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Dimensionamento de Cordão de Solda sob o Ponto de Vista


Estatístico
Emerson Silva Bussoloti esbussoloti@ig.com.br
José Serafim dos Santos Neto jose.serafim.serafim@terra.com.br
Marcos de Araújo Cesaretti web-marcos@universiabrasil.net
Zorailde Santos Morais zora.fr@ig.com.br
Orientador: Luiz Gimenes Jr gimenes@infosolda.com.br

Resumo

O presente trabalho tem o intuito de cordões de solda, os principais parâmetros


apresentar, de modo mais claro e objetivo que devem ser considerados na execução
possível, uma metodologia que auxilie a de cordões e, depois, um exemplo
diminuir o tempo e os custos no ilustrativo de como fazer uso da
dimensionamento e otimização de cordões de metodologia DOE na prática.
solda. Essa metodologia envolve a estatística
com os parâmetros de soldagem. Cremos Para facilitar o uso desta metodologia, foi
tratar-se de um trabalho não muito visto no desenvolvida uma planilha eletrônica, em
mundo da solda, mas entendemos que a software Microsoft Excel, para efetuar os
contribuição que pode trazer é de grande cálculos.
valia.
1 – Influência dos Parâmetros na
A estatística envolvida também não é muito Execução do Cordão de Solda
comum, mas sua compreensão é
relativamente simples. Abaixo está descrita de forma sucinta a
influência dos parâmetros de soldagem na
Realizando um número reduzido de execução de um cordão de solda. A fim de
experiências, a técnica de delineamento de facilitar o entendimento, há a seguir um
experimentos (ou design of experiments – croqui (fig. 1) de um corpo de prova com a
DOE) é um método econômico, em termos de realização de dois cordões de solda e as
tempo e de dinheiro, de programação de fotos das vistas superior (fig. 2) e frontal (fig.
experimentos que identifica as variáveis que 3). Posteriormente, são relatados os
mais influem no resultado de um processo. É parâmetros utilizados na realização desses
destinado à otimização de projetos ou cordões
processos desde a fase de seu (tabela 1 e 2).
desenvolvimento até sua conclusão ou, ainda,
para otimizar processos ou produtos
existentes.

Como essa técnica estatística se fundamenta


nas variáveis do fenômeno a ser estudado,
primeiramente será apresentada uma breve
teoria sobre

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Fig. 1 – Croqui, em perspectiva, de um corpo de prova.

Cordão (2) Cordão (1)

35

50

Fig. 2 – Vista superior dos cordões

Fig. 3 – Vista frontal dos cordões

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Tabela 1 – Parâmetros do equipamento utilizado na realização do cordão.

Fonte MIG/MAG Retificadora


Máquina Lincoln Idealarc Pulse Power 500
GMAW LOW PINCH 11
Alimentador de Arame Lincoln Eletronic LN-9 GMA
Tocha Polaridade Inversa (Positivo)
Tipo de Arame Belgo – ER70S-6 - ∅ 1,2 mm
Gás Air Liquide, 80% Ar e 20% CO 2

Tabela 2 - Parâmetros dos cordões.


Veloc. Veloc. Vazão
Distância Posição
de de do Tensão Corrente
Nº Cordão Bico / Peça de
Arame Soldagem Gás (V) (A)
(mm) Soldagem
(m/min.) (cm/min.) (L/min.)
(1)
semi- 13,0 4,26 30,0 Plana 12,0 19,0 160,0
automático
(2)
13,0 4,91 30,0 Plana 12,0 24,0 173,0
automático

• A corrente elétrica é o movimento de elevadas condicionam arcos com


elétrons num condutor sob a ação maior comprimento. Influenciam o
de um campo elétrico. Afeta aspecto do cordão;
diretamente a taxa de deposição,
penetração e a aparência do cordão. • O tipo de gás fornece a proteção
Influi também no diâmetro das gotas; para o arco de soldagem e a região
da poça de fusão da influência
• O diâmetro do arame Influencia a atmosférica. Pode influenciar as
deposição de material para uma características de soldagem tais
dada faixa de corrente; como: tendência à mordedura, modo
de transferência metálica e
• A distância bico-peça está aparência do cordão;
relacionada conforme o consumível;
há uma distância adequada a ser • A vazão do gás influencia o
utilizada; uma distância inadequada resultado final da soldagem, como
pode causar salpicos, cordões os aspectos mencionados no item
convexos e falta de penetração; anterior. Depende da distância entre
a tocha e a poça de fusão, assim
• A tensão está relacionada com o como da circulação de ar no local de
comprimento do arco. Tensões mais trabalho;

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com as especificações e pronto para


• A velocidade de soldagem também consumo pelo usuário.
afeta a penetração e,
conseqüentemente, na altura e 2.1 – Tipos de Gráficos Utilizados
largura do cordão; ao longo dele para Controle Estatístico
pode ocorrer mordedura, excesso de
penetração ou inclusão de escória. Os gráficos de controle estatístico de
processo oferecem uma visualização das
2 – Estatística ocorrências do processo ao longo do tempo,
incorporam essa natureza dinâmica e
Para melhor entendimento da técnica evidenciam quaisquer anormalidades que
proposta, antes será feita uma breve eventualmente se manifestem durante o
explanação sobre alguns tópicos da ciclo produtivo de produtos ou serviços.
estatística.
Esses gráficos indicam se o processo está
Controle Estatístico de Processo é um sob controle estatístico e se a padronização
método para monitoramento de qualquer adotada nos procedimentos operacionais
processo produtivo com o objetivo de está mantendo o estado de controle
controlar a qualidade dos produtos ou projetado. Além disso, os gráficos nos
serviços no momento em que estão sendo possibilitam a praticidade de eliminar não-
produzidos (controle “on line”), e não no conformidades apresentadas durante o ciclo
final, numa inspeção após a produção de produtivo de produtos ou serviços.
todo o lote. Se houver algum problema, ele
pode ser eliminado praticamente logo após Basicamente, tem-se três tipos de gráficos
seu surgimento, antes que “contamine” toda utilizados para o controle estatístico de
a produção. processo: histograma (grág. 1), curva de
Gauss, ou curva Normal (gráf. 2) e carta de
No método de controle por detecção o controle de variáveis (graf. 3).
produto ou serviço, depois de concluído, é
comparado com as especificações e O histograma é um gráfico de colunas que
considerado conforme e aceito, ou não- mostra a forma de distribuição de
conforme e rejeitado (e devolvido para freqüência de uma série de dados,
retrabalho), ou vendido a preço de sucata permitindo visualizar a repetibilidade com
(fonte de desperdício!). que as amostras foram coletadas. Depois
se calcula o valor entre o menor e o maior
No controle por prevenção são feitas valor das amostras (amplitude) e se realiza
medições periódicas e seletivas em tempo uma divisão por classes (intervalos) nas
real ao longo da jornada de trabalho de quais os dados coletados serão distribuídos
modo que, no fim do ciclo produtivo, o conforme seu respectivo intervalo. No
produto ou serviço esteja em conformidade gráfico 1, abaixo, tem-se um exemplo de
um histograma.

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Gráfico 1 - Exemplo de histograma

A curva de Gauss tem como referência a produzir, os resultados obtidos dele devem
média do valor de todas as amostras. É estar dentro desta faixa de 6 σ (3 σ acima
realizado o cálculo do desvio padrão, depois da média e 3 abaixo), ou seja,
o mesmo é multiplicado por três para servir aproximadamente 99,74% do valor das
como referência para os Limites Naturais do amostras devem estar entre os Limites
Processo: o superior e o inferior. Esses Naturais do Processo. No gráfico 2, abaixo,
limites ficam à direita e à esquerda do valor tem-se um exemplo de uma curva de
da média das amostras. Para que o Gauss.
processo seja considerado capaz de

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Gráfico 2 - Exemplo de Curva de Gauss

A carta de controle de variáveis, a inferior ou superior; seqüência crescente ou


princípio, tem o mesmo esquemático da decrescente de seis ou mais pontos;
curva de Gauss, porém, após o cálculo da seqüência de seis ou mais pontos com o
média das amostras, determina-se os mesmo valor; seqüência de quatorze ou
Limites de Controle Inferior e Superior. Ela é mais pontos alternado-se acima e abaixo da
bastante usada em linha de produção, linha média. No gráfico 3, a seguir, tem -se
possibilita analisar o desempenho e um exemplo de uma carta de controle de
detectar falhas ao longo de um processo. variáveis, na qual o processo está sob
Quanto à detecção de um processo fora de controle estatístico, ou seja, a distribuição
controle estatístico, basta verificar algumas da população das amostras ocorre segundo
anormalidades como: pontos com valores a curva de Gauss.
acima ou abaixo dos limites de controle

Gráfico 3 - Exemplo de carta de controle de variáveis.

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2.2 – Tabulação de Dados e Avaliação de Quando utilizado no planejamento, o “DOE”


Resultados tem como aplicação planejar experiências a
serem conduzidas em níveis pré-
A tabulação dos dados a serem estabelecidos, para um ou mais fatores que
armazenados deve ser feita de forma comporão o experimento.
organizada, de modo que, após o
armazenamento, eles sejam de fácil No aprimoramento de projeto ou processo
recuperação e, principalmente, visualização, deve-se identificar as variáveis que mais
permitindo ao leitor uma fácil manipulação influem no produto e no processo de
desses dados. fabricação, tendo como objetivo obter o
maior desempenho do processo ou produto,
minimizando a variabilidade e os custos
Para cada estudo recomenda-se um tipo
envolvidos.
diferente de tabulação empregada. Por
exemplo: para o histograma é usual além da
tabela utilizada para armazenamento dos Foram utilizados os dados de um
experimento realizado na disciplina
dados utilizar colunas para cada
classe/intervalo, de forma que quem está Processos Usuais de Soldagem-III do Curso
Superior de Tecnologia em Soldagem da
elaborando o gráfico tenha facilidade em
controlar as freqüências de cada FATEC-SP. Como as peças não estavam
mais disponíveis, foi realizada uma
classe/intervalo. No caso da curva de
Gauss, a princípio, não é exigida a estimativa sobre os dados obtidos.
presença da tabela com os dados nas
Para ilustrar o modo de uso desta
proximidades da mesma, visto que apenas
metodologia, será feita uma análise
a própria curva é suficiente. E, quanto à
estatística da influência da tensão elétrica
carta de controle de variáveis, usualmente
na largura do cordão de solda.
deixa-se a tabela com valores das amostras
medidas como complemento do gráfico, 3.1 – Equipamentos Utilizados
pois possibilitam ao leitor identificar com
maior precisão os problemas que possam
estar ocorrendo. • Fonte retificadora MIG/MAG modelo
Lincoln idealarc pulse power 500;
3 – Delineamento de Experimento – DOE • GMAW Low Pinch 11;
(Design of Experiments) • Alimentador de arame modelo
Lincoln eletronic LN-9 GMA;
É um método econômico de programação • Arame Belgo – ER70S-6 diâmetro
de experimentos que identifica as variáveis 1,2 mm;
que mais influem no resultado de um • Mistura gasosa Ar/CO2 80/20.
processo realizando um número reduzido • Polaridade direta.
de experiências. É destinado à otimização
de projetos ou processos desde a fase de
seu desenvolvimento ou, ainda, para
otimizar um produto ou processo existente.

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3.2 – Parâmetros Fixos e Variáveis do Estudo

Tabela 3 – Parâmetros fixos e variáveis: representações, unidades e valores.

PARÂMETRO REPRESENTAÇÃO UNIDADE VALOR


Corrente I A variável
Tensão U V variável
Velocidade de Vs cm/min variável
solda
Velocidade do Va m/min. variável
arame
Diâmetro do Ø mm 1,2
arame
Distância bico- Dbp mm 13
peça
Tipo de gás Tg Ar/CO 2 80-20
Vazão Vz L/min 15
Freqüência F Hz 60

Ao lado do stick out e da corrente, a tensão e do aporte térmico, ocasionando aumento


é um dos fatores que afetam a taxa de da ZTA. Se a tensão for muito alta poderá
fusão do arame e, por sua vez, o perfil do causar porosidades, respingos e
cordão. Ela também afeta o modo de mordeduras. Porém, tensões muito baixas
transferência metálica. ocasionam estreitamento do cordão e
aumento de sua altura de reforço.
A tensão está diretamente relacionada com
o comprimento de arco: comprimentos Neste trabalho foi usada a técnica
grandes causam respingos e irregularidades estatística conhecida como D.O.E. (Design
no perfil do cordão; pequenos of Experiments / Delineamento de
comprimentos causam diminuição da Experimentos) para avaliar
tensão superficial da poça de fusão quantitativamente a influência da tensão
ocasionando cordões convexos e de pouca elétrica na largura do cordão de solda. Um
penetração. aspecto interessante desta técnica é que,
ao contrário do que é usualmente feito para
Se forem mantidos constantes os demais se determinar um cordão ideal (situação em
parâmetros de soldagem (diâmetro do que é variado só um parâmetro e fixado os
eletrodo, inclinação da tocha de soldagem, demais), ela consegue determinar qual
stick out, velocidade de soldagem e parâmetro que mais influi em um
corrente, variando-se apenas a tensão) determinado fenômeno (no caso, largura de
verificar-se-á que aumentos de tensão um cordão de solda) na medida em que
causam alargamento e achatamento do outros parâmetros também estão atuando
cordão além do aumento da poça de fusão nele.

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• As variáveis que não foram


O DOE tem essa característica porque foi consideradas no experimento não
elaborado para determinar, dentre vários foram devidamente bloqueadas;
fatores, qual o que mais influi num • Os meios de medição não são
processo. E, ao se fazer tal determinação, adequados, confiáveis ou não estão
isso se dá sem dispêndio de muito tempo e devidamente calibrados;
dinheiro, os quais ocorreriam com a • As medições não foram realizadas
realização de vários experimentos. Basta de modo adequado.
escolher quais (ou quantos) fatores serão
analisados e estabelecer dois níveis (um O DOE pode ser aplicado em:
mínimo e um máximo) para cada um que • novos projetos e aperfeiçoamentos
uma matriz ortogonal determinará de produtos;
(conforme item 3.3.1.1 abaixo) a • novos processos e
configuração de cada experimento. Esses aperfeiçoamentos dos atuais;
valores estimados são os dados teóricos • solução de problemas de causa
do estudo. desconhecida;
• em conjunto com outras técnicas
O DOE calcula o erro experimental do estatísticas, como, por exemplo,
estudo realizado. Caso seja maior do que auxiliar na determinação de CEP em
15%, é possível que um ou mais dos uma característica de um
seguintes fatores tenham acontecido: determinado produto;
• avaliação de alterações de
• Há uma, ou mais, variáveis atuando materiais, processos e tecnologias;
no experimento que não foi levada • redução do tempo de
em consideração;
desenvolvimento de
produtos/processos.

3.3 – Realização do Experimento

3.3.1 – Dados Teóricos

Tabela 4 - Dados teóricos do experimento,


organizados conforme matriz ortogonal L4 (2³)

Variáveis
Vel. Solda Tensão Corrente
Experim.
(cm/mim) (V) (A)
1 22 19 180
2 22 25 240
3 41 19 240
4 41 25 180

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3.3.1.1 - Matriz Ortogonal L4 (2³)

Variáveis
Experim. A B C(AB)
1 1 1 1
2 1 2 2
3 2 1 2
4 2 2 2

4 tipos de configuração de experimentos


2 níveis por variável; N1 e N2
3 variáveis => A, B e C (AB)

3.3.2 – Dados Práticos

Tabela 5 - 1a. tomada (resultados em R1) Tabela 6 - 2a. tomada (resultados em R2)
Velocidade Corrent Velocidade
Tensão Tensão Corrente
Ord Exp Solda e R1 Ord Exp Solda R2
(V) (V) (A)
(cm/mim) (A) (cm /mim)
1º 1 22 19,4 180 5º 2 22 25,1 236
2º 2 22 25,5 240 6º 1 22 19,2 178
3º 3 41 20,0 240 7º 4 41 25,2 180
4º 4 41 25,0 180 8º 3 41 19,5 238

Tab.7 - 3a. tomada (resultados em R3) Tab.8 - 4a. tomada (resultados em R4)
Vel. Vel.
Solda TensãoCorrente Solda Tensão Corrente
OrdExp R3 OrdExp R4
(cm/mim (V) (A) (cm/mim (V) (A)
) )
9º 4 41 25,3 183 13º 3 41 19,5 239
10º 2 22 25,3 234 14º 4 41 25,4 181
11º 3 41 19,5 238 15º 1 22 19,5 142
12º 1 22 19,5 178 16º 2 22 25,6 237

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O preenchimento dessas quatro tabelas é amplitude 0,12mm para corrente) a qual, no


feito automaticamente após o caso, é uma interação (fator AB) entre os
preenchimento manual da tab. 9, fatores Velocidade de solda (fator A) e
mencionada abaixo. Todos os campos são Tensão (fator B).
preenchidos pelo computador, exceto as
colunas R1 a R4, reservadas para o 3.5 – Comentários e Conclusão
preenchimento manual feito no local de
realização do experimento em folha O gráfico da interação AB (graf. 5) fornece a
impressa. melhor relação entre os parâmetros a serem
usados e o valor mais adequado de cada
Os resultados devem ser digitados na um deles segundo o que se pretende obter
planilha segundo tab. 10. As quatro tabelas de largura do cordão. Por exemplo, caso
acima foram feitas para facilitar a realização quiséssemos uma combinação de níveis
do experimento e a coleta de dados. Cada das variáveis (dos parâmetros) que desse a
tomada gerou 4 valores de largura de maior largura, deveríamos escolher A2 e B1
cordão, totalizando 16 cordões realizados (ver tab. 12, linha A2 e coluna B1, onde se
na seqüência da coluna “Ord” das tab.s 5 a obtém 9,97mm de largura do cordão, valor
8, cujos resultados (R1, R2, R3 e R4) estão este decorrente da seguinte combinação de
detalhados a seguir no item 4. Tabelas e fatores: Vel. Solda = 41 cm/mim, U = 19V,
Gráficos, em particular na tab. 10. com a corrente em 240 A, conforme tab. 9).

3.3.3 – Obtenção dos Resultados A realização deste estudo teve um caráter


(Rn) eminentemente didático visando mostrar a
quase totalidade dos aspectos que
Nas tab.s 5 a 8 acima, os dados são obtidos envolvem a sua realização, como níveis de
através da realização repetida 4 vezes de parâmetros não muito harmônicos entre si.
cada um dos 4 experimentos, totalizando 16 Porém, na medida em que os envolvidos no
experimentos (cordões). Contudo, em cada uso desta técnica tiverem maior
ciclo, é alterada a seqüência de realização conhecimento dos fatores que atuam no
dos experimentos de 1 a 4 (na primeira processo, pode-se refinar o estudo evitando
tomada a ordem dos experimentos é: 1, 2, 3 a escolha de combinações díspares de
e 4. Já na segunda a ordem é: 2, 1, 4 e 3) níveis entre os parâmetros de modo que
visando o “bloqueio” ou a mistura dos torne cada vez mais fácil a otimização do
parâmetros que não são levados em fenômeno em estudo.
consideração no estudo. É por essa razão
que os 16 cordões são feitos segundo a Dados estatísticos não provam resultados,
ordem que está definida na coluna “Ord” mas servem como orientação na busca das
das tab.s 5 a 8 acima. melhores soluções.

3.4 –Avaliação dos Resultados 4 – Tabelas e Gráficos

Largura do cordão (Y1). Foi desenvolvida uma planilha de cálculo


(excel) na qual todos os cálculos
Neste exemplo, na largura do cordão, a estatísticos são realizados de modo
tensão foi o fator menos influente, sendo a automático, bastando apenas entrar com os
corrente o fator que mais influiu (vide tab. dados nas células com fontes na cor
11, amplitude 0,01mm para a tensão e vermelha. As tab. 9 e 10 são as primeiras a

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serem preenchidas com as informações e


os dados do processo, conforme o exemplo As tabelas e gráficos a seguir são
abaixo. Após o preenchimento manual apresentados de acordo com a seqüência
dessas tabelas, todas as demais são em que se encontram na planilha eletrônica
preenchidas pelo computador (devido à de cálculos.
programação feita na planilha DOE).

Dados
Parâmetro a ser analisado: Y1
Y1 = largura do cordão de solda (mm)

Matriz 4 tipos de configuração de experimentos


L 4 (2)³ 2 níveis por variável; N1 e N2
3 variáveis => A, B e C (AB)

Tab.9 – Identificação e quantificação das variáveis


Variáveis Níveis Unidade
A = Vel. Solda A1 = 22 A2 = 41 cm/min
B = Tensão B1 = 19 B2 = 25 V
Interação => C (AB) = Corrente C1 = 180 C2 = 240 A

Objetivo

Y1 => Verificar qual a influência da __tensão__ sobre este parâmetro

Coleta
Tabela 10 – Dados teóricos (variáveis) organizados segundo
matriz ortogonal e resultados observados (obtidos de Y1)

Variáveis Resultados obtidos de Y1


Ex Vel.
p Solda Tensão Corrente R1 R2 R3 R4 média
1 22 19 180 9,74 9,77 9,75 9,76 9,76
2 22 25 240 9,86 9,89 9,89 9,88 9,88
3 41 19 240 9,98 9,95 9,96 9,97 9,97
4 41 25 180 9,86 9,84 9,87 9,85 9,86
Média geral = 9,86

É importante lembrar que a tabela 10 deve as instruções do item 3.3.2) Dados práticos
ser preenchida levando-se em consideração e do item 3.3.3) Obtenção dos Resultados.

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Na tabela 13 são realizados os cálculos que geram as tabelas 11 e 12 as quais, por


segundo os dados inseridos na tabela 10, sua vez, geram os gráficos 4 e 5.

Resultados
Graf. 4 - Gráfico do nível de influência Graf. 5 - Gráfico das interações entre as
das variáveis sobre Y1 variáveis

Tabela 11 - Nível de influência Tabela 12 - Interações


das variáveis sobre Y1 entre as variáveis
Interação
Fator Amplitude B1 B2
AB
Vel.
A Solda 0,09 A1 9,76 9,88
B Tensão 0,01 A2 9,97 9,86
AB Corrente 0,12

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Tabela 13 – Delineamento dos resultados dos experimentos realizados

D. O. E. – DESIGN OF EXPERIMENTS
DELINEAMENTO DE EXPERIMENTOS à Y1: Largura do Cordão

DOE – L4 Resultados dos Experimentos


Experiment R1 R2 R3 R4 Médi
o a
1 9,74 9,77 9,75 9,76 9,76 FATEC – SP
2 9,86 9,89 9,89 9,88 9,88 Soldagem – Tec. Fab.
3 9,98 9,95 9,96 9,97 9,97 2003
4 9,86 9,84 9,87 9,85 9,86
Média geral 9,86

DOE – L4 Tabela de Cálculo Número de Níveis è 2


Relação
Soma dos Grau de F. Calc./Ta
Variáv Variânci
Média das Médias N Quadrado Liberdad Snedecor b.
el a “VAR”
s e Calculada Snedeco
r
1 2 3 4
A 9,8 9,9 10, 9,9
0
1 à 9,8 à 9,9 0,03 1,00 0,03 102,14 20,43
1 3 2 4
B 9,8 10, 9,9 9,9
0
2 à 9,9 à 9,9 0,00 1,00 0,00 0,67 0,13
1 4 2 3
AB 9,8 9,9 9,9 10,
0
3 à 9,8 à 9,9 0,04 1,00 0,04 164,82 32,96
SQT GLT VarT ____ F.
Snedec
TOTAL 0,07 11,00 0,01 or
Tabelad
a
SQE GLE VarE Erro %
ERRO 5,00
0,0020 8,00 0,0003 3,99

A seguir, é fornecido um modelo para registro das informações no local de realização do


experimento.

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Matriz Ortogonal L4 (2³)

Variáveis
Experim. A B C(AB)
1 1 1 1
2 1 2 2
3 2 1 2
4 2 2 2

Dados
Parâmetro a ser analisado: Y1

Y1 =

Matriz 4 tipos de configuração de experimentos


L 4 (2)³ 2 níveis por variável N1 e N2
3 variáveis => A, B e C (AB)

Variáveis Níveis Unidade


A= A1 = A2 =

B= B1 = B2 =

C (AB) = C1 = C2 =
Interação =>

Objetivo

Y1 => verificar qual a influência de _______________ sobre este parâmetro


Coleta

Variáveis Resultados obtidos de Y1


A B C
Exp (AB) R1 R2 R3 R4 média

1 1 1 1

2 1 2 2

3 2 1 2

4 2 2 1

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matriz ortogonal L4 (2³) Média geral =

Ordem de Realização dos Experimentos e Cálculos

1a. tomada (resultados em R1) 2a. tomada (resultados em R2)


A B C R1 A B C R2
Ord. Exp. Ord. Exp.

1º 1 1 1 1 5º 2 1 2 2

2º 2 1 2 2 6º 1 1 1 1

3º 3 2 1 2 7º 4 2 2 1

4º 4 2 2 1 8º 3 2 1 2

3a. tomada (resultados em R1) 4a. tomada (resultados em R2)


A B C R3 A B C R4
OrdExp OrdExp

9º 4 2 2 1 13º 3 2 1 2
10º 2 1 2 2 14º 4 2 2 1
11º 3 2 1 2 15º 1 1 1 1
12º 1 1 1 1 16º 2 1 2 2

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D. O. E. – DESIGN OF EXPERIMENTS
DELINEAMENTO DE EXPERIMENTOS à Y 1:

DOE – L4 Resultados dos Experimentos


Experimen R1 R2 R3 R4 Média
to
1 Empresa:
2 Setor:
3 Data:
4
Média geral

DOE – L4 Tabela de Cálculo Número de Níveis è 2


Variáv Soma dos Grau de Variânci F. Relação
Média das Médias N Quadrado Liberdad Snedecor Calc./Tab.
el a “VAR”
s e Calculada Snede cor
1 2 3 4
A
1 à à
1 3 2 4
B
2 à à
AB 1 4 2 3

3 à à
SQT GLT VarT ____ F.
TOTAL Snedeco
r
Tabelada
SQE GLE VarE Erro %
ERRO 5,00

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apoio:

5 – Bibliografia

• Manual de Tecnologia de Fabricação e Soldagem (CD-ROM), versão 2.0, vários autores;


• Coleção Tecnologia Senai - Soldagem, vários autores, pág.s 23, 77, 96, 107, 64, 176,
199, 206, 207, 216, 232, 233, 239, 240, 267, 268, 285, 290 e 301;
• Site: www.infosolda.com.br/terminologia.htm;
• Site: www.geocities.com/Eureka/Plaza/6813;
• Apostila DOE Senai Suíço-brasileira, CRISCIONE, André Luis, pág.s 2 a 6;
• Apostila Controle Estatístico de Processo - GM-Senai, pág.s 1 a 7; 13 a 18;
• Apostila Controle Estatístico do Processo - Fundamentos para Implementação, Senai -
SP, BULGARELLI, Sandra Maria Okumura e RUIZ, Maria de Melo, pág.s 2 a 12; 20 a
30; 34 a 53.

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