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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

Faculdade de Engenharia e Arquitetura

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SEGURANÇA DO TRABALHO

Prof. Eng. MILTON SERPA MENEZES

Prof. Eng. Milton Serpa Menezes


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1 INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO

Para o homem, o trabalho sempre representou uma necessidade básica de


sobrevivência, porque é somente trabalhando que melhor desenvolve suas
aptidões, quer seja ela, física, intelectual e moral. Como recompensa recebe uma
série de benefícios que lhe dão o conforto, o bem estar, a saúde, a educação, o
lazer e o status que o qualificarão perante sua comunidade e em toda a
sociedade.
Em qualquer tipo de trabalho sempre haverá riscos. Estes riscos podem
ser de vários tipos e ter vários sentidos e entre eles o risco de acidente no
trabalho.
A segurança do trabalho é a matéria que visa educar, normatizar, criar
procedimentos que levem à eliminação dos riscos de acidentes. Para que tenha o
efeito esperado, deve fazer parte da política das empresas, para que cumpram e
façam cumprir todas as normas e procedimentos de segurança, saúde e
qualidade de vida, educando-os com seriedade e respeito para, principalmente,
não colocar em risco o que é mais sublime no ser humano: a vida.
Segurança do trabalho é acima de tudo respeito à vida.
Educar em segurança do trabalho é acender uma luz para eliminar um dos
mais terríveis tipos de acidentes: a ignorância.
De que adianta belas políticas, objetivos, metas, planos, reuniões e mais
reuniões se não fizer parte do contexto a valorização humana.
1.1

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1.2 HISTÓRICO

O êxito de qualquer atividade empresarial é diretamente proporcional ao fato de se manter a sua peça
fundamental - o trabalhador - em condições ótimas de saúde.
As atividades laborativas nasceram com o homem. Pela sua capacidade de raciocínio e pelo seu instinto
gregário, o homem conseguiu, através da história, criar uma tecnologia que possibilitou sua existência no
planeta.
Uma revisão dos documentos históricos relacionados à Segurança do Trabalho permitirá observar
muitas referências a riscos do tipo profissional mesclados aos propósitos do homem de lograr a sua subsistência.
Na antigüidade a quase totalidade dos trabalhos eram desenvolvidos manualmente - uma prática que nós
encontramos em muitos trabalhos dos nossos dias.
Hipócrates em seus escritos que datam de quatro séculos antes de Cristo, fez menção à existência de
moléstias entre mineiros e metalúrgicos.
Plínio, O Velho, que viveu antes do advento da era Cristã, descreveu diversas moléstias do pulmão entre
mineiros e envenenamento advindo do manuseio de compostos de enxofre e zinco.
Galeno, que viveu no século II, fez várias referências a moléstias profissionais entre trabalhadores das
ilhas do mediterrâneo.
Agrícola e Paracelso investigaram doenças ocupacionais nos séculos XV e XVI.
Georgius Agrícola, em 1556, publicava o livro "De Re Metallica", onde foram estudados diversos
problemas relacionados à extração de minerais argentíferos e auríferos, e à fundição da prata e do ouro. Esta obra
discute os acidentes do trabalho e as doenças mais comuns entre os mineiros, dando destaque à chamada "asma
dos mineiros". A descrição dos sintomas e a rápida evolução da doença parece indicar sem sombra de dúvida,
tratarem de silicose.
Em 1697 surge a primeira monografia sobre as relações entre trabalho e doença de autoria de Paracelso:
"Von Der Birgsucht Und Anderen Heiten". São numerosas as citações relacionando métodos de trabalho e
substâncias manuseadas com doenças. Destaca-se que em relação à intoxicação pelo mercúrio, os principais
sintomas dessa doença profissional foram por ele assinalados.
Em 1700 era publicado na Itália, um livro que iria ter notável repercussão em todo o mundo. tratava-se
da obra "De Morbis Artificum Diatriba" de autoria do médico Bernardino Ramazzini que, por esse motivo é
cognominado o "Pai da Medicina do Trabalho". Nessa importante obra, verdadeiro monumento da saúde
ocupacional, são descritas cerca de 100 profissões diversas e os riscos específicos de cada uma. Um fato
importante é que muitas dessas descrições são baseadas nas próprias observações clínicas do autor o qual nunca
esquecia de perguntar ao seu paciente: "Qual a sua ocupação?".
Devido a escassez de mão de obra qualificada para a produção artesanal, o gênio inventivo do ser
humano encontrou na mecanização a solução do problema.
Partindo da atividade predatória, evoluiu para a agricultura e pastoreio, alcançou a fase do artesanato e
atingiu a era industrial.
Entre 1760 e 1830, ocorreu na Inglaterra a Revolução Industrial, marco inicial da moderna
industrialização que teve a sua origem com o aparecimento da primeira máquina de fiar.
Até o advento das primeiras máquinas de fiação e tecelagem, o artesão fora dono dos seus meios de
produção. O custo elevado das máquinas não mais permitiu ao próprio artífice possuí-las. Desta maneira os
capitalistas, antevendo as possibilidades econômicas dos altos níveis de produção, decidiram adquiri-las e
empregar pessoas para faze-las funcionar. Surgiram assim, as primeiras fábricas de tecidos e, com elas, o Capital
e o Trabalho.
Somente com a revolução industrial, é que o aldeão, descendente do troglodita, começou a agrupar-se
nas cidades. Deixou o risco de ser apanhado pelas garras de uma fera, para aceitar o risco de ser apanhado pelas
garras de uma máquina.
A introdução da máquina a vapor, sem sombra de dúvida, mudou integralmente o quadro industrial. A
indústria que não mais dependia de cursos d'água, veio para as grandes cidades, onde era abundante a mão de
obra.
Condições totalmente inóspitas de calor, ventilação e umidade eram encontradas, pois as "modernas"
fábricas nada mais eram que galpões improvisados. As máquinas primitivas ofereciam toda a sorte de riscos, a as
conseqüências tornaram-se tão críticas que começou a haver clamores, inclusive de órgãos governamentais,
exigindo um mínimo de condições humanas para o trabalho.

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A improvisação das fábricas e a mão de obra constituída não só de homens, mas também de mulheres e
crianças, sem quaisquer restrições quanto ao estado de saúde, desenvolvimento físico passaram a ser uma
constante. Nos últimos momentos do século XVIII, o parque industrial da Inglaterra passou por uma série de
transformações as quais, se de um lado proporcionaram melhoria salarial dos trabalhadores, de outro lado,
causaram problemas ocupacionais bastante sérios.
O trabalho em máquinas sem proteção; o trabalho executado em ambientes fechados onde a ventilação
era precária e o ruído atinge limites altíssimos; a inexistência de limites de horas de trabalho; trouxeram como
conseqüência elevados índices de acidentes e de moléstias profissionais.
Na Inglaterra, França e Alemanha a Revolução Industrial causou um verdadeiro massacre a inocentes e
os que sobreviveram foram tirados da cama e arrastados para um mundo de calor, gases, poeiras e outras
condições adversas nas fábricas e minas. Esses fatos logo se colocaram em evidência pelos altos índices de
mortalidade entre os trabalhadores e especialmente entre as crianças.
A sofisticação das máquinas, objetivando um produto final mais perfeito e em maior quantidade,
ocasionou o crescimento das taxas de acidentes e, também, da gravidade desses acidentes.
Nessa época, a causa prevencionista ganhou um grande adepto: Charles Dickens. Esse notável
romancista inglês, através de críticas violentas, procurava a todo custo condenar o tratamento impróprio que as
crianças recebiam nas indústrias britânicas.
Pouco a pouco, a legislação foi se modificando até chegar à teoria do risco social: o acidente do trabalho
é um risco inerente à atividade profissional exercida em benefício de toda a comunidade, devendo esta, por
conseguinte, amparar a vítima do acidente.
No Brasil, podemos fixar por volta de 1930 a nossa revolução industrial e, embora tivéssemos já a
experiência de outros países, em menor escala, é bem verdade, atravessamos os mesmos percalços, o que fez
com que se falasse, em 1970, que o Brasil era o campeão mundial de acidentes do trabalho.
Embora o assunto fosse pintado com cores muito sombrias, o quadro estatístico abaixo nos dá idéia de
que era, de fato, lamentável a situação que enfrentávamos. Ao mesmo tempo, pudemos vislumbrar um futuro
mais promissor, que só foi possível pelo esforço conjunto de toda nação: trabalhadores, empresários, técnicos e
governo.

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NÚMERO DE ACIDENTES DO TRABALHO OCORRIDOS

A
NÚMERO DE NÚMERO DE
N PERCENTUAL
SEGURADOS ACIDENTADOS
O
S
1971 7.553.472 1.330.523 17,61 %
1972 8.148.987 1.504.723 18,47 %
1973 10.956.956 1.632.696 14,90 %
1974 11.537.024 1.796.761 15,57 %
1975 12.996.796 1.916.187 14,74 %
1976 14.945.489 1.743.825 11,67 %
1977 16.589.605 1.614.750 9,73 %
1978 16.638.799 1.551.501 9,32 %
1979 17.637.127 1.444.627 8,19 %
1980 18.686.355 1.464.211 7,84 %
1981 19.188.536 1.270.465 6,62 %
1982 19.476.362 1.178.472 6,05 %
1983 19.671.128 1.003.115 5,10 %
1984 19.673.915 961.575 4,89 %
1985 20.106.390 1.077.861 5,36 %
1986 21.568.660 1.207.859 5,60 %
1987 22.320.750 1.137.124 5,09 %
1988 23.045.901 992.737 4,31 %
1989 23.678.607 888.343 3,75 %
1990 22.755.875 693.572 3,05 %
1991 22.792.858 629.918 2,76 %
1992 22.803.065 532.514 2,33 %
1993 22.722.008 412.293 1,81 %
1994 23.016.637 388.304 1,68 %
1995 23.614.200 424.137 1,79 %
1996 24.311.448 395.455 1,62 %
1997 23.275.605 369.065 1,58 %
1998 414.341
1999 26.720.890 387.820 1,45 %
2000 27.265.342 363.868 1,33 %
2001 29.767.846 340.251 1,14 %
2002 30.805.068 393.071 1,28 %
2003 31.454.564 399.077 1,27 %
2004 33.317.408 465.700 1,40 %
2005 35.935.331 499.680 1,39 %
2006 37.414.658 503.890 1,35 %
Fonte: INSS

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1.3 IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA DO TRABALHO:

Nas sociedades mais antigas, o homem já sofria acidentes enquanto trabalhava para prover as
necessidades de sua subsistência. Todavia, esses acidentes só chamaram a atenção dos governantes quando, em
virtude do seu elevado numero, adquiriram as dimensões de um problema social. Isto ocorreu após a Revolução
Industrial resultante das descobertas de novas fontes de força, como o vapor e a eletricidade, provocando o
aparecimento de grandes concentrações de trabalhadores em torno das empresas que empregavam grandes
quantidades de mão-de-obra. Era uma situação bem diferente daquela que caracterizava a Idade-Media: artesãos
realizando trabalho manual dentro de pequenas oficinas.
No século passado, o clamor contra as condições de vida do trabalhador cresceu a ponto de levar os
homens públicos a pensarem no cerceamento da liberdade das partes na celebração do contrato de trabalho. Era o
começo da intervenção do Estado no mundo do trabalho assalariado. Não era possível , no que tange ao acidente
do trabalho, continuar adotando os princípios do direito clássico, para exigir do empregado acidentado a prova
de que o patrão era o culpado. Na maioria dos casos essa prova não podia ser produzida ou o fato tivera como
causa excludente a força maior ou caso fortuito.
Pouco a pouco, a legislação foi se modificando até chegar á teoria do risco social: o acidente do trabalho
é um risco inerente à própria atividade profissional exercida em beneficio de toda a comunidade, devendo esta,
por conseguinte, amparar a vitima do acidente. Não se cogita da responsabilidade deste ou daquele pelo
acontecimento.
Através de um seguro social, o empregado é protegido quando incapacitado para o trabalho em virtude
de um acidente.
Em nosso país, tudo se passou mais ou menos da mesma maneira. Em 1919 tivemos a primeira lei
estabelecendo que o empregado acidentado não precisava obter qualquer prova da culpa do patrão para ter
direito à indenização.
Aparentemente pode parecer estranho que, além de aspectos técnicos abordemos também aspectos
humanísticos. Entretanto, não devemos esquecer que por trás de qualquer máquina, equipamento ou material,
está um ser humano, a maior riqueza de uma nação. Se não bastasse isso para avaliarmos a importância da
Segurança e Medicina do Trabalho poderíamos pensar que, enquanto uma indústria de máquinas agrícolas tem
capacidade de produzir 1000 máquinas por dia, necessitamos de no mínimo 20 anos para formar um homem.

1.3.1 ASPECTOS SOCIAIS DA SEGURANÇA DO TRABALHO

Para considerarmos o efeito de acidentes do trabalho, via produtividade no caso do Brasil, consideremos
um trabalhador imaginário desde seu nascimento até sua morte.
Para cada ano podemos calcular o produto e o consumo total do trabalhador e sua diferença, e a
produtividade líquida. Essa será de início negativa, pois a criança só consome. Entretanto, com o passar do
tempo a produtividade cresce, assumindo valores positivos que permanecem com este sinal até o trabalhador se
aposentar ou morrer. No caso de o trabalhador se aposentar, teremos até sua morte, valores negativos.
Para tomar mais claro o raciocínio que desejamos transmitir, suponhamos que o trabalhador consuma 5
unidades por ano, qualquer que seja sua idade e que produza 10 unidades por ano, dos 15 aos 50 anos, vivendo
aposentado dos 50 a 60 anos. O saldo total seria neste caso, igual
S = (10 unid. x 35 anos) - (5 unid. x 60 anos) 50 unidades produtivas.

Suponhamos, contudo, que o trabalhador sofre um acidente aos 30 anos de idade, o qual reduza sua
capacidade produtiva pela metade. O novo saldo será:
S = (10 unid. x 15 anos) + (5 unid. x 20 anos) - (5 unid. x 60 anos) = - 50 unidades
produtivas.

Isto demonstra, como um acidente, considerado em termos globais para a nação, pode tornar um
trabalhador superavitário em um elemento deficitário, no que diz respeito a produção e ao consumo de bens.
Queremos salientar que, o ônus causado pelo acidente reflete-se em toda a nação, uma vez que é ela que
paga ao incapacitado, ou a família da vítima de um acidente fatal.

1.3.2 ASPECTOS HUMANOS DA SEGURANÇA DO TRABALHO

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Embora não se possa exprimi-lo em números o aspecto humano é o mais importante. Se lançarmos esta
pergunta ao trabalhador: Quanto vale em Reais a vida de seu pai ou seu irmão ? Não devemos, porém, ater
exclusivamente a este raciocínio, devemos ir mais longe.
Quando estamos pagando adicional de insalubridade a um trabalhador, em outras palavras estamos
comprando alguns anos de sua vida, pelo dano que o agente agressivo poderá causar ao seu organismo.

1.3.3 ASPECTOS ECONÔMICOS

A redução da produção de uma empresa e da nação como um todo, determinada pelos acidentes do
trabalho, é bastante significativa. Além do aumento do custo final dos produtos, deve ser encarado o acidente
também como fonte de gastos em atendimento médico, transporte do paciente, danos materiais, etc.

1.3.4 CONSEQUÊNCIAS DOS ACIDENTES DO TRABALHO

O acidente do trabalho afeta o trabalho, o capital e o Estado. De forma direta e imediata envolve
interesses individuais, assim considerados, quanto aos trabalhadores e seus dependentes de um lado, os
empregadores e a Previdência Social, enquanto pessoa jurídica de outro.

SINTETIZANDO:

a) Quanto ao empregado, o acidente acarreta entre outros, resultados imediatos - como


sofrimentos e invalidez, perdas de salários, queda do nível de vida para si e sua família desvio de comportamento
emocional, etc.
b) Quanto ao empregador, o acidente do trabalho afeta a produtividade pelo número de homens
horas perdidas, comoção entre os trabalhadores, danos materiais e financeiros e queda da qualidade de trabalho.
c) Quanto ao Estado, os acidentes acarretam reflexos sócio-econômicos, aumento da população
inativa, desmantelamento da família, etc.

1.4 SEGURANÇA DO TRABALHO NO PLANEJAMENTO

Planejar seria extrapolar para o futuro. Devemos ter sempre em mente esta idéia, quando estamos
planejando; verificar quais as conseqüências futuras deste planejamento, quais as implicações para a nossa e para
outras gerações da implantação desta nova tecnologia.
Historicamente, sabe-se que os motores de combustão interna, a ciclo Otto, foram planejados para a
utilização do álcool Receios de dependências de países tropicais em relação a noções mais desenvolvidas, levou
os técnicos da época a procurarem alternativas. A gasolina, pela sua baixa octanagem, não permitia a taxa de
compressão necessária e para se conseguir uma octanagem de melhor qualidade, o preço de fabricação tornava-
se proibitivo. Eis que surge o tetraetila de chumbo, que possibilitou a redução de custos da gasolina,
tornando-a competitiva e ate mais barata que o álcool.
Quanto ao planejamento e à tecnologia, nada temos a opor. Entretanto, foi esquecido ou ignorado o
fator humano. Sendo a gasolina um produto altamente tóxico e cancerígeno, esta causando danos a toda a vida
animal e vegetal do planeta. Esta exemplo, escolhido pela sua atualidade, bem pode mostrar como o homem do
planejamento deve deter-se em todas as minúcias de um problema, não focalizando exclusivamente tecnologia,
que deve existir para beneficiar o homem, nunca para prejudicá-lo.

1.5 LEGISLAÇÃO E NORMAS


A Segurança e Saúde no Trabalho é objeto de normatização em diversos dispositivos legais e, nesta
seção, serão apresentados assuntos direcionados à realidade do ramo galvânico.
Aqui se procura apresentar, de forma sucinta, os aspectos relevantes da legislação nacional e não
desobriga a aplicação de outros dispositivos nas esferas federais, estaduais e municipais, bem como acordos ou
convenções coletivas não contemplados aqui.

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1.5.1 Constituição Federal


A Constituição (1988) da República Federativa do Brasil, no capítulo que trata dos Direitos Sociais, em
seu Artigo 7º, inciso XXII, assegura a todos os trabalhadores, urbanos e rurais, a “redução dos riscos inerentes ao
trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança”. Por ser um direito de todos os trabalhadores, o
assunto é tratado de forma detalhada através da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e das Normas
Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

1.5.2 Normatização Trabalhista


A Consolidação das Leis do Trabalho – CLT (2002) traz em seu Capítulo V, do Artigo 154 ao 201, a
observância obrigatória em todos os locais de trabalho do disposto sobre Segurança e Medicina do Trabalho e,
através da Portaria N.º 3.214 de 08 de junho 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) – Normas
Regulamentadoras (NR), cujo texto, de forma detalhada, segue expresso:
a) Jornada de Trabalho (Horas Suplementares, Descanso e Trabalho Noturno)
Jornada de trabalho é o tempo que o empregado fica à disposição do empregador para o trabalho, sendo
esta duração, em qualquer atividade privada, não excedente a oito horas diárias. Tal jornada pode ser excedida
em duas horas diárias em casos imperiosos (força maior, serviços inadiáveis e greve abusiva).
Durante a jornada de trabalho, deverá haver um intervalo para refeição que pode ser de uma a duas
horas.
Entre uma jornada de trabalho e outra, deve ser observado um descanso de onze horas. Com relação ao
Descanso Semanal Remunerado (DSR), este deve ser de vinte e quatro horas, preferencialmente aos domingos.
As empresas que adotam o trabalho noturno, considerando aquele executado das 22 horas de um dia às
05 horas do dia seguinte, deve dispensar aos trabalhadores deste horário os mesmos encargos legais.
Aos trabalhadores idosos, são garantidas as mesmas proteções dispensadas aos demais trabalhadores,
conforme expressado no Estatuto do Idoso, Lei Ordinária Nº 10.741 de 01 de outubro de 2003. Considera-se
idosa toda pessoa com idade igual ou superior a 60 anos.
b) Trabalho da Criança e do Adolescente
É vedado qualquer trabalho a menores de 14 anos de idade, conforme disposto no Artigo 60 do Estatuto
da Criança e do Adolescente, de 13 de julho de 1990. Aos indivíduos com idade entre 14 e 16 anos, só é
permitido o trabalho na condição de aprendiz, isto é, o adolescente em processo de formação técnico-
profissional, cujo trabalho obedecerá aos seguintes princípios:
- garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular;
- atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;
- horário especial para o exercício das atividades.
O contrato de trabalho do aprendiz tem prazo determinado de dois anos, sendo vedado o trabalho
noturno, perigoso ou insalubre.
c) Trabalho das Pessoas Portadoras de Deficiências
Toda empresa com mais de 99 trabalhadores deve inserir em seu quadro funcional um percentual de
pessoas portadoras de deficiência, conforme Decreto Nº 3.298 de 20 de dezembro de 1999.
Segundo o Artigo 36, a empresa com 100 ou mais empregados está obrigada a preencher de 2 a 5% de
seus cargos com beneficiários reabilitados da Previdência Social ou com pessoa portadora de deficiência
habilitada, na seguinte proporção:
I – até 200 empregados, 2%;
II – de 201 a 500 empregados, 3%;
III – de 501 a mil empregados, 4%; ou
IV – mais de mil empregados, 5%.
Considera-se, para os efeitos de aplicação, as orientações dadas pelo Decreto Federal Nº 5.296 de 02 de
dezembro de 2004, que caracteriza como deficiente a pessoa portadora de deficiência física, auditiva, visual e
mental, e a pessoa com mobilidade reduzida.
d) Trabalho da Mulher
O trabalho desenvolvido pela mulher recebe proteção especial na CLT (2002), cujo Artigo 372
expressa: “Os preceitos que regulam o trabalho masculino são aplicáveis ao trabalho feminino, naquilo em que
não colidirem com a proteção especial instituída por este capítulo”.
Dentre as proteções recebidas pelas mulheres, podemos destacar que é vedado ao empregador:
- exigir atestado ou exame, de qualquer natureza, para comprovação de esterilidade ou gravidez, na
admissão ou permanência no emprego;
- proceder o empregador ou preposto a revistas íntimas nas empregadas ou funcionárias;
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- a redução de salário pela adoção de medidas de proteção ao trabalho das mulheres;


- ao empregador, é vedado empregar a mulher em serviço que demande o emprego de força muscular
superior a 20 quilos, para o trabalho contínuo, ou 25 quilos, para o trabalho ocasional.
Também é obrigação do empregador:
(...) nos estabelecimentos em que trabalharem, pelo menos 30 mulheres, com mais de 16 anos de idade,
terão local apropriado onde seja permitido às empregadas guardar sob vigilância e assistência os seus filhos no
período de amamentação.
Os locais para amamentação “deverão possuir, no mínimo, um berçário, uma saleta de amamentação,
uma cozinha dietética e uma instalação sanitária.
Tal exigência poderá ser “suprida por meio de creches distritais mantidas, diretamente ou mediante
convênios, com outras entidades públicas ou privadas, pelas próprias empresas, em regime comunitário, ou a
cargo do SESI, do SESC, da LBA ou de entidades sindicais”.

Proteção à Maternidade
“A empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120 dias, sem prejuízo do emprego e do
salário”.
No período de amamentação e até que a criança complete seis meses de idade, a mãe terá direito a dois
descansos, de meia hora cada, durante a jornada de trabalho.
e) Registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS)
O registro na CTPS é um direito de todos os empregados e um dever do empregador. Quando a CTPS é
entregue à empresa para anotação da data da admissão, remuneração e condições especiais, o empregador deverá
devolvê-la preenchida ao empregado no prazo de 48 horas.
Considera-se empregado a pessoa física, que atua com habitualidade e subordinação, durante a sua vida
profissional, de forma pessoal e mediante salário.

1.5.3 Normas Regulamentadoras – NR


Neste tópico, serão apresentadas de forma resumida as NR pertinentes ao ramo galvânico, ressaltando
que, para aplicação, é necessário o conhecimento da Norma Regulamentadora em sua íntegra.
f) NR 1 – Disposições Gerais
Esta Norma Regulamentadora expressa a observância obrigatória por todas as empresas do que for
relativo à segurança e medicina do trabalho.
A aplicação de todas as Normas, naquilo que lhe for competente, não desobriga as empresas ao
cumprimento de outras disposições referentes à matéria.
Deveres do empregador: cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares; elaborar
ordens de serviço sobre Segurança e Medicina do Trabalho; informar aos trabalhadores sobre os riscos
profissionais que possam estar expostos nos locais de trabalho, os meios para prevenir e/ou limitar tais riscos e
medidas adotadas pela empresa; permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos
preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho.
Deveres do empregado: cumprir as disposições legais e regulamentares sobre Segurança e Medicina
do Trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador; usar o EPI – Equipamento de Proteção
Individual, fornecido pelo empregador; submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas
Regulamentadoras – NR; colaborar com a empresa na aplicação de tais normas.
g) NR 2 – Inspeção Prévia
A Norma de inspeção prévia, comum a todos os estabelecimentos novos, dispõe que os mesmos, antes
de iniciar suas atividades, deverão solicitar ao órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego inspeção
prévia para aprovação de suas instalações. Após a inspeção, haverá a emissão do Certificado de Aprovação das
Instalações (CAI), pelo referido Órgão.
Tanto o certificado de aprovação quanto a declaração das instalações são documentos básicos que
buscam assegurar ao novo estabelecimento, iniciativas prevencionistas.
h) NR 3 – Embargo Ou Interdição
Mediante laudo técnico de serviço competente, que demonstre risco grave e iminente para a saúde do
trabalhador, o Delegado Regional do Trabalho poderá interditar o estabelecimento, setor de serviço, máquina ou
equipamento, ou ainda embargar a obra, indicando na decisão tomada as providências que deverão ser adotadas
para prevenção de acidentes do trabalho e doenças profissionais.

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Durante a paralisação do serviço, em decorrência do embargo ou interdição, os empregados receberão


os salários como se estivessem trabalhando.
i) NR 4 – Serviços especializados em engenharia de segurança e em medicina do trabalho
Esta NR estabelece que as empresas privadas e públicas, órgãos públicos da administração direta e
indireta e dos poderes legislativo e judiciário que possuam empregados regidos pela CLT manterão,
obrigatoriamente, o SESMT, de acordo com o grau de risco em que estiverem enquadrados e o número de
empregados.
O SESMT constitui-se de um órgão técnico da empresa, composto exclusivamente por profissionais
com formação especializada em segurança e medicina do trabalho, que procuram promover a saúde e proteger a
integridade física do trabalhador nos ambientes laborais.
As indústrias galvânicas classificadas em grau de risco 3, com mais de cem empregados e as
classificadas em grau de risco 4, com mais de 50 empregados, são obrigadas a manter um técnico de segurança
do trabalho.

j) NR 5 – Comissão interna de prevenção de acidentes – CIPA


As empresas devem mantê-la em regular funcionamento com o objetivo de prevenir acidentes e doenças
decorrentes do trabalho, promovendo desta forma a saúde dos trabalhadores.
k) NR 6 – Equipamento de proteção individual – EPI
Equipamento de Proteção Individual (EPI) é “todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado
pelo trabalhador, destinado à sua proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”.
Cabe ao empregador:
- fornecer, gratuitamente, aos empregados, o EPI adequado ao risco, sempre que as medidas de proteção
coletivas necessárias forem tecnicamente inviáveis ou enquanto estas estiverem sendo implantadas, e
para atender as situações de emergência;
- adquirir o tipo de EPI, com Certificado de Aprovação (CA), adequado a atividade do trabalhador,
além de orientar e treinar sobre seu uso, guarda e conservação.
Cabe ao empregado:
- usar o EPI, responsabilizando-se por sua guarda e conservação;
- usá-lo, apenas para a finalidade a que se destina;
- cumprir as determinações do empregador sobre seu uso adequado.
Sugere-se, ao empregador, efetuar controle individual de entrega de EPI, com sua especificação, datada
e assinada pelo trabalhador, comprovando o recebimento e treinamento quanto ao uso do mesmo.
Constitui ato faltoso a recusa injustificada da utilização do mesmo.
l) NR 7 – Programa de controle médico de saúde ocupacional – PCMSO
O empregador deve garantir a implementação e elaboração de forma eficaz de todos os procedimentos,
sem ônus ao empregado da empresa.
Os dados obtidos nos exames médicos deverão ser mantidos por período mínimo de 20 anos após o
desligamento do trabalhador.
m) NR 8 – Edificações
Os requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações para garantir a segurança e o
conforto aos que nelas trabalham estão estabelecidos nesta NR, na qual podemos destacar que:
- os locais devem ter a altura do piso ao teto, pé direito, de acordo com as determinações municipais,
atendendo as condições de conforto, salubridade e segurança;
- os pisos dos locais de trabalho não devem apresentar saliências nem depressões que possam prejudicar
a circulação de pessoas ou materiais;
- os pisos, as escadas e rampas devem oferecer resistência para suportar as cargas móveis e fixas;
- devem dispor de material antiderrapante, impermeável e protegido contra umidade, além de haver
guarda-corpo de proteção, contra quedas, nos locais, onde houver necessidade.
A construção do ambiente de trabalho deve ser projetada de modo a favorecer a ventilação e a
iluminação natural.
n) NR 9 – Programa de prevenção de riscos ambientais – PPRA
O empregador deve garantir a implementação e elaboração de forma eficaz, visando à preservação da
saúde e da integridade dos trabalhadores.
O PPRA visa à preservação da saúde e integridade dos trabalhadores, devendo estar articulado com as
demais NR, em especial com o PCMSO.

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Conforme disposto no item 9.3.8.2 da respectiva NR, “os dados deverão ser mantidos por período
mínimo de 20 anos”.
o) NR 10 – Segurança em instalações e serviços em eletricidade
A NR 10 estabelece requisitos e condições mínimas, objetivando a implementação de medidas de
controle e sistemas preventivos de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou
indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade.
Esta NR se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo as etapas de
projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações e quaisquer trabalhos realizados nas suas
proximidades.
Devem ser adotadas medidas preventivas de controle do risco elétrico e outros que possam existir,
mediante técnica de análise de risco.
Os serviços a serem realizados devem ser planejados em conformidade com procedimentos de trabalho
específico, padronizado e com descrição detalhada de cada tarefa.
Os trabalhadores autorizados a executar atividade em serviços elétricos devem estar aptos a executar o
resgate e prestar primeiros socorros a acidentados.
p) NR 11 – Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais
A NR 11 trata dos equipamentos utilizados na movimentação de materiais, tais como empilhadeiras,
talhas, elevadores de carga, entre outros.
Todo equipamento deve ter indicada a carga máxima de trabalho permitida, em local visível.
Os carros manuais para transporte devem possuir protetores das mãos.
Os operadores de equipamentos de transporte motorizado deverão receber treinamento dado pela
empresa que o habilitará nessa função, podendo dirigir somente durante o horário de trabalho e portando o cartão
de identificação, com validade de um ano, com nome e fotografia do trabalhador.
Os equipamentos de transporte motorizados deverão possuir sinal de advertência sonora (buzina).
Todos os transportadores industriais devem ser permanentemente inspecionados e as peças com defeitos
devem ser substituídas de imediato.
Os materiais armazenados devem estar dispostos de forma a evitar a obstrução de portas, equipamentos
contra incêndio, saídas de emergência, entre outros.
Conforme exposto no item 11.1.3.1, “especial atenção será dada aos cabos de aço, cordas, correntes,
roldanas e ganchos que deverão ser inspecionados, permanentemente, substituindo-se as suas partes defeituosas”.
q) NR 12 – Máquinas e equipamentos
As áreas de circulação e os espaços em torno de máquinas e equipamentos devem ser dimensionados de
forma que, entre as partes móveis de máquinas e/ou equipamentos, haja uma faixa livre variável de 0,70 a 1,30
metros, com distância mínima entre máquinas e equipamentos de 0,60 e 0,80 metros, à critério da autoridade
competente em Segurança e Medicina do Trabalho.
Conforme descrito no item 12.1.7:
(...) as vias principais de circulação, no interior dos locais de trabalho, e as que conduzem às saídas
devem ter, no mínimo, 1,20 metros (um metro e vinte centímetros) de largura e ser devidamente demarcadas e
mantidas permanentemente desobstruídas.
A demarcação das áreas reservadas para corredores e armazenamento é especificada na NR-26,
Sinalização de Segurança.
As máquinas e os equipamentos devem ter suas transmissões de força enclausuradas dentro de sua
estrutura ou devidamente isoladas por anteparos adequados.
Os reparos, a limpeza, os ajustes e a inspeção somente podem ser executados com as máquinas paradas,
salvo se o movimento for indispensável à sua realização.
r) NR 13 – Caldeiras e vasos de pressão
São considerados vasos de pressão os equipamentos que contêm fluidos sob pressão interna ou externa.
De acordo com o disposto no item 13.6.3:
(...) todo vaso de pressão deve ter afixado em seu corpo, em local de fácil acesso e bem visível, placa de
indicação indelével com, no mínimo, as seguintes informações: fabricante; número de identificação; ano de
fabricação; pressão máxima de trabalho admissível; pressão de teste hidrostático; código de projeto e ano de
edição.
Todo vaso de pressão deve possuir, no estabelecimento onde estiver instalado, a seguinte documentação
devidamente atualizada: prontuário do vaso de pressão, registro de segurança, projetos de instalação ou reparo,
relatório de inspeção.

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A operação de unidades que possuam vasos de pressão deve ser efetuada por profissional qualificado
em “Treinamento de Segurança na Operação de Unidades de Processo”.
A inspeção de segurança de caldeiras e vaso de pressão deve ser realizada por “Profissional Habilitado”
ou por “Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos”, emitindo um “Relatório de Inspeção”, sempre que
houver danos por acidente de trabalho ou outra ocorrência, quando submetida à alteração ou reparo capazes de
alterar as condições de segurança.
s) NR 15 – Atividades e operações insalubres
São consideradas atividades ou operações insalubres as que, por sua natureza, condições ou métodos de
trabalho, exponham os seus empregados a agentes nocivos à saúde, que estejam acima dos limites de tolerância,
fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição a seus efeitos, comprovadas
através de laudo de inspeção do local de trabalho ou caracterizadas pela autoridade competente.
O exercício de trabalho em condições de insalubridade assegura ao trabalhador adicional sobre o salário
mínimo da região, equivalente a:
- 40%, para insalubridade de grau máximo;
- 20%, para insalubridade de grau médio;
- 10%, para insalubridade de grau mínimo.
Não poderá o adicional de insalubridade ser acumulado com o de periculosidade, cabendo ao
empregado optar por um dos dois. No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será considerado
o de grau mais elevado.
t) NR 16 – Atividades e operações perigosas
São consideradas atividades ou operações perigosas as que, por sua natureza ou métodos de trabalho,
impliquem contato permanente com inflamáveis ou explosivos, em condições de risco acentuado.
Na periculosidade, não importa o tempo de exposição e sim a intensidade e iminência do risco a que o
trabalhador está exposto.
“O exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao trabalhador adicional de 30%
sobre o salário, sem acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa”.
u) NR 17 – Ergonomia
A colocação em prática desta NR, apresentada na parte IV (Programas e Ações), páginas 160 a 161,
procura trazer a seqüência necessária à confecção do laudo ergonômico. É dever do empregador implementar e
elaborar o laudo de forma eficaz, visando a preservação da saúde e integridade dos trabalhadores.
v) NR 23 – Pproteção contra incêndios
A aplicabilidade desta NR, apresentada na parte IV (Programas e Ações), páginas 201 a 207, traz a
seqüência necessária ao desenvolvimento de trabalho adequado nessa área.
w) NR 24 – Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho
Esta norma estabelece as condições mínimas de higiene e de conforto que as instalações sanitárias,
vestiários e refeitórios devem possuir.
Instalações sanitárias
As instalações sanitárias devem atender às dimensões de 1,00 m2 (um metro quadrado) para cada
sanitário por grupo de 20 trabalhadores em atividade, devendo possuir separação por sexo e ser submetidas à
higienização constantemente.
Vestiários
Em todos os estabelecimentos da indústria, nos quais a atividade exija a troca de roupas, deve haver
local apropriado para vestiário, dotado de armários individuais, observada a separação de sexo e provido de
bancos.
Refeitório
Por ocasião das refeições, devem ser asseguradas aos trabalhadores condições de conforto, com
requisitos de limpeza, arejamento, iluminação e fornecimento de água potável.
Nos estabelecimentos em que trabalhem mais de 300 operários, é obrigatória a existência de refeitório
instalado em local apropriado, não se comunicando diretamente com os locais de trabalho, instalações sanitárias
e locais insalubres.
Cozinha
Quando houver refeitório, a cozinha deverá estar localizada junto ao mesmo, cujas refeições devem ser
servidas através de aberturas. Deverão ter pé direito de no mínimo três metros.
É indispensável que os funcionários da cozinha, encarregados de manipular gêneros alimentícios e
utensílios, disponham de sanitário e vestiário próprios e que não se comuniquem com a cozinha.

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Todo lavatório deve ser provido de material para a limpeza e secagem das mãos, sendo proibido o uso
de toalhas coletivas.
x) NR 25 – Resíduos Industriais
Os resíduos gasosos deverão ser eliminados dos locais de trabalho através de métodos, equipamentos ou
medidas adequadas, sendo proibido o lançamento ou a liberação nos ambientes de trabalho de quaisquer
contaminantes gasosos sob a forma de matéria ou energia, direta ou indiretamente, de forma a serem
ultrapassados os limites de tolerância estabelecidos pela Norma Regulamentadora (NR 15).
Os resíduos líquidos e sólidos devem ser tratados, dispostos e/ou retirados dos limites da empresa, de
forma a evitar riscos à saúde e à segurança dos trabalhadores.
y) NR 26 – Sinalização de segurança
A utilização das cores abaixo nos locais de trabalho não dispensa o emprego de outras formas de
prevenção de acidentes, devendo esta medida ser utilizada de forma racional, a fim de não ocasionar distração,
confusão e fadiga ao trabalhador.
Cor Utilização Mais Freqüente
Vermelho Distinguir e indicar equipamentos e aparelhos de proteção e combate a incêndio.
Amarelo Nas canalizações para indicar gases não liqüefeitos, liqüefeitos (GLP) e “Cuidado!”.
Branco Empregado em passarelas e corredores de circulação, coletores de resíduos e áreas
destinadas à armazenagem.
Verde Identifica caixas de equipamentos de socorro, localização de EPI, dispositivos de
segurança e canalização de água.
Azul Identifica a canalização de ar comprimido.
Cinza escuro Identificação de eletrodutos.
Laranja Identifica partes móveis de máquinas e equipamentos.
z) NR 28 – Fiscalização e penalidades
O Agente de Inspeção do Trabalho, ao realizar a fiscalização com base em critérios técnicos, poderá
notificar os empregadores, concedendo prazos para correção das irregularidades encontradas, que deverá ser de,
no máximo, 60 dias.
A empresa terá um prazo de 10 dias, a partir da notificação, para entrar com recurso ou solicitar
prorrogação de prazo, que poderá ser estendido até 120 dias. Quando o empregador necessitar de prazo de
execução superior a 120 dias, fica condicionada a prévia negociação entre empresa, sindicato da categoria dos
empregados e representante da autoridade regional competente.
Em caso de reincidência, embaraço ou resistência à fiscalização, emprego de artifício ou simulação com
o objetivo de fraudar a lei, a multa será aplicada na forma do Artigo 201, parágrafo único da CLT, conforme os
seguintes valores estabelecidos:
- Segurança do Trabalho – 6.304 UFIR;
- Medicina do Trabalho – 3.782 UFIR.

aa) NR 29 - Segurança e Saúde no Trabalho Portuário


Regula a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiros socorros a
acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários.
bb) NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário
Esta norma regulamentadora tem como objetivo a proteção e a regulamentação das condições de
segurança e saúde dos trabalhadores aquaviários, como pesca e outras categorias de trabalhadores que realizem
trabalhos a bordo de embarcações comerciais, utilizadas no transporte de mercadorias ou de passageiros,
inclusive naquelas embarcações utilizadas na prestação de serviços.
cc) NR 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e
Aqüicultura
Estabelece os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar
compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração
florestal e aqüicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho.
dd) NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde
Estabelece as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos
trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à
saúde em geral.

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Para fins de aplicação desta NR entende-se por serviços de saúde qualquer edificação destinada à
prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e
ensino em saúde em qualquer nível de complexidade.
ee) NR Nº 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados
Estabelece os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento,
avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e
saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços.
Espaço Confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que
possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes
ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.

1.5.4 Normatização Previdenciária


A legislação previdenciária é fundamentada nas Leis Nº 8.212 e 8.213 de 24 de julho de 91, e Decreto
Nº 6.042 de 12 de fevereiro de 2007, que altera o Regulamento da Previdência Social.
Art. 337. O acidente do trabalho será caracterizado tecnicamente pela perícia médica do INSS, mediante
a identificação do nexo entre o trabalho e o agravo.
§ 3º Considera-se estabelecido o nexo entre o trabalho e o agravo quando se verificar nexo técnico
epidemiológico entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade, elencada na
Classificação Internacional de Doenças (CID) (...).
§ 4º (...) considera-se agravo a lesão, doença, transtorno de saúde, distúrbio, disfunção ou síndrome de
evolução aguda, subaguda ou crônica, de natureza clínica ou subclínica, inclusive morte, independentemente do
tempo de latência.
§ 5º Reconhecidos pela perícia médica do INSS a incapacidade para o trabalho e o nexo entre o trabalho
e o agravo, na forma do § 3º, serão devidas as prestações acidentárias a que o beneficiário tenha direito.
§ 6º A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto no § 3º quando demonstrada a inexistência
de nexo causal entre o trabalho e o agravo (...).
a) Acidente do Trabalho
Acidente de trabalho é “aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando
lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte, ou perda, ou redução permanente ou temporária, da
capacidade do trabalho” (Artigo 2º da Lei Nº 6.367 de 19 de outubro de 1976). O acidente de trabalho pode se
caracterizar como:
TÍPICO – decorrente do exercício da atividade profissional, durante a jornada de trabalho;
TRAJETO – ocorrido no trajeto entre a residência e o local de trabalho do segurado ou vice-versa;
DOENÇAS OCUPACIONAIS E/OU PROFISSIONAIS – decorrentes da exposição a agentes ou
condições perigosas, que estão acima do limite de tolerância, inerentes a processos e atividades profissionais ou
ocupacionais.
DOENÇAS DO TRABALHO – são aquelas adquiridas ou desencadeadas pelas condições inadequadas
em que o trabalho é realizado, expondo o trabalhador a agentes nocivos para sua saúde.
As doenças hereditárias não são consideradas doenças de trabalho, mesmo que estas surjam durante a
vida laboral.
b) Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT)
O acidente do trabalho e a doença profissional devem ser comunicados ao Instituto Nacional de
Seguridade Social – INSS, por meio de formulário específico (anexo), protocolado neste órgão ou enviado por
meio eletrônico (disponível no site www.mpas.gov.br). Nos casos de acidente de trabalho, a comunicação deve
ser feita nas primeiras 24 horas de sua ocorrência e em caso de morte, imediatamente, à autoridade competente.
Nos acidentes de trajeto ou a serviço externo da empresa, a emissão da CAT poderá ser efetuada pelo
trabalhador e quando este estiver impossibilitado, por qualquer pessoa que acompanhou o ocorrido.
A título de classificação para registro, há três tipos de CAT: inicial, de reabertura e de comunicação de
óbito.
INICIAL: corresponde ao registro do acidente típico, trajeto, doenças ocupacionais e/ou profissionais
ou doença do trabalho.
REABERTURA: correspondente ao reinício de tratamento ou afastamento por agravamento de lesão de
acidente do trabalho, ou doença profissional ou do trabalho, comunicado anteriormente ao INSS.
COMUNICAÇÃO DE ÓBITO: correspondente ao falecimento decorrente de acidente ou doença
profissional ou do trabalho.

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Os 15 primeiros dias de afastamento (incluindo o dia do afastamento) são pagos pelo empregador,
devendo o auxílio doença ser pago pela Previdência Social a partir do 16º dia de afastamento.
c) Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP)
O Perfil Profissiográfico Previdenciário foi instituído pelas Leis 8.212 e 8.213/91, que regulamentam os
benefícios da Previdência Social e estabelecem que: “a empresa deverá elaborar e manter atualizado o perfil
profissiográfico abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e fornecer a este, quando da rescisão
do contrato de trabalho, cópia autêntica deste documento”.
O PPP constitui-se em um documento histórico-laboral do trabalhador que reúne, entre outras
informações, dados administrativos, registros ambientais e resultados de monitoração biológica, durante todo o
período em que este exerceu suas atividades. (Instrução Normativa Nº 99, do INSS/DC, de 5 de dezembro de
2003 – DOU de 10/12/2003).
O PPP deverá ser elaborado de forma individualizada para os empregados, trabalhadores avulsos e
cooperados, que estejam expostos a agentes nocivos à saúde ou à integridade física, considerados para os fins de
concessão de aposentadoria especial.
As condições de trabalho que dão direito à aposentadoria especial deverão ser comprovadas pelas
demonstrações ambientais contidas em documentos, tais como: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais –
PPRA; Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO; Laudo Técnico de Condições
Ambientais do Trabalho – LTCAT; Comunicação de Acidentes do Trabalho – CAT; e o próprio PPP.
O PPP deverá ser assinado por representante da empresa, com poderes especiais, contendo a indicação
dos responsáveis técnicos, por período, pelos registros ambientais e resultados de monitoração biológica,
devendo estar sempre atualizado.
É vedado ao médico do trabalho disponibilizar à empresa as informações exigidas na Instrução
Normativa INSS/DC Nº 95/03, Seção III, Campo 17 e seguintes do Anexo XV (O Memorando – Circular
Conjunto Nº 02/INSS/DIRBEN/DIREP, de 15 de janeiro de 2004).
d) Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT)
O LTCAT é uma declaração pericial que tem por finalidade apresentar tecnicamente a existência ou não
de riscos ambientais em níveis ou concentrações que prejudiquem a saúde ou a integridade física do trabalhador.
Este laudo caracteriza tanto a nocividade do agente quanto o tempo de exposição do trabalhador,
servindo de subsídio para a elaboração do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP).
As condições de trabalho apresentadas no LTCAT devem estar comprovadas pelas demonstrações
ambientais e monitoração biológica por meio dos seguintes documentos:
- Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA (NR 9);
- Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO (NR 7);
- Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT).
O LTCAT, emitido exclusivamente por engenheiro de segurança do trabalho ou por médico do trabalho
habilitados pelo respectivo órgão de registro profissional, deve ser atualizado pelo menos uma vez ao ano, por
ocasião da avaliação global, ou sempre que ocorrer alteração ou modificação no ambiente de trabalho.
A elaboração deste laudo segue a Portaria Nº 3.311, de 29 de novembro de 1989, do Ministério do
Trabalho, atual Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que estabelece padrões para elaboração de laudos,
quais sejam:
- 1º. identificação;
- 2º. descrição do ambiente de trabalho;
- 3º. análises – qualitativa e quantitativa;
- 4º. medidas de controle;
- 5º. quadro descritivo;
- 6º. conclusão (caracteriza o laudo, apresentando a fundamentação científica e reconhecendo a
obrigatoriedade ou não do pagamento de adicionais pela empresa).

1.5.5 Responsabilidade Civil e Criminal


A conduta humana ocorre por atos lícitos ou ilícitos. Para que haja o ato ilícito, é necessário haver um
fato lesivo que ocorra por ação, omissão voluntária, negligência ou imprudência, causando dano patrimonial ou
moral. Tal ato lesivo deve ser praticado em desacordo aos preceitos legais, gerando a responsabilidade civil, que
temos expresso, de acordo com a Lei Nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, Código Civil (C.C.):
DA OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (Arts. 186 e 187, C.C.), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.

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Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua
natureza, risco para os direitos de outrem.
Desta forma, aquele que causar dano a outrem, demonstrada a culpa, estará obrigado a indenizar.
Além deste tipo de responsabilidade, temos expresso no Artigo 935 do Código Civil que “a
responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou
sobre quem seja o autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal”.
Diante da independência da responsabilidade civil em relação à penal, é expresso pelo Código de
Processo Penal, em seu Artigo 64, que:
(...) a ação para ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime.
Parágrafo único: Intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspender o curso desta, até o
julgamento definitivo daquela.
Pelos artigos acima citados, torna-se evidente que a sentença condenatória criminal tem influência na
ação cível.
Com relação à exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo direto ou iminente, expresso no caput
do Artigo 132 do Código Penal, para que haja a responsabilidade criminal, faz-se necessário que haja ação penal
pública incondicionada.
PERIGO PARA A VIDA OU SAÚDE DE OUTREM
Art. 132. Expor a vida ou saúde de outrem a perigo direto e iminente:
Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de
outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer
natureza, em desacordo com as normas legais.
O objeto jurídico, do dispositivo legal, é a vida e a saúde de qualquer pessoa. Porém, para caracterizar o
ato lesivo, é necessário que haja uma vítima determinada. O referido dispositivo foi instituído em virtude dos
acidentes do trabalho ocorridos por descaso na aplicação das medidas de prevenção contra atos que podem
ocasionar acidentes.
A implementação e implantação de meios à melhoria da saúde, higiene e segurança dos trabalhadores é
o meio eficaz para se evitar responsabilidades.

1.5.6 Legislação Ambiental


A Lei Nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, e regulamentada pelo Decreto Nº 88.351, de 01 de junho de
1983, consiste em um processo destinado a condicionar a construção, a instalação, o funcionamento e a
ampliação de estabelecimentos de atividades poluidoras ou que utilizem recursos ambientais ao prévio
licenciamento, por autoridade ambiental competente.
A legislação prevê a expedição de três licenças ambientais, todas obrigatórias, independentes de outras
licenças e autorizações exigíveis pelo poder Público: Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença
de Operação (LO), conforme Artigo 20 do referido decreto. Existe um momento preliminar na etapa do
licenciamento em que o órgão expedidor poderá orientar o empreendedor quanto à localização do seu
empreendimeno, através do Parecer de Viabilidade de Localização (PVL); não é um documento obrigatório,
porém funciona como uma ferramenta preventiva de problemas com a localização do seu empreendimento.
A Licença Prévia (LP) é concedida na fase inicial do planejamento da atividade do estabelecimento,
fundamentadas em informações formais prestadas pelo interessado, especificando as condições básicas a serem
atendidas desde sua instalação até o funcionamento do estabelecimento.
A fase preliminar do empreendimento deve atender requisitos básicos de localização, instalação e
operação, observando os planos federais, estaduais ou municipais de uso do solo.
A Licença de Instalação (LI) é expedida com base no projeto executivo final que foi aprovado na
licença prévia, autorizando o início da construção e implantação da empresa, subordinando-a as condições de
exigências técnicas a serem cumpridas antes do início de sua operação.
A Licença de Operação (LO) é expedida após vistoria, teste de operação ou qualquer outro meio técnico
de verificação do funcionamento dos equipamentos e sistemas de controle de poluição. A LO autoriza a operação
do empreendimento ou de determinada atividade poluidora, subordinando sua continuidade ao cumprimento das
condições de concessão da LI a da própria LO.
Dentre os inúmeros instrumentos de política ambiental instituído em âmbito nacional, podemos destacar
da Resolução CONAMA n.º 357, de 17 de março de 2005, que dispõe em seu Capítulo V sobre as condições e
padrões de lançamento de efluentes quando devidamente tratados.
a) A Lei de Crimes Ambientais

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A Lei Nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas
das condutas, das atividades lesivas ao meio ambiente e da cooperação internacional para a preservação do
mesmo.
Constatada, através de perícia, e comprovada a culpabilidade daqueles que cometerem danos
ambientais, ficarão sujeitos às sanções civis e penais, após transitado e julgado o processo, estando sujeito a
pessoa jurídica às seguintes sanções.
Penas restritivas de direito, que são: suspensão parcial ou total das atividades; recolhimento domiciliar;
interdição temporária do estabelecimento, obra ou atividade; proibição de contratar com o Poder Público, bem
como dele obter subsídios, subvenções ou doações;
Prestação de serviços à comunidade, que consistirá em: custeio de programas e de projetos ambientais;
execução de obras de recuperação de áreas degradadas; manutenção de espaços públicos; contribuições a
entidades ambientais ou culturais públicas.
A pessoa jurídica que permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei, poderá ter
decretada sua liquidação, onde seu patrimônio, após considerado instrumento do crime, será disponibilizado ao
Fundo Penitenciário Nacional.
A responsabilidade civil e criminal do proprietário do imóvel não é tão somente por esta condição
(permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime), mas por negligenciar com o imóvel e possibilitar sua má
utilização, devendo, portanto, zelar para que sua propriedade não passe a ser de uso nocivo.

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2 DEFINIÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO

2.1 CONCEITO LEGAL

A legislação brasileira define acidente do trabalho como todo aquele decorrente do exercício do
trabalho e que provoca, direta ou indiretamente, lesão, perturbação funcional ou doença.
Legalmente, a definição é dada pelo Decreto n0. 2.172, de 05 de março de 1997, no "Regulamento
dos Benefícios de Previdência Social.
"Art. 131 - Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou
ainda pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte a perda ou redução da capacidade permanente ou temporária.
Pode-se notar, portanto, que a legislação especifica "exercício do trabalho a serviço da empresa", e,
mais ainda, que esse acidente cause incapacidade para o trabalho ou a morte do empregado.
Há casos, porém, de acidentes que, embora não se enquadrem na definição de acidentes do
trabalho, podem ser encarados como tal:
"I - a doença profissional ou do trabalho, assim entendida a inerente ou peculiar a determinado
ramo de atividade e constante do anexo v;
II - o acidente que, ligado ao trabalho, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído
diretamente para a morte ou a perda, ou a redução da capacidade para o trabalho;
III - a doença proveniente de contaminação acidental de pessoal da área medica, no exercício de sua
atividade;
IV - o acidente sofrido pelo empregado no local e horário do trabalho, em conseqüência de:
a) ato de sabotagem ou de terrorismo praticado por terceiro, inclusive companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro motivo de disputa relacionada com o trabalho;
c) ato de imprudência, de negligencia ou de imperícia de terceiro, inclusive companheiro de
trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação ou incêndio;
f) outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior.
V - o acidente sofrido pelo empregado ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar
proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, seja qual for o meio de locomoção utilizado, inclusive veiculo
de propriedade do empregado
d) no percurso da residência para o trabalho ou deste para aquela.
e) no percurso para o local de refeição ou de volta dele, em intervalo do trabalho.
Como se vê, pela lei brasileira, o acidente é confundido com o prejuízo físico sofrido pelo
trabalhador (lesão, perturbação funcional ou doença).
O primeiro passo na prevenção de acidentes e saber o que se entende por acidente do trabalho.
Também são igualados, para efeito de lei, os acidentes que ocorrem no local e no horário de
trabalho; as doenças do trabalho, constantes ou não de relações oficiais; os acidentes que ocorrem fora dos
limites da empresa e fora do horário normal de trabalho, estes sob certas condições. Para a legislação
providenciaria, portanto, somente o acidente do trabalho que cause prejuízo físico ou orgânico é enquadrado
como tal.

2.2 CONCEITO PREVENCIONISTA

Para a Segurança do Trabalho, o acidente do ponto de vista prevencionista ocorre sempre que um
fato não programado modifica ou põe fim a realização de um trabalho, o que ocasiona sempre perda de
tempo. Outras conseqüências podem advir, tais como danos materiais (aos equipamentos, produtos
fabricados, etc.) e lesões (ao operador e/ou colegas próximos ao local).
Do ponto de vista prevencionista, entretanto, essa definição não é satisfatória, pois o acidente é
definido em função de suas conseqüências sobre o homem, ou seja, as lesões, perturbações ou doenças.

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Visando a sua prevenção, o acidente, que interfere na produção, deve ser definido como "qualquer
ocorrência que interfere no andamento normal do trabalho", pois além do homem, podem ser envolvidos nos
acidentes, outros fatores de produção, como máquinas, ferramentas, equipamentos e tempo.
Assim, as três situações apresentadas são representativas de acidente:
Na primeira, o operário estava transportando manualmente urna caixa contendo certo produto; em
certo momento, deixa cair a caixa, o que já é um acidente (queda da caixa), embora não tenha ocorrido perda
material (a caixa não se danificou) ou lesão no trabalhador; nesse caso, ocorreu tão somente, perda de
tempo.
Na segunda, a queda da caixa, embora não tenha ocasionado lesão, é também um exemplo de
acidente, em que ocorreu, além da perda de tempo, perda de material, pois este se danificou.
Na última, a queda da caixa é exemplificativa de acidente do qual resultaram, a lesão no homem, a
perda do material e a conseqüente perda de tempo.
E claro que a vida e a saúde humana tem mais valor do que as perda naturais, daí serem
considerados como mais importantes os acidentes com lesão. Por exemplo, se a caixa ao cair atingir o pé da
pessoa que a estava carregando, provocando sua queda e causar-lhe uma lesão, teremos um acidente mais
grave porque, além da perda de tempo e/ou perda material, houve dano físico.

Diferença fundamental entre a definição legal e a técnica.


Na definição legal, ao legislador interessou, basicamente e com muita propriedade definir o
acidente com a finalidade de proteger o trabalhador acidentado, através de uma compensação financeira,
garantindo-lhe o pagamento de diárias, enquanto estiver impossibilitado de trabalhar em decorrência do
acidente, ou de indenização, se tiver sofrido lesão incapacitante permanente. Nota-se por aí que o acidente
só ocorre se dele resultar um ferimento mas, devemos lembrar que o ferimento é apenas uma das
conseqüências do acidente A definição técnica nos alerta que o acidente pode ocorrer sem provocar lesões
pessoais. A experiência demonstra que para cada grupo de 330 acidentes de um mesmo tipo, 300 vezes não
ocorre lesão nos trabalhadores, enquanto que em apenas 30 casos resultam danos à integridade física do
homem. Em todos os casos, porém, haverá prejuízo à produção e sob os aspectos de proteção ao homem,
resulta serem igualmente importantes todos os acidentes com e sem lesão, em virtude de não se poder prever
quando de um acidente vai resultar, ou não, lesão no trabalhador.
Do exposto, concluímos que devemos procurar evitar todo e qualquer tipo de acidente. Deveremos
evitar os acidentes sem lesão porque, se forem eliminados estes, automaticamente, estará afastado a quase
totalidade dos outros. Por exemplo, se o trabalhador tivesse evitado que a caixa caísse no chão, ela não teria
atingido o seu pé. Teria sido mais seguro e mais fácil evitar a queda da caixa, do que tirar o pé na hora em
que caísse. Devemos lembrar ainda que estudos realizados no Brasil e no exterior, tem revelado que o custo
de acidentes leves é igual ao dos acidentes sob o encargo do INSS, em virtude, de como já vimos, aqueles
serem muito mais numerosos que estes.
A política governamental dos últimos anos, no sentido de dinamizar esforços de empresários e
empregados e de atualizar a legislação trabalhista, em muito tem colaborado para a diminuição dos
percentuais de acidentes do trabalho em relação à população trabalhadora do País.
Embora a prevenção de acidentes industriais vise basicamente a manutenção da integridade física
do trabalhador, não se pode esquecer a influencia dos custos de qualquer programa na implantação ou ,
manutenção do mesmo.
Em outras palavras, qualquer ocorrência não programada que interfira no processo produtivo,
causando perda de tempo, constitui um acidente do trabalho.
Deve-se destacar que a prevenção de acidentes torna-se economicamente viável, a partir de um bom
programa de prevenção de acidentes.
Um empregado acidentado, aposentado precocemente por incapacidade permanente, afeta
indiretamente a toda a população pois é um a menos a colaborar no aumento da produção. Quanto mais
especializada a sua função, mais caro se torna substituí-lo. Em síntese, ocorre uma redução na capacidade
produtiva da nação e um aumento dos custos de treinamento da população economicamente ativa.
Restringindo-se o campo de estudo a uma empresa, a diminuição no numero de acidentes pode e
deve levar a um aumento na produção, bem como a um custo menor, o que, inclusive, pode baixar o preço
do produto final a nível de consumidor ou elevar o lucro do empresário
O empregado encontra na empresa inúmeros fatores de risco, que podem criar condições para a
ocorrência de um acidente e conseqüente lesão.
Equipamentos elétricos, operações de soldagens, manuseio de líquidos combustíveis ou
inflamáveis, veículos de transporte são exemplos desses riscos. Sua utilização de forma inadequada pode
incapacitar ou até matar o elemento acidentado.

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Analisando o problema do ponto de vista prevencionista qualquer ocorrência anormal que


prejudique a produtividade já pode ser considerado um acidente. Se uma pilha de sacas de café, mal
estocada, desabar e atingir um empregado, causando-lhe alguma lesão, temos caracterizado o acidente do
trabalho legal. Se não atingir nenhum empregado e apenas tivermos perda de tempo para recolocar o
material em seu respectivo local, do ponto de vista prevencionista o acidente do trabalho também ocorreu.
Em outras palavras, qualquer ocorrência não programada, que interfira no processo produtivo,
causando perda de tempo, constitui um acidente do trabalho.

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3 CAUSAS E FATORES DE ACIDENTES DE TRABALHO


Em principio, temos três fatores principais causadores de acidentes:
1. Atos inseguros, entendidos como atitudes indevidas do elemento humano.
2. Condições inseguras, inerentes às instalações, como máquinas e equipamentos.
3. Eventos catastróficos, como inundações, tempestades, etc.
Estudos técnicos, principalmente no campo da engenharia, são capazes de, com o tempo, eliminar
as condições inseguras. Quando se fala, porém, do elemento homem, apenas técnicas não são suficientes
para evitar uma falha nas suas atitudes.
Sob o ponto de vista prevencionista, causa de acidente é qualquer fator que, se removido a tempo
teria evitado o acidente. Os acidentes não são inevitáveis, não surgem por acaso, eles, na maioria das vezes,
são causados, e portanto possíveis de prevenção, através da eliminação a tempo de suas causas. Estas podem
decorrer de fatores pessoais (dependentes, portanto, do homem) ou materiais (decorrentes das condições
existentes nos locais de trabalho).
Vários autores, na analise de um acidente, consideram como causa do acidente o ato ou a condição
que originou a lesão, ou o dano. No nosso entendimento, devem ser analisadas todas as causas, desde a mais
remota, o que permitirá um adequado estudo e posterior neutralização ou eliminação dos riscos.
Existe então a necessidade do envolvimento de profissionais de outras áreas, principalmente de
Ciências Humanas para se obter uma evolução neste setor.
Até o presente momento, nenhuma das máquinas construídas, nenhum dos produtos químicos
obtidos por síntese e nenhuma das teorias sociais formuladas alterou fundamentalmente a natureza humana.
As formas de comportamento, que devem ser levadas em consideração no esforço de prevenir atos
inseguros, deverá ser analisadas de modo bastante abrangente.
No treinamento de integração baseado na função a ser desenvolvida pelo novo empregado ou na
reciclagem dos funcionários mais antigos, deverá ser reforçado o conhecimento das regras de segurança,
instruções básicas sobre prevenção de incêndio e treinamento periódico de combate ao fogo, informações
sobre ordem e limpeza, cor na segurança do trabalho, sinalização, cursos de primeiros socorros,
levantamento, transporte e manuseio de materiais, integram uma política de segurança, visando a diminuição
dos acidentes causados por atos inseguros. Sendo a segurança do trabalho basicamente de caráter
prevencionista, recomenda-se, ainda, uma pesquisa bibliográfica, no sentido de identificar possíveis riscos
no processo de produção, antes mesmo que ocorram acidentes, isto é, a simples analise de risco ou
estatística , mesmo que não acuse nenhum acidente, deve ser encarada como mais um subsidio para a
prevenção de acidentes e eliminação de causas..
A ocorrência de uma única morte, além da perda para a família do trabalhador, representa um
prejuízo para a nação de 20 anos ou 6.000 dias, em média, de trabalho produtivo.

3.1 ATO INSEGURO

Ato inseguro é a maneira pela qual o trabalhador se expõe, consciente ou inconscientemente a


riscos de acidentes. Em outras palavras é um certo tipo de comportamento que leva ao acidente.
Vemos que se trata de uma violação de um procedimento consagrado, vio1ação essa, responsável
pelo acidente.
Segundo estatísticas correntes, cerca de 84% do total dos acidentes do trabalho são oriundos do
próprio trabalhador. Portanto, os atos inseguros no trabalho provocam a grande maioria dos acidentes; não
raro o trabalhador se serve de ferramentas inadequadas por estarem mais próximas ou procura limpar
máquinas em movimento por ter preguiça de desliga-las, ou se distrai e desvia sua atenção do local de
trabalho, ou opera sem os óculos e aparelhos adequados. Ao se estudar os atos inseguros praticados, não
devem ser consideradas as razões para o comportamento da pessoa que os cometeu, o que se deve fazer tão
somente é relacionar tais atos inseguros. Veremos os mais comuns:
• Levantamento impróprio de carga (com o esforço desenvolvido a custa da musculatura das
costas);
• Permanecer embaixo de cargas;
• Permanecer em baixo de cargas suspensas;
• Manutenção, lubrificação ou limpeza de máquinas em movimento;
• Abusos, brincadeiras grosseiras, etc.;
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• Realização de operações para as quais não esteja devidamente autorizado e treinado;


• Remoção de dispositivos de proteção ou alteração em seu funcionamento, de maneira a torna-
los ineficientes;
• Operação de máquinas a velocidades inseguras;
• Uso de equipamento inadequado, inseguro ou de forma incorreta (não segura);
• Uso incorreto do equipamento de proteção individual necessário para a execução de sua tarefa.

3.2 CONDIÇÃO INSEGURA

Condição insegura em um local de trabalho são as falhas físicas que comprometem a segurança do
trabalhador, em outras palavras, as falhas, defeitos, irregularidades técnicas, carência de dispositivos de
segurança e outros, que põem em risco a integridade física e/ou a saúde das pessoas, e a própria segurança
das instalações e dos equipamentos.
Nós não devemos confundir a condição insegura com os riscos inerentes a certas operações
industriais. Por exemplo: a corrente elétrica é um risco inerente aos trabalhos que envolvem eletricidade, ou
instalações elétricas; a eletricidade, no entanto, não pode ser considerada uma condição insegura, por ser
perigosa. Insta1ações mal feitas ou improvisadas, fios expostos, etc., são condições inseguras; a energia
elétrica em si, não.
A corrente elétrica, quando devidamente solada do contato com as pessoas, passa a ser um risco
controlado e não constitui uma condição insegura.
Apesar da condição insegura ser possível de neutralização ou correção, ela tem sido considerada
responsável por 16% dos acidentes. Exemplos de condições inseguras:
• proteção mecânica inadequada;
• Condição defeituosa do equipamento (grosseiro, cortante, escorregadio, corroído, fraturado,
qualidade inferior, etc.), escadas, pisos, tubulações (encanamentos); - Projeto ou construções
inseguras;
• Processos, operações ou disposições (arranjos) perigosos (empilhamento perigoso,
armazenagem, passagens obstruídas, sobrecarga sobre o piso, congestionamento de maquinaria e
operadores, etc.);
• Iluminação inadequada ou incorreta;
• Ventilação inadequada ou incorreta.

3.3 FATORES QUE INFLUENCIAM NOS ACIDENTES DE TRABALHO

3.3.1 TAREFA

Deve ser analisado o conjunto de comportamentos humanos em comparação com as exigências da


tarefa. Urna incompatibilidade entre ambos pode ser a causa do acidente.

3.3.2 MÁQUINAS E FERRAMENTAS

As características operacionais das máquinas devem situar-se dentro dos limites de percepção do
organismo humano, assim como as exigências de movimentos musculares e energéticas. Quanto mais essas
exigências se situarem próximas dentro daqueles limites máximos ou mínimos, maiores serão os riscos de
acidentes.

3.3.3 TRABALHADOR

Existem diversos atributos pessoais do trabalhador que podem contribuir para aumentar ou reduzir
os riscos de acidentes. Aí se incluem as capacidades sensoriais, habilidades motoras, a capacidade de tomar
decisões e experiência anteriores.

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3.3.4 SONOLÊNCIA

A maioria dos trabalhadores já passou por essa experiência da sonolência no trabalho, que prejudica
o desempenho, em um instante a atenção é necessária. Ela é agravada pela monotonia da tarefa.

3.3.5 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Um trabalho organizado de modo que as tarefas e responsabilidades de cada trabalhador estejam


claramente definidas, em um ambiente descontraído e de camaradagem entre colegas de trabalho e os
superiores, tende a reduzir os acidentes. Discutir conjuntamente todos os assuntos relacionados com o
trabalho e segurança contribui para reduzir os acidentes.

3.3.6 AMBIENTE FÍSICO


Projeto do posto de trabalho bem dimensionado, layout, iluminação adequada, ausência de ruído,
contribuem para redução de acidentes.

3.3.7 FATORES CIRCUNSTANCIAIS

São os fatores que estão influenciando o desempenho do indivíduo no momento. Ex.: problemas
familiares e econômicos, alcoolismo, doenças, preocupações podem contribuir para a ocorrência de
acidentes.

3.3.8 DESCONHECIMENTO DOS RISCOS DA FUNÇÃO

Ex.: seleção inadequada, falha ou falta de treinamento.

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4 ERGONOMIA

4.1 Introdução

Poderíamos dar uma idéia do que seja ERGONOMIA e de sua importância mediante a ilustração de
alguns casos reais em que os princípios ergonômicos não tenham sido considerados.
Imaginem-se como engenheiros de uma firma construtora, em uma obra, analisando a eficiência de
dois empregados, um de idade avançada e outro jovem, que executem o mesmo trabalho de remoção de
material com o uso de pás iguais. Imaginem o jovem relativamente 30 cm mais alto e com capacidade física
superior. Imaginem ainda, ambos com todas as demais características psicofisiológicas idênticas como, por
exemplo, a mesma motivação para o trabalho, boa saúde, etc. Nessas condições, um resultado lógico seria
um maior rendimento no trabalho do jovem. E se os resultados fossem o contrário?
Qual a causa? A resposta seria explicada pela ERGONOMIA como uma não adaptação da ferramenta de
trabalho - a pá - ao jovem, devido, no caso, ao fato de a mesma ter um cabo muito curto para a altura dele,
provocando a execução do trabalho em posição desfavorável (muito curvado) e gerando um cansaço rápido
e um rendimento baixo.
Tendo a pessoa de idade avançada altura bem inferior, o cabo da pá ajusta-se melhor ás suas
dimensões, tornando-se seu trabalho mais eficiente.
Vejamos agora a situação dentro de uma indústria gráfica onde se verificavam repetidos acidentes
com lesões e perda de dedos e mãos em operadores de um determinado tipo de guilhotina de corte de papel.
Há que se esclarecer que o acionamento da máquina era feito pela pressão de um botão, com o uso de uma
das mãos do operador.
O que fazer para evitar estes acidentes? Devido á máquina não ter sido projetada utilizando os
princípios ergonômicos em sua concepção, a solução seria dotá-la de condições ergonômicas após a sua
fabricação. Desta forma, a adaptação de um segundo botão, distante do já existente, tornaria necessário, para
execução do guilhotinamento, o acionamento dos dois comandos (botões) simultaneamente, mediante o uso
de ambas as mãos, de maneira a impedir a possibilidade de ocorrência destes acidentes.

4.2 Conceito de Ergonomia

É o estudo científico de adaptação dos instrumentos, condições e ambiente de trabalho ás


capacidades psicofisiológicas, antropométricas e biomecânicas do homem.
A ERGONOMIA é uma ciência multídisciplinar com a base formada por várias outras ciências. A
Antropometria e a Biomecânica fornecem as informações sobre as dimensões e os movimentos do corpo
humano. A Anatomia e a Fisiologia Aplicada fornecem os dados sobre a estrutura e o funcionamento do
corpo humano. A Psicologia, os parâmetros do comportamento humano. A Medicina do Trabalho, os dados
de condições de trabalho que podem ser prejudiciais ao organismo humano. Da mesma forma, a Higiene
industrial, a Física, a Estatística e outras ciências fornecem informações a serem utilizadas pela
ERGONOMIA, de forma a possibilitar o conhecimento e o estudo completo do sistema homem-máquina-
ambiente de trabalho, visando a uma melhor adequação do trabalho ao homem.
Adaptação dos instrumentos, condições e ambiente de trabalho às capacidades psicofisiológicas
antropométricas e biomecânicas do homem, de forma a:

4.3 Origem da ergonomia como ciência

Durante a Primeira Guerra Mundial, as armas eram bem simples do ponto de vista tecnológico. Na
Segunda Guerra Mundial, as armas e instrumentos de guerra eram altamente sofisticados como, por
exemplo, os radares, sonares, submarinos, etc., não tendo os soldados "background" suficiente para manejá-
los. isto resultava em uma elevada freqüência de acidentes, quando de seu uso, de forma a preocupar os altos
escalões militares. A solução foi simplificar os instrumentos de guerra, para que um número maior de
soldados pudessem utilizá-los. Organizaram-se então equipes de engenheiros, médicos e psicólogos, para o
exame destes instrumentos e máquinas, sob o ponto de vista anatômico, fisiológico e psicológico. Como
conseqüência, vários deles foram reprojetados e adaptados ás características psicofisiológicas,
antropométricas e biomecânicas do homem. Desta forma, surgiu urna nova ciência - a ERGONOMIA -
nome composto das palavras gregas Ergon (Trabalho) e Nomos (Lei).
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No fim da Guerra, os EUA e a Europa descobriram que, se a indústria bélica podia tirar partido
desta nova ciência, a ERGONOMIA, as indústrias não bélicas também o poderiam fazer. Em 1949, foi então
fundada a Sociedade de Pesquisas Ergonômicas na Universidade de Oxford. Em 1961, foi organizada a
Associação internacional de Ergonomia, em Estocolmo.
Atualmente vários países estão desenvolvendo esta ciência, e entre eles podemos destacar: USA,
Inglaterra, França, Bélgica, Holanda, URSS, Tchecoslováquia e Polônia. Os estudos a respeito tiveram um
aprofundamento ainda maior com o inicio dos programas espaciais e de segurança de veículos automotores,
devido a:
• severas solicitações que são impostas ao organismo humano dos astronautas em seu ambiente de
trabalho, ou seja, nas cápsulas espaciais e em locais extraterrenos;
• severas solicitações impostas aos usuários de veículos, em caso de acidentes, bem como a
segurança ativa que estes veiculos devem proporcionar para evitar acidentes.

4.4 Ergonomia no Brasil

No Brasil, a Ergonomia está apenas no inicio, sendo objeto de estudo e aplicação apenas ha alguns
anos, e quase que unicamente pelas indústrias bélicas e por parte de algumas indústrias automobilísticas e de
máquinas.
Os cursos de especialização de "ENGENHARIA DE SEGURANCA" e "MEDÍCINA DO
TRABALHO", existentes desde 1973, ministrados em várias universidades brasileiras, e destinados a
engenheiros e médicos, incluem a Ergonomia no seu currículo. Esta formação de especialistas no campo de
Segurança industrial tem por finalidade sua atuação em nossas empresas, de acordo com a obrigatoriedade
estabelecida por Portarias
Governamentais vigentes. Mediante estas Portarias, visa o governo diminuir a incidência alarmante
de acidentes do trabalho em nosso país, que acarretam custos diretos e indiretos altíssimos, representando de
5 a 10% de nosso Produto interno Bruto.
Além disso, a Ergonomia já é uma cadeira normal na formação de engenheiros de algumas de
nossas Faculdades de Engenharia.

4.5 Objetivos da Ergonomia

Adaptação dos instrumentos, condições e ambiente de trabalho às capacidades psicofisiológicas


antropométricas e biomecânicas do homem, de forma a:
• Reduzir: o cansaço e erros do operário, os acidentes do trabalho e os custos operacionais.
• Aumentar: o conforto do trabalhador, a produtividade e a rentabilidade. Em resumo: proporcionar
melhores condições de trabalho ao homem e ao mesmo tempo aumentar a eficiência e reduzir os
custos.

4.5.1 Como alcançar estes objetivos?


Ergonomizando as ferramentas, os instrumentos, as condições e o ambiente de trabalho, adaptando-os ás
capacidades e imitações humanas.

4.6 Classificação da Ergonomia

a. Ergonomia de Concepção é o estudo ergonômico de instrumentos e ambiente de trabalho antes de


sua construção.
Ex: Como colocar uma máquina com curva de nível de ruído conhecido, dentro de um ambiente de
trabalho onde se encontram inúmeras outras máquinas?
Solução: Ela deve ser posicionada de forma que o nível de ruído resultante não ultrapasse limites
que provoquem lesões na audição do operador.
b. Ergonomia Corretiva é a que modifica sistemas já existentes. Portanto, o estudo ergonômico só é
feito após a construção do instrumento e/ou ambiente de trabalho. O exemplo da guilhotina de corte
de papel citado anteriormente é um caso típico de Ergonomia Corretiva.

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OBS.: No Brasil, devido à existência de um grande número de máquinas e ambientes de trabalho


para os quais não foram considerados os princípios ergonômicos quando de seu projeto, a aplicação
da Ergonomia Corretiva é de capital importância.
c. Ergonomia Seletiva é feita selecionando-se o homem ideal e/ou a faixa de utilizadores ideal para
uma máquina, atividade ou ambiente de trabalho já existente. A interação da área de Seleção de
Pessoal com as áreas de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho é importantíssima neste
campo. Para obter resultados eficientes no campo da Ergonomia Seletiva, é fundamentai a
utilização e o preenchimento correto da Ficha Profissiográfica, que fornece dados referentes à
função, tipo de equipamento utilizado pelo operador, postura no trabalho, manejo manual de cargas
que a função impõe e perfil psicológico, médico e antropométrico do operador.
Ex.: Pessoas predispostas a lombalgias (dores lombares) não devem ser selecionadas para executar trabalhos
e utilizar máquinas que provoquem ou agravem este problema como, por exemplo, as atividades que
envolvam levantamento de carga pelo trabalhador.

4.7 Sistema Homem-Máquina


Os instrumentos de trabalho projetados e construídos pelo homem visando ajudá-lo na execução de
algum trabalho são denominados geralmente de máquinas. Estas máquinas podem ser entendidas como
prolongamentos do organismo humano, para proporcionar ao homem melhores condições na execução de
certas funções.
Um Sistema Homem-Máquina é uma combinação operativa entre homem(ns) e máquina(s), que se
complementam para executar urna determinada função, partindo de estímulos de entrada dentro das
condições de um dado ambiente. Portanto, na operação de uma máquina, o homem recebe informações desta
(estímulos de entrada), processa-as e transforma-as em ações de comando. Desta forma, Homem e Máquina
complementam-se formando um todo ao qual denominamos Sistema Homem-Máquina.
O organismo humano funciona captando estímulos externos (informações) através de suas funções
receptoras, das quais as principais são a visão e a audição, e outras como olfato, tato, paladar e sentidos
cinestésicos. Estes estímulos são convertidos em impulsos elétricos e transferidos, através das células
nervosas (neurônios), até o sistema nervoso central (medula espinhal e cérebro), onde são processados,
emitindo ordens de ação para os mecanismos de ação (geralmente os membros), os quais agem sobre um
determinado controle (alavancas, pedais, botões, etc.).
Quando a ação é acompanhada pela função receptora, a mesma pode ser continuamente corrigida
através de uma realimentação das informações (mecanismos de feed-back).
O desempenho do Sistema Homem-Máquina é função dos seguintes fatores:
• características do operador: antropométricas, fisiológicas, biomecânícas, psicológicas, idade,
sexo, treinamento, etc.;
• características ambientais: luz, calor, umidade, ruído, vibrações, etc.
• características da máquina: visibilidade dos controles e área de trabalho, características dos
lugares de assentamento; posição, forma e identificação dos comandos; características das
superfícies de trabalho, etc.
Comparativamente, o Homem possui, em relação á Máquina, características que o tornam superior
para a execução de certas funções e vice-versa.

4.8 Pesquisas ergonômicas


1 - Formas de pesquisa:
• diretas: no próprio local de trabalho,
• indiretas: por simulação em laboratório,
• mistas: uso das formas diretas e indiretas.
2 - Critério para escolha das formas de pesquisa: facilidade no controle das variáveis e realismo dos
resultados.
3 - Tipos de variáveis:
• independentes: são as variáveis base para a pesquisa,
• dependentes: seus valores são dependentes da variável independente.
Ex.: Posição das teclas de um teclado de calculadora eletrônica:
• variável independente: arranjos,
• variáveis dependentes: velocidade, erros, tensões musculares e aspectos subjetivos, demais
aspectos: constantes.

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4.9 Antropometria

4.9.1 Conceitos e objetivos


A Antropometria é definida como o estudo das medidas das várias características do corpo humano.
Abrange principalmente o estudo das dimensões lineares, diâmetros, pesos, centros de gravidade do corpo
humano e suas partes.
Utiliza, ainda, os dados da Biomecânica, estudando, neste âmbito, ângulos, velocidade, aceleração,
forças e espaços advindos de movimentos do corpo humano e suas partes.
No projeto de arranjo e espaço de trabalho, bem como de equipamento, o ideal seria adaptar cada
um deles ao seu respectivo operador. Mas isto, em geral, é tecnicamente inviável, por impossibilitar a
fabricação em série e resultar em custos altos. O ideal, técnica e economicamente, seria então fazer o estudo
visando atenderá maior faixa possível de utilizadores, dentro de um limite ótimo de custos.

4.9.2 Determinação da faixa de utilizadores


O limite máximo da faixa de utilizadores no projeto seria, evidentemente, uma faixa de 100%, ou
seja, toda a população dos utilizadores. Entretanto, para esta faixa, o projeto em geral é técnica e/ou
ergonomicamente inviável. Por isso um projeto objetiva, em principio, a sua adaptação às características
dimensionais de, no mínimo, 90% dos utilizadores, ou seja, pessoas cujas dimensões variam entre os
padrões 5% e 95%.

4.9.3 O que significa pessoa-padrão 5%?


O percentual pessoa 5% significa que apenas 5% das pessoas que fazem parte do levantamento
antropométrico considerado, têm dimensões ou capacidades físicas inferiores às deste padrão. Ou ainda, que
95% das pessoas deste mesmo levantamento tem dimensões ou capacidades físicas superiores às deste
padrão 5%.

4.9.4 O que significa pessoa-padráo 95%?


Da mesma forma, o percentual pessoa 95% significa que 95% das pessoas do levantamento
considerado tem dimensões ou capacidades físicas inferiores e que apenas 5% tem dimensões ou
capacidades físicas superiores às deste padrão.

4.9.5 4.9.3. Curva de distribuição das medidas humanas


O tratamento dos dados antropométricos pelos métodos estatísticos resulta, em geral, quanto às
medidas antropométricas em uma curva de distribuição normal, conforme ilustrado pela Figura abaixo.

Valores de antropometria estática americanos (USA) e considerações ergonômicas


A tabela 1 apresenta resultados de um levantamento antropométrico realizado nos Estados Unidos,
onde estão relacionadas as dimensões estáticas do corpo humano. Este levantamento determinou dados
antropométricos aplicáveis a estudos de espaço de trabalho e assentos de veiculos de passageiros. Observem

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que os dados são apresentados não somente em termos de uma pessoa média (50%), pois tais valores não
fornecern indicações sobre as dimensões extremas superiores e inferiores das pessoas (95% e 5%).

Tabela 1
Dados de um levantamento antropométrico
Medida Adultos Adultos Adultos
de corpo Masculino Femininos em geral
Em cm Padrão Padrão Padrão

Altura 5% 50% 95% 5% 50% 95% 5 % 50% 95%


em metros
1,63 1,74 1,84 1,51 1,61 1,71 1,54 1,69 1,83
Peso (kg) 59 75 98 48 62 86 52 70 95
Altura sentado A 85,8 91,4 97,0 80,3 85,6 90,4 81,8 89,1 96,3
Altura do olho B 74,4 80,3 85,6 69,1 74,4 79,0 70,4 78,0 84,0
Altura do ombro C 54,4 59,2 64,0 49,0 53,6 58,2 50,0 56,9 63,0
Altura do cotovelo D 19,6 23,6 27,7 20,8 23,9 27,7 20,1 23,6 27,7
Altura da coxa E 12,2 14,5 17,3 12,4 14,7 17,0 12,2 14,5 17,3
Altura popliteal F 39,9 42,9 46,0 35,3 38,6 41,1 36,6 41,1 45,7
Altura do joelho G 50,3 54,9 59,7 46,7 49,5 52,8 46,7 52,8 58,9
Alcance do braço H 81,3 88,6 95,2 72,4 78,5 84,8 74,2 84,6 94,5
Profundidade do 21,3 25,6 31,5 20,1 22,9 28,2 20,6 24,6 30,7
abdomem I
Comprimento 54,9 59,7 64,8 52,6 56,9 61,0 53,6 58,7 64,0
nádega/joelho J
Comprimento 44,2 48,0 52,8 42,7 46,2 50,8 43,4 47,2 52,3
nádega/popliteal
Comprimento do pé L 24,4 26,4 28,7 22,3 26,4 28,7 22,9 25,6 28,2
Largura entre ombros M 41,6 46,0 49,3 36,3 39,6 44,4 37,6 42,9 48,8
Largura entre cotovelos N 38,1 44,2 52,3 34,0 38,1 42,7 35,3 41,6 51,0
Largura da coxa O 33,0 36,6 43,7 34,5 38,3 43,7 33,5 37,3 42,7
Largura do pé P 9,1 9,9 10,9 8,4 9,1 9,9 8,6 9,6 10,7

Se no projeto de um lugar de trabalho fossem utilizados tão somente dados "médios", teríamos,
certamente para a maior parte dos utilizadores deste local, condições insatisfatórias para o trabalho.
Por exemplo, um controle que fosse alcançável por um operador médio, estaria localizado
demasiadamente longe para grande parte dos utilizadores que tivessem dimensões abaixo da média.
Do mesmo modo, o teto de uma empilhadeira projetada em função do homem médio seria
demasiadamente baixo, para grande parte dos operadores com dimensões acima da média.
Por isso os dados são apresentados não apenas para valores médios (50%), mas também em termos de
percentuais, 5% e 95%.
A Tabela 1 relaciona ainda as dimensões do corpo humano para diferentes tipos de população, ou
seja, apenas adultos masculinos, apenas de adultos femininos e de adultos em geral, visto o projeto de um
lugar de trabalho destinar-se, na maioria das vezes, especificamente a um destes tipos de população.
No caso do levantamento antropométrico da Tabela 1, os extremos da população são mulheres com
1,45 m de altura e 41 kg de peso (mulher padrão 0%) e homens com 1,97 m de altura e 136kg de peso
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(homem-padráo 100%). As medidas destes extremos não estão relacionadas na Tabela, por não interessarem
ao nosso estudo. Se o projeto da máquina ou ambiente de trabalho visasse abranger também estes extremos,
teríamos sérias dificuldades na sua execução. Além do inevitável aumento proporcional de custos em
relação aos benefícios obtidos, teríamos, ainda, dificuldades para solucionar os problemas de inter-
relacionamento de vários itens dentro do espaço de trabalho.

4.9.6 Forma de aplicação dos valores antropométricos


Demonstraremos a forma de aplicação, exemplificando como projetar algumas das dimensões de uma
cadeira que se adapte no mínimo a 90% da população, baseando-se nas dimensões do corpo humano:
• Altura da base de assentamento: medida A. A medida corporal importante é a altura poplítea
(medida F), ou seja, a distância da base do sapato até a parte inferior da coxa situada atrás do
joelho. A altura deve ser inferior a altura F da mulher pequena (5%), acrescida das medidas do
sapato. Isto porque uma altura excessiva causaria pressão desconfortável e às vezes dolorosa, na
parte inferior das coxas. Admite-se uma altura do assento de 41 cm para ocaso em que os pés
fiquem colocados diretamente em frente da cadeira ou banco.
• Largura da base de assentamento: medida B. A medida corporal importante relacionada é a
largura dos quadris na posição sentada, do homem padrão 95% (medida 0). Deve-se dar uma
tolerância adicional a esta medida, de forma a eliminar tensões musculares advindas de um
posicionamento único. No caso desta medida do lugar de assentamento, se ela for tomada baseada
no padrão 95%, será então adequada para toda faixa de população que possua dimensões inferiores
á deste padrão, ou seja, 95% da população.
Do mesmo modo que desenvolvemos a determinação da altura e da largura da cadeira que se adapte pelo
menos a 90% dos operadores, poderíamos determinaras demais medidas. Há que se observar, entretanto, que
para algumas das medidas há necessidade de conhecimento também de alguns valores experimentais e
fisiológicos.

FIGURA 3 - Medidas de altura e largura de uma cadeira e medidas F e O do corpo humano correlacionadas.

4.10 Noções de postura

O conhecimento de algumas noções básicas de Fisiopatologia Lombar é de importância


fundamental para o projeto de lugar de assentamento e para uma postura correta na execução do trabalho.
A freqüência de dores lombares em pessoas que executam o trabalho, tanto em posição sentada
como em pé, é fator primordial no absenteísmo repetido e prolongado do trabalhador, e causa difíceis
problemas para a sua reclassificação profissional. A freqüência destes distúrbios nos leva a suspeitar de uma
não correta adaptação da máquina ao homem, bem como de posturas de trabalhos incorretas dos
trabalhadores. A região lombar constitui o ponto mais frágil do edifício raquidiano. Paradoxalmente, é a
região que suporta os esforços mais severos. A Figura a seguir mostra, em detalhes, os discos interverterias.
Sua parte central tem um núcleo pulposo circundado por um anel fibroso espesso e sólido para a frente,
menos resistentes para trás, reforçado por ligamentos vertebrais posteriores. Quando há o fechamento do
ángulo entre a coxa e o torso, os bordos anteriores das vértebras se aproximam, enquanto os bordos
posteriores se afastam, e há tendência de recalque do núcleo para trás. Se o esforço é grande e o anel fibroso
está em estado deficiente, o núcleo se desloca formando uma saliência e comprimindo o nervo ciático,
causando hérnia de disco.

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Figura 4 – Mecanismo de lesão do disco.


A figura acima mostra a ocorrência desta lesão no caso de levantamento de carga com o tronco em flexão,

havendo conseqüências análogas quando do uso de cadeiras, assentos e áreas de trabalho inadequados.

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A figura 5 acima, vemos que a posição correspondente a melhor curva é a com ângulo coxa-tronco
de 135o, que é a posição natural para uma pessoa colocada em decúbito lateral (posição D da figura). A
figura mostra ainda como a posição F é muito melhor que a posição P para as operações de levantamento de
carga.

4.11 Movimentação de pesos

4.11.1 Noções básicas


Em um Sistema Homem-Máquina, o homem usa seus músculos de contrações voluntárias
(músculos esqueléticos) para exercer uma ação sobre a máquina. Para que o desempenho deste sistema seja
adequado, é necessário que a máquina esteja adaptada às características humanas, as quais abrangem as suas
características motoras.
Tendo em vista este objetivo, fornecemos, a seguir, algumas noções básicas sobre Aspectos
Motores.
Os músculos esqueléticos são ligados aos ossos através dos tendões, formando um verdadeiro
sistema de alavancas e sempre que há um movimento, há pelo menos um músculo se contraindo e um se
relaxando. A concentração dos músculos se realiza através de excitação realizada por motoneurónios que se
ligam a várias fibras musculares.
O conjunto de motoneurônios e todas as fibras musculares por ele enervadas chama-se unidade
motora. Os músculos que executam ações delicadas e precisas tem unidades motoras pequenas com poucas
fibras por motoneurônio. Ao contrário, os de ação forte e grosseira tem dezenas ou centenas de fibras por
motoneurônio.
Assim, por exemplo, a musculatura dos olhos, que tem uma relação entre número de fibras e
motoneurônio variando de 2:1 a 6:1, tem ação com movimentos rápidos, pequenos e precisos, ao contrário
dos músculos das pernas, onde esta relação varia de 200:1 a 500:1. Desta forma devemos delegar trabalho
pesado para os músculos corn unidades motoras grandes e trabalho de natureza leve precisa e rápida para os
músculos com unidades motoras pequenas.
Devemos ainda evitar contração prolongada dos músculos, isto é, trabalho estático, pois ele resulta
em sintomas de fadiga por deficiência na circulação sangüínea. A contração e o relaxamento alternado de
músculos, isto é, trabalho dinâmico, é a forma mais adequada e vantajosa de execução de trabalho.

FIGURA 6 - Diferença entre procura e fornecimento de sangue pelos músculos sob várias condições.

Através dos dados das Figuras 7 e 8 a seguir, de força dos braços e pernas em várias direções e
sentidos na posição sentada, fica clara a importância do conhecimento das capacidades motoras humanas no
projeto de posição e esforço máximo que devem ter alavancas, pedais, etc.

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FIGURA 7 Forças máximas das pernas para diferentes inclinações de movimentação das pernas, em relação
á horizontal, conforme MULLER.

Figura 8 forças do braço em kgf, para varias direções e sentidos de movimentos, conforme
Hunsicker.
Ângulo dos Esquerdo Direito Esquerdo Direito
braços 5% Média 5% Média 5% Mé 5% Média
dia
Puxar Empurrar
180 23 53 24 54 19 57 23 63
150 19 51 25 55 14 50 19 56
120 15 43 19 47 12 45 16 47
90 14 36 17 40 10 38 16 39
60 12 29 11 29 10 36 15 42
Cima Baixo
180 4 19 6 20 6 16 8 19
150 7 24 8 25 8 19 9 21
120 8 24 11 27 10 23 12 26
90 8 24 9 25 10 22 12 24
60 7 20 9 22 8 21 9 23
Cima Baixo
180 6 20 9 23 4 14 6 15
150 7 21 9 24 4 13 7 15
120 9 20 10 24 5 14 7 15
90 7 22 8 23 5 15 7 17
60 8 23 9 24 5 15 8 19

4.11.2 Manejo manual de cargas


Técnicas para manejo manual de cargas
O manejo manual de cargas é uma das formas de trabalho mais antigas e comuns, sendo
responsável por um considerável número de lesões e acidentes do trabalho, nos mais diversos ramos de
atividades econômicas de todos os países. Estas lesões, em sua grande maioria, afetam a coluna vertebral
com conseqüências altamente danosas para o trabalhador, a empresa, a sociedade e a nação.
A movimentação manual de cargas, além de ser dispendiosa em termos energéticos (por exemplo, o
rendimento útil para operações de levantamento de carga é da ordem de 8 a 10%) e, portanto, cara, é um
trabalho penoso que provoca fadiga intensa e causa inúmeros acidentes. Torna-se, portanto, fundamental
realçar que o transporte manual de cargas deve ser tanto quanto possível evitado ou minimizado,
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mecanizando-se as atividades de trabalho pelo emprego de polias, talhas empilhadeiras, carrinhos de


transporte, elevadores, transportadores de correia, guindastes, pontes-rolantes, etc.
É evidente que o emprego de empilhadeiras, guindastes e pontes-rolantes representa um custo
elevado de investimento, sendo a sua aquisição, na maioria das vezes, economicamente rentável apenas,
quando forem constantemente utilizadas. Fábricas pequenas, além de tipos de atividades específicas,
deverão, portanto, continuar a usar, para o manejo de cargas, o Homem.
As recomendações gerais a seguir indicadas abrangem situações de manejo manual de carga mais
comuns e possibilitam evitaras conseqüências altamente danosas no manejo manual de cargas.

4.11.3 Recomendações gerais no manejo manual de cargas


1. Evitar manejo de cargas acima dos limites máximos recomendados, determinados em função de:
• sexo, faixa etária e postura do trabalhador;
• forma, dimensões e posição relativa de carga;
• freqüência de operações e características gerais do ambiente de trabalho.
1. Utilizar técnicas adequadas e função do tipo de carga a ser manejada.
2. Evitar dorso curvo para a frente e para trás. A coluna vertebral deve servir de elemento de suporte e
nunca como elemento de articulação.
3. Evitar utilização dos músculos das costas nas operações de levantamento, fazendo uso dos
músculos e movimentos de impulsão das pernas.
4. Evitar esforços multiplicadores dos esforços atuantes, advindos de movimentos bruscos, perda de
equilíbrio, deslizamento e passos em falso.
5. Evitar, quando manejar cargas, dar risadas, espirro ou tossir.
6. Evitar movimentos de torção em torno do eixo vertical do corpo.
7. Estar adequadamente vestido para evitar contração dos músculos sob a ação do frio, umidade e
correntes de ar.
8. Executar exercícios físicos adequados, dosados e ministrados corretamente para facilitar o sistema
muscular motor e do dorso.
9. Afixar cartazes indicando instruções adequadas para manejo manual de cargas.
10. Manter a carga na posição mais próxima possível do eixo vertical do corpo.
11. Procurar distribuir simetricamente a carga.
12. Transportar a carga em posição ereta.
13. Utilizar, quando possível, elementos auxiliares para diminuir os esforços atuantes e facilitar o
manejo da carga.
14. Utilizar suportes ou plataformas em nível acima da planta dos pés para operações de levantamento
e descarregamento, visando menores solicitações sobre o corpo.
15. Observar, quando do transporte conjunto de carga, movimentos harmônicos pelos participantes.
16. Movimentar cargas por rolamento, sempre que possível.
17. Evitar arranjo físico inadequado, bem como falta de ordem do local de trabalho, corno por
exemplo: empilhamento incorreto de materiais, vias de circulação obstruídas, falta de recipientes de
lixo e lugares para armazenamento, pranchas e escadas em más condições, alturas de
armazenamento inadequadas, etc.
18. Evitar posição incorreta dos pés.
19. Posicionar os braços junto ao corpo.
20. Posicionar queixo para dentro nas operações de levantamento de cargas.
21. Utilizar sempre o peso do corpo, de forma a favorecer o manejo da carga.
22. Selecionar adequada mente o pessoal que executar operações no manejo manual de cargas. Utilizar
para esse correto selecionamento a ficha Profissiográfica, que descreve detalhadamente a atividade
a ser executada.

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FIGURA 9 - Técnica para levantamento de carga (barra, caixa, saco, etc.) Joelho do membro inferior
adiantado em angulo de 90o. Braços esticados entre as pernas. Dorso plano. Queixo não dirigido para baixo.
Pernas distanciadas entre si lateralmente. Carga próxima ao eixo vertical do corpo. Tronco em mínima
flexão.

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FIGURA 10 - Levantamento de cargas.


a. Técnica errada, com tronco em flexão (90o ) e dorso curvado.
b. Técnica correta, com tronco em ligeira flexão e dorso plano.

4.11.4 Dispositivos Legais: Manejo Manual de Cargas


I. Transporte, Movimentação, Armazenamento e Manuseio de Materiais:
a. Lei no 6.514, de 22.12.77. Seção X;
b. Portaria n.0 3.214, de 8.6.78. Norma Regulamentadora NR 11.
I. Da Prevenção da Fadiga - Lei n.o 6.514, de 22.12.77 - Seção XIV.
II. Ergonomia - Portaria n.0 3.214, de 8.6.78 - NR 17.
III. Exame Médico - Portaria n. 3214, de 8.6.78 - NR 7
IV. Fiscalização e Penalidades - Portaria n. 3.214, de 8.6.78 - NR 28.

Figura 10 Figura 11
FIGURA 10 - Técnica para movimentação lateral de carga: posição dos pés em angulo para evitar a torção
do tronco.
FIGURA 11 - Porte de carga com os braços retos, de forma a obter menor tensão nos músculos dos
membros superiores.

4.12 Área de trabalho


Em grande parte das atividades humanas, as características do projeto da área de trabalho influem
fundamentalmente em uma boa rentabilidade da empresa, qualidade do produto ou tarefa executada,
conforto e segurança do trabalhador.
A aplicação da Ergonomia do projeto da área de trabalho permite o alcance destes objetivos
mediante a adaptação das máquinas, ferramentas e ambiente de trabalho ás características psicofísiológicas,
antropométricas e biomecânícas do Homem.
De uma forma simplificada, a Área de Trabalho abrange os seguintes itens e componentes:
• lugares de assentamento e elementos auxiliares: cadeiras, poltronas, bancos, suportes para trabalho
semí-sentado, assentos, suporte para os pés e suporte lombar;

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• superfícies de trabalho e elementos auxiliares: mesas, escrivaninhas, bancadas, painéis, máquinas e


plataformas para os pés;
• posicionamento dos comandos e controles: áreas de acesso às mãos, pé e visão;
• inter-relacionamento dos vários elementos.
Forneceremos a seguir, a título ilustrativo, através de alguns exemplos, dados simplificados que
alguns destes componentes devem observar, tendo em vista a perfeita adaptação da máquina ao homem.

4.12.1 Cadeira
No desenvolvimento do projeto de lugar de assentamento, deve-se observar os seguintes aspectos:
a. suporte lombar no encosto com forma, dimensões e posição relativa adequada;
b. espaço livre para o corpo na junção do encosto com a base de assentamento, de maneira a não
exercer pressão no nível do sacro;
c. apoio, quando necessário, ao nível dos omoplatas;
d. bordo anterior da base de assentamento macia e não saliente (com curvatura para baixo), para não
provocar a compressão dos vasos e nervos da coxa;
e. dureza da base de assentamento adequada para possibilitar o apoio principalmente das
tuberosidades isquiáticas do corpo humano (ossos da bacia). Desta forma evita-se a compressão de
vasos da região das nádegas, possibilitando um melhor fluxo sangüíneo;
f. pouca ou nenhuma forma na base de assentamento;
g. possibilidade de girar horizontalmente a base de assentamento com o encosto ou de toda a cadeira,
quando necessário para possibilitar condições ideais de rnovimentação, visualização e de acesso á
área de trabalho;
h. altura compatível com a área de trabalho, sendo a mesma ajustável ou ter suporte para os pés;
i. dimensões adequadas para o uso de, pelo menos, 90% dos utilizadores.

FIGURA 12 - cadeira correta para trabalho, na postura sentada com o tronco normalmente
deslocado para a frente. O suporte lombar, além de ter forma e posição corretas, que permitem contato com
o dorso do usuário na posição de trabalho, tem também flexibilidade, permitindo inclinar o tronco para trás,
para restaurar a curva lombar, quando de breves períodos de descanso.
Em função do tipo de atividade para a qual se destina, as cadeiras e bancos precisam ter características
específicas peculiares, como por exemplo0 cadeiras para trabalhos em mesas e superfícies de trabalho
comuns, cadeiras para pranchetas e bancadas, poltronas para mesas, superfícies de assentamento para
trabalho semí-sentado, assentos para veículos, etc.

FIGURA 13 - Dados básicos para possibilitar


trabalho semi-sentado mediante uso de suporte
para assentamento, em conjunto com apoio
adequado para os pés.

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4.12.2 Características básicas de bancadas - trabalho em pé e sentado:


As figuras a seguir fornecem as características básicas de bancadas para trabalho em pé e sentado,
em função do tipo de atividade. A medida d (fíg.10) é de fundamental importância para possibilitar
proximidade entre operador e bancada, evitando flexão desnecessária do tronco.

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5 RISCOS AMBIENTAIS
O desenvolvimento tecnológico da humanidade, além de trazer enormes benefícios e conforto para
o homem do século XX, tem exposto o trabalhador a diversos agentes potencialmente nocivos e que, sob
certas condições, poderão provocar doenças ou desajustes no organismo das pessoas que desenvolvem suas
atividades normais em variados locais de trabalho.
A Higiene do Trabalho, estruturada como uma ciência prevencionista, vem sendo aperfeiçoada dia
a dia e tem como objetivo fundamental atuar no ambiente de trabalho, a fim de detectar o tipo de agente
prejudicial, quantificar sua intensidade ou concentração e tomar as medidas de controle necessárias para
resguardar a saúde e o conforto dos trabalhadores durante toda sua vida de trabalho.
A Associação Norte-Americana de Higienistas Industriais define deste modo esta ciência:
A Higiene Industrial é uma ciência e uma arte, que tem por objetivo. o reconhecimento, avaliação e
o controle daqueles fatores ambientais ou tensões, originadas nos locais de trabalho, que podem provocar
doenças, prejuízos à saúde ou bem-estar, desconforto significativo e ineficiência nos trabalhadores ou entre
as pessoas da comunidade.
Da definição de Higiene e seus objetivos, fica claramente estabelecido que seus princípios e
metodologia de atuação são aplicáveis a qualquer forma de atividade humana, em que possam estar
presentes diversos fatores causadores de doenças profissionais. Por esses motivos vamos dar uma
denominação mais ampla à esta ciência, falando de "Higiene do Trabalho", sendo esta denominação a
utilizada no Brasil.

5.1 CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS

A maioria dos processos pelos quais o homem modifica os materiais extraídos da natureza, para
transforma-los em produtos segundo as necessidades tecnológicas atuais, capazes de dispensar no ambiente
dos locais de trabalho substâncias que, ao entrarem em contato com o organismo dos trabalhadores, podem
acarretar moléstias ou danos a sua saúde.
Assim, também estes processos poderão originar condições físicas de intensidade inadequada para
o organismo humano, sendo que ambos os tipos de riscos (físicos e químicos) são geralmente de caráter
acumulativo e chegam, as vezes, a produzir graves danos aos trabalhadores.
Para facilitar o estudo dos riscos ambientais, podemos classifica-los em três grupos:
a) agentes químicos;
b) agentes físicos ;
c) agentes biológicos;
d) agentes ergonômicos;
e) agentes de acidentes.

Por sua vez, cada um destes grupos subdivide-se de acordo com as conseqüências fisiológicas que
podem provocar, quer em função das características físico-químicas dos agentes, quer segundo sua ação
sobre o organismo, etc.

5.2 AGENTES QUÍMICOS


As substancias ou produtos químicos que podem contaminar um ambiente de trabalho classificam-
se, segundo as suas características físico-químicas, em:
1 - Aerodispersóides;
2 - Gases e vapores.
Ambos comportam-se de maneira diferente, tanto no que diz respeito ao período de permanência no
ar, quanto às possibilidades de ingresso no organismo.
1 - Aerodispersóides:
Os Aerodispersóides podem ser sólidos ou líquidos, atendendo ao seguinte esquema geral de
classificação: Poeiras, fumos, fumaça, fuligem (Sólidos)e névoas e neblinas (líquidos).
Os Aerodispersóides sólidos e líquidos são classificados em relação ao tamanho da partícula e a sua
forma de origem.
2 - Gases e vapores: NH3, SO2, NO2, CO, CH4, Cl, CO2

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São poeiras e névoas os aerodispersóides originados por ruptura mecânica de so1idos e líquidos,
respectivamente; e são fumos e neblinas aqueles formados por condensação ou oxidação de vapores,
provenientes respectivamente, de substancias solidas ou líquidos a temperatura e pressão normais (25o C e 1
atmosfera de pressão).
Os contaminantes, podem ter a seguinte classificação fisiológica: Irritantes, Asfixiantes, narcóticos,
tóxicos e particulado.
Medidas de Controle:
Relativos - Substituição do produto nocivo,
- Arranjo físico de processo: proteção coletiva
ao
- Mudança ou Alteração do processo ou operação
Ambiente
- Enclausaramento da operação
- Isolamento da operação
- Ventilação Geral diluidora ou Ventilação local exaustora
- Ordem, Manutenção e limpeza

Relativos - Equipamentos de Proteção Individual


ao Homem - Educação e treinamento

5.3 AGENTES FÍSICOS


Ordinariamente, os riscos físicos representam um intercâmbio brusco de energia entre o organismo e o
ambiente, em quantidade superior àquela que o organismo é capaz de suportar, podendo acarretar uma doença
profissional.
Entre os mais importantes podemos citar:
• temperaturas extremas:
• calor;
• frio;
• ruído;
• vibrações;
• pressões anormais;
• radiações ionizantes
• radiações não ionizantes.

5.4 AGENTES BIOLÓGICOS


Neste ultimo grupo estão classificados os riscos que representam os organismos vivos, tais como:
• vírus;
• bactérias;
• fungos;
• parasitas.

5.5 AGENTES ERGONÔMICOS:

São os agentes cuja fonte tem ação em pontos específicos do ambiente. Sua ação depende da pessoa
estar exercendo a sua atividade e tem reflexos psicofisiológico. Geralmente ocasionam lesões crônicas. Ex.:
trabalho repetitivo, postura incorreta, posição incômoda, arranjo físico inadequado, trabalho físico pesado.

5.6 AGENTES DE ACIDENTES (MECÂNICOS)

São os agentes cuja fonte tem ação em pontos específicos do ambiente. Sua ação em geral, independe de
a pessoa estar exercendo sua atividade e depende do contato direto com a fonte. Ex.: engrenagem desprotegida,
máquina sem proteção, fiação elétrica desencapada.

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5.7 ESTUDO DOS RISCOS:

Toda pessoa está sujeita pelo menos a três modalidades de risco. Em primeiro lugar, o risco genérico a
que se expõem todas as pessoas. Em seguida na sua qualidade de trabalhador, está sujeito ao risco especifico do
trabalho. Por fim, em determinadas circunstâncias, o risco genérico se agrava pelo fato ou pelas condições de
trabalho - donde um risco genérico é agravado. Por exemplo, a possibilidade de acidentes de trânsito, na viagem
de ida de casa para o trabalho, e vice-versa, constitui um risco genérico. Os acidentes com a máquina de trabalho
decorrem de um risco específico. O "pastilheiro", que passa o dia sobre o andaime, expõe-se durante o verão, ao
risco genérico, mas agravado por sofrer os efeitos da insolação. Para determinarmos os riscos específicos de uma
indústria é necessário verificar as condições e os métodos de trabalho da indústria. Isto é importante porque, ás
vezes, encontramos duas fábricas de produtos iguais que apresentam processos de fabricação diferentes e por sua
vez riscos específicos diversos.
Em alguns casos, ainda existe uma má compreensão do que seja um acidente. A expressão acidentes
"grandes" ou "pequenos", presta-se à confusão. Em muitos casos, estes termos são erradamente empregados para
designar lesões graves ou leves. Quando os termos acidente e lesão são assim confundidos, além de poder-se
supor facilmente que nenhum acidente seja de importância nos conduz a erro quando da fase do reconhecimento
das causas do acidente. Lesão é o ponto de partida para descobrir o tipo de acidente ocorrido.
O reconhecimento e a caracterização das causas podem ser simples, como no caso de um degrau
quebrado de uma escada ou complexo quando se trata de determinar a causa ou as causas de uma seqüência, em
cadeia, que originaram o acidente, cada uma delas relacionada a outra. De uma maneira geral pode-se dizer que
na maior parte dos casos, os acidentes são ocasionados por mais de uma causa.
De tudo quanto se tem exposto. podemos concluir que a presença de agentes agressivos nos locais de
trabalho representa um risco, mas isto não quer dizer que os trabalhadores expostos venham a contrair alguma
doença.
Para que isto aconteça, devem concorrer vários fatores, que são:
• Tempo de exposição
Quanto maior o tempo de exposição, maiores serão as possibilidades de se produzir uma doença do
trabalho.
• Concentração ou intensidade dos agentes ambientais
Quanto maior a concentração ou intensidade dos agentes agressivos presentes no ambiente de trabalho,
tanto maior a possibilidade de danos à saúde dos trabalhadores exposto:
• Características dos agentes ambientais
As características específicas de cada agente também contribuem para a definição de seu potencial de
agressividade.
O estudo do ambiente de trabalho, visando estabelecer relação entre esse ambiente e possíveis danos à
saúde dos trabalhadores que devem efetuar seus serviços normais nesses locais, constituí o que chamamos de um
levantamento de condições ambientais de trabalho.

O levantamento pode dividir-se em duas partes:


1. estudo qualitativo;
2. estudo quantitativo.
O estudo qualitativo das condições de trabalho visa coletar o maior numero possível de informações e
dados necessários, a fim de fixar as diretrizes a serem seguidas no levantamento quantitativo.
O estudo quantitativo completará o reconhecimento preliminar dos ambientes de trabalho, através de
medições adequadas que nos dirão no final quais são as possibilidades de os trabalhadores serem afetados pelos
diferentes agentes agressivos presentes nos locais de trabalho,
1 - Levantamento qualitativo
Normas gerais de procedimento
Deve-se iniciar o reconhecimento qualitativo do ambiente de trabalho com um estudo minucioso de
uma planta atualizada do local, assim como de um fluxograma dos processos a fim de estabelecer a forma correta
de proceder o levantamento: saber o que fazer e como fazer nos diferentes locais de trabalho.
O estudo qualitativo deve dar informação detalhada de aspectos como:
• numero de trabalhadores;
• horários de trabalho;
• matérias-primas usadas, incluindo nome comercial e nome científico das substancias;
• maquinarias e processos;

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• tipos de energia usada para transformação de materiais;


• produtos semí-elaborados;
• produtos acabados;
• substancias complementares usadas nos processos;
existência ou não de equipamentos de controle, tais como: ventilação local, estado em que se encontram
os equipamentos, etc.;
• tipo de iluminação e estado das luminárias;
• presença de poeiras, fumos, névoas e ponto de origem da dispersão;
• uso de EPI por parte dos trabalhadores.
Essas informações devem ser acrescidas de comentários escrito, que permitem esclarecer a situação real
do ambiente de trabalho.
A empresa deve assessorar-se de um elemento técnico que esteja familiarizado com os processos
industriais, métodos de trabalho e demais atividades que são efetuadas normalmente no local, a fim de obter
dados fidedignos e esclarecer as duvidas que possam surgir durante o levantamento.
Para maior facilidade na coleta da informação podem ser utilizadas fichas padronizadas, que tenham
condições de reunir as informações mais importantes e necessárias.
Não existe um modelo único para fichas desse tipo, já que seu formato e tamanho, bem como os itens
constantes das mesmas podem variar em função do tipo de empresa e dos objetivos e finalidades do
levantamento. Portanto, o engenheiro de segurança deve elaborar seu próprio material auxiliar cuidando para que
tais formulários sejam simples e completos, a fim de que representem um poderoso instrumento que venha a
facilitar o levantamento e nunca interferir negativamente em sua qualidade.
2 - Levantamento quantitativo
Uma vez realizado o levantamento qualitativo, já reunimos as condições necessárias para traçar os
rumos a serem seguidos no levantamento quantitativo. Este por sua vez, deve ser minucioso e completo, para que
represente as condições reais em que se encontra o ambiente de trabalho.
Deve-se, portanto verificar a intensidade ou concentração dos agentes físicos e químicos existentes no
local analisado. Dessa forma, são colhidos subsídios para definir as medidas de controle necessárias.
Uma vez adotadas as medidas de controle que alteram as condições de exposição inicialmente
avaliadas, será necessário um novo levantamento quantitativo, para se verificar a eficácia das medidas
implantadas.
Periodicamente, deverão ser rea1izada novas quantificações, a fim de detectar possíveis alterações, que
exijam a adoção de novas medidas de controle ou a adequação das já existentes.
Os critérios de avaliação e controle de cada agente serão estudados dentro dos itens específicos.
3 - Suscetibilidade individual
A complexidade do organismo humano implica em que a resposta do organismo a um determinado
agente pode variar de indivíduo para indivíduo, Portanto, a suscetibilidade individual é um fator importante a ser
considerado.
Todos estes fatores devem ser estudados quando se apresenta um risco potencial de doença do trabalho
e, na medida em que este seja claramente estabelecido, podendo planejar a implementação de medidas de
controle, que levarão à eliminação ou à minimização do risco em estudo.
O tempo real de exposição será determinado considerando-se a análise da tarefa desenvolvida pelo
trabalhador. Essa análise deve incluir estudos, tais como:
• tipo de serviço;
• movimento do trabalhador ao efetuar o seu serviço;
período de trabalho e descanso, considerando todas as suas possíveis variações durante a jornada de
trabalho
A concentração dos poluentes químicos ou a intensidade dos agentes físicos devem ser avaliadas,
mediante amostragem nos locais de trabalho, de naneira tal que essas amostragens sejam o mais representativas
possível da exposição real do trabalhador a esses agentes agressivos. Este estudo deve considerar também as
características físico-químicas dos contaminantes e as características próprias que distinguem o tipo de risco
físico.
Junto a este estudo ambiental terá de ser feito o estudo médico do trabalhador exposto, a fim de
determinar possíveis alterações no seu organismo, provocadas pelos agentes agressivos, que permitirão a
instalação de danos mais importantes, se a exposição continuar.
Podemos concluir, então. que a Higiene do Trabalho é uma ciência multidisciplinar, que tem por
objetivo fundamental a preservação da saúde do trabalhador, o patrimônio mais importante.
Nos itens que se seguem faremos um estudo mais aprofundado dos riscos ambientais, assim como das
técnicas empregadas pela Higiene do Trabalho necessárias para atingir o seu objetivo.
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Citaremos, também, as Normas Regu1amentadoras relacionadas aos quesitos legais, que garantem a
todo trabalhador brasileiro o direito de preservar a sua saúde no trabalho.
Para fins de prevenção de acidentes, há 5 tipos de informações de importância fundamental em todos os
casos de acidentes. São os chamados fatores de acidentes que se distinguem de todos os demais fatos que
descrevem o evento Eles são: o agente da lesão; a condição insegura; o acidente tipo; o ato inseguro e o fator
pessoal inseguro.

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6 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)


São equipamentos, de uso estritamente pessoal, utilizados para previnir e/ou minimizar acidentes (botas,
luvas, protetores faciais, etc.). É regulamentado pela Portaria 3214-NR-6 do Ministério do Trabalho de 08/06/78,
que prevê a distribuição gratuita desses equipamentos, competindo ao trabalhador usá-los e conservá-los.
Considera-se EPI todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinados a proteger
a saúde e a integridade física do trabalhador.

Os Equipamentos de Proteção Individual, usualmente identificados pela sigla "EPI", formam, em


conjunto, um recurso amplamente empregado para a segurança do trabalhador no exercício de suas funções.
Assumem, por essa razão, papel de grande responsabilidade, mormente em face de certas particularidades que
envolvem ou requerem o seu uso, para a preservação da integridade do trabalhador contra os mais variados
riscos aos quais está sujeito nos ambientes de trabalho.
O "EPI" deve ser usado como medida de proteção quando:
• não for possível eliminar o risco através da utilização de medidas ou equipamentos de proteção
coletiva:
• for como medida complementar;
• em trabalhos eventuais com exp. de curto período;
• estiver sendo implantada medidas de proteção coletiva.
Os "EPI" são empregados, rotineira ou excepcionalmente, em quatro principais circunstâncias, a saber:
1o - Quando o trabalhador se expõe diretamente a riscos controláveis por outros meios técnicos de
segurança. Exemplos: uso de óculos protetores, máscaras e outros 'EPI", em operações com aparelhos
de solda; uso dos devidos "EPIs", em operações de solda; uso dos devidos "EPIs" para manipulações de
produtos químicos, etc.
2o - Quando o trabalhador se expõe a riscos apenas parcialmente controlados por outros recursos
técnicos. Exemplo: uso de óculos adequados em operações de esmerilhamento, mesmo que a máquina
disponha dos demais meios convencionais de segurança; uso de máscara respiratória apropriada em
cabina de pintura, mesmo que provida de ventilação.
3o - Em casos de emergência; ou seja, quando a rotina do trabalho é quebrada por qualquer
anormalidade, exigindo o uso de proteção complementar e temporária pelos trabalhadores envolvidos.
Exemplos: uso de máscaras respiratórias apropriadas para entrada em compartilhamento com dispersão
de contaminantes no ar, ou para reparos de vazamentos de contaminantes; uso de luvas adequadas para
manuseio de peças agressivas durante a interrupção do transporte mecânico; etc.
4o - A título precário, em período de instalação, reparos ou substituição dos meios que impedem o
contato do trabalhador com o produto ou fator de risco. Exemplos: uso de protetor fácil e outros "EPI"
adequados, enquanto não se isola uma determinada fonte de calor radiante; uso de luvas de amianto para
manipulação de peças quentes enquanto não se dispõe de equipamentos para esse manuseio; etc.
Em suma, os 'EPI" são empregados, na maioria dos casos, quando recursos de ordem geral não são
aplicáveis ou não se encontram disponíveis para a neutralização de riscos que comprometam a segurança e a
saúde do trabalhador.
A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito
estado de conservação e funcionamento.
Em qualquer circunstância, o uso do "EPI" será tanto mais útil e trará tantos resultados, quanto mais
correta for a sua indicação. Essa indicação não é difícil mas requer certo critério nos seguintes aspectos:
a) Identificação do risco: constatar a existência ou não de elementos da operação, de produtos, de condições
do ambiente, etc., que sejam ou que possam vir a ser, nocivos ao trabalhador. A maioria dessas situações
é facilmente identificável pelos profissionais de segurança do trabalho.
b) Avaliação do risco constatado: determinar a intensidade e/ou extensão do risco, quanto às possíveis
conseqüências para o trabalhador, e com que freqüência ele se expõe ao risco e quantos estão sujeitos aos
mesmos perigos. (Avaliação da exposição). Dessa forma, a avaliação do risco se compõe: avaliação do
fator de risco (condição ambiental ou operacional) e avaliação da exposição (forma e freqüência do
contato entre o fator e o receptor, isto é, o trabalhador).
c) Indicação do "EPI" apropriado: indicar o "EPI" com base nos resultados previamente obtidos. Ou,
baseado nos mesmos resultados, efetuar testes e escolher, entre vários "EPI", o mais aconselhável para
solução do problema que se tem pela frente. Nem sempre porem, o profissional terá condições de,
sozinho, chegar ao melhor resultado. Nem é necessário que a identificação do perigo seja sempre feita por

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ele. O supervisor da área, o membro da CIPA, uma lesão sofrida pelo trabalhador, etc., podem identificar
um perigo. Cabe ao profissional especializado, no entanto, avaliar o risco, ou procurar meios de avaliá-lo,
recorrendo à experiência de outros profissionais ou serviços especializados dos quais possa dispor. Para
indicar o 'EPI" adequado, o profissional deve contar com seus conhecimentos e recursos próprios, com a
assistência dos fabricantes e com literatura especializada.

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6.1 CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÃO DOS "EPIs"

Pode-se classificar os EPIs agrupando-os segundo a parte do corpo que devem proteger.

6.1.1 PROTEÇÃO PARA A CABEÇA

a) protetores faciais (proteção dos olhos e face) contra lesões ocasionadas por partículas, respingos, etc.
b) óculos de segurança (vários tipos).
c) máscaras para soldadores.
d) protetor auditivo (tipo concha e tipo plug)
e) capacete de segurança (contra agentes meteorológicos, impactos, quedas de objetos, queimaduras ou
choque elétrico).

6.1.2

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6.1.3 PROTEÇÃO PARA OS MEMBROS SUPERIORES

Nos membros superiores situam-se as partes do corpo onde, com maior freqüência, ocorrem lesões: as
mãos. Grande parte dessas lesões pode ser evitada através do uso de luvas, que impedem um contato direto com
materiais cortantes, abrasivos, aquecidos ou com substâncias corrosivas e irritantes, frio e agentes biológicos:
a) luvas de raspa de couro, de lona, impermeáveis, borracha e PVC, amianto.
b) mangas de raspa de couro.

6.1.4

6.1.5

6.1.6

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6.1.7 PROTEÇÃO PARA OS MEMBROS INFERIORES

Os EPIs para os membros inferiores ganham dupla importância, ou seja, proteger os membros e evitar a
queda o que pode ter conseqüências graves.
a) sapatos de segurança <agentes de origem mecânica (com bico de aço, palm.)
b) calçados contra riscos de origem químico, radiações, térmica, elétrica, etc.
c) peneiras de raspa de couro.

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6.1.8 PROTEÇÃO PARA O TRONCO

Aventais e vestimentas especiais são empregados contra os mais variados agentes agressivos.

a) aventais de raspa de couro, de lona, de amianto, de PVC.


b) jaquetas.
c) capas.

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6.1.9 PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE NÍVEL

a) cinto de segurança para trabalho em altura superior a 2 metro que haja risco de queda.
b) cadeira suspensa (quando há necessidade de deslocamento vertical).
c) trava-queda de segurança, acoplado ao cinto de segurança para trabalhos realizados com movimentação
vertical em andaimes suspensos de qualquer tipo.

6.1.10 PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

A finalidade é impedir que as vias respiratórias sejam atingidas por gases ou outras substâncias nocivas
ao organismo.
a) respiradores contra poeiras.
b) máscara para trabalhos de limpeza por abrasão.
c) máscara de filtro químico.
d) aparelhos autônomos ou de adução de ar (-18% oxigênio).

6.1.11 PROTEÇÃO PARA O CORPO INTEIRO

Cabines e aparelhos de isolamento para locais onde haja exposição a agentes químicos absorvíveis pelas
três vias (cutânea, respiratória e digestiva).

6.2 GUARDA E CONSERVAÇÃO DOS "EPIs"

É necessário orientar, treinar e conscientizar o trabalhador quanto ao uso e conservação do EPI, só


assim ele estará protegendo-se, como também oferecendo-lhe lugar próprio para guardar o EPI após o seu uso.

6.3 UTILIZAÇÃO ADEQUADA DOS EPIs

É importante que todos dentro da empresa tenham consciência de quando e como usar os EPIs. Para
tanto o técnico em segurança do trabalho bem como os responsáveis pelo treinamento na empresa devem estar
atentos para uma verdadeira conscientização de todos quantos dependem do uso do EPI. Essa utilização deve
atender as necessidades específicas, não deve acontecer desnecessariamente ou ser feita de forma incorreta.

6.4 EXIGÊNCIAS LEGAL PARA A EMPRESA E EMPREGADOS

a) OBRIGAÇÕES DO EMPREGADOR
- adquirir o tipo de EPI apropriado à atividade do empregado.
- fornecer o EPI gratuitamente;
- treinar o trabalhador quanto ao uso adequado do EPI;
- tomar obrigatório quando necessário o uso do EPI;
- substituir, imediatamente, o EPI danificado ou extraviado;
- responsabilizar-se pela manutenção e higienização do EPI.

b) OBRIGAÇÕES DO EMPREGADO

- usar, obrigatoriamente, o EPI indicado, apenas para a finalidade a que se destinar;


- responsabilizar-se pela guarda e conservação que lhe for confiado;
- comunicar qualquer alteração no EPI que torne parcial ou totalmente danificado;
- responsabilizar-se pela danificação do EPI, pelo seu uso inadequado ou fora das atividades
a que se destina, bem como pelo seu extravio.

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c) OBRIGAÇÕES DO FABRICANTE

- o fabricante de EPI deve ter seu estabelecimento registrado, para esse fim específico, em
órgãos e repartições do Governo Federal, Estadual e Municipal;
- nomenclatura, descrição e especificação do EPI;
- indicação do uso a que se destina;
- certificado de ensaio do EPI, emitido por órgãos especializados.

OBS.: O EPI nacional ou importado, só poderá ser colocado a venda, comercializado ou utilizado. quando
possuir o CA. Certificado de Aprovação expedido pelo Ministério do Trabalho.

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7 MEDIDAS DE CONTROLE COLETIVO

7.1 INTRODUÇÁO

Medidas de proteção coletiva são aquelas de caráter técnico, destinadas a prevenir e proteger os
trabalhadores contra riscos de acidentes do trabalho.
Não existem regras preestabelecidas para a indicação das medidas de proteção coletiva que devem ser
utilizadas para controlar os riscos de acidente de trabalho, as condições especificas de cada indústria, os tipos e
métodos de trabalho por ela desenvolvidas é que vão determinar o tipo de proteção a ser empregado. De um
modo geral, essas medidas visam isolar o risco, reduzir a intensidade e/ou quantidade do agente nocivo, a
prevenção da dispersão do agente nocivo, enfim, a proteção do trabalhador. Raramente aplicamos uma só
medida de proteção: o usual é o emprego de uma combinação de medidas de proteção coletiva.

7.2 PRINCIPAIS MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVO

Algumas das principais medidas de proteção coletiva utilizadas para prevenir e proteger os
trabalhadores dos riscos de acidentes do trabalho são:

7.2.1 VENTILAÇÃO

Consiste em movimentação do ar por meios naturais ou mecânicos, quer introduzindo ar num ambiente
(insuflação) quer retirando o ar desse ambiente (exaustão).
Exemplos: a ventilação local exaustora é, possivelmente, o meio mais valioso de que se dispõe para
controlar os poluentes do ar dentro de uma indústria, e é utilizada em um grande número de operações, tais
como: nas cabines de pintura a revólver, esmerilhamento, tanques de desengraxamento, deposição e decapagem,
fornos de fundição, soldadura, etc.

7.2.2 SUBSTITUIÇÃO DE AGENTES NOCIVOS

Tem por princípio a substituição de materiais nocivos por outros menos nocivos ou inócuos. Nem
sempre há possibilidade de aplicação desse método, seja por dificuldades técnico-industriais, por interesses
econômicos envolvidos, ou pela resistência oposta por questões de rotina e preconceito.
Exemplos:
- substituição de benzeno, como solvente, por toluento, gasolina e outros derivados de petróleo;
- substituição de jato de areia, na limpeza de peças metálicas por jato de granalha de aço;
- substituição de pigmentos de chumbo da tinta por pigmento de zinco.

7.2.3 MODIFICAÇÃO DE METODOS E PROCESSOS DE TRABALHO

Baseia-se na introdução de alterações que visam dispensar a presença próxima do homem, ou reduzir a
concentração original de agentes nocivos.

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Exemplos:
a) Ajustes mecânico da pasta de óxido de chumbo para a manufatura das placas de baterias; quando a
operação era manual, o excesso caía e depois de seco produzia poeira de óxido de chumbo.
b) Redução de evaporação de solventes nos tanques de desengraxamento, mediante regulagem de
temperatura do banho, método de imersão das peças e proteção contra correntes de ar.
Cuidados:
Ao modificar um método e processo de trabalho, a eliminação de um risco pode provocar o
aparecimento de outro.
Exemplos:
a) A operação de remanchar pela solda, eliminou o problema de ruído, mas deu lugar à exposição a gases
tóxicos.
b) A substituição de solda elétrica pela rebitagem, quando viável tecnicamente, cria um novo risco: o
ruído.

7.2.4 SEGREGAÇÃO

Objetiva o isolamento da operação perigosa, seja no tempo, seja no espaço, a fim de diminuir o número de
operários expostos.
a) No espaço:
Visa ao isolamento da operação produtora do agente nocivo, em local especial e afastado, de modo a
restringir a área de perigo e ao número de operários expostos.
Exemplos: realização em cabines especiais, das operações de pintura a revólver, ou de limpeza de peças
metálicas com janto de areia.

b) No tempo:
Consiste em executar operações, fora do horário normal de trabalho, quando a quase totalidade do
operariado se encontra ausente; objetiva-se, com esse método, reduzir ao mínimo o número dos trabalhadores
expostos. Exemplos:
a) varredura dos locais de trabalho;
b) recuperação de areia por peneiramento, nas fundições.

7.2.5 SOBRECARGA TÉRMICA: MEDIDAS DE PROTEÇÃO

O emprego da ventilação geral do ambiente torna-se necessário quando houver:


a) baixa movimentação do ar;
b) umidade relativa elevada;
c) temperatura do ar alta.

7.2.6 MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA RELATIVA AO RUÍDO

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Considerando a fonte de ruído, o caminho a se percorrido pelo mesmo ambiente ele será sentido
(receptáculo). temos, esquematicamente:

FONTE
CAMINHO RECEPTÁCULO

7.1.1.1 Eliminação ou Atenuação do Ruído na Fonte


Constitui a medida ideal de controle, apesar de nem sempre ser conseguida na prática. Consegue-se
com essa eliminação, ou pelo menos uma redução da intensidade do ruído produzido, pela insonorização de
máquinas e processos.
Exemplos:
a) substituição de transmissões por engrenagem por transmissão de correias; b) trabalho com engrenagem
imersas em banho de óleo;
c) assentamento do equipamento sobre material anti-vibrátil;
d) substituição do processo de rebitagem (quando possível tecnicamente), por solda.

Comentários - Um bom sistema da manutenção contribui para a redução do ruído na fonte, pelo menor
ajustamento de partes móveis, parafusos, etc. A eliminação do ruído na fonte deverá ser considerada, porém
desde o projeto do equipamento.

7.1.1.2 Isolamento da Fonte Produtora do Ruído à Distância


Consiste em colocar a fonte produtora de ruído em local distante daquele onde se encontram as
operações, de preferência fora daquele local.

7.1.1.3 Isolamento da Fonte Produtora do Ruído no Tempo


Objetiva realizar as operações produtoras de ruído (quando possível) fora do horário normal de trabalho
reduzindo-se, assim, o número de pessoas a ele expostos.

7.1.1.4 Enclausuramento da Fonte


As paredes isolantes devem apresentar grande massa, ou, então, ser constituídas de materiais leves e
isolantes, desde que apresentem câmaras intermediárias de ar, preenchidas ou não com certos materiais.

7.2.7 PROTEÇÃO POR ATERRAMENTO

A proteção por aterramento é a união de todas as partes que fazem parte do circuito de corrente da
instalação (partes metálicas) com a "terra".

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O aterramento destas partes deve evitar que um defeito de isolação desenvolva uma tensão de contato
elevada nas partes que tem capacidade condutora. Esta medida preventiva é obtida por meio de curto-
circuitamento da tensão de contato, efetuando uma ligação condutora de baixo valor resistivo entre a parte da
instalação e a "terra".
Segundo as leis de resistência em paralelo, uma resistência elevada do corpo faz circular uma corrente
pequena e, em pequenas resistências, como na ligação em curto-circuito, uma corrente acidental elevada
circulará, que desligará o fusível pré-ligado. Decisivo para a eficiência do sistema de aterramento é um baixo
valor de resistência de aterramento.
É importante que o todo o profissional tenha sempre em mente que nenhum trabalho poderá ser realado
em circuitos elétricos desligados sem que antes tenham sido devidamente isolados. Esse aterramento deverá ser
feito o mais próximo possível do ponto em que vai ser executado o trabalho.
Suponhamos, por exemplo, que, numa indústria, um motor esteja danificado. O eletricista que tem em
mente a técnica e segurança, que devem sempre caminhar de mãos dadas, assim procede: dirige-se para a chave
que comanda o circuito do motor, desliga-a, colocando a seguir não só o cadeado, como também a etiqueta de
segurança na mesma. Antes de começar a fazer a manutenção do motor, toma precauções para não ser
eletrocutado: liga à terra os terminais elétricos junto à máquina. pois, assim fazendo, mesmo que alguém ligue a
chave de comando inadvertidamente, aquela precaução, que exige poucos segundos para ser executada, o
salvará.

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8 PROTEÇÃO E SEGURANÇA EM PROCESSOS, MÁQUINAS,


EQUIPAMENTOS E INSTALA-ÇÕES:

8.1 INTRODUÇÃO
Sabemos que, modernamente, grande parte das máquinas e processos industriais encerram perigos e
riscos para a integridade física das pessoas.
A maior parte dos processos industriais empregam energia calorífica, eletricidade, máquinas e peças em
movimento. Todas envolvendo riscos aos operadores ou a quem se encontre nas proximidades.
Com a finalidade de proteção é necessário fazer um controle sistemático dos mesmos.

As barreiras entre o perigo e suas possíveis vítimas são os dispositivos de proteção, pois, nem sempre
é possível efetuar-se um controle completo, pela dificuldade de realização de programas definidos, bem como,
pelos descuidos e falhas humanas inevitáveis.

Os dispositivos de proteção podem adotar formas variadas segundo os graus de risco que devem
proteger, variando desde simples telas de proteção até complexos sistemas de comando foto-sensores ou
hidráulico-pneumáticos.
Com o objetivo de proteger e prevenir lesões deve-se resguardar o homem contra:
a) falha humana, por exemplo: curiosidade, fadiga, medo, enfermidade, etc.;
b) contato direto com partes móveis de uma máquina, como por exemplo, volantes, polias,
correias, cadeiras cinemática, etc.;
c) trabalho de processo, por exemplo: rebarbas de máquinas ferramentas, salpicos de substâncias
ácidas em transvasagem, fragmentos de metal quente em forjaria, etc.;
d) falhas mecânicas, por exemplo: quebra de eixos com volantes, explosões de reservatórios
pressurizados, estilhaços de disco de corte abrasivos, etc.;
e) calor, por exemplo: aço liquado em operações de fundição, bocas de forno, etc.;
f) ruídos, por exemplo: escape de motores de grupos geradores e combustão interna, operação de
compressores, marteletes, prensas de impacto, etc.;
g) falha elétrica, por exemplo: fios desencapados por aquecimento, mau contato, fuga de carga, etc.

Os esforços e os investimentos para o desenvolvimento de um programa de proteção, normalmente, são


justificados por critérios humanísticos e econômicos, mas, os dispositivos de proteção se convertem em
investimentos proveitosos, permitindo maior produtividade.

8.2 CARACTERÍSTICAS GERAIS


Entende-se o termo máquina como um transformador de energia, para o desiderato são necessários
órgãos móveis providos de movimentos mais ou menos complexos oriundos de dois movimentos básicos: o
relativo e o alternativo.
Quando os movimentos mecânicos ficam claramente definidos, pode-se identificar os pontos perigosos
de uma máquina ou sistema.

8.2.1 - MOVIMENTOS BÁSICOS

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a) Movimento Rotativo
Fundamentalmente, o movimento rotativo pode ser caracterizado pela rotação de um eixo, órgão móvel
encontrado comumente em máquinas ou sistemas para transferir movimentos e esforços entre elementos. São
exemplos comuns:
- eixo de transmissão
- volante
- acoplamento
- parafusos
- engrenagens, cadeias cinemática

b) Movimento Alternativo
Entende-se o movimento alternativo como uma translação cíclica devido à necessidade de fechamento
de um ciclo de operação. São exemplos:
- bate-estaca
- prensa de estampa e viradeira
- guilhotina de corte
- plaina limadora

8.2.2 MOVIMENTO ROTATIVO


Observa-se, na prática, que a maioria dos movimentos das máquinas ou órgãos móveis são resultantes
da combinação dos movimentos básicos, rotativo e alternativo.
São exemplos de movimentos combinados:
- cremalheira
- furadeira
- serra circular
- parafuso sem-fim

8.2.3 TRANSFERÊNCIAS
Em processos industriais, a proteção é normalmente oriunda dos mecanismos de transferência de calor e
massa. A transferência de calor pode ser efetuada com ou sem deslocamento de massa. Um exemplo típico de
transferência de calor e massa é executado por um trocador de calor atuando em um secador.

8.3 PROTEÇÕES
A proteção nasce da necessidade de resguardo oriundo dos movimentos e operações do processo. O
movimento rotativo predispõem ao enrolamento; o alternativo, a cortes, esmagamentos, distensões. A violenta
despressurização, explosiva, provoca deslocamento de ar; o arraste de sólidos possibilita ferimentos genéricos; o
calor, pressupões queimaduras.
Para eliminar os perigos pode-se fabricar proteções e instalá-los nas zonas perigosas, ou, reprojetar
novo designe de modo a não ter partes perigosas expostas.
Os dispositivos protetores podem ser fixos, interconectados ou automáticos.

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8.3.1 PROTEÇÁO EM TRANSMISSAO DE FORÇA E PARTES MÓVEIS.

a) tem por objetivo dar proteção total ao sistema de transmissão desde que esteja até 2,50 m acima do
piso ou plataforma de trabalho.
Caso as plataformas de trabalho ou os pisos estejam em vários níveis não pode ser dispensada a
proteção.
b) na proteção de engrenagens que não trabalhem dentro de caixas especiais, e, quando estiver até 2,50
m do plano de referência a proteção deve ser totalmente fechada para evitar corpos estranhos ou contato
com o trabalhador.
c) na proteção de correias que não trabalhem dentro de dispositivos especiais, até 2,50 m do plano de
trabalho, devem ser protegidas por meio de telas de aço.
d) em todos os casos de proteção, até 2,50m do plano de trabalho, as aberturas não podem permitir
contato direto com as partes das máquinas.

8.3.2 PROTEÇÃO DO PONTO DE OPERAÇÃO

Depende do tipo de alimentação da máquina, do modo como a operação será realizada, e da matéria
prima a ser elaborada
Os tipos mais comuns são:

Proteções fixas

A vantagem principal da proteção fixa é a sua disposição duradoura, prevenindo o acesso às partes
perigosas durante a operação. Por este motivo sua utilização é preferível sobre os demais tipos.
As proteções fixas podem ser reajustadas para acomodar diferentes ferramentas ou classes de trabalhos:
uma vez ajustadas permanecem fixos, não devendo ser retiradas.
Alguns protetores fixos de instalam à distância do ponto do perigo em coordenação com dispositivos de
alimentação remota, tornando desnecessário o operador se aproximar da zona perigosa.
São exemplos clássicos, as coifas de esmeril, protetores fixos para correias e protetores fixos para serra
fita.

Proteções Interconectadas

Quando não se pode empregar uma proteção fixa, apela-se, como uma primeira alternativa, para as
proteções interconectadas, que podem ser elétricas, mecânicas, pneumáticas, ou, uma combinação de tipos.
A finalidade da proteção interconectada consiste em evitar o acionamento da máquina antes que o
operador se coloque fora da zona de perigo.
Devem atender, basicamente, os seguintes requisitos:
 proteger a zona perigosa antes do acionamento do equipamento
 permanecer fechada até que a parte perigosa esteja em repouso
 impedir o acionamento do equipamento em caso de falha do dispositivo de interconexão

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Exemplo clássico é o de um forno à resistência elétricas, em que as resistências somente são acionadas
se a porta estiver fechada.
Exemplo típico é o de comando de uma prensa com dupla botoeira.

Proteção Automática

Consiste em um dispositivo que funciona independente do controle do operador. Normalmente


empregado onde existe protetores interconectados. São de acionamento mecânico, elétrico ou pneumático.
Um exemplo clássico é a guilhotina, onde uma foto-célula corta o acionamento quando o operador
coloca a mão na zona de perigo.

8.3.3 REQUISITOS PARA PROJETO DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA EM MÁQUINAS E


PROCESSOS
Ao projetar equipamentos de segurança deve-se atentar aos seguintes tópicos básicos: características
dos protetores, materiais de construção, inspeção, manutenção e normalização.

Condições básicas

 Nas proteções, devemos levar em consideração não só a segurança do operador, como também a
dos demais trabalhadores.
 Os dispositivos de proteção devem ser colocados de forma a não prejudicar a eficiência da
operação, nem introduzir novos riscos.
 Os dispositivos de parada e partida devem ficar próximo ao operador e permitir a movimentação
segura do trabalhador.

Características dos protetores

Os protetores, tanto quanto possível, devem:


 ser considerados como parte integrante e permanente da máquina ou equipamento;
 cumprir as normas nacionais e internacionais de segurança;
 proporcionar à máquina a efetiva proteção, desconsiderada a relação custo-beneficio;
 evitar o acesso às zonas perigosas durante a operação;
 manter inalterados, tanto quanto possível, a estabilidade estrutural e as funções do equipamento,
não causando incômodo ao operador;
 ser projetadas de acordo com o equipamento e o trabalho específico, sendo provido de dispositivos
que permitam sua manutenção;
 ser duráveis, resistentes, facilmente reparáveis ou substituíveis, apresentando um mínimo de
manutenção;
 ser robustos para resistir o uso e não apresentar riscos ao operador (arestas, pontas, etc.).
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Materiais dos protetores

Deve se dar preferência, quando possível, aos materiais ferrosos e não ferrosos, evitando-se quando
possível a madeira pela necessidade de manutenção freqüente, pouca rigidez estrutural e riscos de
inflamabilidade.
Nos protetores térmicos, empregar materiais inorgânicos, evitando-se os pulverulentos e inflamáveis.
Quando é requerida transparência, tanto quanto possível, solda ou fixadores normalizados; na uniões
por parafusos, empregar tipo passante e contra porca.
Para pisos ou elementos metálicos vazados, evitar soldas de cutelo, procurando empregar material perfurado por
estamparia ou solda por resistência elétrica nas treliças.

Inspeção

Nos parâmetros de projeto deve ser previsto um conveniente e periódico sistema de inspeção com a
finalidade de observar a utilização dos protetores e dispositivos normais de segurança dos operadores.
Adotar como parâmetro a ficha de inspeção de equipamento complementando com os itens pertinentes
aos dispositivos de segurança adicionais.

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9 SINALIZAÇÃO E CORES NA SEGURANÇA

9.1 CORES

9.1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


Da tonalidade das impressões luminosas recebidas pelo corpo humano, 87% ingressam pelo sentido da
visão, cabendo aos demais sentidos as seguintes proporções: 7% à audição, 3% ao olfato, 1,5% ao tato e 1,5% ao
paladar. Pode-se, assim, deduzir a importância do uso da cor como recurso para prevenir acidentes.
A percepção e a visibilidade são conseguidas através do uso de cores adequadas nas paredes, forros,
pisos e equipamentos.
Quanto à visibilidade, esta é grandemente influenciada pela quantidade de luz que incide numa
superfície. Como conseqüência de uma boa visibilidade, temos a redução do tempo de percepção, pois a
velocidade dessa reação é proporcional à quantidade de luz que atinge o aparelho ocular. Assim, aumentando a
velocidade de percepção há mais tempo disponível para a ação de defesa ou reação de segurança, relativa a um
perigo iminente. Deve-se observar, contudo, que a luz artificial, embora proporcione aumento da visibilidade,
realça determinada cor. Por exemplo, utilizando-se lâmpadas incandescentes, a luz delas emanadas realçará as
cores amarelo, creme e marfim, se no entanto, empregaram-se lâmpadas fluorescentes (azuladas), ter-se-á uma
luz que realçará as cores azul, cinza e lilás.
Um elemento importante para a visão das cores é o fator de reflexão, que representa a relação entre a luz
reflexa e a luz total incidente sobre dada superfície. Este fator depende da composição espectral da luz incidente,
do ângulo de incidência e da natureza e do estado da superfície refletora. O fator de reflexão é sempre menor do
que a unidade, porque a natureza da superfície refletora e sua cor dão lugar a uma absorção parcial da luz
incidente.
São relacionados, a seguir, os valores médios dos fatores de reflexão de algumas cores de emprego
comum:
Branco - 0,88 ou88%
da luz incidente Cinza-neutro -0,50
Creme -0,69 Verde-Claro -0,50
Amarelo-pálido -0,65 Alumínio -0,41
Azul -0,65 Turquesa-claro - 0,35
Verde-pálido -0,59 Vermelho - 0,15
Cinza-claro - 0,55 Verde-escuro -0,10
Camurça - 0,52 Turquesa-claro -0,10
Rosa-claro -0,50 Preto-absoluto -0,00

O fator de reflexão é muito importante quando se está preocupado com o contraste luminoso, que é a
diferença entre a "brilhança" do fundo e a do objeto trabalhado. Esse contraste deve ser baixo na região do
campo de visão do trabalhador. Isso previne o esforço continuo do ajustamento dos olhos e reduz a fadiga da
visão.
Por outro lado, para facilitar a distinção entre o perfil da peça e sua área de trabalho, entre a área de
trabalho e a máquina, assim como entre esta última e o fundo próximo, é necessário adotar uma escolha de cores
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conveniente. Desta forma, a escolha de cores deve ser tal que, além de permitir uma visibilidade perfeita do
objeto, não acarrete a fadiga ocular e os acidentes.
O seguinte exemplo evidencia o que foi dito: imagine-se que um operário trabalhe numa máquina de cor
cinza-escuro, com um fator de reflexão de 0,08. Isto significa que 8% ou 1/12 da luz incidente é refletida,
requerendo, obviamente, um considerável esforço visual.
Se o fundo próximo é constituído de uma parede branca, seu fator de reflexão é de 0,80. O contraste
luminoso entre a máquina e a parede é violento, e seu valor é independente do volume de luz e jogo. O fator de
reflexão (ou seja, a diferença entre os dois fatores de reflexão considerados, divididos pelo fator maior), neste
caso, é:
0,80 - 0,080 = 0,90
0,80
Passando da observação da máquina para o fundo, a intensidade da reação ocular próxima a causada na
passagem de uma sala escura para outra com plena luz. Voltando a observação da parede para a máquina, dá-se
reação contrária.
Quando isto ocorre na jornada de trabalho, com freqüência e por muitos dias do ano, podem-se ter
conseqüências bastante desfavoráveis.
Desejando-se eliminar, ou minorar, essa condição fatigante, deve-se reduzir o contraste luminoso
existente, com o emprego apropriado da cor. Por exemplo: se a maquina for pintada de verde-claro (fator de
reflexão 0,45), a parede de camurça-claro (fator 0,56), o fator de refletância próximo de 0,2. Isto requer apenas
um esforço normal de adaptação. Essa condição de conforto remove causas de tensão nervosa, diminui o
absenteísmo, melhora as condições de produção, ou seja, aumenta as condições de segurança.
Costuma-se agrupar a refletância como segue:
Contraste forte - 0,80 a 0,40
Contraste médio - 0,40 a 0,20
Contraste fraco - 0,20 a 0,05
Para obtenção de melhores resultados, devem ser examinados os vários elementos que constituem o
ambiente de trabalho e não somente dois, como no exemplo anterior.
Como visto, as qualidades de reflexão de uma superfície contribuem para melhorar o rendimento da
iluminação e cores convenientemente escolhidas ajudam a eliminar contrastes e brilhos pronunciados que
constituem uma combinação prejudicial aos olhos do trabalhador, principalmente quando presentes no seu
campo visual.
As ondas visíveis pertencem a uma gama muito estreita do campo das ondas eletromagnéticas e,
segundo seus respectivos comprimento de onda, subdividem-se nas seguintes zonas:
Vermelho - 700 a 620 nm
Laranja - 610 a 590 nm
Amarelo - 590 a 570 nm
Verde - 570 a 500 nm
Turquesa - 500 a 430 nm
Violeta - 430 a 400 nm

1 nm (namômetro) = 10 -10 m

Com o uso criterioso das cores, um interior pode-se tornar mais atrativo, a fadiga visual será menor e
efeitos psicológicos positivos facilmente poderão ser obtidos.
As cores verde, azul e violeta proporcionam um efeito psicológico refrescante, daí o nome que recebem:
cores frias. São introspectivas, tranqüilizantes, repousantes. São cores que se expandem, aumentando,

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aparentemente, as dimensões de um ambiente quando está dentro dele. Reduzem, entretanto, se observadas de
fora, as superfícies de cartazes e avisos. Um suave azul-esverdeado é comumente usado nos locais onde a
temperatura alcança valores elevados.
Amarelo, vermelho e laranja são cores quentes. Aumentam, aparentemente, a temperatura do
ambiente. São extrospectivas, dinâmicas, agressivas e excitantes. Aparentemente diminuem as dimensões dos
ambientes mas, em contrapartida, aumentam aparentemente as superfícies dos avisos e cartazes.
Quando se quer comunicar idéia de calor, tanto para um ambiente como para um aviso ou cartaz, usa-se
em maior extensão, isto é, como dominante, uma cor quente. Em caso contrário, utiliza-se uma cor fria.
Com relação as cores leves (amarelo, verde e alaranjado), é conveniente empregá-las na dimensão
vertical e as cores pesadas (azul, púrpura e vermelho), na horizontal. A mesma orientação é válida para as cores
claras(parte superior) e escuras (base).
Em termos gerais, as cores são classificadas em:
Cores primárias: as encontradas puras na natureza, vermelho, azul e amarelo.
Cores secundárias: resultantes da mistura das primárias - alaranjado (vermelho com amarelo); verde (amarelo
com azul); púrpura (azul com vermelho).
Cores terciárias: são formadas pela combinação das cores primárias e secundárias.
Estabelecida esta classificação, podemos ver quais as composições de maior visibilidade (fatores como
local, dimensões e finalidade deverão sempre ser levados em conta):
• amarelo sobre preto
• preto sobre amarelo
• branco sobre preto
• branco sobre azul-marinho
• amarelo sobre vermelho
• branco sobre vermelho
• preto sobre branco
• vermelho sobre amarelo
• azul sobre branco
• verde sobre branco
E, como exemplo de combinações de cores que não devem ser empregadas:
• vermelho sobre verde (e vice-versa)
• verde sobre azul (e vice-versa)
• cinza sobre verde (e vice-versa)
• cinza sobre preto (e vice-versa)
Num ambiente, a escolha das cores dependerá da:
• função do ambiente (para qual finalidade vai ser empregado)
• escala do ambiente (dimensões da superfície, altura)
• tipo psicológico das pessoas que vão usar o ambiente.
As cores de um aviso ou cartaz dependerão de:
• finalidade de comunicação
• efeitos da expressão emocional que se que obter
• visibilidade
• dimensões
Em qualquer esquema, uma das cores deve ser dominante em extensão e em tonalidade clara ou
acinzentada. A outra cor, a oposta, será usada em menor área, porém, com maior valor e intensidade, para
proporcionar o equilíbrio. Se forem empregadas três, ou até quatro cores, a regra aplicar-se-á dentro da mesma
proporção.

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Com regra básica, devemos adotar o princípio de nunca usar as cores com igualdade de extensão, valor
ou intensidade.

9.1.2 CORES NA SEGURANÇA DO TRABALHO

O emprego da cor na Segurança do Trabalho deve respeitar o que estabelece a Norma Regulamentadora
o
n 26 (NR-26), da Portaria 3.214.
Além da legislação, conta-se também com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), normas NB-76 e NB-54.
Contudo, quando se considera o emprego das cores em máquinas, paredes, tetos e pisos, devemos
sempre considerar os seguintes aspectos:

Máquinas
Em cada máquina podem-se considerar várias partes e, segundo sua função, cada parte tem uma
exigência diferente quanto as cores. Na pintura de máquinas, o problema fundamental é tomar a parte ativa
claramente distinta da parte fixa.
A parte ativa (por exemplo, a zona de trabalho) deve ser colorida de modo a chamar atenção das
pessoas próximas, destacar-se da parte fixa, repousar a vista dos trabalhadores, dar lugar a um nítido contraste
cromático e ter brilhança próxima ao objeto em trabalho e também da parte fixa.

Paredes
O ambiente interno destinado ao trabalho dá, com relação ao ambiente externo a sensação de reclusão.
Para evitar essa claustrofobia do trabalhador, as paredes nas quais incide seu olhar devem ser pintadas
com cores que recordem a luz solar, ou o fundo natural adequadamente modificado em relação à temperatura
ambiental, à sua exposição, à altura da superfície iluminada, etc. Por outro lado, pesquisas sobre a percepção das
cores que revelam a vantagem dos fundos harmoniosos (não ao ponto de dispersarem a atenção), dando ao
operário a possibilidade de concentração sobre o trabalho, favorecendo, assim, a eficiência e o conforto.
O brilho das paredes que caem sob o campo visual não deve ser mais alta que a da área de trabalho,
sendo conveniente que seu fator de reflexão esteja entre 0,50 e 0,60. Com a finalidade de não distrair o
trabalhador, o fator de interesse da cor da parede deve ser deliberadamente baixo, ou seja, é mais indicado o uso
de cores que dão lugar a sensações emotivas neutras. Resulta que as cores mais indicadas são as neutras ou o
verde-azulado (comprimento de onda próximo a 300 nm). Esta cor atende aos requisitos já mencionados e dá
bom contraste com outras cores.
As partes altas das paredes, que não atingem o campo de visão normal do trabalhador, podem ser
pintadas com cores ou tonalidades mais claras, para aumentar a reflexão da luz.
As paredes de fundo podem ser cores diversas das usadas nas paredes laterais, o que permite variar as
dimensões aparentes do ambiente e diminuir a sensação de reclusão.

Tetos
Os tetos devem refletir a maior quantidade de luz incidente, principalmente nos casos de iluminaç5o
indireta, obtendo-se esse efeito com emprego de cores de alto fator de reflexão.
Para os tetos baixos, de grande superfície, com iluminação direta, é preferível usar cores recessivas com
alto fator de reflexão, por exemplo, azul claro.
As estruturas não-estéticas devem ser pintadas de modo a não chamar a atenção.

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Piso
A cor dos pisos deve lembrar em consideração a presença de operações ele sirva de fundo, evitando-se
brilhos com violento contraste.
No entanto, em outros casos, um alto fator de reflexão será conveniente, para melhorar a iluminação
interior.
Os meios de transporte, escadas, corrimãos, equipamentos de emergência, sinalização e outros
elementos semelhantes devem ser pintados de maneira a facilitar a visibilidade.
Dentre todas as considerações feitas, deve-se ainda ressaltar que, para obter-se um ambiente de trabalho
cromaticamente equilibrado, os seguintes fatores deverão ser levados em consideração:
• número de trabalhadores presentes;
• sexo, idade e nível intelectual dos trabalhadores;
• tipos de operações;
• características das operações, com relação à temperatura ambiente e ao ruído;
• características dos produtos elaborados, com especial consideração quanto à sua cor;
• tipos de máquinas, suas dimensões e localização;
• elementos arquitetônicos e armazenamento de produtos elaborados;
• dimensões, forma e orientação do estabelecimento;
• sistema de iluminação natural e artificial.

9.1.3 UTILIZAÇÃO DAS CORES NA SEGURANÇA DO TRABALHO - NR-26

Tem por objetivo fixar as cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para prevenção de acidentes
identificando os equipamentos de segurança, delimitando áreas, identificando as canalizações empregadas nas
indústrias para a condução de líquidos e gases, e advertindo contra riscos de acidentes. São adotadas as seguintes
cores; vermelho, amarelo, branco, preto, azul, verde, laranja, púrpura, lilás, cinza, alumínio e marrom.

VERMELHO

O vermelho deverá ser usado para distinguir e indicar equipamentos e aparelhos de proteção e combate
a incêndio. Não deverá ser usada na indústria para assinalar perigo, por ser de pouca visibilidade em comparação
com o amarelo (de alta visibilidade) e o alaranjado (que significa alerta).
• Sirene de alarme de incêndio.
• Caixas com cobertores para abafar chamas.
• Extintores e sua localização.
• Indicações de extintores (visível a distância, dentro de áreas de uso de extintores).
• Localização de mangueiras de incêndio (a cor deve ser usada no carretel, suporte. moldura da caixa
ou nicho).
• Baldes de areia ou água, para extinção de incêndio.
• Tubulações, válvulas e hastes do sistema de aspersão de água.
• Transporte com equipamentos de combate a incêndios.
• Portas de saída de emergência.
• Rede de água para incêndio (SPRINKLERS).
• Mangueira de acetileno (solda oxiacetilênica).
OBS: a cor vermelha será usada excepcionalmente com sentido de advertência ou perigo:
a) nas luzes a serem colocadas em barricadas, tapumes de construções e quaisquer outras obstruções
temporárias;
b) em botões interruptores de circuitos elétricos para paradas de emergência.

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AMARELO

Em canalizações, deve-se utilizar o amarelo para identificar gases não liqüefeitos.


O amarelo deverá ser empregado para indicar "Cuidado", assinalando:
• Partes baixas de escadas portáteis.
• Corrimões, parapeitos, pisos e partes inferiores de escadas que apresentem riscos.
• Espelhos de degraus de escadas.
• Bordos desguarnecidos de aberturas no solo (poço, entradas subterrâneas, etc.) e de plataformas
que não possam ter corrimões.
• Bordas horizontais de portas de elevadores que se fecham verticalmente.
• Faixas no piso da entrada de elevadores e plataformas de carregamento.
• Meio-fio, onde haja a necessidade de chamar a atenção.
• Paredes de fundo de corredores sem saída.
• Vigas colocadas à baixa altura.
• Cabines, caçambas e gato-de-pontes-rolantes, guindastes, escavadeiras, etc.
• Equipamento de transporte e manipulação de material tais como: empilhadeiras, tratores
industriais, pontes-rolantes. vagonetes, reboques.
• Fundos de letreiros e avisos de advertência.
• Pilastras (pilar quatro faces), vigas, postes, colunas e partes salientes da estrutura e em
equipamentos em que se possa esbarrar.
• Cavalete, porteiras e lanças de cancelas (porta gradeada).
• Bandeiras como sinal de advertência (combinado ao preto).
• Comandos e equipamentos suspensos que ofereçam riscos.
• Pára-choques para veículos de transportes pesados, com listas pretas.
• Listras (verticais ou inclinadas) e quadrados pretos serão usados sobre o amarelo quando houver
necessidade de melhorar a visibilidade de sinalização.

BRANCO

O branco será empregado em:


• Passarelas e corredores de circulação, por meio de faixas (localização e largura);
• Direção e circulação, por meio de sinais;
• Localização e coletores de resíduos;
• Localização de bebedouros;
• Áreas em torno de equipamentos de socorro de urgência, de combate a incêndio ou outros
equipamentos de emergência;
• Áreas destinadas a armazenagem;
• Zonas de segurança.

PRETO
O preto será empregado para indicar as canalizações da inflamáveis e combustíveis de alta viscosidade
(ex.: óleo lubrificante, asfalto, óleo combustível, alcatrão, piche, etc.)
O preto poderá ser usado em substituição ao branco, ou combinado a este, quando condições especiais o
exigirem.

AZUL

O azul será utilizado para indicar 'cuidado". ficando seu emprego limitado a avisos contra uso e
movimentação de equipamentos, que deverão permanecer fora de serviço.
Empregado em barreiras e bandeirolas de advertência a serem localizadas nos pontos de comando, de
partida, ou fontes de energia dos equipamentos.
Será empregado em:
• Canalização de ar comprimido.
• Prevenção contra movimento acidental de qualquer equipamento em manutenção.

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• Avisos colocados nos pontos de arranque ou fontes de potência.

VERDE

O verde é a cor que caracteriza segurança, deverá ser empregado para identificar:
• canalização de água;
• caixas de equipamentos de socorro emergencial.
• caixa contendo máscara contra gases;
• chuveiros de segurança;
• macas:
• fonte lavadora de olhos;
• quadro para exposição de cartazes, boletins, avisos de segurança, etc.
• porta de entrada de salas para curativos de emergência;
• localização de EPI, caixas contendo EPI;
• emblemas de segurança;
• dispositivos de segurança;
• mangueiras de oxigênio (solda oxiacetilênica)

LARANJA

O laranja deverá ser empregado para identificar:


• canalizações contendo ácidos;
• parte móveis de máquinas e equipamentos;
• partes internas das guardas de máquinas que possam ser removidas ou abertas;
• faces internas de caixas protetoras de dispositivos elétricos;
• faces externas de polias e engrenagens;
• botões de arranque de segurança;
• dispositivos de corte, bordas de serras, prensas.

PÚRPURA

A púrpura deverá ser usada para indicar os perigos provenientes das radiações eletromagnéticas
penetrantes de partículas nucleares.
Deverá ser empregada a púrpura em:
• portas e abertura que dão acesso a locais onde se manipulam ou armazenam materiais
radioativos ou de materiais contaminados pela radioatividade;
• locais onde tenham sido enterrados materiais e equipamentos contaminados;
• recipientes de materiais radioativos ou de refugos de materiais e equipamentos contaminados
• sinais luminosos para indicar equipamentos produtores de radiações eletromagnéticas e
partículas nucleares.
LILÁS

O lilás deverá ser usado para indicar canalizações que contenham álcalis bases (lítio, sódio, potássio,
etc.). As refinarias de petróleo poderão utilizar o lilás para a identificação de lubrificantes.

CINZA

a) cinza claro - deverá ser usado para identificar canalizações em vácuo.


b) cinza escuro - deverá ser usado para identificar eletrodutos.

MARROM

O marrom pode ser adotado, a critério da empresa, para identificar qualquer fluido não identificável
pelas demais cores.

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OBS: O corpo das máquinas deverá ser pintado em branco, preto ou verde. As canalizações industriais, para
condução de líquidos e gases, deverão receber a aplicação de cores. em toda sua extensão, a fim de facilitar sua
identificação do produto e evitar acidentes. Obrigatoriamente, a canalização de água potável deverá ser
diferenciada das demais (verde-clara).

9.2 SINALIZAÇÃO

1) INTRODUÇÃO

No mundo do trabalho, a sinalização desempenha um papel importante como forma de informar os


trabalhadores dos vários riscos inerentes às suas atividades, conduzindo-os a atitudes preventivas e de proteção,
reduzindo o risco de acidentes.

2) CONCEITOS BÁSICOS SOBRE SINALIZAÇÃO


Pode definir-se:
SINALIZAÇÃO
O conjunto de estímulos que informam um indivíduo sobre a melhor conduta a tomar perante
determinadas circunstâncias relevantes, e:
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA E DE SAÚDE
Aquela que, relacionada com um objeto, uma atividade ou uma situação determinada, fornece uma
indicação ou uma prescrição relativa à segurança ou à saúde no trabalho, ou a ambas.

3) OBJETIVOS DA SINALIZAÇÃO
Chamar a atenção, de uma forma rápida e inteligível, para objetos e situações susceptíveis de
provocar determinados riscos.

• TODA A SINALIZAÇÃO, deve preencher os seguintes requisitos básicos:


- Atrair a atenção
- Dar a conhecer a mensagem de forma rápida e inteligível
- Ser clara e de interpretação única
- Informar sobre a conduta a seguir
- Deve existir a possibilidade real de cumprir aquilo que se indica.

4) FORMAS DE SINALIZAÇÃO
Na sinalização de segurança podem utilizar-se, separada ou conjuntamente:
Cores ----------------------- Placas
Luz -------------------------- Som
Comunicação verbal ------ Comunicação gestual

5) EFICIÊNCIA DA SINALIZAÇÃO
• A SINALIZAÇÃO NÃO ELIMINA O RISCO !
Deve empregar-se sempre como uma TÉCNICA COMPLEMENTAR de todas as medidas preventivas
a tomar.
PRINCÍPIOS DE EFICIÊNCIA
A colocação da sinalização de segurança e de saúde implica, nomeadamente:
- Evitar a fixação de um número excessivo de placas na proximidade umas das outras;
- Não utilizar simultaneamente dois sinais luminosos que possam ser confundidos;
- Não utilizar um sinal luminoso na proximidade de outra fonte luminosa pouco nítida;
- Não utilizar dois sinais sonoros ao mesmo tempo;
- Não utilizar um sinal sonoro quando o ruído ambiente for demasiado forte.

6) CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO
No sentido de assegurar uma eficiência continuada à sinalização, devem respeitar-se, entre outras,
as seguintes recomendações relativas às CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO:

RECOMENDAÇÕES GERAIS SOBRE SINALIZAÇÃO


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• Os sinais devem ser instalados em local bem iluminado, a altura e em posição apropriadas,
tendo em conta os impedimentos à sua visibilidade desde a distância julgada conveniente.
• Em caso de iluminação deficiente devem usar-se cores fosforescentes, materiais reflectores ou
iluminação artificial na sinalização de segurança.
• Os sinais devem ser retirados sempre que a situação que os justificava deixar de se verificar.
• Os meios e os dispositivos de sinalização devem ser regularmente limpos, conservados,
verificados e, se necessário, reparados ou substituídos.
• bom funcionamento e a eficiência dos sinais luminosos e acústicos devem ser verificados antes
da sua entrada em serviço e, posteriormente, de forma repetida.
• número e a localização dos meios ou dispositivos de sinalização dependem da importância dos
riscos, dos perigos e da extensão da zona a cobrir.
• No caso de dispositivos de sinalização que funcionem mediante uma fonte de energia deve ser
assegurada UMA ALIMENTAÇÃO ALTERNATIVA DE EMERGÊNCIA, excepto se o risco sinalizado
desaparecer com o corte daquela energia.
• Sinal luminoso ou acústico, que indique o início de uma determinada acção, deve prolongar-se
durante o tempo que a situação o exigir.
• Sinal luminoso ou acústico deve ser rearmado imediatamente após cada utilização.

7) FORMAS DE SINALIZAÇÃO
• SINALIZAÇÃO DE CARÁTER PERMANENTE:
• SINALIZAÇÃO DE CARÁTER ACIDENTAL

SINALIZAÇÃO DE CARÁTER PERMANENTE

SINAIS DE PROIBIÇÃO
São sinais que proíbem um comportamento susceptível de expor uma pessoa a um perigo ou de
provocar um perigo.
Devem ter uma forma circular, um símbolo ou pictograma negro sobre fundo branco, uma margem e
uma faixa em diagonal vermelhas, devendo a cor vermelha ocupar, pelo menos, 35% da superfície do
sinal e a faixa em diagonal estar inclinada a 45º no sentido descendente, da esquerda para a direita.

SINAIS DE OBRIGAÇÃO
São sinais que impõem um determinado comportamento.
Devem ter forma circular e um pictograma branco sobre fundo azul, que deve cobrir, pelo menos,
50% da superfície do sinal.

SINAIS DE AVISO
São sinais que alertam para um determinado perigo ou risco na zona onde se encontram.
Devem ter forma triangular, um pictograma negro sobre fundo amarelo, que deve cobrir, pelo menos,
50% da superfície do sinal, e uma margem negra.

SINAIS DE SALVAMENTO OU DE SOCORRO


São sinais que dão indicações sobre saídas de emergência ou meios de socorros ou salvamento.
Devem ter forma retangular ou quadrada e um pictograma branco sobre fundo verde, que deve cobrir,
pelo menos, 50% da superfície do sinal.

SINAIS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO


Os sinais que dão indicações sobre o material de combate a incêndios devem ter forma retangular ou
quadrada e um pictograma branco sobre fundo vermelho, que deve cobrir, pelo menos, 50% da
superfície do sinal.

PLANTA DE EMERGÊNCIA
Sempre que exista um plano de emergência, em locais de boa visibilidade, deve ser colocada uma
placa com a indicação da planta de emergência, onde constam as vias de saída de emergência, etc.

PLACAS ADICIONAIS
São sinais que contêm apenas informação escrita (texto) e utilizam-se junto de outros sinais para
ampliar a informação.
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Podem ser retangulares com o texto em negro ou branco sobre um fundo de cor correspondente à cor
de segurança que complementam.
As placas adicionais nunca poderão exceder as dimensões da placa principal

8) DIMENSÕES E MATERIAIS DAS PLACAS DE SINALIZAÇÃO


As dimensões devem garantir boa visibilidade e a compreensão do seu significado. As dimensões dos
sinais devem ser função da distância previsível a que serão vistos
As placas de sinalização devem possuir características COLORIMÉTRICAS (relativas à cor) e
FOTOMÉTRICAS (relativas à intensidade luminosa) que garantam boa visibilidade e a compreensão
do seu significado.

MATERIAIS
As placas de sinalização devem ser de materiais que ofereçam a maior resistência possível a
choques, intempéries e agressões ao meio ambiente.

SINALIZAÇÃO DE OBSTÁCULOS E LOCAIS PERIGOSOS


A sinalização dos riscos de choque contra obstáculos, bem como de queda de objetos ou de
pessoas, é feita com as cores amarela e negra alternadas, ou com as cores vermelha e branca
alternadas.

MARCAÇÃO DAS VIAS DE CIRCULAÇÃO


Quando a proteção dos trabalhadores o exija, as vias de circulação de veículos devem ser
identificadas com faixas contínuas, indissociáveis do pavimento, as quais, para assegurar o contraste
bem visível com a cor do pavimento, podem ser BRANCAS OU AMARELAS.
Estas faixas devem ter em conta as distâncias de segurança necessárias, quer entre veículos e
trabalhadores, quer entre ambos e os objetos ou instalações que possam encontrar-se na sua
vizinhança.

SINALIZAÇÃO DE RECIPIENTES
Os recipientes que contenham substâncias ou preparações perigosas devem estar rotulados de
acordo com a legislação em vigor, respeitando os símbolos definidos para evidenciar os respectivos
perigos.

ARMAZENAGEM
As zonas, as salas ou os recintos utilizados para armazenagem de substâncias perigosas em grandes
quantidades devem ser assinalados com um dos sinais de aviso apropriados.

IDENTIFICAÇÃO DE GASES
Todos os recipientes de gases comprimidos, liquefeitos ou dissolvidos a pressão, devem ser
identificados por meio de uma adequada combinação de cores que pintam tanto o corpo da garrafa
como a ogiva da mesma e, nalguns casos, introduzindo-se uma banda colorida entre o corpo da
garrafa e a ogiva.
Ainda na ogiva são colocadas etiquetas que descrevem sumariamente os principais riscos e
recomendações de segurança. Esta informação é complementada com símbolos.

SINALIZAÇÃO DE TUBULAÇÕES
As tubulações que sirvam de transporte de substâncias e preparações perigosas e de outros fluídos
devem, de igual modo, estar sinalizados de acordo com a legislação e normalização em vigor, cujas
indicações principais se passam a enunciar.
Segundo a importância da instalação e a variedade dos fluidos canalizados, a identificação pode ser
feita por:
CORES DE FUNDO
CORES DE FUNDO, COM INDICAÇÕES CODIFICADAS ADICIONAIS

9) SINAIS APLICÁVEIS A VEÍCULOS PARA TRANSPORTE DE CARGAS PERIGOSAS


Os veículos destinados ao transporte de mercadorias perigosas estão sujeitos a uma regulamentação
específica designada pela NBR-7500 e NBR-8286.
Interessa referir alguns princípios sobre a SINALIZAÇÃO que obrigatoriamente os veículos cisternas
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devem apresentar, na medida em que na realização de reparações ou em algumas operações de


manutenção que envolvam, por exemplo, soldadura, É DE VITAL IMPORTÂNCIA SOB O PONTO
DE VISTA DA SEGURANÇA, saber da possibilidade da existência de vapores ou gases inflamáveis
no interior dessas cisternas.

10) SINALIZAÇÃO DE CARÁCTER ACIDENTAL


- Os sinais luminosos; destinadas a chamar a atenção para acontecimentos perigosos, a chamar
pessoas para uma ação específica ou a facilitar a evacuação de emergência de pessoas.
- Os sinais acústicos; destinadas a chamar a atenção para acontecimentos perigosos, a chamar
pessoas para uma ação específica ou a facilitar a evacuação de emergência de pessoas.
- As comunicações verbais e gestuais. destinadas a chamar a atenção para acontecimentos
perigosos, a chamar pessoas para uma ação específica ou a facilitar a evacuação de emergência de
pessoas.

SINAIS LUMINOSOS
- A luz emitida por um sinal luminoso de segurança deve garantir um contraste não excessivo nem
insuficiente, tendo em vista as suas condições de utilização.
- A superfície luminosa de um sinal de segurança pode ser de uma cor uniforme que respeite os
significados das cores previstas para os vários tipo de sinais.
- Deve utilizar-se um sinal luminoso intermitente, em vez de um sinal luminoso contínuo, para
indicar um mais elevado grau de perigo ou de urgência.
- A duração e a frequência das emissões de luz em sinais luminosos de segurança intermitentes
devem ser estabelecidas de forma a garantir uma boa percepção da mensagem e que o sinal não
possa ser confundido com outros, intermitentes ou contínuos.
- Um sinal luminoso pode substituir ou complementar um sinal acústico de segurança, desde que
utilize o mesmo código de sinal.
- Os dispositivos de emissão de sinais luminosos de segurança, cuja utilização corresponde a
situações de grande perigo, devem ser objecto de manutenção cuidada e estar munidos de uma
lâmpada alternativa, que possa arrancar em caso de falha do sistema de alimentação principal.

SINAIS ACÚSTICOS
- Os sinais acústicos de segurança devem ter um nível sonoro nitidamente superior ao do ruído
ambiente, sem ser excessivo ou doloroso.
- Os sinais acústicos de segurança devem ser facilmente reconhecíveis, e diferenciáveis de outros
sinais acústicos e ruídos ambientais.
- O som de um sinal de evacuação deve ser sempre contínuo e estável em frequências.
É importante ter-se em mente que a reação aos sinais deve ser automática, evitando-se que a pessoa se
detenha, leia, analise e só então atue de acordo com as instruções indicadas no sinal ou aviso.
O sistema de sinalização deve ser feito também para os pedestres, para indicar por meio de placas, quais
são os locais perigosos, onde e, proibida a passagem e qual o caminho a ser seguido pelos transeuntes, por
exemplo:

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A uniformidade dos sinais e avisos é muito importante, para que não só operários de visão normal
possam familiarizar-se com as mensagens que eles transmitem, como também aqueles daltônicos ou que não
sabem ler.
Assim, todos os sinais de prevenção de acidentes serão uniformes e adaptados aos seguintes casos.
• Sinalização de perigo: para sinalizar unicamente perigos específicos E Sinalização de
atenção: para identificar possíveis perigos ou práticas inseguras.
• Sinalização de instrução de segurança: para dar informações sobre a prática segura de
ordem geral.
• Sinalização direcional: indicando escadas, saídas e outras dependências que envolvam
a segurança.
• Sinais informativos: para dar mensagens de natureza geral não-prescritas nos itens
anteriormente descritos.

9.2.1 SINAIS DE PERIGO

Terão um fundo branco, sobre o qual aparecerá um oval de cor vermelha dentro de um retângulo preto.
Uma linha branca deverá separar perímetro exterior do oval vermelho do retângulo preto. A palavra "PERIGO"
aparecerá em branco, dentro do oval vermelho. O conjunto assim descrito deverá ficar na parte superior da área
total do sinal. As mensagens que serão incluídas na parte inferior deverão ser breves, porém, completas.

9.2.2 SINAIS DE ATENCÃO

Compõem-se de um retângulo preto sobre um fundo amarelo. A palavra 'ATENÇÃO", em cor amarela,
deverá ficar centrada no retângulo preto, o qual ficará na parte superior da área total do sinal.

9.2.3 SINAIS DE INSTRUÇÃO DE SEGURANÇA

Constituem-se um retângulo verde sobre, fundo branco, localizado na parte superior da área total do
aviso. As letras serão em branco sobre o retângulo verde. Qualquer mensagem deverá ir na parte inferior em
letras pretas sobre o fundo branco.

9.2.4 SINAIS DIRECIONAIS

Terão fundo branco, com flechas brancas sobre retângulo preto. A mensagem deverá ser pintada na
parte inferior, com letras pretas sobre o fundo branco.

9.2.5 SINAIS DE INFORMAÇÃO

Terão retângulo azul sobre fundo branco, localizado na parte superior da área total do aviso. As letras
serão em branco sobre o retângulo azul. Qualquer mensagem deverá ir na parte inferior, em letras pretas sobre o
fundo branco.
Outro ponto importante a considerar na sinalização é o emprego dos símbolos, os quais deverão ajustar-
se às práticas comuns e conhecidas.

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10 RISCOS EM ELETRICIDADE

10.1 DEFINIÇÃO DE ELETRICIDADE

A energia elétrica pode ser obtida, em sua geração, sob duas formas:
a) Corrente alternada (CA), geradores mecânicos denominados alternadores.
b) Corrente continua (CC), geradores estáticos pilhas e acumuladores (baterias) também chamados de
geradores químicos e geradores mecânicos denominados dínamos.
A energia elétrica é uma conseqüência de outras formas de energia, como água dos rios. lagos e mares,
carvão mineral. minerais radioativos, os ventos, luz solar, o petróleo, etc.
Pode ser convertida em outras formas de energia: energia mecânica, em energia térmica, em energia
luminosa, etc.
1Kw 1000w; 1 cv=736watts; 1 hp=746watts; kwh = p x t; kwh = w x h
Intensidade de corrente = 1 - Ampere
Tensão ou DDP = V - volt
Resistência elétrica = R -

10.2 CHOQUE ELÉTRICO

É um estimulo rápido e acidental do sistema nervoso do corpo humano, pela passagem de uma corrente.
Essa corrente circulará pelo corpo da pessoa quando ele torna-se parte de um circuito elétrico que possua uma
diferença de potencial suficiente para vencer a resistência elétrica oferecida pelo corpo.

10.3 EFEITOS DO CHOQUE ELÉTRICO

10.3.1 DIRETOS

Morte, fibrilação do coração, queimaduras e contrações fortes dos músculos.


Indiretos: quedas e batidas.
A morte por asfixia ocorrerá somente quando a intensidade de corrente for superior a 30 mA. E tempo
de alguns minutos. Há contração muscular do tórax, cessa a respiração, se não foi aplicada respiração artificial
num intervalo de tempo inferior a 3 minutos a morte ocorrerá. Se ocorrer parada do coração deverá ser aplicada
massagem cardíaca.
A fibrilação do coração ocorrerá se houver intensidade de corrente da ordem de 10 a 300 mA que
circulem pelo corpo por um tempo superior a ¼ de segundo. A fibrilação ventricular é a contração desritimada
do coração. Medidas imediatas desfibrilador ou massagem cardíaca, até providenciar o aparelho. 10 miliamperes
pode causar fibrilação ventricular.
Para intensidade de corrente acima de 2,5 A além da parada cardíaca que perdura enquanto estiver
presente a corrente, ocorre também a parada respiratória. Podendo ocorrer as queimaduras superficiais ou
profundas.

10.3.2 EFEITOS INDIRETOS

A contração muscular provocada pela corrente elétrica que passou pelo corpo pode provocar quedas e
batidas, acarretando muitas vezes até a morte ou contusões graves.

10.4 GRAVIDADE DO CHOQUE ELÉ TRICO

A gravidade do choque elétrico depende de determinadas condições:


a) O percurso da corrente elétrica pelo corpo humano: uma corrente de intensidade elevada que
circule de uma perna para outra pode resultar só em queimaduras locais. No entanto, se a mesma
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intensidade de corrente circular de um braço a outro da vítima, poderá levar a uma parada cardíaca
ou paralisação dos músculos do coração.
b) O valor da intensidade de corrente: baixa ou alta amperagem, acima de 25 mA (CA) e 80 mA (CC)
o choque elétrico pode ser doloso. Sexo masc. = 23 mA; sexo fem.= 15 mA.
c) O tipo de corrente elétrica: dependendo das características da corrente para determinar a gravidade
do choque elétrico, corrente alternada (CA) ou corrente contínua (CC).
d) A freqüência da corrente elétrica: as correntes elétricas com freqüência próxima dos batimentos
cardíacos 20 Hz a 100 Hertz são as que oferecem maior risco e especificamente as de 60 Hz.
e) Tensão elétrica: a diferença de potencial (volt - V) ou tensão (alta ou baixa tensão), vai influenciar
na gravidade do choque elétrico. Ex.: considerando-se que nas piores condições a resistência do
corpo humano é de 1500 Ω (1000 Ω = Rp e 500 Ω = Ri) e a corrente 25 mA. Qual a tensão que
pode causar dano?
V= R x I = 1500 x 0,025 A 37,5 volts
f) As condições orgânicas do indivíduo: ou seja, a resistência elétrica do corpo humano, portanto a
gravidade do choque elétrico depende dessa resistência ou qualquer outra resistência adicional entre
o homem e a terra. Depende da camada externa da pele que está situada entre 100 000 e 600 000
"Ohms". Quando a pele está úmida baixa para 500 "Ohms" ou menos.
A resistência oferecida pela parte interna do corpo, constituída pelo sangue, músculos e demais tecidos
fica normalmente em torno de 300 Ohms. Ex. um contato acidental com um ponto energizado, quando seco, tem
uma resistência de 400 000 Ohms; quando úmido, uma resistência de 15 000 Ohms. E corrente de 220 v, quantos
mA seriam necessários para vencer a resistência oferecida pelo corpo? Usando a lei de Ohm:
220
V =R .I I=? I= = 0,55 mA seco ou 0,00055 A
400.000

220
I= = 1,46 mA úmido ou 0,00146 A
15.000

10.5 MEDIDAS DE CONTROLE DO CHOQUE ELÉTRICO

10.5.1 MEDIDAS PARA GARANTIR A PROTEÇÃO DE PESSOAS

A proteção contra choques elétricos está na NBR - 5410 (instalações elétricas) nas seções: 5.1.1, 5.1.2 e
5.1.3: Existem duas condições de perigo, para os usuários de uma instalação elétrica:

a) Contato direto: quando ocorre contato com partes metálicas normalmente energizadas, por
exemplo: barramentos, condutores nus, terminais, etc.
b) Contato indireto: quando ocorre contato com partes metálicas, normalmente não energizadas (ex.:
carcaças de equipamentos), mas que, eventualmente possa energizar-se por falhas de isolamento.

 Aterramento elétrico

É a ligação da carcaça do equipamento ou máquina com a terra, através de um condutor e urna haste
metálica revestida de bronze até a terra.

 Dispositivos de proteção contra tensões de contato


(Dispositivo diferencial residual) DR. Um DR é constituído, em suas linhas essenciais, pelos seguintes
elementos principais:
a) contatos fixos e contatos móveis;
b) transformador diferencial;
c) disparador diferencial.
Os contatos têm por função permitir a abertura e o fechamento do circuito e são dimensionados de
acordo com a corrente nominal (In) do dispositivo.
O transformador é constituído por um núcleo laminado, de material com alta permeabilidade, com
tantas bobinas primárias quanto forem os pólos do dispositivo e uma bobina secundária destinada a detectar a
corrente diferencial-residual.

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O disparador diferencial é um relé polarizado constituído por um imã permanente, uma bobina ligada a
uma bobina secundária do transformador e uma peça móvel fixada de um lado por uma mola e ligada aos
contatos do dispositivo.

 Duplo isolamento
Aplicado normalmente em equipamentos portáteis, tais como furadeiras elétricas, manuais, lixadeiras
elétricas, etc. consiste em duas isolações: uma sobreposta a outra.

10.6 RECOMENDACÕES E CUIDADOS COM O USO DA ELETRICIDADE

Para o uso da eletricidade, considerem-se de capital importância os pontos seguintes:


1) Não fazer acréscimo ou reparo em instalações elétricas, sem ter previamente desligado o disjuntor do
respectivo circuito.
2) Deve ser colocada uma placa com os dizeres "CUDADO: NÃO LIGAR" junto às chaves desligadoras ou
disjuntores, sempre que for efetuado o desligamento de um circuito com o objetivo de executar qualquer
trabalho no mesmo.
3) Desligar o interruptor antes de substituir uma lâmpada.
4) Não sobrecarregar a instalação além de sua capacidade prevista.
5) Não colocar mais de dois aparelhos elétricos na mesma tomada.
6) Não usar tomadas múltiplas (benjamins).
7) Não usar fusíveis de capacidade além da recomendada.
8) Não trocar fusíveis por arame, fios ou moedas. Esta prática poderá, inclusive, ser considerada criminosa,
além de ser uma aberração técnica.
9) Se a instalação da sua casa for antiga, substitua o fusível de rolha por um disjuntor termomagnético.
10) Jamais tocar em circuitos ou equipamentos elétricos, tendo as mãos, as vestes ou o calçado molhados.
11) Ter toda a atenção com a instalação em lugares úmidos, como lavanderias, garagens ou jardins.
12) Se estiver no banheiro, de pés descalços, não toque em equipamentos elétricos.
13) Não deve haver qualquer aparelho ou equipamento elétrico ao alcance de quem se encontre imerso em uma
banheira ou piscina, ou sob a ação de um chuveiro. Esta regra se aplica a secadores de cabelo, receptores de
rádio, telefones, botões de campainha e interruptores quaisquer e outros.
14) Só usar chuveiros elétricos que mereçam absoluta confiança e tenham sido instalados de acordo com as
regras de segurança. Entre estas regras destaca-se a que se refere à ligação rígida e permanente do chuveiro
à terra através da canalização d'água e fio terra da instalação, o qual não deve passar por nenhum interruptor
ou fusível.
15) Ter toda a atenção com cordões flexíveis, adaptadores e tomadas em mau estado.
16) Usar somente ferramentas isoladas e em perfeito estado. Observando os limites do isolamento para que não
sejam ultrapassados.
17) Toda a vez que você pegar uma chave de fenda ou alicate para trabalhar em uma instalação elétrica,
certifique-se de que as ferramentas estejam com bom isolamento e que você esteja com calçado adequado
(solado de borracha).
18) Não ligar ou operar aparelhos elétricos com cujo funcionamento não esteja familiarizado.
19) Se o disjuntor desligar, verifique a instalação para saber o que provocou o desligamento, antes de religá-lo.
20) Não instalar extensões sem ser dentro dos regulamentos existentes, usando sempre eletrodutos para a
passagem dos fios.
21) As instalações de lâmpadas de descarga elétrica, de cátodo frio fluorescente ou não, funcionam com alta
tensão.
22) Qualquer problema elétrico que aconteça em sua residência da chave geral para dentro, é de sua
responsabilidade.
23) Abster-se de tocar nas redes vivas de circuitos energizados. O hábito de verificar se um circuito esta
energizado, tocando-o com a ponta dos dedos, deve ser banido. Há outros meios eficientes e mais seguros.
24) Não brincar com a corrente elétrica, como por exemplo, tomar parte em concursos para verificar quem
consegue manter por mais tempo, entre os dedos ou na ponta da língua, um fio ligado. Somente quem ignora
os perigos dos choques elétricos poderá entregar-se a tais práticas altamente condenáveis.
25) Sempre que for atender à porta ou o telefone, e estiver passando roupa, desligue o ferro elétrico.
26) Não preparar ciladas para que os outros tomem choques elétricos.
27) Trabalhar de pés descalços com a eletricidade é "meio caminho para a eternidade".
28) Todas as máquinas elétricas, no lar ou na fábrica, deverão ser aterradas.

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29) Se as lâmpadas ou aparelhos elétricos de sua residência ou local de trabalho queimarem com freqüência,
verifique a instalação elétrica.
30) Atenção ás lâmpadas portáteis, em garagens, ou quaisquer lugares de trabalho. Não se esqueça que você está
manuseando equipamentos com 110 ou 220 volts, o que é perigosíssimo.
31) As instalações elétricas no lar deverão se totalmente protegidas e construídas dentro dos padrões técnicos:
lembre-se que as crianças colocam as mãozinhas em tudo.
32) Recolocar tampas ou outras proteções de aparelhos elétricos, após trabalhos de reparo ou manutenção.
33) Comunicar ao superior imediato todas as condições perigosas.
34) Lembre-se: mesmo os 110 volts matam.
35) Para a sua economia racionalize o uso de aquecedor elétrico (estufas), chuveiro elétrico e ferro elétrico.
36) Máquinas elétricas de cortar grama são perigosíssimas. Cuidado com o cabo que está ligado na energia
elétrica.

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11 SERVIÇOS DE SEGURANÇA DO TRABALHO (CIPA E SESMT)

11.1 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES – CIPA (NR-5)

11.1.1 O QUE ÉCIPA?


E uma comissão interna de prevenção de acidentes, formada por um grupo de trabalhadores da empresa
que, além de realizar suas atividades normais de trabalho, preocupa-se também com a prevenção de acidentes.

11.1.2 OBJETIVO DA CIPA:


É observar e relatar as condições de riscos existentes nos ambientes de trabalho e solicitar que sejam
tomadas medidas para a redução ou até a eliminação de riscos existentes.

11.1.3 COMPOSIÇÃO DA CIPA


É composta por trabalhadores da empresa, divididos em representantes do empregador e representantes
dos empregados. Os representantes dos empregados são escolhidos pelos próprios empregados, através de
eleição direta e voto secreto. Qualquer trabalhador pode fazer parte da CIPA. Os representantes do empregador
serão escolhidos por este e em igual número ao dos representantes dos empregados.

11.1.4 NÚMERO DE PARTICIPANTES DA CIPA


O número de participantes da CIPA é determinado de acordo com o número de empregados da empresa
e o grau de risco em que ela se enquadra, no caso da construção civil o grau de risco é 4 e a indústria de
máquinas agrícolas o grau de risco é 3.
Assim. quanto maior for o número de empregados, e maior o grau de risco da atividade, maior será o
número de participantes da CIPA. Pela atual NR-5 (grau de risco 3 e 4) acima de 20 empregados a CIPA deverá
ser organizada. Cada membro da CIPA deve ter um suplente, para participar das reuniões quando o titular não
puder comparecer.

11.1.5 REUNIÃO DA CIPA

Deve haver, no mínimo urna reunião por mês em que os participantes da CIPA devem discutir os
acidentes que ocorreram na empresa no mês anterior, as medidas a serem tomadas para evitar-se a ocorrência de
outros acidentes; sugerir cursos, treinamentos e campanhas relativas a Segurança e Medicina do Trabalho.
Além dessa reunião mensal, deverá ser realizada reuniões extraordinárias quando ocorrer acidentes
graves, quando deverá estar presente o responsável pelo setor onde ocorreu o acidente.
A CIPA deve ter livro de Atas registrado no MTB e todas as reuniões e eleições deverão ser registradas
no mesmo. Estas reuniões deverão ser em horário normal de trabalho da empresa e obedecer “CALENDÁRIO
DE REUNIÕES" protocolado no MTB, com dia, hora e local de realização das mesmas.

11.1.6 CURSO PARA CIPEIROS


Para que os titulares e suplentes desempenhem suas funções da melhor forma possível, evitando
acidentes, eles devem participar de um curso especial para cipeiros, realizado por entidades credenciadas, com
duração mínima de l 8 horas.
Neste curso é explicado o funcionamento da CIPA, além de serem feitos estudos a respeito de acidentes
do trabalho, atos e condições inseguras, fatores que influenciam nos acidentes, proteção contra incêndio, riscos
ambientais, etc.

11.1.7 DEVERES E DIREITOS DOS CIPEIROS


Os cipeiros devem cumprir as normas de segurança; apresentar sugestões para eliminar os riscos de
acidentes do trabalho, denunciar as situações de insegurança. Os membros eleitos terão estabilidade no emprego
durante o exercício do mandato e mais um ano após o término do mesmo.
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11.1.8 A SIPAT

O item 5.16 - alínea e - da NR 5, Portaria 3214/78, determina como uma das atribuições da CIPA:
“promover em conjunto com o SESMT, a SEMANA INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES DO
TRABALHO - SIPAT".
Pela colocação desse item entre outros de teor semelhante, percebe-se que a intenção do Legislador é
fazer com que o membro da CIPA inclua, entre suas funções, a de agente multiplicador das informações sobre a
relação saúde/trabalho. Deseja-se assim que a Comissão não só execute sua ação diretamente ligada à proteção e
promoção da saúde e segurança, como também, a longo prazo e pela via educativa, consiga fazer de cada
trabalhador o agente de sua própria saúde.
Subentende-se que a Lei não imaginou a CIPA como um grupo fechado, isolado, agindo à revelia dos
companheiros. A intenção clara é de uma equipe que se inter-relacione com o SESMT, com a Administração
através dos representantes do empregador, e sobretudo com os demais trabalhadores, mormente através de
atividades educativas. A SlPAT é uma delas.
Sendo assim, a SIPAT deve ser vista por seus organizadores como um mini-curso no qual existem
objetivos a serem cumpridos e em que as estratégias e recursos necessitam ser adequadamente escolhidos, tendo
em vista a realidade da clientela e da empresa ou órgão onde essa CIPA está instalada.
Estabelecida essa verdade - que a SIPAT não é uma série de comemorações esportivas e de lazer, e sim
uma ATIVIDADE EDUCATIVA - já se tem um bom ponto de partida para sua organização.
Os pressupostos fundamentais para a equipe coordenadora são alguns conhecimentos-chave
nessa questão:
- a realidade da saúde e segurança do País;
- as políticas da empresa para o setor;
- o histórico das atividades da CIPA e do SESMT;
- as principais características da população-alvo do evento: nível de escolaridade, funções,
atitudes em relação à prevenção de acidentes e doenças, etc.;
- os principais riscos à saúde e segurança existem na empresa.
Após esse estudo. já se tem elementos para o estabelecimento dos objetivos da SIPAT; de onde se
detectou uma necessidade, retira-se um objetivo a ser alcançado.
Exemplos de objetivos para uma SIPAT:
Ao final do evento, pretende-se que os participantes sejam capazes de:
- participar adequadamente de um evento de cunho educativo: sabendo ouvir com atenção,
sabendo fazer perguntas pertinentes e no momento adequado;
- enumerar os principais riscos à saúde e segurança dos trabalhadores existentes na empresa;
- mencionar mecanismos de controle desses riscos;
- valorizar a participação de todos os trabalhadores como forma de se conseguirem as
mudanças saneadoras dos ambientes e condições de trabalho;
- demonstrar disposição para participar na luta pela melhoria dos ambientes e das condições
do trabalho.
Construídos os objetivos, a equipe de coordenação vai imaginar as estratégias mais adequadas para a
obtenção dos mesmos.
Em geral, são utilizadas palestras, conferências, seminários, painéis, simpósios, etc. O importante é
escolher aquelas estratégias que provoquem a participação ativa do público-alvo, que, conforme já sabemos, é a
forma de se obter aprendizagem real.
Para tanto sugere-se que, no caso da utilização de palestras e conferências, abra-se sempre um espaço
para questionamentos por parte dos ouvintes.

11.2 SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM


MEDICINA DO TRABALHO –SESMT (NR-4)

Todas as empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos
poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho -
CLT, deverão manter, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.
(104.001-4 / I2)

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O dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho vincula-se à gradação do risco da atividade principal e ao número total de empregados do
estabelecimento, constantes dos Quadros I e II anexos, observadas as exceções previstas na NR 4.
Para fins de dimensionamento, os canteiros de obras e as frentes de trabalho com menos de 1 (um) mil
empregados e situados no mesmo estado, território ou Distrito Federal não serão considerados como
estabelecimentos, mas como integrantes da empresa de engenharia principal responsável, a quem caberá
organizar os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho. Neste caso, os engenheiros de segurança do trabalho, os médicos do trabalho e os enfermeiros do
trabalho poderão ficar centralizados. Para os técnicos de segurança do trabalho e auxiliares de enfermagem do
trabalho, o dimensionamento será feito por canteiro de obra ou frente de trabalho.
Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão ser
integrados por médico do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho, técnico de segurança do trabalho,
enfermeiro do trabalho e auxiliar de enfermagem do trabalho, registrados no Ministério do Trabalho - MTb,
conforme a NR 27, obedecido o Quadro II, anexo.
Para fins desta NR, as empresas obrigadas a constituir Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho deverão exigir dos profissionais que os integram comprovação de que
satisfazem os seguintes requisitos:
a) engenheiro de segurança do trabalho - engenheiro ou arquiteto portador de certificado de conclusão
de curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, em nível de pós-graduação;
b) médico do trabalho - médico portador de certificado de conclusão de curso de especialização em
Medicina do Trabalho, em nível de pós-graduação, ou portador de certificado de residência médica em
área de concentração em saúde do trabalhador ou denominação equivalente, reconhecida pela Comissão
Nacional de Residência Médica, do Ministério da Educação, ambos ministrados por universidade ou
faculdade que mantenha curso de graduação em Medicina;
c) enfermeiro do trabalho - enfermeiro portador de certificado de conclusão de curso de especialização
em Enfermagem do Trabalho, em nível de pós-graduação, ministrado por universidade ou faculdade que
mantenha curso de graduação em enfermagem;
d) auxiliar de enfermagem do trabalho - auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem portador de
certificado de conclusão de curso de qualificação de auxiliar de enfermagem do trabalho, ministrado por
instituição especializada reconhecida e autorizada pelo Ministério da Educação;
e) técnico de segurança do trabalho: técnico portador de comprovação de registro profissional expedido
pelo Ministério do Trabalho.
Ao profissional especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho é vedado o exercício de outras
atividades na empresa, durante o horário de sua atuação nos Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho.
É de responsabilidade exclusiva do empregador todo o ônus decorrente da instalação e manutenção dos
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho.
Compete aos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho:
a) aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do trabalho ao ambiente de
trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até
eliminar os riscos ali existentes à saúde do trabalhador;
b) determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do risco e este persistir,
mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos de Proteção Individual-EPI, de acordo
com o que determina a NR 6, desde que a concentração, a intensidade ou característica do agente assim
o exijam;
d) colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e
tecnológicas da empresa, exercendo a competência disposta na alínea "a";
d) responsabilizar-se tecnicamente pela orientação quanto ao cumprimento do disposto nas NR
aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou seus estabelecimentos;
e) manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de suas observações, além de
apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR 5;
f) promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos trabalhadores para
a prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, tanto através de campanhas quanto de
programas de duração permanente;
g) esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e doenças ocupacionais,
estimulando-os em favor da prevenção;

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h) analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes ocorridos na empresa ou


estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de doença ocupacional, descrevendo a história e
as características do acidente e/ou da doença ocupacional, os fatores ambientais, as características do
agente e as condições do(s) indivíduo(s) portador(es) de doença ocupacional ou acidentado(s);
i) registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças ocupacionais e agentes
de insalubridade preenchendo, no mínimo, os quesitos descritos nos modelos de mapas constantes nos
Quadros III, IV, V e VI, devendo a empresa encaminhar um mapa contendo avaliação anual dos
mesmos dados à Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho até o dia 31 de janeiro, através do
órgão regional do MTb;
j) manter os registros de que tratam as alíneas "h" e "i" na sede dos Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho ou facilmente alcançáveis a partir da mesma,
sendo de livre escolha da empresa o método de arquivamento e recuperação, desde que sejam
asseguradas condições de acesso aos registros e entendimento de seu conteúdo, devendo ser guardados
somente os mapas anuais dos dados correspondentes às alíneas "h" e "i" por um período não-inferior a 5
(cinco) anos;
l) as atividades dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e
em Medicina do Trabalho são essencialmente prevencionistas, embora não seja vedado o atendimento
de emergência, quando tornar-se necessário. Entretanto, a elaboração de planos de controle de efeitos de
catástrofes, de disponibilidade de meios que visem ao combate a incêndios e ao salvamento e de
imediata atenção à vítima deste ou de qualquer outro tipo de acidente estão incluídos em suas
atividades.

Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão manter


entrosamento permanente com a CIPA, dela valendo-se como agente multiplicador, e deverão estudar suas
observações e solicitações, propondo soluções corretivas e preventivas.

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12 PRIMEIROS SOCORROS

12.1 Introdução

É fato bastante conhecido que mais de uma vida se perdeu por falta dos auxílios imediatos prestados por
um leigo a uma pessoa acidentada, a um doente ou vítima de mal súbito, tendo como finalidade manter a vítima
com a vida, minorar a dor e evitar complicações do problema, até a chegada do médico.
Não pretendemos que este material rivalize com as inúmeras monografias que versam sobre o assunto,
pois sabemos que elas são tecnicamente mais amplas e detalhadas. Não pretendemos também apresentar nenhum
curso de enfermagem; visamos, tão somente, os primeiros socorros a um acidentado, na sua forma mais
elementar e eficiente.
Na área de prevenção de acidentes, deve haver a concentração de esforços de uma equipe de
profissionais especializados, assim como de empresários, trabalhadores e leigos. Com o desenvolvimento a
complexidade das tarefas, o aumento da mecanização, o perigo se torna cada vez mais presente e iminente, o que
requer providências urgentes no sentido de evitar a ocorrência de fatos catastróficos.
Entretanto é praticamente impossível anula-los. Dá a necessidade de conhecimentos de Primeiros
Socorros que, nestas circunstancias, desempenha um papel preventivo do agravamento do mal ocorrido.
Por definição, Primeiros Socorros são os cuidados imediatos que devem ser dispensados à pessoa,
vítima de acidente ou mal súbito. Via de regra, os Primeiros Socorros serão prestados no local da ocorrência, até
a chegada de um médico, e se destinam a salvar a vida ameaçada e a evitar que se agravem os males de que a
vítima está acometida.
Qualquer pessoa treinada poderá prestar os Primeiros Socorros, conduzindo-se com serenidade,
compreensão e confiança. Sem ficar na dúvida, a primeira providência é controlar-se a si mesmo, porém o
controle de outras pessoas é igualmente importante.
A informação ao acidentado acerca do que ocorre e qual será a provável evolução é um dos problemas
mais difíceis que devem enfrentar as pessoas que realizam tratamento de emergência. Se não se diz nada,
aumentar-se-a com isto o medo e a ansiedade, mas, se falar demasiado, poder-se-a provocar um alarme e uma
situação de desespero desnecessária. As ações falam mais alto que as palavras
O tom de voz tranqüilo e confortante dará ao acidentado sensação de encontrar-se em boas mãos, e que
a pessoa que o está atendendo não se encontra alterada. A prática de emergências simuladas ajudará a realizar
manobras corretas, serenas, suaves e seguras.
Os acidentes industriais poderão ser de tipo especial, devido aos perigos ou processos implicados, entretanto,
ainda assim, serão aplicados os mesmos princípios de Primeiros Socorros.

12.2 Caixa de Primeiros Socorros (NR 7 - Programa de Controle Médico de


Saúde Ocupacional)

12.2.1 Dos primeiros socorros.

Todo estabelecimento deverá estar equipado com material necessário à prestação dos primeiros
socorros, considerando-se as características da atividade desenvolvida; manter esse material guardado em local
adequado e aos cuidados de pessoa treinada para esse fim.
A caixa de primeiros socorros deve estar sempre presente, nas empresas, em locais de fácil acesso. Por
medida de precaução, não é conveniente trancá-la, facilitando, assim, o seu manuseio.
Ficará sob a responsabilidade de pessoas treinadas, pois, assim, poderá ser melhor aproveitado o seu conteúdo e
de maneira correta.
No seu interior da(as) caixa(as), vamos encontrar uma série de instrumentos, medicamentos, soluções, e
é preciso que sejam bem acondicionados, organizados, para facilitar a atuação do socorrista, ao invés de
atrapalhá-lo.
Todos os frascos deverão ser rotulados, os instrumentos pontiagudos como pinças, tesouras, embalados
de forma adequada, assim como as ampolas.
Devemos, outrossim, ao findar o uso da caixa de primeiros socorros, não só arrumá-la, mas também
repor o material utilizado, a fim de poupar dissabores a outros socorristas.
Os medicamentos devem ser sempre vistoriados, para verificar o prazo de sua validade.
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Os que tiverem os prazos vencidos serão inutilizados e substituídos por outros novos.
Uma caixa bem esquematizada trará sempre benefícios a quem dela precisar.
Nas varias dependências da empresa, devem existir caixas com material e medicamentos para prestação
de primeiros socorros a acidentados.
As caixas devem conter, no mínimo, os seguintes materiais e medicamentos, cujo uso específico deve
ser conhecido por todos.

12.2.2 Conteúdo da caixa de primeiros socorros

 Instrumentos
• Termômetro
• Tesoura
• Pinça

 Material para curativo


• Algodão hidrófilo
• Gaze esterilizada
• Esparadrapo
• Ataduras de crepe
• Caixa de curativo adesivo

 Anti-sépticos
• Solução de iodo
• Solução de timerosal
• Água oxigenada, 10 volumes
• Álcool
• Éter
• Água boricada

 Medicamentos
• Analgésicos em gotas e em comprimidos
• Anti-espasmodicos em gotas e em comprimidos
• Colírio neutro
• Sal de cozinha
• Antídotos para substâncias químicas utilizadas na empresa
• Soro fisiológico

 Outros
• Conta-gotas
• Copos de papel
• Agulhas e seringas descartáveis.

12.3 TIPOS DE EMERGÊNCIA E COMO PRESTAR OS PRIMEIROS SOCORROS


A presença de espirito é essencial quando se pretende auxiliar a vítima de um acidente. Mantenha-se
pois, calmo, e aplique o que irá aprender.
• Primeiramente, procure inteirar-se da lesão, tomando todo o cuidado para não agravar o estado
da vítima.
• Não dê de beber nenhum liquido a uma pessoa sem sentidos. Se tiver que fazer um curativo,
lave bem as mãos, desinfetando-as em seguida com álcool e deixando-as secar sem utilizar
toalha.

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• Evite ministrar à vítima agentes não medicinais ou duvidosos, e processos de primeiros


socorros não indicados pela medicina. Não se deixe levar por crendices populares que
impedem o tratamento correto.
Uma vez constatada a lesão sofrida pela vítima, não perca mais tempo e proceda como adiante se
recomenda, cuidando em:
1º lugar - da parada respiratória
2º lugar - da parada cardíaca.
3º lugar - da hemorragia.
4º lugar - de envenenamentos
5º lugar - de queimaduras
6º lugar - de ferimentos.
7º lugar - de fraturas.

12.4 Ferimentos

Toda a vez que um agente traumático, como faca, prego, ou um golpe forte, entra em contato com a
pele, produzindo rotura, teremos a ocorrência de um ferimento. Se houver lesão apenas das camadas superficiais
da pele, diremos que houve apenas uma escoriação local porém, se o trauma rompe todas as camadas da pele,
teremos uma ferida.
Sempre que ocorrer um ferimento, haverá uma hemorragia, que é a perda de sangue em maior ou menor
quantidade, devido ao rompimento de um vaso (veia ou artéria) e que, dependendo da quantidade, poderá ser
fatal.
O ferimento é lesão das mais freqüentes e, na industria, pode ocorrer pelos mais variados motivos, entre
os quais batidas em ferramentas, maquinas, mesas, quedas, acontecendo também no trajeto residência-fábrica-
residéncia.

12.4.1 Conduta
O que fazer:

 em ferimentos leves, superficiais e com hemorragia moderada:


1 - lavar as mãos com água e sabão, antes de fazer o curativo;
2 - lavar a parte atingida com água e sabão, removendo do local eventuais sujeiras
como terra, graxa, caco de vidro, etc.;
3 - colocar sobre o ferimento água oxigenada;
4 - passar um anti-séptico, e não pastas, pomadas, óleos, pó secante;
5 - cobrir o local com gaze esterilizada e esparadrapo, não deixando o ferimento
descoberto;
6 - procurar logo um Serviço Médico, pela necessidade de tratamentos precisos.

 O que fazer em ferimentos, nos membros, profundos, extensos com


hemorragia:
1 - estancar a hemorragia da seguinte maneira:
• manter o membro atingido em elevação e comprimir o local com gaze esterilizada ou pano
limpo, até parar a hemorragia;
• se a compressão não for suficiente para estancar a hemorragia, aplicar o torniquete, da seguinte
maneira:
• enrolar no membro uma tira de pano largo, aproximadamente 5cm, acima do ferimento (não
usar fios, barbantes ou corda em lugar do pano);
• fazer um meio nó;
• colocar um pedaço de madeira no meio nó;
• completar o nó acima da madeira;
• torcer a madeira até parar o sangramento, sem, no entanto, apertar demais;
• desapertar o torniquete a cada 10 minutos. É importante marcar no relógio o início da
compressão, para saber quando desapertar;

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• o torniquete deve ser desapertado antes do tempo exigido de 10 minutos, quando notarmos que
as extremidades dos dedos estão arroxeadas ou frias.
2 - lavar as mãos com água e sabão antes de fazer o curativo;
3 - lavar a parte atingida com água e sabão, removendo do local eventuais sujeiras como terra,
graxa, caco de vidro, etc.;
4 - colocar sobre o ferimento água oxigenada;
5 - passar um anti-séptico e não pastas, pomadas, óleos e pó secante;
6 - cobrir o ferimento com gaze esterilizada ou pano limpo;
7 - encaminhar logo a vítima a um Serviço Médico pela necessidade de tratamento.

 Ferimentos com exposição de órgãos internos.


Num acidente, pode acontecer que o ferimento seja extenso e profundo. Quando isso acontece, através
da ferida, podemos ver os órgãos internos como os músculos, tendões, ossos, pulmões, intestinos, etc.
Devido à extensão do ferimento, os intestinos ou outros órgãos poderão inclusive sair pela ferida. São
casos muito graves e a tornada de primeiros socorros se faz urgente, assim como a chamada da assistência
médica.
O que fazer:
1 - retirar toda a roupa do acidentado, acalmando-o;
2 - lavar as mãos antes de fazer o curativo;
3 - passar água oxigenada nas bordas da ferida, nunca tocando nos órgãos expostos;
4 - passar anti-séptico nas bordas da ferida, nunca tocando nos órgãos expostos;
5 - cobrir com compressas esterilizadas ou gaze esterilizada, molhadas com água oxigenada, sem,
no entanto, tentar recolocar no lugar os órgãos expostos;
6 - prender a compressa ou gaze com atadura e esparadrapo, apertar.

 Ferimentos na cabeça

Numa queda, tombo, ou quando cai sobre a cabeça um objeto pesado, pode ocorrer ferimento do crânio,
assim como uma hemorragia intensa
Não acontecendo a hemorragia, pode o acidentado ficar desmaiado ou simplesmente atordoado,
formando no local do choque traumático um hematoma, também conhecido corno "galo".
O que fazer:
1º - deitar a vítima de costas, sem travesseiro;
2º - afrouxar todas as roupas;
3º - ocorrendo a hemorragia, tomar condutas como em ferimentos hemorrágicos, comprimindo bem
o curativo.

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13 PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO:

13.1 O FOGO
Durante milhares de anos o fogo foi assunto de mistério, medo, superstição e adoração. Os homens
primitivos associavam fogo a catástrofe. Muitas vezes eles se apavoravam ao ver raios incendiando florestas e
vulcões em erupção, transformando as paisagens num inferno de lava incandescente. Ainda hoje, quando
sentamos perto de uma fogueira, nossa imaginação cria estranhas visões nas chamas ardentes.
Em certa época da evolução, o homem aprendeu a dominar o fogo. Nas cavernas foram encontrados
vestígios do uso do fogo pelo homem de Neanderthal há 50.000 anos e pelo homem de Pequim há 250.000 anos
atrás. Esses e outros homens primitivos descobriram como usar o fogo para aquecimento, para cozinhar o
alimento, para proteger-se contra animais selvagens e como tocha flamejante na escuridão da noite.

13.1.1 ACENDENDO O FOGO


Esfregando gravetos e atritando pedras. Com o passar do tempo o homem procura meios mais simples
de obter fogo. Até épocas relativamente recentes, a produção do fogo era tão difícil que o homem seria capaz de
percorrer quilômetros para aproveitar a chama de um fogo já aceso, em vez de tentar obtê-lo onde estivesse. Para
produzir fogo, o homem primitivo esfregava dois gravetos com a mão, servindo-se de um arco ou atritando uma
pedra de tal forma que se produzia uma faísca. No processo do arco e da broca girava-se rapidamente um graveto
num orifício existente em um pedaço de madeira macia. A fricção produzia uma poeira fina e inflamável e o
calor capaz de incendiar o pó. A pequenina chama produzida dessa forma era usada para acender pequenas
mechas - pedaços de cortiça, capim seco ou o revestimento de algumas sementes. A tocha em fogo era, então,
utilizada para acender galhos e troncos anteriormente preparados. O método do arco e da broca não é fácil, como
bem sabem os escoteiros.
Nessas experiências primitivas estavam implícitas duas noções científicas, embora constatadas de modo
muito obscuro pelo homem primitivo:
1. A fricção, produzida por atrito ou pelo choque, produz calor.
2. Há materiais que se inflamam mais facilmente do que outros.

13.1.2 FÓSFOROS
Em todos os métodos primitivos de fricção as duas grandes dificuldades consistiam em obter a faísca e
depois colocá-la imediatamente em contato com material facilmente inflamável. O fósforo moderno soluciona
essas duas dificuldades aplicando descobertas químicas feitas há dois séculos. Veja o que acontece quando você
acende um fósforo comum.
1. A fricção aquece uma substância química existente na cabeça do fósforo (um composto de fósforo).
que se inflama a baixa temperatura.
2. A pequenina chama faz com que uma outra substância química no bulbo do fósforo (Clorato de
potássio) libere grande quantidade de oxigênio.
3. O calor e o grande suprimento de oxigênio produzem a ignição de uma terceira substância química
(enxofre) que queima vigorosamente.
4. O fogo se propaga rapidamente pela madeira, ajudado pela quarta substância química (parafina) em
que foi mergulhada anteriormente essa madeira.

13.1.3 CONDIÇÕES ESSENCIAIS PARA A COMBUSTÃO


Três fatores são essenciais para a obtenção de fogo. Primeiro, naturalmente, deve haver algo para
queimar, um combustível de qualquer espécie; depois esse combustível precisa ser aquecido suficientemente
para queimar; e finalmente deve haver um contínuo suprimento de oxigênio para alimentar a combustão.

13.1.4 FOGO COMO AGENTE DESTRUIDOR


O fogo, grande auxiliar do homem, é também um de seus maiores inimigos em potencial. De dois em
dois minutos ocorre um incêndio num lar do Brasil. Em cada hora morre pelo menos uma pessoa em
conseqüência de incêndios. Diariamente há prejuízos materiais motivados pelos incêndios.

13.1.5 CAUSAS DE INCENDIOS


Do ponto de vista científico o fogo ocorre quando estão presentes os três fatores: combustível, oxigênio
e calor suficiente para levar o combustível ao ponto de ignição. Por trás desses três fatores está o próprio homem,
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responsável por três quartos dos incêndios destruidores, devido à falta de precaução ou descuido. A quarta parte
restante tem causas diversas, possivelmente estáveis. Os incêndios nas florestas são quase todos iniciados pelo
descuido de fumantes ou de pessoas que, estejam acampadas. Cerca de quarenta incêndios domésticos diários
são causados pelo esquecimento de ferros elétricos ligados. A falta de cuidado no uso de fósforo e hábitos
descuidados de fumar são as principais causas de incêndios. Outras causas comuns são fios elétricos em mau
estado, defeitos da ignição dos automóveis, esquecimento de desligar o fogão elétrico ou a gás, defeitos nos
fornos, falta de cuidado com a gasolina ou qualquer outro líquido inflamável.

13.1.6 O QUE FAZER EM CASO DE INCÊNDIO


Todos nós precisamos saber o que fazer em caso de incêndio. Você sabe, por exemplo, o que faria agora
mesmo se sentisse o cheiro de fumaça, indicando que há fogo em algum lugar?

13.1.7 EXTINGUINDO O FOGO


A extinção de incêndios baseia-se na eliminação de um ou mais dos três fatores essenciais à combustão.
Assim, para apagar o fogo impedimos o suprimento de oxigênio, retiramos o combustível e colocamos a
temperatura do material queimado abaixo do ponto de ignição. A exclusão do oxigênio e a redução da
temperatura são os métodos de extinção mais usados.
A retirada do material inflamável produz efeito no caso de incêndios pequenos, como depósitos de
carvão, pilhas de madeira, cestos de papéis. Entre os meios prontamente disponíveis para eliminar o oxigênio
estão o de cobrir o fogo com lama ou outro material não inflamável ou o de jogar um cobertor pesado sobre o
fogo. Os extintores de incêndio atingem seu objetivo pelo resfriamento ou pelo abafamento (que significa afastar
o oxigênio do fogo).

Ou seja se suprimirmos desse triângulo, um dos seus lados, eliminaremos o fogo. A partir disso, podemos definir
as 3 formas de eliminar Combustão:
a) Resfriamento: Quando se retira o calor;
b) Abafamento: Quando se retira o comburente;
c) Isolamento: Quando se retira o combustível.

13.2 Classes de Incêndio

13.2.1 CLASSE A
Compreende os incêndios em corpos combustíveis comuns: papel, madeira, fibras, etc., que quando
queimam deixam cinzas e resíduos e queimam em razão de seu volume, isto é, em superfície e profundidade.
Necessitam para a sua extinção, o efeito de resfriamento: a água ou solução que a contenha em grande
porcentagem.

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13.2.2 CLASSE B
São os incêndios em líquidos petrolíferos e outros líquidos inflamáveis tais como a gasolina, óleo,
tintas, etc., os quais, quando queimam, não deixam resíduos e queimam unicamente em função de sua superfície.
Para sua extinção, usa-se o sistema de abafamento (extintor de espuma).

13.2.3 CLASSE C
Compreende os incêndios em equipamentos elétricos que oferecem riscos ao operador. Exige-se, para a
sua extinção, um meio não condutor de energia elétrica (extintor de CO2).

13.3 Agentes Extintores


Os agentes mais empregados na extinção de incêndios são: água, espuma, gás carbônico e pó químico
seco. Para conhecer mais sobre cada um dos agentes extintores acima clique abaixo:

13.3.1 ÁGUA (H2O)


É o mais comum e muito usado por ser encontrado em abundância. Age por resfriamento, quando
aplicada sob a forma de jato sólido ou neblina nos incêndios de Classe A, é difícil extinguir o fogo em líquidos
inflamáveis com água por ser ela mais pesada que eles. É boa condutora de energia elétrica, o que a torna
extremamente perigosa nos incêndios de Classe C.

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13.3.2 ESPUMA (ES)


Existem dois tipos: química e mecânica.
A espuma química é produzida juntando-se soluções aquosas de sulfato de alumínio e bicarbonato de
sódio (com alcaçuz, como estabilizador). Sua razão média de expansão é de 1:10.
A espuma mecânica é produzida pelo batimento mecânico de água com extrato proteínico, uma espécie
de sabão líquido concentrado. Sua razão de expansão é de 1:6. A espuma mecânica de alta expansão chega a
1:1000.
Tanto a espuma química como a mecânica têm dupla ação. Agem por resfriamento, devido a água e por
abafamento, devido a própria espuma. Portanto, são úteis nos incêndios de Classe A e B.
Não devem ser empregadas em incêndios de Classe C, porque contêm água.

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13.3.3 GÁS (CO2)


Gás insípido, inodoro, incolor, inerte e não condutor de eletricidade. Pesa cerca de 1,5 vezes mais do
que o ar atmosférico e é armazenado, sob a pressão de 850 libras, em tubos de aço. Quando aplicado sobre os
incêndios, age por abafamento, suprimindo e isolando o oxigênio do ar.
É eficiente nos incêndios de Classes B e C. Não dá bons resultados nos de Classe A.

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Funcionamento:
1° Remover o Pino de Segurança.
2° Segurar o difusor com a mão direita e comprimir o gatilho da válvula com a mão esquerda.

Funcionamento:
1° Remover o Pino de Segurança.
2° Segurar o difusor com a mão direita e comprimir o gatilho da válvula com a mão esquerda.

13.3.4 PÓ QUÍMICO SECO (PÓ)


O pó químico comum é fabricado com 95% de bicarbonato de sódio, micropulverizado e 5% de
estearato de potássio, de magnésio e outros, para melhorar sua fluidez e torná-lo repelente à umidade e ao
empedramento.
Age por abafamento e, segundo teorias mais modernas, age por interrupção da reação em cadeia de
combustão, motivo pelo qual é o agente mais eficiente para incêndios de Classe B.
Não conduz eletricidade e pode ser usado em fogo de Classe C. Contudo, deve-se evitá-lo em
equipamentos eletrônicos onde, aliás, o CO2 é mais indicado. Não dá bons resultados nos incêndios de Classe A.

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Modelo - Pressão Injetada - Funcionamento


1° Abrir o registro da ampola.
2° Comprimir o gatilho da pistola.

Modelo Pressurizado - Funcionamento


1° Remover o pino de segurança.
2° Comprimir o gatilho da válvula.

13.4 Medidas de Prevenção:

13.4.1 NR 23 - PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS


A NR 23 traz as principais medidas de proteção contra incêndios a serem tomadas:
1. Disposições gerais.
1.1. Todas as empresas deverão possuir:
a) proteção contra incêndio;
b) saídas suficientes para a rápida retirada do pessoal em serviço, em caso de incêndio;
c) equipamento suficiente para combater o fogo em seu início;
d) pessoas adestradas no uso correto desses equipamentos.
Saídas
2 Os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número suficiente e dispostas, de modo que aqueles que se
encontrem nesses locais possam abandoná-los com rapidez e segurança, em caso de emergência. (123.001-8 / I3)
2.1. A largura mínima das aberturas de saída deverá ser de 1,20m (um metro e vinte centímetros). (123.002-6 /
I2 )
2.2. O sentido de abertura da porta não poderá ser para o interior do local de trabalho. (123.003-4 / I1)
2.3. Onde não for possível o acesso imediato às saídas, deverão existir, em caráter permanente e completamente
desobstruídos, circulações internas ou corredores de acesso contínuos e seguros, com largura mínima de 1,20m
(um metro e vinte centímetros). (123.004-2 / I2)

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2.4. Quando não for possível atingir, diretamente, as portas de saída, deverão existir, em caráter permanente, vias
de passagem ou corredores, com largura mínima de 1,20m (um metro e vinte centímetros) sempre rigorosamente
desobstruídos. (123.005-0 / I2)
2.5. As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por meio de placas ou sinais
luminosos, indicando a direção da saída. (123.006-9 / I1)
2.6. As saídas devem ser dispostas de tal forma que, entre elas e qualquer local de trabalho, não se tenha de
percorrer distância maior que 15,00m (quinze metros) nos de risco grande e 30,00m (trinta metros) de risco
médio ou pequeno. (123.007-7 / I2)
2.6.1. Estas distâncias poderão ser modificadas, para mais ou menos, a critério da autoridade competente em
segurança do trabalho, se houver instalações de chuveiros sprinklers, automáticos, e segundo a natureza do risco.
2.7. As saídas e as vias de circulação não devem comportar escadas nem degraus; as passagens serão bem
iluminadas. (123.008-5 / I2)
2.8. Os pisos, de níveis diferentes, deverão ter rampas que os contornem suavemente e, neste caso, deverá ser
colocado um "aviso" no início da rampa, no sentido do da descida. (123.009-3 / I2)
2.9. Escadas em espiral, de mãos ou externas de madeira, não serão consideradas partes de uma saída.
3. Portas.
3.1. As portas de saída devem ser de batentes, ou portas corrediças horizontais, a critério da autoridade
competente em segurança do trabalho. (123.010-7 / I2)
3.2. As portas verticais, as de enrolar e as giratórias não serão permitidas em comunicações internas. (123.011-5
/ I3)
3.3. Todas portas de batente, tanto as de saída como as de comunicações internas, devem:
a) abrir no sentido da saída; (123.012-3 / I2)
b) situar-se de tal modo que, ao se abrirem, não impeçam as vias de passagem. (123.013-1 / I2)
3.4. As portas que conduzem às escadas devem ser dispostas de maneira a não diminuírem a largura efetiva
dessas escadas. (123.014-0 / I2)
3.5. As portas de saída devem ser dispostas de maneira a serem visíveis, ficando terminantemente proibido
qualquer obstáculo, mesmo ocasional, que entrave o seu acesso ou a sua vista. (123.015-8 / I2)
3.6. Nenhuma porta de entrada, ou saída, ou de emergência de um estabelecimento ou local de trabalho, deverá
ser fechada a chave, aferrolhada, ou presa durante as horas de trabalho. (123.016-6 / I2)
3.7. Durante as horas de trabalho, poderão ser fechadas com dispositivos de segurança, que permitam a qualquer
pessoa abri-las facilmente do interior do estabelecimento, ou do local de trabalho. (123.017-4 / I2)
3.7.1. Em hipótese alguma, as portas de emergência deverão ser fechadas pelo lado externo, mesmo fora do
horário de trabalho. (123.018-2 / I3)
4. Escadas.
4.1 Todas as escadas, plataformas e patamares deverão ser feitos com materiais incombustíveis e resistentes ao
fogo. (123.019-0 / I2)
5. Ascensores.
5.1. Os poços e monta-cargas respectivos, nas construções de mais de 2 (dois) pavimentos, devem ser
inteiramente de material resistente ao fogo. (123.020-4 / I2)
6. Portas corta-fogo.
6.1. As caixas de escadas deverão ser providas de portas corta-fogo, fechando-se automaticamente e podendo ser
abertas facilmente pelos 2 (dois) lados. (123.021-2 / I3)
7. Combate ao fogo.
7.1. Tão cedo o fogo se manifeste, cabe:
a) acionar o sistema de alarme;
b) chamar imediatamente o Corpo de Bombeiros;
c) desligar máquinas e aparelhos elétricos, quando a operação do desligamento não envolver riscos
adicionais;
d) atacá-lo o mais rapidamente possível, pelos meios adequados.
7.2. As máquinas e aparelhos elétricos que não devam ser desligados em caso de incêndio deverão conter placa
com aviso referente a este fato, próximo à chave de interrupção. (123.022-0 / I1)
7.3. Poderão ser exigidos, para certos tipos de indústria ou de atividade em que seja grande o risco de incêndio,
requisitos especiais de construção, tais como portas e paredes corta-fogo ou diques ao redor de reservatórios
elevados de inflamáveis.
8. Exercício de alerta.
8.1. Os exercícios de combate ao fogo deverão ser feitos periodicamente, objetivando:
a) que o pessoal grave o significado do sinal de alarme; (123.023-9 / I2)
b) que a evacuação do local se faça em boa ordem; (123.024-7 / I2)

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c) que seja evitado qualquer pânico; (123.025-5 / I2)


d) que sejam atribuídas tarefas e responsabilidades específicas aos empregados; (123.026-3 / I2)
e) que seja verificado se a sirene de alarme foi ouvida em todas as áreas. (123.027-1 / I2)
8.2. Os exercícios deverão ser realizados sob a direção de um grupo de pessoas, capazes de prepará-los e dirigi-
los, comportando um chefe e ajudantes em número necessário, segundo as características do estabelecimento.
(123.028-0 / I1)
8.3. Os planos de exercício de alerta deverão ser preparados como se fossem para um caso real de incêndio.
(123.029-8 / I1)
8.4. Nas fábricas que mantenham equipes organizadas de bombeiros, os exercícios devem se realizar
periodicamente, de preferência, sem aviso e se aproximando, o mais possível, das condições reais de luta contra
o incêndio. (123.030-1 / I1)
8.5. As fábricas ou estabelecimentos que não mantenham equipes de bombeiros deverão ter alguns membros do
pessoal operário, bem como os guardas e vigias, especialmente exercitados no correto manejo do material de luta
contra o fogo e o seu emprego. (123.031-0 / I1)
9. Classes de fogo.
9.1. Será adotada, para efeito de facilidade na aplicação das presentes disposições, a seguinte classificação de
fogo:
Classe A - são materiais de fácil combustão com a propriedade de queimarem em sua superfície e
profundidade, e que deixam resíduos, como: tecidos, madeira, papel, fibras, etc.;
Classe B - são considerados os inflamáveis os produtos que queimem somente em sua superfície, não
deixando resíduos, como óleo, graxas, vernizes, tintas, gasolina, etc.;
Classe C - quando ocorrem em equipamentos elétricos energizados como motores, transformadores,
quadros de distribuição, fios, etc.
9.2. Classe D - elementos pirofóricos como magnésio, zircônio, titânio.
10. Extinção por meio de água.
10.1. Nos estabelecimentos industriais de 50 (cinqüenta) ou mais empregados, deve haver um aprisionamento
conveniente de água sob pressão, a fim de, a qualquer tempo, extinguir os começos de fogo de Classe A.
(123.032-8 / I2)
10.2. Os pontos de captação de água deverão ser facilmente acessíveis, e situados ou protegidos de maneira a não
poderem ser danificados. (123.033-6 / I2)
10.3 Os pontos de captação de água e os encanamentos de alimentação deverão ser experimentados,
freqüentemente, a fim de evitar o acúmulo de resíduos. (123.034-4 / I2)
10.4. A água nunca será empregada:
a) nos fogos da Classe B, salvo quando pulverizada sob a forma de neblina;
b) nos fogos da Classe C, salvo quando se tratar de água pulverizada;
c) nos fogos da Classe D;
d) chuveiros (sprinklers) automáticos.
10.5. Os chuveiros automáticos devem ter seus registros sempre abertos, e só poderão ser fechados em casos de
manutenção ou inspeção, com ordem da pessoa responsável. (123.035-2 / I2)
10.5.1. Um espaço livre de pelo menos 1,00m (um metro) deve existir abaixo e ao redor das cabeças dos
chuveiros, a fim de assegurar uma inundação eficaz. (123.036-0 / I1)
11. Extintores.
11.1. Em todos os estabelecimentos ou locais de trabalho só devem ser utilizados extintores de incêndio que
obedeçam às normas brasileiras ou regulamentos técnicos do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial - INMETRO, garantindo essa exigência pela aposição nos aparelhos de identificação de
conformidade de órgãos de certificação credenciados pelo INMETRO. (123.037-9 / I2)
12. Extintores portáteis.
12.1. Todos os estabelecimentos, mesmo os dotados de chuveiros automáticos, deverão ser providos de
extintores portáteis, a fim de combater o fogo em seu início. Tais aparelhos devem ser apropriados à classe do
fogo a extinguir. (123.038-7 / I3)
13. Tipos de extintores portáteis.
13.1. O extintor tipo "Espuma" será usado nos fogos de Classe A e B. (123.039-5 / I2)
13.2. O extintor tipo "Dióxido de Carbono" será usado, preferencialmente, nos fogos das Classes B e C, embora
possa ser usado também nos fogos de Classe A em seu início. (123.040-9 / I2)
13.3. O extintor tipo "Químico Seco" usar-se-á nos fogos das Classes B e C. As unidades de tipo maior de 60 a
150 kg deverão ser montadas sobre rodas. Nos incêndios Classe D, será usado o extintor tipo "Químico Seco",
porém o pó químico será especial para cada material. (123.041-7 / I2)

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13.4. O extintor tipo "Água Pressurizada", ou "Água-Gás", deve ser usado em fogos Classe A, com capacidade
variável entre 10 (dez) e 18 (dezoito) litros. (123.042-5 / I2)
13.5. Outros tipos de extintores portáteis só serão admitidos com a prévia autorização da autoridade competente
em matéria de segurança do trabalho. (123.043-3 / I2)
13.6. Método de abafamento por meio de areia (balde areia) poderá ser usado como variante nos fogos das
Classes B e D. (123.044-1 / I2)
13.7. Método de abafamento por meio de limalha de ferro fundido poderá ser usado como variante nos fogos
Classe D. (123.045-0 / I2)
14. Inspeção dos extintores.
14.1. Todo extintor deverá ter 1 (uma) ficha de controle de inspeção (ver modelo no anexo). (123.046-8 / I2)
14.2. Cada extintor deverá ser inspecionado visualmente a cada mês, examinando-se o seu aspecto externo, os
lacres, os manômetros quando o extintor for do tipo pressurizado, verificando se o bico e válvulas de alívio não
estão entupidos. (123.047-6 / I2)
14.3. Cada extintor deverá ter uma etiqueta de identificação presa ao seu bojo, com data em que foi carregado,
data para recarga e número de identificação. Essa etiqueta deverá ser protegida convenientemente a fim de evitar
que esses dados sejam danificados. (123.048-4 / I2)
14.4. Os cilindros dos extintores de pressão injetada deverão ser pesados semestralmente. Se a perda de peso for
além de 10 (dez) por cento do peso original, deverá ser providenciada a sua recarga. (123.049-2/I2)
14.5. O extintor tipo "Espuma" deverá ser recarregado anualmente. (123.050-6 / I2)
14.6. As operações de recarga dos extintores deverão ser feitas de acordo com normas técnicas oficiais vigentes
no País. (123.051-4 / I2)
15. Quantidade de extintores.
15.1. Nas ocupações ou locais de trabalho, a quantidade de extintores será determinada pelas condições
seguintes, estabelecidas para uma unidade extintora conforme o item 23.16. (123.052-2 / I2)
17. Localização e sinalização dos extintores.
17.1. Os extintores deverão ser colocados em locais: (123.055-7 / I1)
a) de fácil visualização;
b) de fácil acesso;
c) onde haja menos probabilidade de o fogo bloquear o seu acesso.
17.2. Os locais destinados aos extintores devem ser assinalados por um círculo vermelho ou por uma seta larga,
vermelha, com bordas amarelas. (123.056-5 / I1)
17.3. Deverá ser pintada de vermelho uma larga área do piso embaixo do extintor, a qual não poderá ser
obstruída por forma nenhuma. Essa área deverá ser no mínimo de 1,00m x 1,00m (um metro x um metro).
(123.057-3 / I1)
17.4. Os extintores não deverão ter sua parte superior a mais de 1,60m (um metro e sessenta centímetros) acima
do piso. Os baldes não deverão ter seus rebordos a menos de 0,60m (sessenta centímetros) nem a mais de 1,50m
(um metro e cinqüenta centímetros) acima do piso. (123.058-1 / I1)
17.5. Os extintores não deverão ser localizados nas paredes das escadas. (123.059-0 / I1)
17.6. Os extintores sobre rodas deverão ter garantido sempre o livre acesso a qualquer ponto de fábrica.
(123.060-3 / I1)
17.7. Os extintores não poderão ser encobertos por pilhas de materiais. (123.061-1 / I1)
18. Sistemas de alarme.
18.1. Nos estabelecimentos de riscos elevados ou médios, deverá haver um sistema de alarme capaz de dar sinais
perceptíveis em todos os locais da construção. (123.062-0 / I3)
18.2. Cada pavimento do estabelecimento deverá ser provido de um número suficiente de pontos capazes de pôr
em ação o sistema de alarme adotado. (123.063-8 / I2)
18.3. As campainhas ou sirenes de alarme deverão emitir um som distinto em tonalidade e altura, de todos os
outros dispositivos acústicos do estabelecimento. (123.064-6 / I1)
18.4. Os botões de acionamento de alarme devem ser colocados nas áreas comuns dos acessos dos pavimentos.
(123.065-4 / I1)
18.5. Os botões de acionamento devem ser colocados em lugar visível e no interior de caixas lacradas com tampa
de vidro ou plástico, facilmente quebrável. Esta caixa deverá conter a inscrição "Quebrar em caso de
emergência". (123.066-2 / I1)

13.4.2 DICAS DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO


• Saiba o telefone do Corpo de Bombeiros: 193

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• Nunca deixe fósforos ao alcance de crianças e não as deixe sozinhas ou trancadas em casa. Use
protetores de tomadas e não deixe panelas com os cabos para fora do fogão.
• Ao ligar o fogão: primeiro acenda o fósforo, depois abra o gás.
• Tendo verificado vazamento de gás, não ligue ou desligue luzes, não risque fósforos, abra a casa para
ventilar o local, utilize espuma de sabão para testar o vazamento.
• Quando não estiver utilizando o fogão, deixe a válvula de gás desligada.
• Líquidos inflamáveis devem ser armazenados em pequenas quantidades e em recipientes fechados.
• Não acumule lixo nem guarde panos impregnados com cera, graxa, óleo, gasolina, etc.
• Não improvise instalações elétricas nem sobrecarregue tomadas. Evite ligar vários aparelhos numa
mesma tomada. Não use Benjamins "T".
• Respeite os avisos que proibem fumar, não fume na cama e apague o cigarre em cinzeiro, não jogue o
toco de cigarro em lixeiras.
• Saiba a localização dos extintores de incêndio.
• Ao sair de casa, verifique se os aparelhos estão desligados das tomadas e a válvula de gás está fechada.
• Nunca instale cortinas perto do fogão.
• Instale seu botijão fora da cozinha em local ventilado, procurando usar tubulações metálicas

13.4.3 COMO AGIR EM CASO DE INCÊNDIO


• Não dê alarme falso. Alguém pode estar precisando de real ajuda.
• Mantenha a calma e ligue para o Corpo de Bombeiros (193).
• Diga o que está acontecendo, endereço e um ponto de referência.
• Diga seu nome e número de telefone que está utilizando, para posterior confirmação da ocorrência.
• Em caso de incêndio em sua residência ou local de trabalho, não sendo possível apagá-lo, saia
imediatamente, sem escancarar portas e janelas, evitando que o fogo se propague.
• Faça o possível para desligar a energia elétrica e registro de gás.
• Use o extintor de incêndio.
• Em caso de muita fumaça, coloque um lenço ou pano úmido sobre a boca e nariz e saia arrastando-se,
pois a tendência do calor e da fumaça é subir a 40 cm do chão.
• Saia pela escada, nunca por elevadores.
• Preso numa sala, permaneça junto ao piso e livre-se de tudo que possa queimar facilmente.
• Molhe suas roupas e mantenha-se vestido para proteger-se.
• Fora do prédio, jamais retorne, chame o Corpo de Bombeiros.
• Em hipótese alguma salte do prédio. O Socorro sempre chega. Coloque-se onde possa ser visto.
• Mantenha a calma e procure auxiliar as outras pessoas, evitando o pânico.
• Vendo uma pessoa com as roupas em chamas, role-a no chão ou envolva-a com um cobertor ou
cortina.

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INFORMAÇÕES BÁSICAS DE
SEGURANÇA DO TRABALHO:
PPRA - NR9
TODOS empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, são
obrigadas de elaborar e implementar o PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS -
PPRA, visando a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores.
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá conter, no mínimo: o planejamento anual;
estratégia e metodologia de ação; forma de registro, manutenção e divulgação dos dados; periodicidade e forma
de avaliação do desenvolvimento do PPRA.
As multas relacionadas a esta norma variam de 630 Ufir até 6.304 Ufir

PCMSO NR-7
Todos empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, são obrigadas
de elaborar e implementar o PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL -
PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação de saúde do conjunto dos seus trabalhadores.
O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos: admissional;
periódico; de retorno ao trabalho; de mudança de função; demissional.
As multas relacionadas a esta norma variam de 378 Ufir até 6.304 Ufir

PCMAT NR-18
Na Indústria da Construção é obrigatória a elaboração e o cumprimento do PCMAT nos
estabelecimentos com 20(vinte) trabalhadores ou mais.
A implementação do PCMAT nos estabelecimentos é de responsabilidade do empregador ou
condomínio.
As multas relacionadas a esta norma variam de 630 Ufir até 6.304 Ufir

MAPA DE RISCOS CIPA NR-5


O Mapa de Riscos tem como objetivos reunir informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da
situação de segurança e saúde no trabalho na empresa.
Os dados consignados no Mapa de Riscos deverão ser considerados para fins de planejamento e
execução do PPRA em todas as suas fases.
As multas relacionadas a esta norma variam de 630 Ufir até 6.304 Ufir

CIPA
São obrigadas a constituir Cipa:
• Empresas com 20 empregados e grau de risco 3 ou 4;
• Empresas com 51 empregados e grau de risco 2
• Empresas com 501 empregados e grau de risco 1
As multas relacionadas a esta norma variam de 630 Ufir até 6.304 Ufir

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO - NR23


Todas as empresas deverão possuir:
a)Plano de Prevenção Contra Incêndio PPCI
b)Saídas suficientes para a rápida retirada do pessoal em serviço, em caso de incêndio:
c)Equipamento suficiente para combater o fogo em seu início;
d)Pessoas adestradas no uso correto dos equipamentos de combate a incêndio.
As multas relacionadas a esta norma variam de 630 Ufir até 6.304 Ufir

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