O conto descreve a história de um ouriço chamado Carrapiço que não gosta do seu penteado de picos. Ele tenta fazer uma permanente mas não funciona. Mais tarde, compra caracóis de uma raposa espertalhona para enfiar em cada pico, ficando feliz com o seu novo visual. No entanto, na Primavera quando os caracóis retirarem os "pauzinhos" ele terá uma surpresa.
O conto descreve a história de um ouriço chamado Carrapiço que não gosta do seu penteado de picos. Ele tenta fazer uma permanente mas não funciona. Mais tarde, compra caracóis de uma raposa espertalhona para enfiar em cada pico, ficando feliz com o seu novo visual. No entanto, na Primavera quando os caracóis retirarem os "pauzinhos" ele terá uma surpresa.
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O conto descreve a história de um ouriço chamado Carrapiço que não gosta do seu penteado de picos. Ele tenta fazer uma permanente mas não funciona. Mais tarde, compra caracóis de uma raposa espertalhona para enfiar em cada pico, ficando feliz com o seu novo visual. No entanto, na Primavera quando os caracóis retirarem os "pauzinhos" ele terá uma surpresa.
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Num campo de milho muito dourado vivia um lindo Espantalho muito
brincalhão. Logo pela manhã quando o sol começava a espreitar na montanha, o Espantalhinho abria os olhos e esfregava-os… depois começava a bocejar: Ohhhh!Ahhhh! Em seguida, espreguiçava-se. Esticava um braço, outro braço, uma perna e a outra perna. Olhava para o sol e bocejava mais uma vez: Ohhhh! Ahhhh! Depois de bocejar, o Espantalhinho adorava sentir o sol a aquecer-lhe a palha de todo o seu corpo e sacudia uma perna… outra perna… um braço e o outro braço. De repente começou a sentir muitas cócegas por todo o seu corpo… cada vez mais e mais… eram os ratinhos e os passaritos da quinta que queriam brincar com ele e por isso faziam cócegas e tiravam-lhe alguma palha. De tanto rir e espernear, o Espantalhinho ficou cansado, e os ratinhos e os passaritos decidiram ir embora. Num instante o sol escondeu-se e o vento começou a soprar VVVVV… VVVVV… era o Outono que tinha chegado. As folhas das arvores começaram a cair e o chão ficou colorido em tons de castanho, amarelo e vermelho. O Espantalho estremeceu… espirou… Atchim!… e deu-lhe um arrepio de frio. O vento soprava cada vez mais forte… VVVVV… mais forte… VVVVVV… mais forte, e o Espantalhinho andava de um lado para o outro. As arvores estremeciam e as folhas caiam. O vento parou mas a chuva chegou. O Espantalho estava a ficar todo molhado. Cada vez chovia mais e o Espantalho ficava muito encharcado, e pesado… muito pesado. A chuva parou e o Espantalhinho começou a sentir-se tão pesado que começou a escorregar e a ficar com muito sono… Ohhh!… muito sono… até que se deitou no chão e adormeceu. Dormiu e sonhou com o sol a aquecer- lhe o corpo… tinha saudades do Verão mas só que agora era a vez do Outono que trazia consigo: o frio, a chuva e o vento. Nisto chegaram os amigos: os ratinhos e os passaritos que acordaram o Espantalho para brincar porque já estava sol. O Espantalhinho ficou muito contente porque parte do seu sonho tinha-se tornado realidade. Era Outono mas tinha o “calor” dos amigos e o amor sempre juntinho ao coração. O senhor Mago e a folha
-O senhor Mago chamava-se Antão e vivia sozinho numa
casinha que havia no meio do monte. O senhor Mago tinha três ovelhas: Guiomar, Felisberta, e Chiquita. Cuidava muito bem delas e elas gostavam muito dele. Numa tarde escura de Outono, o senhor Mago voltava do campo com as suas ovelhas, já fartas de pastar. O caminho estava coberto de folhas secas. O senhor Mago ia pisando as folhas com as suas socas e elas queixavam-se com gemidos surdos, como fazem as folhas quando as pisam. De repente, ouviu uma folha dizer: -Ei tu aí! não me pises que me magoas! -Oh, céus! Uma folha que fala! -pensou. Mas não estranhou muito, porque os Magos sabem muito bem que, às vezes, tudo é possível. Olhou para o chão e viu aquela folha… Era diferente, nunca tinha visto outra igual a ela. De certeza que viera de um país afastado, trazida pelo vento de Outono. Apanhou-a e disse-lhe: -Oh, desculpa! Não te preocupes, levar-te-ei para minha casa para te levar e pendurar na parede do meu quarto, porque és uma folha muito bonita. E assim fez. Chegou a casa, guardou as ovelhas no estábulo e foi até à fonte que havia ali perto. Com cuidado para não a partir, lavou-a muito bem lavada e pensou na melhor maneira de a secar. Acendeu o lume e pendurou-a a secar. Depois levou-a para o seu quarto e pousou-a em cima da mesinha de cabeceira. Antes de se deitar, pôs-se a pensar:
- Já estou velho e sinto-me só. Se um dia adoeço, não
tenho quem cuide de mim. Esta folha que encontrei é muito formosa e, se calhar, podia transformá-la numa menina. Meu dito, meu feito. Um pincel e tintas de muitas cores seriam as melhores ferramentas para realizar a sua magia. Pintou-lhe uns longos cabelos louros, olhos azuis, um nariz empinado e uma boca de lábios rosados, umas orelhas redondas, uns braços com mãos suaves e dedos perfeitos, umas pernas com pés ligeiros como o vento… Quando terminou, guardou a folha na caixinha dos desejos e pousou- a na pedra da janela. Se nessa noite as nuvens deixassem ver o brilho das estrelas, o seu desejo tornar-se-ia realidade. Durante a noite, o senhor Mago acordou, olhou pela janela e viu no céu a lua cheia cercada de estrelas brilhantes como prata. Ficou muito contente e voltou a adormecer. Levantou-se muito cedinho, ao raiar do dia. Esfregou os olhos, aproximou-se da janela e, ao levantar a tampa da caixinha dos desejos, ficou espantado… A folhinha desaparecera e, no seu lugar, estava uma menina adormecida, tão formosa como ele a imaginara. Acordou-a com muita doçura. A menina abriu os olhos, pestanejou e disse: - Bom dia, papá! O senhor Mago tremia de alegria: “papá! Uma filha! Já não estou só!” Mas… que nome lhe ia dar? - Já sei! Como Antão é um nome muito bonito, ela vai ser Anteia: Anteia, filha de Antão!
Toño Núñez, O senhor Mago e a folha, ilustrado por
Suso Cubeiro “O Casamento do Sr. Dióspiro com a Sr.ª Noz”
No Outono há nozes, castanhas, dióspiros,
romãs, uvas, maçãs, avelãs e azeitonas. Também há muita chuva e trovoada. A senhora D. Noz é muito refilona e chora muito por estar naquela casca sem saída. Num dia de Novembro, o senhor Diospiro ouviu um enorme rebuliço e tentou ajudá-la a sair da casca, mas após várias tentativas não consegui. - Deixe estar, não fique triste Sr.ª. Noz, porque há muitos animais, especialmente os roedores e aves que a podem comer ou esmagar. - Muito obrigado pelos avisos. Quem tenho o prazer de conhecer? - Dióspiro, ao seu dispor. - Podia refrescar-me um pouco? É que passei o Verão escondida na minha casca dura!... - Com certeza! É um prazer! Em breve se tornaram bons amigos. Certo dia foram jantar a um restaurante só para pares românticos e, quando saíram, já eram namorados. Os pais deles, quando souberam fizeram uma reunião. - Será que os devíamos casar? - Perguntaram entre si. - Sim! Boa ideia! - Acharam todos. - E em que dia? - Aproveitamos o Verão de S. Martinho, claro! E nesse dia casaram-se e lá estiveram: o padre Azeitona que realizou o casamento; a família Avelã, as irmãs Castanhas, a princesa Romã...
... o grande cacho de Uvas e a
distraída Maçã. A Chuva e a Trovoada estiveram a espreitar pela porta da igreja. Eles tiveram muitos frutos e ficaram felizes para sempre! O Ouriço Carrapiço
Era uma vez um ouriço que se chamava
Carrapiço e que não gostava do seu penteado. Sempre que passava à beira do charco e se via ao espelho na água do charco suspirava: - Ai! Ai! Estes picos são a vergonha do meu fochinho. Quem me vir pensa que eu não me penteio ou então que vi bicho -homem e que fiquei assustado. A Poupa que é muito bonita e tem um tufo de penas no alto da cabeça, ouviu-o e disse-lhe: - Porque não faz uma permanente, vizinho ouriço. Então o Ouriço Carrapiço foi a casa do Mestre Ondinhas que penteava todas as beldades da mata. Chegou lá e disse: - Faça-me uma permanente, Senhor cabeleireiro, por favor. - Sim , senhor, mas quer a quente ou a frio? - Qualquer coisa, quero é que fique com muitos caracóis. Mas o cabeleireiro por mais que se esforçasse não conseguiu enrolar os picos do Ouriço. O Ouriço Carrapiço saiu muito triste, quase a chorar. Depois viu o carneiro a pastar e suspirou outra vez: - Ai! Ai! Quem me dera ter caracóis. Mas a Pega ouviu o suspiro do Ouriço e como é um pássaro muito linguareiro começou logo a contar a todos os animais da mata. - O Ouriço Carrapiço quer caracóis! A raposa que é muito espertalhona e tem jeito para o negócio, arranjou logo um cesto de caracóis e foi a casa do Ouriço. Claro que o Ouriço comprou-lhe os caracóis todos e ... agora anda muito feliz quando olha para a água do charco e vê a sua sombra já não suspira porque como enfiou um caracol em cada pico está todo encaracolado. Mas quando chegar a Primavera e os caracóis puserem os pauzinhos ao sol o Ouriço Carrapiço vai ter uma grande surpresa.