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Departamento de Design
Curso de Design Gráfico
Londrina
2008
Rafael de castro Andrade
Londrina
2008
Rafael de castro Andrade
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________
Prof.ª Drª. Rosane Martins
Universidade Estadual de Londrina
_________________________________________________________
Prof.ª Ms. Vanessa Tavares de Barros
Universidade Estadual de Londrina
_________________________________________________________
Prof. Renato Macri
Universidade Estadual de Londrina
Londrina,____de______________de 2008.
Dedicatória e Agradecimentos
Este texto é algo que pensei desde o primeiro instante em que comecei este
trabalho, mas seria impossível prever todas as boas coisas que acabaram acontecendo
para que este trabalho fosse concluído.
Gostaria de agradecer primeiramente aos meus pais, Valter e Cida, pela dedicação,
esforço e sacrifício, para que seus filhos tivessem bons estudos e soubessem além de
tudo serem honestos, humildes, compreensivos, independentes e questionadores, enfim
serem cidadãos conscientes e boas pessoas. E com orgulho digo que o sacrifício foi válido,
e concluo esta etapa da minha vida dedicando a eles esta obra.
Durante minha vida acadêmica, tive muitos mestres, mas poucos ensinaram com
dedicação e paixão como Ms. Yuri Walter quando me acolheu em seu projeto de pesquisa
e me incentivou a descobrir a importância de se produzir conhecimento científico
na graduação, mesmo em um curso que tem um caráter tão prático, ao mestre muito
obrigado.
Meus agradecimentos especiais para a Ms. Ana Luiza, que me acompanha desde
os primeiros anos de graduação, época em que lecionava na UNOPAR, obrigado pelo apoio
e pela colaboração, grande parte deste trabalho só foi possível graças a você.
E o mundo com certeza seria bem melhor se tivessemos mais pessoas como
Marcelo Pliger, designer, infografista e ótimo palestrante reserva. Obrigado por ter sido tão
acessível, ao responder os vários e-mails que mandei e me receber na Folha, colaborando
para este trabalho ser realizado.
E reservei este último parágrafo para agradecer a pessoa que tornou tudo isto
possível (além dos meus progenitores, é claro) Nayara Pereira Duarte, minha companheira,
que compreendeu as madrugadas em claro, que ajudou a revisar os erros de português,
que deu as idéiais, que esclareceu minhas dúvidas, que foi ouvido e ombro quando era
necessário refletir, obrigado pela dedicação, carinho e compreensão.
E para todos que contribuíram de alguma forma para este trabalho, meus sinceros
agradecimentos.
Este trabalho tem como objetivo maior, retornar à sociedade uma parcela
do que foi dedicado a mim nestes anos de universidade e ensino público, que mesmo
poucos, foram plausíveis para se ter consiência de como é tratado o ensino em nosso
país atualmente, e quão carente é a nossa área em produção científica. Este trabalho é
um questionamento, uma provocação para que se discuta o tema e espero que sirva de
fomento para a discusão da infografia e que outros alunos possam se apoiar nele para
dar continuidade ou refutá-lo mas que não sejam indiferentes em relação a discussão
levantada.
“O Conhecimento pelo conhecimento” - Eis
a última armadilha colocada pela moral:
é assim que mais uma vez nos enredamos
inteiramente dela.
Friedrich Nietzsche
ANDRADE, Rafael Castro. Sistematização de um método para a produção de infográ-
ficos com base no estudo de caso do jornal Folha de São Paulo. 2008. 103 fls. Traba-
lho de Conclusão de Curso (Graduação em Design Gráfico) – Centro de Educação Comu-
nicação e Artes, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2008.
RESUMO
A infografia é uma área recente, tanto que o próprio termo ainda é discutido por seus
profissionais, e por isso carente de literatura específica em português, que aborde de ma-
neira direta o modo de produção de infográficos. A relevância do tema no país é notável,
principalmente nos meios de comunicação de massa, em especial revistas e jornais, nos
quais a infografia atua como elemento atrativo e revitalizador. Este trabalho consiste em
sistematizar um método para a confecção de infográficos e se utiliza da experiência do
modo de produção do jornal Folha de São Paulo, um jornal de grande circulação nacional
que têm a infografia como diferencial em seu projeto editorial. Por meio de um estudo de
caso feito em sua redação, confrontado com a análise dos infográficos premiados e litera-
tura específica.
Abstract
Infographis is a new area, so the terminology still debated by its professionals, and so lacking
in Portuguese literature, that direct way of addressing the mode of production of infogra-
phics. The relevance of this issue in the country is remarkable, especially in the mass media,
especially magazines and newspapers, where the infographics serves as an attraction and
revitalization. This work consists of a systematic method to make infographics and if you
use the experience of the mode of production of the newspaper Folha de Sao Paulo, a major
newspaper of national circulation that have the infographics as differential in its editorial
project. Through a case study done in his writing, faced with the analysis of winners infogra-
phics and literature.
Figura 4 - Gráfico de barras sobre a corrida presidencial das eleições dos Estados 26
Unidos em 2008: utilizado quando há a necessidade de comparações
entre dados estatísticos completos.
Figura 19 - Infográfico “Rio de bens que chega pelo porto”: a informação é melhor 43
assimilada com a total integração dos elementos do infográfico.
Figura 23 - Linhas: como utilizar linha e qual sua espessura definida para gráficos 55
estatísticos.
1. Introdução 15
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 22
2.3.1 Organizar 36
2.3.2 Tornar Visível 37
2.3.3 Definir o Contexto 38
2.3.4 Simplificar 38
2.3.5 Redundância 40
2.3.6 Mostrar Causa e Efeito 41
2.3.7 Comparar e Diferenciar 41
2.3.8 Criar Dimensões Múltiplas 42
2.3.9 Integrar 42
3. Metodologia da Pesquisa 46
3.1.1 Planejamento 48
3.1.3.1 Documentação 51
3.1.3.2 Entrevista em Profundidade 55
3.1.3.3 Observação Direta 60
3.1.3.4 Artefatos 63
4. Resultados 82
5. Conclusão 88
REFERÊNCIAS 93
ApêndiceS 94
No Brasil, a Folha de São Paulo foi o primeiro jornal a dar espaço para a infografia
em sua redação. Atualmente é um dos principais expoentes da infografia jornalística no
país tendo em seu currículo medalhas do Prêmio MALOFIEJ, uma das premiações mais
importantes para infografia no mundo.
16
A Folha de São Paulo conta com uma equipe de profissionais em sua editoria de
arte, que além de ser responsável por toda estética do jornal, também produz infográfi-
cos, sendo que alguns se dedicam exclusivamente a produção destas peças gráficas. Esta
característica se tornou parte da imagem do jornal. O projeto gráfico, conciso e agradável,
ressalta conceitos da identidade corporativa do jornal como credibilidade e contempo-
raneidade, com tipografias exclusivas e outros elementos que reafirmam a preocupação
com o Design Gráfico, um dos responsáveis por tornar o jornal uma referência mundial.
Porém o que pode se observar é que o jornalismo impresso servirá como suporte
aos meios digitais, já que o meio impresso possui características como maior profundida-
de no assunto tratado, hierarquização da informação apresentada, comentários e inter-
pretações pertinentes e credibilidade da informação.
O Problema
Objetivo Geral
• Apresentar uma realidade com base no estudo de caso realizado sobre a info-
grafia na Folha de São Paulo;
• Com base no teor dos estudos realizados, propor um método para a produção
de infográficos.
Justificativa
Assim como o rádio não deixou de existir com o surgimento da televisão, apenas
assumiu outro papel, o jornal impresso deve assumir novas formas e nuances antes inex-
ploradas para continuar a existir. A infografia surge como uma importante ferramenta de
revitalização do jornal impresso atraindo o leitor com novos recursos visuais funcionan-
do como um diferencial, dada a sua riqueza informacional e seu dinamismo.
20
O trabalho realizado apóia-se na solidez do método de trabalho do jornal Folha
de São Paulo. Os infográficos produzidos por sua equipe possuem características espe-
cíficas em conseqüência da velocidade de produção que o jornal demanda, seu modo de
produzir infográficos lhes renderam alguns prêmios internacionais na área.
Este trabalho se apóia em uma situação real para transpor um conhecimento que
é de grande valia para o meio acadêmico, carente de literatura, que comente de forma
objetiva e consistente o processo de produção de infográficos. Dessa maneira o trabalho
visa disseminar o estudo da infografia para a comunidade acadêmica ao sugerir um mé-
todo para a produção de infográficos, discorrido fundamentalmente em forma de texto.
21
Hipóteses
Para Goode e Hatt (1969) apud Gil (1999) hipóteses são proposições que podem
ser colocadas à prova para determinar sua validade.
A história começa com a invenção da escrita, não pela razão banal fre-
quentemente sugerida de que a escrita nos permite reconstituir o passa-
do, mas pela razão mais pertinente de que o mundo não é percebido como
um processo, “historicamente”, a não ser que alguém dê a entender isso
por meio da escrita (FLUSSER, 2007, p. 139-140)
1 Segundo Curtis (1991) o termo tem origem na aglutinação de informational e graphics, do inglês infor-
mação e gráficos, já o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa apresenta a seguinte definição:
Apresentação de informações com preponderância de elementos gráfico-visuais (fotografia, desenho,
diagrama estatístico etc.) integrados em textos sintéticos e dados numéricos, ger. utilizada em jornalis-
mo como complemento ou síntese ilustrativa de uma notícia.
26
Obama
1.588 Hillary
Delegados
1.419
Delegados
255 264
Super Super
delegados delegados
Figura 4. Gráfico de barras sobre a corrida presidencial das eleições dos Estados Unidos em
2008: Utilizado quando há a necessidade de comparações entre dados estatísticos completos.
Fonte: Folha de São Paulo, 2008.
Figura 6. Gráfico Linear, utilizado quando é necessário se cruzar informações de tempo e dados
numéricos, como valores por exemplo.
Fonte: Haisam.
Figura 8.Tabela sobre a capacidade de cartões de máquinas fotográficas digitais: Utilizadas para
comparação rápida de informações.
Fonte: Pentax, 2006.
Para Tufte (1997) infográficos são representações gráficas narrativas, que se uti-
lizam de dimensões de informação representadas visualmente para contar uma história,
uma vez que as informações realmente interessantes são quase sempre multi-variáveis
os infográficos devem trabalhar em duas ou três dimensões de informação (espacial, tem-
poral e geográfica).
Figura 10. Linhas mais finas na segunda imagem colaboram interferindo menos na imagem se
comparada a primeira imagem.
Fonte: Visual Explanations, 1997.
32
2.2.2 Paralelismo
Figura 11. O infográfico estabelece relações de altura de cada estado com a quantidade de
hipotecas em cada estado para fornecer paralelos que permitem ter uma noção maior da
quantidade.
Fonte: The New York Times, 2007.
33
2.2.3 Múltiplos no Tempo e Espaço
Tipo de Informação
Tipo de Dados
Infográfico
Meio de Comunicação
2.3.1 Organizar
Os pescadores das ilhas Marshall tem usado por séculos mapas feitos com vare-
tas de bambu amarradas (Figura 15), para representar visualmente a distância entre as
ilhas, onde ficam e a direção das mesmas.
2.3.4 Simplificar
Pare
Primeira Lanterna (Alto)
Atenção
Segunda Lanterna (Meio)
Siga em Frente
Terceira Lanterna (Baixo)
2.3.9 Integrar
Isto é feito de tal modo que a compreensão total do assunto não seja feita apenas
com a leitura da parte textual e muito menos só com a observação da parte ilustrativa do
infográfico.
43
Figura 19.Infográfico “Rio de bens que chega pelo porto”: a informação é melhor assimilada com
a total integração dos elementos do infográfico.
Fonte: MALOFIEJ, 2007.
44
2.4 Infografia Jornalística
O Poynter Institute for Media Studies de St. Petersburg, Flórida, vem realizando
periodicamente estudos de Eye-Tracking2 com leitores habituais de jornal, que mostram
que os leitores procuram as imagens e os infográficos primeiro, dentre as demais infor-
mações do jornal.
Stark (2004), pesquisadora do Poynter Institute, afirma que infográficos são uma
combinação de palavras e elementos visuais que explicam os acontecimentos descritos
na matéria e situam a história e seus elementos em um determinado contexto, por pos-
suir estas características se tornam um elemento muito atraente nas páginas do jornal.
Muitas vezes esses elementos mostrados no infográfico não são descritos com
tantos detalhes na reportagem, por isso ele é necessário para tornar a informação mais
clara e atrativa, o que leva muitos editores a substituírem algumas matérias pelos in-
fográficos. Porém os elementos de uma matéria não devem competir. O infográfico não
deve ser considerado mais importante que o texto redigido ou a fotografia e vice- versa,
2 Eye Tracking é um estudo que consiste na observação do movimento da íris do indivíduo no ato de
leitura de um jornal. Por meio de câmeras e sensores dados como piscadas e movimentações dos olhos
são documentados e analisados posteriormente, esses estudo realizado pelo Poynter Institute definiu os
parâmetros do Design Jornalístico nas últimas décadas http://poynterextra.org/eyetrack2004/history.
htm
45
os elementos devem se complementar e interagir para que os fatos sejam transmitidos
da melhor maneira possível.
Nesse trabalho são adotadas as cinco etapas propostas por Wimmer e Dominick
(1996) para a elaboração de um estudo de caso:
a) Planejamento – Nesta etapa foi firmado contato com Marcelo Pliger, desig-
ner gráfico, que trabalha para a Folha como infografista desde 1997, que
forneceu materiais e meios para a observação do processo, juntamente com o
andamento da revisão de literatura que fomentou a compreensão do assunto;
47
b) Estudo-Piloto – Realizou-se um visita a redação da Folha para constatar pos-
síveis falhas no planejamento e organizar sistematicamente o estudo, a partir
da observação do trabalho da equipe de infografia in loco.
c) Coleta dos Dados – Realizada juntamente com a etapa anterior, a fase de co-
leta de dados tem por objetivo recolher o máximo de informações possíveis,
para isto foram utilizados quatro modos principais para obtenção da informa-
ção:
• Artefatos, que no modelo proposto pelos autores, são evidências que po-
dem ser observados como parte do estudo. Neste caso os artefatos são os
infográficos produzidos pela equipe impressos em jornal ou em arquivos
digitais.
É importante ressaltar que Duarte apud Duarte & Barros (2005) complementa
que independentemente do número de etapas fixadas para o desenvolvimento do estudo,
todas elas se sobrepõe em diversos momentos, sendo difícil traçar uma linha divisória
precisa entre as mesmas, isto explica a ocorrência de algumas etapas em paralelo.
48
3.1.1 Planejamento
Para situar, contextualizar e servir de suporte para uma análise prévia do am-
biente onde se dá o estudo, foi elaborada uma pesquisa sobre a história da Folha de São
Paulo.
A partir dos anos 80 o projeto gráfico passou a ser coerente com as remodela-
ções dos padrões de comportamento profissional e editoriais. Mudanças gráficas como a
organização do noticiário em cadernos temáticos, introduzida em meados da década de
90, e a utilização intensiva, desde os anos 80, mapas, quadros, tabelas, gráficos e ilustra-
ções, quando computadores Macintosh passam a ser empregados na editoria de Arte para
auxiliar na elaboração destas peças gráficas foram cruciais para consagrar a Folha como
um dos maiores jornais brasileiros.
A versão mais recente do projeto gráfico data de 2006 e foi elaborada pela equipe
de artistas gráficos do próprio jornal, coordenada pelo editores, na época, Massimo Gen-
tile e Melchiades Filho. O projeto teve consultoria do designer americano Mario García,
responsável pelo redesenho dos jornais “The Wall Street Journal”, “Libération” (França) e
“DieZeit” (Alemanha), entre outros.
A partir da confirmação do apoio foi agendada uma visita, que ocorreu em pa-
ralelo com a pesquisa bibliográfica. Este dado é interessante, pois na visita se refutaram
algumas hipóteses, como por exemplo: o fluxo de trabalho, no qual imaginava-se um mé-
todo de produção em série por parte dos infografistas e a inexistência de um material que
orientasse a produção da infografia no jornal.
O objeto de estudo se caracteriza como um processo, por isso cada detalhe que
possa ser percebido em seu desenvolvimento é de extrema importância, podendo influir
de maneira considerável no resultado final.
O Manual de Infografia faz parte do material produzido para o novo projeto grá-
fico da Folha, implantado em 2006. Por motivos de segurança, já que se trata de um mate-
rial de uso interno do jornal foram fornecidas apenas algumas imagens do mesmo, porém
durante a visita obteve-se acesso ao material por completo e foi levantada a seguinte
hipótese: este manual está mais relacionado ao estilo e unidade visual que o infografista
deve seguir não abordando aspectos teóricos da produção.
Este material traz definições quanto ao estilo gráfico que deve ser adotado como
pode-se ver a seguir (Figura 20 a Figura 23). Estas definições são detalhadas e abrangem:
paleta de cores, combinações possíveis e recomendadas destas cores; utilização de ele-
mentos visuais pré estabelecidos pelo projeto gráfico bem como a espessura de linhas em
gráficos e localização de títulos, subtítulos, legendas e tipografias.
52
Figura 20. Paleta de Cores e seus grupos de uso: Esquemas, gráficos, mapas e outros usos.
Fonte: Manual de Infografia Folha de São Paulo, 2006.
53
Figura 21. Cores para gráficos: Temas subdivididos entre as áreas de economia, estatística e
esportes.
Fonte: Material de uso interno Folha de São Paulo, 2006.
54
Figura 22. Elementos gráficos: Ícones, balões e especificações quanto ao seu uso.
Fonte: Manual de Infografia Folha de São Paulo, 2006.
55
Figura 23. Linhas: como utilizar linha e qual sua espessura definida para gráficos estatísticos.
Fonte: Manual de Infografia Folha de São Paulo, 2006.
A equipe de infografia
O entrevistado ainda afirma que existem livros que esboçam algum estudo no
intuito de se criar um manual de “como fazer infográficos” mas que na prática a visão que
estes materiais oferecem diferem muito e se tornam distantes do seu objetivo.
A equipe tem uma alta rotatividade de pessoal mas grande parte está no jornal
há mais de 10 anos, fator importante que comprova o amadurecimento e a solidificação
do modo de trabalho.
57
Quando questionado sobre a evolução técnica da práxis da infografia Marcelo cita
o prêmio MALOFIEJ, uma premiação específica da área para a qual todo ano são enviados
centenas de trabalhos de todo o mundo. Os premiados são publicados em um anuário que
acaba servindo de referência para os profissionais da área.
As ferramentas de produção
Segundo Marcelo, o software condiciona o meio de produção mas não limita. Ele
acredita que a migração será positiva e trará melhorias para o trabalho da equipe.
k) Exportação do arquivo - Por volta das 20h, com todas correções feitas o
infografista gera um EPS e joga o arquivo em um diretório para que o diagra-
mador que está montando a página tenha acesso.
O processo de produção
Para Marcelo um bom infográfico é aquele que se faz compreender pelo leitor
facilmente, e para atingir esse objetivo os pontos determinados pelo Manual de Infografia
da Folha ajudam e agilizam o trabalho, além do bom senso do profissional para compor
uma peça gráfica de qualidade.
60
O entrevistado ressalta a importância dos princípios básicos da sintaxe visual
para a produção de um bom infográfico, como a hierarquização da informação, composi-
ção entre outros.
O tempo é um fator determinante e não é raro de última hora o jornal sofrer re-
viravoltas em sua edição e mudar tudo. Em determinado caso citado pelo entrevistado,
ocorreu determinado evento, de interesse nacional, perto do horário de fechamento do
jornal que ocorre aproximadamente às 20h, e novas matérias e novos infográficos tive-
ram que ser produzidos para cobrir este evento. Não havia imagens no banco relativas ao
assunto necessário e faltando apenas 30 minutos para o fechamento do jornal, ele então
recorreu a um banco de imagens na internet e gerou uma solução.
Para Lakatos e Marconi (1991) a observação direta é feita no ambiente real, re-
gistrando os dados à medida que o processo for ocorrendo, espontaneamente. Em acordo
com os autores, após a entrevista, feita em um local reservado, retornou-se para a redação
onde foram mostrados detalhes do fluxo, como: o funcionamento dos softwares, os profis-
sionais envolvidos, o Manual de Infografia da Folha, o banco de imagens e o rascunho do
61
jornal, o já citado anteriormente “espelho” e as demais ferramentas de produção.
Figura 25. Detalhe do computador com a tela do software Freehand em execução no momento
da produção de um infográfico.
No quesito que tange ao conteúdo do infográfico, é fato que, após receber a infor-
mação sobre a qual o se trata o profissional geralmente cruza-se algumas fontes de infor-
mação. Para isto ele tem acesso ao acervo do próprio jornal, a internet e se necessário o
infografista vai até o local do ocorrido. Caso detecte alguma inconsistência na informação
reporta ao próprio editor que lhe solicitou o material, para a correção. A fidelidade dos
fatos é algo muito estimado no meio jornalístico e algumas gafes podem ser fatais para a
imagem do jornal como empresa. Alguns cartazes distribuídos pela redação alertam “Na
dúvida, cite a fonte”.
3.1.3.4 Artefatos
Figura 27. Infográfico “Matemática da Campanha” sobre a disputa Presidencial da Casa Branca.
Fonte: Folha de São Paulo, 2008.
66
CONHEÇA Conjunto
Gazeta
O CIRCUITO MASP Nacional
15 km 816 m 0 km 816 m
Conceição
Consolação
Cemitério da
Dica: Não pare de imediato após Dica: Até a mais paulistana das provas
Dica: A temível Brigadeiro começa com aclive 14 km
Igreja
Paraatletas 15h15
ultrapassar a linha. Faça Feminino 16h30 sofre com engarrafamento. São 20 mil
acentuado, seguida por subida menos desgastante
alongamento e beba água Masculino e geral 16h45 largando. Não saia atropelando todo mundo
R. DA CONSOLAÇÃO
e nova ladeira após o viaduto do Bexiga
2 km
792 m
para quem corre
Mackenzie
na São Silvestre
Av. Amaral
Gurgel
R.
Ru
iB
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bo
sa
Pça. Roosevelt
Byington
Hospital
782 m
Consolação
Igreja da
que mais caem na tradicional prova de rua de São Paulo
13,5 km
................................................................................................
Sol entre nuvens, DA REPORTAGEM LOCAL
nessa idade”, diz Tristão Filho,
com pancadas de que preside a Associação dos
chuva Ademar Tristão Filho aban- Corredores do Espírito Santo.
donou os jogos de várzea em Apesar de festejar o incre-
Av. Radial Leste 1976. Seu corpo, no entanto, mento da modalidade, o corre-
Copan
não agüentou ficar parado. E dor pena com novos rivais.
tempo na aglomeração
a se afunilar. É normal perder um pouco de
Dica: A descida já acabou, e o percurso volta
São Francisco
AV. IPIRANGA
3 km
Hoje, aos 65 anos, é exemplo vez mais disputadas”, diz ele,
de um movimento comprovado vice-campeão em sua faixa etá-
R.
M
750 m
Pça. da República
pelas marcas da São Silvestre. ria na Volta da Pampulha. Na
ar
ia
Pa
Mín. Máx. Cada vez mais os idosos brasi- São Silvestre-2006, foi quarto
19˚ 32˚
ul
a
Apesar do horário,
le ng
use protetor solar res das categorias com mais de A explicação para este cresci-
do ab
ventilado
60 anos tiveram melhora signi- mento está no maior acesso a
au
12 km 747 m Naquele ano, a média foi de prática de atividades esporti- axilas, virilha e mamilos
oS
completar a prova
a prova
já passou, mas é
hidratação para
Camisa: Leve,
Ju
confortável e de
AV. SÃO JOÃO
para se soltar e ganhar ritmo
Dica: Não deixe de se hidratar. Aproveite
4 km
tempos. Na categoria até 29 lista novamente. Aos 84 anos, é cor clara. Prefira
anos, os homens saltaram de o mais velho inscrito. as que favorecem
750 m
Prepare-se para o
Dica: É o início do
Teatro Municipal.
admirar prédios
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fin ão , é
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Dica: É o início do maior Dica: O viaduto é um teste para ver Meias: As estilo
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sapatilha deixam o pé
retão da prova. Convém quem está com energia. A subida é mais livre para a corrida
usar gel de carboidrato acentuada, mas não é longa e também ajudam a
Elevado Costa e Silva (Minhocão)
não perder o ritmo
primeiros 150 m. É importante
Embora curta, é acentuada nos
Dica: É a primeira subida da prova.
10
R. NORMA GIANOTTI
5 km
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9 km 790 m
R.
754 m
neutro ou supinador)
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AV. RUDGE
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AV. PACAEMBU
SPLIT ALARM Masculino 44min07s
*Tempo dos vencedores em 2006
R. MARTA
Feminino 51min24s **Média de todos os atletas em 2006 Memorial da 6 km 751 m
HR.
Geral América Latina
Consultoria técnica: Cláudio Castilho
(Pinheiros e equipe Saúde &
Masculino 1h25min23s Performance) e Frederico Fontana
(equipe Quality Life)
Figura 29.Infográfico “Tragédia em Congonhas” sobre o acidente do avião Airbus A320 da Tam.
Fonte: Folha de São Paulo, 2007.
A fim de agregar uma maior consistência ao estudo foram cruzados os dados ob-
tidos na entrevista e na observação direta. Para o cruzamento foi tomado como critério
base os pontos mais relevantes das duas fontes de dados para se chegar a uma compre-
ensão do funcionamento da Folha de São Paulo.
A equipe de infografia
Pode-se concluir que na redação da Folha de São Paulo, há uma divisão dos seto-
res do jornal em editorias, dentre as quais, a editoria de arte possui uma equipe de info-
grafistas, profissionais exclusivos para esta finalidade. E para este ofício, um profissional
apenas é capaz de produzir um material de qualidade e consistência, dada sua capacida-
de e pela infraestrutura do jornal. Estas observações evidenciam que quando a ênfase
do trabalho é a velocidade de produção, ter acesso facilitado aos elementos visuais que
compõe o infográfico, como fotografias, ícones e ilustrações bem como a padronização
69
visual prévia da peça que pretende-se produzir é essencial.
O mapa torna visível o trajeto sem utilizar de muitos dados numéricos, por
meio de elementos de redundancia para fixar a informação como pode ser visualizado
nas representações gráficas dos lugares citados ao decorrer do mapa. O ato de tornar
visível informações numéricas e o uso de redundância são considerações feitas por
Rajamacknican que também aponta o ato de integrar informações textuais com visuais
de forma que estas sejam interdependentes que pode ser verificado em vários pontos do
infográfico.
Não é só a linguagem textual que deve ser direcionada a cada público, a lingua-
gem visual também, o infográfico “São Silvestre” nota-se a mesma descontração nas cores
e na representação dos elementos visuais bem como sua disposição na página. Já no info-
gráfico “Tragédia em Congonhas” tem-se cores mais sóbrias como cinza e preto e também
a utilização de fotografias e um posicionamento na página mais tradicional.
O infográfico deve comunicar com o seu público alvo e utilizar referências que
sejam populares entre esse público. Vale lembrar também que estilo visual do infográfico
deve estar de acordo com o teor da informação. A coerência das informações textuais e
72
visuais com o repertório cultural do público alvo são fundamentais para a compreensão.
Muitas vezes algumas das informações coletadas na etapa anterior não são fun-
damentais para que o leitor compreenda o fato, mas são interessantes para que o próprio
infografista compreenda o assunto, o infografista deve filtrar esta informação e ser capaz
de julgar o que é importante e o que é desnecessário ao leitor pois alguns elementos po-
dem de alguma forma atrapalhar e confundir o leitor.
Para isto é necessário ter em mente como uma pessoa leiga aprenderia sobre o
assunto. Ao montar um esquema (fluxograma) de qual caminho é o mais provável a se
percorrer para entender esta informação, é possível perceber quais detalhes seriam ne-
cessários para contar esta história, e quais elementos poderiam ser utilizados para eluci-
dar melhor estas informações como fotos, ilustrações, tabelas ou mapas. Neste momento,
já é possível identificar qual informação ficaria melhor como texto e qual como imagem.
A informação deve ser ordenada para auxiliar o leitor a traçar uma linha de ra-
ciocínio por meio das informações mostradas pelo infográfico. Tufte (1997) defende a
idéia de que uma vez visto um dos elementos de um infográfico todos os outros se tornam
acessíveis posteriormente. Pode-se verificar esta observação no infográfico “Tragédia em
Congonhas” neste caso os elementos que são fornecidos primeiro no infográfico são ele-
mentos pré estabelecidos do projeto gráfico do jornal como: títulos, elementos indicati-
vos (símbolo de erro) e caixas de texto e posteriormente é entregue ao leitor elementos
que tratam diretamente do fato ocorrido, como fotografias e outras representações visu-
ais mais evidentes.
Pode-se observar no detalhe do infográfico “São Silvestre” (Figura 30) que o in-
fografista para tornar mais clara a diferença dos tempos dos atletas de elite com a dos
atletas gerais estabeleceu paralelos por meio de barras, quanto maior a barra maior o
tempo gasto para completar a prova, sendo que o primeiro tempo (o mais veloz) serve de
parâmetro e referência para os outros tempos, deixando claro que a diferença do último
tempo em relação ao primeiro é relativamente grande.
habituado
R. NORMA GIANOTTI
l
.G
Pç
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Pr
9 km 790 m
R.
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AV. RUDGE
Isa
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be
A.
l
M
75
Representação Visual
Linguagem Textual
É interessante ressaltar que para o infográfico ser objetivo ele deve manter o
mesmo padrão nos dois segmentos (representação visual e texto). A fim de proporcionar
a melhor compreensão possível ao leitor.
Os princípios básicos da sintaxe visual são utilizados como ferramentas para in-
tegrar e interrelacionar os elementos do infográfico, além de proporcionar um conforto
visual estético, sua boa utilização pode ser de grande ajuda ao estruturar as hierarquias e
dispor a informação de modo que a torne mais atrativa e inteligível ao leitor.
Figura 31.Detalhe dos elementos visuais com redundância por meio da cor.
Fonte: Folha de São Paulo, 2008.
Pode-se notar também no segundo detalhe (Figura 32) como a relação de pro-
ximidade, dimensão e agrupamento favorece a visualização em primeira instância dos
dados numéricos, colaborando na hierarquização da informação.
Para este exercício foi elaborado um material de apoio com base no método pilo-
to, este material, um infográfico (Figura 33), contextualiza o assunto (Infografia nos Jor-
nais) ao explorar o fluxo do trabalho na redação da Folha e ao trabalhar uma linguagem
que se aproxime do público, jovens estudantes da faixa etária de 18 a 23 anos.
Após a entrega da atividade por parte dos alunos foi realizada um debate com os
mesmos, para verificar as opiniões sobre o método e apontar considerações relevantes
para novas evidências, as quais foram exploradas no método. Entretanto a observação
da aplicação deste método retornou algumas novas hipóteses as que não serão tratadas
neste trabalho e que poderão ser exploradas em estudos posteriores como: as etapas do
processo criativo de um infográfico e a questão da percepção do leitor em relação a com-
posição visual da peça.
COMO SÃO
FEITOS
INFOGRÁFICOS
EM JORNAIS?
Horários apertados + conteúdo extenso e complexo = informação acessível e
rápida. Esta equação que parece ser impossível de ser resolvida é a realidade do
dia a dia de muitos profissionais dentro das redações dos jornais pelo mundo a
fora, os chamados infografistas. Acompanhe a seguir os principais passos percorri-
dos por estes profissionais na Folha de São Paulo para solucionar esse problema.
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Informam ao “fechador”
ão
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distribuir o trabalho aos
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ão
infografistas) os
infográficos necessários para
a edição do jornal
Foco ou recorte
algo que já foi falado na matéria. Imagine por
exemplo um processo, que detalhe diferencia
esta etapa da anterior? Evidêncie estes detalhes,
a alma de um infográfico é o seu poder de
Conteúdo
+ Para Quem
+ = Suporte Estilo visual
+ + =
estabelecer relações entre seus elementos. No Jornal:
Análise de
leigo para julgar o que é necessário ou não,
pense qual caminho percorreria para entender
Ilustração Vetorial por ser uma técnica
Informação
esta informação? E que elementos seriam
necessários? Fotos, ilustrações, tabelas ou
rápida e facilmente adaptável foi adotada principal meio
mapas, também procure identificar qual
informação ficaria melhor como texo e qual
de representação. Por que de uma hora para outra podem
como imagem. pedir para mudar o trabalho de tamanho por que entrou
uma publicidade enorme no lugar.
Hierarquização
Ordene os níveis de informação, tente
compreender o que é interessante ser visualizado A
B
primeiro e posteriormente, estabeleça
Foco ou Recorte
Caso isso não ocorra, o infográfico pode se tornar muito abrangente e serão ne-
cessários um número maior de elementos na peça para explicar o assunto pretendido,
este acúmulo de informações pode cansar o leitor e assim a peça perde sua função expli-
cativa.
O infográfico deve comunicar-se com seu público alvo e utilizar referências que
sejam populares entre esse público. Tanto em sua linguagem textual quanto em sua lin-
guagem visual, neste ponto deve-se tomar cuidado com uso de metáforas e representa-
ções visuais fora de contexto que podem provocar desinteresse do leitor por não simpa-
tizar com a forma que a mensagem é apresentada.
Vale lembrar também que estilo visual do infográfico deve estar de acordo com o
teor da informação. A coerência das informações textuais e visuais e a forma como elas se
relacionam com o repertório pessoal do leitor são fundamentais para a compreensão.
Coleta de Informações
Muitas vezes algumas das informações coletadas na etapa anterior não são fun-
damentais para a compreensão do leitor, mas são importantes para a imersão do infogra-
fista no assunto, caso estas informações figurem no infográfico podem de alguma forma
atrapalhar e confundir o leitor.
Para esta fase é necessário ter em mente como uma pessoa leiga aprenderia sobre
o assunto, montando um esquema de qual caminho mais provável a se percorrer para en-
tender esta informação, e quais elementos poderiam ser utilizados para elucidar melhor
estas informações como fotos, ilustrações, tabelas ou mapas, neste momento também é
necessário identificar qual informação ficaria melhor como texto, qual como imagem e a
forma que o texto se integrará a imagem para que o resultado final do infográfico não se
assemelhe a um texto ilustrado.
Hierarquização da informação
Primeiro Nível: Informações necessárias para situar o leitor sobre o que se trata
o infográfico, servindo como uma pequena introdução ao assunto principal
4 O exemplo da disposição das informações em níveis pode ser visto no Apêndice A deste trabalho.
85
causar desinteresse, por se tratar de uma informação que necessita de uma introdução
prévia.
Troca de elementos
Fornecer Parâmetros
Os princípios básicos da sintaxe visual são utilizados como ferramentas para in-
tegrar e interrelacionar os elementos do infográfico, para que este, a um primeiro olhar,
seja identificado como tal, é necessário que seu espaço seja muito bem preenchido e equi-
librado, consegue-se isto por meio do trabalho das relações de equilíbrio, tensão, nivela-
mento e aguçamento, vetor do olhar, atração e agrupamento, positivo/negativo, gestalt,
que além de proporcionar um conforto visual estético, colabora ao ajudar a estruturar
as hierarquias e dispor a informação de modo que a torne mais atrativa e inteligível ao
leitor.
87
Os princípios são fundamentais quando se trocam elementos textuais por ima-
gem, por meio destes pode se passar novas informações e reforçar relações entre os ele-
mentos de um infográfico, que é um projeto de design gráfico e grande parte do seu fator
de compreensão deve-se a este caráter.
Check List
A proposta deste trabalho surge diante de uma realidade comum a muitos es-
tudantes e professores da área do Design Gráfico: A carência de literaturas específicas a
respeito da infografia na língua portuguesa, em especial de origem brasileira.
A infografia é uma área recente, tanto que o próprio termo ainda é discutido pe-
los profissionais do meio. O que é evidenciado pelas publicações na área, que ainda estão
em fase de maturação, sendo que algumas ainda se encontram restritas a termos técnicos
das áreas da estatística e arquitetura da informação, ou já se tornaram obsoletas por con-
ta da velocidade em que cresce área. Em sua grande maioria este material é de origem
estrangeira (norte americana ou espanhola) o que torna o assunto ainda mais delicado
quando se fala de literatura específica em português (brasileiro).
O que seria natural de fato caso a produção e discussão do assunto no país não
fossem relevantes, mas o que se pode perceber claramente é que no Brasil tem-se expo-
entes da infografia, reconhecidos internacionalmente como as Revistas Super Interes-
sante e Mundo Estranho da (Editora Abril), os jornais, O Estado de São Paulo, O Globo e
Folha de São Paulo e profissionais renomados como Luiz Iria, editor chefe de Infografia
da Editora Abril, que presta consultorias e promove a infografia por meio de palestras
mundo a fora. Este cenário mostra que no Brasil se discute, produz e desenvolve infogra-
fia, adaptada a realidade do país. O que motiva produzir conhecimento científico sobre
esta área, não só no escopo dos meios de comunicação e fins mercadológicos, mas tam-
bém potencializando ferramentas de cunho social como ensino a distância, práticas da
área da saúde entre outras.
Mas esse por sua vez atua de forma indireta na produção do infográfico, forne-
cendo apenas os meios de produção, já que em muitos casos um infografista produz um
infográfico sozinho, o que permite caracterizar que o aparato material é importante mas
a essência do trabalho está no material humano que a produz.
Esta etapa foi decisiva para verificar que as constatações apuradas no estudo de
caso são verdadeiras, e constituem uma informação sólida que possibilita a formulação
do método piloto confirmando duas hipóteses propostas: o modo de produção da folha
pode ser sistematizado em um método para consulta e quando exposto em um exercí-
cio se mostrou satisfatório como fonte de consulta para a produção de infográficos bem
como sua versatilidade ao se aplicar a outros suportes, como proposto no exercício.
Quanto ao que foi colocado em questão, quando a hipótese de que não existia um
material para consulta na redação do jornal foi aparentemente refutada na etapa do estu-
do de caso. Este fato foi relevante para refletir a respeito dos reais objetivos do trabalho e
se os mesmos eram legítimos, pois em um primeiro momento supunha-se que o método
em si já existia em forma de material publicado e consistente dentro da redação, porém
91
ao se ter contato com o material para análise, puderam ser feitas observações, as quais
mostraram que o material interno não possui especificações sobre o modo de produzir
infográficos, ele trata apenas de direcionar o estilo visual do infográfico de forma que este
siga as especificações do projeto gráfico do jornal. Tal observação foi fundamental para a
continuidade do trabalho.
O trabalho se propõe a ser apenas uma fagulha de uma discussão que produzirá
bons frutos a respeito de como se pensa e se faz infografia no Brasil e de como esse co-
nhecimento tácito é importante para a academia, ao possibilitar desdobramentos futuros
como artigos científicos, representações visuais deste método, workshops e reflexão. A
exemplo da Universidade de Navarra (Espanha) que promove o prêmio MALOFIEJ para
premiar os profissionais da área.
92
Passível de contestação como todo conhecimento científico, este trabalho, fruto
do ensino público, também é uma iniciativa pessoal de retribuir aos cidadãos e comuni-
dade acadêmica o tempo, verba e disponibilidade para a produção do mesmo.
93
REFERÊNCIAS
DUARTE & BARROS, org. Métodos e Técnicas de Pesquisa em Comunicação . São Paulo:
Atlas, 2005.
LETURIA, Elio. ¿Qué es infografía? Revista Latina de Comunicación Social, n. 4, abr. 1998.
SOUSA, Jorge Pedro. Reflexões sobre um horizonte possível para o jornalismo impresso
generalista de qualidade. Disponível em: <www.bocc.ubi.pt/pag/sousa-jorge-pedro-ho-
rizonte-jornalismo-impresso.pdf> Acessado em: 19 mai. 2008
ApêndiceS
Anexos
Flo
rida-
EUA
vdas
O O T B
L M ângulo das Berm
Tri
Oceano
Atlântico
Há mais de um século o Triângulo das Bermudas
Mar do
intriga e amedronta os viajantes. des & Segurad Caribe
Sua localização não é precisa e pode variar de to rida or Para as autoridades e seguradoras o
Porto - Rico
u
as
acordo com quem conta a história, mas o mais
A
triângulo simplesmente não passa de
provável é que os vértices do triângulo se situem lenda. Na década de 70 um levantamento Localização do
Triângulo das Bermudas
em Miami, Porto Rico e Bermudas (ver mapa), de todos os navios desaparecidos no
formando uma área de aproximadamente 1 mundo desde os anos 50 foi encomendado
à maior seguradora de embarcações do
milhão de kilometros quadrados.
mundo, a London Lloyd’s. Não foi perce-
Muitos acreditam, alguns tentam explicar e bida uma maior frequência de acidentes
outros ainda dizem que tudo nao passa de boba- no triângulo, ao contrário do que se Algo tão intrigante não poderia ser
gem. Veja a seguir os três lados do maior mistério esperava. respondido somente metafisicamente. As
moderno da humanidade. ciências então logo trataram de buscar
explicações plausíveis para os acontec-
imentos do Triângulo das Bermudas.
Embora algumas delas sejam tão absurdas
quanto as explicações místicas existem
algumas hipóteses serem consideradas,
como a formação geológica e o clima
alucos & As lendas sobre o instável da região.
c os, M local deram origem as
sti Af
in mais variadas explicações
Mí
s
para os desastres ali ocorridos.
Atlântida, ET`s, buracos negros,
portais interdimensionais e outras
esquisitices sem fundamento já
foram citadas.
s
in. i sta
tempo normal 20 m C iênt
pela neblina 20-30= -10min
DO AIRBUS DA TAM solo, em vez de >> Freios não funcionaram aeronave sai da trajetória e vira à
>> Falhas nos pneus ou no sistema que Aparentemente, o avião levou para atravessar o esquerda antes de passar por cima da avenida
começar a desacelerar, a permite nova subida houve uma trecho filmado pela Infraero Washington Luís e atingir o prédio
aeronave se mantém em >>O comprimento da pista pode ter sido explosão no motor
TOQUE NO SOLO uma velocidade alta ou HIPÓTESES
167 km/h
VELOCIDADE esquerdo do avião,
O avião tocou o solo nos primeiros
curto para uma manobra emergencial, >> O desvio pode ter sido causado pela
Segundo a em aceleração como arremeter como se vê numa explosão ou por falha no reversor
Infraero, a 300 metros da cabeceira >> A pista estava molhada e câmera do >> Pode ter havido algum obstáculo na pista
velocidade do escorregadia, segundo alerta dos
aeroporto de era a velocidade da aeronave,
avião estava controladores. A falta de “grooving”,
Congonhas segundo a Infraero, no momento
dentro do normal ranhuras na pista, pode ter dificultado
em que o avião saiu da pista
a frenagem
MR1
POUSO
CORRETO FREIO AERODINÂMICO
É acionado quando o piloto freia.
FREIO
AUXÍLIO DO
REVERSOR
COMO FUNCIONA O REVERSOR Foto Divulgação
11 segundos PROCEDIMENTO
PARA ARREMETER
Com sistema antiderrapante, é o tempo que outros aviões levaram para Dependendo do avião, A aeronave pode
>> No momento da
200 km/h
Com a passagem do ar pelo arremeter sem
os freios dos pneus são atravessar o trecho filmado pela Infraero precisa estar entre tocar a pista…
equipamento, ajuda a aumentar o frenagem, o piloto
acionados assim que a
204 km/h
60 km/h
atrito do avião com o chão pode acionar o reversor
a 240 km/h
aeronave toca o solo
se achar necessário (110 nós) e
241 km/h
…ou tocando a pista
Asa >> O equipamento faz e retomando velocidade
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infografistas) os
infográficos necessários para
a edição do jornal
Foco ou recorte
algo que já foi falado na matéria. Imagine por
exemplo um processo, que detalhe diferencia
esta etapa da anterior? Evidêncie estes detalhes,
a alma de um infográfico é o seu poder de
Conteúdo
+ Para Quem
+ = Suporte Estilo visual
+ + =
estabelecer relações entre seus elementos. No Jornal:
Análise de
leigo para julgar o que é necessário ou não,
pense qual caminho percorreria para entender
Ilustração Vetorial por ser uma técnica
Informação
esta informação? E que elementos seriam
necessários? Fotos, ilustrações, tabelas ou
rápida e facilmente adaptável foi adotada principal meio
mapas, também procure identificar qual
informação ficaria melhor como texo e qual
de representação. Por que de uma hora para outra podem
como imagem. pedir para mudar o trabalho de tamanho por que entrou
uma publicidade enorme no lugar.
Hierarquização
Ordene os níveis de informação, tente
compreender o que é interessante ser visualizado A
B
primeiro e posteriormente, estabeleça
Afestaémuito O númerode
bonita,temgentena atletasidosos cresceem
ruaaplaudindo, progressãogeométrica.
incentivando.Nofinal, FOTO É uma disputa gostosa.
agenteficacansado, 4.0 Nãoexistepremiação.O
masmuitofelizporque 16.00 prêmioé temum corpo
conseguiucruzara saudável,superarseus
linhadechegada limites edormir bem
CARLOSMARCHETTI ADEMARTRISTÃOFILHO
corredor de 84 anos, o mais velho inscrito corredor de 65 anos que vai disputar a São
na São Silvestre Silvestre
Carlos Marchetti, 84, corre uma hora e meia três vezes por semana e hoje estará na São Silvestre pelo segundo ano consecutivo
CONHEÇA Conjunto
Gazeta
O CIRCUITO MASP Nacional
15 km 816 m 0 km 816 m
Conceição
Consolação
Cemitério da
Dica: Não pare de imediato após Dica: Até a mais paulistana das provas
Dica: A temível Brigadeiro começa com aclive 14 km
Igreja
Paraatletas 15h15
ultrapassar a linha. Faça Feminino 16h30 sofre com engarrafamento. São 20 mil
acentuado, seguida por subida menos desgastante
alongamento e beba água Masculino e geral 16h45 largando. Não saia atropelando todo mundo
R. DA CONSOLAÇÃO
e nova ladeira após o viaduto do Bexiga
2 km
792 m
para quem corre
Mackenzie
na São Silvestre
Av. Amaral
Gurgel
R.
Ru
iB
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bo
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Pça. Roosevelt
Byington
Hospital
782 m
Consolação
Igreja da
que mais caem na tradicional prova de rua de São Paulo
13,5 km
................................................................................................
Sol entre nuvens, DA REPORTAGEM LOCAL
nessa idade”, diz Tristão Filho,
com pancadas de que preside a Associação dos
chuva Ademar Tristão Filho aban- Corredores do Espírito Santo.
donou os jogos de várzea em Apesar de festejar o incre-
Av. Radial Leste 1976. Seu corpo, no entanto, mento da modalidade, o corre-
Copan
não agüentou ficar parado. E dor pena com novos rivais.
tempo na aglomeração
a se afunilar. É normal perder um pouco de
Dica: A descida já acabou, e o percurso volta
São Francisco
AV. IPIRANGA
3 km
Hoje, aos 65 anos, é exemplo vez mais disputadas”, diz ele,
de um movimento comprovado vice-campeão em sua faixa etá-
R.
M
750 m
Pça. da República
pelas marcas da São Silvestre. ria na Volta da Pampulha. Na
ar
ia
Pa
Mín. Máx. Cada vez mais os idosos brasi- São Silvestre-2006, foi quarto
19˚ 32˚
ul
a
Apesar do horário,
le ng
use protetor solar res das categorias com mais de A explicação para este cresci-
do ab
ventilado
60 anos tiveram melhora signi- mento está no maior acesso a
au
12 km 747 m Naquele ano, a média foi de prática de atividades esporti- axilas, virilha e mamilos
oS
completar a prova
a prova
já passou, mas é
hidratação para
Camisa: Leve,
Ju
confortável e de
AV. SÃO JOÃO
para se soltar e ganhar ritmo
Dica: Não deixe de se hidratar. Aproveite
4 km
tempos. Na categoria até 29 lista novamente. Aos 84 anos, é cor clara. Prefira
anos, os homens saltaram de o mais velho inscrito. as que favorecem
750 m
Prepare-se para o
Dica: É o início do
Teatro Municipal.
admirar prédios
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ve ais pio
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fin ão , é
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Dica: É o início do maior Dica: O viaduto é um teste para ver Meias: As estilo
D
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sapatilha deixam o pé
retão da prova. Convém quem está com energia. A subida é mais livre para a corrida
usar gel de carboidrato acentuada, mas não é longa e também ajudam a
Elevado Costa e Silva (Minhocão)
não perder o ritmo
primeiros 150 m. É importante
Embora curta, é acentuada nos
Dica: É a primeira subida da prova.
10
R. NORMA GIANOTTI
5 km
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9 km 790 m
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754 m
neutro ou supinador)
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SPLIT ALARM Masculino 44min07s
*Tempo dos vencedores em 2006
R. MARTA
Feminino 51min24s **Média de todos os atletas em 2006 Memorial da 6 km 751 m
HR.
Geral América Latina
Consultoria técnica: Cláudio Castilho
(Pinheiros e equipe Saúde &
Masculino 1h25min23s Performance) e Frederico Fontana
(equipe Quality Life)