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O AMOR E A PAIXÃO

Existem 3 tipos de amor. O Amor Ágape, que é o Amor Universal, o Amor de


Deus que é o Amor à humanidade. O Amor Philos que é referente a amizade. E o
Amor Eros, que é o Amor entre homem e mulher.
O homem só se sente verdadeiramente feliz interiormente e satisfeito com
a vida, quando ele alegra seus semelhantes. Quanto mais pessoas ele fizer feliz,
mais feliz se tornará. Por isso, o Amor que deve predominar em nossos corações
é o Amor Ágape, pois Eros e Philos são limitados.
Nidai-Sama mesmo disse: “A missão de todo ser humano é amar a
humanidade e construir o protótipo do paraíso... e ela é obviamente a
maior. Ao mesmo tempo, cada pessoa com suas peculiaridades,
possuem missões menores como por exemplo, formar um lar e constituir
uma família.”
Mesmo que o homem sofra decepções amorosas, se ele possuir um grande
amor pela humanidade, ele nunca ficará abatido e depressivo, porque além de se
tornar fortalecido espiritualmente, o que lhe torna realizado e verdadeiramente
feliz é alegrar os semelhantes.
Quando o ser humano perde o ente amado, e não procura fazer nada,
passando a lastimar, é natural que entre em depressão. No entanto, se ele
acreditar que ainda poderá ser feliz no amor e procurar alegrar os semelhantes,
os horizontes se abrirão e sua vida tomará um novo rumo tão amplo e generoso,
que a “mão” que rege o universo, permitirá no momento certo, que ele encontre
sua alma gêmea.
Quando um relacionamento termina, as pessoas sofrem porque pensam
que nunca mais poderão ser felizes no amor, mas basta evoluir espiritualmente,
que encontrará alguém melhor do que a pessoa amada anteriormente.
O medo e o sofrimento de perder a pessoa amada nasce da ignorância de
achar que só ela pode nos fazer feliz.
Nós não sabemos quem é a nossa outra parte, por isso temos certos
relacionamentos para nos aprimorar até encontra-la.
Quem sofre com problemas amorosos, pode ter certeza de que Deus está
querendo lhes ensinar e lhe dar inteligência para escolher alma gêmea.
O ser humano sempre deve estar preparado para o fim de um
relacionamento, ou melhor, achar que o fim de um relacionamento não é o seu
fim.
Quando se termina um namoro ou um casamento com uma pessoa
apaixonada é comum ela dizer: “O QUE EU VOU FAZER AGORA? O QUE SERÁ DE
MIM?” Isto revela sua dependência e fraqueza, ou seja, faz da pessoa amada a
razão de sua existência, e por isso sofrem, sofrem porque não compreende que a
razão de sua existência é servir a Deus amando a humanidade. Homem e mulher
se casam para servir melhor o mundo, se o pensamento de ambos estiver fora
desse objetivo há sofrimento.
Meishu-Sama nos lembrou uma frase do Budismo: “Todo encontro está
condenado a separação”. Isto significa que o homem não deve possuir apego.
Mas, como retirar o apego?

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Uma vez, uma senhora chegou para o Ministro e disse:
- Ministro meu marido me abandonou, e eu sei que isso vai ser bom
para mim, porque ele era um mau caráter, mas eu sou apaixonada e
apegada demais e ele, e estou sofrendo muito porque não consigo
me livrar desse sofrimento. O que faço?
O Ministro disse:
- Calma, calma! Meishu-Sama diz que uma das formas de retirar o
apego é elevando o NÍVEL ESPIRITUAL.
E como é que se eleva o espírito? Praticando o bem, dedicando,
ministrando Johrei, engrossando a aura, assim, seu espírito vai se fortalecer e se
elevar, e naturalmente seu apego se reduzirá. Faça um esforço, mas não se
preocupe tanto em retirar o apego, se preocupe mais em fazer feliz os outros.

Você está parecendo um alcoólatra que quer se livrar da bebida, mas não
consegue. Meishu-Sama diz que para se curar um alcoólatra, não adianta tirar a
bebida dele, porque senão ele vai sofrer. Um meio muito melhor é elevar o
espírito dele as camadas superiores através do Johrei, que naturalmente ele vai
tomando repugnância e aversão às bebidas e sem sentir. E para retirar o apego é
a mesma coisa.
Apego é egoísmo, e egoísmo não eleva o espírito.
Por isso, pense em fazer feliz os semelhantes, assim, seu nível espiritual
subirá e mais tarde você encontrará alguém de seu mesmo nível. No final das
contas, o Ministro acabou se casando com ela. Por isso o amor ÁGAPE deve ser
maior que o amor EROS dentro de nós.
Realmente a paixão é algo muito perigoso, porque ela faz com que os
instintos dominem a razão, e quando isso acontece, o ser humano não se
preocupa se suas ações vão prejudicar ou não os semelhantes, e atinge um
estado psíquico descontrolado. Sobre isso Meishu-Sama escreveu: “Em suma o
amor é a flor e o espinho da vida (...) ele é a maior bênção de Deus
atribuída ao homem (...) mas, quando o amor virá paixão, ele se torna
algo tão perigoso, a ponto de uma pessoa não se importar em
abandonar a vida (...) quando abandonamos a realidade, notamos que
são mais numerosos os exemplos de infelicidade do que de felicidade
pelo amor. As brigas entre os homens, os sofrimentos sem solução,
destruição do destino, suicídios, homicídios e outros fatos
desagradáveis, quase sem exceção, tem a causa na paixão. Podemos
dizer que se trata de algo realmente terrível.”
Meishu-Sama ainda nos ensina que a paixão faz com que o ser humano seja
tragado e vencido pelo próprio sentimento e não pela pessoa amada. E para não
haver sofrimento, ele diz que o homem deve a todo custo, tragar e dominar os
seus sentimentos. Realmente, é bom que haja muito sentimento, mas é melhor
ainda que se tenha 99% de emoção e 100% de razão.
O problema é que desde pequeno, o ser humano é educado e levado a
acreditar que não tem capacidade, nem força para controlar seus sentimentos. O
que é uma grande mentira.
Uma prova disso é que os monges budistas, por exemplo, conseguem
através do treino e repetição mental se induzirem e controlar seus instintos. Se
os monges conseguem, qualquer outro ser humano consegue.

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Há um Ensinamento intitulado “PARA ELIMINARMOS O EGO E O APEGO”,
onde Meishu-Sama diz: “Para erradicar o ego e o apego, devemos pensar
constantemente em elimina-los. Este é, sem dúvida, o melhor meio”.
Devemos repetir sempre: “eu vou eliminar o ego e o apego”, assim um
dia, (esse pensamento ficará impregnado em nossa mente que) naturalmente,
acabaremos por conseguir elimina-los.
Como o ego é algo que se encontra no interior de cada um de nós, é melhor
pensar dessa maneira. Isso porque, na verdade, ninguém mais pode fazer isso
por nós, a não ser nós mesmos. O ego e o apego conduzem o homem a
infelicidade. Por tanto a eliminação deles abrirá um novo horizonte, nos
proporcionando coisas boas.
Também, no Mundo Espiritual, se um espírito tiver apego, não lhe será
permitido chegar ao Paraíso, só em caso contrário é que ele pode elevar-se. Não
é bom o homem ter apego.
Eu também o tive há algum tempo, mas acabei simplesmente por elimina-
lo. Na verdade, para isso não é preciso muito esforço. Quero dizer, portanto, que
o importante é tomarmos consciência de que Deus é quem realiza tudo.
Se, ao contrário pensarmos que somos nós que estamos realizando, não
conseguiremos eliminar esses sentimentos negativos (tudo que Deus faz é bom).
Por isso, quando as coisas não forem conforme a nossa intuição, basta
pensarmos que Deus assim o deseja, por alguma necessidade (de purificar as
máculas). No caso de relacionamento humano, o ser humano tem apego porque
não compreende, que se “perder” a pessoa amada é porque Deus o está
purificando para mais tarde, devido a eliminação dessas máculas ser-lhe possível
encontrar alguém melhor ou a própria pessoa amada num nível superior.
Isso na verdade é proteção de Deus pois se o ser humano permanecer com
a pessoa amada, sem estar purificado, com certeza, ela vai muito mais sofrer do
que ser feliz. Às vezes, Deus nos une a pessoa que não é a nossa outra parte
para nos aprimorar.
Quem é apaixonado, quer sempre a pessoa amada a seu lado. E isso acaba
com o relacionamento. Meishu-Sama disse uma vez: “Nas questões de amor, o
demasiado apego de um, esfria o coração do outro”. Sobre isso, existe uma
estória muito famosa. Num pequeno vilarejo da Europa, morava um bruxo muito
poderoso que amava uma estudante, e esta amava outro homem.
Então, o bruxo tentou usar seu poder para deixa-la apaixonada por ele. Mas
seu mestre soube do seu intento, chamou-lhe a atenção severamente e explicou-
lhe a relação entre o amor e o apego. Ele disse:
“ – Observe a flor do campo. Ela é linda? No entanto, se você a arrancar do
campo apenas para satisfazer sua vontade, ela perderá sua beleza, porque
murchará. Mas, se você a deixar no campo, ela continuará irradiando beleza,
porque ela combina com as outras flores, com o cheiro da terra molhada, com o
pôr do sol ...
O que adianta fazer a estudante permanecer ao seu lado, sem te amar?
Sem ela estar feliz por estar com você? Todo ser humano possui sua outra parte,
espere-a e respeite os desígnios do amor que Deus traçou para você”. Então o
bruxo chorou muito, se arrependeu e compreendeu que o amor verdadeiro é o
que permite que o ser amado seja feliz. E compreendeu também, que ela não era
a única mulher que poderia lhe fazer feliz e esperou sua outra parte.

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Mais tarde, ele encontrou uma grande mulher que deu novo sentido a sua
vida e tornou um dos magos mais poderosos de todos os tempos.
AMAR é captar a essência do próximo, ou seja, é guardar dentro de si para
sempre aquilo que aprendeu de bom com a pessoa amada. Captando alguma
virtude do ente amado, mesmo que ele vá embora, você sempre o terá dentro de
si.
Dizem que o amor cresce em liberdade, mas só é possível haver liberdade
quando há confiança.
Não se deve entregar o coração, enquanto não tiver certeza que o parceiro
te ama. Quem é apaixonado, como é egoísta não consegue conquistar a pessoa
amada e por isso acha sempre que vai ser traído.
Uma vez uma senhora foi se queixar ao Rev. Watanabe e disse:
- Reverendo, meu marido não me ama nada, apesar de eu amá-lo
tanto, acho que ele está com outra.
O Rev. disse:
- Você não o ama verdadeiramente. Sabe porque? Porque não adianta
dizer que o ama, se não consegue faze-lo feliz. Para isso, é
necessário servi-lo, coloca-lo em primeiro plano. Você só estar
desejando ser amada por ele, só quer amor e não dor. Só porque
beija e abraça, não significa que o ama. Seu esposo a ama muito
mais que a senhora o ama. Sabe por que? Senhora está apaixonada,
não está? Como ele lhe fez feliz, consegue deixa-la apaixonada por
ele. Mas, a senhora não consegue deixa-lo apaixonado. O amor não
é só dizer: “eu te amo” tem que saber conquistar. E a melhor forma
é servir prestando atenção no que pode fazer para tornar seu
marido feliz em primeiro lugar. Assim, ele terá gratidão pela
senhora. E da gratidão nascerá a consideração, e então será
impossível ele lhe trair.

...Meishu-Sama também diz que existem mulheres que não se casam


devido a influência espiritual da mãe. Se não conseguir “cortar” essa influência é
melhor o pretendente abandona-la.
Quando o homem sente apego, ele deixa de evoluir, porque ele se prende
somente a seus desejos egoísticos e deixa de aproveitar as oportunidades que a
vida lhe oferece. (é dando que se recebe).
Deus não une o homem a uma mulher, apenas para que os dois façam
sexo, mas sim, para que evoluam espiritualmente.
Todo ser humano possui sua alma gêmea e precisa encontra-la para que
sua existência seja completa. O homem pode se relacionar com 1000 mulheres,
mas somente a sua outra parte lhe fará verdadeiramente feliz no amor.
Nidai-Sama escreveu: “O ser humano foi criado, desde o início para ser uno,
através do casamento. Por isso, a nossa outra metade está vivendo em outro
lugar deste planeta. Quando crescemos, essa outra metade também cresce em
algum lugar e, com a chegada do tempo certo ocorre a aproximação, pela
permissão do mundo divino (...). No Paraíso, o casal não são duas pessoas, mas
sim uma unidade. Isto porque, classificando a atuação da alma humana, temos a
coragem, a inteligência, o amor e a afeição. No “Koien Kojki” (livro antigo do

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Japão), também há uma explicação segundo a qual a alma é igualmente dividida
em quatro atuações.
O homem tem como principais características: a coragem e a inteligência, e
como características secundárias: o amor e a afeição. Já a mulher é o oposto. De
modo que o homem e a mulher são uma combinação de elementos opostos. Por
isso normalmente, o homem é racional e a mulher sentimental.
Assim, um homem e uma mulher que apresentam combinações espirituais
opostos do mesmo nível unem-se num tempo curto. Os céus permitem a união
para que eles possam atuar como um único ser perfeito.
... Na contagem dos habitantes do Paraíso, o casal é considerado
como uma só pessoa. (...) mesmo que os cônjuges tenham fisionomias
diferentes, quando observamos detalhadamente, descobrimos alguns
pontos em comum entre eles, devido ao convívio..
Isso acontece porque a aura e o sentimento de ambos estão em constante
inter-relacionamento. Mesmo que haja diferenças de personalidade, após longo
tempo de convivência, as personalidades se equiparam, sendo que o que está em
nível mais baixo se eleva para alcançar o que está mais elevado, e os
sentimentos acabam se tornando semelhantes”.
No Antigo Egito conta-se uma lenda em que o homem egípcio só se casava
com a mulher que completasse sua personalidade para ajuda-lo a cumprir sua
missão. Por exemplo, se um homem desejava ser guerreiro, mas fosse medroso,
procurava uma mulher que tivesse coragem, para que pudesse através do
convívio, captar e aprender a coragem dela.
Os egípcios também acreditam que através das relações sexuais, os
espíritos das coisas se fundiam e trocavam energia, podendo assim, um captar a
essência ou característica que queira do outro, para completar sua personalidade
e evoluir.
Por isso, os homens egípcios só faziam sexo com mulheres de valor interior
ou alguma característica divina.
Assim, quando duas pessoas se unem, as quatro atuações da alma se
fundem e, torna-se-lhes possível viver plenamente, pois o amor, a inteligência, a
coragem e a afeição se desenvolvem em cada um deles, ou quando um tiver
medo de atuar, a coragem do outro vai funcionar, um capta do outro a
característica que o completa através da convivência.

Portanto se um homem ou uma mulher quiserem viver sozinhos, ocorrerá


um desfalque de alguma característica divina da alma. Algumas pessoas são
diferentes, não se casam porque possuem alguma missão especial e por isso
conseguem centralizar as quatro atuações da alma. Mas, de modo geral, homem
e mulher precisam se casar.
Se no Antigo Egito, o casamento era considerado sublime, hoje em dia, os
casamentos estão sendo feitos de forma irresponsável e muito instintiva. Não se
aguarda o tempo certo. Quando sentem uma atração mútua, o homem e a
mulher querem se casar, mas eles não formam um verdadeiro casal de almas
gêmeas. Para um homem se casar, ele precisa realmente ter certeza de que a
ente amada é a mulher de sua vida, procurando conhece-la o máximo possível e
principalmente amar o seu interior, ou seja, ver nela as características que
completam a sua alma.

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E a mulher também deve tomar o mesmo procedimento.
Não podemos, em hipótese alguma, achar que a nossa felicidade na terra e
na vida depende da pessoa amada nos fazer feliz. E, ainda por cima, Meishu-
Sama diz: “Nossa felicidade depende de fazermos os outros felizes”.
A questão é que a felicidade na vida não está só no campo amoroso. Por
isso, o ser humano deve procurar fazer outras coisas, quando perder a pessoa
amada.
Quem é apaixonado acha que a sua felicidade depende do parceiro, ou
seja, como só quer receber amor torna-se dependente e apegado, e quando tudo
termina, tal pessoa cai na amargura do sofrimento. Já quem ama, acha que a
felicidade está em dar amor, em alegrar o parceiro, e por isso, quando tudo
termina, não sofre tanto, porque não é dependente.
O importante é ter pensamento positivo de que pode encontrar alguém
melhor do que a pessoa amada (anterior) para lhe amar. Basta evoluir, pois a
gente se relaciona com pessoas do nosso mesmo nível.
Existe uma grande diferença entre o verdadeiro amor Eros e a paixão.
Quem é apaixonado torna-se egoísta, pois pensa na sua própria felicidade e
em satisfazer seu instinto.
Mas, quem possui o verdadeiro amor Eros, passa a amar a vida e o mundo,
por amar a pessoa amada, porque acaba compreendendo que a felicidade da
vida está em amar a humanidade e não apenas em amar uma pessoa só. Por
isso, Eros ao deve ser maior que Ágape dentro de nós.
Podem observar, quem sofre no amor é porque está levando uma vida
egoísta. E como está levando uma vida egoísta, não recebe proteção dos
antepassados para encontrar a alma gêmea.
Às vezes, nós até encontramos nossa outra parte, mas como somos
egoístas, não temos permissão de ficar com ela.
Quando nos tornamos ardentemente altruístas, encontramo-nos no
momento certo com nossa outra metade, não havendo perigo de separação.
Quem é apaixonado só pensa em se aproximar do ente querido apenas
para satisfazer o instinto e o ego, ou seja, ele ama o sexo e usa as pessoas;
realmente o homem possui instintos atribuídos por Deus para realizar as
necessidades fisiológicas e se satisfazer. Mas quem ama verdadeiramente outra
pessoa, pensa sinceramente em faze-la feliz, porque gosta do interior dela, e não
apenas a deseja para satisfazer seu instinto. Os antigos já diziam: “O sexo é
conseqüência do amor”.
A paixão é momentânea, pois logo que os instintos são saciados, ela
termina. Já o amor é duradouro, porque ele não objetiva apenas o sexo. O prazer
proporcionado pelo sexo, talvez seja uma alegria maior do que alegrar os
semelhantes, mas é um prazer momentâneo que não nos satisfaz.

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