação de pequenos
e médios proprietários para a criação de ovelhas, com a finalidade de vender
lã para as manufaturas de Flandres.
Eduardo III rei da Inglaterra passou a reivindicar o trono da França, com a
morte do avô francês Felipe, o belo e do tio Carlos IV, no entanto, os france-
ses justificaram a coroação de Felipe de Valois, como Felipe VI (sobrinho de
Felipe, o belo) alegando e lei sálica que proibia a sucessão pela linhagem
feminina na França.
A não aceitação de Eduardo III com a recusa da sua coroação como rei da
França e a perda conseqüente do porto de Flandres (em poder dos france-
ses) aliado comercial da Inglaterra, foram responsáveis pela eclosão da
guerra dos cem anos.

- A Guerra dos Cem Anos (1337-1453):

Em 1337 a França declara guerra aos ingleses iniciando um conflito que du-
raria mais de cem anos.
A guerra não foi contínua com 55 anos efetivamente de combate, e o resto
intercalado de tréguas.
Durante a primeira fase do conflito foi evidente a supremacia da Inglaterra
com vitórias nas batalhas de Crécy, Ecluse e Poitier, onde em 1360 impuse-
ram a paz de Brétigny, onde a Inglaterra ocupa um terço da França.
A situação francesa era desesperadora, assolada pela guerra, peste e fome.
No campo surgem as jacqueries, em alusão a Jacques Bonhomme (João-
Ninguém), destruindo castelos e exterminando seus habitantes. O exército
sufocou a rebelião executando mais de 20.000 pessoas. Na Inglaterra surge
revoltas camponesas lideradas por Wat Tyler.
Em 1364 com a ascensão de Carlos V ao trono francês, a França reinicia a
guerra, reconquistando a maior parte do território, no entanto, com sua mor-
te, duas dinastias passam a disputar o poder: Os armagnacs e os borgui-
nhões.
Com a vitória dos Armagnacs, os Borguinhões aliaram-se aos ingleses que
liderados por Henrique V derrotam os franceses impondo o tratado de Tro-
yes. A França estava dividida ao norte com os ingleses apoiados pelos Bor-
guinhões e o sul governado por Carlos VII, apoiado pelos Armagnacs.
O sentimento nacionalista gerado pela prisão do mito Joana D’arc pelos bor-
guinhões mandando-a para Inglaterra, onde foi queimada, insuflou à reação
francesa que acabou vitoriosa.

Depois de derrotada na guerra dos cem anos, a Inglaterra passou por outra
guerra a das Duas Rosas (1455-1485), onde duas famílias passam a dispu-
tar o trono: Lancarsters representado pela rosa vermelha e os Yorks repre-
sentados pela rosa branca.
O conflito foi resolvido com o casamento entre os membros das duas famí-
lias. Henrique Tudor, da dinastia dos Lancarsters casou com Elisabeth dos
Yorks, passando a ser o primeiro rei absolutista da Inglaterra com o título de
Henrique VII.
A dinastia Tudor prossegue com Henrique VIII que consolidou o absolutismo
fundando o Anglicanismo e usurpando as riquezas da igreja católica.
Seguem na dinastia: Eduardo VI que morre com 15 anos; Mary I (Mary Blo-
od) mulher de Felipe II que restabelece o catolicismo e Elisabeth I (apogeu
do absolutismo)
Com Elisabeth I a Inglaterra vence a “invencível armada” e passa a se tornar
uma grande potência marítima e em sua homenagem foi fundada Virgínia,
primeira das treze colônias. A nível interno institucionalizou a lei do cerca-
mento (Enclosure act) acabando com os campos abertos (Open fields) e cri-
ou a lei dos pobres. Morre sem deixar herdeiros.
Inicia a dinastia dos Stuarts escoceses. Jaime VI da Escócia era primo de
Elisabeth e assumiu o trono como Jaime I, onde para receber apoio dos in-
gleses, renegou o catolicismo, passando para o anglicanismo, além de per-
seguir os protestantes. No seu governo partem os primeiros protestantes pa-
ra as 13 Colônias através do navio Mayflower, onde funda a colônia de Ply-
mouth (primeiro povoamento puritano).
Carlos I tentou ampliar o absolutismo estabelecendo novos impostos sem
autorização do parlamento, mas teve que recorrer ao mesmo para pedir di-
nheiro no combate aos católicos escoceses, e estes concordaram desde que
ficasse estabelecido a petição de direitos (Petition of Right), ou seja controle
do exército e consulta ao parlamento aos novos impostos, diante da recusa
surge uma guerra civil que resultará na Revolução puritana formado pelo e-
xército dos cabeças redondas liderados pelo líder do parlamento Oliver
Cromwell que vence o exército dos cavaleiros. O rei Carlos I acaba decapita-
do.
Inicia a fase do commonwealth ou republicana, liderada pelo lorde protetor
Oliver Cromwell, onde no seu governo acontece o grande domínio dos ma-
res, através do ato de navegação. Cromwell apesar de ter contribuído para o
crescimento do domínio inglês, era muito autoritário e depois de sua morte o
parlamento optou pelo retorno da monarquia.
O retorno dos Stuarts começa com Carlos II que reinicia uma política absolu-
tista e era simpatizante do catolicismo. Neste período o parlamento dividiu-se
em dois partidos: Whig formado por burgueses liberais e tory formado por
conservadores absolutistas favoráveis ao rei.
Com Jaime II a situação se complica pois o monarca casado com uma pro-
testante e pai de duas filhas, acaba se casando com uma católica onde deixa
um herdeiro. Assustado os partidos se unem contra o rei e Através da Revo-
lução Gloriosa depõe o rei, estabelecendo uma monarquia parlamentarista e
assinando a declaração de direitos (Bill of Right), com medidas liberais, colo-
cando no poder Guilherme de Orange ou Guilherme III.
A dinastia alemã dos Hanover e a mesma que se encontra no poder com o
nome de Windsor.
O absolutismo na França não se consolida na Dinastia vitoriosa dos Valois,
depois da guerra dos Cem Anos, devido a guerra de religiões.
Durante o governo de Carlos VIII, Francisco I e Henrique III houve uma maior
centralização do Estado.
Com o governo de Francisco II, acontece o crescimento dos Huguenotes
dando origem ao partido huguenote, liderado pelo almirante Coligny e pela
família dos Bourbons e do outro lado o partido papista de tendência católica,
liderado pela família Guise. Acontecem primeiro grande massacre de protes-
tantes em Vassy.
No governo de Carlos IX (1560-1574), destacou-se Catarina de Medicis, a
rainha mãe, que praticamente governou pois o filho era menor. No início ten-
tando acabar com as guerras de religiões, cria o Edito de Saint-Germain
dando liberdade de culto aos protestantes em algumas cidades. Casa sua
filha Margarida de Valois (Margot) com o protestante Henrique Bourbon, de
Navarra, no entanto, no casamento recebeu da família Guise a notícia de
uma conspiração dos Huguenotes, estabelecendo o massacre de protestan-
tes que tinham ido para o casamento, inclusive do almirante Coligny - A Noite
de São Bartolomeu.
Com Henrique III, acontece a aproximação do cunhado Henrique de Navarra,
e Henrique de Guise preocupado com a aproximação do rei com os Hugue-
notes, tenta dar o golpe - A guerra dos Três Henriques - Henrique III manda
matar Henrique de Guise, e um fanático católico se vinga, matando o rei.
Henrique Bourbon, de Navarra, passa a ser o parente mais próximo e para
assumir a coroa, abandona a religião huguenote, se tornando católico, com a
frase: “Paris bem vale uma missa”.

Com a entrada dos Bourbons acontece a consolidação do absolutismo com


Henrique IV.
Henrique IV criou o Edito de Nantes proibindo a perseguição dos protestan-
tes.
No governo de Henrique IV houve uma recuperação da agricultura permitin-
do ao duque Sully, primeiro ministro restaurar a economia da França, dupli-
cando as receitas do Estado com o corte de despesas e criação de taxas,
como o imposto sobre o sal, além da venda de cargos administrativos. O rei
foi assassinado por um fanático.
O sucessor Luís XIII era menor de idade, permitindo o período do governo
dos cardeais.
O cardeal Richelieu (1624-1642), primeiro ministro da França, diminuiu o po-
der da alta nobreza, procurando fortalecer o absolutismo, além de um exérci-
to forte para combater os protestantes franceses e para enfrentar os Habs-
burgos que pretendiam dominar toda Europa pelo Sacro império, iniciando a
Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), Terminada pelo sucessor cardeal Ma-
zarino no governo de Luís XIV, com a vitória dos Bourbons franceses sobre
os Habsburgos, com a assinatura do Tratado de Westfália.
Com a morte de Mazarino, Luís XIV passou a controlar efetivamente o poder
da França, caracterizado pela famosa frase: “L’Etat c’est moi” (O Estado sou
eu). O “rei sol” (1661-1715) levou o absolutismo ao apogeu, principalmente
pela habilidade do ministro das finanças, Jean-Baptiste Colbert.
Luís XIV fundou o palácio de Versalhes, além de revogar o Edito de Nantes,
gerando uma nova onda de perseguição aos protestantes.
Felipe V da dinastia de Bourbon e neto de Luís XIV, seria indicado ao trono
da Espanha em substituição a Carlos II. Contra essa sucessão, Inglaterra,
Holanda, Prússia, Áustria e o sacro império resolveram se unir, dando início
à guerra de sucessão espanhola (1700-1713), resolvida pelo Tratado de U-
trecht, onde Felipe seria reconhecido no trono espanhol, porém renunciaria
ao trono francês.
Ao morrer Luís XIV deixava uma dívida alta nos cofres da França, e seu filho
Luís XV prenunciou a decadência dizendo: “depois de mim, o dilúvio”. Luís
XVI foi de capitado na revolução francesa. Luís XVIII voltou ao poder depois
da queda de Napoleão. Carlos X, o último dos Bourbons foi derrotado na
Revolução Liberal de 1830.

O absolutismo no restante da Europa.


Na Rússia começou com a extensão de domínio com Ivan, o Grande, che-
gando nos Montes Urais e com Ivan, O Terrível colonizando a Sibéria. Pedro,
O Grande Ocidentalizou os costumes russos, modernizando a máquina do
Estado. Catarina II deu prosseguimento ao trabalho de Pedro, inclusive in-
centivando culturalmente com a fundação da Universidade de Moscou.
Na Prússia, o absolutismo se consolidou c/ Frederico I, Frederico Guilherme I
e Frederico II.
Na Áustria, destacaram-se Maria Teresa e José II, sendo este último um
déspota esclarecido.

MERCANTILISMO:

O mercantilismo é a teoria econômica do capitalismo comercial.


Esta teoria econômica se consolida no processo da expansão marítima XV,
XVI e XVII com a disputa comercial entre os Estados modernos absolutistas,
pelo controle de mercados em continentes fora da Europa.
A presença marcante do Estado na transição do feudalismo para o moder-
nismo, onde a burguesia mercantil se encarrega de distribuir os produtos
manufaturados estruturados na desigualdade do capital e trabalho.
Refletia os interesses de uma burguesia comercial ascendente, no entanto, o
corpo burocrático do Estado mercantilista continuava controlado pela aristo-
cracia feudal.

O mercantilismo apresenta características comuns em todos os Estados mo-


dernos.
O nível de exportações deveria ser superior ao das importações - Balança
comercial favorável.
Proteção da produção nacional da concorrência estrangeira, através da polí-
tica de incentivo tanto na metrópole quanto na colônia - Protecionismo.
Controle direto da produção da colônia - Exclusivo metropolitano.
Controle do Estado sobre o processo de produção e distribuição da mercado-
ria - Monopólio.
Busca de metais preciosos - Metalismo.
Política de incentivo ao crescimento demográfico, visando criar uma mão-
de-obra excedente, disponível e barata, etc...

Os países modernos apresentavam diversos tipos de mercantilismo de acor-


do com suas necessidades e possibilidades:
Metalista ou bulionista (bullion - lingote de ouro e prata em inglês) do tipo es-
panhol. Obtinha metais por meio de exploração colonial americana. Estabe-
lecia o processo de acumulação primitiva do capital, ou seja, o lucro por si só
basta. Esta política foi responsável pela quadruplicação de preços.
Colbertista do tipo francês devido a política de produção de artigos de luxo
efetuada pelo ministro das finanças de Luís XIV, Jean Baptiste Colbert.
Mista do tipo holandês, baseada na valorização simultânea da indústria e do
comércio.
Inicialmente comercial e depois industrial do tipo inglês, que utilizou dos re-
cursos provenientes do comércio depois do domínio marítimo para apostar
no desenvolvimento de suas indústrias.
Cameralista do tipo alemão, por não efetivar a unidade política da Alemanha,
os principados resolviam o problema da concorrência efetuando uma unida-
de econômica.

AMÉRICA ESPANHOLA (Colonização e Independência):

ANTECEDENTES: O processo de colonização da América espanhola apre-


sentou uma dubiedade
própria de um período de transição entre o feudalismo e o capitalismo, onde
os ideais cristãos se confundiam com o desejo de acumulação, determinando
a discórdia com o tratamento com os nativos.
O choque entre a fé e a cobiça vivido pelos cristãos tornou-se explícito, e
particularmente agudo, na América. Aqui, a realidade dos povos que desco-
nheciam o cristianismo estimulava a cobiça dos espanhóis.
Os espanhóis que desembarcaram na América tinham por objetivo o rápido
enriquecimento. Portanto, estavam motivados essencialmente pela cobiça de
bens materiais. Tal disposição harmonizava-se em parte com a política fiscal
do Estado, embora se chocasse com seu espírito missionário. Sendo a reli-
gião o fundamento da legitimidade do Estado, este não poderia cortar seus
vínculos com a igreja.
Em suma, a pergunta essencial era a seguinte: dever-se-ia primeiro explorar
os nativos para cristianizá-los ou cristianizá-los sem explorá-los? Na prática,
para os conquistadores, a questão econômica vinha em primeiro lugar.
Por isso o choque entre os colonos e a igreja tornaram-se inevitáveis.
Em 1500, os juristas e teólogos espanhóis, os reis católicos suspenderam o
tráfico nascente e declaram livres os povos americanos. Deixaram claro que
eram contrários a qualquer dano às pessoas e aos bens nativos.
A proibição total da escravidão, entretanto, deixaria os conquistadores sem
meios para manter as conquistas e assegurar a posse da terra. Por esse mo-
tivo, a proibição dizia respeito aos nativos que já haviam sido submetidos ao
domínio espanhol, e não aos que resistiam de armas em punho à domina-
ção.
Como era previsível, tais regulamentos foram insuficientes para impedir abu-
sos.
Um jurista espanhol chamado Palácio Rúbios redigiu um documento conhe-
cido como requerimiento, no qual expunha a criação do mundo e do homem
segundo o cristianismo, declarando ainda que a América pertencia ao papa e
ao rei da Espanha. Por fim, exortava os nativos a adotarem a fé cristã e a
reconhecerem o rei espanhol como seu senhor. Em caso de recusa, o reque-
rimiento ameaçava os nativos e seus familiares com uma guerra impiedosa e
a escravidão.
O frade dominicano Bartolomeu de Las Casas, que ficou famoso como de-
fensor dos índios, considerou os termos de requerimiento injustos e absur-
dos, e nulos de direito.
Uma vez tornada evidente a farsa do requerimiento, a escravidão acabou
sendo totalmente proibida em 1530, por ordem do rei Carlos I.
Paralelamente ao fim do processo de escravidão, desenvolveram-se outras
formas de trabalho, sendo as mais importantes o repartimiento, a encomien-
da e a mita.
No repartimiento e na encomienda os nativos eram repartidos de 200 a 400
homens, sendo que o encomiendeiro tinha uma obrigação especial de instruir
os nativos na fé cristã.
Em 1545 foram descobertas as minas de prata de Potosí (na atual Bolívia),
as mais ricas e famosas da América. Para sua exploração utilizou-se o repar-
timiento de nativos entre os donos das minas. Porém, a força do trabalho as-
sim obtida foi-se tornando insuficiente para realizar escavações, cada vez
mais difíceis e árduas. Os proprietários mineiros pediram às autoridades o
envio de mais de 4.500 trabalhadores. Em 1574, atendendo ao pedido, o vi-
ce-rei do Peru, Francisco de Toledo instituiu a Mita.
A Mita era uma antiga instituição utilizada adotada pelos Incas, e copiadas
pelos espanhóis, consistindo na transformação de cerca de 16 províncias cir-
cunvizinhas de Potosí, com o total de 80 mil habitantes, em províncias mita-
yas, isto é sujeitas à mita.
Visto que as condições de trabalho nas minas eram particularmente duras no
gélido planalto andino, Francisco de Toledo estabeleceu que os mitayos de-
veriam trabalhar uma semana e descansar duas. Para tanto, foram instituí-
dos em três turnos de trabalho, cada qual com 4.500 trabalhadores. A cada
ano enviava-se a Potosí um total de 13.500 mitayos, que substituíam os an-
teriores. Os que serviam por um ano só poderiam ser reconvocados decorri-
dos sete.
Os mitayos deslocavam-se com suas famílias para Potosí, e os proprietários
das minas comprometiam-se a pagar-lhes, além do salário, todas as despe-
sas.
Essas obrigações, no entanto, foram sistematicamente descumpridas. Trata-
dos como escravos e forçados a trabalhar além do estipulado em lei, os mi-
tayos morriam esgotados. Sessenta anos depois de sua instituição, o regime
da mita havia dizimado cerca de 70 mil trabalhadores.
Um ano após a descoberta de Potosí (1545), foram encontradas no norte do
México as minas de prata de Zacateca. Também adotou-se um regime se-
melhante de trabalho, o qual ficou conhecido nesta região de tradição asteca,
como cuatequil.
No período seguinte, com a formação e o desenvolvimento da economia
(1545-1610), a política indigenista passou para o segundo plano - e com ela
o espírito missionário que a acompanhava.

SISTEMA DE PORTO ÚNICO: Desde 1503, com a casa de contratação, se-


diada em Sevilha, o Estado controlava as relações comerciais com a Améri-
ca. Contudo, a autoridade suprema sobre os domínios espanhóis na América
foi o Conselho Real e Supremo das Índias, ou simplesmente Conselho das
Índias, que existia informalmente desde 1511 e oficialmente em 1524.
Sevilha, já por essa época um poderoso centro mercantil, além de sediar a
Casa de Contratação era o único porto através do qual era permitido comer-
ciar com a América.
Saindo obrigatoriamente de Sevilha, o comércio limitava-se na América aos
três terminais: Cartagena (Colômbia), Porto Belo (Panamá) e Vera Cruz (Mé-
xico)
Em 1545 e 1610, com a descoberta das ricas minas de prata de Potosí (alto
do Peru) e Zacateca (México), a economia agropecuária recebeu um pode-
roso estímulo para o crescimento.
A partir da última década do século XVI, com o declínio da mineração - de-
vido em grande parte à morte em massa dos ameríndios - os ricos minerado-
res e comerciantes passaram a adquirir terras.
A fim de impedir a formação de grandes propriedades, a coroa espanhola
pretendia criar em seus domínios americanos um sistema de pequenas e
médias propriedades concedidas gratuitamente como recompensa por servi-
ços prestados, chamada de Merced de Tierras.
Devido as dificuldades financeiras da Espanha (Final do século XVI), a coroa
foi obrigada a vender as terras, oficializando o processo de concentração de
terras (Composición de tierras), responsáveis pelo aparecimento das Haci-
endas.
O declínio da mineração e a ruralização da economia provocaram uma nítida
divisão entre e o comércio, representado respectivamente por criollos (Filhos
espanhóis nascidos na América) e chapetones (Administradores espanhóis).
“crioulos”
A oposição entre criollos e chapetones constituiu, portanto, a corporificação
do conflito entre interesses coloniais e metropolitanos.
CENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA: Aos conquistadores que com o risco
da própria vida, faziam avançar o domínio espanhol na América, a coroa con-
feria o título de adelantado com grandes poderes sobre os territórios e a po-
pulação dominada. Nas cidades que foram brotando no rastro das conquis-
tas, formaram-se os ayuntamientos, que seriam mais tarde convertidos em
cabildos (Câmaras municipais).
As audiências, criadas em 1511 e instaladas em todos os centros importan-
tes da colônia, eram órgãos com ampla competência administrativa e judiciá-
ria. Cada audiência era constituída de um presidente e um número variável
de ouvidores (Juizes). Como tribunais diretamente subordinados ao Conse-
lho das Índias, perante o qual se podia apelar de suas sentenças. Ao lado do
Vice-rei, as audiências eram as instituições de maior poder na América, po-
dendo inclusive substituir o vice-rei em caso de morte.

ILUMINISMO E LIBERALISMO:

ANTECEDENTES: O iluminismo e o liberalismo surgem como ideologias in-


seridas na crise do absolutismo onde a burguesia não mais necessitando do
poder estatal para garantir sua negociação comercial, passa a ver na figura
do Estado o elemento responsável pelo arbítrio sócio-político do domínio de
uma nobreza parasitária e que servia como um corpo burocrático de uma
máquina contrária aos princípios naturais da liberdade e propriedade indivi-
dual.
Durante a formação da idade moderna uma burguesia incipiente, porém cada
vez mais rica acaba se associando com o rei na formação do Estados Nacio-
nais, organizando o caos descentralizador que beneficiava principalmente o
domínio da igreja católica.
A burguesia comercial se identificava com os teóricos absolutistas, com des-
taque para Maquiavel, onde através do seu livro principal “O príncipe” esta-
beleceu as bases políticas de um Estado centralizado que deveria usar da
violência e de artimanhas para colocar ordem na sociedade; Thomas Hobbes
que justificava no livro “Leviatã” o contrato social estabelecido pelos homens
naturalmente livres, mas biologicamente maus, largando o processo da lei da
mais forte, para concluir uma sociedade onde as vontades deveriam ser es-
truturadas pelo rei, única pessoa com capacidade de determinar o melhor
para o funcionamento do todo; Jacques Bossuet preceptor de Luís XV, justi-
fica esta idéia do poder absoluto do rei através da teoria do direito divino na
sua obra “Política tirada das próprias palavras da Sagrada Escritura”; Jean
Bodin no livro “A república” e Hugo Grotius no “Do direito de paz e da guerra”
completam o conjunto principal da ideologia absolutista.
Com o final do capitalismo concorrencial da era do mercantilismo e a substi-
tuição gradativa da burguesia comercial pela industrial, esta última influenci-
ada pelo período da revolução científica do século XVII, com o racionalismo
de René Descartes (1596-1650), considerado o pai da filosofia moderna com
sua obra principal “Discurso do método” expondo métodos para se atingir o
conhecimento verdadeiro que passava pelo questionamento de todas verda-
des absolutas, mas entendia que a primeira verdade vinha do pensamento
como fator de existência - “penso, logo existo”.
Outro grande cientista deste período foi Isaac Newton (1642-1727) que deu
prosseguimento as teorias científicas dos físicos renascentistas, rejeitando o
universo estático da idéia medieval e procurando dar uma interpretação me-
canicista. Sua idéias combinavam com o deísmo (teoria que acreditava na
existência da criação e autonomia do universo sem a interferência divina).

REVOLUÇÃO FRANCESA:

A revolução francesa é considerada prova definitiva da maturidade burguesa.


Com a queda do absolutismo acontece o fim do último entrave a consolida-
ção do capitalismo.
Valores medievais como a estrutura tradicional de propriedade e de produ-
ção , os tributos (corvéia e talha), e principalmente a servidão, estavam defi-
nitivamente sepultados.
No período antecedente a revolução francesa, a França contava com um
grande crescimento populacional, afetado pela produção feudal e pelos fe-
nômenos climáticos. A miséria e a fome tomavam conta da população.
A monarquia e a nobreza gastavam dinheiro público com festas palacianas e
outras superficialidades, não procurando nenhuma solução definitiva para o
problema social.
A burguesia soube aproveitar a insatisfação popular, transformando-se em
vanguarda revolucionária do movimento.

O esvaziamento dos cofres na França começou no final do governo de Luís


XIV, e se agravou durante os governos de Luís XV e XVI.
O absolutismo de Luís XVI (1774-1792) ainda se alicerçava na teoria do di-
reito divino e sem nenhum empecilho a sua autoridade.
As finanças do Estado confundiam-se com a figura do rei, e a manutenção
de luxuosa corte de Versalhes, os enormes custos das diversas guerras dos
Bourbons (guerra dos Sete anos - 1756 a 1763; e da Independência dos
EUA - 1776 a 1781), a desordem administrativa levaram a França a uma cri-
se financeira.
O Estado para superar seu déficit impunha tributos, adotava medidas fiscais
e comerciais buscando receita orçamentaria e prejudicando os negócios ca-
pitalistas.

O rei esgotando o recurso de resolução da crise econômica pelas vias mer-


cantilistas e influenciado pelo despotismo esclarecido de Voltaire, procurou
solução nos economistas burgueses.
Necker, Turgot, Brienne, Calonne chegaram a mesma conclusão da necessi-
dade da cobrança de impostos da nobreza e do clero que reagiram através
da assembléia dos notáveis.
O banqueiro suíço Necker volta ao ministério e convence o rei da necessida-
de da convocação dos Estados Gerais para Maio de 1789.
A velha ordem feudal e estamental ainda dividia a sociedade em três ordens:
1º Estado - Clero (dividido em alto clero e baixo clero); 2º Estado - nobreza
(palaciana, provincial e palaciana). Essas duas ordens compreendiam cerca
de quinhentas mil pessoas, numa população de vinte e cinco milhões, e no
entanto, apresentavam 300 representantes cada. O 3º Estado era represen-
tado pelo povo, dividido em burguesia: alta, média e baixa e o povo (arte-
sãos, operários, sans-culottes, camponeses e servos), tinham 600 represen-
tantes.
A nobreza e o clero confiavam no controle do parlamento, pois teriam a mai-
oria se fosse preservada a tradicional votação por Estado (clero - 1 voto; no-
breza - 1 voto), no entanto, o terceiro Estado queria a votação por cabeça.
Diante da impossibilidade de conciliar tais interesses, Luís XVI tenta dissol-
ver os Estados Gerais. Os representantes do terceiro Estado se rebelaram e
invadiram a sala de jogo de péla, prometendo não se dispersarem até o es-
tabelecimento de uma nova constituição e declararam em Assembléia Na-
cional Constituinte em 9 de julho de 1789.
A demissão de Necker precipitou os acontecimentos e uma guarda nacional,
uma milícia burguesa, começou a se armar para enfrentar o rei e liderar a
população civil. No dia 14 de julho de 1789, a população a fortaleza da Basti-
lha, onde eram encarcerados os inimigos da realeza - Tomada da Bastilha -
data comemorativa da Revolução Francesa e marco cronológico da Idade
Contemporânea.

A primeira etapa da revolução francesa ficou conhecida como fase da As-


sembléia Nacional (1789-1792), liderada pelos girondinos.
Destacou-se a burguesia da cidade e do campo, destituindo os nobres, inclu-
sive com ações violentas.
Em Paris aprovou-se a abolição dos privilégios feudais, desviando a atenção
do problema apenas para o sistema feudal. Ficou também aprovada a De-
claração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, defendendo a li-
berdade, a igualdade jurídica e a defesa da propriedade privada.
Separação da igreja do Estado, com a apropriação dos recursos da igreja,
servindo de lastro para os Assignats, que passou a circular como moeda. O
clero favorável a revolução era chamado de juramentado, e o contrário era
conhecido como refratário.
Acontece a confirmação do Estado censitário e a proibição da greve, inici-
ando o processo de separação da burguesia do terceiro Estado.
O congresso é formado pelos girondinos (alta burguesia - região da Gironda -
sul da França) que ocupavam o espaço da direita, e eram os mais conserva-
dores; Os Feuillants (Banqueiros) que ficavam no centro e na parte mais bai-
xa do congresso, e portanto, chamados de pântanos; Os jacobinos (pequena
e média burguesia - clube de revolucionários que se reuniam no convento
dos frades jacobinos - dominicanos), sentavam do lado da esquerda, e no
início eram moderados, mas insuflados pelo cordeliers (camada mais baixa
do congresso) e pelo povo (sans-cullotes), radicalizaram.
A alta burguesia queria estabelecer uma monarquia constitucional, seguindo
o modelo proposto por Voltaire e Montesquieu, no entanto, Luís XVI não a-
ceitava esta condição, onde tenta fugir para preparar a contra-revolução,
mas acaba preso em Varennes e reconduzidos para Paris. Foi criada uma
primeira coligação formada pela Áustria, Prússia, Holanda, Inglaterra, Espa-
nha, no entanto, o povo armado vence na batalha de Valmy.
O rei foi acusado de traição, e os revolucionário jacobinos lideraram a pro-
clamação republicana.

A segunda etapa da Revolução francesa foi a fase da Convenção Nacional


(1792-1795), onde a burguesia jacobina ou montanha, comprovou a partici-
pação com documentos a traição do rei na luta contra-revolucionária.
Os jacobinos e os cordeliers tinham as seguintes lideranças: Robespierre, o
incorruptível; Danton, Marat, Desmoullins, Saint-Just, o arcanjo da morte; o
ultra esquerdista Hébert etc...
Este período republicano foi influenciado por Rousseau, onde a nova assem-
bléia constituinte realizava grandes realizações, como: ensino público e gra-
tuito; voto universal masculino; Fim da escravidão nas colônias francesas; lei
do máximo (tabela de preços); Criação do museu de Louvre etc...
No poder, os jacobinos não conseguiam resolver o problema econômico da
França e aproveitando a radicalização gerada pelo assassinato do médico e
jornalista Marat por uma girondina Charlote Corday, procurava desviar a a-
tenção do povo com as execuções na guilhotina, gerando a fase do terror,
onde o rei e a rainha, nobres, clérigos, burgueses, e depois mesmo elemen-
tos jacobinos acabavam conduzidos à morte.
O governo jacobino dirigia o país através do Comitê de Salvação Pública
(Administração e Defesa), Comitê de Salvação Nacional (Segurança Interna)
e o Tribunal Revolucionário (julgava os opositores).
Os jacobinos estabeleceram um calendário revolucionário, ligados aos ciclos
da natureza e da agricultura.
Com a demora da fase do terror, o povo foi perdendo a confiança nos revolu-
cionários, permitindo a reação termidoriana (9 termidor), onde os girondinos
acabavam voltando ao poder (Terror Branco).

A terceira etapa da revolução francesa foi chamada de diretório (1795-1799).


A França foi dividida em cinco diretórios, onde a burguesia acreditava que
descentralizando o Estado governaria melhor, no entanto, foi um fracasso
principalmente devido a corrupção e os conflitos com os jacobinos na oposi-
ção liderados por Graco Babeuf e pelos realistas (os monarquistas que que-
riam voltar ao poder com apoio de uma segunda coligação formada por Ho-
landa, Prússia, Espanha e reinos da Itália).
Napoleão Bonaparte se consagra nestas lutas e, no dia 18 Brumário, aca-
ba dando um golpe, substituindo o diretório por um consulado formado por
Napoleão, Abade Sieyès e Roger Ducos.
A era napoleônica (1799-1715) consolidou os ideais liberais da burguesia e
obteve o apoio do campesinato, garantindo as terras conquistadas na revolu-
ção agrária.
O consulado enfrentou as ameaças externas e reorganizou a economia e a
sociedade francesa, buscando a estabilização. Napoleão vencendo a segun-
da coligação, efetivou a paz de Amiens com a Inglaterra, além de criar o
banco da França e o franco (nova moeda).
Reatou relações com a igreja e criou o Código Civil Napoleônico (1804), ins-
pirado no direito romano, assegurando as conquistas burguesas, a igualdade
do indivíduo perante a lei, direito de propriedade, proibição de organização
sindical e de greves, restabelecia a escravidão na colônia , reforma no ensi-
no tornando - o uma obrigação do Estado, bem como a criação do liceu (in-
ternatos preparadores de futuros oficiais) e no ensino superior enfatizou o
Direito e Técnica Naval.
Napoleão utilizou de seu prestígio para sagrar-se imperador (1804-1815) -
Esta parte vista no Estado português no Brasil.

O SOCIALISMO:

Na Inglaterra, os trabalhadores começaram a reagir ao processo de injustiça


sócio-econômica.
Na primeira década do século XIX surge um movimento conhecido como lu-
dismo - grupos geralmente de 50 homens que invadiam as fábricas munidos
de paus e pedras quebrando as máquinas. O mentor deste movimento pro-
vavelmente foi Ned Ludd, daí o nome do movimento. No Ludismo apesar da
aparência de ingenuidade de contraposição ao progresso, este movimento
efetivamente representou uma luta de enfrentamento e acarretou em prejuízo
direto da burguesia industrial que reagiu com violência.
Na década de 30 surge o Cartismo de carta ao povo, reivindicação política
dos trabalhadores, exigindo o estabelecimento do voto universal e o paga-
mento de salários aos deputados, permitindo à classe trabalhadora viver des-
ta atividade.
Na década de 70 surge os Trade-Unions inicialmente com objetivos assis-
tencialistas e mais tarde formando os primeiros sindicatos combativos e res-
ponsáveis pela organização dos trabalhadores.

A nível teórico alguns historiadores apontam como pré-socialistas, devido


aos princípios igualitários: Platão, na Grécia antiga; Thomas Morus no livro
“Utopia”; Marat e Herbert na 2º fase da revolução francesa e especialmente
Graco Babeuf que fez da propriedade privada o maior alvo de suas críticas,
defendendo a ditadura dos humildes na conspiração dos iguais.

O socialismo utópico da primeira metade do século XIX foi a primeira mani-


festação sistemática contra o capitalismo.
Os primeiros socialistas a formularem críticas profundas ao progresso indus-
trial ainda o fizeram impregnados de valores liberais.
O socialismo utópico era uma manifestação romântica aos novos tempos,
procurando projetar um futuro mais justo, no entanto, sem analisar as causas
da desigualdade, e portanto, pretendendo harmonizar as classes diferentes,
como se fosse possível dominantes e dominados buscarem objetivos co-
muns.
Os principais socialistas utópicos foram: Claude Saint-Simon (1760-1825) -
educado por D’Alambert, abrindo mão do título nobiliárquico, propondo em
“Cartas de um habitante de Genebra” extirpar os ociosos da sociedade (reli-
giosos, militares, nobreza, magistrados etc...), além de dividir a sociedade
em três classes: Sábios (savants), os proprietários e os sem posses, gover-
nados por um conselho de sábios e artistas; Louis Blanc exerceu considerá-
vel influência no movimento revolucionário de 1848 (depois da primavera dos
povos), preconizava a criação de Oficinas sociais ou oficinas nacionais cria-
da pelo Estado ou pelos capitalistas abolindo a concorrência e assegurando
a melhoria intelectual e moral dos trabalhadores; Charles Fourier (1772-
1837), era favorável a criação dos falanstérios (fazendas coletivistas agro-
industriais), onde passou a esperar recursos provenientes da burguesia ale-
gando que superariam a desarmonia capitalista; Robert Owen (1771-1858)
aplicou em suas indústrias de New Lanark a diminuição da carga horária pa-
ra 10h e 30min de trabalho (o normal era de 14 a 16 hs), além de elevar o
nível de instrução dos trabalhadores. Crítico da propriedade e da religião, foi
marginalizado pelos industriais ingleses, sendo obrigado a iniciar sua expe-
riência em New Harmony, em Indiana nos Estados Unidos, onde defendia
horas de lazer e mesmo preconizava a idéia da autogestão. No final da vida
dedicou-se a organizar os Trade-Unions.

O socialismo científico de Karl Marx e Friedrich Engels se inicia com o lan-


çamento do manifesto comunista, mostrando os primeiros esboços e postu-
lados desta nova teoria.
No livro “O capital” a teoria socialista científica se completa de forma mais
elaborada, destacando uma interpretação sócio-econômica da história
Os principais mecanismos de desenvolvimento da humanidade foram identi-
ficados pela dupla alemã como os seguintes: Materialismo dialético - Basea-
do na teoria do filósofo idealista Hegel que entendia que as idéias são as fon-
tes de transformação através da Tese (Confirmação da mentalidade de uma
sociedade) - Antítese (Negação das idéias de uma sociedade) - Síntese (Ne-
gação da negação). Marx e Engels confirmavam esta evolução, mas prova-
ram que a base de transformação não eram as idéias e sim as necessidades
materiais; Materialismo histórico - Em uma revolução acontece primeiro a
mudança econômica (Infra-estrutura) para depois mudar a mentalidade (Su-
perestrutura). A combinação da infra com a super acaba dando origem a um
novo modo de produção. A humanidade passou pelos seguintes modos de
produção: Comunismo primitivo, modo de produção asiático, escravista, feu-
dal, capitalista, socialista. Um modo de produção quando aparece acaba tra-
zendo o germe de sua destruição; A luta de classes - antagonismos entre
exploradores e explorados.
Outro conceito marxista fundamental é o de mais valia que corresponde ao
valor da riqueza produzida pelo operário além do valor remunerado de sua
força de trabalho expropriada pelos capitalistas. Fator imprescindível de capi-
talização da burguesia.

O Socialismo, Comunismo e Anarquismo são concepções diferenciadas de


buscar a igualdade e acabar com a propriedade privada.
O socialismo é a etapa de transição para se atingir o comunismo. Nesta fase
os meios de produção passam para o controle do Estado. A ditadura do pro-
letariado garante através inclusive da força, o fim da sociedade de classes.
O comunismo é a etapa superior do socialismo, onde desaparecida a ideolo-
gia burguesa e a sociedade de classes, os meios passam para a o controle
da coletividade e o Estado desaparece.
O anarquismo entende que no momento da revolução o Estado deve desa-
parecer, sem a utilização de nenhuma etapa superior. É contrário a qualquer
tipo de ditadura ou de instituições que representem o povo como partidos,
Centrais sindicais etc..., pois acreditam na auto-conscientização do homem.

O anarquismo teve grande influência no movimento político-sindical da 2º


metade do século XIX e das três primeiras décadas do século XX.
Phroudon foi o pai do anarquismo. No seu livro “O que é a propriedade”, res-
pondia: é um roubo. Propunha a criação de cooperativas e de bancos que
concedessem empréstimos sem juros. Defendia a substituição do Estado por
uma república de pequenos proprietários.
Bakunin se tornou líder do anarquismo terrorista, onde a violência deveria ser
utilizada para alcançar uma sociedade igualitária. Acreditava na força do Lu-
pem-proletariado.
Outros anarquistas: Leon Tolstoi, Kropotkin, George Sorel (Anarco-
Sindicalismo) etc...

O socialismo Cristão ou Cristianismo Social surge no século XIX, com a pu-


blicação da encíclica Rerum Novarum (Nova regra) estabelecida pelo papa
Leão XIII, com a finalidade de não perder os fiéis mais pobres para os movi-
mentos socialistas ateus. Exigia maior justiça social, no entanto, não comba-
tia a propriedade privada.
No século XX outros papas se destacaram na opção pelos pobres, como:
João XXIII com a encíclica “Mater e Magistra” e “Pacem in terris” e Paulo VI
com “Humanae Vitae” e “Populorum progressio”.
Após o concílio Vaticano II e do tratado de Puebla, surge a Teologia da Liber-
tação, Parcela da igreja católica que acredita na participação desta institui-
ção no plano sócio-político em defesa do menos favorecido.
João Paulo II inicia uma política conservadora procurando acabar com a teo-
logia da libertação e criando a renovação carismática para disputar os fiéis
com os evangélicos.

A teoria socialista se materializa nas internacionais, baseada na convocação


final do Manifesto comunista: “Proletariados de todo mundo uni-vos”.
A primeira Internacional Socialista aglutinou anarquistas e comunistas. Esta
internacional surgiu em 1864, e foi marcada pela falta de representatividade
e pelas discórdias internas. Seu grande momento aconteceu na Comuna de
Paris (1871), onde o povo aproveitou da derrota do governo francês para A-
lemanha para chegar ao poder, onde estabeleceram ensino público e gratui-
to, formação de milícias populares etc..., acabaram derrotados pelo exército
francês que se aliou ao alemão.
A segunda internacional fundada em 1889, excluía os anarquistas e funda o
primeiro partido socialista: O partido Social-Democrata, que no entanto, aca-
bou gerando três tendências: revisionistas liderados pelo Bernstein (contrá-
rios à luta armada e favoráveis ao projeto democrático-burguês da via eleito-
ral); Reformistas liderados por Karl Kaustsky (Apesar de favoráveis a luta
armada, achavam que não eram o momento); Revolucionários liderados por
Lênin e Rosa de Luxemburgo (Defendiam a luta armada imediata). As duas
primeiras tendências participaram da primeira guerra mundial e os revolucio-
nários aproveitaram para fundar a 3º internacional, que assumiu o nome de
internacional comunista (Comintern) que seria embrião dos partidos comunis-
tas. Com a morte de Lênin a 3º internacional passa a ser liderada por Stálin e
o adversário Trotsky funda a 4º internacional socialista.

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL:

A Revolução Industrial começou na Inglaterra, onde o trabalho manufatureiro


foi substituído pelo maquinofatureiro, a partir da segunda metade do século
XVIII.
As causas que determinaram esta revolução na Inglaterra foram: o acúmulo
de capital fornecido pela revolução comercial dos séculos XVI e XVII, onde a
Inglaterra passa a dominar os mares; Mão de obra disponível e ociosa gera-
da pela lei do Cercamento; Fim do absolutismo com a Revolução gloriosa e a
implantação de uma política liberal; Matéria-prima para a revolução industrial
(carvão e ferro) etc...
As máquinas surgiram direcionadas principalmente para a indústria têxtil, on-
de o aparecimento de uma nova técnica acontecia para suprir a deficiência
deixada pela anterior: a lançadeira volante de John Kay em 1733, aumentou
a capacidade de tecelagem; a Spinning Jenny de Hargreaves aumenta a
produção de fio, no entanto, quebrável; A Water Frame de Arkwright produzia
fios grossos e movida a água, tornando-a bastante econômica; A mule de
Crompton era combinação da Spinning Jenny e a Water Frame, criando fios
finos e resistentes; O tear mecânico de CartWright, aumentando a capacida-
de de tecer; Newcomen funda a máquina a vapor aperfeiçoada por James
Watt; Robert Fulton cria o barco a vapor e George Stephenson idealizou a
locomotiva a vapor e a primeira locomotiva: Rockett
As conseqüências da revolução industrial inglesa foram: consolidação da
separação do capital e trabalho, acompanhado da desvalorização profissio-
nal do trabalhador; Exploração da mão-de-obra feminina e infantil; produção
em larga escala, concentrada nas fábricas; urbanização violenta com péssi-
mas condições de moradia, higiene, saúde etc..; Surge a Inglaterra negra
(onde se concentravam as minas de carvão - Norte e oeste) e a Inglaterra
verde (dominada pela agricultura e pastoreio - sul e sudeste); crescimento
demográfico e aumento da promiscuidade etc...
A revolução industrial alcançou o resto do continente e o resto do mundo,
atingindo a Bélgica, França, Alemanha, Itália, Rússia, EUA (Guerra de Se-
cessão), Japão (era Meiji).
Esta 2º Revolução industrial representou o aprimoramento científico e tecno-
lógico das invenções, onde se destacaram: O processo Bessemer de trans-
formação do ferro em aço; o dínamo que substituiu o vapor pela eletricidade;
o motor a combustão que introduziu o uso do petróleo, aperfeiçoado entre
eles por Rudolf Diesel.
Aparecem a produção em série através da linha de montagem, conhecidos
como Fordismo, Taylorismo etc...
Acontecem a concentração do capital industrial através dos seguintes meca-
nismos: Cartéis - Grandes empresas produtoras que monopolizam um de-
terminado produto, evitando a concorrência; Trustes - Grandes companhias
que absorvem seus concorrentes, monopolizando a produção de certas mer-
cadorias, consistindo num domínio vertical da produção; Holdings - Grandes
conglomerados financeiros que controlam vastos complexos industriais a
partir da compra de ações.

O IMPERIALISMO:

Na segunda metade do século XIX aconteceu o processo de expansão impe-


rialista, irradiando-se a partir da Europa industrializada, gerando a partilha
dos continentes africano e asiático.
Na mesma época, EUA e Japão também exerceram atividades imperialistas
em suas regiões de influência.
Fica estabelecida uma nova forma de colonização: Sistema colonial industrial
ou Neocolonialismo, baseado na exploração de matérias-primas para as in-
dústrias, como o petróleo; aumento de mercado consumidor; utilização de
mão-de-obra mais barata; escoamento do excedente populacional etc...
A política colonizadora fundamentou-se na “diplomacia do canhão” onde o
uso da força era escondida pela idéia de missão civilizadora conhecida como
fardo do homem branco, defendida também pelo poeta do imperialismo e
prêmio Nobel da literatura de 1907, Rudyard Kipling.
Aparece o mito da superioridade racial , defendida pela doutrina racista do
filósofo H. Spencer, conhecida como Darwinismo social.
O neocolonialismo pode acontecer de forma direta, realizada pela adminis-
tração dos europeus, ou indireta (Protetorado), formada pela aliança com as
elites locais.

O imperialismo combina o capital industrial com o financeiro, dando origem


aos grandes monopólios, sendo a burguesia e não o Estado seu principal
agente e beneficiário.
A França presente na África desde 1830 dominava Argélia, a Tunísia, o Mar-
rocos, o Sudão (África Ocidental), a Ilha de Madagascar e a Somália france-
sa.
A Inglaterra, liderando o imperialismo - Pax Britânica - realizou o domínio ver-
tical do continente do mar mediterrâneo. Os grandes exploradores ingleses
foram Livingstone e Cecil Rhodes. Disraeli obteve o controle acionário do
Canal de Suez, construído pelos franceses com o projeto de Lesseps. Na
África do Sul acontece a guerra dos Bôeres (1899-1902), onde a Inglaterra
venceu os holandeses, atraídos por diamantes e ouro na região do Transva-
al, dominando também Orange, cidade do cabo.
A Bélgica dominou o Congo Belga (Atual Zaire) através da ação do rei Leo-
poldo II, fato que motivou praticamente a corrida imperialista, gerando a parti-
lha definida na Conferência de Berlim.
Alemanha e Itália se atrasaram por causa do problema luta de unificação. A
Alemanha conquistou o Camerun (atual República dos Camarões), o Togo, o
sudeste e o oriente da África. A Itália tomou o litoral da Líbia, a Eritréia e a
Somália, mas não conseguiu dominar a Abissínia (Etiópia), derrotada na ba-
talha de Ádua.
No início do século XX somente Libéria, habitada por negros emigrados dos
EUA e Abissínia continuavam livres na África.

O imperialismo na Ásia e na Oceania se efetivou pois o interesse na região


era secular, principalmente na Índia e na China.
Na Índia diversos povos europeus dominaram este país, desde Vasco da
Gama em 1498, mas a Inglaterra dominou a Índia em 1763, a partir da guer-
ra dos sete anos, utilizando o regime de protetorado. A introdução de novas
estruturas econômicas, políticas e culturais, modificaram os costumes locais,
destruindo a tradicional indústria têxtil indiana. A guerra dos Cipaios (solda-
dos indianos) apresentava uma característica nacionalista contra a presença
inglesa na região, esta reage transformando a Índia uma colônia inglesa, co-
roando a rainha Vitória com o título de imperatriz da Índia.
A Inglaterra dominou também a Birmânia, Tibete, o Afeganistão, a Austrália,
a China etc...
Na China a cobiça era grande devido ao mercado consumidor chinês que
atingia 400.000 habitantes, e a Inglaterra fazia o comércio de ópio na região,
vendido inicialmente como remédio, no entanto, o vício passa a se dissemi-
nar e o mandarim resolve quebrar um carregamento de ópio, e a Inglaterra
utiliza esta justificativa para efetuar a guerra do ópio. A China derrotada foi
obrigada a assinar o Tratado de Nanquim, abrindo cinco portos ao livre co-
mércio e ocupando Hong-Kong (Em 1997 volta ao controle chinês). O tratado
de Pequim definia instalação de embaixadas européias e o direito de atuação
de missionários. A reação nacionalista chinesa aconteceu no campo com a
revolta de Taiping e na cidade com A Guerra dos Boxers (Punho fechado),
organizando ações clandestinas que matavam os estrangeiros invasores, fo-
ram duramente reprimidos.
No Japão depois de um contato no século XVI com missionários portugueses
e espanhóis, acabou se fechando num feudalismo dominado por uma aristo-
cracia (daimios), que se apoiava numa classe de guerreiros profissionais
(Samurais), onde o comando efetivo ficava com um aristocrata militar (Sho-
gun), instalado em Edo (Futura Tóquio), enquanto o imperador (Micado), e-
xercia apenas o poder formal, vivendo em Kioto. Em 1854 uma esquadra dos
EUA forçou a abertura dos portos japoneses, provocando uma ocidentaliza-
ção do país. a oposição aproveitou para combater o Shogun e reforçar o po-
der do imperador Mutsu Ito apoiado por famílias burguesas que iniciaram a
partir de 1868 a era do industrialismo e da modernização, conhecida como
era Meiji.

REVOLUÇÃO RUSSA:

A revolução russa foi um dos acontecimentos mais importantes do século


XX. Resultou da ação política dos bolcheviques e da revolta das massas de-
sesperadas pela crise do império russo, agravada pela guerra.

Antes da revolução russa o poder era exercido por Nicolau II da dinastia dos
Romanov, com apoio dos nobres, burgueses e das tropas de elite.
A derrota russa contra o Japão em 1905, na disputa pela Mandchúria, acar-
retando em crise econômica e taxações incidindo sobre a população, provo-
cou numerosas manifestações críticas: O motim do Encouraçado de Potem-
kim contra os maus tratamentos, greves e manifestações pacíficas, reprimi-
das duramente pelos cossacos - O domingo sangrento.
O czar Nicolau II para ganhar tempo, convocou eleições para a Duma (as-
sembléia). A primeira grande guerra, porém, desmascarou a farsa constitu-
cional, revelando a fraqueza da estrutura imperial.
A burguesia estava representada pelo partido Cadete, democrático e consti-
tucionalista.

A burguesia liberal, com apoio dos socialistas, aumentou a pressão contra o


czar. No início de 1917, a capital imperial ficou paralisada por uma greve dos
transportes, e o exército se recusou a combater os grevistas.
O movimento revolucionário iniciado em Petrogrado se alastrou: O imperador
abdicou e a Duma juntamente com os Sovietes, formou um governo provisó-
rio, chefiado pelo príncipe Lvov. Esse governo representava os interesses da
burguesia.
A revolução burguesa de fevereiro de 1917 resolveu manter a Rússia na
guerra, mesmo contra a vontade do povo.
Em 17 de julho de 1917 o príncipe Lvov foi substituído pelo socialista Ale-
xandre Kerensky do partido Social-Revolucionário, com apoio dos menchevi-
ques liderados por Martov, parcela minoritária do Partido Social-Democrata
que entendia o processo revolucionário lento e gradual. Diferente dos bol-
cheviques (maioria) que entendiam o processo revolucionário de forma ime-
diata.
A permanência da Rússia na guerra agravava a fome e Lênin anistiado lan-
çou as teses de abril: paz, pão e terra.
Lênin, que foi a figura mais importante da revolução, retornou a Rússia (es-
tava refugiado na Finlândia), começou a preparar o povo para uma revolta
armada, com apoio dos Sovietes, preparam a revolução socialista de outubro
de 1917, ocupando Petrogrado e expulsando Kerensky. Os sovietes se reuni-
ram e delegaram o poder ao conselho dos comissários do povo, presidido
por Lênin.
Foi assinado o tratado de Brest-Litowsky, onde a Rússia saia da guerra.

Era instaurado o Comunismo de guerra, fase radical motivada pelas necessi-


dades históricas, onde a burguesia internacional se voltava contra a Rússia
através do exército branco.
As grandes propriedades rurais foram suprimidas e as terras entregues aos
camponeses; as fábricas foram estatizadas e entregues à direção ao operá-
rio; o dinheiro foi suprimido etc...
São estruturadas as 4 bases de sustentação do Comunismo de guerra: O
partido Comunista (unipartidarismo); Os sovietes (conselhos de operários,
camponeses e soldados); O exército vermelho liderado por Leon Trotsky e a
polícia tcheca (futura KGB).
As dificuldades econômicas determinaram o aparecimento de uma queda
brutal da produção, uma inflação violenta e a paralisação do comércio.

Para superar a crise econômica e acalmar os contra-revolucionários, para


reorganizar a economia, Lênin cria a NEP (Nova Política Econômica) em
1921.
Porque a nova política apresentava alguns aspectos do capitalismo, os paí-
ses do Ocidente imaginaram que Lênin estava trazendo a Rússia novamente
para o capitalismo.
Pequenas e médias empresas foram privatizadas, o mesmo acontecendo no
campo; O dinheiro volta a circular; surge a URSS etc...
Lênin morre em 1924. Inicia a disputa entre Leon Trotsky defensor da Revo-
lução Permanente, acaba derrotado por Stálin, partidário da tese da Revolu-
ção num só país.

Inicia o governo de Stálin marcado pela eliminação dos inimigos políticos,


como Trotsky, Zinoviev, Bukharin etc...
Apesar do período de terror político, Stálin conseguiu recuperar a economia
soviética, aproveitando da crise do capitalismo com a queda da bolsa de No-
va York.
Foram criados os planos Qüinqüenais administrados pela Gosplan, com a
intenção de planejar globalmente toda economia do país, com ênfase para a
indústria pesada.
No campo foram criadas duas estratégias de produção: Os Kholkhozes (Fa-
zendas coletivas atuando pelo sistema de cooperativas em parceria com o
Estado) e os Solvkhozes (Fazendas estatais organizadas diretamente por
funcionários públicos).
1ª GUERRA MUNDIAL:

O período que antecedeu a 1º Guerra Mundial ficou conhecido como “paz


armada”.
O conflito entre França e Alemanha acontece devido a perda de Alsácia-
Lorena que os franceses perdem para os alemães e a questão marroquina
onde a Inglaterra cede o Marrocos para à França em troca do Egito, sem
consulta da Alemanha. A guerra foi evitada quando os dois países fizeram
acordo apesar de desvantajoso para os dois, acirrando ainda mais o proble-
ma.
Outra frente do conflito se refere ao conflito entre Inglaterra e Alemanha, on-
de a primeira andava enciumada com a segunda, devido ao crescimento
desta, além da intenção da Alemanha de criar uma estrada-de-ferro ligando
Berlim à Bagdá (zona petrolífera que interessava também à Inglaterra).
A causa imediata da 1º guerra se encontra na questão balcânica, zona divi-
dida em diversas países pequenos como a Sérvia, Bósnia-Herzegovina,
Montenegro, Croácia, Eslovênia que durante muito tempo foi dominada pelo
Império Turco-Otomano (O homem europeu doente).
A Sérvia estimulada pela Rússia (Pan-eslavismo) pretendia criar a grande
Sérvia, e o Império austro-húngaro também interessado na região manda o
seu representante o arquiduque Francisco Ferdinando que pretendia juntar a
Bósnia-Herzegovina ao resto do Império, no entanto, ao sair em carro aberto,
acabou juntamente com sua mulher sendo assassinado pelo estudante Sér-
vio Gravilo Princip da Sociedade secreta Mão Negra em Serajevo, acionando
o sistema de alianças.

No final do século XIX a Alemanha tenta fazer a aliança dos três imperadores
com Alemanha, império Austro-Húngaro e Rússia, no entanto, com a recusa
da Rússia em choque com a Áustria na disputa dos Bálcãs, a Alemanha co-
loca a Itália no lugar formando a tríplice Aliança em 1864.
No início do século XX Inglaterra e França formam a Entente Cordiale, e com
a entrada da Rússia em 1907, acabam formando a Tríplice Entente, também
chamados de aliados.
O sistema de alianças é acionado quando a Sérvia se recusa a pedir descul-
pa pelo assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, e a Áustria declara
guerra, saindo a Rússia em defesa da Sérvia, e a Alemanha em defesa da
Áustria.
Ao se posicionar em favor da Rússia, a Alemanha acaba declarando guerra
também aos franceses através do Plano Schlieffen, ação em duas frentes de
batalhas contra o ocidente e o oriente.
O general Moltke invadiu a Bélgica para ocupar a França pelo norte, através
da guerra de movimento, imaginando derrotar facilmente os franceses para
se voltarem para a frente oriental Russa.
A invasão à Bélgica país neutro, colocou a Alemanha como a vilã da história,
bem como foi responsável pela justificativa da entrada da Inglaterra.
Na batalha de Marne ficava determinado que a tática de movimento não da-
va certo, iniciando a famosa tática de trincheiras, onde cada quilômetro con-
quistado significava a perda de milhares de homens. As principais batalhas
desta fase foram: Somme, Champagne e Verdun.
O aparecimento de canhões e de aviões na guerra modificaram esta situa-
ção. A nível marítimo a igualdade era a mesma, onde os submarinos ale-
mães esbarravam nos encouraçados ingleses, exemplo na batalha de Ju-
tlândia (Dinamarca).

A Itália que tinha permanecido neutra na guerra devido sua divergência com
a Áustria na disputa das regiões irridentinas (Trento, Ístria etc...), os outros
aliados foram: Romênia, Grécia, Portugal , Japão etc... disputaram com o
Império central que recebeu adesão da Turquia e Bulgária.
Com a saída da Rússia depois da guerra, após a revolução socialista (Trata-
do de Brest-Litowsky), os alemães reforçaram a linha ocidental liderados por
Hindemburgo e Ludendorff.
Os norte-americanos que até então tinham permanecidos neutros utilizaram
a justificativa do afundamento do Transatlântico Lusitânia para entrar na
guerra, comandados pelo general Pershing.
Sob o comando do general Foch iniciou-se o contra ataque dos aliados inau-
gurado com a segunda vitória de Marne, perto de Paris. Na Macedônia, o
exército aliado obrigou a Bulgária a depor armas. Os ingleses fizeram o
mesmo com os turcos na Síria. Por fim, os austríacos vencidos pelos italia-
nos, abandonaram a luta. Restavam somente os alemães.
O presidente Woodrow Wilson estimulou a rendição dos alemães com os 14
pontos prometendo não fazer nenhuma retaliação, onde a população alemã
não interessada na continuação da guerra, se voltou contra o Kaiser Gui-
lherme II. e este fugiu para a Holanda.
O Brasil participa da guerra apenas com uma expedição médica em favor
dos aliados, mas aconteceu um xenofobismo germânico, inclusive com ocu-
pação de fábricas. A ausência de produtos europeus favoreceu um maior de-
senvolvimento industrial brasileiro e uma maior importação de produtos nor-
te-americanos.

Foram estabelecidos diversos tratados com os países vencidos na 1º guerra.


Pelo tratado de Versalhes assinado pelos vitoriosos com à Alemanha, com o
predomínio de Lloyd George (Inglaterra), Clemenceau (França), Presidente
Wilson (EUA), Orlando (Itália), criaram diversos obstáculos, apesar da oposi-
ção de Wilson. A Alemanha sofreu diversas retaliações, como: Indenização
de guerra; perda de Alsácia-Lorena; Estabelecimento de um corredor polo-
nês dividindo Berlim; Desmilitarização da Alemanha; Proibição da atividade
comercial marítima etc..
Tratado de Saint-Germain feito com a Áustria determinava o encolhimento
deste país, determinando a independência e a formação de Hungria, Polônia,
Iugoslávia, bem como a perda da região irridentina para Itália.
Tratado de Neuilly com a Bulgária que perdeu grandes territórios para os ro-
menos, iugoslavos e gregos.
Tratado de Trianon com a Hungria que perdia território para a recém criada
Checoslováquia, Iugoslávia e Romênia.
Tratado de Sévres com a Turquia determinando a parte européia da Turquia
para a Grécia; Síria e Líbano para a França e Oriente médio para a Ingla-
terra. Uma rebelião na Turquia realizada por Mustafá Kemal recupera a
Turquia européia.

NAZI-FASCISMO:

A tendência para a radicalização política foi a marca do período entre guer-


ras, com exceção das democracias liberais (Estados Unidos, Inglaterra e
França).
O fascismo representou um fenômeno novo e original, definindo-se contra o
liberalismo, o Parlamentarismo, a luta de classes, o comunismo, o capitalis-
mo. Era favorável ao nacionalismo, partido único e a supremacia do Estado.
Os regimes modelados no fascismo, ou simplesmente autoritário ou ditatori-
ais, difundiram-se por toda Europa e outros países do mundo no período en-
tre guerras. Ex.: Nazismo (Alemanha), Franquismo (Espanha), Salazarismo
(Portugal), Getulismo (Brasil), Peronismo (Argentina) etc..

A Itália pretendida depois da primeira guerra mundial não se confirmou, pois


Inglaterra e França acabou não cumprindo o trato combinado de cessão de
algumas posses, prejudicando economicamente aquele país, e estimulando
políticos a exaltarem junto ao povo, uma perigosa exaltação nacionalista.
A crise gerou o desemprego e a inflação desvalorizou a Lira. A nação estava
endividada para a guerra.
Os protestos operários adquiriram características revolucionárias: operários
tomando fábricas e camponeses ocupando terras.
A burguesia, vendo-se ameaçada pela revolta social, apelou para um peque-
no mas bem organizado grupo político, estruturado militarmente e disposto a
usar a força para acabar com as ameaças revolucionárias.

Benito Mussolini nasceu na Romagna, em 1883, de família pobre, filho de


família pobre. foi militante socialista até 1915, onde dirigia o jornal “Avanti”.
Com a entrada da Itália no lado da Tríplice Entente, apesar de pertencer a
tríplice aliança, Mussolini era favorável a participação na guerra e os demais
socialistas eram contrários.
Mussolini se desentende com os socialistas e acaba fundando o fascismo
(fasci = feixes), de tendência anti-socialista.
Em 1919 lança o jornal “Popolo d’Itália” de tendência fascista, e participa das
eleições não elegendo um candidato sequer fascista. Mudando de tática
passa a reforçar o fascismo de combatimento (ação paramilitar).
Em 1921, os sindicatos de esquerda convocam manifestação contra a vio-
lência fascista, e os mesmos financiados pela burguesia respondem em 1922
com a GRANDE MARCHA SOBRE ROMA.

Pressionado, o rei Victor Emanuel III convoca Mussolini para o cargo de pri-
meiro ministro, onde passa a utilizar da máquina para fortalecer seu partido.
Nas eleições de 1924, utilizando do fraude, corrupção e violência, os fascis-
tas alcançam maioria no parlamento.
Giácomo Matteoti líder dos socialistas, denunciou o método eleitoral fascista,
e acabou morto, com Mussolini montando uma farsa para apurar a fraude,
para mais tarde, assumir o assassinato. Outro grande baixa socialista foi An-
tônio Gramsci, maior intelectual marxista italiano, escrevendo a maioria de
suas grande obras na prisão, onde morreu.
Em 1925 Mussolini anunciou um regime totalitário de governo. A oposição foi
eliminada e a constituição reformada.
O fascismo bem como o nazismo se assentavam nos seguintes princípios:
totalitarismo, nacionalismo, idealismo, romantismo, autoritarismo, militarismo,
anticomunismo, espaço vital, etc... A única diferença é que no fascismo não
aparece o princípio racista.
No ano de 1925 Mussolini passa a ser o DUCE (condutor supremo da Itália).

O poder fortemente concentrado nas mãos do chefe Mussolini permitiu reali-


zar numerosas tarefas que o parlamento não conseguia cumprir.
Em 1926 a repressão passa a cargo da OVRA (polícia política fascista).
Em 1927 criava um regime corporativo, baseado na Carta del Lavoro (carta
do trabalho), determinando o controle do sindicato pelo Estado e o estabele-
cimento de muitas medidas de favorecimento da classe trabalhadora para
tirá-los da zona de influência do socialismo, como: Carga horária de 8 horas
de trabalho; férias remuneradas; dia de descanso remunerado; carteira de
trabalho; assistência social etc.
Em 1929 firma com o papa Pio XI o tratado de Latrão, dando direito de sobe-
rania do Estado do Vaticano para à igreja em troca do apoio desta ao fas-
cismo.

A derrota da Alemanha na grande Guerra e a conseqüente queda do império


deixaram o país à beira de uma guerra civil e mesmo o governo social demo-
crata instalado apelou para o exército para evitar a revolução comunista. No
meio deste caos aparece e se fortalece o Nazismo.
Adolf Hitler nasceu na Áustria, e foi tentar a sorte na Alemanha tentando en-
trar na Escola de Belas Artes, e reprovado, viveu pintando cartão de natal
para sobreviver. Na primeira guerra foi ferido, onde foi condecorado com a
Cruz de ferro.
Em 1919 entra para o Partido Trabalhista Alemão, e em 1920 ajuda a trans-
formá-lo em Partido Nacional Socialista dos trabalhadores (nazismo), tornan-
do seu líder devido ao seu poder de oratória.
Em 1918, um grupo de socialistas revolucionários liderados por Karl Liebk-
necht e Rosa de Luxemburgo, fundadores da liga espartaquista, tentaram
implantar o comunismo na Alemanha, sendo derrotados pelos exército com
auxílio dos freikorps (força paramilitar). Os principais líderes foram condena-
dos à morte, assumindo os social-democratas que colocaram Ébert no poder.
Com a entrada de Ébert inaugurava-se a República de Weimar (Estado fede-
ralista, democrático, liberal e parlamentarista), composto por duas câmaras:
Reichstag e o Reichsrat. O poder executivo cabia ao presidente, eleito por
sete anos, e o governo exercido por um chanceler.
Os ônus da guerra ajudaram a disparar o processo inflacionário e no ano de
1923, um dólar chegou a valer 1 bilhão de marcos, e os salários passaram a
ser reajustados diariamente, apesar de nada adiantarem para os trabalhado-
res.
No mesmo ano Hitler lidera o Putsch da cervejaria de Munique, primeira ten-
tativa de golpe fascista na Alemanha, auxiliado por Ludendorf e por Roehm.
Hitler derrotado foi condenado à cinco anos de prisão, onde escreveu sua
obra Mein Kampf (Minha luta).

Ao sair da prisão Hitler, solto após 8 meses, onde organizou dois agrupa-
mentos paramilitares: SA (Tropa de Assalto) liderada por Roehm e SS (Tropa
de Segurança).
O elemento essencial da doutrina é o racismo. A idéia de superioridade da
raça ariana, levando a oposição à ideologia liberal, ao marxismo, à igreja ca-
tólica e principalmente aos judeus.
O antimarxismo acabava identificado com o judaísmo, devido a origem étnica
de Marx, Rosa de Luxemburgo e Leon Trotsky (Lev Davidowitch Bronstein).
Em 1925, Hindemburgo vence as eleições, e o empréstimo de capital dos
norte-americanos, acalma a situação na Alemanha.
Em 1929, com a queda da bolsa de Nova York, acontece a quinta feira negra
ou a grande depressão que atingiu todo mundo capitalista, e a política liberal
passa a ser combatida praticamente em todo mundo, favorecendo, o proces-
so de ditadura.
Em 1930 e 1932, os nazistas e comunistas levaram vantagem no parlamen-
to, enquanto social-democratas e centristas sofriam grande derrota.
Em 1933 Hindemburgo vence Hitler apertado, e este acaba sendo convoca-
do pelo a chanceler Von Pappen, para o seu lugar, passando então para vi-
ce-chanceler.
Como chanceler Hitler inicia a trajetória para a tomada do poder, iniciando
ateando fogo no Reichstag, acusando os comunistas.
O programa nazista entrou em ação: partidos proibidos, sindicatos suspen-
sos, aumento do poder central, medidas anti-semitas.
Em 1934 elimina os líderes da SA que conspiravam contra Hitler, inclusive
Roehm, na famosa longa noite dos punhais. Campos de concentração co-
meçaram a funcionar.

Com a morte de Hindemburgo, Hitler acumulou o cargo de presidente e


chanceler, iniciando a caminhada rumo à formação do terceiro reich.
O poder foi centralizado na pessoa do Führer e os membros do partido nazis-
ta ocuparam todos postos na administração.
Pelas leis de Nuremberg de 1935, os judeus foram discriminados, passando
a condição de súditos e perdendo seus direitos civis e acesso a lugares pú-
blicos; além da proibição do casamento com alemães. Em 1938 a violência
cresceu: espancamentos, destruição de sinagoga, uso de sinais identificado-
res e aprisionamento nos campos de concentração. Diversas personagens
famosas fugiram da Alemanha como: Albert Einstein, Thomas Mann, Bertold
Brecht etc...
Em 1936 foi criada a polícia secreta (Gestapo) para descobrir os inimigos po-
líticos.
Sob a liderança de Joseph Goebels foi iniciada uma ampla campanha propa-
gandística para a filiação da juventude hitlerista, principalmente através do
cinema e das grandes construções arquitetônicas desenvolvia um culto a
personalidade do Führer, com objetivo de atingir as massas, com imagens e
comunicados simples e repetitivos.
A massa era preparada psicologicamente para a questão da honra, docilida-
de, subserviência à autoridade.

2º GUERRA MUNDIAL:

A esperança dos países europeus de uma paz duradoura com o fim da 1ª


Guerra Mundial foi mera ilusão. Vários fatores criaram as condições para que
novo conflito eclodisse, envolvendo todas as nações européias e a maior
parte dos países do mundo, no período de 1939 a 1945:
O comportamento revanchista dos vencedores da 1ª Guerra Mundial;
Crise de 1929 e suas graves conseqüências políticas e sociais em quase to-
dos países Europeus;
O surgimento dos governos nazi-fascistas - totalitários, militaristas e expan-
sionistas (espaço vital).
O fracasso da Sociedade ou liga das nações.

O intervalo entre a 1ª e a 2ª Guerra Mundial não passou de uma trégua, por-


que os vencedores não souberam construir a paz, preparam a guerra.
Enquanto os franceses tinham superioridade militar, a Sociedade das Na-
ções velou pelo cumprimento das disposições dos tratados de paz.
O rearmamento alemão abriu uma nova fase, na qual a Sociedade das Na-
ções se sentia impotente para agir, não tendo o apoio de seu mais forte as-
sociado, os Estados Unidos.
Um fator importante do conflito foi a vontade de hegemonia de Hitler, a busca
de um espaço vital que levaria à implantação de uma nova ordem.
Também contribuíram fortemente os interesses do grande capitalismo indus-
trial alemão, ansioso pela redistribuição dos mercados coloniais e pelo con-
trole de fontes de matérias-primas estratégicas na própria Europa.
A violenta competição entre as potências industrializadas e a concorrência
imperialista, associadas à preocupação em isolar a União Soviética, criaram
amplo espaço de ação para os nazistas.

A partir de 1930 a situação política internacional estava novamente sob ten-


são:
Em 1931 o Japão conquistou a Mandchúria e invadiu a China, desligando-se
da sociedade das Nações, quando esta protestou.
O mesmo fez a Alemanha, depois que desobedeceu o Tratado de Versalhes,
reaparelhou e reorganizou seu exército, remilitarizando em seguida a Renâ-
nia.
Na Espanha deflagrou-se a guerra civil depois da vitória do socialista Manoel
Azaña, onde os burgueses passaram a apoiar a extrema direita liderada pe-
lo generalíssimo Franco com apoio do Nazi-Fascismo, determinando a morte
de aproximadamente 1 milhão de pessoas, da destruição de Guernica, retra-
tada pelo pintor Pablo Picasso e a vitória do Franquismo.
Em 1936 formou-se o EIXO (Roma-Berlim) e Hitler proclamou abertamente
sua política expansionista. A neutralidade dos EUA, o isolamento da URSS
deixavam Hitler à vontade para levar avante seus planos.
Em 1938 Hitler anexou a Áustria (Anchluss) e ocupou os Sudetos (noroeste
da Tchecoeslováquia).
Mussolini promoveu a reunião da França (Daladier), Inglaterra (Chamberla-
in), Itália (Mussolini), Alemanha (Hitler), na Conferência de Munique, prome-
tendo o fim do expansionismo.
Em 1939 Hitler ocupava o resto da Tchecoeslováquia e reivindicando Dant-
zig e o corredor polonês, invadiu a Polônia, determinando a declaração de
guerra da Inglaterra e da França. A Itália não beligerante permaneceu neutra
até 1940.

A ofensiva alemã contra a Polônia foi fulminante: iniciada no dia 1º de se-


tembro de 1939, durou apenas três semanas.
Através da ação da Blitzkrieg (Guerra relâmpago) que consistia em ataques
maciços com o uso de carro de blindados (panzer) e da aviação (Luftwaffe) e
de navios de guerra, os alemães ocuparam inicialmente a Dinamarca e a No-
ruega, garantindo a continuação da exportação do aço da Suécia. Em segui-
da domina a Holanda e a Bélgica, reeditando o plano Schlieffen da 1º Guerra
Mundial.
As tropas francesas, inglesas e belgas foram empurradas até a cidade portu-
ária de Dunquerque, onde encurraladas pelas tropas alemães, principalmen-
te depois que a linha Maginot de defesa da França foi ultrapassada, gerando
a retirada de Dunquerque.
Com a invasão sobre a França, acontece a seguinte divisão: O norte ocupa-
do diretamente pelos alemães e o sul ocupado pelos colaboracionistas lide-
rados pelo Marechal Pétain formando à república de Vichy.
A Luftwaffe comandada por Herman Goering acabou derrotada pela Real Air
Force (RAF) - Força Aérea Real. Churchill declara: “que nunca tantos deve-
ram tanto a tão poucos”.
Os italianos atacavam o norte da África, tentando tomar o canal de Suez e
italianos e alemães atacaram a Grécia, a Bulgária, a Iugoslávia e toda região
balcânica.

Hitler muda de tática acabando com o pacto Ribentrop-Molotov, invadindo a


URSS.
Os generais acreditavam numa vitória rápida sobre os soviéticos com três de
milhões de soldados preparados para uma conquista, mas Hitler não contava
com o grande número de soldados russos, nem avaliara a extensão do seu
território, bem como a resistência de tropas e da população, e contando com
a ajuda do clima, os soviéticos liderados por Stálin, venceram os nazistas na
batalha de Stalingrado. Início da queda do nazismo no mundo.
Outras derrotas nazistas aconteceram com a vitória dos aliados na batalha
de El Alamein liderados pelo general inglês Montgomery derrotando as tro-
pas de Rommel, “A raposa do deserto”, retomando o controle do canal de
Suez, no Egito.
Outra derrota importante aconteceu no dia 06 de junho de 1944 - O chamado
“Dia D” - sob o comando do general Eisenhower, a chamada operação O-
verlord, onde os aliados contaram com ajuda da resistência (Franceses que
lutavam contra a invasão nazista liderados por Charles de Gaulle).
Os aliados invadiram a Itália empurrando Mussolini para o norte da Itália, on-
de acabou morto junto com sua mulher Clareta Petraci, sendo ambos fuzila-
dos e dependurados numa praça.
Hitler encurralado ainda teve de enfrentar a tentativa de destituição efetivada
por alguns generais que acabaram sendo mortos. Na véspera de perder a
guerra recrutou jovens e mulheres para pertencerem ao exército de defesa
da Alemanha.
Não contendo o avanço soviético em Berlim, Hitler se suicida com sua mu-
lher Eva Braun.

A guerra no pacífico começou desde que o Japão iniciou sua corrida imperia-
lista, invadindo a China em 1931, mas chegou ao seu apogeu com a entrada
dos Estados Unidos liderados MacArthur.
Os Estados Unidos bloquearam a conta dos japoneses e iniciaram uma polí-
tica de retaliação ao Japão, e este país aconselhado pelo general Tojo e con-
tando com a estratégia do Almirante Yamamoto, acabaram invadindo Pearl
Harbor, justificativa com Franklin Delano Roosevelt precisava para conven-
cer os Norte-americanos a entrarem na guerra.
O ataque japonês generalizou-se em três direções: Ilhas Filipinas e Índias
holandesas (Indonésia), fontes de matérias primas estratégicas; Ao oeste
Hong-Kong, Singapura e Birmânia; ao leste Oceania, Nova Guiné, Ilhas Sa-
lomão e Aleutas.
A contra-ofensiva norte-americana, aconteceu com a vitória na batalha do
Mar de Coral detendo a expansão japonesa ao sul. Depois da batalha de
MidWay os americanos desembarcam em Guadalcanal com ajuda do exérci-
to australiano. em 19 de janeiro de 1944, aconteceu o primeiro desembarque
americano no Japão em território japonês: Iwojima.
Os japoneses mesmos cercados com pesados bombardeios resistiam com
os suicidas Kamikazes. Os Estados unidos apesar do Japão discutir o trata-
do de paz com os soviéticos, preferiu abreviar à guerra, no mesmo momento
que demonstrava ao mundo seu poderio militar com o lançamento de duas
bombas: Hiroshima em 6 de agosto de 1945 - 100.000 pessoas mortas; Na-
gasaki 8 de agosto de 1945 - 200.000 vítimas.
Em 2 de setembro de 1945, a bordo do encouraçado Missouri, os japoneses
renderam-se diante do general MacArthur, era o fim da 2ª Guerra Mundial,
onde o rei perdeu sua condição de Rei divino, com o estabelecimento de
uma monarquia parlamentarista.

Os acordos de paz foram realizadas ainda no período das guerras:


Conferência de Teerã (Irã - novembro de 1943) reuniu os grandes estadistas:
Stálin (URSS), Roosevelt (EUA), Churchill (Inglaterra), determinou a invasão
da Normândia - O “Dia D”.
Conferência de Yalta (Na Criméia russa - fevereiro de 1945) com os mesmos
estadistas, discutiram a criação da ONU em substituição a Liga ou Socieda-
de das Nações, além de definir a partilha do mundo. Separa o mundo capita-
lista do socialista.
Conferência de Potsdam (Berlim - agosto de 1945), com novos participantes:
Stálin (URSS), Harry Truman (EUA), Clement Attlle (Inglaterra) que decidi-
ram pela desnazificação da Alemanha, com a criação do Tribunal de Nuren-
berg para julgar os criminosos nazistas de guerra, a desmilitarização do País
e a abolição dos trustes e cartéis que subsidiaram o nazismo. A principal A-
lemanha foi divida em quatro zonas de ocupação: Inglesa, francesa, ameri-
cana e soviética, onde mais tarde as três primeiras se uniram formando a
República federativa alemã e a soviética formando a República Democrática
Alemã. Fixou-se o pagamento de 20 bilhões de dólares de indenização e a
cessão de Dantzig (Gdansky) à Polônia.

PÓS GUERRA (Guerra Fria):

O balanço da segunda guerra mundial revela uma destruição material e hu-


mana muito superior à 1º grande guerra, resultando em grande número de
países com graves crises sociais.
Os aliados não esperam o fim do conflito para começarem a exibir seus an-
tagonismos, definindo-se um bloco oriental, liderado pela URSS e outro oci-
dental pelos EUA.
Para definir as zonas de influências e evitar conflitos diretos entre as grandes
potências, o mundo mergulhou na guerra fria, surgindo a ONU (Organização
da Nações Unidas) como instituição mediadora dos conflitos.
A Conferência de Yalta praticamente definiu todas essas medidas acima na
reunião em fevereiro de 1945, com a participação dos seguintes representan-
tes: Churchill (Inglaterra), Stálin (URSS), Roosevelt (EUA), onde os países
capitalistas aliados fizeram numerosas concessões aos soviéticos, dada sua
importância na guerra contra os alemães naquele momento.
Outras conferências importantes da guerra, foram: Teerã (1943) que definiu
a ação dos aliados no dia D de 6 de junho de 1944, com a invasão a Nor-
mândia e a retomada da França; Potsdam (1945) com a participação de Stá-
lin (URSS), Clement Attlle (Inglaterra), Harry Truman (EUA). Nesta última
conferência foi regulamentada a divisão da Alemanha em 4 partes entre os
aliados: URSS, França, Inglaterra, EUA, mais tarde a primeira parte formará
a República Democrática Alemã e as outras três saem da Alemanha devol-
vendo as terras que acabará formando a República Federativa Alemã.
Após a segunda guerra mundial a Europa perdeu a hegemonia econômica e
política, ascendendo os EUA e a URSS, ao mesmo tempo que surgia o bloco
dos países do Terceiro Mundo.
A ONU foi criada com a finalidade de substituir a Sociedade ou Liga das Na-
ções na tarefa de preservar a paz mundial, tendo surgido após o encontro de
26 nações em Washington em 1942, e o acerto com a URSS, em 1945, na
Conferência de Yalta.
A ONU fica localizada em Nova York, e possui 6 órgãos principais: O conse-
lho de segurança, composto por dezesseis países, sendo cinco fixos e com
poder de veto: EUA, URSS (Atualmente Rússia), França, Inglaterra e China;
e dez que se revezam por um período de dois anos: Cinco da Ásia e África,
dois da Europa ocidental, um da Europa oriental e dois da América Latina.
Assembléia geral, composta por todos os membros representantes, discutem
os problemas mundiais, mas não podem decidir, remetendo para o Conselho
de segurança a decisão final.
O secretariado geral que tem por função administrar e organizar e é escolhi-
do pelo Conselho de Segurança e votado pela Assembléia geral.
Conselho Econômico e Social que controla diversos departamentos auxilia-
res como: FAO (Organização de Alimentação e Cultura), UNESCO (Organi-
zação Educacional, Científica e Cultural), OIT (Organização Internacional do
Trabalho), UNICEF (Fundo para a Infância), CEPAL (Comissão Econômica
para América Latina), FMI (Fundo Monetário Internacional), GATT ( Acordo
Geral de Tarifas e Comércio).
Corte internacional de Justiça, c/ a finalidade de julgar conflitos internacio-
nais, com sede em Haia.
Conselho de Tutela, praticamente sem uso, pois foi criado para cuidar dos
direitos das colônias contra os abusos se suas metrópoles, hoje todas as co-
lônias foram emancipadas.
Durante os primeiros anos de sua existência a ONU enfrentou graves pro-
blemas internacionais criados pela Guerra Fria, isto é, conflito diplomático
entre URSS e EUA. Os princípios formulados pelo presidente Truman (Dou-
trina Truman) e a invasão norte-americana na Grécia e Turquia que estavam
sendo dominadas pelos comunistas, através de ações militares; além do
Plano Marshall de recuperação econômica da Europa e do plano Colombo
para recuperação econômica do Japão para evitar o avanço socialista, bem
como a criação da “Cortina de Ferro” soviética, marcam momentos de ten-
sões entre os dois blocos.
O macarthismo foi o período de perseguição a todas as pessoas do meio ar-
tístico e científico consideradas inimigas do capitalismo, julgadas pelo comitê
de atividades anti-americanas, criando uma verdadeira “caça às bruxas”, a-
tingindo pessoas como Charles Chaplin, Daniel Hashemett, Bertoldo Brecht
etc... e condenando a pena de morte apesar de não ter provas suficientes, o
casal Rosemberg, de passar informação sobre a bomba atômica para os So-
viéticos.
Em 1947 a URSS lança sua bomba atômica, movimentando o surgimento de
dois agrupamentos militares: a OTAN (Organização do Tratado Atlântico-
Norte) e o pacto de Varsóvia.
No plano econômico a Europa ocidental com o empréstimo do Plano Mar-
shall organiza suas atividades em bloco para poderem competir com Sovié-
ticos e Americanos. Surge inicialmente o BENELUX (Bélgica, Holanda e Lu-
xemburgo), estes se unem a França, Alemanha e Itália formando o CECA
(Comunidade Econômica do Carvão e do Aço) e o Euratom. Esta reunião ge-
ra o MCE (Mercado Comum Europeu) ou CEE (Comunidade Econômica Eu-
ropéia). Na década de 70 com a morte de Charles de Gaulle (Presidente
francês), acabam entrando Inglaterra, Irlanda do Sul e Dinamarca. Na déca-
da de 80 com o fim das ditaduras e a implantação da democracia, são acei-
tos Grécia, Espanha e Portugal. Totalizando 12 países que não apresentam
nenhuma barreira alfandegária nas suas fronteiras, permitindo livre circula-
ção de capitais, mercadorias e mão-de-obra. Em 1995 foram aceitos mais
três: Áustria, Finlândia e Suécia.
Na parte da Europa Oriental foi criada a COMECON (Conselho de Assistên-
cia Econômica Mútua), liderada pela URSS, através da economia planificada
pelo Estado.

Após a 2ª Guerra Mundial, EUA e URSS muitas vezes se aproximavam da


ameaça do uso da bomba atômica, dependendo da tendência bélica ou paci-
fista, ou das condições históricas do momento.
Com Truman as relações entre os dois países ficaram ameaçadas, princi-
palmente quando a URSS lançou sua primeira bomba atômica e com o forta-
lecimento do Komintern (União dos Partidos Comunistas).
Em 1952 foi eleito pelo partido republicano Dwight Eisenhower, sendo reelei-
to em 1956. Na política externa oscilou entre o enfrentamento da Guerra Fria
e o entendimento da Coexistência Pacífica proposta por Nikita Kruschev,
substituto de Stálin, morto em 1953. O secretário de Estado norte-americano
John Foster Dulles comandou uma política agressiva contra os soviéticos or-
ganizando pactos militares contra o comunismo (Anzus - Austrália, Nova Ze-
lândia e EUA; Otase - Nova Zelândia, Austrália, Filipinas, Tailândia e o Cento
- Turquia, Iraque, Irã, e Paquistão), de outro lado iniciou os primeiros acordos
do pós-guerra.
A nível interno combateu o Macarthismo e a defesa de uma maior igualdade
racial.
No final de seu governo, ao mesmo tempo que negociava com Kruschev a
Coexistência Pacífica, teve um avião americano de espionagem abatido na
URSS, conhecido como U2, deixando sua imagem prejudicada e favorecen-
do o candidato democrata John Kennedy.
Enquanto isso a URSS lançava o primeiro foguete o Sputnik e mais tarde o
primeiro homem a fazer uma órbita no espaço: Yuri Gagarin.
Kennedy continuou a política oscilante externa de Eisenhower, buscando o
enfrentamento com Cuba, onde armou dissidentes cubanos contra Fidel Cas-
tro, para invadir a Baia dos Porcos e mandou um grupo de soldados para o
Vietnã, além de criar a aliança para o progresso com os vizinhos do conti-
nente para combater o comunismo.
Enquanto isso, negociava com Kruschev a Coexistência pacífica prometendo
não invadir mais Cuba, em troca da retirada dos mísseis soviéticos da ilha.
Esta relação ficou mais ameaçada devido a construção do muro de Berlim
em 1961, para impedir a fuga da mão de obra da Alemanha Oriental para o
Ocidente.
A nível interno dinamizou áreas de educação e saúde, e tornou ilegal a dis-
criminação racial. Foi baleado e morto em Dallas, Texas, oficialmente por
Lee Oswald, e este morto por Jack Ruby, porém, se cogita ser uma conspi-
ração contra o presidente.
Na luta contra o racismo se destacaram Martim Luther King (Pacifista) e Mal-
coln X (favorável a luta violenta) compactuando com os Muslins blacks e os
Blacks Panthers.
Lindon Johnson, vice-presidente, assume e foi reeleito em 1964. Na política
externa foi ofensivo contra o comunismo, chegando a enviar 500 mil norte-
americanos para o Vietnã. A demora na resolução da guerra tornou a opinião
pública contrária a guerra, com o aparecimento do movimento Hippie, com a
proposta do paz e amor. acabou isolado, e perdeu as eleições para o repu-
blicano Nixon.
Na URSS Kruschev conhecido pela desestalinização, foi derrubado, assu-
mindo Leonid Brejnev, da linha dura do socialismo.
Richard Nixon estabeleceu a vietnamização da guerra substituindo gradati-
vamente os soldados norte-americanos por armas. Apesar de iniciar a políti-
ca do Détente (Distensão) e aceitar a China socialista em substituição à na-
cionalista entre os cinco países fixos da ONU, mantinha uma linha dura para
a América, ajudando a ditadura militar chilena a derrubar Salvador Allende.
O principal personagem do seu governo foi o secretário de Estado Henry
Kissinger, e na metade do seu segundo mandato, acabou sendo acusado do
caso Watergate (escuta colocada no partido democrata para ouvir os planos
dos inimigos), por dois jornalistas do “Washington Post”, e teve de renunciar
para não sofrer o Impeachment. foi substituído pelo vice Gerald Ford que
perdeu as eleições para o democrata Jimmy Carter.
Obs.: No governo Nixon aconteceu o acordo SALT 1 de desarmamento de
armas estratégicas.
Jimmy Carter (1977-1980) assinou o SALT 2, aumentou a distensão, e ini-
ciou uma política dos Direitos Humanos, pressionando os militares a restabe-
lecerem o retorno da democracia. Carter também patrocinou a Conferência
de Camp David em 1978, dando origem ao tratado de paz entre o Egito re-
presentado por Anuar El Sadat e Israel representado Por Menahen Begin,
devolvendo o Monte Sinai para o Egito. Ambos ganharam o Prêmio Nobel da
paz, mas Sadat acabou assassinado por fundamentalista muçulmano radical.
No final do seu governo emergiram crises internacionais com a derrubada
do Xá Reza Pahlevi aliado dos EUA, e a entrada do líder Xiita Aiatolá Kho-
meini. Este último exigia a devolução do Xá para o Irã, diante da recusa de
Carter, Aiatolá acabou fazendo diversos reféns norte-americanos, onde Car-
ter tentou uma fuga fracassada. Outra derrota foi a derrubada de Somoza,
outro aliado dos EUA, pela Força Sandinista de Libertação Nacional (FSLN),
liderada por Daniel Ortega. O último grave problema foi a invasão do Afega-
nistão pela URSS de Brejnev.
Vence as novas eleições o republicano Ronald Reagan em 1981 e reeleito
em 1984. Reinicia o conflito com a URSS, planejando a Guerra nas Estrelas,
sofisticado projeto bélico comportando mísseis de defesa contra possíveis
ataques soviéticos. Acontece o recrudescimento contra o socialismo, inva-
dindo Granada, e combatendo os sandinistas com os contras, aliás foi des-
coberto o plano Irã-contra, onde Reagan vendia armas para o Irã apesar de
atacar Aiatolá, em troca da libertação dos reféns, e o dinheiro financiava os
contras que atacavam os Sandinistas.
A nível econômico criou o Reaganomics, política do Estado mínimo, onde
deveria haver a diminuição dos impostos e conseqüentemente dos gastos
com os problemas sociais que deveriam ser transferidos para os particulares.
Esta política aumentou a recessão, o desemprego e a recessão social.
Enquanto isso na URSS morria Brejnev, substituído por Andropóv, Tcher-
nenko e Mais tarde Gorbachev, que estabeleceu a Perestroika (Restrutura-
ção econômica) e a Glasnot (Transparência política, social e cultural), bene-
ficiando dissidentes com Andrey Sakharóv (Físico nuclear, criador da bomba
atômica russa). A política de substituir o Partido comunista pelos sovietes,
enfraqueceu o controle político, permitindo a descentralização da URSS e do
Leste europeu.
Reagan e Gorbatchév fizeram uma política de reaproximação mas com a
fragmentação da URSS, Gorbatchév renuncia, e o presidente Bóris Yeltsin,
eleito presidente da Rússia, se torna a figura central das negociações Leste-
Oeste.
George Bush é eleito devido a popularidade de Reagan, e aumenta sua sim-
patia com a invasão vitoriosa ao Iraque de Sadam Hussein que havia invadi-
do o Kuwait, acusando-o puxar o preço do petróleo para baixo para favorecer
os EUA. No entanto a crise econômica gerada no governo Reagan estourou
agravando a situação social, que acabou dando vitória para o democrata Bill
Clinton. Neste governo acontece o encontro de Itzak Rabin (Israel) e Yasser
Arafat (Palestino) negociando a devolução da faixa de Gaza e a Cisjordânia
para os palestinos, ocupado por Israel desde 1967, na Guerra dos Cem dias.

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