Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais
Disciplina Tecnologia da Soldagem
Professor: Hélio
TRANSFERENCIA METÁLICA MIG/MAG
Nome: Francisco Akassio Soares Correia
Matrícula: 0285262
Fortaleza, 13 de outubro de 2010.
1. Introdução
Diversas formas de transferência de metal podem ser observadas nos
diferentes processos de soldagem. A forma pela qual o metal fundido transfere- se da ponta da fonte de metal de adição (que, muitas vezes, é também o eletrodo) para a poça de fusão influencia diversos aspectos operacionais da soldagem, em particular, o nível de respingos e fumos, a capacidade do processo ser utilizado fora da posição plana, o formato do cordão e, enfim, a estabilidade e o desempenho operacional do processo [1]. O modo de transferência depende de diversos fatores como, por exemplo, os parâmetros elétricos do arco (tipo e valor da corrente, tensão e polaridade), o diâmetro e composição do metal de adição, tipo e composição do meio de proteção, comprimento energizado do eletrodo, pressão atmosférica, etc [1]. A transferência de metal no processo MIG/MAG apresenta inúmeras facetas. Classicamente, contudo, se considera três formas principais, isto é: Transferência por Curto-Circuito, Transferência Globular, Transferência por "Spray" (Aerossol ou Goticular). A Figura 1 mostra esquematicamente, os campos operacionais das formas principais de transferência em função da corrente e da tensão na soldagem MIG/MAG com eletrodo positivo e um gás de proteção a base de argônio.
Figura 1 - Condições de corrente e tensão para as diferentes formas de
transferência para a soldagem MIG/MAG [1]. 2. Objetivos
Obter e avaliar os diferentes tipos de transferência metálica na soldagem
a arco voltaico
3. Materiais e Métodos
3.1. Materiais
Chapas de aço.
Arame (Ǿ=1,2 mm);
Argônio com 2% de CO2 como gás de proteção.
3.2. Métodos
Fonte eletrônica Inversal 450.
Sistema de aquisição de dados dos sinais de tensão e corrente;
4. Metodologia
Foi realizado um cordão de solda cada tipo de transferência metálica:
curto-circuito, globular, gotícula e mista (corrente pulsada). Os parâmetros estão a seguir: Tabela 1 – Parâmetros usados para diferentes tipos de transferência metálica. Cordão Modo de Tensão Valim n° transferência (V) (m/min) 1 curto-circuito 20 3 2 globular 35 4 3 goticular 35 6.5 4 mista 38 5
Onde para a corrente pulsada, o tempo de base Tb= 5.2 ms e o tempo
de topo Tp = 3 ms. 5. Resultados
Cordão 1 – Transferência por curto-circuito
Figura 2 tem-se o oscilograma da transferência por curto circuito,
observa-se que há uma queda na tensão exatamente com uma subida brusca na corrente. No caso da corrente, esse fato ocorre quando a gota toca a poça de fusão, com o objetivo de a força magnética estrangular a gota e desprende- la, já a tensão cai devido à ocorrência do curto. Neste tipo de transferência, o barulho do curto é notável, e com alguns respingos.
Figura 2 – Oscilograma de transferência Metálica por curto-circuito
Cordão 2 – Transferência globular
Na figura 3, observa-se o oscilograma da transferência metálica tipo
globular, neste caso é necessária uma maior tensão para que a gota cresça e não toque a poça, utilizou-se uma tensão de 30 V, sendo cerca de 10V maior do que a tensão de curto circuito. No oscilograma observam-se alguns picos de corrente, isso se deve ao crescimento da gota e conseqüentemente redução da tensão. Com o aumento da corrente, tem-se uma maior força magnética e um estrangulamento da gota, mas a queda da gota deve-se em maior parte ao peso da mesma que aumento com o seu volume. Após a queda da gota a corrente volta ao seu estado de equilíbrio.
Figura 3 - Oscilograma de transferência Metálica Globular.
Cordão 3 – Transferência goticular
Com um aumento da corrente, o modo de transferência passa de
globular para goticular, quando a corrente passa a corrente de transição. Com isso ocorre uma redução no diâmetro da gota, e o vetor força magnética fica a favor do seu destacamento. Aqui o arco tem uma maior estabilidade, com pouca perturbação e quase nenhuma produção de respingos. Observando-se a Figura 4, percebe que a corrente está bem maior do que a corrente da transferência goticular e curto circuito. Figura 4 - Oscilograma de transferência Metálica Goticular
Como se observa na figura 4, a corrente está variando de 150 A corrente
de base, a 240 A corrente de topo. A corrente de 150 A está abaixo da corrente de transição, ocasionado o crescimento da gota, após o pulso de corrente 240 V a gota é destacada. O tempo e o valor da corrente de topo são selecionados para garantir o destacamento de uma gota por pulso. A média da corrente (Figura 5) é de 140 A, isso garante uma baixa energia no processo podendo ser utilizado para a soldagem de chapas finas.
Figura 5 - Oscilograma da transferência metálica mista (corrente pulsada).
6. Conclusão
Foi possível obter diferentes tipos de transferência metálica para
diferentes valores de corrente e tensão. Os diferentes tipos de transferência ocasionaram diferentes tipos de barulhos característicos para cada tipo de transferência. Na soldagem por curto circuito, percebeu-se um barulho característico do curto circuito, barulho este que acontece durante o toque da gota na peça. Este produziu uma quantidade considerável de respingos. Na soldagem por transferência globular, percebeu-se a necessidade de um aumento na tensão para evitar que a gota tocasse a poça fusão e assim permitindo o crescimento da gota. Na soldagem por transferência goticular, foi-se necessária uma maior corrente para que este tipo de transferência ocorresse. Este aumento de corrente foi conseguido aumentando a Valim, devido a capacidade de auto ajuste da fonte. Também se consegui uma alta estabilidade do arco. Por ultimo, na soldagem por transferência mista, foi-se constatado a alta estabilidade deste processo, alem da baixa energia, produzida pela corrente de base.
7. Referências
[1] Modenesi, P.J.,Técnica Operatória da Soldagem GMAW