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ademircastorino@gmail.com
RESUMO
A proposta que apresentaremos neste modelo gerencial está ancorada em três pilares básicos: o
poder público, a iniciativa privada e a comunidade. A distribuição dos papéis e responsabilidade dos
entes envolvidos está diretamente relacionada às formas como eles podem contribuir para o
processo. A prefeitura cabe criar condições para que as empresas investirem no manejo e
conservação dos parques, já às empresas cabe, dentro das condições cridas pela prefeitura, destinar
recursos para os parques, quanto à comunidade, a esta caberá a administração e o gerenciamento
dos parques.
MODELO GERENCIAL
Os parques da capital, desde sua criação onde muitos deles já eram previstos, não contavam com
um modelo gerencial que permitisse à administração do município planejar as intervenções
necessárias nestas áreas; muitos outros foram criados nestes mais de 70 anos da capital e pouco se
fez no sentido de tornar os parques menos susceptíveis as oscilações da política de urbanismos da
capital, da pressão imobiliária e da depredação provocada pelas invasões.
Estes espaços, importantíssimos para a vida social goianiense, sofrem intervenções localizadas e
não se observa nestas intervenções uma cronologia referendada nas necessidades de manutenção e
manejo contínuo destas áreas, geralmente os prefeitos mais afeitos com as idéias dos parques
plantam de mudas, reformam os brinquedos, fazem pistas de caminhada, manda podar as arvores,
cortar a grama, pintar os bancos e etc.
O modelo gerencial que se segue é uma proposta que visa apresentar uma solução definitiva para o
gerenciamento dos parques da capital, a mesma propõe que a conservação e manejo sejam
contínuos e de responsabilidade de todos; da sociedade, da iniciativa privada e do poder público,
esta união de esforços pode se efetivar obedecendo aos princípios de uma Parceria-Público-Privada.
OS PAQUES DE GOIANIA
É dever do poder público municipal de implantar e manter os parques em toda cidade, zelando para
que cumpram o fim a que se destinam: preservação e recreação ou ambos, mantendo-os nas
condições em que possam ser usados pelas pessoas da comunidade e de toda cidade de um modo
geral, assegurando que as áreas disponham dos equipamentos, infra-estrutura e segurança de acordo
com a finalidade do parque.
Os limites dos parques, bem como seus usos, são definidos pelo corpo técnico da prefeitura, que,
com base em vários estudos faz as indicações dos usos concebíveis em cada uma das áreas de um
parque ou em todo ele, a capital tem vários parques que se encaixam nas mais diversas
classificações, pois apresentam usos múltiplos, outros com restrições brandas, mas estes são poucos
CASTORINO, A, B. MODELO GERENCIAL PARA OS PARQUES DE GOIANIA-GO: AS PARCERIAS PÚBLICO-
PRIVADAS – PPPs. Goiânia. IESA, 2007.
na capital.
Em uma eleição feita pelo jornal Diário da Manha em 2006 os 09 parques descritos abaixo foram
eleitos os mais bonitos da capital.
Parques selecionados
Todos estes parques são de fato muito bonitos e apresentam uma diferença, que do ponto de vista
paisagístico, é muito saudável, no entanto todos eles enfrentam problemas que são comuns: a falta
de continuidade na manutenção, a falta de fiscalização, a depredação e em muitos casos o abandono
e a falta de segurança.
O mesmo jornal que elege os parques mais bonitos da cidade, também coleciona uma serie de
matérias sobre o mau uso que se tem feitos destas áreas: o vandalismo, a venda e o uso de drogas, a
prostituição, o medo, os sinais degradação estão por toda parte: brinquedos quebrados ou roubados,
lixo espalhado pelos parques, placas extraviadas, bancos e muros rabiscados. Um claro sinal de que
guarda municipal não fiscaliza os parques.
É evidente que nem tudo é tão caótico como parece, no parque Vaca Brava (o mais bonito da
cidade), a situação é radicalmente diferente da enfrentada pelo parque Botafogo que é conhecido
por ser ponto de prostituição de homossexuais, no primeiro é não é raro ver pessoas caminho ou
passeando depois das oito horas da noite, já no segundo ultrapassar este limite de horário pode ser
perigoso.
DO PODER PÚBLICO
reconhecimento, que, por maior que seja a boa vontade do administrador público, esta não são
suficientes para assegurar o bom uso destas áreas, todas as pessoas, direta ou indiretamente, se
beneficiam dos parques, é papel de todas elas zelarem pela preservação destas áreas e por esta razão
o custo deste gerenciamento deve ser de responsabilidade de todos.
Ao poder público cabe a iniciativa de promover este debate, com vistas a enriquecê-lo e divulga-lo
maciçamente em todos os meios de comunicação, chamando as pessoas para participarem da gestão
dos parques, buscar soluções para as dificuldades financeiras, que são sentidas em todas as esferas
do Estado brasileiro e mais significativamente nos municípios, onde as demandas sociais não dão
folga ao já apertado orçamento.
Frente a esta realidade, não é surpresa que sobre pouco ou quase nada de recursos destinados aos
parques, tendo de viver com as poucas migalhas que lhes sobram estes são progressivamente
condenados ao descaso e as pessoas não vão freqüentar parques abandonados e se o município não
consegue planejar, implantar e gerir os parques, cabe a ele dar condições para que a sociedade o
faça, e uma destas formas são as parcerias-público-privadas, as PPPs.
Os parques não têm como um dos seus fins a geração de renda, e o volume de recursos exigidos
para manutenção destas áreas é considerável, portanto o modelo aqui proposto, o município mantém
a estrutura sob seu controle, assim como a responsabilidade jurídica sobre a mesma continua sobre
sua tutela, já que a área continua sendo pública.
Aqui, o papel do governo consiste basicamente em criar condições para que a indicativa privada
financie o manejo dos parques, o que pode ser feito via subsídios ou redução dos impostos para
quem se interessar em investir.
Não devemos perder de vista que o financiamento dos parques é um negócio e, portanto deve
obedecer as regras do mercado, devendo portanto ser criado um fundo municipal para a manutenção
de parques, onde as contribuições possa ser recebidas e repassadas.
O abatimento do imposto cobrado pela prefeitura para aqueles que comprovarem doação ao fundo,
pode ser um grande atrativo, o que não impede que outras formas sejam estudas, quanto aos
recursos, estes devem ter distinção exclusiva e sua administração caberá ao colegiado formado por
todos os representantes de todas as entidades envolvidas.
capital.
DA INICIATIVA PRIVADA
O setor privado de uma maneira geral tende a se alto excluir da responsabilidade social que, em um
momento ou outro lhes é cobrada, muito embora este quadro esteja mudando, a participação deste
setor na promoção social ainda é pequena, no entanto já existem projetos que prevêem a
participação afetiva da iniciativa privada e não apenas o dinheiro para financiar o projeto, como o
que aqui se apresenta.
Assim que o setor público tiver feito seu dever de casa, como sustenta esta proposta, a iniciativa
privada disporá das condições, senão atraentes, pelo menos viáveis, para investir nos parques, via
dedução de seus impostos e conseqüente destinação para o fundo de manutenção dos parques,
acreditamos que as empresas, tendo condições favoráveis, não deixarão de investir na conservação
dos parques, iniciativa que pode lhes ser altamente benéfica às suas imagens.
Com relação aos percentuais das doações ou subsídios, esta é uma discussão posterior a aceitação
da proposta e deve ser feita sempre pautada na necessidade dos parques e na capacidade
financiadora das empresas envolvidas, estas pode propor modelos de financiamento para que
possamos enriquecer esta proposta, já que lhe cabe financiá-la e garantir a continuidade este
financiamento.
A estas caberá a difícil missão de administrar os parques, está aqui uma das fases mais importantes
do projeto, pois a prefeitura pode fazer tudo certo e a iniciativa privada corresponder dentro do
esperado, mas se está fase não funcionar bem, o projeto avança, daí a opção pelas associações de
bairro já estabelecidas, para que funcionem como promotores da responsabilidade sobre o parque do
seu bairro ou região.
As ONG,s também representam outra saída e podem tanto sós quanto com as associações de bairro
administrarem o parque, desde que suas atividades tenham estrito cunho ambiental e social.
As relações de trabalho da equipe gerencial precisam ser discutidas a luz da legislação trabalhista
para que não causem transtornos, nem para as entidades gerenciais, nem para o poder público,
CASTORINO, A, B. MODELO GERENCIAL PARA OS PARQUES DE GOIANIA-GO: AS PARCERIAS PÚBLICO-
PRIVADAS – PPPs. Goiânia. IESA, 2007.
porém esta proposta vislumbra uma saída muito interessante para os parques: o parque pode
fornecer estágio nas áreas em que tem relação direta, como: arquitetura, engenharia, biologia,
administração, geografia e etc.
Acreditamos que com o consentimento público, advindos das discussões em torno do projeto, este
pode ser implantada e dar aos parques uma nova cara, mais próxima daquilo que a população espera
deles, sem violência, bem cuidados e aptos a receberem pessoas e ventos, pois nada dará ou
garantirá a existência dos parques do que a presença das pessoas.
Por fim esperamos, como todos que escrevem, que o projeto seja lido e que as pessoas que o lerem
usem da sensibilidade que caos da cidade ainda não lhes retirou, e olhem com bastante cuidado a
situação dos parques da capital, com ênfase para o parque objeto deste estudo: o Parque Botafogo,
onde uma análise previa é suficiente para verificarmos a consonância do projeto com o parque.
ANEXO I