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Notas de aula

Prof. Vânia Lúcia de Oliveira Portes

Agosto/2004
Apresentação

Tradicionalmente a disciplina Elementos de Geologia transmite uma grande


carga de conhecimentos que dará subsídios ao aluno para as disciplinas de Mecânica dos
Solos I e II do curso de Engenharia Civil.

Como forma de contribuir para uma simplificação dos assuntos abordados,


visto o grande acúmulo de material bibliográfico que esta disciplina oferece, e assim
melhor organizar os conteúdos da disciplina de Elementos de Geologia, apresenta-se os
assuntos em forma de notas de aulas. Porém, ressalta-se que a consulta de livros e outras
fontes bibliográficas são de suma importância para um maior conhecimento dos assuntos
abordados.

O livro texto base para a elaboração destas notas de aula é Geologia


Aplicada à Engenharia de Nivaldo José Chiossi (Editora do Grêmio Politécnico). E
como grande colaborador, o Prof. Mitsuo Tsutsumi, a quem gostaria de agradecer a
cessão de suas notas de aula, sendo de grande contribuição à elaboração desta.

A disciplina está estruturada em capítulos a seguir apresentados:

Capítulo 01 – Introdução à Geologia


Capítulo 02 – Crosta da Terra
Capítulo 03 – Minerais
Capítulo 04 – Rochas
Capítulo 05 – Rochas magmáticas
Capítulo 06 – Rochas sedimentares
Capítulo 07 – Rochas metamórficas
Capítulo 08 – Identificacao macroscópica das rochas
Capítulo 09 – Elementos sobre solos
Capítulo 10 – Solos e rochas como materiais de construção
Capítulo 11 – Estruturas geológicas
Capítulo 12 – Investigação do subsolo
Capítulo 13 – Mapas geológicos
Capítulo 14 – Água subterrânea
Capítulo 15 – Geologia prática

Prof.ª Vânia Lúcia de Oliveira Portes


TRN 020 – ELEMENTOS DE GEOLOGIA

GEOLOGIA E POSIÇÃO DA GEOLOGIA DE ENGENHARIA

1. INTRODUÇÃO

1.1 A GEOLOGIA DE ENGENHARIA

Geologia → ciência que trata da origem, evolução e estrutura da Terra, através do


estudo das rochas (GEO = terra; LOGOS = estudo). Divide-se em:
• Geologia Física ou Geral → estuda a composição e fenômenos que ocorrem
na Terra;
• Histórica → seqüência de fatos que resultam no atual estágio de
desenvolvimento do planeta.

APLICAÇÕES: mineração e à engenharia civil.

GEOLOGIA DE ENGENHARIA: definida como a aplicação de conhecimentos das


Geociências em estudos, projetos e obras de engenharia. Ou, de acordo com a definição
da Associação Internacional de Geologia de Engenharia:
“A ciência dedicada à investigação, estudo e solução de problemas de
engenharia e meio ambiente, decorrentes da interação entre a Geologia e os
trabalhos e atividades do homem, bem como à previsão e desenvolvimento de
medidas preventivas ou reparadoras de acidentes geológicos”.

GEOTECNIA: Geologia de Engenharia + Mecânica dos Solos + Mecânica das Rochas

O estudo da Geologia de Engenharia abrange:


• Definição das condições da geomorfologia, estrutura, estratigrafia, litologia
e água subterrânea das formações geológicas;
• Caracterização das propriedades mineralógicas, físicas, geomecânicas,
químicas e hidráulicas de todos os materiais terrestres envolvidos em
construção, recuperação de recursos e alterações ambientais;
• Avaliação do comportamento mecânico e hidrológico dos solos e maciços
rochosos;
• Previsão de alterações, ao longo do tempo, das propriedades citadas
anteriormente;
• Determinação dos parâmetros a serem considerados na análise de
estabilidade de taludes de obras de engenharia e de maciços naturais;
• Melhoria e manutenção das condições ambientais e das propriedades dos
terrenos.
Portanto, a Geologia de Engenharia aborda:
• A utilização das rochas, solos ou materiais terrosos como material de
construção;
• Os fenômenos que ocorrem na superfície da Terra e que podem trazer
algum tipo de problema às obras, destacando-se a alteração, erosão e
assoreamento nos diversos ambientes (rios, lagos, mares), os movimentos
de massa e a ação da água em subsuperfície;
• Os maciços rochosos e terrosos, sua investigação e como devem ser
apresentados ao engenheiro;
• Exemplos de conhecimentos geológicos necessários ao projeto, construção
e conservação de diversos tipos de obras.

1.2 HISTÓRICO DA GEOLOGIA

• Geologia como ramo específico da ciência para estudo da Terra – séc. VII;
• Nicolaus Steno (1631-1686), Bispo de Hamburgo, é reconhecido como o
fundador da Geologia como um ramo independente da Ciência;
• Dentre os pioneiros no desenvolvimento da Geologia, encontram-se J.G.
Lehmann, estudioso alemão falecido em 1767, um dos primeiros a visualizar
a possibilidade de ordenar a disposição e idade das rochas da crosta
terrestre;
• James Hutton (1726-1797), um escocês de Edimburgo, foi o primeiro
grande nome nos anais da Ciência. Seu livro “Teoria da Terra”, publicado
em 1785, trouxe as bases para os grandes avanços realizados durante o
século XIX;
• No século XIX, a nova ciência geológica defronta-se com uma série de
preconceitos de ordem religiosa e filosófica – oposição às idéias a respeito
da antiguidade da Terra;
• A moderna Geologia sofre influência da publicação “A origem das
espécies” de Charles Darwin (1859);
• Em meados do século XIX, o progresso da sociedade industrial européia
motivou grandes obras, possibilitando o desenvolvimento da Geologia;
• Desenvolvimento de novas ciências a partir de 1914: Mecânica das Rochas,
Geomecânica e Mecânica dos Solos;
• A partir da década de 1950, houve um grande surto de desenvolvimento
após a 2ª Guerra Mundial, exigindo a utilização de especialistas em todas as
áreas de conhecimento científico e tecnológico, resultando no acelerado
crescimento da Geotecnia.

2. POSIÇÃO DA GEOLOGIA DE ENGENHARIA

2.1 GEOLOGIA TEÓRICA OU NATURAL

2.1.1 FÍSICA: estudo dos tipos de materiais e seu modo de ocorrência bem
como de estudo de certas estruturas.
• Mineralogia – trata das propriedades cristalográficas (formas e estruturas)
físicas e químicas dos minerais, bem como da sua classificação;
• Petrografia – descrição dos caracteres intrínsecos da rocha, analisando
sua origem (composição química, minerais, arranjo dos grânulos minerais,
estado de alteração, etc.);
• Sedimentologia – é o estudo dos depósitos sedimentares e sua origem. As
inúmeras feições apresentadas nas rochas podem indicar os ambientes que
existiam no local no passado e assim entender os ambientes atuais;
• Estrutural – investiga os elementos estruturais presentes nas rochas e
causados por esforços;
• Geomorfologia – trabalha com a evolução das feições observadas na
superfície da Terra, identificando os principais agentes formadores dessas
feições e caracterizando a progressão da ação de agentes como o vento,
gelo, água... que afetam bastante o relevo terrestre. Em resumo: estuda a
maneira como as formas da superfície da Terra são criadas e destruídas.

2.1.2 HISTÓRICA: estudo da evolução dos acontecimentos e fenômenos


ocorridos no passado.

• Paleontologia – estuda a vida pré-histórica, tratando do estudo de fósseis


de animais e plantas micro e macroscópicos, sendo conhecidos através de
seus restos ou vestígios encontrados nas rochas. Os fósseis são
importantes indicadores das condições de vida existentes no passado
geológico, preservados por meios naturais na crosta terrestre;
• Estratigrafia – trata do estudo da seqüência das camadas (condições de
sua formação e a correlação entre os diferentes estratos ou camadas).

2.2 GEOLOGIA APLICADA: ligada ao estudo da ocorrência, exploração de minerais


e rochas sob o ponto de vista econômico, bem como à aplicação dos
conhecimentos geológicos aos projetos e às construções de obras de
Engenharia.

2.2.1 A ECONOMIA: envolve a aplicação de princípios geológicos para o


estudo do solo, rochas, água subterrânea e sua influência no
planejamento e construção de estruturas de engenharia, ou seja, é o
estudo dos materiais do reino mineral que o homem extrai da Terra para a
sua sobrevivência e evolução (substâncias orgânicas e inorgânicas).

• Mineração;
• Petróleo.

2.2.2 A ENGENHARIA: emprego dos conhecimentos geológicos para a solução


de certos problemas de Engenharia Civil, principalmente na abertura de
túneis e canais, implantação de barragens, construção de estradas,
obtenção de água subterrânea, projeto de fundações, taludes, etc.
ESTRUTURA E CROSTA DA TERRA

1. DEFINIÇÃO

A Terra tem um raio médio de 6.370 Km e sua estrutura interna é


constituída por três camadas concêntricas distintas:

• Litosfera ou Crosta: espessura de 120 Km;


A crosta não é uma camada única, sendo constituída de várias placas
tectônicas, divididas em três seções: continentes, plataformas continentais
(extensões das planícies costeiras que declinam suavemente abaixo do nível
do mar) e os assoalhos oceânicos (nas profundidades abissais dos
oceanos). Sua espessura varia de 5 a 10 km sob os oceanos e, de 25 a 90
km, nos continentes. É formada por três grandes grupos de rochas:
magmáticas ou ígneas, metamórficas e sedimentares.
• Manto: espessura de 2.900 Km;
Camada pastosa (material magmático) composta de silício, alumínio, ferro
e magnésio, sendo estes os elementos químicos predominantes. O manto
constitui 83% do volume e 65% da massa interna do nosso planeta. Sua
temperatura pode variar de 870º C, junto à crosta, até 2.200º C, junto à
parte externa do núcleo.
• Núcleo: espessura de 3.300 Km;
É constituído de Fe e Ni derretidos e sua temperatura varia de 2.200º C na
parte superior até cerca de 5.000º C nas regiões mais profundas. Apesar da
alta temperatura, a parte central do núcleo é formada de níquel e ferro em
estado sólido – conseqüência da grande pressão do interior do planeta.
2. CONSTITUIÇÃO

• Rochas: agregados naturais de um ou mais minerais – magmáticas (ou


ígneas), sedimentares e metamórficas;
• Em volume: 95 % de rochas magmáticas e 5 % de rochas sedimentares;
• Em área: 25 % de rochas magmáticas e 75 % de rochas sedimentares;
• 99 % da crosta é constituída por oito elementos químicos: O, Si, Al, Fe,
Ca, Na, K e Mg, sendo o oxigênio dominante.
• Litosfera ou crosta terrestre é a camada menos densa da Terra e a mais
consistente. É constituída de duas camadas: uma mais externa (SIAL) e
outra mais interna (SIMA), com uma variação de temperatura de 15ºC até
1.200ºC;
ü SIAL: são encontrados os elementos químicos que concentram 90%
dos minerais formadores das rochas do subsolo da crosta, como o
silício, alumínio, oxigênio e ferro. O SIAL apresenta espessuras
variáveis, sendo mais espesso nas áreas continentais (50 Km) e
praticamente zero nos oceanos e mares. É também chamado de
camada granítica;
ü SIMA: os elementos químicos dominantes são silício e magnésio e há o
predomínio de rocha vulcânica conhecida como basalto. É também
chamado de camada basáltica;
• A litosfera nos oceanos tem cerca de 5 km e só apresenta o SIMA, daí as
ilhas oceânicas serem de natureza basáltica.
MINERAIS

1. CONCEITO DE UM MINERAL

MINERAL – é toda substância homogênea, sólida ou líquida, de origem inorgânica que


surge naturalmente na crosta terrestre. Normalmente com composição química definida e,
se formado em condições favoráveis, terá estrutura atômica ordenada condicionando sua
forma cristalina e suas propriedades físicas.
EXCEÇÕES: o petróleo e o âmbar são considerado minerais, embora não possuam
composição química definida e serem matéria orgânica.

Mineralogia – ciência que estuda as propriedades, composição, maneira de ocorrência e


gênese dos minerais.

Os minerais se formam por cristalização, a partir de líquidos magmáticos ou soluções


termais, pela recristalização em estado sólido e ainda, como produto de reações químicas
entre sólidos e líquidos.

As rochas podem ser identificadas pelo tipo de mineral que as integra:


• Mineral essencial: o mineral caracteriza um tipo de rocha, como por exemplo,
o granito que é constituído pelo quartzo, micas e feldspatos;
• Minerais acessórios: revelam condições especiais de cristalização;
• Minerais secundários: aparecem na rocha depois de sua formação, ou seja,
são formados da alteração de outros minerais.

2. ESTRUTURA INTERNA DOS MINERAIS

Arranjo geométrico interno → estrutura cristalina


ü Macrocristalina;
ü Microcristalina;
ü Criptocristalina;
ü Sem arranjo cristalino → estrutura amorfa.

Os minerais não-amorfos ocorrem como cristais, que são corpos com forma geométrica,
limitados por faces, arranjadas de maneira regular e relacionadas com a orientação da
estrutura cristalina.
EXEMPLO: Estrutura interna e
forma Halita (NaCl).

Os cristais, com base nos elementos de simetria, foram reunidos em seis grupos,
denominados sistemas cristalinos.
3. CLASSIFICAÇÃO DOS MINERAIS

• De acordo com a composição química:


ü Silicatos: feldspato, mica, quartzo, serpentina, dorita, talco;
ü Óxidos: hematita, magnetita, limonita;
ü Carbonatos: calcita, dolomita;
ü Sulfatos: gesso, anidrita.

• De acordo como o elemento constituinte:


Exemplo: hematita – Fe2O3 (trigonal romboédrico), magnetita – Fe3O4
(isométrico), goethita – HFeO 2 (ortorrômbico), pirita – FeS 2 (isométrico),
marcassita – FeS 2 (ortorrômbico), etc;

• Quanto à densidade: leves (menos densos que o bromofórmio) e pesados


(mais densos – d = 2,89).

• Segundo a gênese e tipo de ocorrência do mineral:


ü Magmáticos: são resultantes da cristalização do magma e constituem as
rochas ígneas ou magmáticas. Nota-se n fase cristalina resultante a
presença de vários minerais com composições e propriedades diferentes.
Exemplo: rochas (basaltos, gabro, granito, etc) e depósitos minerais
(magnetita, etc).
ü Metamórficos: originam-se principalmente pela ação da temperatura,
pressão litostática e pressão das fases voláteis sobre rochas magmáticas,
sedimentares e também sobre outras rochas metamórficas.
Exemplo: granada, andaluzita, cianita, etc.
ü Minerais sublimados: são aqueles formados diretamente da cristalização
de um vapor, como também da interação entre vapores e destes com as
rochas dos condutos por onde passam.
ü Minerais pneumatolíticos: são formados pela reação dos constituintes
voláteis oriundos da cristalização magmática, desgaseificação do interior
terrestre ou de reações metamórficas sobre as rochas adjacentes.
Exemplo: topázio, berilo, turmalina, etc.

• Quanto à coloração: podem ser márficos ou fêmicos e félsicos ou cíclicos.


4. PROPRIEDADES DOS MINERAIS

4.1 PROPRIEDADES FÍSICAS

4.1.1 DUREZA
• É a resistência que um mineral oferece à abrasão ou ao risco;
• A dureza depende da sua composição química e da estrutura cristalina;
• Na prática, utilizam-se escalas comparativas, representadas por certos
minerais. Ex: Escala de Mohs – comporta dez graus e é constituída apenas
por minerais que, quando pulverizados deixam um pó branco.

Dureza Mineral Observações


1 Talco Risca-se com a unha.
2 Gipsita Risca-se com plástico comum e prego.
3 Calcita Risca-se com prego e canivete de aço.
4 Fluorita Risca-se com lima de aço e vidro de quartzo.
5 Apatita Material constituinte de ossos de animais.
6 Ortoclásio Não se risca com prego. Dureza do vidro comum.
7 Quartzo Não se risca com canivete de aço e vidro comum.
8 Topázio Não se risca com lima de aço.
9 Coríndon Material correspondente a abrasivo “alundum”.
10 Diamante Nenhum material pode riscar o diamante.

4.1.2 TRAÇO
• Propriedade de o mineral deixar um risco de pó, quando friccionado contra
uma superfície não polida de porcelana branca, sendo necessário que o
mineral tenha dureza inferior à porcelana;
• O traço nem sempre apresenta a mesma cor que o mineral.

4.1.3 CLIVAGEM
• Propriedade de um mineral se fragmentar segundo direções determinadas;
• Esta propriedade é uma boa característica de identificação, pois nem todos
minerais apresentam clivagem;
• Podem ser: proeminente (Calcita), perfeita (Feldspatos), distinta (Fluorita) e
indistinta (Apatita).

4.1.4 FRATURA
• É a superfície irregular que alguns minerais apresentam quando rompidos sob
a ação de uma força diferente do plano de clivagem ou de partição;
• Os termos usados mais comumente para exprimir o tipo de fratura são:
⇒ Concóide ou Conchoidal – é a mais comum, com superfícies lisas e
curvadas de modo semelhante à superfície interna de uma concha
(quartzo, vidro, galena, pirolusita);
⇒ Acicular – rompimento na forma de agulhas ou fibras finas;
⇒ Serrilhada – rompimento segundo uma superfície de forma dentada,
irregular, com bordas angulosas;
⇒ Irregular – rompimento formado por superfícies rugosas e irregulares.

4.1.5 TENACIDADE
• É a resistência oferecida pelo mineral ao ser rasgado, moído, dobrado ou
triturado. Podem ser classificados em:
⇒ Friável ou Quebradiço – facilmente rompidos e são reduzidos com
facilidade a pó (galena, pirolusita);
⇒ Maleável – o mineral é estendido por uma força compressiva,
transformando-se em uma lâmina fina ou folha por meio de deformação
plástica permanente (ouro, cobre);
⇒ Séctil – o mineral é cortado por faca ou canivete em folhas finas (cobre);
⇒ Dúctil – o mineral é extraído e alongado por uma força distensional
formando fios, por deformação plástica (ouro, prata);
⇒ Plástico – diante de um esforço, o mineral se deforma plasticamente, e
não retoma a sua forma original mesmo após a retirada do esforço
(gesso, clorita);
⇒ Elástico – recupera a forma primitiva ao cessar a tensão que o deforma,
desde que não tenha atingido o limite de ruptura (mica).

4.1.6 FLEXIBILIDADE
• É uma deformação que pode ser: elástica ou plástica.

4.1.7 PESO ESPECÍFICO


• Corresponde ao peso do mineral em relação ao peso de igual volume de água,
Par
calculado através: ρ esp. =
Par − Págua

Onde:
Par = peso do mineral no ar;
Págua = peso do mineral imersa na água.
• O valor é constante para cada tipo de mineral, pois o resultado está
relacionado com a sua composição e estrutura cristalina.
Grupo Densidade Composição química Exemplos
Quartzo, ortoclásio,
Leve < 2,9 Silicatos félsicos.
plagioclásio.
Pouco pesado 2,9 ~ 3,4 Silicatos máficos. Anfibólios, Ortopiroxênio.
Pesado 4,0 ~ 8,0 Óxidos e sulfetos de metal. Magnetita, pirita.
Muito pesado > 8,0 Elem. nativos metálicos. Ouro, prata e platina nativos.

4.1.8 PROPRIEDADES ÓPTICAS


• Brilho: é a propriedade que os minerais possuem de refletir a luz. Não
depende da cor, podendo o mineral apresentar brilho metálico ou não
metálico. Ex: Pirita (ouro de tolo)
• Cor: importante característica de identificação dos minerais, estando
relacionada com defeitos estruturais, composição química ou impurezas
contidas no mineral. Podem ser classificados como:
⇒ Incolores (acromáticos) – os raios luminosos atravessam-nos sem
absorção na parte visível do espectro. Ex: diamante, cristal de rocha;
⇒ Coloridos (idiocromáticos) – a cor resulta da presença de átomos de um
dado elemento próprio do mineral. Ex: azurita – azul devido ao Cobre e
rodonita – rosa devido ao Magnésio;
⇒ Cor adquirida (alocromáticos) – a cor resulta da presença de átomos de
um elemento que o mineral contém vestígios, como acontece, por
exemplo, com certas variedades de quartzo, de halita, de turmalina, etc. A
coloração pode ser proveniente da presença de núcleos coloridos
produzidos por um defeito na estrutura cristalina sem mistura de outros
elementos. Ex: quartzo fumado, ametista, diamante, fluorita;
⇒ Aparentemente coloridos (pseudocromáticos) – produzem-se efeitos
coloridos no cristal na seqüência de fenômenos ópticos. Ex: fratura,
refração, curvatura, dispersão ou interferência dos rios luminosos.
• Microscopia: não será abordado.

4.2 PROPRIEDADES MORFOLÓGICAS


4.2.1 HÁBITO: é a maneira mais freqüente como um cristal ou mineral se
apresenta, segundo os seis sistemas cristalinos existentes.

4.3 PROPRIEDADES QUÍMICAS: variam de acordo com sua composição


química e podem ser classificados como óxidos, silicatos, carbonato, sulfetos,
etc.
5. DESCRIÇÃO DOS MINERAIS MAIS COMUNS DE ROCHAS

5.1 PROPRIEDADES FÍSICAS GERAIS DOS MINERAIS DE ROCHAS

5.1.1 FORMA E HÁBITO: geralmente os minerais não se apresentam como


cristais, ou seja, não possuem forma geométrica. Considera-se, portanto,
três tipos de rochas: magmática (maior probabilidade de formar minerais
com forma própria – cristal idiomorfo), metamórfica (não apresentam
cristais bem formados) e sedimentar (apresentam minerais desgastados).
5.1.2 COR: quando puro, possui uma cor inerente, que pode variar de acordo
com as impurezas.
5.1.3 COR DO TRAÇO: não é critério para determinação de minerais.
5.1.4 CLIVAGEM: pode ser evidente nos minerais de rochas com granulação
grossa.
5.1.5 FRATURA: consideraremos uma só fratura: a concóide de quartzo.
5.1.6 REAÇÕES QUÍMICAS: fazer uso do KCl (1:1) para obter a
efervescência em carbonatos (calcários e dolomitos).
5.1.7 PESO ESPECÍFICO: pouco usual.

5.2 OS MINERAIS MAIS COMUNS DAS ROCHAS

1. Quartzo 6. Zircão 11. Topázio 16. Amianto


2. Feldspatos 7. Magnetita 12. Calcita 17. Talco
3. Micas 8. Hematita 13. Dolomita 18. Zeólitas
4. Anfibólios 9. Pirita 14. Caolim 19. Fluorita
5. Piroxênios 10. Turmalina 15. Clorita
Algumas dessas rochas, devido à granulação Todavia, quando observado ao microscópio petrográfico e
muito fina, a exemplo de alguns tipos de em casos extremos ao microscópio eletrônico, verifica-se que
basaltos, mostram-se em um exame a olho nu, são constituídos por várias substâncias cristalinas e, às vezes,
com aparência de um único mineral (massas também por material amorfo (vidro).
homogêneas).

• Segundo a gênese e tipo de ocorrência do mineral:


ü Magmáticos: arsenopirita ü Metamórficos: cianita

ü Minerais sublimados: enxofre ü Minerais pneumatolíticos: cassiterita


Feldspato: mineral
formador de rocha.
ROCHAS

1. DEFINIÇÃO

São agregados naturais de uma ou mais espécies de minerais e constituem


unidades mais ou menos definidas da crosta terrestre.

Exceção: lavas vulcânicas – nem sempre se mostram formadas por grânulos


de minerais iguais ou diferentes, e sim constituídos de material vítreo, amorfo e de
cores diversas.

Classificação das rochas quanto à quantidade de tipos de mineral

• Simples ou uniminerálicas – formada por apenas uma espécie de mineral.


Exemplo: quartzito – mineral único: quartzo (SiO 2)
mármore – mineral único: cristais de calcita (CaCO3)

• Composta ou pluriminerálicas – formada por mais de uma espécie de


mineral.
Exemplo: granito – presença de quartzo, feldspato e mica
diabásios – presença de feldspato, piroxênio e magnetita

• Mineral – matéria mineral é aquela formada por processos inorgânicos da


natureza e que possui composição química e estrutura definidas.
Sob o ponto de vista mineralógico, as rochas existentes na Crosta são
constituídas de somente 20 minerais. São eles: feldspatos (mais importantes
e abundantes), feldspatóides, micas, ferromagnesianos, olivinas e serpentina,
silicatos, óxidos, carbonatos, fosfatos, etc.

2. CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS

Em função da sua gênese:

• Magmáticas ou endógenas

• Sedimentares ou exógenas ou estratificadas


• Metamórficas
ORIGEM E FORMAÇÃO DAS ROCHAS

MAGMA: CORRESPONDE AO ESTADO DE FUSÃO DOS


CONSTITUINTES FORMADORES DA TERRA E, PRINCIPALMENTE,
FORMADORES DA CROSTA (SiO 2 ; Al2 O3 ; FeO; MgO; CaO; Na2 O; K 2 O).

ROCHA: É UM AGREGADO NATURAL DE UM OU MAIS MINERAIS,


OU VIDRO VULCÂNICO, OU AINDA MATÉRIA ORGÂNICA, E QUE
FAZ PARTE IMPORTANTE DA CROSTA SÓLIDA DA TERRA.

RESFRIAMENTO + CONSOLIDAÇÃO
MAGMA ROCHA ÍGNEA

PELA ORIGEM DA TERRA, AS ROCHAS ÍGNEAS TERIAM SIDO AS


PRIMERIAS A SE FORMAREM. APÓS A SUA FORMAÇÃO, AS
ROCHAS ÍGNEAS PASSARAM A SOFRER A AÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E
BIOLÓGICA DOS AGENTES ATMOSFÉRICOS, O QUE LEVA A
INSTABILIZAÇÃO DE SEUS MINERAIS E A FORMAÇÃO DO SOLO
RESIDUAL. A ESTE PROCESSO, DENOMINAMOS DE
INTEMPERISMO .

INTEMPERISMO
ROCHA ÍGNEA SOLO RESIDUAL

O SOLO RESIDUAL FORMADO FICA SUJEITO A AÇÃO DE FLUXO DA


ÁGUA, DO AR, DO GELO, DO IMPACTO DOS GRÃOS E COMEÇA A
SOFRER EROSÃO. O GRÃO SOLTO PASSA A SER TRANSPORTADO,
ATRAVÉS DE UM AGENTE TRANSPORTADOR, E DEPOSITA-SE EM
REGIÕES BAIXAS E PLANAS, PASSANDO A SER DENOMINADO DE
SEDIMENTO.

EROSÃO + TRANSPORTE + DEPOSIÇÃO


SOLO RESIDUAL SEDIMENTO

O SEDIMENTO FORMADO PODE SER LEVADO A GRANDES


PROFUNDIDADES POR SITUAÇÕES TAIS COMO A CHOQUE DE
PLACAS, DE FORMA QUE FICA SUJEITO A AÇÃO DE ALTAS
TEMPERATURAS E PRESSÃO. NESTE CASO, O SEDIMENTO PASSA A
SOFRER O PROCESSO DE LITIFICAÇÃO, TORNANDO-SE UMA
ROCHA SEDIMENTAR.
LITIFICAÇÃO
SEDIMENTO ROCHA SEDIMENTAR

CASO HAJA A CONTINUIDADE DO CHOQUE DE PLACAS


(SUBSIDÊNCIA) A ROCHA SEDIMENTAR OU ÍGNEA PODERÁ
ATINGIR PROFUNDIDADES DE 5 A 20 Km, ONDE AS
TEMPERATURAS E PRESSÕES PROVOCAM MUDANÇAS
MINERALÓGICAS QUE SÃO DENOMINADAS DE METAMORFISMO .
AS ROCHAS RESULTANTES DA AÇÃO DESTES PROCESSOS SÃO
DENOMINADAS DE ROCHAS METAMÓRFICAS.

METAMORFISMO
ROCHA SEDIMENTAR ROCHA METAMÓRFICA

TENDO CONTINUIDADE O AUMENTO DE PROFUNDIDADE, A


ROCHA ATINGIRÁ TEMPERATURAS E PRESSÕES TAIS QUE PODEM
PROVOCAR A SUA FUSÃO TOTAL OU PARCIAL, FORMANDO
NOVAMENTE O MAGMA.

ROCHA METAMÓRFICA FUSÃO MAGMA

RESUMO: A FORMAÇÃO DAS ROCHAS SE DÁ POR REFRIAMENTO


DO MAGMA, CONSOLIDAÇÃO DE DEPÓSITOS SEDIMENTARES E
METAMORFISMO.
ROCHAS ÍGNEAS OU MAGMÁTICAS

1. SEQÜÊNCIA DE CRISTALIZAÇÃO DAS ROCHAS ÍGNEAS:


AS ROCHAS ÍGNEAS SÃO CARACTERIZADAS POR SE ORIGINAREM ATRAVÉS
DO RESFRIAMENTO E CONSOLIDAÇÃO DO MAGMA, QUE É UMA SOLUÇÃO
SILICATADA COMPLEXA, QUENTE, EM ESTADO TOTAL OU PARCIAL DE FUSÃO.

• ROCHAS DE COMPOSIÇÃO DIFERENTES FUNDEM EM TEMPERATURAS


DIFERENTES;

• MINERAIS RESULTANTES DA SOLIFICAÇÃO DE UMA FUSÃO


DEPENDEM DA:
- COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA FUSÃO
- PRESSÃO TOTAL
- PRESSÃO PARCIAL DOS VOLÁTEIS

2. NATUREZA DOS MAGMAS:


AS LAVAS SÃO MAGMAS QUE ATINGEM A SUPERFÍCIE DA TERRA,
ATRAVÉS DOS VULCÕES.
VELOCIDADE – 100 m/dia a 50 km/h.
TEMPERATURA – 900 a 1200o C

3. MODO DE OCORRÊNCIA DAS ROCHAS ÍGNEAS:


EXTRUSIVAS: FORMADAS NA SUPERFÍCIE TERRESTRE
- DERRAMES VULVÂNICOS – extravasamento e resfriamento da
lava; corpos magmáticos de forma tabular que cobrem certas
áreas que dependem da fluidez do magma, que por sua vez
depende da composição química.
Ex:
ü Magmas básicos: pobres em Si e ricos em Fe e Mg – são
mais móveis, como por exemplo, o basalto
ü Magmas ácidos: ricos em Si e pobres em Fe e Mg – são mais
viscosos dando origem às estruturas vulcânicas
- DEPÓSITOS PIROCLÁSTICOS – ocorrem explosões
Ex: brechas vulcânicas, tufos, cineritos.
INTRUSIVAS: O RESFRIAMENTO SE DÁ NO INTERIOR DA CROSTA. SUA
FORMA DEPENDE DA ESTRUTURA GEOLÓGICA E DA NATUREZA DA ROCHA
QUE NELAS PENETRAM.
Concordante – o magma ao penetrar uma rocha pré-existente se
orienta segundo os planos de estratificação ou xistosidade
Discordante ou transgressiva – não orientada segundo planos de
estratificação ou xistosidade
Mais comum no Brasil: sills, diques e batólitos
- PLUTÔNICAS OU ABISSAIS – são formadas a grandes
profundidades (batólitos)
Ex: granito, sienito
- HIPOABISSAIS – são formadas a médias profundidades (sills e
diques)
Ex: diabásio

4. CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS MAGMÁTICAS:


4.1 Porcentagem de sílica
Sílica está sempre presente. De acordo com a porcentagem:
- ácidas (superiores a 65%)
- intermediárias ou neutras (entre 52% e 65%)
- básicas (inferiores a 52%)

4.2 Cor dos minerais


Félsicos (claros) ou máficos (escuros).
Em relação a minerais escuros:
- Leucocráticas (inferiores a 30%)
- Mesocráticas (entre 30% e 60%)
- Melanocráticas (superiores a 60%)

4.3 Tipo de feldspato


- Alcalinas: predominância dos feldspatos potássicos, sódicos,
e os intercrescimentos de ambos sobre os plagioclásios.
- Monzoníticas: equilíbrio entre feldspatos alcalinos e
feldspatos alcali-cálcicos.
- Alcali-cálcicas ou plagioclásticas: predominância dos
plagioclásios sobre feldspatos alcalinos.
4.4 Granulação
A granulação do mineral também é utilizada como base de classificação
- Grossa (> 5 mm): rochas formadas a grandes profundidades
- Média (entre 1 mm e 5 mm): rochas formadas a
profundidades médias
- Fina (< 1 mm): rochas formadas na superfície da Terra

4.5 Classificação resumida

4.5.1 Rochas portadoras de feldspatos


a) Rochas ácidas: granitos, pegmatitos, aplitos, granadioritos
b) Rochas intermediárias: sienitos, dioritos
c) Rochas básicas: basaltos, diabásios, gabros

4.5.2 Rochas sem feldspatos


a) Ultramafitos: consistem em minerais ferromagnesianos e
acessórios. A presença de qualquer tipo de feldspato, exclui a
rocha deste grupo.
Ex. piroxenitos, peridotitos, etc.
b) Lamprófitos: difícil enquadramento em qualquer esquema de
classificação. Associados com qualquer grupo citado
anteriormente.
4.6 Classificação das rochas ígneas em Geologia de Engenharia

4.6.1 Rochas graníticas ou ácidas


Pegmatito Granito Granodiorito Aplito
Granulação Muito grossa Grossa a média Média a fina Fina
Modo de ocorrência Diques Grandes massas Massas e diques Diques
Cor mais comum Clara Tons de cinza-róseo Cinza Cinza-clara e rósea

4.6.2 Rochas básicas


Gabro Diabásio Basalto Basalto
maciço vesicular
Granulação Grossa Média a fina Fina Fina, com cavid.
Modo de Massa de rochas e diques Diques Derrames Derrames
ocorrência
Cor mais comum Preta-cinza-esverdeada Preta Preta, cinza, Marron
esverdeada

4.6.3 Rochas intermediárias ou alcalinas


Nefelina-Sienito Tinguaíto, Fonólito
Granulação Média a grossa Fina a média, com cristais maiores
Modo de ocorrência Intrusões Intrusões
Cor mais comum Tons de cinza Verde-escura preta
APLICAÇÕES PRÁTICAS DAS ROCHAS ÍGNEAS

a) CONSTRUÇÃO CIVIL – EDIFICAÇÕES:


O GRANITO É A ROCHA MAIS EMPREGADA COMO PEDRA DE
CONSTRUÇÃO: GRANDES BLOCOS PARA PEDESTAL DE MONUMENTOS,
PEDRAS PARA MUROS E MEIO-FIOS, PARALELEPÍPEDOS E PEDRAS
IRREGULARES PARA PAVIMENTAÇÃO, BRITA PARA CONCRETO, PLACA
POLIDAS PARA REVESTIMENTO DE PAREDES, PIAS, LAVABOS, ETC.
O BASALTO TAMBÉM SE PRESTA PARA AS MESMAS UTILIDADES.

b) ATERROS:
OS SOLOS ORIGINADOS DE ROCHAS GRANÍTICAS, POR MISTURAREM
GRÃOS DE QUARTZO COM LAMELAS DE ARGILA, APRESENTAM-SE COMO
EXCELENTES MATERIAIS PARA A CONSTRUÇÃO DE ATERROS
COMPACTADOS, POIS ALIAM ATRITO E COESÃO.
SOLOS PROVENIENTES DE BASALTO POSSUEM GRÃOS PURAMENTE
ARGILOSOS, RESISIT INDO SOMENTE À COESÃO.

SOLO DE GRANITO H SOLO DE BASALTO


c) ESTRADAS:
AS ROCHAS GRANÍTICAS TÊM A GRANDE VANTAGEM DE FORNECER
GRAGMENTOS DE BRITA DE FORMA CUBÓIDE, IDEAIS PARA O EMPREGO
EM BASES DE ESTRADAS, FACE À ELEVADA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO
E AO DESGASTE QUE A ELAS CONFERE.

P
REVESTIMENTO
(asfalto, concreto)

PAVIMENTO Ep

SOLO NATURAL
OU SUB-LEITO
BASE
(Brita Graduada)

SUB-BASE
(Rachão ou
Macadame Seco)

O PAVIMENTO É UMA ESTRUTURA CONSTRUÍDA APÓS A TERRAPLENAGEM


E DESTINADA, ECONÔMICA E SIMULTANEAMENTE, EM SEU CONJUNTO A:
- RESISTIR E DISTRIBUIR AO SUBLEITO OS ESFORÇOS
VERTICAIS E HORIZONTAIS PRODUZIDOS PELO TRÁFEGO;
- MELHORAR AS CONDIÇÕES DE ROLAMENTO E
SEGURANÇA;

RODOVIAS FERROVIAS AEROPORTOS


d) BARRAGENS:
BARRAGENS EM BASALTOS – PROBLEMAS DE PERMEABILIDADE, DEVIDO
AO INTENSO FRATURAMENTO DA ROCHA.
- INJEÇÃO DE CALDA DE CIMENTO;
- CORTINA DE JET GROUTING;
- BERMAS NA REGIÃO DE MONTANTE.

Linha de
Injeção

Rio Barragem

e) FUNDAÇÕES:
TANTO ROCHAS GRANÍTICAS COMO AS BASÁLTICAS SÃO EXCELENTES
MATERIAIS PARA SERVIREM DE FUNDAÇÃO DE PRÉDIOS E DEMAIS OBRAS
DE ENGENHARIA.
O PROBLEMA ESTÁ ASSOCIADO AOS SOLOS RESIDUAIS DESSAS ROCHAS –
PRESENÇA DE MATACÃO.

SOLO
MATACÃO

ROCHA ROCHA

ERRADO CERTO
ROCHAS SEDIMENTARES

1. DEFINIÇÃO

AS ROCHAS SEDIMENTARES OU SECUNDÁRIAS OU EXÓGENAS SÃO


RESULTANTES DA CONSOLIDAÇÃO DE SEDIMENTOS, OU SEJA, PARTÍCULAS
MINERAIS PROVENIENTES DA DESAGREGAÇÃO E TRANSPORTE DE ROCHAS PRÉ-
EXISTENTES.

INTEMPERISMO
ROCHA ÍGNEA SOLO RESIDUAL

EROSÃO + TRANSPORTE + DEPOSIÇÃO


SOLO RESIDUAL SEDIMENTO

LITIFICAÇÃO
SEDIMENTO ROCHA SEDIMENTAR

2. CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA A FORMAÇÃO DE UMA ROCHA


SEDIMENTAR

- PRÉ-EXISTÊNCIA DE ROCHAS;
- PRESENÇA DE AGENTES MÓVEIS OU IMÓVEIS QUE DESAGREGUEM OU
DESINTEGREM AQUELAS ROCHAS;
- PRESENÇA DE AGENTE TRANSPORTADOR DOS SEDIMENTOS;
- DEPOSIÇÃO DESSE MATERIAL EM UMA BACIA DE ACUMULAÇÃO,
CONTINENTAL OU MARINHA;
- CONSOLIDAÇÃO DESSES SEDIMENTOS;
- DIAGÊNESE – TRANSFORMAÇÃO DO SEDIMENTO EM ROCHAS DEFINITIVAS.
- AS ÁREAS DE OCORRÊNCIA SÃO DENOMINADAS BACIAS SEDIMENTARES
EXEMPLOS: BACIA SEDIMENTAR DO PARANÁ, BACIA SEDIMENTAR DE SÃO
PAULO...

LITIFICAÇÃO (DIAGÊNESE): ÚLTIMO PROCESSO QUE OCORRE NA FORMAÇÃO


DAS ROCHAS SEDIMENTARES. O PROCESSO É DIVIDO EM:

- CIMENTAÇÃO: CRISTALIZAÇÃO DE MATERIAL CARREADO PELA ÁGUA QUE


PERCOLA PELOS VAZIOS DO SEDIMENTO (ESPAÇO DE VAZIOS DEIXADOS PELAS
PARTÍCULAS SÓLIDAS), PREENCHENDO-OS E DANDO COESÃO AO MATERIAL;
- COMPACTAÇÃO: COMPRESSÃO DOS SEDIMENTOS DEVIDO AO PESO DAQUELES
SOBREPOSTOS, HAVENDO GRADUAL DIMINUIÇÃO DA POROSIDADE (REDUÇÃO DOS
VAZIOS);

- AUTIGÊNESE: FORMAÇÃO DE NOVOS MINERAIS IN SITU.

ESTRUTURA DAS ROCHAS SEDIMENTARES

O QUE MAIS CARACTERIZA AS ROCHAS SEDIMENTARES É A SUA


ESTRATIFICAÇÃO, POIS SÃO GERALMENTE FORMADAS DE CAMADAS
SUPERPOSTAS QUE PODEM DIFERIR UMA DAS OUTRAS EM COMPOSIÇÃO, TEXTURA,
ESPESSURA, COR, RESISTÊNCIA, ETC.
OS PLANOS DE ESTRATIFICAÇÃO, TAMBÉM CHAMADOS DE PLANOS DE
SEDIMENTAÇÃO, SÃO NORMALMENTE PLANOS DE FRAQUEZA DA ROCHA, QUE
MUITO INFLUEM NO SEU COMPORTAMENTO MECÂNICO.

PLANO DE ESTRATIFICAÇÃO
x
PLANO DE FRAQUEZA DA ROCHA
3. INTEMPERISMO OU METEORIZAÇÃO

É O CONJUNTO DE PROCESSOS MAIS GERAL QUE OCASIONA A


DESINTEGRAÇÃO E DECOMPOSIÇÃO DAS ROCHAS E DOS MINERAIS POR AÇÃO DE
AGENTES ATMOSFÉRICOS E BIOLÓGICOS.
MAIOR IMPORTÂNCIA GEOLÓGICA: DESTRUIÇÃO DAS ROCHAS PARA
ORIGINAR SOLOS, SEDIMENTOS E AS ROCHAS SEDIMENTARES.
BENEFÍCIOS ECONÔMICOS:
• CONCENTRAÇÃO DE MINERAIS ÚTEIS OU MINÉRIOS (ouro, platina, pedras
preciosas, etc);
• FORMAÇÃO DE DEPÓSITOS ENRIQUECIDOS DE Cu, Mn, Ni, etc.
DIFERENÇA ENTRE INTEMPERISMO E EROSÃO :
• INTEMPERISMO: fenômeno de alteração das rochas executado por agentes
essencialmente imóveis;
• EROSÃO: remoção e transporte dos materiais por meio de agentes móveis (água, vento).
PRODUTO FINAL DA INTEMPERIZAÇÃO: REGOLITO OU MANTO DE
DECOMPOSIÇÃO.

3.1 AGENTES DO INTEMPERISMO

3.1.1 FÍSICOS OU MECÂNICOS (DESAGREGAÇÃO)


- VARIAÇÃO DA TEMPERATURA
- CONGELAMENTO DA ÁGUA
- CRISTALIZAÇÃO DE SAIS
- AÇÃO FÍSICA DE VEGETAIS

3.1.2 QUÍMICOS (DECOMPOSIÇÃO)


- HIDRÓLISE
- HIDRATAÇÃO
- OXIDAÇÃO
- CARBONATAÇÃO
- AÇÃO QUÍMICA DOS ORGANISMOS E DOS MATERIAIS ORGÂNICOS

3.2 FATORES QUE INFLUEM NO INTEMPERISMO

3.2.1 CLIMA
REGIÕES QUENTES E ÚMIDAS: PREDOMINA INTEMPERISMO QUÍMICO
REGIÕES GELADAS E NOS DESERTOS: PREDOMINA INTEMPERISMO FÍSICO
3.2.2 TOPOGRAFIA
3.2.3 TIPO DE ROCHA
3.2.4 VEGETAÇÃO
3.3 TIPOS DE INTEMPERISMO

3.3.1 INTEMPERISMO FÍSICO


A) AÇÃO DA VARIAÇÃO DA TEMPERATURA: EXPANSÃO-CONTRAÇÃO →
DESINTEGRAÇÃO
B) CONGELAMENTO DA ÁGUA: AUMENTO DE VOLUME - 10%
C) CRISTALIZAÇÃO DE SAIS: FORÇA DE CRISTALIZAÇÃO
D) AÇÃO FÍSICA DOS VEGETAIS: CRESCIMENTO DE RAÍZES

3.3.2 INTEMPERISMO QUÍMICO


ÁGUA + O2 , CO2 , E ÀS VEZES NITRATOS E NITRITOS – PODEM FICAR
IMPREGNADOS DE ÁCIDOS, SAIS E PRODUTOS ORGÂNICOS E INICIAR ATAQUES ÀS
ROCHAS.

A) HIDRÓLISE
COMBINAÇÃO DE ÍONS DA ÁGUA COM OS COMPOSTOS – FORMAÇÃO DE
NOVAS SUBSTÂNCIAS.
Exemplo: KALSI3 O8 + H2 O → HALSI3 O8 + KOH (FELDSPATO ORTOCLÁSIO)

B) HIDRATAÇÃO
ADIÇÃO DE MOLÉCULAS DE ÁGUA AOS MINERAIS FORMANDO NOVOS
COMPOSTOS.
Exemplo: CASO4 + H2 O → CASO4.2H2 O
PROVOCA TAMBÉM O AUMENTO DE VOLUME – DESINTEGRAÇÃO

C) CARBONATAÇÃO (DECOMPOSIÇÃO POR CO2 )


CO2 CONTIDO NA ÁGUA FORMA ÁCIDO CARBÔNICO
Exemplo: CO2 + H2 O → H2 CO3
CACO3 + H2CO3 → CA(HCO3 )2
(CALCITA) + (ÁC. CARB.) → (BICARBONATO DE CÁLCIO)

D) OXIDAÇÃO
DECOMPOSIÇÃO DOS MINERAIS PELA AÇÃO OXIDANTE DE O2 E CO2
DISSOLVIDOS NA ÁGUA – HIDRATOS, ÓXIDOS, CARBONATOS, ETC.
MINERAIS CONTENDO FE, MN, S, CU – MAIS SUSCEPTÍVEIS À OXIDAÇÃO
Exemplo: FE++ → FE+++
FE(HCO3 )2 + O 2 → FE2 O3 NH2O + HCO3
(LIMONITA)

E) DECOMPOSIÇÃO QUÍMICO-BIOLÓGICA
AÇÃO QUÍMICA DOS ORGANISMOS – MUITO VARIADA
4. DECOMPOSIÇÃO DAS ROCHAS

Solo proveniente de uma rocha granítica inalterada a uma profundidade de 7 m.

Mineral Composição Alteração Produto


Quartzo SiO 2 não se decompõe Grãos de areia
Feldspato Silicato de Al e K é solúvel Argila e material
solúvel
Muscovita Silicato de Al+K+H2 O não se decompõe Placas de mica
(mica)
Biotita (mica) Silicato de Al, Fe,K,Mg+H2 O é solúvel Argila e material
solúvel
Zircão Silicato de Zr não se decompõe e não Cristais de zircão
se altera

GRUPO RESULTANTE DA DECOMPOSIÇÃO DE UM GRANITO:


a) MINERAIS INALTERÁVEIS: QUARTZO, ZIRCÃO E MUSCOVITA.
b) RESÍDUOS INSOLÚVEIS: ARGILAS, SUBSTÂNCIAS CORANTES.
c) SUBSTÂNCIAS SOLÚVEIS: SAIS DE K, NA, FE, MG E SÍLICA.

SUBSTÂNCIAS SOLÚVEIS:
• GERALMENTE TRANSPORTADO PARA O MAR (SALINIZAÇÃO);
• REGIÕES DE ALTA EVAPORAÇÃO – DEPÓSITOS;
• SÍLICA, GERALMENTE DEPOSITADAS EM FRATURAS, E COMO MATERIAL DE
CIMENTAÇÃO.

SUBSTÂNCIAS INSOLÚVEIS:
• PODEM PERMANECER NO LOCAL;
• GRÃOS DE QUARTZO FORMAM CAMADAS DE AREIA;
• PARTÍCULAS DE ARGILA SÃO TRANSPORTADAS, E DEPOIS SEDIMENTADAS
PARA FORMAR CAMADAS DE LAMA.
Intemperizada até uma
Tipo de rocha
profundidade máxima de:
Arenito 15 m
Basalto 25 m
Granito 40 m
Gnaisse 60 m

5. CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES

PREVALECE O CRITÉRIO GENÉTICO, SENDO DE ORIGEM EXTERNA.

CLASSIFICAÇÃO RESUMIDA DAS ROCHAS SEDIMENTARES


Rocha de origem Rocha de origem Rocha de origem
mecânica orgânica química
1. GROSSEIRAS: 1. CALCÁRIAS: Calcários, 1. CALCÁRIAS: Estalactites
Conglomerados, Brechas Dolomitos e estalagmites, Mármores
travertinos
2. ARENOSAS: Arenitos, 2. SILICOSAS: Sílex 2. FERRUGINOSAS:
Siltitos Minérios de ferro
3. ARGILOSAS: Argilas, 3. FERRUGINOSAS: 3. SALINAS: Cloretos,
Argilitos, Folhelhos Depósitos ferruginosos Nitratos, Sulfatos
______ 4. CARBONOSAS: Turfas, 4. SILICOSAS: Sílex
Carvões

5.1 ROCHAS DE ORIGEM MECÂNICA

TAMBÉM DENOMINADAS: CLÁSTICAS OU DETRÍTICAS.


FORMADAS A PARTIR DA DESAGREGAÇÃO DE ROCHAS PRÉ-EXISTENTES
PELO TRANSPORTE DA AÇÃO SEPARADA OU CONJUNTA DA GRAVIDADE, VENTO,
ÁGUA E GELO, E DEPOSITADA POSTERIORMENTE.
A COMPOSIÇÃO DESTES SEDIMENTOS REFLETE OS PROCESSOS DE
INTEMPERISMO E A GEOLOGIA DA ÁREA DA FONTE.

CARACTERÍSTICAS:
INICIALMENTE INCONSOLIDADO CONSTITUINDO O SEDIMENTO.
DIMENSÕES DAS PARTÍCULAS: COLOIDAIS ATÉ CENTÍMETROS E BLOCOS
MAIORES.
APÓS COMPACTAÇÃO E/OU CIMENTAÇÃO – ROCHAS SEDIMENTARES OU
ROCHA ESTRATIFICADA.
SUBSTÂNCIAS CIMENTANTES MAIS COMUNS: SÍLICA, CARBONATO DE
CÁLCIO, LIMONITA, GIPSO, BARITA, ETC.
SUBDIVISÕES DE ACORDO COM DIÂMETROS PREDOMINANTES:
A. GROSSEIRA
B. ARENOSAS
C. ARGILOSAS

5.1.1 Rochas grosseiras


φ ≥ 2 ?mm e são originadas por depósitos coluviais de tálus e os de aluvião. Tipos:
a) Conglomerados – fragmentos arredondados, transportados e depositados. O tamanho dos
fragmentos varia de seixos até matacões.
b) Brechas – fragmentos angulosos e cimentados por sílica, carbonato de cálcio, etc; o que
demonstra que o transporte não foi muito grande.

5.1.2 Rochas arenosas


São as mais representativas e comuns, com diâmetros entre 0,01 e 2 mm. Tipos:
a) Arenitos – constituídas substancialmente de partículas ou grânulos de quartzo detrítico, sub-
angulares ou angulares. O cimento pode ser sílica, carbonato e cálcio, substâncias
ferruginosas, etc.
b) Siltito – granulação finíssima φ ≈ 0,01 mm, formados por erosão fluvial, lacustre ou glacial.
Apresentam camadas muito finas identificadas por diferentes faixas coloridas (películas de
óxido de ferro).

5.1.3 Rochas argilosas


São representadas pelos mais finos sedimentos mecanicamente formados, com φ < 0,01 mm
até dimensões coloidais. São divididos em três grupos:
a) Grupo do caulim
b) Grupo da montmorillonita
c) Grupo das illitas (hidrômicas)
Exemplos: folhelhos (camadas horizontais bem destacadas em planos) e argilito (planos
horizontais são menos comuns).

EM RESUMO : AS ROCHAS SEDIMENTARES CLÁSTICAS FORMAM A GRANDE


FAMÍLIA DAS ROCHAS SEDIMENTARES. O TIPO DE SEDIMENTO ORIGINÁRIO
CONCEDE O NOME A ROCHA FORMADA.

CLASSE SEDIMENTO ROCHA FORMADA


CONGLOMERADO OU
BLOCO, PEDRA OU SEIXO CASCALHO
BRECHA
AREIA GROSSA, MÉDIA
AREIA ARENITO
OU FINA
SILTE SILTE SILTITO
ARGILA ARGILA ARGILITO
5.2 ROCHAS DE ORIGEM QUÍMICA

ALÉM DOS PRODUTOS CLÁSTICOS DEPOSITADOS MECANICAMENTE,


RESULTAM DO INTEMPERISMO COMPOSTOS SOLÚVEIS QUE TEM DESTINOS
DIVERSOS. ESTES COMPOSTOS PODEM PRECIPITAR JUNTO COM AS FRAÇÕES
DETRÍTICAS E SOFRER CIMENTAÇÃO. ENTRETANTO, É IMPORTANTE FRIZAR QUE A
MAIOR PARTE DOS COMPOSTOS SOLÚVEIS SÃO LEVADOS AOS MARES
(SALINIDADE).
EXISTEM 4 GRUPOS DE ROCHAS:
a) Calcárias – precipitados em bacias através de mudanças físico-químicas do meio.
Ex. mármore travertino, crescimento de estalactites e estalagmites, dolomitos, etc.
b) Ferruginosas – origem inorgânica e química.
c) Silicosas – precipitação de soluções cujo constituinte predominante é a sílica.
Ex. sílex de origem química.
d) Salinas – produto da precipitação química das bacias.
Ex. cloretos, sulfatos, boratos, nitratos, etc.

5.3 ROCHAS DE ORIGEM ORGÂNICA

SÃO AQUELES DEPÓSITOS SEDIMENTARES DEVIDOS, DIRETA OU


INDIRETAMENTE, À ATIVIDADE ANIMAL E/OU VEGETAL DE NATUREZA DIVERSA.
ESSES MATERIAIS ACUMULAM-SE PRINCIPALMENTE NO FUNDO DOS MARES.
PRINCIPAIS TIPOS:
a) Calcárias – acúmulo de conchas ou carapaças de composição carbonatada.
b) Carbonosas – acúmulo de matéria vegetal com posterior carbonização, total ou parcial, e
consolidada. Compreende as turfas e carvão.
Os carvões são classificados em lignito, carvão betuminoso e antracito conforme
diminuição da porcentagem de matéria volátil e o aumento do conteúdo de carbono.

- ROCHAS CARBONATADAS CALCÁREO, GIZ


- ROCHAS FOSFATADAS FOSFORITO, GUANO
- RICHAS FERRÍFERAS LIMONITA
- ROCHAS SILICOSAS DIATOMITOS
- ROCHAS CARBONOSAS CARVÃO, ANTRACITO

5.4 ROCHAS SEDIMENTARES NÃO CLÁSTICAS RESIDUAIS

NA CONDIÇÃO DE AÇÕES CLIMÁTICAS, TOPOGRÁFICAS E DE VEGETAÇÃO, OS


SOLOS DE UMA DETERMINADA REGIÃO PODEM SOFRER SENSÍVEIS MODIFICAÇÕES.
A RETIRADA E AUMENTO DE DETERMINADOS COMPONENTES PODE LEVAR O
SOLO AO CONCRECIONAMENTO EM UM PRIMEIRO ESTÁGIO E A CRUSTIFICAÇÃO
(GERAÇÃO DE CROSTAS) EM UM ESTÁGIO FINAL.
EX: CANGAS.
APLICAÇÃO PRÁTICA DE ROCHAS
SEDIMENTARES

A) CONSTRUÇÃO CIVIL – EDIFICAÇÕES:

AS ROCHAS SEDIMENTARES BEM CIMENTADAS PODEM SE CONSTITUIR EM


BOM MATERIAL PARA BLOCOS DE FUNDAÇÃO E DE ALVENARIA, CALÇADAS,
MEIOS FIOS, ETC.
Ex: ARENITO DE BOTUCATU.

QUANDO POUCOS CIMENTADOS OU TRABALHADOS POR AGENTES


GEOLÓGICOS, AS ROCHAS SEDIMENTARES PODEM DAR ORIGEM A DEPÓSITOS DE
AREIAS E PEDREGULHOS OU DE LAMITOS, COM IMENSA UTILIZAÇÃO NA
CONSTRUÇÃO CIVIL, OS PRIMEIROS NO CONCRETO E OS ÚLTIMOS, NA FABRICAÇÃO
DE TIJOLOS E CERÂMICAS.

B) ATERROS:

OS SOLOS ORIGINADOS DE ROCHAS SEDIMENTARES, ESPECIALMENTE AS


ARGILO-ARENOSAS, PODEM SER UTILIZADAS COM CERTA TRANQUILIDADE EM
ATERROS, JÁ QUE COMBINANDO O ATRITO DAS AREIAS COM A COESÃO DAS
ARGILAS DÃO, COMO PRODUTO FINAL, UM MATERIAL COM BOA RESISTÊNCIA E DE
RELATIVAMENTE FÁCIL TRABALHABILIDADE.
OS PROBLEMAS SURGEM QUANDO SOLOS SÃO PREDOMINANTEMENTE
ARENOSOS, POIS SÃO VULNERÁVEIS À EROSÃO PELA ÁGUA DAS CHUVAS E
VENTOS.

C) TALUDES:

A ESTABILIDADE DO TALUDE ESTÁ DIRETAMENTE ASSOCIADA À DIREÇÃO


DO PLANO DE ESTRATIFICAÇÃO DA ROCHA.
D) TÚNEIS:

NOVAMENTE, A DIREÇÃO PREDOMINANTE DO PLANO DE ESTRATIFICAÇÃO


DA ROCHA É FUNDAMENTAL PARA O COMPORTAMENTO DO MACIÇO NA FRENTE
DE ESCAVAÇÃO E DOS POSSÍVEIS TIPOS DE TRATAMENTO E ESCORAMENTO.

ü SITUAÇÃO 1: TÚNEL SEMPRE NAS MESMAS CAMADAS HORIZONTAIS. ESTA


SITUAÇÃO É DESFAVORÁREL, POIS PODE OCORRER
DESPLACAMENTO DO TETO POR AÇÃO DE FLEXÃO.
ü SITUAÇÃO 2: TÚNEL CORTA CAMADAS DIFERENTES, MERGULHANTES.
SITUAÇÃO DESFAVORÁVEL, POIS COM A ESCAVAÇÃO AS
PLACAS DE ROCHAS TENDEM A SER DESCALÇADAS,
ORIGINANDO GRANDES DESMORONAMENTOS.
ü SITUAÇÃO 3: TÚNEL ATRAVESSA CAMADAS VERTICAIS DIFERENTES. ESTA É
UMA SITUAÇÃO FAVORÁVEL, POIS NÃO HÁ DESCALÇAMENTO
DAS PLACAS DE ROCHA NA ESCAVAÇÃO.
ü SITUAÇÃO 4: TÚNEL ATRAVESSA AS MESMAS CAMADAS MERGULHANTES.
SITUAÇÃO DESFAVORÁVEL NO PÉ-DIREITO DO LADO DIREITO
E FAVORÁVEL NO PÉ-DIREITO DO LADO ESQUERDO.
EXIGÊNCIA DE ESPESSURA ASSIMÉTRICA DA ABÓBODA DE
CONCRETO ARMADO.
ü SITUAÇÃO 5: TÚNEL ATRAVESSA AS MESMAS CAMADAS VERTICAIS.
SITUAÇÃO DESFAVORÁVEL, POIS AS LAJES SÃO DESCALÇAS
DURANTE A ESCAVAÇÃO. O DESMORONAMENTO É MENOR DO
QUE QUANDO SÃO ENCONTRADAS CAMADAS HORIZONTAIS.
ü SITUAÇÃO 6: TÚNEL ATRAVESSA CAMADAS MERGULHANTES DUAS VEZES.
A SITUAÇÃO É DESFAVORÁVEL NO TETO DO PÉ-DIREITO
ESQUERDO E FAVORÁVEL NO PÉ-DIREITO LADO DIREITO.
ü SITUAÇÃO 1: MUITO ESTÁVEL
ü SITUAÇÃO 2: POUCO ESTÁVEL
ü SITUAÇÃO 3: RAZOAVELMENTE ESTÁVEL
ü SITUAÇÃO 4: MUITO ESTÁVEL
ü SITUAÇÃO 5: MUITO ESTÁVEL
ü SITUAÇÃO 6: POUCO ESTÁVEL (rocha ígnea diaclasada)

E) BARRAGENS:

O EMPUXO DAS ÁGUAS PROVOCA ESFORÇOS HORIZONTAIS QUE TENDEM A


FAZER COM QUE A BARRAGEM DESLIZE, INDEPENDENTE DO TIPO DE ROCHA DE
FUNDAÇÃO. O QUE VAI IMPEDIR O DESLIZAMENTO SERÁ O ATRITO ENTRE A BASE
DA BARRAGEM E A ROCHA. PARA AUMENTAR ESSE ATRITO É QUE SE ENGASTA A
ESTRUTURA NA ROCHA ATRAVÉS DA ESCAVAÇÃO DE DENTES.
EM ALGUMAS SITUAÇÕES DESFAVORÁVEIS É COMUM A UTILIZAÇÃO DE
TIRANTES DE AÇO ANCORADOS ABAIXO DO ÚLTIMO PLANO DE ESTRATIFICAÇÃO.
ESTA MEDIDA GARANTE A ESTABILIDADE DO MACIÇO E AUMENTA A
INTERLIGAÇÃO DA BASE DA BARRAGEM COM A ROCHA DE FUNDAÇÃO.

ATRITO ENTRE A BASE DA BARRAGEM E A ROCHA DE FUNDAÇÃO


PROBLEMAS DE EROSÃO:

A EROSÃO INTERNA É PROVOCADA PELA PERCOLAÇÃO DE ÁGUAS ÁCIDAS


ATRAVÉS DAS CAMADAS, DISSOLVENDO O CARBONATO DE CÁLCIO E DEIXANDO
NAS CAMADAS VAZIOS QUE IRÃO PROGRESSIVAMENTE AUMENTANDO ATÉ
ATIINGIREM CAVERNAS DE GRANDES DIMENSÕES.

A EROSÃO EXTERNA É AQUELA PROVOCADA PELAS ÁGUAS QUE SAEM DA


BARRAGEM, VIA ESTRUTURAS HIDRÁULICAS COMO O VERTEDOURO, A DESCARGA
DE FUNDO, ETC. ESSAS CORRENTES TURBILHONADAS, VIA DE REGRA DOTADAS DE
GRANDE VELOCIDADE, PODERÃO LEVAR, EM POUCO TEMPO, UM VOLUME ENORME
DE ROCHAS SEDIMENTARES POUCO OU MEDIANEMTNE CIMENTADAS.

PERCOLAÇÃO DE
ÁGUAS ÁCIDAS TOMBAMENTO
DA BARRAGEM

EROSÃO REGRESSIVA

F) FUNDAÇÕES:

OS SEDIMENTOS RECENTES, ATUALMENTE CONCENTRADOS NAS PLANÍCIES


DE INUNDAÇÃO DOS CURSOS D’ÁGUA (QUE ESTÃO EM PLENO PROCESSO DE
EROSÃO-TRANSPORTE-DEPOSIÇÃO E QUE AINDA NÃO SOFRERAM MAIS
DIAGÊNESE, SENÃO A PRESSÃO DO PRÓPRIO PESO DAS CAMADAS SOBREPOSTAS),
MOSTRAM ALGUMAS CARACTERÍSTICAS QUE INFLUEM NOS PROJETOS DE
FUNDAÇÕES: PRESENÇA D’ÁGUA MUITO PRÓXIMA DA SUPERFÍCIE E A PRESENÇA
DE CAMADAS LENTICULARES DE ARGILA NO PERFIL (ARGILA MOLE).
OUTROS PROBLEMAS ESTÃO ASSOCIADOS A ROCHAS CALCÁREAS EM
CONTATO COM ÁGUAS ÁCIDAS, PROVOCANDO EROSÃO INTERNA, E ARENITOS
POUCO CIMENTADOS QUE ESTÃO SUJEITOS A EROSÃO EXTERNA.
CALCÁRIO

ARENITO

CARVÃO MINERAL:

O CARVÃO MINERAL É UMA ROCHA SEDIMENTAR COMBUSTÍVEL, DE COR


PRETA E DE VITAL IMPORTÂNCIA NA MODERNA INDÚSTRIA, POIS, ALÉM DA SUA
UTILIZAÇÃO EM USINAS TERMELÉTRICAS E NA SIDERURGIA, CONSTITUI UMA DAS
PRINCIPAIS MATÉRIAS-PRIMAS NA FABRICAÇÃO DE VÁRIOS TIPOS DE PLÁSTICOS E
COMPOSTOS QUÍMICOS.
ROCHAS METAMÓRFICAS

METAMORFISMO
ROCHAS ÍGNEAS / SEDIMENTARES ROCHAS METAMÓRFICAS

METAMORFISMO: META = MUDANÇA MORPHO = FORMA

METAMORFISMOS SÃO ALTERAÇÕES OU METAMORFOSES NO ESTADO SÓLIDO DA


COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA, TEXTURA E/OU ESTRUTURA DAS ROCHAS PRÉ-
EXISTENTES (SEDIMENTARES, ÍGNEAS OU METAMÓRFICAS ANTERIORES), DEVIDO
À AÇÃO DE AGENTES ENERGÉTICOS (ALTAS TEMPERATURAS, PRESSÕES E/OU
SOLUÇÕES QUÍMICAS, DITOS “AGENTES DO METAMORFISMO”), SEM NO ENTANTO
SOFREREM FUSÃO.

AGENTES DO METAFORMISMO:

a) TEMPERATURA: AO APROFUNDAREM-SE PROGRESSIVAMENTE SOB UM


CRESCENTE NÚMERO DE CAMADAS DE SEDIMENTOS AS ROCHAS VÃO
SOFRENDO TEMPERATURAS CADA VEZ MAIS ELEVADAS.
- CALOR RESIDUAL DA TERRA – GRAU GEOTÉRMICO (1ºC a cada 33 m);
- INTRUSÕES ÍGNEAS – GRANDES MASSAS DE ROCHAS – COZINHAMENTO
PRODUZEM ALTAS TEMPERATURAS;
- DESINTEGRAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS RADIOATIVAS – ENERGIA
LIBERADA;
- ATRITO ENTRE CAMADAS – ENERGIA DE FRICÇÃO.

b) PRESSÃO: A SIMPLES ELEVAÇÃO DE TEMPERATURA NÃO É UM FATOR


DETERMINANTE DO METAMORFISMO, MAS É PRINCIPALMENTE A PRESSÃO
EM COMBINAÇÃO COM A TEMPERATURA QUE MAIS CONTRIBUI PARA AS
PROFUNDAS MODIFICAÇÕES DAS ROCHAS.
- PRESSÕES ORIENTADAS – SOBRECARGA DE ROCHAS SOBREJACENTES;
- PRESSÕES HIDROSTÁTICAS – ZONAS PROFUNDAS DA CROSTA, ONDE AS
ROCHAS TRABALHAM HIDROSTATICAMENTE;
- OUTRAS PRESSÕES – PRESSÃO DA ÁGUA, GASES, VAPORES (CO2 , O2 ).
EFEITOS DA PRESSÃO: ELIMINAÇÃO DA POROSIDADE
EXPLUSÃO DE VOLÁTEIS
DESAPARECIMENTO DE FÓSSEIS
APARECIMENTO DE MINERAIS MAIS DENSOS

c) FLUIDOS: OS FLUIDOS, TAIS COMO ÁGUA, GÁS CARBONO, OXIGÊNIO,


FLUOR, ETC DESEMPENHAM A FUNÇÃO DE FACILITAR AS REAÇÕES E
TRANSFORMAÇÕES MINERALÓGICAS → ATIVIDADE QUÍMICA.
TIPOS DE TRANSFORMAÇÕES:
A) METAMORFISMO NORMAL – SEM QUALQUER PERDA OU ADIÇÃO DE NOVO
MATERIAL A ROCHA QUE SOFREU METAMORFISMO, OU SEJA, A COMPOSIÇÃO
QUÍMICA CONTINUA A MESMA, EMBORA A ROCHA SEJA OUTRA.
EXEMPLOS:
ARENITOS → QUARTZITO
CALCÁRIOS → MÁRMORES
FOLHELHOS → MICAXISTOS

B) METAMORFISMO METASSOMÁTICO OU METASSOMATISMO – OCORRE


MUDANÇA DE COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA ROCHA, EVIDENCIADO PELA
FORMAÇÃO DE MINERAIS NOVOS NÃO EXISTENTES ANTERIORMENTE.

ELEMENTOS QUE CARACTERIZAM E IDENTIFICAM UMA ROCHA METAMÓRFICA:


• MINERAIS ORIENTADOS
• DOBRAS E FRATURAS
• DUREZA MÉDIA A ELEVADA

TIPOS DE METAMORFISMO:

A) METAMORFISMO TÉRMICO OU DE CONTATO: OCORRE ATRAVÉS DO


CONTATO DE DUAS ROCHAS PRÉ-EXISTENTES. O AGENTE PRINCIPAL NESTE
TIPO DE METAMORFISMO É O CALOR.

DISTINÇÃO ENTRE:
• PIROMETAMORFISMO – TRANSFORMAÇÃO QUÍMICA E FÍSICA DA SUPERFÍCIE
DAS ROCHAS PELO CONTATO IMEDIATO COM UM MAGMA.
• METAMORFISMO DE CONTATO – OCORRE AO REDOR DAS GRANDES MASSAS
MAGMÁTICAS INTERNAS, PORÉM COM A TEMPERATURA INFERIOR À QUE
PREDOMINA NO PIROMETAMORFISMO. AUMENTA A MOBILIDADE DA ROCHA
ENCAIXANTE, FAVORECENDO O APARECIMENTO DE NOVOS MINERAIS E DE
FENÔMENOS DE RECRISTALIZAÇÃO.

B) METAFORMISMO DINÂMICO OU CATACLÁSTICO: PRESSÃO NÃO UNIFORME


ASSOCIADA AO AUMENTO DE TEMPERATURA PROVOCA FRATURAS
ORIGINANDO ESTRUTURAS E TEXTURAS PRÓPRIAS. ESTE TIPO DE
METAMORFISMO OCASIONA O DESLOCAMENTO DE MASSAS DE ROCHAS EM
ZONAS DE FALHAS – PRESSÃO ORIENTADA E SE RESTRINGE A PARTES POUCO
PROFUNDAS DA CROSTA TERRESTRE, CONSISTINDO NO FRATURAMENTO,
TRITURAÇÃO E MOAGEM DAS ROCHAS ORIGINAIS, COM A CONSEQÜENTE
MODIFICAÇÃO DA TEXTURA E ESTRUTURA. NÃO HÁ PROCESSOS DE
RECRISTALIZAÇÃO.
C) METAMORFISMO REGIONAL DÍNAMO TERMAL: AÇÃO CONJUNTA DA
TEMPERATURA E PRESSÃO PROVOCANDO A RECRISTALIZAÇÃO NA ROCHA E
FAVORECENDO O APARECIMENTO DE NOVAS ESTRUTURAS. ESTÁ
INTIMAMENTE RELACIONADO COM A FORMAÇÃO DE CADEIAS DE MONTANHAS
(ÁREAS CONHECIDAS COMO GEOSINCLINAIS). É TAMBÉM CHAMADO DE
“GERAL”, POIS AFETA GRANDES REGIÕES E É CONSIDERADO O MAIS
IMPORTANTE. ESTE TIPO DE METAMORFISMO OCORRE A GRANDES
PROFUNDIDADES, MAS, PELA AÇÃO DE INTEMPERISMO E EROSÃO, AS ROCHAS
METAMORFISADAS PODEM ATINGIR A SUPERFÍCIE, COMPLETAMENTE
TRANSFORMADA EM GRANDES MASSAS DE XISTOS E GNAISSES.

D) METAMORFISMO PLUTÔNICO: NUM APROFUNDAMENTO AINDA MAIOR, AS


ROCHAS ENTRAM NA FASE PLÁSTICA, PASTOSA E JÁ NÃO TRANSMITEM
PRESSÕES DIRIGIDAS, PERDENDO POUCO A POUCO A ORIENTAÇÃO DOS SEUS
MINERAIS, ENQUANTO NOVOS SE FORMAM, PRATICAMENTE SEM XISTOSIDADE.

CAUSAS DO METAMORFISMO:
- CONTATO DE ROCHAS PRÉ-EXISTENTES;
- MOVIMENTOS TANGENCIAIS DOS CONTINENTES (PLACAS TECTÔNICAS).

SEQÜÊNCIA DO METAMORFISMO:

- DEFORMAÇÃO DOS MINERIAIS COM REDUÇÃO DOS POROS;

T+P

- ACHATAMENTO DOS MINERAIS;

PRESSÃO DOMINANTE

- ORIENTAÇÃO DOS MINERAIS;

PRESSÃO ORIENTADA

- DOBRAMENTO DAS ROCHAS;

ESFORÇOS TANGENCIAIS
À CROSTA
PLANO DE XISTOSIDADE
x
PLANO DE FRAQUEZA DA ROCHA

PLANO DE XISTOSIDADE:

XISTOSIDADE É UMA EXPRESSÃO DA MEDIDA EM QUE MINERAIS MICÁCEOS,


LAMELARES OU PRISMÁTICOS PARALELOS OU SUB-PARALELOS CARACTERIZAM A
APARÊNCIA DE UMA ROCHA METAMÓRFICA. A XISTOSIDADE É EVIDENCIADA PELO
ACHATAMENTO E ORIENTAÇÃO DOS GRÃOS DA ROCHA DURANTE O PROCESSO DE
METAMORFISMO.

TIPOS DE ROCHAS METAMÓRFICAS:

ROCHA ÍGNEA OU SEDIMENTAR


ROCHA METAMÓRFICA RESULTANTE
ORIGINAL

CONGLOMERADO METACONGLOMERADO
ARENITO QUARTZITO
ARENITO ARGILOSO QUARTZITO MICÁCEO
ARDÓSIA
FILITO
ARGILITO & SILTITO (LAMITOS)
MICAXISTO
GNAISSE
CALCÁREO PURO MÁRMORE BRANCO
CALCÁREO ARGILOSO MÁRMORE MICÁCEO
CALCÁREO DOLOMÍTICO MÁRMORE VERDE
ANTRACITO
CARVÃO
GRAFITE
GRANITO GNAISS
XISTOS VERDES
BASALTO
ANFIBOLITOS
SERPENTINOS
ULTRABÁSICAS TALCO-XISTOS
PEDRA SABÃO
PROPRIEDADES MECÂNICAS DAS ROCHAS METAMÓRFICAS:

É EVIDENTE QUE AS CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS DOS MACIÇOS E DAS ROCHAS


METAMÓRFICAS IRÃO DEPENDER, FUNDAMENTALMENTE, DA XISTOSIDADE
(AUSENTE, FRACA OU BEM PRONUNCIADA), DA COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA E DA
TEXTURA QUE ELAS APRESENTAREM.

POR SUAS CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS SITUA-SE ENTRE AS SEDIMENTARES


E AS ÍGNEAS: TEM MAIOR DENSIDADE E SÃO MAIS RESISTENTES QUE AS
SEDIMENTARES ORIGINAIS E SÃO MENOS RESISTENTES E MAIS DEFORMÁVEIS
QUE AS ÍGNEAS, ESPECIALMENTE DEVIDO À XISTOSIDADE.

É IMPORTANTE SALIENTAR QUE O ARRANJO ORIENTADO DOS GRÃOS E A


XISTOSIDADE FACILITAM ALTAMENTE O ATAQUE DOS AGENTES DO
INTEMPERISMO , FACILITANDO BASTANTE A PROFUNDA ALTERAÇÃO DAS ROCHAS
METAMÓRFICAS, GERANDO SOLOS ESPESSOS.

OUTRO ASPECTO IMPORTANTE PARA PRÁTICA DE ENGENHARIA É A EXTREMA


RAPIDEZ DE VARIAÇÃO LATERAL E VERTICAL DE SUAS CAMADAS EM TERMOS
DE NATUREZA E CARACTERÍSTICAS.

ARDÓSIA – XISTOSIDADE E CLIVAGEM BEM DESENVOLVIDAS


MICAXISTO – XISTOSIDADE E CLIVAGEM BEM DESENVOLVIDAS
GNAISSE – POBRE CLIVAGEM E XISTOSIDADE

SEQÜÊNCIA DE CAMPO:

GNAISSE
MICAXIST

FILITOS
ARDÓSIA

GRANITO

ROCHA SEDIMENTAR
MINERAIS METAMÓRFICOS

1 – INFLUÊNCIA DA COMPOSIÇÃO ORIGINAL

AS TRANSFORMAÇÕES MINERAIS DEPENDEM:

A) COMPOSIÇÃO DA ROCHA ORIGINAL;


B) NATUREZA OU TIPO DE METAMORFISMO SUBMETIDO.

TIPOS DE ROCHAS SEGUNDO COMPOSIÇÃO INICIAL:

A) ARGILOSAS – MUDANÇAS SÃO BEM CARACTERIZADAS DE ACORDO COM A


ELEVAÇÃO DE TEMPERATURA E PRESSÃO. SERVEM PARA O
ESTABELECIMENTO DOS SUCESSIVOS GRAUS DE METAMORFISMO.
B) ARENOSAS, ÍGNEAS ÁCIDAS E TUFOS; XISTOS ÁCIDOS E GNAISSES – MENOS
SENSÍVEIS ÀS MUDANÇAS, PORTANTO DIFÍCEIS DE SEREM ACOMPANHADAS.
C) CALCÁRIOS E OUTRAS ROCHAS CARBONATADAS – SÃO ROCHAS
CONSTITUIDAS DE CARBONATO DE CÁLCIO PURO: AS MUDANÇAS SÃO
PEQUENAS EXCETO RECRISTALIZAÇÃO.
D) ÍGNEAS INTERMEDIÁRIAS, BÁSICAS E SEUS TUFOS – SÃO DO TIPO
MAGMÁTICO BÁSICO.

2 – PROCESSOS

AS REAÇÕES SE PROCESSAM NO ESTADO SÓLIDO (NÃO SOFREM FUSÃO).


PROVA: CONSEVAÇÃO DE VESTÍGIOS DE ESTRATIFICAÇÃO E PELA PRESENÇA DE
RESTOS FÓSSEIS EM ROCHAS COMPLEMENTE RECRISTALIZADAS.
OS CRISTAIS CRESCERÃO NA DIREÇÃO PERPENDICULAR À DIREÇÃO DA MAIOR
PRESSÃO (ALONGADAS PARALELAMENTE À DIREÇÃO DE MENOR PRESSÃO).
APLICAÇÃO PRÁTICA DE
ROCHAS METAMÓRFICAS

A) MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO:

A UTILIZAÇÃO DE ROCHAS METAMÓRFICAS NA COSNTRUÇÃO CIVIL DEPENDERÁ


DE SUA COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA E GRAU DE METAMORFISMO.

PEDRA BRITADA – APROVEITA-SE OS GNAISSES, QUARTZITOS E OS MÁRMORES.


AS ROCHAS XISTOSAS, DEVIDO A TENDÊNCIA DE FORMAR FRAGMENTOS
LAMELARES, NÃO SÃO APROPRIADAS PARA MATERIAL DE BRITA, SEJA PARA
CONCRETO, SEJA PARA ASFALTO.

REVESTIMENTO DE PISOS E PAREDES – O MÁRMORE, POR SUA BELEZA QUANDO


POLIDO E PELO SEU PREÇO ACESSÍVEL É SEMPRE BASTANTE REQUISITADO. OS
ENGENHEIROS DEVEM ESTAR ATENTOS PARA O FATO DE QUE, EM PISOS DE
PRÉDIOS PÚBLICOS, O MÁRMORE (DUREZA 2) EM POUCO TEMPO ESTARÁ
TOTALMENTE RISCADO PELOS FRAGMENTOS DE AREIA (DUREZA 7). A PRESENÇA
DE MICAS NA GRANDE MAIORIA DAS ROCHAS METAMÓRFICAS CONFERE-LHES UM
BRILHO DE GRANDE BELEZA QUE, COMBINADO COM A IMENSA VARIEDADE DE
CORES E A FACILIDADE COM QUE DESAGREGAM EM PLAQUETAS, FAZEM DELAS
REQUISITADOS MATERIAIS DE REVESTIMENTO DE FACHADAS E PAREDES
INTERNAS.

COBERTURAS – A FACILIDADE DE SEPARAR-SE EM PLACAS CONFERE ÀS ARDÓSIAS


A POSSIBILIDADE DE SEREM UTILIZADAS COMO TELHAS OU COMO LAJOTAS DE
REVESTIMENTO DE CALÇADAS.

B) TALUDES:

VALEM AS MESMAS CONSIDERAÇÕES APRESENTADAS EM RELAÇÃO ÀS ROCHAS


SEDIMENTARES, COM UM AGRAVANTE: ALÉM DOS PLANOS DE XISTOSIDADE, VIA
DE REGRA, SEREM MAIS INSTÁVEIS DO QUE OS PLANOS DE ESTRATIFICAÇÃO,
DENTRO DO PACOTE DE ROCHAS METAMÓRFICAS MERGULHANTES PODEM
EXISTIR CAMADAS COM BAIXÍSSIMA RESISTÊNCIA, ESPECIALMENTE DEVIDO ÀS
MICAS.
C) TÚNEL:

A ESTABILIDADE DOS TÚNEIS E O PROCESSO DE ESCORAMENTO E TRATAMENTO


DEVERÃO OBEDECER A DIREÇÃO DO PLANO DE XISTOSIDADE E A COMPOSIÇÃO
MINERALÓGICA DO MACIÇO ROCHOSO.

AS OBSERVAÇÕES FEITAS PARA AS ROCHAS SEDIMENTARES SÃO TAMBÉM


VÁLIDAS PARA AS ROCHAS METAMÓRFICAS EM OBRAS DE TÚNEIS.

VALE NOVAMENTE A RESSALVA: OS PLANOS DE XISTOSIDADE SÃO, EM GERAL,


MENOS RESISTENTES QUE OS PLANOS DE ESTRATIFICAÇÃO.

D) BARRAGENS:

DE UMA MANEIRA GERAL, AS ROCHAS METAMÓRFICAS SÃO POUCO PERMEÁVEIS,


APRESENTANDO ESPESSURAS DE SOLOS QUE JUSTIFICAM A OPÇÃO POR
BARRAGENS HOMOGÊNEAS DE TERRA.
O GRANDE PROBLEMA É A ATITUDE DA XISTOSIDADE!
RESUMO DE IDENTIFICAÇÃO MACROSCÓPICA
DOS PRINCIPAIS TIPOS DE ROCHAS

OS QUATRO GRUPOS APRESENTADOS SÃO DE ACORDO COM A GRANULAÇÃO E


TIPO DE ESTRUTURA.

DE ACORDO COM A GRANULAÇÃO:


FINÍSSIMA – não se consegue observar cristais

POUCO A MUITO GROSSEIRA – percebe-se cristais a olho nu

GRUPO I
ROCHAS COM ESTRUTURA MACIÇA. GRANULAÇÃO FINÍSSIMA. NÃO SE OBSERVAM
MINERAIS. SEM ORIENTAÇÃO PREFERENCIAL.

1. DUREZA: RISCÁVEL PELA UNHA

Descrição Composição Rocha Origem


Odor característico, quando molhada (moringa).
Argila Argilito Sedimentar
Macia ao tato. Não efervesce com HCl.

2. DUREZA: RISCÁVEL PELO AÇO

Descrição Composição Rocha Origem


Cheiro de moringa quando molhada. Não Mica (sericita)
Ardósia Metamórfica
efervesce com HCl Quartzo
Odor de argila ausente ou fraco. Forte
Calcita Calcário Sedimentar
efervescência com HCl. Cores diversas
Idem. Efervescente somente a quente. Dolomita Dolomito Sedimentar

3. DUREZA: NÃO RISCÁVEL, OU DIFICILMENTE, PELO AÇO

Descrição Composição Rocha Origem


Muito duras. Sem odor característico de
Calcedônia Sílex Sedimentar
argila. Não efervesce com HCl.
Densas. Não efervescem. Cores: pretas, Feldspato e
Basalto Magmática
verde-escura, marrom. Piroxênio
Claras: róseas, creme, branca. Maciça.
Quartzo Quartzito Metamórfica
Duras. Risca o vidro.
GRUPO II
ROCHAS COM ESTRUTURA MACIÇA. GRANULAÇÃO MÉDIA A GROSSA. SÃO
OBSERVADOS CRISTAIS. SEM ORIENTAÇÃO PREFERENCIAL.

1. DUREZA: FACILMENTE RISCÁVEL PELO AÇO

Descrição Composição Rocha Origem


Efervescem com HCl. Granulação fina a grossa. Sedimentar
Calcita Calcário
Cores diversas. (met.)
Efervescem com HCl. Granulação fina a grossa. Sedimentar
Dolomita Dolomito
Cores diversas. Efervesce a quente. (met.)

2. DUREZA: DIFICILMENTE OU NÃO RISCÁVEL PELO AÇO

a) Textura eqüigranular (minerais com tamanho semelhante)

Descrição Composição Rocha Origem


Quartzo,
Cores claras, em tons róseo e cinza. Quartzo
Feldspatos e Granito Magmática
comum. Granulação milimétrica.
Micas
Quartzo,
Cores claras, em tons róseo e cinza. Quartzo
Feldspatos e Aplito Magmática
comum. Granulação finíssima.
Micas
Feldspato e
Cores escuras. Granulação milimétrica. Piroxênio Gabro Magmática
(magnetita)
Feldspato e
Cores escuras. Granulação ligeiramente menor. Piroxênio Diabásio Magmática
(magnetita)
Nefelina e
Nefelina-
Cor clara. Granulação milimétrica e superior. Feldspato Magmática
sienito
(Fêmicos)
Quartzito,
Cores diversas, claras. Risca o vidro. Formada Magmática
Quartzo Arenito
de fragmentos. (Sedimentar)
silicificado
Cores escuras. Cor verde e preta. Anfibólios Anfibolito Metamórfica

b) Textura ineqüigranular (minerais de diferentes tamanhos)

Descrição Composição Rocha Origem


Feldspato, Quartzo
Cores claras Granitos (ácidas) Magmática
(Mica)
Cores escuras Feldspato, Piroxênio Basaltos (Básicas) Magmática
Feldspatos Fêmicos Nefelina-sienitos
Cores médias a escuras Magmática
(sem quartzo) (Alcalina)
GRUPO III
ROCHAS ORIENTADAS EM PLANOS OU LINHAS.

1. CAUSADAS POR ESTRUTURA GNAISSICA OU XISTOSA

Descrição Composiçã Rocha Origem


o
Quartzo,
Cores claras. Granulação grossa a média. Grandes
Feldspato
cristais de feldspato. Cores variadas. Riscável pelo Gnaisse Metamórfica
(Fêmicos),
aço. Minerais placóides de mica.
Micas
Cores claras a média. Cor cinza-esverdeada. Tato Quartzo e Filito
Metamórfica
macio de pote, quando molhada. Sericita (xistos)
Cores claras. Branca ou creme. Granulação média a
Quartzo Quartzito
finíssima. Divisibilidade em placas, às vezes boa. Risca Metamórfica
(Mica) (micáceo)
o vidro. Às vezes, com micas.
Cor cinza, média a escura. Divisibilidade em placas. Micas Ardósia Metamórfica

GRUPO IV
ROCHAS COM CAMADAS PRÓXIMAS DA HORIZONTAL. ESTRATIFICADAS.
CLÁSTICAS. GRANULAÇÃO VARIÁVEL. FRIÁVEIS.

Descrição Composição Rocha Origem


Fragmentos ou seixos de tamanho maior que
Cascalho e material
2mm, semi-arredondados, cimentados por Conglomerado Sedimentar
cimentante
limonita, argila, etc.
Fragmentos ou seixos de tamanho maior que
Fragmentos e
2mm, em fragmentos angulares, ligados por Brecha Sedimentar
material cimentante
material cimentante.
Grãos semi-arrendondados, por vezes angu-
losos, com tamanho entre 2mm e 0,1mm Areia grossa
Arenito Sedimentar
(visíveis a olho nu).Cor variada, às vezes Areia média
estratificada, áspera ao tato.
Grãos semi-arrendondados, por vezes angu-
losos, com grãos entre 0,1mm e 0,01mm,
friáveis, ásperas ao tato, dificilmente Silte Siltito Sedimentar
distingüíveis a olho nu. Transição entre arenito
e argilito.
Odor característico, quando molhada
(moringa). Macia ao tato. Não efervesce com Argila Folhelho Sedimentar
HCl. Cores diversas.
Odor de argila ausente ou fraco. Forte
Calcita Calcário Sedimentar
efervescência com HCl. Cores diversas.
Odor de argila ausente ou fraco. Efervescente
Dolomita Dolomito Sedimentar
somente a quente
RESUMO PARA IDENTIFICAÇÃO MACROSCÓPICA DO TIPO DA
ROCHA (principais características)

a) Rochas magmáticas
1. Estrutura maciça, compacta.
2. Dureza média a elevada.
3. No campo, a cor é relativamente homogênea.

b) Rochas sedimentares
1. Estrutura em camadas.
2. Dureza baixa.
3. No campo, a cor pode variar no sentido horizontal e vertical.
4. Estruturas sedimentares típicas: estratificação cruzada, marcas de ondas, de
animais, de chuva, do gelo, etc. Fósseis.

c) Rochas metamórficas
1. Estrutura orientada. Paralelismo dos minerais.
2. Dureza média a elevada, com exceção das micáceas e carbonatadas.
3. No campo, a cor pode variar, como as sedimentares.

ROTEIRO PARA IDENTIFICAÇÃO DAS ROCHAS

1. Cor – deve ser referida, embora não seja muito importante;


2. Granulação – importante: muito grossa, grossa, média, fina ou finíssima;
3. Dureza – sua avaliação é dada por: riscável pela unha, facilmente pelo
canivete e dificilmente pelo canivete;
4. Estrutura – resume-se em: maciça, orientada ou estratificada;
5. Minerais presentes – depende de um maior conhecimento do indivíduo;
6. Conclusão: verificar a qual dos grupos anteriores pertence.

Complementação:
7. Graus de alteração – classificam-se em: inalterada ou sã, ligeiramente,
medianamente ou bastante alterada;
8. Outras observações – elementos como: eventual fratura, presença de
vesículas, etc;
9. Tipo da rocha – Justificar;
10. Nome da rocha – Justificar.
PROPRIEDADES DAS ROCHAS

I – QUÍMICAS Composição química


Reatividade
Durabilidade

II – FÍSICAS Cor
Densidade
Porosidade
Permeabilidade
Absorção
Dureza
Módulo de Elasticidade
Coeficiente de Poisson

III – GEOLÓGICAS Composição mineralógica


Textura
Estrutura
Estado de alteração
Fraturas
Gênese

IV - MECÂNICAS Resistência à compressão


Resistência ao choque
Resistência ao desgaste
Resistência ao corte
Resistência à britagem

V - GEOTÉCNICAS Grau de alteração


Grau de resistência à compressão simples
Grau de consistência
Grau de fraturamento
I. PROPRIEDADES QUÍMICAS

1. COMPOSIÇÃO QUÍMICA
• Por si só não é um elemento suficiente par definir uma rocha;
• A composição varia muito de uma amostra pra outra;
• Existem limites de erros permitidos nas diferentes dosagens.

2. REATIVIDADE
• Algumas rochas possuem elementos químicos capazes de reagir,
como por exemplo, o silicato e a sílica mineral (reagem com álcalis do
cimento Portland);
• Reações – cimento/agregado: provocam a deteriorização do concreto;
• Outros tipos: transformação do anidrito em gesso (túneis), dissolução
dos carbonatos, lixiviação de rochas em obras hidráulicas, etc.

3. DURABILIDADE
• Resistência da rocha à ação do intemperismo;
• Julgamento é feito na prática pela preservação de monumentos antigos
e por meio de ensaios.

II. PROPRIEDADES FÍSICAS

1. COR
• Fator de classificação fraco devido a grande variabilidade, até mesmo
dentro de uma mesma jazida;
• Podem ser: monócronas (uma única coloração uniformemente
distribuída) e polícronas (duas ou mais cores);
• Rochas compactas (sedimentares) → coloração devido a
pigmentações ou difusão de grãos;
• Amarela, alaranjada ou vermelha → pigmentação de hidróxido de
ferro;
• Cinzenta e preta → pigmentos carbonosos ou betuminosos;
• Verde → depende de compostos de ferro (sulfetos) e de níquel.
2. PESO ESPECÍFICO
• Depende do peso específico dos seus elementos constituintes e de
sua porosidade;
• Determinado em laboratório:
W0
- Peso específico aparente (d ou p.e.) =
Wa − Ws
Onde: Wo = peso da amostra
Ws = peso da amostra saturada
Wa = peso da amostra dentro da água
W0
- Peso específico real (d ou p.e.) =
Wa − A − Ws
Onde: A = Wa-Wo

• Fatores que influenciam na densidade das rochas:


a) Estado de alteração:
• reações químicas dos minerais densos em minerais menos
densos;
• aumento de volumes desses minerais.
b) Porosidade e compacidade:
• rocha porosa com vazios isolados diminui a densidade real,
enquanto que, se interligados, a densidade real será maior;
• rochas muito porosas são de baixa densidade;
• resistência à compressão cresce com a densidade;
• resistência ao desgaste cresce com a densidade;
• dificuldade de corte cresce com a densidade.

3. POROSIDADE
• É a propriedade das rochas em conter espaços vazios (relação entre o
volume dos vazios e o volume total da rocha);
• Dependente de:
a) Tipo de rocha:
• sedimentares: grande volume de vazios dando-lhes maior
porosidade mas, quanto cimentadas, a porosidade diminui;
• ígneas: extrusivas possuem maior porosidade que as
intrusivas;
• metamórficas: baixa porosidade e varia com o grau de
metamorfismo, sendo que, quanto mais intenso, mais porosa
é a rocha.
b) Estado de alteração:
• tem influência através do fenômeno de lixiviação e
dissolução;
• resistência à compressão diminui com a porosidade;
• classificação: extremamente porosa (50%), muito porosa (10
a 30%), bastante porosa (5% a 10%), medianamente porosa
(2,5% a 5%), pouco porosa (1 a 2,5%) e muito compacta
(1%).

Rocha Porosidade (%)


Granito 0,5 a 1,5
Arenito 10 a 20
Calcário 5 a 12
Argila 45 a 50

4. PERMEABILIDADE
• Maior ou menor facilidade que a rocha oferece à percolação da água;
• Primária → existe desde a sua formação;
• Secundária → devido à lixiviação, dissolução de componentes
mineralógicos, etc;
• Metamórficas possuem baixa permeabilidade e sedimentares, maior
valor.

5. ABSORÇÃO
• É a propriedade na qual uma certa quantidade de líquido é capaz de
ocupar os vazios de uma rocha, ou parte desses vazios;
Pa − Ps
• É dada por: C a = x100
Ps
Sendo: Pa = peso após longa imersão
Ps = peso seco

6. DUREZA
• Resistência ao risco, dada pela escala de Mohs;
• Na prática:
a) riscável pela unha ou exageradamente fácil pelo canivete;
b) riscável pelo canivete;
c) dificilmente ou não riscáveis pelo canivete.

7. MÓDULO DE ELASTICIDADE OU MÓDULO DE YOUNG


• Deformação elástica (a amostra tende a recuperar sua forma e
tamanho originais) ou plástica ou irreversível (parte da deformação
permanece);
tensão unitária
• É dado por: E = (Kg/cm2), aplicada a rochas
deformação unitária
isotrópicas (mesmas propriedades elásticas em todas as direções);
• As propriedades elásticas normalmente é afetada pela anisotropia.

8. COEFICIENTE DE POISSON (ν )
• Relação entre as deformações transversais e longitudinais;
∆B
• É dado por: ν = B
∆L
L

III. PROPRIEDADES MECÂNICAS

1. RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO
• Grande variabilidade de resultados;
• Para rochas estratificadas: compressão paralela e perpendicular ao
leito de estratificação tanto no caso seco quanto saturado;
• Normalmente tem-se:
a) rochas de grãos finos, da mesma espécie que rochas de grãos
grossos, possuem maior resistência à compressão;
b) quanto mais forte for o ligamento entre os cristais, maior a
resistência à compressão;
c) as rochas silicificadas tem maior resistência;
d) os corpos de prova com compressão perpendicular aos planos de
estratificação apresentam maior resistência à compressão.
P
• Tensão de ruptura dada por: Tr =
Smédia

2. RESISTÊNCIA AO CHOQUE (Rc)


• Resistência ao impacto de um peso que cai de uma certa altura;
• Medida pelo produto do peso pela altura de queda que provoca a
ruptura do corpo-de-prova;
• Importância quando a rocha for usada para pavimentação de estradas
e aeroportos;
• Ensaio – Resistência ao Impacto Treton;
peso inicial − peso final
• É dado por: Rc = x100
peso inicial

3. RESISTÊNCIA AO DESGASTE
• Resistência ao desgaste por atrito mútuo → resistência da rocha sob
a forma de agregado, quando submetida a atrito mútuo de seus
fragmentos. Em alguns métodos são acrescentada esferas de ferro
fundido ou aço. Conforme o tipo de máquina: resistência ao desgaste
Los Angeles, Deval, etc;
• Resistência ao desgaste por abrasão → resistência da rocha quando
submetida à abrasão de abrasivos especificados. Importância especial
quando a rocha for empregada sob a forma de pavimentos. Método
utilizado é o de resistência à abrasão Los Angeles;
peso inicial − peso final
• É dado por: Ra = x100
peso inicial

4. RESISTÊNCIA AO CORTE
• É a resistência de uma rocha se deixar cortar em superfícies lisas;
• Normalmente a resistência ao corte cresce com a dureza da rocha.

5. COMPORTAMENTO ANTE A BRITAGEM


• Propriedade da rocha em apresentar maior ou menor dificuldade de se
fragmentar quando submetida à britagem;
• Fatores de influência: fissuramentos, leitos de estratificação, planos de
xistosidade, estados de alteração, etc;
• Pedra britada para pavimentação deve possuir um mínimo de
fragmentos lamelares e alongados.

IV. PROPRIEDADES GEOTÉCNICAS

1. GRAU DE ALTERAÇÃO
• São classificados em: praticamente sã, alterada e muito alterada;
• Tal classificação é muito subjetiva;
• Não está incluso na classificação a rocha extremamente alterada
(considerada material de transição ou solo de alteração de rocha).

2. GRAU DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO SIMPLES


• São divididos em:
Grau de resistência à compressão simples
Rocha Resistência (kg/cm 2)
muito resistente > 1.200
resistente 1.200 – 600
pouco resistente 600 – 300
branda 300 – 100
muito branda < 100

3. GRAU DE CONSISTÊNCIA
• São baseados em características físicas: resistência ao impacto
(tenacidade), resistência ao risco (dureza), friabilidade;
• São divididos em:
Grau de consistência
Rocha Características
• quebra com dificuldade ao golpe de martelo;
muito • o fragmento possui bordas cortantes que resistem ao corte por lâmina de
consistente aço;
• superfície dificilmente riscada por lâmina de aço.
• quebra com relativa facilidade ao golpe do martelo;
• o fragmento possui bordas cortantes que podem ser abatidas pelo corte
consistente
com lâmina de aço;
• superfície riscável por lâmina de aço.
• quebra facilmente ao golpe de martelo;
quebradiça • as bordas do fragmento podem ser quebradas pela pressão dos dedos;
• a lâmina de aço provoca um sulco acentuado na superfície do fragmento.
• esfarela ao golpe do martelo;
friável
• desagrega sob pressão dos dedos.

4. GRAU DE FRATURAMENTO
• Apresentado em número de fraturas por metro linear ao longo de uma
dada direção;
• São consideradas somente as “originais”.
Grau de Fraturamento
Rocha Número de fraturas por metro
ocasionalmente fraturada <1
pouco fraturada 1–5
medianamente fraturada 6 – 10
muito fraturada 11 – 20
extremamente fraturada > 20
em fragmentos torrões ou pedaços de diversos tamanhos, caoticamente dispostos
5. CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA DA ROCHA
• Expresso pela reunião dos parâmetros anteriores.

Caracterização geotécnica da rocha


Classificação
petrográfica Grau de Grau de Grau de Grau de
alteração resistência consistência fraturamento

(medianamente
Granito (muito alterado) (brando) (quebradiço)
fraturado)

Xisto (praticamente são) (resistente) (consistente) (muito fraturado)

(ocasionalmente
Arenito (alterado) (pouco resistente) (consistente)
fraturado)
ELEMENTOS SOBRE SOLOS

1. INTRODUÇÃO

A ação contínua do intemperismo tende a desintegrar e decompor as rochas,


dando origem ao solo. Na maioria dos casos, as construções de engenharia são
assentes sobre os solos e, muitas vezes, fogem ao caso as construções de túneis,
barragens ou grandes pontes que exijam fundações em rocha firme.

2. TIPOS DE SOLOS

Conceito de solo: A ABNT (NBR 6502) define solo como “Material proveniente
da decomposição das rochas pela ação de agentes físicos ou químicos, podendo
ou não ter matéria orgânica”, ou simplesmente, produto da decomposição e
desintegração da rocha pela ação de agentes atmosféricos.
De acordo com a origem: solo residual e solo transportado ou sedimentares

2.1 SOLOS RESIDUAIS

• São originados do processo de intemperização (decomposição) de


rochas pré-existentes, no qual ele se encontra sobre a rocha que lhe
deu origem;
• Para que eles ocorram é necessário que a velocidade de
decomposição (temperatura, regime de chuvas e vegetação) da rocha
seja maior do que a velocidade de remoção por agentes externos;
• Regiões tropicais favorecem a degradação da rocha mais rápida,
sendo comum a sua ocorrência no Brasil;
• Composição depende do tipo e da composição mineralógica da rocha
matriz;
• Solo residual maduro – é mais homogêneo e não apresenta nenhuma
relação com a rocha mãe;
• Solo residual jovem – apresenta boa quantidade de material que pode
ser classificado como pedregulho (# > 4,8 mm). São bastante
irregulares quanto à resistência, coloração, permeabilidade e
compressibilidade (intensidade do processo de alteração não é igual
em todos os pontos).
• Solo saprolítico – guarda características da rocha sã e tem
basicamente os mesmos minerais, porém sua resistência já se encontra
bastante reduzida. Pode ser caracterizado como uma matriz de solo
envolvendo grandes pedaços de rocha altamente alterada, apresenta
pequena resistência ao manuseio;
• Solo de alteração de rocha – preserva parte da estrutura e de seus
minerais, porém com dureza inferior à da rocha matriz, em geral muito
fraturada permitindo grande fluxo de água através das
descontinuidades;
• Rocha sã – ocorre em profundidade e mantém as características
originais, ou seja, inalterada;
• As espessuras das faixas são variáveis e dependem das condições
climáticas e do tipo de rocha.

2.1 SOLOS TRANSPORTADOS OU SEDIMENTARES

• Formam geralmente depósitos mais inconsolidados e fofos que os


residuais, e com profundidade variável;
• O solo residual é mais homogêneo do que o transportado no modo de
ocorrer.

a) SOLOS DE ALUVIÃO

• São transportados e arrastados pela água;


• Sua constituição depende da velocidade das águas no momento
de deposição, sendo encontrado próximo às cabeceiras material
mais grosseiro e o material mais fino (argila) são carregados a
maiores distâncias;
• Existem aluviões essencialmente arenosos, bem como aluviões
muito argilosos, comuns nas várzeas dos córregos e rios;
• Estes solos apresentam baixa capacidade de suporte
(resistência), elevada compressibilidade e são susceptíveis à
erosão;
• Apresentam duas formas distintas: terraços (ao longo do
próprio vale do rio) e planícies de inundação (forma depósitos
mais extensos);
• São fontes de materiais de construção, mas péssimos materiais
de fundação.

b) SOLOS ORGÂNICOS

• Formados em áreas de topografia bem caracterizada (bacias e


depressões continentais, nas baixadas marginais dos rios e
baixadas litorâneas);
• Mistura do material transportado com quantidades variáveis de
matéria orgânica decomposta;
• Normalmente são identificados pela cor escura, cheiro forte e
granulometria fina;
• Quando a matéria orgânica provém de decomposição sobre o
solo de grande quantidade de folhas, caules e troncos de plantas
forma-se um solo fibroso, essencialmente de carbono, de alta
compressibilidade e baixíssima resistência, que se chama turfa.
Provavelmente este é pior tipo de solo para os propósitos do
engenheiro geotécnico.

c) SOLOS COLUVIAIS (ou depósito de tálus)

• O transporte se deve exclusivamente à gravidade e o solo


formado possui grande heterogeneidade;
• São de ocorrência localizada, geralmente ao pé de elevações e
encostas, provenientes de antigos escorregamentos;
• Apresentam boa resistência, porém elevada permeabilidade;
• Sua composição depende do tipo de rocha existente nas partes
elevadas;
• Colúvio: material predominantemente fino;
• Tálus: material predominantemente grosseiro.

d) SOLOS EÓLICOS

• Formados pela ação do vento e os grãos dos solos possuem


forma arredondada;
• É o mais seletivo tipo de transporte de partículas de solo;
• Não são muito comuns no Brasil, destacando-se somente os
depósitos ao longo do litoral.
3. PROPRIEDADES GERAIS DOS SOLOS

Devem ser consultados livros sobre “Mecânica dos Solos”

3.1 ÍNDICES FÍSICOS

SOLO = SÓLIDOS + VAZIOS = SÓLIDOS + ÁGUA + AR

Índices físicos são relações entre pesos, entre volumes e entre pesos e volumes
das 3 fases que compõem o solo e servem para identificar o estado em que o solo
se encontra.

a) Porosidade (n)

Vv
n= (% ) → varia de 0 a 1
Vt

b) Índice de vazios (e)

Vv
e= → varia de 0 a ∞
Vs

c) Grau de saturação (Sr)

Vw
Sr = (% ) → varia de 0 a 1
Vv
d) Umidade natural (w)

Pw
w= (% )
Ps

e) Peso específico (γ) em t/m3 ou g/cm3

Pt Ps + Pw
γ= =
Vt Vs + Vv

Pt
• Peso específico natural do solo : γ n =
Vt
Ps
• Peso específico dos grãos sólidos: δ = γ s =
Vs
Pw
• Peso específico da água: γ w =
Vw

3.2 FORMAS DAS PARTÍCULAS

a) Esferoidais

Dimensões aproximadas em todas as direções, podendo ser angulosas


(com arestas vivas) ou polidas.
Ex.: pedregulhos, areias e a maioria dos siltes

b) Lamelares

Há predomínio de duas dimensões sobre a terceira (partículas em


forma de placas).
Ex.: Solos de constituição granulométrica mais fina

c) Fibrilares

Há predomínio de uma dimensão sobre as outras duas (forma de fibra).


Ex.: Solos orgânicos (turfosos)

4. CLASSIFICAÇÃO GRANULOMÉTRICA DE SOLOS

4.1 TAMANHO DAS PARTÍCULAS


a) Pedregulhos: encontrados nas margens dos rios e em depressões
preenchidas por materiais transportados pelos rios.
b) Areias: grossas, médias e finas.
c) Siltes: granulação fina, pouca ou nenhuma plasticidade e baixa
resistência quando seco.
d) Argilas: apresenta capacidade de se deformar sem apresentar variações
volumétricas e elevada resistência quando seca.

Descrição Diâmetro da partícula


Argila < 0,005 mm
Silte 0,005 mm a 0,05 mm
Areia fina 0,05 mm a 0,42 mm
Areia Média 0,42 mm a 2,0 mm
Areia Grossa 2,0 mm a 4,8 mm
Pedregulho 4,8 mm a 7,6 cm
Pedra 7,6 cm a 25,0 cm
Matacão 25,0 cm a 1,0 m
* Diâmetros definidos pela norma da ABNT

4.2 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

Objetivo: determinar a dimensão dos grãos (textura) que constituem um


solo e a porcentagem do peso total representada pelos grãos em vários
intervalos de tamanho.

Diâmetro efetivo (Def ou D10): é o diâmetro tal que apenas 10% das
partículas do solo, em peso, tem diâmetros menores do que ele. Sua
importância está no fato de que as partículas mais finas são as que têm
maior efeito no comportamento do solo.

Coeficiente de uniformidade (Cu): É a razão entre os diâmetros


correspondentes a 60% e 10% tomados da curva granulométrica.
D 60
Cu = ⇒ Na realidade, esta relação indica a “falta de uniformidade”,
D 10
pois seu valor diminui ao ser mais uniforme o material. Se Du = 1 (solo
absolutamente uniforme) - corresponde a uma curva granulométrica vertical;
quanto maior Du, mais desuniforme ou mais bem graduado é o solo.
Cu < 5 ⇒ solo muito uniforme
5 < Cu < 15 ⇒ desuniformidade média
Cu > 15 ⇒ desuniforme

5. REPRESENTAÇÃO GRANULOMÉTRICA DOS SOLOS


6. ENSAIOS DE SIMPLES CARACTERIZAÇÃO

Consistem na determinação da umidade natural, limites de Atterberg (ou de


consistência) e granulometria de um solo.

6.1 UMIDADE NATURAL


Realizado no laboratório pesando-se uma cápsula contendo 50 g de amostra
de solo (P 1), coloca-se na estufa a 105ºC durante tempo necessário para
evaporação da água. Retira-se da estufa e pesa-se novamente (P 2).

P1 − P2
h= x100% , sendo P3 = peso da cápsula
P2 − P3

6.2 GRANULOMETRIA
Ensaio granulométrico – curva granulométrica
Peneiramento e Sedimentação

6.3 PLASTICIDADE

Plasticidade: propriedade que o solo possui de ser submetido a


grandes deformações sem sofrer ruptura ou fissuramento. Isto ocorre
porque, a forma lamelar das partículas permite um deslocamento relativo
entre elas, sem necessidade de variação de volume. É um estado de
consistência circunstancial, que depende do teor de umidade do solo.

• Estado líquido: o solo se apresenta como um fluido denso (flui entre os


dedos); não possui resistência ao cisalhamento.
• Estado plástico: o solo apresenta comportamento plástico, podendo
sofrer grandes deformações sem apresentar rupturas ou fissuramento;
perde a capacidade de fluir, adquirindo uma certa resistência ao
cisalhamento.
• Estado semi-sólido: o solo mostra-se quebradiço ao ser deformado,
não apresentando mais comportamento plástico.
• Estado sólido: o solo não sofre mais redução de volume com o
processo de secagem, deixando, portanto de ser saturado. Ou
simplesmente, o volume do solo não varia por variações em sua
umidade.
• Índice de plasticidade: IP = LL – LP ⇒ fisicamente representaria a
quantidade de água que seria necessário acrescentar a um solo para que
ele passasse do estado plástico ao líquido.
1 < IP < 7 ⇒ fracamente plástico
7 < IP < 15 ⇒ medianamente plástico
15 < IP ⇒ altamente plástico
LL − w
• Índice de consistência: IC = ⇒ busca situar o teor de umidade
LL − LP
do solo no intervalo de interesse para a utilização na prática. Não
representa com fidelidade os valores reais.
IC < 0 ⇒ argila muito mole
0 < IC < 0,5 ⇒ argila mole
0,5 < IC < 0,75 ⇒ argila média
0,75 < IC < 1,0 ⇒ argila rija
1,0 < IC ⇒ argila dura

7. TABELA RESUMIDA PARA IDENTIFICAÇÃO DO SOLO NO CAMPO

Tipos de solos
Propriedades
Arenosos Siltosos Argilosos Turfosos
grossa fina
Granulação muito fina fibrosa
(olho nu) (tato)
Plasticidade nenhuma pouca grande pouco a média
Compressibilidade
pouca média grande muito grande
(carga estática)
Coesão nenhuma média grande pouca
Resistência do solo
nenhuma média grande pouca a média
seco
1. tato
1. tato
2. plásticos se 1. cor preta
Resumo para 2. seco, esfarela
tato e visual molhados 2. plásticos se
identificação 3. seco, desgrega
3. seco não molhado; fibroso
quando submerso
desagrega
UTILIZAÇÃO DE SOLOS E ROCHAS COMO MATERIAIS
DE CONSTRUÇÃO

1. INTRODUÇÃO

Os materiais rochosos na forma granular são denominados de agregados. Estes


materiais devem possuir dimensões e propriedades adequadas para o seu uso em
construção civil.
Três fatores básicos para utilização:
a) Qualidade do material: durabilidade, resistência e baixo custo;
b) Volume de material útil;
c) Transporte, ou seja, a localização geográfica da jazida.

2. EXPLORAÇÃO DE ROCHAS PARA CONSTRUÇÃO

a) Afloramento: é a emergência de uma rocha à superfície da terra;


b) Ocorrência: é toda a presença de rocha suscetível de fornecer material para as
finalidades visadas;
c) Jazidas: é toda ocorrência economicamente explorável;
d) Pedreira: é toda ocorrência de rocha em exploração industrial.

3. QUALIDADES EXIGIDAS NAS ROCHAS

Em geral, a falta de homogeneidade é indício de má qualidade.


3.1 Resistência mecânica: é a capacidade de suportar a ação das cargas aplicadas
sem entrar em colapso;
3.2 Durabilidade: é a capacidade de manter suas propriedades físicas e mecânicas
com o decorrer do tempo e sob ação de agentes agressivos;
3.3 Trabalhabilidade: é a capacidade de ser afeiçoada com o mínimo de esforço;
3.4 Estética: é a aparência da pedra para fins de revestimento ou acabamento.

4. PROPRIEDADES FÍSICAS

4.1 Absorção: é a capacidade dos vazios da rocha (total ou parcial) de serem


preenchidos por uma certa quantidade de líquido (absorvido por capilaridade).
peso água (peso saturado − peso sec o )
i= =
peso sec o peso sec o
4.2 Peso específico aparente: é a relação entre o peso de um fragmento seco e seu
volume.
peso sec o peso sec o
γ as = =
volume (pesosec o − peso submerso )

4.3 Porosidade: porosidade elevada em rochas normalmente fechadas (ígneas)


pode indicar má qualidade. Quanto maior porosidade, maior absorção percentual
de água, menor resistência.
volume vazios
η= x100
volume total

Classificação da porosidade e índice de vazios em rochas duras e moles

Classe Índice de vazios Porosidade (%) Termo


1 maior que 0,43 maior que 30 muito alta
2 0,43 a 0,18 30 – 15 alta
3 0,18 a 0,05 15 – 5 média
4 0,05 a 0,01 5–1 baixa
5 menor que 0,01 menor que 1 muito baixa

4.4 Condutibilidade e dilatação térmicas: a primeira é a capacidade que a rocha


possui de absorver calor, sendo geralmente pequena; e a segunda, mede quanto
uma rocha se dilata por aumento de temperatura, e é dado por:
∆L
ε L
λ= =
∆T ∆T

4.5 Dilatação por embebição: é dada pela variação no comprimento da amostra


entre as situações seca e saturada.
∆L
ε=
L

4.6 Dureza: é avaliada pela maior ou menor facilidade com que ela pode ser serrada
ou polida.
4.7 Aderência: maior ou menor aptidão da rocha em deixar-se ligar por uma
argamassa. A fratura e a porosidade influem nesta propriedade.
4.8 Forma: dos fragmentos obtido na britagem poderá traduzir sua maior ou menor
resistência e trabalhabilidade quando utilizado na construção civil.
Pode ser classificada como cúbica, alongada, lamelar e quadrática.
5. PROPRIEDADES MECÂNICAS

5.1 Resistência à compressão simples: é determinada medindo-se a carga de


ruptura de uma amostra, isenta de falhas e defeitos.
Classificação da resistência para rochas

Classe Resistência (MPa) Termo


1 1,5* – 15 fraca
2 15 – 50** moderadamente forte
3 50 – 120 forte
4 120 – 230 muito forte
5 maior que 230 extremamente forte
* Quando < 1,5 MPa – solos duros e assim devem ser ensaiados
** Rochas brandas – mais fracas que 50 MPa; rochas duras – mais resistentes que 50 MPa

5.2 Resistência à tração: é medida pela tensão aplicada no momento da ruptura


F
por tração, dada por: T0 =
A
5.3 Resistência ao cisalhamento: é medida pela tensão de cisalhamento máxima
F
necessária à ruptura do corpo de prova dividida pela área, dada por: τ =
A
5.4 Resistência ao desgaste: mostra o comportamento da rocha quando submetida
à abrasão de outros corpos ou ao atrito mútuo.
5.5 Resistência à abrasão Los Angeles: é definida pelo desgaste sofrido pelo
agregado quando colocado na máquina Los Angeles juntamente com uma carga
abrasiva.
(peso inicial − peso final )
Ab = x100
peso inicial

5.6 Resistência ao choque: é a resistência que uma rocha oferece ao impacto de


um peso que cai de uma certa altura.
5.7 Resistência à britabilidade e esmagamento: mostra o comportamento do
material rochoso quanto a sua fragmentação.
5.8 Módulo de elasticidade ou de Young: é a relação entre a pressão ou tensão, σ,
aplicada no corpo e a deformação linear, ε; representa a maior ou menor
capacidade que o corpo tem de sofrer deformações e voltar a sua forma original.
5.9 Coeficiente de Poisson: finalidade de mostrar a relação entre as deformações
transversais e longitudinais da rocha quando submetida a esforços de
compressão.
∆x
υ= X
∆l
L
5.10 Deformabilidade: quando frágil, muito baixa deformabilidade; dútil,
deformabilidade baixa; rastejo plástico, muito alta deformabilidade.
Deformabilidade de rochas duras e moles em termos de módulo de deformação D

Classe Deformabilidade (MPa) Termo


1 menos que 5 muito alta
2 5 – 15 alta
3 15 – 35 moderada
4 35 – 60 baixa
5 mais que 60 muito baixa

6. PROPRIEDADES QUÍMICAS

6.1 Reação álcali-agregado: reação de alguns minerais com os álcalis livres do


cimento portland provoca uma expansão após a pega do concreto.
6.2 Adesividade: é a qualidade que o agregado deve possuir de se deixar recobrir
por uma película betuminosa, a qual deve resistir à ação da água, sem se romper.
Podem ser classificados em hidrofílicos (má) e hidrofóbicos (boa).

7. AGREGADOS E BLOCOS DE PEDRA

O grande volume de rochas utilizados na construção civil é constituídos por


fragmentos irregulares. Logo, estes materiais devem satisfazer às exigências de
resistência mecânica, durabilidade e de alguma trabalhabilidade, não importando a
estética.

7.1 Modalidade em que o material é oferecido e usado.


• Agregado – material natural de propriedades adequadas ou obtido por
fragmentação artificial de pedra.
Dimensões: miúdo (0,075 e 4,8 mm) e graúdo (4,8 a 100 mm)
• Pedra britada ou brita – proveniente do britamento de pedra.
Dimensões: 4,8 e 100 mm.
Classificação da brita de acordo com as dimensões nominais (ABNT – NBR 7225)
Pedra britada Tamanho nominal (mm)
Número Mínimo Máximo
1 4,8 12,5
2 12,5 25
3 25 50
4 50 76
5 76 100

• Pedrisco – dimensões: 0,075 a 4,8mm.


• Pó de pedra ou filer – dimensão inferior a 0,075mm.
• Pedregulho – é o material natural inerte, de forma arredondada.
Dimensões: entre 2,0 e 100 mm.
• Areia – é o material natural
Dimensões: entre 0,075 e 2,0 mm.
Areia Tamanho (mm)
Grossa > 1,2
Média 1,2 – 0,42
Fina < 0,42

• Bloco de pedra – é a pedra angulosa, em geral, obtida por fragmentação


artificial
Dimensão: > que 10 cm.
• Matacão – é a pedra arredondada
Dimensão: > que 10 cm.
• Pedra amarroada (de mão) – é a pedra bruta.

7.2 Lastro de vias férreas e pavimentos

Usada como brita em tamanhos progressivos de baixo para cima, sobre o solo.
Função: suportar dormentes, distribuir as cargas das rodas, constituir um meio
de drenagem da água sob os dormentes, constituir como um meio para
aplainamento da pista, permitir que os trilhos movam verticalmente sob as cargas
aplicadas repentinamente, reduzir os efeitos dos impactos, retardar ou evitar o
crescimento dos vegetais.
• Pedra britada – pavimentos das estradas, na base, no macadame hidráulico, no
revestimento betuminoso e de concreto de cimento.
• Paralelepípedos e pedras irregulares – calçamento de ruas ou estradas.
7.3 Enrocamentos e filtros

• Enrocamentos – é o acúmulo de fragmentos de rocha, com função de constituir


o corpo de uma obra, formar uma proteção contra a erosão.
Solicitações:
1. Forças mecânicas de elevada compressão devido a cargas pontuais, forças
de descompressão de tensões pontuais, atrito;
2. Ação da intempérie acima da zona de saturação por umidecimento e
secagem, variação da temperatura, ação de sais em obras marinhas.

Propriedades exigidas: resistência à compressão, resistência à tração, resistência


ao desgaste e resistência ao intemperismo.

Ensaios recomendados: compressão simples, tração (diamentral, flexão ou


puntual), abrasão a Los Angeles, avaliação da alteração e alterabilidade.

• Filtros – função de permitir a passagem da água e impedir a passagem de


partículas finas. Normalmente construídos com areia limpa.
Solicitações:
1. Atrito, abrasão e impacto, na fase de execução, e à compressão, conforme
a sua posição num enrocamento ou aterro maior;
2. Possíveis reações químicas.

Propriedades exigidas: resistência à compressão, resistência à abrasão e


insolubilidade.

Ensaios recomendados: análise petrográfica, resistência à compressão e


resistência à abrasão.

7.4 Concreto

A brita ou pedras maiores constitui o maior volume do concreto.


Funções do agregado no concreto:
1. Contribuir com grãos capazes de resistir aos esforços solicitantes;
2. Desgaste e ação de intempéries;
3. Reduzir as variações de volume de qualquer natureza;
4. Contribuir para a redução do custo do concreto.
Solicitações:
1. Atrito e impacto durante a preparação do concreto;
2. Compressão e tração solidariamente à estrutura do concreto;
3. Possível reação com álcalis do cimento;
4. Ação do intemperismo.

Propriedades exigidas: resistência à compressão simples, resistência à tração,


resistência ao desgaste, não reatividade, resistência ao intemperismo e
trabalhabilidade.

Ensaios recomendados: compressão axial, tração, análise petrográfica para


minerais reativos ou ensaios de reatividade, forma, análise das impurezas (torrões
de argila, materiais carbonosos, material pulverulento, impurezas orgânicas,
presença de mica e de sulfato), avaliação da alteração, alterabilidade.

8. PEDRA DE CANTARIA, REVESTIMENTO E CALÇAMENTO

• Pedras de cantaria – é a pedra que, tendo sido afeiçoada manualmente, com o


uso de ferramentas adequadas, apresenta-se pronta para ser utilizada em
construções e equipamentos. Atua ora como elemento estrutural, ora como
ornamentação e, muitas vezes, atende às duas funções (fazer parte da estrutura da
obra e, portanto receber os esforços; e embelezar).
Utilização – meio-fio, pórticos, parapeitos de janelas, balcões, paredes, muros,
blocos esculpidos em catedrais, palácios, etc.

• Pedra de revestimento – embelezar e proteger a superfície.

• Pedra de calçamento – paralelepípedos e pedras irregulares, sendo menos


exigentes quanto à estética.

Obtenção:
1. Pedras de cantarias, de revestimento e de calçamento – artesanalmente,
evitando explosivos.
2. Blocos de matacões – cortados em tamanhos desejados, através de
pontaletes e cunhas ou utilizando-se explosivos.
3. Rochas maciças (granitos e mármores) – extraídos em grandes blocos e,
posteriormente, são talhados ou fatiados com serras usando ferro, areia e
água.

Solicitações:
1. Intemperismo (umedecimento e secagem, variação térmica, ação química
da água da chuva);
2. Ataque químico por substâncias de limpeza;
3. Flexão (durante seu afeiçoamento e colocação);
4. Desgaste (dependendo de seu uso, como pias, escadas, etc).

Propriedades exigidas: beleza (cor), sanidade, resistência ao intemperismo,


resistência à ação dos ácidos, trabalhabilidade, resistência à tração (flexão),
resistência ao desgaste, homogeneidade, ausência de fissuras, dureza, baixa
absorção, baixa porosidade e impermeabilidade, resistência ao calor.

Ensaios recomendados: análise petrográfica, avaliação da alteração e


alterabilidade, resistência à compressão e coeficiente de amolecimento, resistência
à flexão, resistência ao desgaste, absorção, porosidade e permeabilidade, peso
específico.

9. APLICAÇÃO DAS ARGILAS E AREIAS

• Argilas
Apresentam plasticidade, quando molhadas e rigidez, depois de submetidas a
aquecimento adequado.
Aplicações: cerâmica, núcleo impermeável de barragens, inseticidas, borracha,
papel, lama para perfuração de petróleo, etc.

• Areias
Aplicações:
ü Obras civis: feitura de concreto, material filtrante na construção de drenos de
estradas e de barragens (extraídos dos rios);
ü Indústria: fabricação do vidro e preparo de moldes para fundição (retiradas
das praias).
ESTRUTURAS GEOLÓGICAS

1. INTRODUÇÃO

Forma e posicionamento dos corpos rochosos → estruturas geológicas e são


representadas por dobras, falhas, fraturas, xistosidade e acamamento das rochas
sedimentares e provocam zonas de fraqueza ou ruptura.

2. DEFORMAÇÕES DAS ROCHAS

Definição de deformação: qualquer variação da forma e/ou de volume quando sujeita à


ação de pressões, tensões, variações de temperatura, etc. Podem ser elásticas, plásticas
ou por ruptura (ou fratura).
Normalmente, as variações de temperatura causam deformação elástica, e as dobras,
falhas, fraturas causam deformações plásticas e de ruptura.

2.1 ZONAS DE PLASTICIDADE E DE FRATURA

• Plasticidade: mudança gradual na forma e na estrutura interna de uma rocha


efetuada por reajuste químico e por fraturas microscópicas, enquanto a
rocha permanece rígida (não produz fusão);
• Zona de plasticidade: a grande profundidade, dando origem às dobras,
estruturas gnáissicas, xistosas, etc;
• Zona de fratura: próxima à superfície, produzindo fraturas, falhas e fendas.

2.2 ROCHAS COMPETENTES E INCOMPETENTES

• Competentes: possuem maior facilidade de se dobrarem e transmitirem os


esforços recebidos, tais como os folhelhos e calcários;
• Incompetentes: possuem maior tendência de se fraturarem, tais como as
rochas arenosas.

3. ATITUDE DOS PLANOS ESTRUTURAIS (direção + mergulho)

• Direção: é a orientação em relação ao norte, da linha resultante da


interseção do plano da camada com o plano horizontal;
• Mergulho: é o ângulo diedro formado pelo plano da camada com o plano
horizontal, tomado perpendicularmente a sua direção.
Exemplo: camadas horizontais apresentam um mergulho de 00.
4. DOBRAS

São ondulações, convexidade ou concavidades, que aparecem em rochas originalmente


planas, com amplitudes variando de cm a centenas de km. Ex.: Cordilheira do Himalaia.

4.1 CAUSAS DOS DOBRAMENTOS: QUANTO À ORIGEM:

a) Tectônicas: resultam de movimentos da crosta terrestre;


b) Atectônicas: resultante de movimentos localizados (deslizamentos,
acomodações, escorregamentos, etc) sob influência da gravidade e na
superfície terrestre. São de âmbito local e inexpressivas.

4.2 PARTES DE UMA DOBRA

a) Plano ou superfície axial: é o plano ou superfície imaginária que divide


uma dobra em duas partes similares, que pode, ou não, ser simétricas.
Podem ser vertical, inclinado ou horizontal;
b) Eixo axial ou charneira: é a interseção da superfície axial com qualquer
camada ou é a linha em torno do qual se dá o dobramento. O ângulo que
esta linha forma com a horizontal é o mergulho ou inclinação da dobra;
c) Flancos ou limbos: são os dois lados da dobra;
d) Crista: é a linha resultante da ligação dos pontos mais elevados de uma
dobra, podendo ou não coincidir com o eixo da mesma;
e) Plano da crista: é o plano que, numa dobra, passa por todas as cristas.
4.3 TERMINOLOGIA GERAL DAS DOBRAS: ASPECTO GEOMÉTRICO

a) Antiforma: convexidade voltada para cima;


b) Sinforma: convexidade voltada para baixo.

4.4 TIPOS DE DOBRAS

a) Anticlinal: é a dobra alongada, na qual os flancos abrem-se para baixo e a


convexidade está voltada para o alto, podendo ser simétrica ou não;

Anticlinal simétrica
Anticlinal assimétrica

b) Sinclinal: é a dobra alongada, cujos flancos abrem-se para cima e a


convexidade está voltada para baixo, podendo ser simétrica ou não;

Sinclinal assimétrica
Sinclinal simétrica
c) Simétrica: é a dobra em que os dois flancos possuem o mesmo ângulo de
mergulho;

Simétrica – caracteriza-se por possuir o plano axial vertical

d) Assimétrica: os flancos mergulham com diferentes ângulos;

Assimétrica – o plano axial vertical está fora da vertical

e) Deitada: é a dobra em que o plano axial é essencialmente horizontal;

Deitada – o plano axial é horizontal

f) Isoclinal: os dois flancos mergulham a ângulos iguais na mesma direção.


Podem ser: simétrico ou vertical, inclinado e recumbente.

g) Em leque: representada por dois flancos revirados;


h) Homoclinal: um grupo de camadas que apresentam um mergulho regular,
segundo uma mesma direção;
i) Monoclinal ou flexão: é a dobra em que se dá o encurvamento de apenas
uma parte das camadas, permanecendo as demais na sua posição original;

j) Domo: é uma estrutura ampla, com convexidade voltada para cima, onde as
camadas mergulham em todas as direções, de maneira mais ou menos igual,
a partir de um centro comum;

k) Bacia estrutural ou tectônica: é uma dobra ampla cuja convexidade aponta


para baixo, sendo que as camadas mergulham de todas as direções para um
centro comum.

4.5 RECONHECIMENTO DE DOBRAS


5. FALHAS

São rupturas e deslocamentos ao longo de um plano, e pelo qual as paredes opostas se


movem uma em relação à outra, com dimensões que variam de mm até dezenas de km.
Sua atitude ou posição é dada pela direção e mergulho. Ex: Falha de San Andreas

5.1 ELEMENTOS DE UMA FALHA

a) Plano de falha: é a superfície ao longo do qual se deu o deslocamento;


b) Zona ou espelho de falha: é uma faixa que acompanha o plano de falha,
representada por um fraturamento ou esmigalhamento mais intenso das
rochas;
c) Linha de falha: é a linha formada pela interseção do plano de falha com a
topografia;
d) Rejeito: é a medida do deslizamento linear resultante do movimento que
ocasionou a falha;
• Rejeito vertical (D – C): é o afastamento vertical de pontos contíguos, medido em um plano perpendicular
à direção do plano de falha.
• Rejeito horizontal (A – D): é o afastamento de pontos contíguos, medido horizontalmente em um plano
perpendicular à direção do plano de falha.
• Rejeito direcional (C – A’): é o afastamento de pontos contíguos, medido paralelamente à direção do
plano de falha.
• Rejeito total (A – A’): é o afastamento de pontos contíguos, medido no plano de falha.
• Rejeito de mergulho (B – A’): é o afastamento de pontos contíguos, medido paralelamente à direção de
mergulho do plano de falha.

e) Capa ou teto: é o bloco que fica acima do plano de falha (inclinado);


f) Lapa ou muro: é o bloco que fica abaixo do plano de falha (inclinado).

5.2 TIPOS DE FALHA

a) Baseado no movimento aparente


• Falha normal ou direta: capa ou teto se movimenta para baixo em relação
à lapa ou muro;

• Falha inversa: capa ou teto se movimenta para cima em relação à lapa ou


muro;

• “Graben”: bloco afundado entre duas falhas;


• “Horst”: bloco que se ergueu entre duas falhas.
Horst e Graben – representados pela elevação e depressão, respectivamente.

b) Baseado na classificação genética


• De empurrão: teto sobe realmente em relação ao muro, havendo
compressão horizontal;
• De gravidade: teto desce em relação ao muro, ocasionando alívio de
pressão na horizontal e o bloco cai por gravidade;
• De rejeito direcional ou falhas transcorrentes: movimento dominante na
horizontal, através de compressão e alívio de tensões.

5.3 RECONHECIMENTO DE FALHAS

Observações de escarpas e espelhos de falha, problemas de erosão, fotografias aéreas,


amostras de sondagens.
6. FRATURAS

É uma deformação por ruptura. É um plano que separa em duas partes um bloco de
rocha ou de uma camada, e ao longo do qual não se deu deslocamento. O espaçamento
entre elas pode ser de cm a metros.
Podem ser abertas ou fechadas, com ou sem preenchimento (pode ou não favorecer na
recuperação da coesão entre os blo cos).
A atitude e o espaçamento é importante para a qualificação do maciço, e representam o
enfraquecimento.

6.1 NOMENCLATURA

a) Diáclase: fraturas ou rupturas de causas tectônicas;


b) Junta: fraturas cuja origem é a contração por resfriamento.

6.2 TIPOS
a) Diáclases originadas por esforços de compressão: provocadas por
esforços tectônicos, e são caracterizados por superfícies planas e ocorrem
na forma de sistemas, cortando-se em ângulos. Comuns em anticlinais e
sinclinais;
b) Diáclases de tensão: são formadas perpendicularmente às forças que
tendem a puxar opostamente um bloco rochoso e, em geral, apresentam
superfícies não muito planas. Quanto à origem:
• Tectônica: freqüente nos anticlinais e sinclinais;
• Contração: caracterizados por vários sistemas entrecruzados;

7. OROGÊNESE

Conjunto de fenômenos vulcânicos, erosivos e diastróficos (conjunto de movimentos


tangenciais, verticais que acarretam na superfície terrestre o aparecimento de dobras e
falhas) que levam à formação de montanhas (elevações superiores a 300 m sobre o
terreno circundante).

7.1 MONTANHAS DE ORIGEM VULCÂNICA

São formadas pelo acúmulo de material expulso, provenientes de partes


profundas da crosta terrestre. Às vezes predominam larvas (vulcões
havaianos), outras vezes o material piroclástico (Paracutin) e, finalmente,
ambos associados (Vesúvio). Têm forma cônica, com o material acumulando-
se em torno da cratera.
Outros exemplos: Etna (Itália) e Aconcágua (Cordilheira dos Andes).

7.2 MONTANHAS DE ORIGEM EROSIVA

a) Isoladas pela erosão: são restos de camadas horizontais que ficaram


isoladas pelos efeitos da erosão. Quando possuem o topo plano são
chamadas de mesas.
b) Nos divisores de água: formadas devido à erosão fluvial.
c) Erosões diferenciais: formadas quando as rochas mais fracas são
destruídas, restando as rochas duras que se sobressaem no relevo.
Exemplos: Serra Geral do Rio Grande do Sul e parte de Santa Catarina

7.3 MONTANHAS DE ORIGEM TECTÔNICA


Formam as grandes cadeias de montanhas e se originam por dobramentos,
falhas ou ambos.
Exemplos por falhamentos: Serra do Mar
As montanhas formadas por dobramentos constituem as maiores
cordilheiras.
Exemplos por dobramentos: Alpes, Himalaia, Andes e Montanhas
Rochosas.
INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO

1. OBJETIVO

Esclarecer as condições geológicas da subsuperfície e seus elementos estruturais.

2. MÉTODOS

São classificados em: indiretos (ou geofísicos) e diretos (mecânicos).


A importância de se conhecer estes métodos está ligada basicamente à avaliação do que
cada método pode fornecer. São em número muito variados, porém em geologia de
engenharia ficam reduzidos a um número não muito grande.

3. MÉTODOS INDIRETOS OU GEOFÍSICOS

Definição: fornecer os valores de alguma propriedade física permitindo detectar a


posição e algumas propriedades de interesse geotécnico dos corpos rochosos.

Constituem a Geofísica Aplicada – ciência que tem por objetivo definir os tipos de
rochas e as estruturas geológicas presentes no subsolo para fins de projeto de
engenharia civil.

3.1 CAMPOS DE APLICAÇÃO

• Exploração de petróleo (métodos gravimétricos e sísmicos);


• Prospecção de minérios (métodos elétricos, magnéticos e radioativos);
• Estudos para prospecção de água subterrânea e investigações em projeto
de engenharia civil (métodos da resistividade elétrica e sísmico).

3.2 PROCEDIMENTOS

• Medir na superfície do terreno campos de força, de acordo com o método


usado, com o objetivo de detectar possíveis anomalias nesses campos;
• Predizer a configuração dos materiais e das estruturas geológicas
subterrâneas, causadores das anomalias.

3.3 MÉTODOS GRAVIMÉTRICOS

Método de prospecção geofísica cuja finalidade é investigar estruturas geológicas


através do conhecimento das variações do campo gravitacional da Terra produzidas por
irregularidades na distribuição de massa nas partes superiores da crosta terrestre.
Exemplos de aplicação:
• Domos-salinos: estrutura resultante do movimento ascendente de massa salina com
pequena área, erguendo-se com flancos abruptos até profundidades superiores a 200 m da
superfície da água do mar;

• Anticlinais;

• Configuração do embasamento cristalino de bacias sedimentares.

3.4 MÉTODOS MAGNÉTICOS

Método de prospecção geofísica que consiste basicamente na medida de anomalias


magnéticas devidas à variação na concentração de minerais magnéticos nas rochas da
crosta terrestre (mede as variações do campo magnético da Terra – susceptibilidade
magnética de certas rochas próximas à superfície).

3.5 MÉTODOS ELÉTRICOS

Os métodos elétricos fazem uso de uma grande variedade de técnicas, cada uma
baseada nas diferentes propriedades elétricas e características dos materiais que
compõem a crosta terrestre.
3.5.1 TIPOS: CAMPOS ELÉTRICOS NATURAIS OU ARTIFICIAIS

Método de aplicação da energia Método


− da polarização espontânea
Correntes naturais (CC)
− das correntes telúricas
− das linhas equipotenciais
− do perfil de potencial
Correntes artificiais (CA ou CC)
− do quociente da queda de potencial (QQP)
− da resistividade
− galvânico
Campo eletromagnético (somente CA)
− indutivo

3.5.2 O MÉTODO DE ELETRORRESISTIVIDADE

Esse método geofísico emprega uma corrente elétrica artificial que é introduzida no
terreno através de dois eletrodos laterais (eletrodos de corrente) com o objetivo de
medir o potencial gerado em outros dois eletrodos centrais (eletrodos de potencial) nas
proximidades do fluxo de corrente. As relações entre corrente elétrica, potencial elétrico
e disposição geométrica dos eletrodos no terreno permitem calcular a resistividade real
ou aparente em subsuperfície.

A resistividade de solos e rochas é afetada principalmente por quatro fatores:


• Composição mineralógica;
• Porosidade;
• Teor em água;
• Quantidade e natureza dos sais dissolvidos.

Utilização:
• Estudo geológico de traçados rodoviários e ferroviários;
• Resolução de problemas estratigráficos e estruturais;
• Determinação da espessura e profundidade de aluviões aqüíferas;
• Pesquisas de áreas de material de empréstimo;
• Determinação da espessura de solo em pedreiras;
• Prospecção de corpos de minérios;
• Problemas de fundações em geral;
• Determinação do contacto água doce-água salgada, em zonas de praia.

Limitações:
• Sucessões de camadas de resistividade sempre crescentes ou sempre
decrescentes são desfavoráveis;
• Camadas finas, eletricamente resistentes, colocadas entre camadas
condutoras;
• Regiões estratificadas horizontalmente com anisotropia elétrica crescendo
progressivamente.

3.6 MÉTODOS SÍSMICOS

Utiliza o fato de que ondas elásticas (ou ondas sísmicas) viajam com diferentes
velocidades em diferentes tipos de rochas. As ondas sísmicas são captadas em
sensores (geofones), que enviam os sinais para serem transformados em registros
sísmicos (sismogramas) nos sismógrafos. Observando-se o tempo de chegada das
ondas sísmicas em diferentes pontos (tiro sísmico) e o registro do sinal sísmico, é
possível determinar a distribuição de velocidade e localizar interfaces onde as ondas são
refletidas e refratadas. O sinal é refletido sempre que este encontra um material com
impedância acústica diferente daquele onde está se propagando.

3.6.1 VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO DAS ONDAS ELÁSTICAS: DEPENDE


DAS PROPRIEDADES ELÁSTICAS DO MATERIAL, VARIANDO DE ACORDO COM A ORIGEM
DA ROCHA.

• Rocha magmática: decresce com o aumento em sílica na rocha;


• Rocha sedimentar:
ü A porosidade e o grau de decomposição diminuem a velocidade;
ü A compactação e a cimentação aumentam a velocidade;
ü Sedimentos clásticos (arenitos, conglomerados) têm velocidade menor
do que sedimentos químicos.
• Rocha metamórfica: a velocidade de propagação não é a mesma em todas
as direções. É maior na direção da xistosidade.

Exemplos de velocidade de propagação em rochas


aluvião 300 a 700 m/s
arenitos 2.300 a 3.500 m/s
granito 4.500 a 3.500 m/s

3.6.2 REFLEXÃO E REFRAÇÃO DE UMA PARTE DA ENERGIA DAS ONDAS


ELÁSTICAS NO CONTATO ENTRE DIFERENTES ROCHAS.
3.6.3 TIPOS: SÃO DE DOIS TIPOS E VARIAM SEGUNDO O PRINCÍPIO
UTILIZADO (REFRAÇÃO OU REFLEXÃO).

Reflexão Refração
Número de furos 7 1
Profundidade de carga 18 m 18 m
Carga de dinamite 6 kg/furo 60 kg/furo
determinar as diferentes camadas determinar a posição do
Objetivo
presentes embasamento cristalino
Distância da explosão ao geofone 50 – 360 m 1.000 a 2.000 m

4. MÉTODOS DIRETOS

Definição: permitem a observação direta do subsolo ou através de amostras coletadas


ao longo de uma perfuração ou a medição direta de propriedades in situ ⇒ escavações,
sondagens e ensaios de campo.

Objetivos: mapeamento geológico do subsolo (definição da litologia e dos elementos


estruturais), extração de matérias-primas (obtenção de água subterrânea, extração de
petróleo, etc) e outros fins (rebaixamento do lençol freático, ventilação de minas, etc).

Amostragem: as amostras devem ser representativas.


• Rochas duras: fragmentos ou testemunhos de sondagens – composição,
textura e estrutura;
• Solos ou rochas brandas:
ü Indeformada – estrutura, textura, composição, umidade natural,
compacidade ou consistência naturais;
ü Deformada – conserva a textura e composição.

4.1 SONDAGENS

Os métodos mais utilizados são sondagens a trado, poços de inspeção, galerias,


sondagem a percussão, sondagem rotativa, sondagem usando a perfuração roto-
percussão.

4.1.1 ABERTURA DE POÇOS, TRINCHEIRAS E GALERIAS DE INSPEÇÃO

Escavações manuais ou por meio de escavadeiras com o objetivo de expor e permitir a


direta observação visual do subsolo, com a possibilidade de coleta de amostras
indeformadas.

• Poços: escavação vertical de seção circular ou quadrada, permitindo uma


descrição detalhada das diversas camadas do solo e rochas e coletas de
amostras, em profundidade de até 20 m (limitada pela presença do lençol
freático);
• Trincheiras: escavação horizontal, relativamente rasa, permite uma seção
contínua horizontal;
• Galerias de inspeção: seções horizontais em subsuperfície, limitadas a
rochas ou solos muito consistentes.
• Normatização: ABNT – NBR 9604/86

4.1.2 TRADOS

Processo simples rápido e econômico para investigações preliminares das camadas mais
superficiais dos solos. Permite a obtenção de amostras deformadas ao longo da
profundidade (de metro em metro – máximo 15 m).

Utilização: prospecção de solos em obras rodoviárias, na determinação do nível


d’água e na perfuração inicial de sondagens mecânicas.

Normatização: ABNT – NBR 9603/88

4.2 MÉTODOS MECÂNICOS

4.2.1 SONDAGENS A PERCUSSÃO

Método para investigação dos solos em que o terreno é perfurado através do


golpeamento do fundo do furo com peças de aço cortantes. Obtêm-se amostras
deformadas do solo e índices de resistência a penetração, até 40 m de profundidade.

Ensaios: penetração padronizada (SPT), ensaio de lavagem por tempo e ensaios de


permeabilidade (infiltração, rebaixamento, bombeamento e recuperação).

Normatização: ABNT – NBR 6484/97 e ABNT – NBR 7250/82.


Classificação da compacidade e consistência dos solos pelo índice de resistência à penetração (SPT) – ABNT– NBR 7250
Solo Índice de resistência à penetração (N) Designação
<4 fofo
5a8 pouco compacto
Areia e silte
9 a 18 medianamente compacto
arenoso
19 a 40 compacto
> 40 muito compacto
menos que 2 muito mole
3a5 mole
Argila e silte
6 a 10 média
argiloso
11 a 19 rija
mais que 19 dura

4.2.2 SONDAGENS ROTATIVAS

Consiste no uso de um conjunto moto-mecanizado projetado para obtenção de


amostras contínuas de materiais rochosos através de ação perfurante dada for forças de
penetração e rotação. Empregadas quando a sondagem de simples reconhecimento
atinge estrato rochoso, matacões ou solos impenetráveis à percussão.
Informações obtidas: tipos de rochas e de seus contatos, elementos estruturais
presentes e o estado da rocha (grau de fraturamento e de alteração ou decomposição).

• Grau de fraturamento: número de fraturas por metro linear de sondagem;


• Fratura: qualquer descontinuidade separando blocos com distribuição
espacial caótica;
• Diáclase: descontinuidade com distribuição espacial regular.
Segundo o grau de fraturamento (ABGE)
Estado da rocha Número de fraturas por metro
Ocasionalmente fraturada 1
Pouco traturada 1–5
Medianamente fraturada 5 – 10
Muito fraturada 11 – 20
Extremamente fraturada 20
torrões ou pedaços de diversos tamanhos
Em fragmentos
caoticamente dispostos

Segundo grau de decomposição ou alteração (ABGE)


Grau de alteração Estado da rocha
Não são percebidos sequer sinais de alteração
São
do material
Ligeiramente alterado O material mostra “manchas” de alteração
As “faixas” de alteração se igualam às de
Medianamente alterado
material são
O material torna aspecto pulverulento ou friável,
fragmentando-se entre os dedos. Este estado
Muito alterado
pode ser confundido com o “solo de alteração
de rocha”

4.2.2.1 EQUIPAMENTOS MAIS COMUNS PARA SONDAGEM ROTATIVA

• Tipos de coroas: possuem formas ocas e compactas, sendo o corpo


sempre de aço e a parte cortante de diamante, aços especiais, carbeto de
tungstênio, mistas, etc.

Com obtenção de testemunho Sem obtenção de testemunho

• Barriletes: tubo oco que se destina a receber o testemunho de sondagem.


Podem ser simples, duplos ou duplos livres.

4.2.2.2 CICLOS DE OPERAÇÃO DA SONDA

• Locação (determinação da cota do ponto);


• Instalação (plataforma de cimento para instalação dos equipamentos de perfuração);
• Seleção de brocas e hastes (depende de fatores geológicos e técnicos e da
profundidade a ser atingida);
• Revestimento (superficial, serve para apontar a sondagem e proteger a boca do furo de
desmoronamentos);
• Avanço (depende do cabeçote escolhido);
• Retirada do testemunho (colocado em caixas especiais com separação, obedecendo a
ordem de avanço da perfuração).

4.2.2.3 PRECAUÇÕES NAS OPERAÇÕES DE SONDAGEM

• Do contrato (deve-se estipular um mínimo de recuperação considerada aceitável);


• Pressão e rotação das hastes (grande pressão provoca o desgaste da coroa e desvio
do furo, e, excesso de rotação provoca irregularidades do diâmetro);
• Pressão da lama (excesso de pressão significa circulação muito rápida da lama, desgaste
do testemunho, erosão das paredes e desmoronamento);
• Desvio dos furos (introdução de uma cunha);
• Levantamento dos furos (suspeitando-se de desvio, faz-se medidas de verificação a
cada 20 ou 30 m de penetração);
• Testemunhos orientados (retirado o testemunho, sobra um toco pequeno no fundo do
furo que dará a orientação do testemunho );
• Recuperação do testemunho e da lama (importante quando o material é utilizado
em análises químicas).

Porcentagem de recuperação dos testemunhos: é a relação entre o número de


metros perfurados e número de metros de testemunhos recuperados.
Recuperação Rocha
> 90% sã e ligeiramente fraturada
75 – 90% pouco ou ligeiramente fraturada
50 – 75% medianamente fraturada
25 – 50% bastante fraturada
< 25% excessivamente fraturada (fragmentadas)

5. REGISTRO DOS DADOS DE SONDAGEM E APRESENTAÇÃO

a) Folha de campo da sondagem a percussão e rotativa


b) Folha de controle de brocas para sondagem rotativa
c) Relatório diário da sondagem
Apresentação final dos dados obtidos na investigação
d) Perfis individuais
e) Secções geológicas-geotécnicas
f) Conclusões

6. NÚMERO E PROFUNDIDADE DAS SONDAGENS

Estabelecimento de duas condições mínimas:


• Se a investigação é de caráter preliminar ou definitivo;
• Reconhecer, preliminarmente, as condições geológicas da área, através de
observações de superfície ou de mapas geológicos existentes.
7. APLICAÇÃO DAS SONDAGENS PARA INTERPRETAÇÃO ESTRUTURAL

As amostras são colocadas numa seção vertical para correlação e assim definir os tipos
de rochas e estruturas atravessadas → permite a confecção do mapa geológico do
subsolo.

8. APLICAÇÃO DAS SONDAGENS PARA DETERMINAÇÃO DO LENÇOL FREÁTICO

Determinação: cota do nível freático no subsolo e permeabilidade e drenabilidade das


diferentes camadas.
MAPAS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS

1. MAPAS GEOLÓGICOS

Definição: é aquele que mostra a distribuição dos tipos de rochas e das estruturas
geológicas como fraturas, falhas, dobras, posição das camadas, etc.

Cada tipo de rocha ou grupo de tipos de rochas existentes numa determinada área é
separado de outro por linhas cheias, denominadas linhas de contato. Quando a
separação é duvidosa utilizam-se linhas tracejadas.

• Às vezes representam unidades litoestratigráficas ou até unidades


cronoestratigráficas no lugar de formações;
• Representam a distribuição espacial das rochas na crosta quando
associadas a seções geológicas;
• É sempre acompanhado por uma coluna estratigráfica;
• Na interpretação do mapa não apresentam o estado de alteração da rochas e
nem a existência de solos sobre elas;
• Seções geológicas – corte teórico na crosta terrestre num plano vertical
representando a distribuição das rochas neste plano;
• Coluna estratigráfica – apresentação ordenada das formações geológicas
por idade, da mais nova a mais antiga, de cima para baixo;
• Os mapas são construídos a partir de mapas topográficos ou fotografias
aéreas;
• Dois elementos estruturais importantes: direção e mergulho das camadas.

1.1 MAPAS GEOLÓGICOS COM CAMADAS HORIZONTAIS: os limites ou contatos


entre as diversas camadas possuem contorno paralelo ou coincidente com as
curvas de nível.

1.2 MAPAS GEOLÓGICOS COM CAMADAS VERTICAIS: as camadas são delimitadas


no mapa geológico por duas retas paralelas, que interceptam as curvas de nível.
1.3 MAPAS GEOLÓGICOS COM CAMADAS INCLINADAS: os contatos ou limites
entre as camadas interceptam as curvas de nível segundo linhas irregulares (seu
contorno nunca é representado por retas paralelas).

2. UNIDADES ESTRATIGRÁFICAS

2.1 UNIDADE LITOESTRATIGRÁFICA: é uma subdivisão das rochas da crosta


terrestre, distinguida e delimitada com base em caracteres litológicos.

• Formação: é uma unidade mapeável representando um tipo ou um conjunto


de rochas com alguma semelhança entre si, podendo ser facilmente
identificada e representada em um mapa na escala 1:25.000.
Normalmente leva o nome local onde foi descrita: Formação Botu-
catu, Formação Santa Maria, etc;
• Grupo: é um conjunto de formações com alguma semelhança entre si;
• Membro: é uma subdivisão de formação;
• Camada: é a menor unidade de descrição reconhecível no campo.

2.2 UNIDADE BIOESTRATIGRÁFICA: é um pacote de camadas caracterizado pelos


fósseis nele contidos e contemporâneos a sua acumulação.

• Zona: é a unidade fundamental de mapeamento bioestratigráfico.

2.3 UNIDADE CRONOESTRATIGRÁFICA: é uma subdivisão das rochas considerada


como registro de um intervalo específico de tempo geológico.

• Sistema: é a unidade fundamental cronoestratigráfica;


• Série: é uma subdivisão de sistema;
• Andar: é uma subdivisão de série.

2.4 UNIDADE GEOCRONOLÓGICA: é uma divisão do tempo, distinguida com base


no registro litológico, expresso pelas unidades cronoestratigráficas.

• Período: é a unidade fundamental geocronológica;


• Época: é uma subdivisão de período;
• Idade: é uma subdivisão de época.

Escala do tempo geológico


Início do período ou época
Era Período Época
(em milhões de anos)
0,02
Recente
Cenozóico Quaternário 2
Pleistoceno
Terciário 70
Cretáceo 135
Mesozóico Jurássico 180
Triássico 220
Permiano 270
Carbonífero 350
Devoniano 400
Paleozóico
Siluriano 430
Ordoviciano 490
Cambriano 550
Pré-cambriano 3.500
* Provável idade da Terra – 4.500 bilhões de anos

3. MAPAS GEOTÉCNICOS

3.1 FINALIDADES

• Integrar dados relativos às propriedades físicas e ao comportamento


mecânico dos solos num contexto geológico;
• Auxiliar na definição e fiscalização da ocupação territorial das regiões
racionalmente;
• São adequados para o planejamento da ocupação urbana, em planos
diretores ou loteamentos, e mesmo da ocupação rural. Normalmente
utilizam-se escala 1:25.000 a 1: 100.000.

3.2 DEFINIÇÃO: é um tipo de mapa geológico que fornece uma representação geral
de todos aqueles componentes de um ambiente geológico de significância para o
planejamento do solo e para projetos, construções e manutenções quando
aplicados à engenharia civil e de minas.

3.3 UNIDADES DE MAPEAMENTO: princípios para classificação de rochas e solos


para mapeamento geotécnico:

• Tipo geotécnico (ET, “engineering geological type”): tem o mais alto grau
de homogeneidade quanto aos caracteres litológicos e no estado físico;
• Tipo litológico (LT, “lithological type”): é homogêneo na composição,
textura e estrutura, mas normalmente não é uniforme no estado físico;
• Complexo litológico (LC, “lithological complex”): é um conjunto de tipos
litológicos relacionados e desenvolvidos sob específicas condições
paleogeográficas e geotectônicas;
• Seqüência litológica (LS, “lithologial suite”): compreende muitos
complexos litológicos e se desenvolve sob condições geralmente similares,
paleogeográficas e tectônicas.

4. TIPOS DE CARTAS GEOTÉCNICAS OU DE INTERESSE GEOTÉCNICO

4.1 CARTAS DE FATORES E CARTAS DE APTIDÕES: é uma classificação que trata


do conteúdo e forma.

• Carta de fatores (ou analíticas): representa um ou mais fatores


significativos de um determinado tipo de estudo;
• Carta de aptidão (ou sintéticas): representa a síntese, em termos de
utilização, dos diversos fatores.
• Produto final da cartografia geológico-geotécnica pode ser um conjunto de
vários mapas de fatores e aptidões associados a uma Carta de
Documentação.

4.2 CARTAS DE RECOMENDAÇÃO DE USO DO SOLO: apresentam a melhor


utilização do meio frente ao panorama geológico geral da área em estudo. Uma
análise quantitativa da capacidade do uso do solo foi apresentada por Laird et
alii (1979), e engloba 5 passos:

• Coleta de informações de ciência da terra e a preparação de mapas bases;


• Desenvolver mapas interpretativos para cada problema, usados para
identificar problemas específicos;
• Cálculo dos custos sociais (em dólares) para cada tipo de desenvolvimento
e cada condição geológica.
Custo social – soma de todos os custos atribuídos ao problema;
• Totalização de todos os custos esperados para todas as condições e para
cada uso da terra;
• Distribuição das somas destes custos sobre um mapa.

4.3 CARTAS PARA LOTEAMENTOS: divisão em unidades homogêneas a partir de


critérios geomorfológicos e de declividade. A subdivisão destas estaria baseada
na litologia.

4.4 CARTAS DE RISCO: como exemplos, temos: carta de risco sísmico, de colapso,
de inundação, de movimentos de massa e erosão e outros semelhantes.

4.5 CARTAS DE JAZIDAS DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO: carta de jazidas e


explorações de materiais utilizados em materiais de construção.

4.6 CARTA PARA DISPOSIÇÃO DOS REJEITOS SÓLIDOS E LÍQUIDOS: análise de


terrenos quanto à disposição dos rejeitos sépticos de baixa periculosidade, tanto
domésticos quanto industriais.

4.7 CARTA DE FUNDAÇÕES: refere-se ao detalhamento das fundações ou áreas de


influência de alguma obra.

4.8 CARTAS PARA GEOLOGIA AMBIENTAL: caracterização do meio físico,


principalmente em termos de geologia e materiais de cobertura.

4.9 CARTAS DE PROBLEMAS ESPECÍFICOS: por exemplo, “Problemas de


mapeamento geológico-geotécnico em encosta com favela de alta densidade
populacional”.

http://asp.cpunet.com.br/dnpm/Georef/Download.htm - PEGAR ARQUIVOS NESTE ENDEREÇO

http://planeta.terra.com.br/educacao/rover/estratigrafia.htm
ÁGUA SUBTERRÂNEA

1. ORIGEM E ESTADOS DA ÁGUA NOS SOLOS E ROCHAS

Ciclo hidrológico – processo no qual as moléculas de água evaporadas das


superfícies líquidas (rios, lagos, mares e camadas mais externas dos terrenos) voltam
na forma de vapor para a atmosfera, para serem novamente precipitadas (chuva ou
neve) através de condensação.
Água precipitada fica sujeita a três variantes representadas por: escoamento, infiltração
e evaporação total.

1.1 ESCOAMENTO: é exercido pela ação da gravidade através das inclinações e


ondulações da topografia.

1.2 INFILTRAÇÃO: representa o movimento da água superficial para o interior do


terreno, permitindo o seu acúmulo.

1.3 EVAPORAÇÃO TOTAL: soma das águas perdidas ou evaporadas de uma


determinada área durante um tempo específico, pela transpiração dos
vegetais e pela evaporação das superfícies líquidas.

• Evaporação – conjunto de fenômenos físicos que transformam em


vapor a água precipitada;
• Transpiração – evaporação decorrente de ações fisiológicas dos
vegetais que retira a água do solo através das suas raízes e restitui parte
delas à atmosfera em forma de vapor pelas folhas;
• Evapo-transpiração – conjunto de processos físicos e fisiológicos que
promovem a transformação da água precipitada na superfície da terra,
em vapor.

1.4 RELACÃO ESCOAMENTO/INFILTRAÇÃO/EVAPORAÇÃO: não é constante ou


eqüitativa e dependente de vários fatores considerados em conjunto.

• Permeabilidade – com a existência de poros interligados, canais e


fraturas em rochas → maior facilidade para a infiltração em vista da
maior permeabilidade;
• Topografia – de acordo com a topografia do terreno; a maior
declividade facilita o escoamento;
• Vegetação – quanto mais densa maior facilidade de infiltração.

Resumo dos fatores de influência


Rocha Granito, gnaisses Folhelho Arenito
Permeabilidade Baixa Baixa Alta
Topografia Acidentada Suave Suavemente ondulada
Vegetação Mata densa Mata baixa Rasteira
Predominância Escoamento Evaporação Infiltração

2. DEFINIÇÕES E CONCEITOS FUNDAMENTAIS

O modo de ocorrência da água do solo nas rochas de uma determinada área é


basicamente influenciado pelas condições geológicas locais.

Aqüíferas, camada, estrato ou lençol aqüífero – formações rochosas contendo


estruturas que permitem o armazenamento e movimento da água através delas.

2.1 VAZIOS: espaços não ocupados por matéria mineral sólida. São conhecidos
por poros ou interstícios. São extremamente importantes para o estudo de
águas subterrâneas, pois atuam como reservatórios ou condutores da água.
Classificação: primários e secundários.
• Primários – podem se formar ao mesmo tempo de formação da rocha;
• Secundários – aparecem na rocha posteriormente à sua formação.

2.2 POROSIDADE: propriedade que define em que grau a rocha possui


interstícios. É dependente do arranjo, tamanho, distribuição e grau de
compactação das partículas minerais e podem variar para um mesmo tipo de
rocha.
Porosidade = (100.W)/V
Sendo:
W = volume de água requerida para saturar os vazios
V = volume total da amostra
Material Porosidade Material Porosidade
solo 50% a 60% arenito 10% a 20%
argila 45% a 55% folhelho 1% a 10%
areia 30% a 40% calcário 1% a 5%
cascalho 30% a 40% granito 0,5% a 2%

2.3 PERMEABILIDADE: propriedade de permitir passagem de fluidos através das


rochas (permeáveis). Seu valor dependerá da interligação dos poros, vazios e
fraturas.
Expressa como volume de fluxo por unidade de área de uma secção por
unidade de tempo (Ex. litros/m2/dia) – coeficiente de permeabilidade (K).

K Características de
Material
cm/seg m/dia escoamento
-2
10 1 a 100 864 a 86400 Pedregulho limpo
Areia limpas, misturas de areia Aqüíferos bons
-3 0,001 a 1 0,86 a 864
10 limpas e pedregulho
Areias muito finas; siltes; misturas
8,64 x 10-5 a
10-7 a 10-3 de areia, silte e argila; argilas Aqüíferos pobres
-7 0,86
10 estratificadas
8,64 x 10-7 a
10-9 a 10-7 Argilas não alteradas Impermeáveis
-9 8,64 x 10-5
10

Determinação do coeficiente de permeabilidade: em laboratório


(permeâmetros de carga constante ou carga variável) e in situ.

2.4 SUPRIMENTO ESPECÍFICO (PRODUÇÃO ESPECÍFICA, POROSIDADE EFETIVA


OU CESSÃO ESPECÍFICA): caracteriza a quantidade percentual de água que
pode ser libertada de uma formação pela ação da gravidade.
Suprimento específico = (volume drenado/volume total).100 (%)

Material Suprimento específico


Pedregulho 25%
Areia com pedregulho misturado 20%
Areia fina, arenito 10%
Argila com misturas 5%
Argila, silte e outros depósitos 3%
Argila – elevada porosidade, mas possui reduzido suprimento específico.
Areia grossa – elevada porosidade e elevado suprimento específico.
3. ORIGEM E COMPORTAMENTO

3.1 QUANTO À ORIGEM

• Meteórica – originada pela infiltração da água precipitada pelas chuvas e


do degelo da neve;
• Juvenil ou magmática – proveniente da parte aquosa dos magmas;
• Congênita – depositada conjuntamente com os sedimentos de uma bacia
permanecendo aprisionada à rocha – água fóssil.

3.2 QUANTO AO COMPORTAMENTO

• Zona saturada – zona onde os vazios, poros ou fraturas se encontram


totalmente preenchidas pela água;
• Zona insaturada – zona mais superficial, onde a maioria dos poros se
encontram vazios ou preenchidos de ar;
• Nível freático (NF) ou lençol freático (LF) – linha que separa a zona
saturada da insaturada, sua posição não é estável, variando conforme as
estações do ano;
• Aqüífero suspenso – volume de água subterrânea está separado da água
subterrânea principal por um estrato relativamente impermeável;
• Aqüífero livre, não confinado, freático ou não artesiano – o NA serve
como limite superior da zona de saturação;
• Aqüífero confinado, artesiano ou sob pressão – aquele em que o nível
superior da água está confinado, sob pressão maior que a atmosférica,
por estratos sobrejacentes relativamente impermeáveis.

4. OBTENÇÃO DA ÁGUA SUBTERRÂNEA

4.1 POÇOS CASEIROS: abertos manualmente, com diâmetro médio de 1,20 m e


profundidade dependente da localização topográfica.
Cuidados especiais com fossas negras, pois o nível do poço for abaixado
consideravelmente, há a formação de um funil de sucção, que poderá causar
a poluição das águas do poço.
4.2 POÇOS TUBULARES: abertos através de sondagens rotativas (não são poços
artesianos) com diâmetro do furo de 300 mm a 600 mm. Geralmente possui
profundidade superior a 100 m e a quantidade de água subterrânea dependerá
do tipo de rocha existente na região.
• Rochas magmáticas da Serra do Mar – 9.000 litros/hora;
• Rochas sedimentares da bacia do Paraná → arenito de Botucatu – 20.000
litros/hora;
• Basalto – 9.000 litros/hora;
• Nordeste – 2.500 litros/hora
• Lins – 300.000 litros/hora.

4.3 POÇOS CRAVADOS: construídos mediante cravação de uma ponteira ligada à


extremidade inferior de um conjunto de segmentos de tubos firmemente
conectados entre si. Desvantagens:

• Construção trabalhosa e lenta quando se encontra solo altamente


compacto;
• Cravação através de golpes é prejudicial ao equipamento do poço;
• Alargamento das luvas durante o processo deixa passar o ar, reduzindo a
sua produção ou tornando o poço imprestável;
• A produção de um único poço é sempre baixa.

4.4 POÇOS ARTESIANOS: a água jorra na superfície sob pressão natural.


Condição essencial – existência de lentes ou camadas de material permeável,
envolvidas de material impermeável.

4.5 NOMENCLATURA DOS POÇOS

• Nível estático – é o nível de equilíbrio da água, no poço, quando o


mesmo não está sendo bombeado;
• Nível dinâmico – é o nível de água no poço, sob o efeito de
bombeamento. Quando o nível se estabiliza sob uma dada vazão é
denominado nível dinâmico de equilíbrio;
• Abaixamento ou depressão – é a distância vertical compreendida entre os
níveis estático e dinâmico no interior do poço;
• Superfície piezométrica de depressão ou cone de depressão – é a
superfície real nos poços freáticos, formada pelos níveis de água em
volta do poço quando em bombeamento. Em poços artesianos, é a
superfície imaginária formada pelos níveis piezométricos;
• Curva de abaixamento ou de depressão – é a curva formada pela
intersecção da superfície piezométrica por um plano vertical que passa
pelo poço;
• Zona de influência – toda área atingida pelo cone de depressão de um
poço;
• Regime de equilíbrio – regime no qual o nível dinâmico no interior do
poço mantém-se inalterável no decorrer do tempo para uma vazão de
bombeamento constante;
• Coeficiente de transmissibilidade (T) – é o produto do coeficiente de
permeabilidade K pela espessura da camada m.
Unidade: m2/hora ou m2/dia.
T=K.m
• Coeficiente de armazenamento (S) – é a fração adimensional que
representa o volume de água libertado por um prisma vertical do
aqüífero, de base unitária.
Lençol freático: S = 0,01 a 0,35
Lençol artesiano: S = 7 x 10-5 a 5 x 10-3

4.6 NORMA PARA A INSTALAÇÃO DE UM POÇO TUBULAR OU ARTESIANO

• Escolha do local – deve ser feita por um geólogo que conheça as


condições locais do subsolo: mapa geológico e, se necessário,
sondagens de reconhecimento;
• Sondagem – para profundidades maiores que 50 m;
• Diâmetro das sondagens – normalmente o diâmetro inicial é de 100 mm
para cada 30 m de profundidade;

Vazão planejada l/s 4 7 10 20 50


φ filtro mm 150 200 200 250 300
φ sondagem (no fim) mm 300 350 350 450 500

• Perfil da sondagem – desenhado com as camadas de solo encontradas e


o nível de lençol freático, e normalmente, a sondagem não deve
ultrapassar por completo a camada que contém água subterrânea;
• Filtro;
• Preparativos para os estudos hidrológicos:
ü Determinação da inclinação do lençol freático e da direção do
fluxo da água;
ü Instalações de medidores de nível d’água – registrar a variação
natural do nível da água subterrânea;
ü Bombas – normais de sucção com motor elétrico ou diesel
(rebaixamento de até 2 m) e submersas centrifugas de fácil
regularem de vazão (para profundidades maiores que 2 m);
ü Preparativos para as medidas de vazão – as medidas são feitas
duas vezes.

Vazão medida por


Até 3 l/s Baldes de 15 l e cronômetro
Tanque de 80 a 100 l e cronômetro (o tempo de
Até 10 l/s
medição deve ser no mínimo de 5 s)

• Amostras para exame químico e bacteriológico – são obtidas no fim da


experiência, por médico e químicos especializados. Retiram-se 2 litros;
• Teste de bombeamento:
ü Vazão – se Q é a vazão desejada, deve-se começar com 0,2 Q
subindo até 1,2 Q;
ü Rebaixamento admissível – o valor máximo deve ser igual a ½
altura da água no poço;
ü Tempo de duração do teste – só tem valor quando é alcançado
um estado de repouso do lençol freático;
ü Medida de vazão – devem ser feitas no início do bombeamento, a
cada minuto, e perto do estado de equilíbrio, a cada 30 minutos;
ü Diagrama de ensaio – gráfico rebaixamento x vazão.

4.7 QUALIDADE DA ÁGUA

• Características químicas – enriquecimento gradativo de sais minerais;


Dura – alto teor de sais (até 50g de CaCO3 por 1000 l)
Mole – baixo teor de sais.
• Características térmicas – função do grau geotérmico;
• Características minerais – água mineral é toda água que tenha no
mínimo 1g de sal dissolvido por litro. O sal não pode ser nem CaCO3
nem MgCO3;
• Agressividade ao concreto das fundações:
Elementos químicos normalmente agressivos ao concreto são: CO2
agressivo, os cloretos, o magnésio, os sulfatos e a amônia. Deve-se
considerar o valor de pH, que pode provocar corrosão no concreto,
tanto ácida (H+) como básica (OH–).

4.8 AÇÃO DA ÁGUA SUBTERRÂNEA

• Cavernas:
Principal agente causador é a água contendo CO2 que transforma
o CaCO3 em Ca(HCO3) que é transportado em solução – estalactites
(formações calcárias pendentes do teto da caverna) e estalagmites
(formações calcárias que crescem do solo para cima).

• Escorregamentos:
Fenômenos ligados à intensa infiltração de água no subsolo.
Escorregamento de terra e seus aspectos geológicos – causas e tipos
ü Escorregamento – ruptura de uma massa de solo situada ao lado
de um talude, sendo um movimento rápido;
Geralmente são devidos às escavações ou cortes na base do
talude pré-existente, ou por um aumento excessivo da pressão da
água intersticial, em camadas de material de permeabilidade
bastante baixa.
ü Rastejo – movimento lento ou imperceptível.

• Boçorocas:
São vales ou depressões enormes em terrenos de topografia suave,
causado pela ação conjunta das águas superficiais e subterrâneas.
Para evitar o avanço erosivo deve-se plantar vegetações de raízes
profundas para retenção do solo e absorção da água de infiltração, bem
como a colocação de sistema de drenagem.

4.9 FONTES: toda vez que o nível ou lençol freático for cortado pela topografia
do terreno, aparece na superfície, um local onde a água brota. Fonte é,
portanto, o afloramento da água subterrânea.

• Fontes de encosta – são localizadas em regiões de topografia acidentada;

• Fontes de camada – formada em conseqüência de alternância de leitos


permeáveis;
• Fontes de falha – quando uma falha coloca em contato rochas
permeáveis e impermeáveis, pode surgir uma fonte;

• Uso de fontes – analisar se a fonte não está contaminada. Quando a


vazão de uma fonte aumenta após um período de chuva, indica péssima
filtragem de água no subsolo, tornando a fonte imprópria para uso.

4.10 DRENAGEM E REBAIXAMENTO DO LENÇOL FREÁTICO

• Drenagem superficial e sub-superficial para estradas – são comuns em


construções de estradas;
ü Drenagem superficial – tendem a evitar a penetração das águas
superficiais no solo;
ü Drenagem sub-superficial – são destinadas a eliminar a água já
existente no subsolo ou impedir que águas subterrâneas vizinhas o
atinjam.
Para evitar o escorregamento, procura-se reduzir o teor de água do
trecho através de uma valeta que receberá no seu fundo um tubo
perfurado e será envolvida por agregado. Sua função é interceptar a água
que provém das partes mais altas.

• Drenagem a céu aberto – é aplicada em escavações, para eliminar as


águas de infiltração provenientes do subsolo, bem como as águas
pluviais e outras. A drenagem é executada por meio de canaletas
envolvidas por uma camada drenante;

• Rebaixamento do lençol freático – as faixas de aplicação dos diferentes


métodos em função do coeficiente de permeabilidade (k) são:
k = 1 a 10+2 cm/seg Drenagem a céu aberto
-1 -4
k = 10 a 10 cm/seg Poços profundos gravitacionais – ponteiras filtrantes
-3 -5
k = 10 a 10 cm/seg Poços profundos a vácuo
k = 10-5 a 10-6 cm/seg Método eletrosmótico
-5 -7
k = 10 a 10 cm/seg Esgotamento intermitente, empregado para pequenas infiltrações
-7
k = 10 cm/seg Dispensa, de um modo geral, a drenagem
GEOLOGIA PRÁTICA

1. INTRODUÇÃO

Aspectos de interesse ao curso:


• Conceitos topográficos: mapas e perfis topográficos;
• Elaboração e interpretação de perfis geológicos com base em sondagens;
• Interpretação de mapas geológicos considerando as três situações:
ü Camadas horizontais;
ü Camadas verticais;
ü Camadas inclinadas.
• Estudo de dois aspectos básicos em rochas com camadas inclinadas:
ü Caracterização de uma camada inclinada a partir de três pontos de
sondagem;
ü Traçar num mapa topográfico os limites de uma camada inclinada a
partir de três pontos de ocorrência.

2. CONSTRUÇÃO DE UM PERFIL GEOLÓGICO

Perfil topográfico-geológico

Num levantamento topográfico entre dois pontos A e N foram anotados as distâncias


horizontais e cotas, relacionadas abaixo.

Pontos Distâncias Cotas Pontos Distâncias Cotas Pontos Distâncias Cotas


A – 760 FG 100 715 LM 500 710
AB 200 730 GH 200 725 MN 200 750
BC 400 725 HI 400 730 NO 400 755
CD 400 720 IJ 300 735 OP 300 760
DE 500 725 JK 500 740 PQ 600 790
EF 100 715 KL 200 745

No citado trecho foram executadas as seguintes sondagens, nos pontos assinalados,


com os dados abaixo:
A = 50 m de rocha I = 1 m de argila orgânica
B = 1 m de argila rija 19 m de argila rija
30 m de rocha 1 m de areia grossa
C = 1 m de argila orgânica J = 15 m de argila rija
10 m de argila rija 10 m de areia grossa
15 m de rocha K = 1 m de argila rija
D = 5 m de argila orgânica 20 m de areia grossa
15 m de argila rija M 20 m de areia grossa
5 m de rocha = 10 m de argila siltosa
E = 15 m de argila orgânica N = 15 m de areia grossa
30 m de argila rija 1 m de argila porosa
F e G = 10 m de argila orgânica P = 15 m de argila siltosa
30 m de argila rija 22 m de argila porosa
H = 10 m de argila orgânica Q = 16 m de argila siltosa
20 m de argila rija
Pede-se construir o perfil geológico do referido trecho, usando escala vertical 1:1.000 e
sobreelevação igual a 20.

3. CONSTRUÇÃO DE PERFIS GEOLÓGICOS PARA INTERPRETAÇÃO DE ELEMENTOS


ESTRUTURAIS

Baseia-se na utilização de dados de perfis individuais de sondagens que são reunidos em


várias seções geológicas, visando observar as linhas de contato entre as diferentes
camadas.

PROBLEMAS DE GEOLOGIA ESTRUTURAL

• Duas sondagens distantes 100 m mostraram os seguintes dados: a primeira,


feita na cota 790 encontrou uma certa faixa de rocha a 30 m de
profundidade. A segunda, feita na cota 820, encontrou a mesma faixa de
rocha a 60 m de profundidade. Qual a posição estrutural desta rocha?
Represente na escala 1:2.000.
• Duas sondagens distantes 150 m em terreno plano e na direção E-W,
mostraram a 40 m de profundidade os seguintes dados: S1 (localizada a
leste) camadas inclinadas 450 para W, e S2 (localizada a oeste) com as
camadas mergulhando 450 para E. Qual a estrutura geológica local?
Represente na escala 1:2.000.

• Duas sondagens distantes 160 m em local plano mostraram: S1 = 40 m de


arenito, 60 m de folhelho e 80 m de basalto. S2 = 50 m de folhelho e 80 m
de basalto. Qual a estrutura geológica local? Represente na escala 1:3.000.
• Construir o perfil topográfico-geológico A-j usando EH = 1:10.000 e
sobreelevação 20 para um eixo de barragem, utilizando os seguintes dados:

Perfil topográfico
Pontos Distâncias Cotas Pontos Distâncias Cotas
A – 350 EF 100 313
AB 650 333 FG 450 313
BC 500 334 GH 100 337
CD 150 320 HI 300 340
DE 350 319 IJ 200 354

Perfil topográfico
A = 18 m solo C = 2 m solo
13 m folhelho 14 m folhelho
15 m basalto 15 m basalto
5 m folhelho 5 m folhelho
E = 15 m basalto D = 1 m folhelho
5 m folhelho 15 m basalto
G = 9 m basalto 5 m folhelho
5 m folhelho H = 13 m folhelho
J = 14 m solo 15 m basalto
15 m folhelho 5 m folhelho
15 m basalto
5 m folhelho

Explicar e justificar:
ü Existe alguma estrutura geológica importante no perfil anterior?
ü Quais as vantagens e desvantagens das rochas presentes para a fundação
da barragem?
Vantagens Desvantagens
Folhelho Impermeável Pequena resistência ao cisalhamento
Decompões-se quando exposto ao ar
Basalto Capacidade elevada de carga Elevado grau de fraturas

4. MAPAS GEOLÓGICOS

4.1 DEFINIÇÃO
É aquele que mostra a distribuição dos tipos de rochas e das estruturas
geológicas como fraturas, falhas, dobras, posição das camadas, etc.

4.2 CONTRUÇÃO
A partir de um mapa topográfico (onde são colocados os dados geológicos) e
a partir de fotografias aéreas.

4.3 REPRESENTAÇÃO
• Através de símbolos adequados ou cores apropriadas;
• A separação entre cada tipo de rocha é feita por linhas cheias, mas quando
a separação é duvidosa utiliza-se linha tracejada;
• Elementos geológicos estruturais muito importantes:
ü Direção de uma camada – é a linha resultante da intersecção do plano
da camada com um plano horizontal e sua determinação é feita por
meio da bússola;
ü Mergulho de uma camada – é o ângulo formado pelo plano da
camada com plano horizontal e sua determinação é feita por meio de
um clinômetro.

• Formação Geológica ou Grupo Geológico – é a ocorrência típica em uma


determinada região.
Exemplos: Formação Bauru, Grupo Araxá, Formação Botucatu, etc.
• Grupos e Séries Geológicas – é a reunião de diversas formações
geológicas.
Exemplo: Grupo São Bento.

4.4 LEGENDAS GEOLÓGICAS


4.5 TIPOS DE MAPAS GEOLÓGICOS

• MAPAS GEOLÓGICOS COM CAMADAS HORIZONTAIS: os limites ou


contatos entre as diversas camadas possuem contorno paralelo ou
coincidente com as curvas de nível.

• MAPAS GEOLÓGICOS COM CAMADAS VERTICAIS: as camadas são


delimitadas no mapa geológico por duas retas paralelas, que interceptam as
curvas de nível.
• MAPAS GEOLÓGICOS COM CAMADAS INCLINADAS: os contatos ou limites
entre as camadas interceptam as curvas de nível segundo linhas irregulares
(seu contorno nunca é representado por retas paralelas).

• MAPAS GEOLÓGICOS COM CAMADAS HORIZONTAIS E VERTICAIS, COM


CONFECÇÃO DE PERFIS GEOLÓGICOS: o mapa abaixo apresenta o
afloramento de 5 tipos de rochas, sendo 4 em posição horizontal e uma
vertical. EH = 1:40.000. São dados:

a) Os pontos A, B, C com cota 400 m representam o contato entre


aluvião e calcário;
b) D, E, F pontos de afloramentos de calcário;
c) G, H, I, J cota 580 m, contato calcário-arenito;
d) K, L, M pontos de afloramento de arenito;
e) O, P, Q cota 770 m, contato arenito-basalto vesicular;
f) R, S pontos de afloramentos de basalto vesicular;
g) U, X contato entre basalto maciço e basalto vesicular com direção
N40W e mergulho vertical;
h) Y, Z contato entre basalto maciço e basalto vesicular com direção
N40W e mergulho vertical.

Pede-se:
a) Traçar o contato das camadas;
b) Colocar símbolo ou colorir as diversas litologias, de acordo com as
normas usuais;
c) Traçar o perfil 1-2 com sobreelevação 2;
d) Traçar um perfil que mostre a espessura real do dique de basalto
maciço;
e) Determinar as espessuras das camadas;
f) Determinar a espessura do dique de basalto maciço, somente pelo
mapa.

Solução:

a) Como os pontos A, B, C, G, H, I, J, O, P, e Q não apresentam nem


direção nem mergulho, eles podem ser unidos por uma linha
coincidente com as curvas de nível;
Nos pontos U e X é traçada a direção N40W, donde verifica-se que
U é prolongamento da direção em X, e como são pontos de
contato, podem ser unidos por uma linha de contato que atinja os
limites do mapa. Idem para os pontos Y e Z.
Os pontos D, E, F, K, L, M, R e S são afloramentos, logo não são
contatos, servindo somente para verificação do tipo de rocha da
área onde estão localizados.

b) Os pontos A, B e C (contato aluvião-calcário) e G, H, I e J (contato


calcário-arenito) ⇒ área A, B, C, G, H e J constituída de calcario.
Os pontos D, E e F servem de controle (afloramentos de calcário
dentro da área).

c) Traçar o perfil 1-2 com sobreelevação 2;


Eh 1: 40.000
Sobrelevaç ão = = 2= → Ev = 1: 20. 000
Ev Ev
d) Traçar um perfil que mostre a espessura real do dique de basalto
maciço: para obtermos num perfil a espessura real de uma camada
vertical é necessário que a direção perfil seja perpendicular à direção
dessa camada. A escala horizontal será a mesma do mapa (1:40.000)
e a escala vertical poderá ser tomada como 1:10.000, e seja 3-4 a
direção desse perfil no mapa.

e) Determinar as espessuras das camadas: camadas horizontais: em


planta ou nos perfis.
Considerando o mapa, a espessura é dada pelos limites entre os
contatos:
ü Camada de aluvião – abaixo da curva de 400 m e pouco abaixo
da curva de 200 m → mínimo de 200 m;
ü Camada de calcário – começa na conta 400 m e vai até a cota
580 m → 180 m;
ü Camada de basalto vesicular – começa a 770 m ultrapassa a
cota de 1.200 m → mínimo de 430 m.
f) Determinar a espessura do dique de basalto maciço, somente pelo
mapa: largura entre as linhas de contato = 0,6 cm x 40.000 = 240 m.

• EXEMPLO DE MAPA E PERFIL GEOLÓGICO COM CAMADAS HORIZONTAIS


E VERTICAIS
ü No mapa geológico: os contatos (limites) entre as camadas acompanham o
traçado das curvas de nível (limites entre o basalto, folhelho e calcário).
ü No mapa geológico: os contatos do dique de diabásio (camada vertical)
aparecem segundo duas retas paralelas que cortam as curvas de nível.
ü No perfil geológico MN: aparecem 4 tipos de rochas. Notar as cotas verticais
de contato: abaixo da cota 300, basalto; entre a 300 e 500, folhelho; acima da
500, calcário. O dique é delimitado pelos pontos 1 e 2 onde a reta MN corta o
dique no mapa.
• EXERCÍCIO COM MAPAS GEOLÓGICOS COM CAMADAS INCLINADAS
COM CÁLCULO DE DIREÇÃO, ÂNGULO DE MERGULHO E ESPESSURA DA
CAMADA.
ü Direção: é a orientação em relação ao norte, da linha resultante da interseção
do plano da camada com o plano horizontal. Ou seja, é a linha de interseção
entre os planos delimitantes da camada com um plano horizontal. Para sua
determinação basta unir dois pontos de mesma cota, da base ou do topo da
camada.

ü Ângulo de mergulho: é o ângulo diedro formado pelo plano da camada com o


plano horizontal, tomado perpendicularmente a sua direção. Para sua
determinação é necessário conhecer as cotas de dois pontos do topo ou da
base da camada e a distância que os separa.
ü Espessura da camada: somente pelo mapa pode-se também calcular a
espessura da camada, bastando que se conheça as cotas de um ponto do topo
e outra da base de uma camada e a distância horizontal entre esses pontos.

v 1º CASO: quando topo e base da camada cortam a mesma curva de nível.


Os pontos A e B estão ambos na cota 200 m. Traçando-se as linhas de
contorno estrutural MN e RS passando por A e B, obtém-se a distância
horizontal dh.

v 2º CASO: quando topo e base não cortam a mesma curva de nível.


Os pontos A e B estão a cotas diferentes ∆h. Traçando-se por A e por B
as linhas de contorno estrutural MN e RS obtém-se a distância horizontal
dh.

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