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P.S.: Deve-se ressaltar que essas regras da dialética são exclusivamente adotadas
pela dialética marxista.
Ação recíproca
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Dialético
Fonte :
http://www.htmlstaff.org/xkurt/projetos/portaldoadmin/modules/news/article.php?
storyid=508
Lao Tsé, autor do livro Tao tö King (o livro do Tao), 7 séculos a.C., "autor"
da dialética.
Diz HENRI LEFÈBVRE: "o método marxista insiste muito mais claramente
do que as metodologias anteriores, ... a realidade a atingir pela análise, a reconstituir
pela exposição (síntese), é sempre uma realidade em movimento". A dialética
considera cada objeto com suas características próprias, o seu devir, as suas
contradições. Não existem regras universais fixas. Ponto de vista marxista de
George Politzer: A dialética focaliza as coisas e suas imagens conceituais em suas
conexões, em seu encadeiamento, em sua dinâmica, em seu processo de gênese e
envelhecimento", observa as coisas e os fenômenos, (...) no seu movimento
contínuo, na luta de seus contrários.
1º) como dialético, estuda as leis mais gerais do universo, leis comuns de
todos os aspectos da realidade, desde a natureza física até o pensamento, passando
pela natureza viva e pela sociedade.
3ª - Lei da negação da negação, que garante que cada síntese é a tese de uma
nova antítese, reproduzindo indefinidamente o processo.
DIALÁTICA E VERDADE:
Que garantias pode nos dar a dialética de que estamos no caminho certo
para a verdade?
Marx afirma: "A dialética mistificada tornou-se moda na Alemanha, porque parecia
sublimar a situação existente. Mas, na sua forma racional, causa escândalo e horror
à burguesia e aos porta-vozes de sua doutrina, porque sua concepção do existente,
afirmando-o, encerra, ao mesmo tempo, o reconhecimento da negação e da
necessária destruição dele; porque apreende, de acordo com seu caráter transitório,
as formas em que se configura o devir; porque enfim, por nada se deixa impor, e é na
sua essência, crítica e revolucionária. (O Capital vol. I p. 17)
A dialética é também uma teoria engajada. Ao contrário da metafísica, é
questionadora, contestadora. Exige constantemente o reexame da teoria e a crítica
da prática. Não existe nenhum critério de relevância (nem científico, social, teórico,
nem prático) que possa determinar que um ponto de vista é relativamente mais
válido que outro. O professor pensador de sua práxis, deverá manter uma crítica e
uma autocrítica constante, uma dúvida levada à suspeita, e a humildade de que
fala PAULO FREIRE, para reconhecer cotidianamente as limitações do
pensamento e da teoria.
Concluindo, a dialética opõe-se ao dogmatismo, ao reducionismo, portanto, é
sempre aberta, inacabada, superando-se constantemente.
Fonte: http://www.odialetico.hd1.com.br/filosofia/Dial%E9tica.htm
A primeira lei da dialética começa por contatar que nada fica onde está nada permanece
o que é.
I – O Movimento Dialético.
Quem diz dialética diz movimento, mudança. Para ter um estudo dialético
devemos nos colocar no ponto de vista dialético, ou seja, no movimento na mudança.
Eis uma maçã. Temos dois modos de estudá-la: Do ponto de vista metafísico e do
dialético.
Os metafísicos descreverão o fruto: Sua forma, cor, peso, tamanho… falarão de seu
gosto etc…depois pode se comparar à maçã com a pêra, ver suas semelhanças s
diferenças e por fim concluir uma maçã é uma maçã e uma pêra é uma pêra.
Se quisermos estudar a maça dialeticamente, estudamo-la no movimento; não no
movimento da maçã que rola e cai, mas o movimento de sua evolução.
Devemos constatar que a maçã madura não foi sempre uma maçã madura, antes era uma
maçã verde, que já fora uma flor, que foi um botão; e assim chegaremos até a macieira o
broto, a semente…. vimos que a maçã não foi sempre uma maçã, nem permanecerá o
que é. Se cair da macieira ira apodrecer, se decompor, libertará as sementes que se tudo
correr bem dará um rebento, depois uma árvore. Portanto a maçã não foi e também não
ficará sempre o que é.
Vimos a historia da maçã. Vejamos agora o lápis que também tem sua historia.
O lápis hoje usado, já foi novo. A madeira da qual o lápis foi feito saiu de uma prancha,
e esta de uma arvore. A maçã e o lápis têm cada um a sua historia, e não foram sempre o
que são. Mas há uma diferença entre essas duas historias!
A maça verde tornou-se madura. Podia, se tudo corresse bem, não se tornar madura?
Não, Devia amadurecer, cair a terra, apodrecer, se decompor e libertar as sementes.
Enquanto a arvore de que vem o lápis pode não se tornar prancha, e esta não se tornar
lápis. E este pode, ele próprio não ser afiado.
No caso da maçã uma fase sucede à outra, e inevitavelmente uma outra fase se dará (se
nada interromper a evolução).
Já na historia do lápis uma fase pode não seguir a outra, se a historia do lápis percorre
todas as fases é por uma intervenção estranha – a do homem.
A maçã possui em seu processo fases que se sucedem, a segunda que deriva da
primeira, etc…ela segue o devir. No lápis as fases justapõem-se, sem resultar uma da
outra. É que a maçã tem processo natural.
III – O Processo.
Palavra que vem do latim, e quer dizer marcha em frente, ou ato de avançar, de
progredir.
Por que é que a maçã sendo verde se torna madura?
Quando examinamos a flor que se tornará maçã, a maçã verde que se tornará madura,
constatamos que os encadeamentos que impelem a maçã na sua evolução atuam sob o
domínio de forças internas a que chamamos: autodinamismo, que significa: força que
vem do próprio ser.
Quando o lápis era ainda prancha , foi preciso a intervenção do homem para torná-lo
lápis, por que nunca a prancha se transformaria sozinha em lápis.
Não houve autodinamismo, portanto quem diz dialética não diz só movimento, mas
também autodinamismo.
Podemos constatar que nem todo movimento é dialético. Se tomarmos novamente o
exemplo do lápis a prancha torna-se lápis certamente houve a mudança, mas será ela
dialética?
Não, sem o homem a arvore não seria cortada e essa não seria transformada em prancha
que por sua vez não viria a ser um lápis. Essa mudança não é dialética, mas, mecânica.
I – O encadeamento de processos
A dialética nos ensina que as coisas não são eternas: tem um começo meio e fim,
a morte.
Por que é que o que nasce é, portanto obrigado a morrer? Eis uma grande lei da
dialética, que devemos confrontar.
Normalmente consideramos as coisas de um modo isolado, quando pesquisamos vida
fazemos isso sem relacioná-la com qualquer outro fenômeno. Se examinarmos a morte,
faremos da mesma maneira.
E acabaremos por concluir: ávida é a vida, e a morte é a morte. Não há nada de comum
entre elas não se pode estar ao mesmo tempo vivo e morto, pois são coisas opostas,
inteiramente opostas uma a outra. Correto?
Não. Examinamos as coisas desta maneira pois temos uma concepção metafísica do
mundo, vemos as coisas apenas por um lado, não por que queremos ver as coisas assim,
mas por que essa visão esta enraizada em nós pela nossa formação cristã.
Não podemos separar tão brutalmente a vida e a morte, uma vez que a experiência e a
realidade nos mostram que a morte continua a vida, que a morte vem do vivo. E a vida
também pode sair do morto, pois os elementos do corpo morto vão transformar-se para
dar origem a outras vidas. A própria vida só é possível pela continua substituição de
células que morrem por outras que nascem.
Se examinarmos a verdade e o erro, pensamos não há nada de comum entre eles. A
verdade é a verdade, e um erro é um erro. Se dissermos: “Olha, chove!” acontece que,
por vezes nem terminamos de completar a frase e já não chove. A frase que era exata
tornou-se um erro. Vemos que a verdade se transforma em erro, será que o erro se
transforma em verdade?
Na antiguidade, sobretudo no Egito, os homens imaginavam uma luta entre deuses para
tentar explicar o por e o nascer do sol; era um erro quando se colocava a questão da luta
dos deuses. Mas as ciências dão parcialmente razão a este raciocínio, dizendo que há
realmente forças (físicas) que fazem mover o sol. Vemos, pois, que o erro não está
oposto à verdade.
Observando de perto um ser vivo, notamos que este é composto de células que
desaparecem e aparecem no mesmo lugar. Vivem e morrem sem cessar em um ser vivo,
onde existe, portanto vida e morte.
Assim, as coisas não só se transformam umas nas outras, uma coisa não é apenas ela
pura e simplesmente, mas também a sua contraria. Toda coisa é ao mesmo tempo, ela
própria e sua contraria.
Assim no interior de cada coisa existem forças opostas, e estas lutam. Uma coisa é
movida por forças que se chocam pois estas estão em direções opostas.
Uma tende para a afirmação (vida) e a outra para a negação (morte).
É necessário fazer aqui uma distinção o que se chama contradição verbal – que
significa responder Não quando alguém lhe diz Sim – a que acabamos de ver é a
contradição dialética, isto é, nos fatos nas coisas.
Pensem em um ovo que posto e chocado por uma galinha: este ovo contém um germe,
que a uma certa temperatura se desenvolve. Desenvolvendo-se dará um pintinho, desse
modo o germe já é a negação do ovo. Veremos que no ovo existem duas forças; a que
tende para que permaneça ovo, e a que tende para que se torne pintinho. O ovo está,
portanto em desacordo consigo próprio, existe aqui a afirmação e a negação.
Uma coisa começa por ser uma afirmação que sai de uma negação. O pintinho é a
afirmação resultante de negação do ovo.esta foi uma fase do processo.
A galinha por sua vez será a transformação do pintinho, haverá novamente uma luta
para que o pintinho se torne galinha, e outra para que continue sendo pintinho.
A galinha será, portanto a negação do pintinho, que era a negação do ovo.
afirmação – ovo
negação – pintinho
negação da negação – galinha
afirmação – chamado também Tese.
negação – ou Antítese.
negação da negação – ou Síntese.
A destruição é uma negação. O pintinho é a negação do ovo, uma vez que
nascendo, o destrói.
Assim a contradição verbal quer dizer não a contradição dialética quer dizer destruição.
Mas a destruição só é uma negação quando é dialética, quando for um produto da
afirmação, se dela sair. O ovo é a afirmação, sendo chocado origina sua negação –
torna-se pintinho, este simboliza a destruição ou a negação do ovo, rompendo,
destruindo a casca.
No pintinho, vemos duas forcas adversas: pintinho e galinha; no decurso deste
desenvolvimento do processo, a galinha porá ovos, nova negação da negação. Destes
partirá então um novo encadeamento de processo.
Observamos a esse respeito, pelos exemplos, que regressamos sempre ao ponto de
partida, mas num outro plano mais elevado, (desenvolvimento em espiral).
III – A unidade das contrarias.
Uma coisa não tem nada a ver com a sua contraria, é o que se pensa em geral.
Mas para a dialética toda coisa é, ao mesmo tempo ela própria, e a sua contraria,
unidade de contrarias, e é preciso entender bem isso.
Se tomarmos como exemplo o saber e a ignorância, concluiremos, metafisicamente:
“um sábio não é ignorante, e um ignorante não é um sábio”. No entanto se analisarmos
melhor, não poderemos colocá-las em oposição tão rígida. Primeiramente reinou a
ignorância, depois é que com aprendizados vem o saber; então verificamos que a
ignorância se torna o saber. Uma coisa que se torna sua contraria. Não existe o
ignorante completo. Um sujeito por mais ignorante que seja sabe, pelo menos,
reconhecer objetos, existe sempre um pouco de saber na ignorância. Mas, há ignorância
no saber, pode existir o saber cem por cento? Não. Há sempre o que aprender, não há
saber absoluto. Todos os saberes contem uma parte de ignorância.
Podemos retomar os exemplos que já vimos: a vida e a morte, a verdade e o erro;
veríamos que em ambos, existe uma unidade de contrarias, isto é, que cada um contem,
ao mesmo tempo, ela própria e sua contraria.
Uma coisa não só se transforma na sua contraria, ela é ao mesmo tempo ela própria e
sua contraria.
É preciso compreender bem essa lei dialética que é a contradição, precisamos evitar
querer aplicar em tudo, mecanicamente, por exemplo à negação da negação, devemos
prestar muita atenção quando explicamos ou aplicamos a lei das contrarias, por que
nossos conhecimentos são limitados, e isso pode nos deixar em situações críticas.
O que conta, é o principio: a dialética e as suas leis nos fazem estudar as coisas para
descobrir sua evolução e as forcas, as contrarias, que determinam essa evolução. É
preciso estudar a unidade das contrarias contida nas coisas, e esta equivale a dizer que
uma afirmação não é nunca uma afirmação absoluta, uma vez que contém em si mesma,
uma parte da negação. E isso é o essencial: é por conterem a sua própria negação que as
coisas se transformam. A negação é o dissolvente, se não existissem as coisas não
mudariam.
Há mudança, movimento, onde haja contradição. Em uma situação temos a afirmação à
negação em conflito pois são contrarias, e quando aparece o terceiro termo, a negação
da negação, aparece a solução, porque, nesse momento a razão da contradição é
eliminada.
Para resumir, e como conclusão teórica, diremos: “As coisas mudam, porque encerram
uma contradição interna, elas próprias, (afirmação), e suas contrarias, (negação) as
contrarias estão em conflito, e as mudanças nascem desse conflito (negação da negação)
assim a mudança (negação da negação) é a solução do conflito”.
I – Exemplo político
Um exemplo político da lei do progresso por saltos: Um homem que se
apresenta à candidatura a um mandato qualquer, precisa de 4500 votos para obter a
maioria absoluta não é eleito com 4499 votos, continua a ser apenas um candidato, com
um voto a mais a mudança pela quantidade de votos determina uma mudança de
qualidade uma vez que o candidato que era, se torna um eleito.
II – Exemplo cientifico
No início da década de 70, a Psicologia Social na América Latina passa pelo que
chamamos de “crise de relevância”, tanto em relação a seus aspectos teóricos como
metodológicos. As ditaduras militares e conseqüentes opressões e injustiças sociais em
que vivia o povo latino-americano serviam de base para o questionamento do papel da
pesquisa em Psicologia Social.
Silvia Lane (1995) comenta: "Ela (psicologia social), que se apresentava na década de
50 como o ramo da Psicologia que contribuiria para resolver os grandes problemas da
humanidade, parecia a nós, neste período, que apenas subsidiava a opressão, a
manipulação política, a manutenção do status quo" (p. 68).
Esses autores que viveram na ex-URSS do começo do século XX, partem da teoria
marxista para a construção de uma nova psicologia. As mudanças econômicas e
políticas provocadas pela revolução russa de 1917 influenciaram em muito a obra desse
grupo em que Vigotski destacava-se como líder intelectual. Sua formação ampla
(filosofia, história, literatura, estética, semiologia, direito, lingüística, medicina,
pedagogia e psicologia) e seu profundo conhecimento sobre a história da Psicologia,
não só da antiga Rússia, mas também do mundo, permitiram-lhe a compreensão e a
síntese do panorama da ciência psicológica no final do século XIX.
Luria (1988) faz uma referência a esse período de grande efervescência cultural e
intelectual: “Nosso propósito, superambicioso como tudo na época, era criar um novo
modo, mais abrangente, de estudar os processos psicológicos humanos” (p. 22).
É a partir da interação ativa com o mundo que os homens constroem sua subjetividade;
o a categoria da atividade: a atividade prática sensível, a práxis como atividade
produtora intencional é o que fundamentalmente nos distingue dos animais e pode-se
caracterizar enquanto determinante da essência humana, já que possibilita o
desenvolvimento da cultura;
o a natureza social do homem, “cujo reconhecimento implica tomar o homem como
produto e produtor das relações sociais historicamente construídas pela humanidade
(...).” (Tanamachi, 1997, p. 75).
Neste sentido, o materialismo histórico dialético e os pressupostos explicitados, aqui,
serviram de guia epistemológico para a psicologia de Vigotski; e, na década de 80, essa
psicologia aponta alguns caminhos à psicologia social, que se apropria do método
materialista histórico dialético, pois este vai ao encontro de duas grandes questões que
os psicólogos colocavam à sua ciência: a necessidade de indissociabilidade entre teoria
e prática e o compromisso político que deveria permear as atuações profissionais.
Como a psicologia proposta por Vigotski não é uma mera sobreposição da teoria
marxista à psicologia, e sim a construção de uma nova psicologia, faremos uma breve
conceituação da psicologia sócio-histórica.
A partir das leis da dialética, Vigotski (1988b) propõe alguns princípios necessários à
investigação das funções psicológicas superiores:
o Analisar processos e não objetos: os processos psicológicos, em virtude de sua
complexidade, sofrem constantes mudanças. Cabe ao pesquisador investigar e
compreender como determinado fenômeno desenvolveu-se na história do indivíduo.