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KARATÊ-DO

A palavra Karate significa "mãos vazias" (kara - vazia / te - mãos), mas o karate (assim como
outras artes marciais japonesas) ultrapassa a questão de arte marcial, e passa a ser um
caminho para o desenvolvimento espiritual, sendo acrescentado ao nome a palavra "Do" que
significa "caminho". Sendo assim, Karate-Do significa "caminho das mãos vazias".

O Karatê é uma arte marcial originada a partir das técnicas de defesa sem armas de Okinawa,
e tem como base a filosofia do Budo japonês. Através de muito trabalho e dedicação, ele busca
a formação do caráter de seu praticante e o aprimoramento da sua personalidade. Cada
pessoa pode ter objetivos diferentes ao optar pela prática do Karatê, que devem ser
respeitados. Cada um deverá ter a oportunidade de atingir suas metas, sejam elas tornar-se
forte e saudável, obter autoconfiança e equilíbrio interior ou mesmo dominar técnicas de defesa
pessoal. Contudo, não deve o praticante fugir do real objetivo da arte. Aquele que só pensa em
si mesmo, e quiser dominar técnicas de Karatê somente para utilizá-las numa luta, não está
qualificado para aprendê-lo, afinal, o Karatê não é somente a aquisição de certas habilidades
defensivas, mas também o domínio da arte de ser um membro da sociedade bom e honesto.
Integridade, humildade e autocontrole resultarão do correto aproveitamento dos impulsos
agressivos e dos instintos primários existentes em todos os indivíduos.

O objetivo do Karatê é a perfeição da mente e do corpo!

O Karatê contribui para a formação integral do homem. Isso o diferencia daqueles que fazem
do Karatê uma prática puramente esportiva. "Tradição é um conjunto de valores sociais
quepassam de geração à geração, de pai para filho, de mestre para discípulo, e que está
relacionado diretamente com crescimento, maturidade, com o indivíduo universal." [Johannes]

O Karatê é uma arte que vem se aperfeiçoando a mais de mil anos, não é apenas um esporte
onde se trocam socos e pontapés, é uma filosofia de vida que ensina através do exercício
físico. Não é só defesa pessoal, através da prática, você fortalece o físico, desenvolve a mente,
lapida o espírito e com isso consegue viver em harmonia com o universo.

“Do” significa caminho, por isso quando se fala em Karate do, significa seguir o caminho do
Karate, aplicando seus princípios em qualquer momento na vida para transpor os obstáculos.

Dojo Kun
(Os cinco princípios éticos do Karate)

(UN) Esforçar-se para a formação do caráter


(UN) Criar intuito de esforço
(UN) Respeitar acima de tudo
(UN) Conter o espírito de agressão
(UN) Fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão
Okinawa Shorin ryu Karate Do

Informações Históricas

Em 1609 Okinawa foi invadida pelo clã de Satsuma, que proibiu os habitantes locais de
portarem armas, o que mais recentemente contribuiu para o desenvolvimento do Tode , nome
pelo qual era conhecido o Karate antigamente.

O Tode , ou Okinawa Te se dividia em três estilos o Shuri Te, o Naha Te e o Tomari Te. Do
Shuri Te e do Tomari Te foi desenvolvido o atual Shorin ryu, e do Naha Te o Goju ryu.

A linhagem do estilo Shorin fica mais clara a partir do século 17, onde surgem os nomes dos
mestres precursores do Karate moderno

Peichin Takahara

Sakugawa

Sokon Matsumura

Anko Itosu

Choshin Chibana

Kihon: é a prática de técnicas fundamentais: bases, defesas, socos, chutes.

Kata: são exercícios formais, executados de maneira encadeada e pré-determinada,


representativos de um estilo de Karate.

No Shotokan atualmente são praticados 26 Katas.

Começa com 5 kata básicos, os HEIAN, que têm como objetivo fazer com que o praticante
adquira habilidade sobre as principais técnicas básicas. Deve-se treinar HEIAN até que essas
técnicas sejam assimiladas e passem a ser executadas de forma natural.

Depois vem a série TEKKI, com três kata. Os kata TEKKI se caracterizam pela base KIBA-
DACHI (base do cavaleiro), e todos os deslocamentos são para as laterais, ou seja, somente
para a direita e para a esquerda. Como os golpes nesses kata não contam com grandes
deslocamentos (os golpes são curtos), os TEKKI têm como objetivo o desenvolvimento do
KIME, através do treinamento, principalmente, da contração da região sub-abdominal
(TANDEN).

Essas duas séries juntas, HEIAN e TEKKI, formam os kata básicos do Shotokan, e devem ser
dominados por quem pretende obter a graduação SHODAN (faixa-preta 1º grau).

Os outros 18 katas são considerados avançados e, entre eles, existem vários "tipos" de katas.
Cada kata possui um objetivo, e dá ênfase a um determinado tipo de treinamento. Existem
katas, por exemplo, que têm como objetivo o desenvolvimento de agilidade (como o ENPI),
desenvolvimento de contração/expansão muscular (como o HANGETSU), desenvolvimento de
uma base firme (como o SOCHIN), etc... Nossa tarefa é estudar os movimentos dos katas e
treinar aquele que for mais necessário, para desenvolver o que estiver mais precário em nossa
técnica. Para isso é preciso já ter algum conhecimento e domínio técnico, e por isso só são
recomendados para praticantes graduados.
Com isso, pode-se concluir que os katas não são apenas uma "luta simulada", sem nenhum
sentido, como muitos costumam definir. Os katas possuem objetivos e aplicações, e eles
reúnem todo conhecimento e beleza do Karate-Do.

Kumite: é o combate propriamente dito. No kumite pode-se aplicar, com a ajuda de um


colega, as técnicas praticadas anteriormente com o treino de kihon e kata. O kumite pode ser
praticado em vários níveis de dificuldade. São eles:

• Ippon kumite
• Sanbon kumite
• Gohon kumite
• Ju ippon kumite
• Ju kumite
• Shiai kumite

O KIAI - O som que assusta e desconcerta o adversário

O Kiai é geralmente definido como um estranho poder adquirido por algumas pessoas
envolvidas por forças misticas inexplicáveis. Contam-se histórias de homens que podem
paralisar ou mesmo matar pequenos animais com um grito de Kiai, ou parar o adversário com
um Kiai apenas. Talvez, se você faz Karatê e tem um Kiai forte você é capaz de matar uma
barata, desde que ela estaja muito próxima de seu grito, não mais, só se você for um ninja ou
alguma coisa parecida.

Na verdade o Kiai é o uso consciente de uma técnica que todos nós já usamos
inconscientimente. Por exemplo quando você contrai o abdomên quando está levanta algum
peso e emite um grunido, é uma forma rudimentar de Kiai.

Treinando Kiai você vai está aprendendo a usar de modo mais eficiente seu potencial de
energia vital, que é o Ki.

Primeiramente há uma preparação para a ação que é física e mental e então uma
concentração de poder que é física e mental. As duas fases do Kiai são o ratesamento e o
impulso. A fase de ratesamento conciste nacontração dos musculos abdominais e inspiração
profunda, assim como o cérebro é o quartel-general das atividades mentais o abdômen é o
quartel-general das atividades físicas. A contração dos musculos abdominais prepara o corpo
para um surto de energia. A inspiração profunda enriquece a corrente sanguínea do oxigênio,
indispensável para o organisno que vai depender essa energia adicional. A segunda fase é o
impulso, nesta fase a ação essencial é levada a termo (a ação de levantar, atirar, empurrar ou
desferir o golpe), enquanto o ar é espirado bruscamente. A expiração pode ser acompanhada
por um grito, o Kiai, que tem um som mais ou menos assim: "eei", "hum", "iahh", "aai".

O som produz dois efeitos pisicológicos, assusta e desconcerta o adversário e aumenta sua
coragem. Qualquer som pode ser usado como Kiai, muitas vezes o som "Ki" é usado durante a
preparação para o golpe e o som "ai" durante a execução. Com o treinamento é possível
concentrar a energia onde ela é mais necessária, ao invés de espalha-la pelo o corpo. Isto
envolve concentração física e mental que canalisa a energia para regiões definidas do corpo.
Você a princípio não é capaz de conseguir isso, ma s com o passar do tempo, sua capacidade
de concentração aumentará cada vez mais

CHUTES, GOLPES E DEFESAS


As técnicas básicas do Karatê são passadas principalmente através do kihon, seja os chutes,
golpes e defesas.

Para você ser um bom karateka, você tem que fazer um kihon bem feito, pois ele vai dar base
para se fazer um Kata bem feito e se sair bem em competições de Kumite. É no kihon que o
karateka vai ganhar uma base forte e firme e também velocidade e força nos seus golpes.

Através do kihon, o karateka consegue atinguir uma potencia muito forte, reflexo da velocidade
com que executa os golpes, somente a força muscular não permitirá que a pessoa se
sobressaia nas artes marciais, o poder do Kime (finalização) resulta da concentração de força
máxima de força no momento de impacto, um golpe de um karateka bem treinado pode chegar
a ter uma velocidade de 13 m/s e gerar uma força equivalente a 700 Kg.

No kihon também é treinado a movimentação em base com o movimento de quadris, essencial


a um movimento bem feito. Os quadris estão localizados aproximadamente no centro do corpo
humano, e o movimento deles exerce um papel crucial na execução de vários tipos de técnicas
do karatê . Além de uma fonte de potência, os quadris constituem a base de um espírito
estável, de uma forma correta e da manutenção de um bom equilíbrio. No Karatê aconselha-se
frequentemente a "golpear com os quadris", "a chutar com os quadris" e a "bloquear com os
quadris".

Estas são as duas principais linhas de Karate, o Shuri-te (Shotokan Ryu) e o Naha-te (Goju
Ryu):

Gichin Funakoshi e o Shotokan Ryu


Chojun Miyagi e o Goju Ryu

DEFESA

Ao falar de defesa temos que diferenciar entre a defesa com contato e a esquiva. Para realizar
uma esquiva se necessitam várias características claramente diferenciadas, tais como:
agilidade, velocidade de reação, percepção da distância e da situação dentro do recinto de
combate e, com certeza, uma clara concepção do sentido e direção da ação do atacante.

Ao realizar uma esquiva evitamos lesões que com uma parada ou bloqueio poderia ocorrer.
Portanto, a maior vantagem da esquiva está na ausência de lesões possíveis por contato físico
e no possível desequilíbrio do adversário ao não obter um contato ao seu ataque.

Na ilustração correspondente se vê uma esquiva lateral perante um ataque de um pontapé


frontal-circular. É evidente o desequilíbrio do atacante ao falhar a sua ação ofensiva e a
predisposição do defensor para realizar um posterior contra-ataque. Na ilustração
correspondente observamos um corpo o corpo e como se defende o competidor conseguindo
de novo a distância de combate mediante um pontapé frontal-circular.

O tipo de ataques que se apresentam na atualidade na competição exigem ao defensor possuir


grande rapidez de reação e velocidade de deslocamento, que lhe ajudassem a fazer frente com
êxito às diversas situações do combate.

Deve ter agilidade e excelente coordenação de movimentos perante situações ofensivas


generalizadas, para reagir a partir da posição de partida ou intermédias perante situações
comprometidas. O defensor deverá possuir força física geral e especializada na musculatura
das extremidades inferiores, que lhe permitam exercitar os movimentos bruscos de partida e
parada.
A resistência muscular é uma qualidade indispensável, porque lhe permite ao defensor repetir
com perseverança os movimentos específicos dos seus deslocamentos no terreno de jogo.

O defensor deve ser tenaz, combativo, perseverante, valente e decidido nas ações, oportuno,
demonstrar calma e sangue frio sem decair embora a fase de ataque contrário seja prolongada.
Só neste caso lhe será útil, dado que a economia na defesa desempenha um papel primordial
para poder render ao máximo em todas as áreas ou núcleos (físico-técnico-tático-psicológico).

O defensor deve estar atento para antecipar-se numa fração de segundo à verdadeira intenção
do adversário, e não deixar-se enganar por este (pela calma) ou pelo menos tentar descobrir o
que pretende, para poder intervir com êxito. E a sua atenção deve procurar os momentos
difíceis do ataque adverso, pois nestes instantes as possibilidades ofensivas são menores,
chegando inclusive a serem nulas nas fases preparatórias.

O defensor não deve saltar diante do adversário nem atuar de forma definitiva, em possível
previsão de uma finta. Deve deslocar-se com passos pequenos e rápidos (ou deslizamentos),
mantendo continuamente contato com o chão (pés), deste modo poderá reagir rapidamente
perante as atuações decisivas do atacante.

Defesa de vigilância: É a distância verde com respeito às zonas de perigosidade adversa, ou


seja, longínqua, e somente se reduzirá em caso de que o oponente tenda a correr para nós
com clara intenção ofensiva (para cortar-lhe o passo). Defesa de perto: É quando o adversário
se predispõe a atacar, invadimos a distância vermelha provocando o ataque, quase
imediatamente, com o que conseguimos conhecer o instante ofensivo, e nos valemos
principalmente dos bloqueios como sistema defensivo.

Este tipo de defesa tem grandes possibilidades de êxito quando os atacantes não possuem
rapidez e a técnica correspondente para superar o defensor. É a base defensiva do sistema de
contra-ataque do punho.
Defesa em corpo o corpo: É o conjunto de técnicas defensivas, que garantam a segurança
nesta situação, tão freqüente às vezes no transcurso do combate, dado que ao obter esta
tranquilidade podemos notar mais ben uma tentativa ofensiva. Esta intenção nos beneficia
amplamente dentro da área de economia energética utilizando-o como repouso.
Bases e Defesas
Os movimentos do Karate são muito complexos, necessitando-se de muitos anos de
treinamento árduo, dedicação, disciplina e muita força de vontade para buscar cada vez mais a
perfeição. Basicamente, um movimento é composto da base, que é posição das pernas e a
forma de distribuir o peso do corpo sobre elas e um movimento dos braços, que pode ser uma
defesa, um ataque ou os dois combinados. Existe uma infinidade de variações para cada tipo
de posição ou movimento, estas ilustrações são apenas um exemplo, não tendo a pretenção de
transmitir um conhecimento que só pode ser adquirido através de treinamento real.
GOLPES

Se o adversário é inferior a ti, então por que brigar?


Se o adversário é superior a ti, então por que brigar?

Se o adversário é igual a ti, compreenderá, o


que tu compreendes...
então não haverá luta.

Honra não é orgulho, é consciência real do que se possui."

O Karatê-Dô Tradicional focaliza o desenvolvimento do caráter humano a um nível que tem


como objetivo alcançar a vitória sobre o oponente sem violência.

Tecnicamente o Karatê-Dô Tradicional é composto de :

* Todome-waza (golpe definitivo) – onde um único golpe destrói o poder ofensivo do oponente;
* Técnicas de defesa que anulam o ataque do oponente;
* Técnicas de suporte;
* Princípios mentais e físicos para execução correta das técnicas.

Com a prática correta do Karatê-Dô Tradicional, é possível fortalecer o corpo e o espírito,


disciplinando os instintos primitivos e se aprimorando a personalidade.
A busca diária do caminho do Budô, proporciona ao karateca o equilíbrio (corpo e espírito) e
como conseqüência, adquire; boa coordenação motora, reflexos aguçados, autoconfiança,
autocontrole em qualquer ocasião, senso de disciplina, responsabilidade, respeito pelos
semelhantes e espírito de equipe.

Fica evidenciada a forte conotação educacional, pois através da prática do Karatê-Dô


Tradicional, procura-se melhorar o caráter, a personalidade, tendo como objetivo a vida em
sociedade.

Com os treinamentos de KIHON e KATA; que são movimentos formais, os praticantes


procuram desenvolver e automatizar golpes de defesas e ataques em várias direções
enfrentando um ou mais adversários imaginários. Cada movimento tem uma aplicação real,
onde é de suma importância a dinâmica corporal, a mecânica de cada golpe e o sincronismo
com a respiração.

Os movimentos do Karate são muito complexos, necessitando-se de muitos anos de


treinamento árduo, dedicação, disciplina e muita força de vontade para buscar cada vez mais a
perfeição. Basicamente, um movimento é composto da base, que é posição das pernas e a
forma de distribuir o peso do corpo sobre elas e um movimento dos braços, que pode ser uma
defesa, um ataque ou os dois combinados. Existe uma infinidade de variações para cada tipo
de posição ou movimento, estas ilustrações são apenas um exemplo, não tendo a pretenção de
transmitir um conhecimento que só pode ser adquirido através de treinamento real.
.4. OS PERSONAGENS DO DOJO
2.4.1. SENSEI
A palavra Sensei (SEN - antes e SEI - vida) significa aquele que
ensina e refe- re-se somente ao instrutor e nunca pelo instrutor, ou seja, o
professor deve ser chamado de sensei, mas jamais deverá se referir a ele
por sensei. A palavra tem conotação de res- peito e denota todo o respeito
que o aluno tem pelo professor.
2.4.2.SENPAI
O Senpai será o aluno mais graduado de faixa preta ( YUDANSHA) e
que com o consentimento do sensei poderá instruir e corrigir os alunos
menos graduados (assisten- te).
2.4.3.KOHAI
O aluno menos graduado de uma aula é considerado o Kohai e geralmente é
o responsável pela limpeza do dojo antes de iniciar a aula.

.5. O DOGI
Para se treinar karate, bem como a maioria das artes marciais, é
necessário usar um uniforme especial denominado Dogi (criado por Jigoro
Kano para os utilizarem durante os treinamentos de Judo). O dogi é
chamado erroneamente de “quimono3”,GI quer dizer vestimenta, portanto,
dogi significa a vestimenta para a prática do caminho. Ele deve está sempre
limpo e, preferencialmente, sem nenhum detalhe especial que o di- ferencie
dos demais, exceto pelo distintivo da academia. O dogi usado para praticar
kara- te é o karate-gi.

Capítulo 3 – A Respiração
“Aprender é descobrir aquilo que você já sabe. Fazer é demonstrar que você o sabe”.
RICHARD BACH
3.1. INTRODUÇÃO
Diz a literatura esotérica que, o universo tem um ritmo próprio,
forjado em ciclos de opostos, yin – yang, sol – lua, homem – mulher, dia –
noite, inverno – verão, tique – taque (do coração), inspiração – expiração.
Os ensinamentos também se referem a um tempo mais lento, para alcançar
equilíbrio interior.
Na prática não oculta, não esotérica, podemos confirmar que um
atleta bem preparado fisicamente tem sua pulsação cardíaca bem abaixo da
população normal. En- quanto se aceita que uma pessoa que não pratique
exercícios regularmente tenha 80 bati- mentos cardíacos por minuto (em
repouso), um atleta em repouso, às vezes, não precisa ter mais do que 60
para sentir-se bem, satisfazendo-se até com menos. O mesmo aparece em
relação às necessidades de respiração. O número de incursões (inspiração
– expira- ção) que um atleta necessita, é bem menor do que o de um
executivo, por exemplo. Quanto melhor preparado estiver, menos precisará
aumentar seu ritmo respiratório, além do que, disporá de uma reserva para
quando uma ação ou adversário exigir.
O controle respiratório não é importante apenas para a prática de
esportes. Ele pode fazer parte de todo um conjunto de atitudes que
denotem uma maior harmonia pes- soal. Percebam que, quando estamos
irados, totalmente descontrolados, temos uma acele- ração, tanto da
ventilação quanto do ritmo cardíaco, respiramos mais rápido e temos ta-
quicardia; quando tendemos a nos acalmar, estes ritmos também tenderão
a se normali- zar; quando recebemos um susto, o mesmo acontece e
tendemos à aceleração. Assim, a perda brusca ou continuada de nosso
equilíbrio mental e emocional, nos leva a alterar nossos ritmos, tendendo
para uma repetição cíclica rápida.
Numerosas práticas orientais têm suas bases estabelecidas sobre
o ato de bem
respirar. Como exemplo, poderíamos citar o Yoga (talvez a mais
conhecida entre nós), o Tai Chi Chuan e o Shikun. Em várias artes
marciais como, o Karate e o Aikido, a respira- ção sob controle é requisito
básico, mesmo para um faixa branca. Observando-se o kata executado por
um perito, se percebe a harmonia entre os movimentos do corpo e a sua
respiração.
3.2. PROCESSO DE RESPIRAÇÃO
A respiração é o mecanismo mediante o qual o nosso corpo
apreende do ar o oxigênio necessário para realizar as combustões
metabólicas no funcionamento dos di- versos tecidos, servindo também
para eliminar determinados produtos, especialmente gás carbônico.
Do perfeito funcionamento e da correta mecânica deste processo
vital depen- derão o maior ou menor rendimento do indivíduo, que será mais
perceptível quanto maior forem as necessidades orgânicas a que se
submete o organismo. Portanto, quer na prática desportiva quer no
cotidiano é de capital importância que o indivíduo conheça e realize
corretamente todas as ações do mecanismo, permitindo-lhe conseguir um
máximo rendi- mento.
Pode-se diferenciar, dentro do ato da respiração, uma fase inicial
na qual se introduz ar através das vias superiores até o pulmão (inspiração)
e outra de saída do dito ar uma vez utilizado (expiração). Esta ação
mecânica se complementa com uma dupla fase químico-metabólica de
intercâmbio gasoso, uma ao nível do alvéolo pulmonar onde as hematitas
do sangue recebem oxigênio em troca de gás carbônico e a outra nos
tecidos, que fazem o processo inverso.
3.3. FORMAS DE RESPIRAÇÃO
Existem duas maneiras (naturais) de se colocar ar dentro dos
pulmões:
 Respiração torácica (barriga para dentro e peito para fora);
 Respiração abdominal (uso do diafragma).
Observe uma criança pequena dormindo. Veja como sua
barriquinha sobe e desce, numa calma de fazer inveja. Essa é a respiração
diafragmática ou abdominal. Ago- ra se lembre dessa mesma criança
chorando ou assustada. Essa é a respiração torácica.
Quando você enche o peito de ar, encolhendo a barriga, está
usando apenas a musculatura do tórax. Esse é o tipo de respiração de
quem está fazendo um exercício físi- co intenso ou está sob pressão. Nesse
último caso, ocorre uma superficialização dos mo- vimentos, entrando
menos ar, mas com um grande número de inspirações e expirações. O
resultado é acúmulo de ar viciado, pobre em oxigênio, além de tensão
muscular. Já a res- piração diafragmática ocorre em situações de calma e,
muito importante, é capaz de di- minuir a reação de alarme. O diafragma é o
músculo que separa o abdômen do tórax e pode ser controlado com um
mínimo de atenção.
3.4. PRATICANDO A RESPIRAÇÃO
Num local calmo, em casa, passe a provocar a respiração
diafragmática, da seguinte maneira: deitado, coloque uma mão na barriga,
logo acima do umbigo, e a outra no peito. Inale muito lentamente,
procurando fazer de sua barriga um balão expandindo- se. A mão da barriga
deve subir e a mão do tórax deve se mexer muito pouco. Respire com muita
calma, de maneira regular e suave, expire muito lentamente, mais ou menos
na mesma velocidade que inspirou. Deixe sair todo o ar e se possível, fique
de um a dois segundos parado antes de começar um novo ciclo.
Se pensamentos começarem a interromper sua concentração,
você poderá contar o tempo que está passando, como mil, dois mil, três mil,
etc. sendo que cada um desses números contado mentalmente equivale a
aproximadamente um segundo. Outra maneira é desenhar também na
mente um círculo que se completa a cada ciclo de respira- ção, imaginando
metade na inspiração e metade na expiração. É possível que suas primei-
ras experiências o deixem com alguma tontura. Não force o organismo, este
não é um desafio e muito menos uma competição, vá devagar e procure se
adaptar aos poucos.
Quando estiver dominando a técnica você conseguirá desencadear
a respira- ção abdominal quando precisar. Passe a empregá-la em
situações de tensão. Pode ser no meio de uma aula (ninguém vai notar),
meio minuto antes de fazer àquela prova impor- tante, no meio do trânsito
(dentro do ônibus). Essa prática é facílima e sem querer você não apenas
irá melhorar sua concentração, mas também já começa a monitorar as
situa- ções que o deixam mais tenso.
A freqüência e o ritmo da respiração são regulados pela
estimulação do centro respiratório, aonde chegam mensagens por meio da
distensão dos alvéolos pulmonares ou sob a resultante do aumento de
concentração de gás carbônico no sangue.
Quanto maior for o trabalho muscular, maior será a produção de
gás carbôni- co e maior o ritmo respiratório. A freqüência respiratória está
situada em um adulto, em condições de repouso, por volta de 15 ciclos por
minuto e variará com a idade (40 no re- cém-nascido, de 8 a 10 em pessoas
treinadas, etc.).
O ritmo normal recebe o nome de eupneico (se acelerar torna-se
taquipneico, e se diminuir passa para bradipneico). A quantidade de ar que
se mobiliza no interior dos pulmões em respiração normal nunca é o total da
sua capacidade, dado que sempre ficará o chamado "ar residual", daí a
necessidade de se procurar esvaziar e preencher os pul- mões totalmente
durante os exercícios respiratórios.
3.5. RESPIRAÇÃO NA CONCENTRAÇÃO MENTAL
Tendo como base uma forma treinada de controle voluntário e
consciente da respiração, é possível conseguir um alto grau de
concentração e isolamento mental. O que, partindo de um estado de
repouso físico, nos possibilita aprender a "ouvir e a ver por dentro o nosso
próprio corpo" e ao mesmo tempo em que nos familiarizamos com o seu
funcionamento.
Em grande medida, as mais avançadas formas de concentração
mental aplica- das ao treinamento desportivo empregam, em fases iniciais,
diversas técnicas de respira- ção abdominal combinada com auto-regulação
de outros

processos fisiológicos de capaci- tação mental. Nas artes marciais,


tais procedimentos metódicos podem ajudar a conseguir um melhor
conhecimento da nossa interioridade corporal, ou seja, conseguem-se uma
disposição maior para maximizar as capacidades mentais de concentração,
relaxação, i- maginação, equilíbrio, e tantos outros.
Além disso, o adequado controle da respiração proporciona ao
indivíduo um aumento da capacidade vital, com uma melhor oxigenação
celular com menos esforço, logo um ritmo cardíaco muito menor com
igualdade de esforço, com maior resistência à fadiga e um mais rápido e
melhor tempo de recuperação.
Terminologia

Veja a seguir alguns dos termos mais utilizados no Karate-Do Tradicional que você poderá
encontrar logo abaixo, sendo estes aqui uma espécie de índice, logo colocarei links para ir
direto ao assunto:

• Bases
• Defesas
• Técnicas de braço
• Técnicas de perna
• Arbitragem
• Números
• Outros termos

Bases:
Terminologia Significado
TACHI base
HEISOKU DACHI base com os pés unidos e apontando para frente
MUSUBI DACHI base com os pés unidos e apontando para fora
HEIKO DACHI base natural com os pés afastados e apontando para frente
HACHINOJI DACHI base natural com os pés afastados e apontando para fora
UCHI HACHINOJI DACHI base natural com os pés afastados e apontando para dentro
TEIJI DACHI base em "T"
RENOJI DACHI base em "L"
ZENKUTSU DACHI base com peso à frente
KOKUTSU DACHI base com peso atrás
KIBA DACHI base do cavaleiro
SANCHIN DACHI base pequena meia-lua
HANGETSU DACHI base meia-lua
SHIKO DACHI base de SUMO
FUDO DACHI base imóvel (SOCHIN DACHI)
NEKO ASHI DACHI base do gato
TSURU ASHI DACHI base do grou
KOSA DACHI base com as pernas cruzadas

Defesas:

Terminologia Significado
UKE WAZA técnica de defesa
GEDAN BARAI defesa baixa (varrendo)
AGE UKE defesa alta (ascendente)
SOTO UDE UKE defesa com a parte externa do antebraço
UCHI UDE UKE defesa com a parte interna do antebraço
SHUTO UKE defesa com a mão em espada
KAKUTO UKE defesa com o dorso do pulso dobrado
KEITO UKE defesa com a mão em crista de galo
SEIRYUTO UKE defesa com a base da mão em espada
TATE SHUTO UKE defesa vertical com a mão em espada
TEISHO UKE defesa com a base da palma da mão
MOROTE UKE defesa com os dois braços, um apoiando o outro
HAISHU UKE defesa com o dorso da mão
HAITO UKE defesa com o dorso da mão em espada
OSAE UKE defesa pressionando
SUKUI UKE defesa em concha
JUJI UKE defesa em cruz
KAKIWAKE UKE defesa abrindo caminho com as duas mãos
NAGASHI UKE defesa esquivando-se

Técnicas de braço:
Terminologia Significado
TSUKI WAZA técnica de soco
CHOKU ZUKI soco direto
GYAKU ZUKI soco contrário
KIZAMI ZUKI soco curto
OI ZUKI soco avançando
AGE ZUKI soco ascendente
KAGI ZUKI soco gancho
TATE ZUKI soco vertical
NUKITE mão em ponta de lança
UCHI WAZA técnica de ataque
URAKEN UCHI golpe com o dorso do punho
SHUTO UCHI golpe com a mão em espada
TETTSUI UCHI golpe com punho martelo
TEISHO UCHI golpe com a base da palma da mão
ENPI UCHI golpe com o cotovelo (HIJI ATE)

Técnicas de perna:

Terminologia Significado
ASHI WAZA técnica de perna
ASHI BARAI rasteira
NAMI GAESHI "onda que retorna" - usado como defesa ou ataque
SURI ASHI deslocamento curto; caminhando pouco a pouco
YORI ASHI deslocamento longo
KERI WAZA técnica de chute
MAE GERI chute frontal
MAWASHI GERI chute circular
YOKO GERI KEKOMI chute lateral em penetração
YOKO GERI KEAGE chute lateral ascendente
USHIRO GERI chute para trás
TOBI GERI chute saltando
NIDAN GERI chute duplo
MIKAZUKI GERI chute crescente
FUMI KOMI GERI chute em estocada para baixo - pisão
HIZA GERI joelhada

Arbitragem:

Terminologia Significado
AKA vermelho
SHIRO branco
SHOMEN NI REI cumprimento para frente
SHINPAN NI REI cumprimento para os árbitros
OTAGAI NI REI cumprimento mútuo entre os lutadores
SAGATE SUWATE recuar e sentar
NAKAE ordem para entrar na área de luta
SHOBU IPPON HAJIME iniciar a luta - disputa por um ponto
TSUZUKETE HAJIME reiniciar a luta
YAME parar a luta
AKA JOGAI IKKAI vermelho saiu da área de luta uma vez
SHIRO JOGAI IKKAI branco saiu da área de luta uma vez
AKA JOGAI NIKAI SHIRO WAZA ARI vermelho saiu da área de luta duas vezes - WAZA ARI para o branco
SHIRO JOGAI NIKAI AKA WAZA ARI branco saiu da área de luta duas vezes - WAZA ARI para o vermelho
YOWAI golpe fraco
TORIMASEN não marcou ponto
AIUCHI lutadores deram golpes simultâneos
MIENAI árbitro não viu
ATOSHIBARAKU 30 segundos para terminar a luta
SOREMADE final da luta
JIKAN tempo
FUKUSHIN reunião de determinados árbitros auxiliares
FUKUSHIN SHUGO reunião de todos os árbitros auxiliares
HANTEI decisão dos árbitros - julgamento
KETEISEN luta decisiva
KEIKOKU infraãão leve
CHUI infraãão moderada
HANSOKU infraãão grave
TAIDO conduta anti-esportiva
SHIKKAKU desclassificado
MUNO SHIKKAKU desclassificado - não sabe karate
WAZA ARI meio ponto - golpe quase perfeito
IPPON um ponto - golpe perfeito
AWASETE IPPON dois WAZA ARI reconhecidos como um IPPON
AKA NO KACHI vitória do vermelho
SHIRO NO KACHI vitória do branco
AKA KIKEN SHIRO NO KACHI desistência do vermelho - vitória do branco
SHIRO KIKEN AKA NO KACHI desistência do branco - vitória do vermelho

Números:

Terminologia Significado
ICHI um
NI dois
SAN três
SHI (YON) quatro
GO cinco
ROKU seis
SHICHI (NANA) sete
HACHI oito
KYU nove
JU dez
NIJU vinte
SANJU trinta
YONJU quarenta
GOJU cinquenta
ROKUJU sessenta
NANAJU setenta
HACHIJU oitenta
KYUJU noventa
HYAKU cem
SEN mil
MAN dez mil

Outros termos:

Terminologia Significado
BUNKAI estudo das técnicas e aplicações de KATA
CHUDAN nível intermediário (alvo)
DO um caminho rumo à iluminação espiritual; uma arte Zen
ENBUSEN linha de atuação
GEDAN nível inferior (alvo)
HIKITE puxada de mão
JODAN nível superior (alvo)
KAMAE posição de alerta - guarda
exercícios formais executados de maneira encadeada e pré
KATA
determinada, representativos de um estilo
grito liberado com o propósito de focalizar toda energia em um único
KIAI
momento - manifestação de KI
KIHON fundamentos, técnicas básicas
foco de potência; arremate; finalização; união de energia física e
KIME
mental no momento do contato
KUMITE luta; combate
MAKIWARA alvo de treinamento feito de palha prensada e enrolada
MOKUSO meditação
estado de integração entre a mente e o corpo no qual a mente acha-se
MUSHIN
livre de ilusões (pensamentos desnecessários)
REI cumprimentar!
SEIZA maneira correta de sentar
SENSEI professor; mestre
SHIZENTAI posição natural - corpo permanece relaxado mas alerta
TAI SABAKI esquiva
YOI preparar!
YUDANSHA praticante graduado; faixa preta (qualquer grau)
ZANSHIN estado de reserva mental/espiritual
ZAREI cumprimento sentado

ICHI -1 NI - 2 </< TD>SAN - 3 SHI - 4 GO - 5 ROKU - 6 SHICHI - 7 HACHI - 8


KU - 9 JU - 10

Vocabulário
DOJO - local onde se pratica uma arte marcial; academia
KUN - mandamento; obrigação
HITOTSU - um; uma unidade
JINKAKU - caráter; personalidade
KANSEI - formação; conclusão; término; acabamento
TSUTOMURU - esforçar-se; empenhar-se; tentar arduamente
MAKOTO - verdade; sinceridade; honestidade
MICHI - caminho
MAMORU - obedecer; respeitar; guardar; cumprir; defender
DORYOKU - esforço; empenho
SEISHIN - espírito; alma; vontade; intenção; mentalidade
YASHINAU - alimentar; sustentar; manter; criar
REIGI - etiqueta; cortesia; civilidade; boa educação; respeito
OMONZURU - respeitar; ter muita consideração em; apreciar; estimar; venerar;
honrar
KEKKI - impetuosidade; arrebatamento; violência
YU - vigor; coragem
IMASHIMURU - repreender; proibir; reprimir; conter
KOTO - sufixo que transforma a expressão numa ordem

Preposições:

NI - para
NO - de; do; da
O - indica objeto direto
O KIMONO

TABELA DE PESO E ALTURA


Pode variar de acordo com o biotipo e preferência pessoal

ADULTO
1,50 1,55 1,60 1,65 1,70 1,75 1,80 1,85 1,90 1,95 2,00

50 a 55 kg M3 A1

55 a 60 kg A1 A1

60 a 65 kg A1 A1 A1 A2 A2

65 a 71 kg A2 A2 A2 A2
71 a 78 kg A2 A2 A3 A3

78 a 86 kg A3 A3 A3 A3 A4

86 a 95kg A3 A3 A4

95 a 110 kg A4 A4 A4

+ de 110 kg A4

INFANTIL
M00 - 3 e 4 anos

M0 - 5 e 6 anos

M1 - 6 e 7 anos

M2 - 8 e 9 anos

M3 - 10 à 12 anos

MODO DE LAVAR OS KIMONOS:


Não usar produtos químicos.
O uso contínuo do produto diminui a resistência do kimono;

Não secar em secadora.


Ela pode encolher o kimono mais que o previsto pela fábrica;

Não usar máquina de lavar.


O kimono molhado pode exceder o peso limite da máquina, danificando-a.

ENCOLHIMENTO
O encolhimento aproximado dos kimonos DRAGÃO é de 5% (de acordo com nossos fornecedores), exceto no
modelo REFORÇADO AZUL *, que é pré encolhido. Portanto nós indicamos que no momento da compra, o
kimono não fique justo.

CUIDADO
Nem todas as marcas de kimonos são autorizadas a fabricar e vender o kimono azul. Todos os nossos kimonos azuis
têm a etiqueta da C.B.J., indicando a aprovação de nossa empresa. Sem esta etiqueta, o atleta não poderá competir.

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