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CONTEÚDO

PROFº: ÉRICA
09 Figuras de Linguagem – Justificativa 3
A Certeza de Vencer KL 150408

01. Leia o texto 1


Enlace Assustada, a velha pula da cadeira, se debruça na cama:
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No convento da senhorita Sandra – João. Fale comigo, João.


Carvalho e cirurgião plástico Geme fundo, abre o olhinho vazio, um palavrão:
Nóbrega Pernotta, contraíram – Bruuuxa... diaaaba...
carmelitas ontem as próprias testemunhas – Ai, que susto. Graças a Deus.
sendo seus pais os laços
matrimoniais. 2
(Millôr Fernandes.) O velho compra um naco de queijo e avisa:
A graça, no texto de Millôr, decorre da – Se você pega eu te corto em pedacinho.
a) alteração dos sentidos das palavras, já que a forma de A velha tem de pegar quando limpa o armário. Daí recebe um
organizá-las sugere outro significado, diferente de enlace, tapa na orelha, dois empurrões e cai sentada.
proposto no título. – Conheceu, sua diaba?
b) transgressão do princípio sintático de articulação das
palavras, o que acaba por criar associações inusitadas e 3
singulares. Nhô João, perdido de catarata negra nos dois olhos:
c) desorganização total do texto, que faz com que o leitor tente – Me consolo que, em vez de nhá Biela, vejo uma nuvem.
ordenar as palavras para entendê-lo – o que não é possível.
d) organização das palavras segundo os padrões sintáticos da 4
língua, o que garante a manutenção do sentido do texto. Na hora de assinar, todo soberbo o velhote, no seu oclinho
e) articulação das palavras dentro das convenções da língua, torto:
mas com outros matizes de significação, o que altera, por – O meu nome, qual é? Quem mesmo sou eu?
exemplo, o sentido do título.
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A flor e a náusea A velhinha meio cega, trêmula e desdentada:
“Uma flor nasceu na rua! – Assim que ele morra eu começo a viver.
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada a) Trata-se de um conto, dividido em cinco capítulos curtos,
ilude a polícia, rompe o asfalto. conhecidos como haicais, formas narrativas que denotam a
Façam completo silêncio, paralisem os negócios, influência oriental na escrita de Dalton Trevisan, importante
garanto que uma flor nasceu. divulgador destas tradições na literatura nacional.
[...] b) O desencanto e a infelicidade conjugais, tematizados neste
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.” e em diversos outros textos deste escritor, aproximam sua obra
ANDRADE, Carlos Drummond de. A rosa do povo. 28 ed. dos valores e preceitos do byronismo: o verdadeiro amor só
Rio de Janeiro: Record, 2004, p. 28. pode realizar-se plenamente entre os jovens, fora das
convenções sociais.
02. Quanto ao TEXTO 2, é CORRETO afirmar que: c) O caráter sintético das cinco unidades narrativas advém,
I. Drummond afasta-se da poética modernista ao utilizar termos entre outros procedimentos, da economia textual resultante do
como “tédio”, “nojo” e “ódio”, expressões do cotidiano e em recurso a elipses e à combinação expressiva entre as estratégias
desacordo com o ideal estético da época. do discurso direto das personagens e de intervenção do
II. Em “É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto...” (verso 7), narrador.
temos uma figura de linguagem denominada aliteração. Na d) Os protagonistas deste texto, Nhô João e Bruxa Diaba, são
utilização desse recurso, forma e conteúdo são aliados para personagens presentes em diversos outros contos do autor,
construção de um significado. representando tipos rurais, ingênuos e supersticiosos, evocados
III. Em “É feia. Mas é uma flor”. (verso 7), a conjunção indica de forma saudosa e bem-humorada pelo escritor curitibano.
que ser flor é um elemento adicional ao fato de ser feia. e) Como no caso da obra de Jorge Amado, a maior parte da
IV. a exclamação no final do verso 1 encerra uma frase produção de Dalton Trevisan desenvolve-se através das formas
imperativa. narrativas curtas – contos –, privilegiando as reflexões sobre
V. O nascimento da flor pode ser considerado uma metáfora problemas psicológicos do homem moderno, fechado em sua
para a possibilidade de existência de vida em condições individualidade subjetiva.
adversas: “Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.” (verso 7). “É regra disciplinar e de saúde: na escola pública Sydney’s
Arncliffe, na Austrália, tornou-se obrigatório o uso de óculos
Estão corretas: escuros, até para crianças que estão no jardim de infância. O
a) I e II Hospital dos Olhos de Sydney alertou para os riscos da
b) II e III exposição aos raios ultravioleta.”
c) II e V (IstoÉ, 8/8/2007)
VESTIBULAR – 2009

d) II, III e IV 04. Qual a função da linguagem evidente no texto?


e) Todas as afirmativas. a) referencial
b) apelativa
03. Leia o texto abaixo de Dalton Trevisan incluído na coletânea c) conativa
Em Busca de Curitiba perdida e assinale a afirmativa correta: d) poética
CINCO HAICAIS e) metalingüística

FAÇO IMPACTO - A CERTEZA DE VENCER!!!


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O bruxo Descrevendo a imagem


Nós dois, Paulo e eu, precisávamos planejar o que fazer, como
fazer. Pai e mãe não se largavam mais do homem. Antes juravam Imagens são coisas bastante diversas: quadros, esculturas,
sobre o que ele dizia. E pai estava morrendo a olhos vistos. Hoje fotografias, filmes, ficções literárias, figuras de linguagem (como
amanhecera sem poder levantar-se, lívido, as pernas sem forças, a metáfora e a metonímia), símbolos, sonhos, imitações pela
vergando para trás. mímica e pela dança, sons musicais, poesia. Embora sejam todas
Mas, à noite, aquele homem reuniria todos ao redor da mesa, imagens, elas são diferentes: algumas se referem a imagens
pediria bebidas e cigarros e falaria pelos espíritos, até arriar de
exteriores à nossa consciência (pinturas, fotos, mímicas,
bêbado.
símbolos); outras podem ser consideradas internas ou mentais
Ele surgira estrada a fora e entrara. Viera curar pai da diabetes, se
em troca lhe desse alguns alqueires de terra.
(sonhos, devaneios); outras ainda são externas e internas (no
Pai escreveu num papel a doação do “Cana Caiana”, metade de seu caso da ficção literária, por exemplo, a imagem é externa, pois
gado, matas para extração de madeira e pusera tudo no cofre. está no livro, e é interna, pois leio palavras e com elas imagino).
O homem queria aquilo, queria as terras, as matas, o gado. Tinha o No entanto, algo é comum a todas elas: oferecem-nos coisas,
poder da morte nas mãos e tomaria tudo do pai, que não tinha mais situações, pessoas que guardam alguma semelhança com outras
forças. Nem forças, nem fala. coisas, situações, pessoas reais. Por oferecer alguma parecença,
– Pai, você vai morrer. Este homem o está matando. diz-se que uma imagem oferece um análogo das próprias coisas.
– Mãe, este homem está matando o pai. As imagens oferecem um análogo seja porque estão no lugar
– Calado, calado. Se ele ouve o que dizes, morreremos todos. das próprias coisas, seja porque nos fazem imaginar coisas
(Heliônia Ceres) através de outras.
05. De acordo com o texto, A imagem é dotada de um atributo especial: ela tem o poder de
a) a expressão “tinha o poder da morte nas mãos” (linha 16) tornar presente ou de presentificar algo ausente, seja porque
quer dizer que o homem fazia o que queria da morte. este algo existe e não se encontra onde estamos, seja porque é
b) a idéia central é relatar a crença humana diante do espiritismo inexistente. No primeiro caso, a imagem é testemunha irreal de
ou bruxaria. alguma coisa existente; no segundo, é a criação de uma
c) a autora busca mostrar a fraqueza do homem diante da realidade imaginária, ou seja, de algo que existe apenas em
bruxaria. imagem ou como imagem.
d) o diabético faria tudo o que estivesse ao seu alcance para (Marilena Chauí. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2003, pp.
receber a cura. 145-146. Adaptado.)
e) os filhos não queriam a cura do pai. 08. Três imagens distintas precedem o texto de Marilena Chauí.
Considerando essas imagens e a reflexão proposta pela autora,
06. A construção “tinha o poder da morte nas mãos” (linha 16) analise os comentários a seguir.
expressa que figura de linguagem?
a) ironia d) antonomásia I. Considere este segmento do texto: “uma imagem oferece um
b) eufemismo e) catacrese análogo das próprias coisas”. Uma paráfrase para esse trecho
c) hipérbole seria “as imagens guardam similitude com os objetos que
representam”.
07. Os termos em negrito na linha 18 são, respectivamente,
a) sujeito, predicado nominal e objeto direto. II. O primeiro quadro está construído sob uma base
b) vocativo, predicado verbal e adjunto adnominal. metonímica; o segundo, de natureza simbólica, está construído a
c) sujeito, predicado verbo-nominal e adjunto adnominal. partir de uma convenção estabelecida. São dois exemplos de
d) vocativo, predicado nominal e objeto direto. linguagem não-verbal.
e) vocativo, predicado verbal e objeto direto.
III. As imagens também podem funcionar como signos, isto é,
podem provocar efeitos de sentido e de intenções. Por exemplo,
a primeira imagem poderia representar uma espécie de apelo ou
de denúncia e remeter para ameaças reais.

IV. O texto de Marilena é do tipo expositivo. A predominância de


verbos no presente do indicativo indica o caráter definitório e de
universalização das afirmações feitas.

V. A imagem é dotada de um atributo especial: ela tem o poder


de tornar presente ou de presentificar, simbolicamente, algo
ausente. O uso dos dois pontos aponta para a inserção de uma
explicação, ou de uma espécie de aposto relacionado ao atributo
da imagem. Esse atributo não se aplica ao terceiro quadro.

Os comentários estão CORRETOS apenas nos itens:


a) I, II, III e IV.
b) II e III.
c) I, II e III.
d) I, II e V.
e) I, III e IV.
VESTIBULAR – 2009

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