Professional Documents
Culture Documents
PARA MECÂNICOS DE
EQUIPAMENTOS DE PROCESSO
Manutenção e
Reparo de Bombas
PETROBRAS ABASTECIMENTO
PETROBRAS
Diretoria de Abastecimento
PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO
PARA MECÂNICOS DE
EQUIPAMENTOS DE PROCESSOS
Alinhamento de Máquinas
Compressores
Mancais e Rolamentos
Purgadores
Redutores Industriais
Selagem de Bombas
Turbinas a Vapor
Válvulas Industriais
Pense e Anote
Sumário
Lista de figuras 7
Lista de tabelas 13
Apresentação 15
Introdução 17
Recebimento da bomba 71
Pense e
Preservação 73
Anote
Instalação e teste de partida 75
Classificação de bombas 83
PETROBRAS ABASTECIMENTO
6 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Lista de figuras
espessura da pá 248
FIGURA 139 – Ganho de AMT e de NPSH 249
FIGURA 140 – Ganho de vazão e de rendimento 249
FIGURA 141 – Anel pescador de óleo 250
FIGURA 142 – Métodos de aquecimento do rolamento 252
FIGURA 143 – Tipos de montagem de rolamentos de contato angulares aos pares e
com as designações usadas 252
FIGURA 144 – Folga do mancal de deslizamento 253
FIGURA 145 – Posição da redução excêntrica e das curvas na
tubulação de sucção 254
FIGURA 146 – Posição errada de válvula na sucção para impelidor
de dupla sucção 255
FIGURA 147 – Posição da válvula de alívio externamente à bomba e antes de
qualquer bloqueio 258
FIGURA 148 – Bomba alternativa de pistão, de simples efeito, acionada por sistema
de biela/manivela 259
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
11
FIGURA 149 – Bomba alternativa simplex, de duplo efeito, acionada
a vapor 260
Pense e FIGURA 150 – Válvulas corrediças de distribuição de vapor 260
Anote FIGURA 151 – Bombas de diafragma acionadas por pistão e por outro
diafragma 262
FIGURA 152 – Vazão ao longo do tempo da bomba alternativa 263
FIGURA 153 – Vazão x ⌬P para bombas rotativas 264
FIGURA 154 – Bomba de engrenagens externas e internas 264
FIGURA 155 – Bomba de 3 fusos e de simples sucção 266
FIGURA 156 – Bomba de 2 fusos e de dupla sucção 266
FIGURA 157 – Bombas de palhetas 267
FIGURA 158 – Bomba de cavidades progressivas 268
FIGURA 159 – Bombas com 1, 2, 3 e 5 lóbulos 268
FIGURA 160 – Bomba peristáltica 269
FIGURA 161 – Esquema da variação de vazão da bomba
alternativa de pistões axiais 269
FIGURA 162 – Bomba de pistão axial com ajuste da vazão 270
FIGURA 163 – Bombas de palheta externa, de pás flexíveis e
de came com pistão 271
FIGURA 164 – Bomba auto-escorvante, submersa e tipo “vortex” 273
PETROBRAS ABASTECIMENTO
12 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Lista de tabelas
PETROBRAS ABASTECIMENTO
14 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Apresentação
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
15
Introdução
Pense e Anote
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
17
Pense e Anote
PETROBRAS ABASTECIMENTO
18 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Unidades e suas
conversões, propriedades
dos líquidos e tabelas
Comprimento l
O metro com seus múltiplos e submúltiplos é a principal unidade utiliza-
da na medição de comprimento.
Em mecânica, usamos muito o milímetro (mm), que é a milésima par-
te do metro, o centésimo de milímetro (0,01mm) e o mícron (m), que
é a milionésima parte do milímetro.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
19
A conversão entre as unidades mais usadas pode ser realizada confor-
me a Tabela 1:
Pense e TABELA 1
-5 -5
1mil = 2,54 x 10 0,0254 2,54 25,4 8,33x 10 0,001 1
PROBLEMA 1
1ft = 0,3048m
Logo
PROBLEMA 2
Da Tabela 1
PETROBRAS ABASTECIMENTO
20 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Para converter mils para centésimos de milímetro, basta multiplicar
por 2,54.
Massa m
O quilograma (kg), seu submúltiplo, o grama (g) (atenção, a palavra é do
gênero masculino), e o múltiplo, a tonelada, são as unidades de massa
mais usadas em mecânica.
Em unidades inglesas temos: a libra massa (lbm); a onça avdp (oz); a
tonelada curta (short ton) e a longa (long ton).
TABELA 2
CONVERSÃO DE UNIDADES
DE MASSA MAIS USUAIS NA ÁREA DE MECÂNICA
Ton Ton curta Ton longa
kg g lbm Oz (avdp)
métrica (EUA) (Inglaterra)
1kg = 1 1.000 0,001 2,2 35,274 0,001102 0,000984
-6
1g = 0,001 1 1 x 10 0,0022 0,03527 – –
Tempo t
As principais unidades de tempo usadas em mecânica são: segundo (s),
minuto (min), hora (h), dia (d) e ano.
A conversão entre essas unidades é dada por:
TABELA 3
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
21
Temperatura T
As unidades de temperatura mais usadas são:
Graus Celsius (oC) no sistema métrico.
Pense e Graus Fahrenheit (oF) no sistema inglês.
Anote Temos também as escalas absolutas: graus Kelvin (K) e graus Rankine (R).
K = 273 + oC R = oF + 460
o 5 o
100 o C 180 o F C= ( F – 32)
9
Temperatura de
0oC 32 o F fusão do gelo
PROBLEMA 3
PROBLEMA 4
o 5 o 5 40 x 9
C= ( F – 32) 40 = (F – 32) = (F – 32)
9 9 5
PETROBRAS ABASTECIMENTO
22 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Área A
É a medida da superfície ocupada por uma figura. É sempre um produto
de duas dimensões: base x altura (b x h) ou de raio x raio (r 2 ), ou ainda de
diâmetro x diâmetro (D 2 ).
FIGURA 2
a h h
b b
a
A = a2 A=bxh A=bxh
h D
b1 b
b1 + b 2 bx h D2
A= xh A= A = r2 =
2 2 4
PROBLEMA 5
CONVERSÃO DE ÁREAS
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
23
PROBLEMA 6
a h
h
B b B r
a a
a
A = a3 V=Bxh=axbxh V = B x h = x r2 x h
Cone Esfera
h
r
B r
Bxh x r2 x h V=
4 r3
V= =
3 3 3
PROBLEMA 7
Qual o volume de um cone com uma base de 3cm de raio e altura de 5cm?
.r 2 .h 3,14 . 32 . 5
V= = = 47,1cm3
3 3
PETROBRAS ABASTECIMENTO
24 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
PROBLEMA 8
4 4
V= .r3 =
. x 3,14 x 53 = 130,8cm3
3 3
PROBLEMA 9
Velocidade linear v
Velocidade é a distância percorrida na unidade de tempo.
D
V=
t
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
25
Quando dizemos que a velocidade média de deslocamento de um lí-
quido em uma tubulação é de 2m/s, estamos informando que, na média,
a cada segundo as partículas do líquido se deslocam 2 metros. Falamos
Pense e em velocidade média porque, devido ao atrito, ela é menor junto às pare-
Anote des do tubo do que no centro.
FIGURA 4
TABELA 6
CONVERSÃO DE VELOCIDADES
1 in/sec = 25,4mm/s
PETROBRAS ABASTECIMENTO
26 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Velocidade angular w
Velocidade angular é o ângulo percorrido na unidade de tempo.
FIGURA 5
VELOCIDADE ANGULAR
w = 2 N rd/min
Para passar de rd/min para rd/s, basta dividir por 60. Temos então:
N N
Velocidade angular W = 2 = rd/s com N em rpm.
60 30
PROBLEMA 10
. N 1200
W= = = 3,14 x 40 = 125,6rd/s
30 30
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
27
Vazão volumétrica Q
Vazão volumétrica é o volume de líquido que passa numa determinada
seção do tubo na unidade de tempo.
Pense e
Anote Q=
Vol
t
FIGURA 6
V = velocidade média
V D2
Q=VxA=
4
PROBLEMA 11
314 x 4 m 6.200 m
V= = 6.200 Como 1h = 3.600s V= = 1,72
2 s
3,14 x 0,254 h 3.600
PETROBRAS ABASTECIMENTO
28 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Conforme calculado, o líquido estaria deslocando-se a 6.200m/h ou a
1,72m/s.
TABELA 7
bbl = barril.
PROBLEMA 12
Aceleração a
É a variação da velocidade no intervalo de tempo.
v2 – v1
a=
t2 – t1
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
29
PROBLEMA 13
Pense e Anote a=
v2 – v1
t2 – t1
=
90km/h – 0km/h
10s – 0s
=
90km/h
10s
=9
km/h
s
ACELERAÇÃO CENTRÍFUGA
ac
N
a c = W 2. r W = Velocidade angular
onde: N rd
W=
30 s N = Rotações por minuto (rpm)
r = Raio de giro
PETROBRAS ABASTECIMENTO
30 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
A aceleração centrífuga varia com o quadrado da rpm e diretamente
com o raio de giro.
PROBLEMA 14
N . 300
w= = = 31,4rd/s
30 30
Força F
Força é o produto da massa pela aceleração:
F=mxa
Peso = m x g
m = massa
g = aceleração da gravidade
mxg
Peso =
9,81
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
31
Como, ao nível do mar, a aceleração da gravidade é de g = 9,81m/s2,
este valor simplificaria o denominador, ficando o peso e a massa expres-
Como w=
N rd/s
30
➜ Fc = m . ac = m .
( )
N
30
.r
FORÇA CENTRÍFUGA
F
c
F
c
PETROBRAS ABASTECIMENTO
32 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
No caso da peça mostrada na Figura 8, devido ao fato de a massa ser
articulada, ao aumentarmos a rotação, aumentamos também o raio de
giro. Ambos os efeitos contribuem para o aumento da força centrífuga.
A conversão de unidades de força pode ser tirada da Tabela 8:
TABELA 8
PROBLEMA 15
Da Tabela 8:
Trabalho ou energia T
Trabalho é realizado quando FIGURA 9
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
33
Se usarmos uma força F para deslocar o bloco da posição 1 para a 2,
percorrendo a distância d, o trabalho realizado será definido como:
Pense e T=Fxd
Anote
F → kgf e d→m ➜ T → kgf .m
Torque Tq
Torque é o produto de uma força pela distância a um eixo de rotação.
FIGURA 10 Como podemos no-
tar, o torque e o traba-
TORQUE
lho são o produto de
uma força por uma dis-
tância. Embora te-
T=Fxd
Força nham significados dis-
aplicada tintos, podem ser ex-
pressos pelas mesmas
unidades.
d Para apertar uma
Raio de giro porca com uma chave,
temos de exercer um
torque na porca.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
34 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
F → kgf e d→m ➜ Tq → kgf.m
F → lbf e d → ft ➜ Tq → lbf.ft
PROBLEMA 16
Que a força em kgf devemos aplicar a uma chave com 0,50m de compri-
mento para dar um torque recomendado de 100 lbf.ft?
Vamos calcular primeiro qual o torque em kgf.m. Da tabela acima, temos:
Potência Pot
Potência é o trabalho realizado na unidade de tempo.
T
Pot =
t
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
35
A conversão entre as unidades de potência é dada por:
TABELA 11
W = J/s KW hp cv
Pense e Anote 1W = 1 0,001 0,00134 0,00136
PROBLEMA 17
. Q . H
Pot =
274 .
Pot = Potência em hp
= Peso específico em gf/cm3 (igual à densidade)
P = Potência em hp
Q = Vazão em m3/h
H = Altura manométrica total em metros
= Rendimento (Ex. 70% → usar 0,70)
Massa específica
É a relação entre a massa de uma substância e seu volume, ou seja, é a
massa de cada unidade de volume.
= massa
volume
PETROBRAS ABASTECIMENTO
36 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
PROBLEMA 18
Volume = a3 = 23 = 8cm3
massa = 40g
massa 40g
massa específica = = = 5gcm3
volume 8cm3
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
37
TABELA 12
Peso específico
É a relação entre o peso de uma substância e seu volume.
peso
=
volume
PROBLEMA 19
PESO ESPECÍFICO
Volume = 5 x 5 x 5 = 125cm3
Peso = 125gf
5cm peso 125gf
Peso específico = = = 1gf/cm3
volume 125cm
5cm
5cm
PETROBRAS ABASTECIMENTO
38 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
O peso específico varia com a temperatura, uma vez que o volume
é modificado. Por exemplo, 1cm3 de água a 80oC pesa 0,971gf. A 200oC,
o peso do cm3 de água cai para 0,865gf.
Podemos afirmar então que o peso específico da água a 80oC é de
0,971gf/cm3 e a 200oC é de 0,865gf/cm3.
O peso específico é usado tanto para sólidos como para líquidos. Na
temperatura de 20oC, temos os seguintes pesos específicos:
TABELA 13
PESOS ESPECÍFICOS
Peso específico Peso específico
Produto (gf/cm3) Produto (gf/cm3)
Água 1 GLP 0,5
Analisando a Tabela 13, acima, vemos que o aço-carbono pesa 7,8 ve-
zes mais do que o mesmo volume de água.
Como peso específico é uma relação entre peso e volume, podem ser
usadas outras unidades diferentes de gf/cm3 para sua definição, como kgf/
m3 ou lbf/in3.
A conversão entre as unidades mais usadas para pesos específicos pode
ser obtida por:
TABELA 14
PROBLEMA 20
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
39
Densidade
Densidade de um líquido ou de um sólido é a relação entre a massa espe-
cífica deste material e a da água. Para gases, o padrão de comparação
Pense e adotado é o ar.
Anote
massa específica do produto
d=
massa específica da água
Pressão
Pressão, por definição, é a força dividida pela área em que esta atua.
F
P=
A
PETROBRAS ABASTECIMENTO
40 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
FIGURA 13
PENETRAÇÃO DO PREGO
1 2
F 10
Prego → P = = = 1.000kgf/cm2
A 0,01
F 10
Saca-pino → P = = = 50kgf/cm2
A 0,2
Vemos que a pressão exercida pelo prego na madeira foi 20 vezes maior
do que a do saca-pino. Por esse motivo, o prego penetrou, enquanto o
saca-pino só deformou a madeira.
Uma aplicação bastante usada de pressão é o macaco hidráulico.
FIGURA 14
MACACO HIDRÁULICO
F
Peso = 2.000kg
diâmetro do diâmetro do
cilindro = 2cm cilindro = 25cm Óleo
Manômetro
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
41
PROBLEMA 21
Peso = 2.000kgf Dia. cil. menor = 2cm Dia. cil. maior = 25cm
D2 3,14 x 22
Área cil. 1 = = = 3,14cm2
4 4
D2 3,14 x 252
Área cil. 2 = = = 490,6cm2
4 4
F 2.000kgf
P= = = 4,08kgf/cm2
A 490,6cm2
F kgf
P= F = P x A = 4,08 x 3,14cm 2 = 12,81kgf
A cm2
V = A1 x h1 = A2 x h2
➜
h1 A1 490,6
= = = 156,2
h2 A2 3,14
PETROBRAS ABASTECIMENTO
42 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
A pressão atmosférica
Vejamos agora o significado da pressão atmosférica. O ar que envolve nosso
planeta tem um peso. A coluna de ar correspondente a 1cm2 da superfície
da Terra medida ao nível do mar pesa 1,033kgf. Logo, a pressão exercida
por esta coluna será de 1,033kgf/cm2. Este valor é denominado pressão
atmosférica. Quando subimos numa montanha, a coluna de ar fica redu-
zida, o que reduz a pressão atmosférica local. Por exemplo, a 3.000m de
altura, a coluna de ar pesa 0,710kgf, então, a pressão atmosférica nessa
altitude será de 0,71kg/cm2.
FIGURA 15
PRESSÃO ATMOSFÉRICA
Pressão x Altitude
Peso = Coluna Pressão – kgf/cm 2
1,033kgf de ar
1cm 2
Terra
Altitude – metros
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
43
Os manômetros são normalmente calibrados para indicarem pressão
relativa, ou seja, a medição é realizada a partir da pressão atmosférica local.
Daí os valores medidos serem chamados de pressão manométrica ou re-
Pense e lativa. Quando a pressão está acima da pressão atmosférica, ela é consi-
Anote derada positiva e, quando abaixo, é negativa. A pressão negativa é chama-
da também de vácuo.
Para obter a pressão zero absoluto teríamos de retirar toda a coluna
de ar existente sobre o corpo.
FIGURA 16
Pressão manométrica
Pressão ou relativa
P1
P man = 1,5kg/cm2
1atm
+
Pressão
atm. local =
1kgf/cm2 P abs = 2,5kg/cm2 P man = – 0,4kg/cm2 –
P2
P atm 1,033kg/cm2
(nível
do mar)
P abs = 0,6 kg/cm2
+
0 abs
Pressão absoluta
P1abs = P1man + Patm ➜ 2,5 = P1man + 1,0 ➜ P1man = 2,5 – 1,0 = 1,5kg/cm2
P2abs = P2man + Patm ➜ 0,6 = P2man + 1,0 ➜ P 2man = 0,6 – 1,0 = – 0,4kg/cm2
PETROBRAS ABASTECIMENTO
44 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Para não confundir a pressão manométrica com a absoluta, é comum
adicionar uma letra após a unidade. Usa-se M ou m para pressão mano-
métrica, e A ou a para pressão absoluta. Exemplo:
Vejamos qual seria a pressão exercida na base por uma coluna de líquido.
É fácil notar que o peso do líquido será o responsável pela força exercida.
FIGURA 17
Volume = A x H
H
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
45
O peso do líquido da coluna é de:
Força Peso A .H .
Pressão = = =
Área Área A
Pressão = x H
P=H
H H H H
PETROBRAS ABASTECIMENTO
46 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
PROBLEMA 22
(água) = 1gf/cm3
.H 1 x 10
P= = = 1kgf/cm2M
10 10
Para cada 10 metros de altura de coluna de água fria equivale uma pres-
são de 1kgf/cm2. Se calcularmos a pressão para uma coluna de 25 metros
de água, acharemos 2,5kgf/cm2.
PROBLEMA 23
Qual seria a pressão no fundo de um vaso com uma coluna de 20m de ga-
solina com densidade de 0,74?
Lembrando que densidade é igual ao peso específico em gf/cm3, temos que:
xH 0,74 x 20
P= = = 1,48kgf/cm2M
10 10
PROBLEMA 24
COLUNA DE HG
Hg
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
47
xH
P=
10
10 P 10 x 1,033
Pense e Anote H=
=
13,6
= 0,760m = 760mm Hg
PROBLEMA 25
PETROBRAS ABASTECIMENTO
48 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Da Tabela 15 temos que:
PROBLEMA 26
100psig = 7,031kgf/cm2 M
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
49
PROBLEMA 27
Qual seria a coluna de água que teríamos num tubo mergulhado em um re-
servatório de água ao nível do mar se retirássemos todo o ar do tubo fa-
Pense e zendo um vácuo perfeito?
Anote FIGURA 21
COM AR NO TUBO
3
Pman = 0 Pressão
atmosférica
1,033kg/cm 2 A
1 2
SEM AR NO TUBO
Pman =
–1,033kg/cm 2 Vácuo
3
Pressão
atmosférica
1,033kg/cm 2A
H máx. = ?
1 2
PETROBRAS ABASTECIMENTO
50 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Se, por hipótese, conseguíssemos fazer um vácuo absoluto, ou seja, re-
tirar todo o ar do interior do tubo, a pressão absoluta seria igual a zero, ou,
o que é a mesma coisa, a pressão manométrica seria = –1,033kgf/cm2.
Neste caso, a coluna seria:
xH 1xP
H = 10,33m
P= 1,033 =
10 10
Esta seria a coluna máxima que poderia ser conseguida para água.
Se, no lugar de água, tivéssemos gasolina (g gasolina = 0,75gf/cm3), a co-
luna máxima seria:
Por isso, o máximo que se consegue aspirar com uma bomba centrífu-
ga fica em torno de 7 ou 8 metros quando trabalhando com água.
Notar também que os 10,33m ocorreriam ao nível do mar, onde a
pressão atmosférica é maior. Num local de maior altitude, como a pres-
são atmosférica é menor, a coluna seria menor. Esta coluna é também
influenciada pelo peso específico do líquido (). Quanto menor o , mai-
or a coluna H de líquido (ver fórmula usada anteriormente).
Viscosidade ou
A viscosidade pode ser definida como a resistência do fluido ao escoamento.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
51
Suponhamos dois vasilhames, um com óleo de massa específica igual
à da água, porém mais viscoso, e outro com água. Ao tentar girar uma pá
para movimentar os líquidos, notaríamos uma resistência maior no óleo
Pense e do que na água. Isso é devido à maior viscosidade do óleo, comparada
Anote com a da água.
FIGURA 22
DIFERENÇAS DE VISCOSIDADES
Óleo Água
1cP = 0,01poise
PETROBRAS ABASTECIMENTO
52 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
A viscosidade cinemática () é a relação entre a viscosidade dinâmica
() e a massa específica ().
=
31 – 1 1,00
35 – 2,56 1,16
40 – 4,30 1,31
50 – 7,40 1,58
60 – 10,3 1,88
70 12,95 13,1 2,17
80 13,70 15,7 2,45
90 14,44 18,2 2,73
100 15,24 20,6 3,02
150 19,30 32,1 4,48
200 23,5 43,2 5,92
250 28,0 54,0 7,35
300 32,5 65,0 8,79
400 41,9 87,60 11,70
500 51,6 110 14,60
600 61,4 132 17,50
700 71,1 154 20,45
800 81,0 176 23,35
900 91,0 198 26,30
1.000 100,7 220 29,20
2.000 200 440 58,40
3.000 300 660 87,60
4.000 400 880 117,0
5.000 500 1.100 146
10.000 1.000 2.200 292
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
53
A viscosidade cinemática é bem mais utilizada no estudo de bombas
do que a dinâmica.
Podemos converter a viscosidade dinâmica em centistokes para visco-
sidade cinemática em centipoise, usando a fórmula:
Pense e Anote
(cSt) = (cP)3 =
(cP)
(g/cm ) densidade
PROBLEMA 28
(cSt) = (cP) =
900
= 1.000
densidade 0,9
Pressão de vapor
Para cada temperatura de um líquido, existirá uma pressão na qual tere-
mos um equilíbrio entre as fases vapor e líquida. Então, dizemos que o
líquido se encontra saturado. À pressão exercida nas paredes do recipi-
ente pela fase vapor denominamos pressão do vapor deste líquido para
esta temperatura.
Suponhamos um vaso com um líquido volátil, como GLP ou gasolina.
FIGURA 23
PRESSÃO DE VAPOR
Manômetro
Fase vapor
Termômetro
Fase líquida
Pv = Pman + Patm
PETROBRAS ABASTECIMENTO
54 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
FIGURA 24
Pressão
absoluta Líquido Curva da
pressão
PV1 de vapor
Vapor
T1
Temperatura (oC)
Temperatura (o C)
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
55
PROBLEMA 29
Rendimento
Rendimento de uma máquina é a relação entre as energias recebidas e
cedidas por essa máquina. No caso de uma bomba, a energia é recebida
através do eixo de acionamento. A energia é cedida ao líquido pelo impe-
lidor, sob a forma de pressão e de velocidade.
Energia cedida
=
Energia recebida
PETROBRAS ABASTECIMENTO
56 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
PROBLEMA 30
Qual seria o rendimento de uma bomba cujo motor entrega 40hp no eixo e a
bomba cede ao líquido 20hp?
Energia recebida 40
= = = 0,50 ou 50%
Energia cedida 20
Equação da continuidade
Considerando um fluido como incompressível, pelo esquema da Figura
26, podemos afirmar que, desde que não tenhamos nenhuma saída ou
entrada de líquido entre as seções 1 e 2, a vazão Q1 na seção 1 é igual à
vazão Q2 na seção 2.
FIGURA 26
1 2
Q1 Q2
Q1 = Q 2 = V 1 x A 1 = V 2 x A 2
v 1 x A 1 = v2 x A2
2
v1 = v 2 x
A2
A1
a v1 = v 2 x
( ) D2
D1
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
57
onde:
v1 = Velocidade média de escoamento na seção 1.
v2 = Velocidade média de escoamento na seção 2.
Pense e D1 = Diâmetro interno da tubulação na seção 1.
Anote D2 = Diâmetro interno da tubulação na seção 2.
PROBLEMA 31
→ A2 = 82,1cm2
Área interna do tubo 4"shd 40’→
→ A1= 186,4cm2
6"sch 40’→
A2 82,1
v 1 = v2 x =3x = 1,32m/s
A1 186,4
Teorema de Bernouille
Um fluido escoando numa tubulação possui três formas de energia:
Energia potencial ou de altura.
Energia de pressão.
Energia de velocidade ou cinética.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
58 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
A energia de velocidade, também chamada de energia cinética, é a
decorrente da velocidade de escoamento. Um exemplo de uso da energia
cinética são os geradores eólicos (movidos pelo vento).
FIGURA 27
TEOREMA DE BERNOUILLE
Seção 2
V2
Z2
Seção 1
V1
Z1
Linha de referência
P1 V12 P2 V22
E1 = + + Z1 E2 = + + Z2
2g 2g
P1 V 12 P2 V 22
+ + Z1 = + + Z2 = constante Teorema de Bernouille
2g 2g
P
= Energia de pressão
V2
= Energia de velocidade
2g
Z = Energia potencial
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
59
A equação anterior é válida apenas teoricamente, já que, na prática,
temos algumas perdas de energia entre os pontos 1 e 2 decorrentes de
atritos, choques etc., ficando a equação como:
E1 = E2 + perdas de carga
Pense e Anote
P1 V12 P2 V 22
+ + Z1 = + + Z2 + perdas
2g 2g
P2
P1
V2
Z2
Z1
V1
Linha de referência
P2 – P1 V22 – V12
Energia cedida pela bomba = E2 – E1 = + + Z2 – Z1
2g
PETROBRAS ABASTECIMENTO
60 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Tabela de tubos
TABELA 18
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
61
Letras gregas
Relação das letras gregas maiúsculas e minúsculas.
Pense e TABELA 19
LETRAS GREGAS
Anote
Alfa Beta Gama
Delta
Épsilon Zeta
Prefixos
TABELA 20
PREFIXOS
Exemplos:
PETROBRAS ABASTECIMENTO
62 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Resumo
ÁREA DE FIGURAS GEOMÉTRICAS
VELOCIDADE LINEAR
VELOCIDADE ANGULAR
N N
w = 2 = rd/s Pi x rpm sobre 30
60 30
VAZÃO
v. .r 2
Q = Vol = v x A = Volume sobre tempo
t 30
ACELERAÇÃO
v2 – v 1
a= Variação da velocidade no tempo
t2 – t1
FORÇA
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
63
Resumo
Pense e
TRABALHO
Anote T=Fxd Força x Distância
TORQUE
POTÊNCIA
MASSA ESPECÍFICA
Massa
= Massa sobre o volume
Volume
PESO ESPECÍFICO
Massa
= Peso sobre o volume
Volume
DENSIDADE
PRESSÃO
P=
F
P=
xH Força sobre área ou peso
A 10 específico x Altura sobre 10
p/ P em kgf/cm2 em gf/cm3 → H = m
RENDIMENTO
PETROBRAS ABASTECIMENTO
64 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Resumo
EQUAÇÃO D
EQUAÇÃO DAA CO NTINUID
CONTINUID ADE
NTINUIDADE
TEOREMA DE BERNOUILLE
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
65
Pense e Anote
Bombas
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
67
motores de combustão interna. Os motores elétricos possuem rendimento
na casa dos 90% contra cerca de 30% dos dois outros acionadores citados.
Durante muito tempo, as turbinas possuíram uma vantagem sobre os
Pense e motores elétricos, a saber, a possibilidade de variar a rotação. Hoje em
Anote dia, com o barateamento dos variadores de freqüência, é cada vez mais
comum utilizar motores elétricos com rotação variável no acionamento
de bombas.
Os motores de combustão interna são pouco utilizados em refinari-
as, ficando seu uso restrito a casos excepcionais de segurança, como
bombas reservas de água contra incêndios ou de produtos que, ao es-
coarem através de oleodutos, são passíveis de endurecimento caso cesse
o bombeamento. Se não dispusermos de vapor nas instalações, isso é
outro motivo que poderá levar à utilização de tal alternativa de acio-
namento. Esses motores, quando empregados, são geralmente movi-
dos a óleo diesel.
Além deles, existem algumas bombas alternativas que são acionadas
por meio de cilindros a vapor. Em unidades novas, essa aplicação está fi-
cando cada vez mais rara.
Os motores pneumáticos, devido a sua baixa confiabilidade e ao seu
alto custo operacional, não são utilizados em bombas de processo. São
aplicados, principalmente, como acionadores de bombas portáteis de
abastecimento de óleo lubrificante a partir de tambores. Sua vantagem é
a de não causar riscos de explosão e de serem facilmente acionáveis devi-
do à grande disponibilidade de pontos de alimentação de ar comprimido
existentes nas unidades.
Nos locais em que a falha da bomba possa ocasionar problema de se-
gurança ou prejuízos elevados, é usual a adoção de bomba reserva de
modo a não interromper o funcionamento da unidade.
Visando aumentar a segurança operacional, é comum adotar duas fon-
tes distintas de alimentação para os acionadores, reduzindo assim a pos-
sibilidade de parada do sistema para o qual a bomba trabalha.
Quando ambas, a bomba principal e a reserva, são acionadas por mo-
tor elétrico, é comum a utilização de alimentadores elétricos (feeders) di-
ferentes para cada uma delas. É comum também ter a bomba principal
acionada por motor elétrico e a reserva por turbina a vapor, ou o contrá-
rio. A vantagem em ter o motor como reserva é a sua elevada aceleração,
que faz com que a bomba entre em operação rapidamente, caso tenha-
mos uma falha do equipamento principal. Já a desvantagem é que, ao usar
a turbina a vapor como principal, aumentamos o custo operacional devi-
do ao fato de seu rendimento ser menor. O sistema de partida automáti-
co do motor elétrico é mais simples do que o da turbina. De modo geral,
o fornecimento do vapor é mais confiável do que a energia elétrica. A es-
colha do tipo de acionador principal deverá levar em conta esses fatores.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
68 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Com o intuito de aumentar a flexibilidade operacional, o que permite
variar significativamente a vazão, algumas instalações adotam diversas
bombas operando em paralelo; nesses casos, fica uma delas como reser-
va. Caso venha a falhar mais de uma bomba simultaneamente, o sistema
ainda continuará sendo atendido, só que com uma vazão menor.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
69
Pense e Anote
Recebimento
da bomba
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
71
• Dados dos testes efetuados na fábrica (desempenho, vibração,
NPSH etc.).
• Instruções de manutenção e de operação da bomba.
Pense e • Desenho de corte da bomba com todos os itens identificados.
Anote • Lista das peças relacionadas no desenho de corte da bomba com as
referências comerciais, os materiais de fabricação e as quantidades
empregadas na bomba.
• Desenho do conjunto da bomba, mostrando a base, a bomba, seu
acionador, acoplamento e as respectivas cotas.
• Desenho da selagem. No caso do uso de selo mecânico, devem cons-
tar: plano de selagem; corte do selo; lista de peças com identifica-
ção das referências comerciais; material de fabricação e quantida-
de empregada. Caso a selagem seja feita por meio de gaxetas, de-
verá ter a especificação do tipo, do tamanho e do número de anéis
utilizados, além de um corte da caixa de selagem, mostrando o po-
sicionamento das gaxetas em relação ao anel de distribuição (anel
de lanterna).
• Desenhos de corte do acionador, com lista de peças, referências co-
merciais e materiais e quantidades utilizadas.
Resumo
PETROBRAS ABASTECIMENTO
72 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Preservação
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
73
nem o acoplamento. Fazer uma marca com tinta ou marcatudo no acopla-
mento para acompanhar a posição de parada do eixo.
As superfícies usinadas da base metálica que ficarem expostas, como a
Pense e região de apoio do acionador e da bomba, devem ser preservadas com
Anote graxa ou parafina para evitar sua oxidação.
O óleo colocado na caixa de mancais deve ser trocado a cada 6 meses
se o ambiente for medianamente agressivo como, por exemplo, regiões
próximas ao mar ou de elevada umidade.
Resumo
PETROBRAS ABASTECIMENTO
74 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Instalação e
teste de partida
Bases de apoio
do motor que Base de apoio da
podem ser usadas bomba que pode
para nivelamento ser usada para
nivelamento
25mm
mínimo
Parafuso de Parafuso de
nivelamento nivelamento Chumbador
Chumbador Forma de
com placa com placa
madeira para
conter o graute
Graute Base de concreto
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
75
Antigamente, o graute era realizado com uma massa de cimento rala.
Hoje em dia, são empregados cimentos próprios, que curam bem mais
rápido. Os especialistas consideram como o melhor material para graute
Pense e um epóxi específico para esse fim. Como seu custo é bem superior ao do
Anote cimento, esse fator acaba sendo um inibidor para uso generalizado. O API
610 (bombas centrífugas) e o API 686 (montagem de máquinas) recomen-
dam o uso de epóxi no grauteamento das bombas.
Na montagem da bomba, os seguintes passos devem ser seguidos,
supondo que a base de concreto esteja pronta e curada. A cura completa
do concreto só ocorre 28 dias após sua fundição.
1. Verificar se o posicionamento dos chumbadores na base de concreto
está compatível com os furos existentes da base metálica da bomba.
Hoje em dia, é raro o uso de chumbador tipo L. Isso pode ser feito pelo
desenho da base da bomba, ou se a bomba já estiver na planta, obser-
var diretamente a base metálica.
2. Verificar se os chumbadores foram montados dentro de uma luva com
diâmetro interno de 2 a 3 vezes o diâmetro do chumbador e no míni-
mo 150mm de comprimento. O espaço entre essa luva e o chumba-
dor deve ter sido preenchido com um material não endurecível como,
por exemplo, espuma de poliuretano, usada em isolamento de tubu-
lação ou RTV (borracha de silicone), evitando, assim, a entrada de con-
creto ou do graute. Isso permitirá o alongamento do chumbador ao
ser apertado e também admitirá pequenos deslocamentos para casar
com a furação da base metálica.
FIGURA 30
CHUMBADOR E LUVA
Ponto de solda
PETROBRAS ABASTECIMENTO
76 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
desbaste tem por objetivo remover o cimento liso que sobrenadou na
base de concreto de modo a deixá-lo áspero e irregular, o que irá faci-
litar a aderência e aumentar a área de contato com o graute.
4. Limpar bem a base de concreto de detritos e poeiras. Soprar, com ar
isento de óleo, já que o ar comprimido de compressores de campo cos-
tuma ter óleo. Evitar a presença de óleo e graxa, pois estas substâncias
impedem a aderência do graute.
5. Colocar a base da bomba sobre a de concreto de modo que a parte infe-
rior da base metálica fique no mínimo 25mm acima da base de concre-
to. As bases das bombas adquiridas pela Petrobras são fornecidas com
parafusos “macaquinhos” para efeito de nivelamento. Colocar sobre o
concreto, na direção dos parafusos de nivelamento, um pedaço de cha-
pa com cerca de 12,7mm (1/2") de espessura. Verificar no projeto se a
altura da base está correta e se a elevação dos flanges encontra-se de
acordo com o desenho de tubulação. Ajustar, se necessário.
6. Nivelar a base através dos macaquinhos no sentido transversal e lon-
gitudinal na região do motor, e depois na região da bomba, usando
um nível de bolha apoiado em superfícies usinadas da base.
FIGURA 31
Furos para
colocação de graute
A norma API 686 recomenda o limite de 0,2mm por metro, tanto para
o nivelamento transversal quanto para o longitudinal. É recomendável rea-
lizar uma aferição do nível que será utilizado. Para tal, fazer uma leitura com
o nível e depois girá-lo 180º, repetindo a leitura. As duas têm de ser iguais.
Após nivelar a base, colocar os calços de latão ou aço inoxidável sobre os
apoios, apertar as porcas dos chumbadores e tornar a verificar o nível. O
torque de aperto deve seguir o recomendado pelo fabricante. Na falta da
recomendação, usar os valores da Tabela do API, transcrita a seguir:
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
77
TABELA 21
Base metálica
Graute
Chanfros
Concreto
10. Verter o graute. As bases costumam ter furos nas chapas para este fim
(ver Figura 31). O ideal é que exista um suspiro (vent) do lado oposto
do furo de colocação do graute para permitir a saída do ar. Se a bomba
e o acionador prejudicarem o acesso para a colocação do graute, eles
devem ser retirados da base. Durante a fase de grauteamento, todas
as tubulações devem estar desconectadas. Existem cimentos apropri-
ados para graute. Não é aconselhável o uso de vibrador. Utilizar para
PETROBRAS ABASTECIMENTO
78 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
esse fim um pedaço de madeira para ir socando o graute. Não deve
ser exercida muita força para evitar a deformação da chapa superior
da base metálica. Devem ser preenchidos todos os vazios da base.
11. Após a cura do graute, verificar, com auxílio de um pequeno marte-
lo, batendo na chapa superior da base, se ficou alguma região va-
zia. Havendo, faça dois furos nas extremidades opostas do vazio, um
para introduzir massa epóxi, comum, e outro para saída do ar. O
reparo deve ser realizado com epóxi mesmo que tenha sido grautea-
do com cimento.
12. Após a operação anterior, retirar as formas e os parafusos de nivela-
mento.
13. Se fizer parte do projeto, montar as tubulações auxiliares de refrige-
ração, de selagem e de lubrificação.
14. Somente após a cura do graute, devem ser conectadas as linhas de
sucção e de descarga. Os flanges das tubulações devem estar concên-
tricos e paralelos com os da bomba. Todos os parafusos devem ser co-
locados com a mão nos furos, sem necessidade de forçar os flanges.
15. Verificar a tensão introduzida pelas linhas. Para tal, coloque dois re-
lógios comparadores com os ponteiros apoiados no cubo do acopla-
mento, um na direção horizontal e o outro na vertical. Zere os relógi-
os. Aperte os parafusos do flange de sucção com a junta de vedação
no local. Os dois relógios devem indicar menos de 0,05mm. Torne a
zerar os relógios e aperte agora o flange de descarga. Os relógios tam-
bém devem indicar menos de 0,05mm. Se, no aperto de alguma das
tubulações, for excedido esse valor de deslocamento, afrouxar os flan-
ges dessa linha nas imediações da bomba (das válvulas de bloqueio,
dos filtros, das válvulas de retenção etc.) e começar apertando-os a
partir do flange mais próximo da bomba.
Os desalinhamentos angulares podem ser corrigidos com o aqueci-
mento localizado em alguma curva. Um outro recurso que pode ser
usado é aquecer ao rubro uma seção completa da tubulação com os
flanges da bomba apertados. O aquecimento reduz a resistência da
tubulação, fazendo com que o material deforme, o que diminui a ten-
são introduzida pela linha. Lembrar que alguns tipos de aço usados
em tubulações, se aquecidos, podem necessitar de tratamento tér-
mico posterior. Portanto, consulte antes o responsável pela monta-
gem da tubulação. Se, depois de tudo, não for possível enquadrar os
valores, cortar a tubulação e refazer a solda da linha.
16. Verificar se o sentido de giro do acionador está coerente com a bom-
ba antes de acoplá-la. No caso de motor elétrico, se não estiver cor-
reto, peça para inverter as fases de alimentação elétrica.
17. Alinhar a bomba com o acionador. O alinhamento que vem do fabri-
cante é apenas um pré-alinhamento.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
79
Caso a bomba fique inativa por período prolongado, é recomendável girar
o eixo de 1 volta completa + 1/4 a cada 15 dias de modo que promova a
lubrificação completa dos rolamentos e altere a esfera sob carga, bem como
o local de apoio na pista do rolamento, evitando desgaste localizado.
Antes da primeira partida e logo depois dela, verificar:
Pense e Anote a Se a bomba, o acionador e o acoplamento estão adequadamente lu-
brificados.
b Se a proteção do acoplamento encontra-se no lugar.
c Se o sentido de giro do acionador está correto. Caso tenha dúvida,
desacople a bomba e teste. Algumas bombas podem ser giradas ao
contrário. Nesse caso, ela pode ser ligada e desligada rapidamente só
para sair da inércia e verificar o sentido de giro. Bombas verticais, na
maioria dos casos, não podem girar ao contrário, sob pena de solta-
rem partes fixadas por roscas, principalmente eixos e impelidores;
d Se as válvulas das linhas de refrigeração e de selagem (flushing e quen-
ching) estão abertas.
e Se a bomba está escorvada. Para tal, abra a válvula de sucção e o sus-
piro (vent) da carcaça. Quando pararem de sair borbulhas de ar, a bomba
estará cheia de líquido. Fechar o suspiro.
f Se a válvula de descarga está fechada e descolada da sede. Válvulas de
descarga de diâmetros grandes e com pressão de descarga alta geram
uma força na gaveta que dificulta sua abertura. Nessa situação, é in-
teressante partir a bomba com a gaveta da válvula ligeiramente des-
colada da sede (cerca de 1/4 de volta do volante).
g Partir a bomba.
h Logo após a partida, abrir a válvula de descarga.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
80 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Após a partida da bomba, devem ser verificados e acompanhados:
a Vibração da bomba e do acionador. É interessante fazer espectros das
vibrações dos mancais da bomba e do acionador para servir como
referência futura.
b Barulhos anormais.
c Temperatura dos mancais (pode levar até 3 horas para estabilizar). A
norma API 610 limita em 82ºC a temperatura dos mancais ou 40ºC
de acréscimo em relação à temperatura ambiente.
d Vazamentos pela selagem.
e Se os manômetros da sucção e da descarga estão estáveis. Manôme-
tros oscilando muito demonstram problemas de cavitação ou recircu-
lação, o que pode ser verificado e confirmado pelo ruído característico.
f Havendo possibilidade, medir a corrente do motor elétrico, observan-
do se o valor está dentro do esperado.
Resumo
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
81
Pense e Anote
Classificação
de bombas
Classificação de bombas
Radial
Centrífuga
Bombas dinâmicas
Fluxo axial Tipo Francis
ou turbobombas
Fluxo misto
PERIFÉRICA OU REGENERATIVA
Pistão
Alternativa Êmbolo
Diafragma
Bombas
volumétricas ou
de deslocamento Engrenagens
positivo Parafusos
Lóbulos
Rotativa Palhetas
Peristática
Cavidades progressivas
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
83
Pense e Anote
Bomba dinâmica
ou turbobomba
BOMBA CENTRÍFUGA
Pode ser do tipo radial ou tipo Francis. A bomba centrífuga radial ou cen-
trífuga pura é a que possui as pás do impelidor com a curvatura em um
só plano. Nesse tipo de bomba, o fluxo sai do impelidor perpendicular-
mente ao eixo. O impelidor cede energia ao líquido por meio da força
centrífuga. A bomba centrífuga tipo Francis possui as pás do impelidor com
curvatura em dois planos. Nesse tipo, a energia é cedida ao líquido pela for-
ça centrífuga e de arrasto. O líquido sai do impelidor perpendicular ao eixo.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
85
FIGURA 33
FIGURA 34
P1 P3
A
P2
Corte A–A
Corte B–B
PETROBRAS ABASTECIMENTO
86 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
FIGURA 35
1 Estágio
Apoiada na OH2
linha de centro
1 Estágio
Impelidor
montado
no eixo do
acionador
Acoplamento
entre
multiplicador
e acionador
Continua
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
87
FIGURA 35
Continuação
Partida BB2
radialmente
Carcaça BB5
dupla
(tipo barril)
Continua
PETROBRAS ABASTECIMENTO
88 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
FIGURA 35
Continuação
Impelidor em VS5
balanço
Voluta VS7
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
89
A norma API 610, na qual é especificada e adquirida a maioria das bom-
bas centrífugas de uma refinaria, sugere uma classificação e uma numera-
ção em função do tipo da bomba, fazendo uma divisão principal entre três
modelos, baseados na posição do impelidor em relação aos mancais:
Em balanço (overhung) – Denominadas OH
Pense e Anote Entre mancais (between bearings) – Denominadas BB
Verticalmente suspensas (vertically suspended) – Denominadas VS
Estes modelos são subdivididos em vários tipos. Cada tipo recebe uma
designação iniciada pelas letras acima, seguida de um número.
De modo a facilitar essa identificação, a Figura 35 mostra um quadro
com um croqui para cada tipo.
A bomba centrífuga é o tipo mais usado, principalmente devido a sua
versatilidade. Ela faz parte de um conjunto mais geral denominado turbo-
bombas, que, além da centrífuga, inclui a bomba axial e a de fluxo misto.
Normalmente, são englobadas com o nome genérico de bombas centrí-
fugas, embora a bomba axial nada tenha de centrífuga.
Uma das vantagens da bomba centrífuga é poder trabalhar com gran-
des variações de vazão sem alterar a rotação, o que as bombas de deslo-
camento positivo geralmente não permitem.
Para garantir o funcionamento adequado de uma bomba, proporcio-
nando uma campanha longa, ela deve ser bem especificada, bem selecio-
nada, bem fabricada, bem montada, bem operada e bem mantida. Alguns
enganos cometidos em qualquer dessas etapas podem ser contornados;
outros, dificilmente o serão, e teremos uma bomba com campanhas sem-
pre inferiores às esperadas.
Resumo
OH (overhung) – em balanço
BB (between bearing) – entre mancais
VS (vertically suspende) – verticalmente suspensas
PETROBRAS ABASTECIMENTO
90 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Princípio de funcionamento
da bomba centrífuga
Se colocássemos gotículas de líquido sobre um disco, ao girá-lo com uma
rotação N, as gotículas seriam expelidas para a periferia pelo efeito da força
centrífuga.
FIGURA 36
Fc Fc
Fc Fc
Fc Fc
N
7 7
1. Tubulação de sucção
1 2 5 2. Flange de sucção
6
5 3. Olhal do impelidor
4 4. Entrada das pás
3 6 5. Saída do impelidor
8 3
4 6. Voluta (dupla)
7. Cone de saída da carcaça
6
8. Lingüeta
6
6
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
91
O impelidor, ao girar, transmite uma determinada força centrífuga que
acelera o líquido presente no seu interior (regiões 3, 4 e 5), fazendo com
que este líquido caminhe para a área de saída do impelidor, sendo des-
Pense e carregado na voluta (6). O líquido passa pela voluta e é orientado pela
Anote lingüeta (8) para o cone de saída da carcaça (7). Ao ser deslocado no in-
terior do impelidor, ele cria uma região de menor pressão, que é preen-
chida pelo líquido que está imediatamente antes, na região 2. Esta será
preenchida pelo líquido que está em 1, e assim sucessivamente. O impe-
lidor, ao girar, estabelece um fluxo contínuo de líquido da linha de sucção
para a descarga.
Se não tivéssemos escorvado a bomba, em vez de líquido, teríamos no seu
interior ar ou gases e, nessa situação, o vazio criado pelo impelidor, ao girar,
não seria suficiente para que o líquido presente na tubulação de sucção fluisse
para o impelidor, inviabilizando assim o bombeamento do fluido.
Na Figura 38, é mostrada a variação da pressão e da velocidade no in-
terior da bomba centrífuga para uma determinada vazão.
FIGURA 38
1 2
6
5
1. Tubulação de sucção
2. Flange de sucção 4
3. Olhal do impelidor 3
4. Entrada das pás
5. Saída do impelidor
6. Voluta (no caso dupla) 5
6
7. Cone de saída da carcaça
Velocidade
Pressão
Região
PETROBRAS ABASTECIMENTO
92 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Devido ao atrito e aos choques nas paredes da tubulação e aos aciden-
tes, tais como curvas, válvulas, reduções, filtros etc., a pressão vai caindo
conforme o fluido se desloca pela linha de sucção da bomba (1). Na jun-
ção do flange da tubulação com a sucção da bomba (2), podemos ter uma
pequena perda localizada devido à não-coincidência perfeita entre os diâ-
metros internos dos flanges da tubulação e o da bomba, que normalmen-
te é fundido. A pressão continua caindo lentamente até o olhal do impe-
lidor (3). Logo após o olhal, região 4, temos uma redução da área de esco-
amento devido ao cubo do impelidor, o que provoca um aumento de
velocidade de escoamento e, conseqüentemente, uma queda de pressão,
conforme vimos quando falamos no Teorema de Bernouille (Parte 1). Nessa
região, o fluxo fica mais turbulento pela influência da vazão que retorna
pelo anel de desgaste dianteiro e pelos furos de balanceamento do impe-
lidor. Pelos motivos expostos, a região 4, logo após o olhal e antes de
chegar às pás do impelidor (o líquido ainda não recebeu energia dele), é
que apresenta a pressão mais baixa no interior da bomba.
FIGURA 39
1 2
6
5
1. Tubulação de sucção
4 2. Flange de sucção
3 3. Olhal do impelidor
4. Entrada das pás
5. Saída do impelidor
5 6. Voluta (no caso dupla)
6
7. Cone de saída da carcaça
Velocidade
Pressão
Região
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
93
A partir da região 4, o líquido começa a receber energia cedida pelas pás
do impelidor, que acelera o líquido, aumentando sua velocidade (energia
cinética). Esta energia vai sendo transformada parcialmente em energia de
Pense e pressão devido ao aumento da área entre as duas pás consecutivas (canal
Anote de escoamento) à medida que o líquido vai avançando no impelidor. Ao
sair do impelidor, o fluxo passa pela voluta. A área da voluta é crescente
(ver Figura 37), mas o impelidor, ao girar, descarrega mais líquido de modo
que o aumento de vazão é compensado pelo aumento da área, permane-
cendo estável a velocidade de escoamento e a pressão (válido para a vazão
de projeto da bomba). Por último, na saída da carcaça, região cônica 7, te-
mos a transformação final da energia de velocidade em energia de pressão.
Como geralmente o flange de descarga da bomba centrífuga é menor
do que o flange de sucção, a velocidade na descarga é ligeiramente maior
do que na sucção. Logo, nem toda a energia cedida ao líquido pela bom-
ba é transformada em energia de pressão, permanecendo uma parcela
como energia de velocidade. Como as velocidades de sucção e de descar-
ga são relativamente baixas, a energia cedida sob a forma de velocidade é
relativamente pequena em bombas centrífugas. De modo geral, a grande
parcela de energia cedida é sob a forma de pressão. Somente nas bombas
de baixo diferencial de pressão como, por exemplo, nas bombas axiais, a
parcela de energia de velocidade pode ser significativa.
Nas bombas centrífugas que utilizam difusor em vez de voluta, a trans-
formação de velocidade em pressão ocorre no impelidor e no difusor. As
áreas dos canais do difusor são crescentes. Logo, a velocidade de escoa-
mento será reduzida e a energia será transformada em pressão. O difusor
é mais empregado nas bombas de múltiplos estágios, sejam elas horizon-
tais, sejam verticais. Nas bombas horizontais, o difusor costuma ser uma
peça independente. Nas bombas verticais, geralmente ele faz parte da
carcaça (ver Figura 35 – bomba verticalmente suspensa tipo VS1).
FIGURA 40
DIFUSOR
PETROBRAS ABASTECIMENTO
94 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Resumo
Aplicações típicas
Bomba centrífuga é um tipo de bomba bastante versátil, daí seu grande
emprego na indústria. Suporta desde serviços leves, como o bombeamen-
to de água residencial, feito com bombas pequenas com 1/8hp, até bom-
bas com consumo de potências bastante altas, que podem chegar a mi-
lhares de hp. Este tipo de bomba é usado praticamente em todas as in-
dústrias, caso das unidades de uma refinaria, na exploração de petróleo,
no transporte de líquidos (oleodutos), nas indústrias químicas, no abaste-
cimento de água das cidades, em irrigação de lavouras, em termoelétri-
cas, na indústria de papel e celulose, nas aciarias e nas demais indústrias.
Uma das grandes vantagens da bomba centrífuga é sua capacidade de variar
a vazão. As bombas pequenas podem operar de 10% a 120% da vazão de
projeto. Nas bombas maiores, essa faixa de vazão costuma ser mais reduzi-
da, como veremos mais adiante. Em boa parte dos processos que necessi-
tam um controle de vazão, é utilizada uma válvula de controle na linha de
descarga da bomba centrífuga. Conforme sua abertura seja aumentada ou re-
duzida, a perda de carga será alterada, modificando, como conseqüência, a
vazão da bomba. Podemos usar também a rotação para variar a vazão.
Existem bombas centrífugas projetadas para poucos m3/h de vazão, en-
quanto outras são para milhares de m3/h. As bombas de baixa vazão costu-
mam ter um rendimento inferior ao das bombas de vazão mais elevada.
As pressões fornecidas por esse tipo de bomba podem ir de alguns kgf/cm2
até centenas de kgf/cm2. Quando as pressões são muitos altas, as bombas
centrífugas são projetadas com vários estágios (impelidores) em série.
As bombas de processo utilizadas na indústria de petróleo seguem a
norma API 610 (American Petroleum Institute). Atualmente, essa norma
está em fase de junção com a ISO (International Organization for Standar-
dization) para formarem uma norma comum.
Tanto na exploração, quanto na produção de petróleo, como no refino
e no transporte de produtos (oleodutos), a bomba centrífuga possui larga
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
95
aplicação, abrangendo praticamente todas as áreas, sendo mais fácil citar
as condições em que não são empregadas. Senão vejamos:
Anti-rotacional
Caixa de selagem
Ventilador para
Junta da carcaça/ refrigeração
caixa de selagem Eixo
Caixa de
mancais Aletas para
Anel salpicador resfriamento
PETROBRAS ABASTECIMENTO
96 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
ROTOR OU CONJUNTO ROTATIVO
IMPELIDOR
CARCAÇA
CAIXA DE SELAGEM
EIXO
PORCA DO IMPELIDOR
LUVA DO EIXO
Serve para proteger o eixo. Em vez de trocá-lo, que é uma peça cara, troca-
se a luva, que é mais barata. Nos selos tipo cartucho, a luva permite que
o selo seja todo montado externamente, antes de ser colocado na caixa
de selagem.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
97
MANCAIS
CAIXA DE MANCAIS
SELAGEM DA BOMBA
Sua função é a de evitar que o líquido vaze para o exterior pela região onde
o eixo sai da carcaça. As bombas antigas usavam tanto gaxetas como se-
los mecânicos. Atualmente, devido às restrições de poluição ambiental,
as gaxetas são utilizadas somente para produtos que não ocasionam pro-
blemas ao meio ambiente, caso venham a vazar. As gaxetas estão sendo
utilizadas praticamente para água. Mesmo assim, o selo mecânico vem
ganhando terreno nestas aplicações. Recentemente, surgiram no merca-
do gaxetas injetáveis, que estão sendo empregadas com sucesso.
SOBREPOSTA
PETROBRAS ABASTECIMENTO
98 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
zem para o exterior. As bombas mais antigas usavam retentores com lábios
de borracha ou labirintos. O retentor realizava sua função quando novo, mas,
após alguns meses de funcionamento, os lábios endureciam, podiam surgir
trincas ou acabavam por riscar o eixo, perdendo sua capacidade de vedação.
Por isso, a norma API 610 passou a recomendar o uso de selos mais sofisti-
cados que permanecem aptos a realizar sua função por tempo mais prolon-
gado. Existe uma grande variedade desses selos, alguns vedam por meio de
anel “O” e labirintos, enquanto outros são semelhantes a um selo mecânico,
com uma face fixa e outra giratória provendo a vedação principal. Esses selos
usam molas ou magnetismo para manter as sedes em contato.
DEFLETOR
ANEL PESCADOR
Sua função é carregar o óleo do reservatório para o eixo, fluindo daí para
o mancal. O anel pescador é acionado pela rotação do eixo.
ANEL SALPICADOR
É um anel fixado no eixo e que gira com ele, tendo por função salpicar o
óleo lubrificante, lançando-o nas canaletas que levam aos rolamentos.
ANÉIS DE DESGASTE
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
99
BUCHA DA SOBREPOSTA
Pense e ACOPLAMENTO
VENTILADOR
ANTI-ROTACIONAL
Sua função é de orientar o líquido para o impelidor, evitando que ele en-
tre girando.
Impelidores
Abaixo são mostradas as partes de um impelidor.
FIGURA 42
PARTES DO IMPELIDOR
Cubo
Pá Furo de balanceamento
PETROBRAS ABASTECIMENTO
100 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
FIGURA 43
Velocidade específica – Ns
(unidades métricas – rpm, m3/s, m)
D2
D1 Eixo de
Pás radiais Tipo Francis Fluxo misto Axial rotação
D2 D2 D2 D2
>4 = 1,5 a 2 < 1,5 =1
D1 D1 D1 D1
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
101
Para converter a velocidade específica, Ns:
TABELA 22
PROBLEMA 1
Q 900 m3 450m3 1h m3
Q’ = = = = = = 0,125
2 2 h h 3.600s 5
PETROBRAS ABASTECIMENTO
102 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
FIGURA 44
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
103
Quanto ao tipo de sucção
• Simples
• Dupla sucção
Pense e FIGURA 46
Resumo
Carcaças
As carcaças das bombas centrífugas podem ser classificadas sob diversas
formas.
Quanto aos tipos:
Voluta
Dupla voluta
Difusor
Concêntrica ou circular
Mista (raramente utilizada)
PETROBRAS ABASTECIMENTO
104 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
FIGURA 47
TIPOS DE CARCAÇAS
Difusor Concêntrica
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
105
FIGURA 48
Anote
BB5
BB1
FIGURA 49
BB2
Partida verticalmente
Introdutor de NPSH
BB4
Carcaça
Impelidor
Difusor
PETROBRAS ABASTECIMENTO
106 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
As carcaças podem ser simples (exemplos: OH1; BB1; VS2) ou duplas
(exemplos: BB5, VS5, VS6) (ver Figura 35).
Resumo
As carcaças podem ser do tipo de simples voluta, dupla voluta, difusor,
concêntrica e mista.
Podem ser partidas axialmente ou radialmente.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
107
Se medirmos a AMT fornecida por uma bomba centrífuga para algumas
vazões diferentes (5 é um bom número) e plotarmos estes pontos em um
gráfico e os unirmos com uma linha, obteremos o gráfico de AMT x vazão
desta bomba. O aspecto seria semelhante ao mostrado na Figura 50, que
pertence a uma bomba centrífuga radial. Se alterarmos o diâmetro do im-
Pense e Anote pelidor ou a rotação, a curva se modificará. Por isso, é usual registrar no
gráfico esses valores.
FIGURA 50
AMT x vazão
AMT ou H – metros
Vazão – m 3/h
Modelo 3 x 2 x 8 Dia = 200mm 3.550rpm
PETROBRAS ABASTECIMENTO
108 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
A energia por unidade de peso de um líquido escoando (ou altura ma-
nométrica) em um determinado ponto da tubulação é composta pela soma
da energia de três parcelas: da energia de pressão, da energia cinética (ou
de velocidade) e da energia potencial (de altura) em relação a um plano ho-
rizontal. A expressão dessas energias, em metros, é dada por:
ENERGIA DE VELOCIDADE – EV V2
EV =
V– Velocidade de escoamento (m/s) 2g
g – Aceleração da gravidade 9,81m/s2 (no nível do mar)
FIGURA 51
LEVANTAMENTO DA AMT
FI Medidor
de vazão
Pd
Ps Vd
hd
hs
L.C.
Vs
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
109
Usando as unidades apropriadas, podemos expressar as alturas mano-
métricas como:
Altura manométrica de sucção
Pense e
Anote EQUAÇÃO 1
10 x PS VS2
AMS (m) = + +h
2g s
EQUAÇÃO 2
10 x PD VD2
AMD (m) = + + hd
2g
A energia cedida pela bomba (AMT) para a vazão em questão será igual
à diferença entre as energias na descarga e na sucção.
EQUAÇÃO 3
PETROBRAS ABASTECIMENTO
110 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
1. As velocidades devem ser calculadas na mesma seção da tubulação em
que foi medida a pressão (ver Obs. 3).
2. Os valores de hs ou hd, altura dos manômetros, devem ter seus sinais
invertidos nas fórmulas se estiverem abaixo da linha de centro da
bomba.
3. Embora falemos em energia nos flanges da bomba para definir a AMT,
as pressões e as velocidades são usualmente medidas um pouco antes
do flange de sucção e um pouco depois do flange de descarga da
bomba. As perdas de carga entre esses pontos de medição e os flanges
da bomba são consideradas desprezíveis. Lembramos que manômetros
muito próximos a acidentes de tubulação, tais como curvas, válvulas,
ou a própria bomba, tendem a fornecer leituras falsas devido ao
turbilhonamento provocado no líquido. O ideal é que os manômetros
estejam afastados pelo menos 5 diâmetros dos acidentes da tubulação.
4. Os termos hd e hs são correspondentes à correção da pressão para a
linha de centro da bomba.
EQUAÇÃO 4
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
111
velocidade e as referentes à diferença das cotas hs e hd, geralmente da or-
dem de 0,30 ou 0,40m, ficam pequenas em relação à parcela da energia de
pressão. Portanto, numa primeira aproximação, elas podem ser desconsi-
Pense e deradas para efeito de avaliação rápida de campo, ficando a AMT como:
Anote
EQUAÇÃO 5
EQUAÇÃO
10 X (Pd – Ps)
AMT =
PETROBRAS ABASTECIMENTO
112 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
do líquido bombeado. Essa coluna de líquido é somada à coluna já exis-
tente na sucção, que pode ser positiva, nula ou negativa (bombas traba-
lhando com a sucção sob vácuo).
FIGURA 52
H Reservatório 2
Bomba
Reservatório 1
H
Reservatório 2
Reservatório 1
Bomba
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
113
50, trabalhando com qualquer dos fluidos citados, para uma vazão de
90m3/h, forneceria 80 metros de AMT ou de MCL. Essa curva caracteriza
a bomba, daí seu nome de curva característica. A exceção de seguir esta
curva fica por conta dos líquidos com viscosidade alta que, por terem
um atrito muito elevado, necessitam de fatores de correções, os quais
Pense e Anote modificam a curva.
A altura da coluna de líquido que a bomba fornece é igual para os flui-
dos citados, mas esta coluna representa uma pressão diferente para cada
um deles em função da modificação do peso específico (ou densidade).
FIGURA 53
xH
P=
10
P – kgf/cm2 H = 80m
g – gf/cm3
H–m
PI PI PI PI
Pressão P – kgf/cm 2
1 x 80 0,5 x 80 0,75 x 80 0,0013 x 80
P= = 8,0 P= = 4,0 P= = 6,0 P= = 0,01
xH 10 10 10 10
P=
10
A bomba da curva da Figura 50, com 90m3/h de vazão, teria AMT = 80m,
que seria igual para os quatro fluidos: água, GLP, gasolina e ar. Desprezan-
do a variação de velocidade entre a sucção e a descarga, ou seja, conside-
rando toda a energia cedida sendo transformada em pressão, teríamos os
valores mostrados na Figura 53.
Como cada fluido possui um peso específico diferente, a coluna de líqui-
do de 80m fornecida pela bomba corresponderá a um acréscimo de pres-
são diferente para cada um deles. No caso de estar bombeando água na vazão
acima, o acréscimo de pressão seria de 8kgf/cm2. Bombeando GLP, daria
4,0kgf/cm2, e com gasolina daria 6,0kgf/cm2 de acréscimo. Se estivéssemos
bombeando ar, daria apenas 0,01kgf/cm2, valor esse que seria tão baixo que
nem seria notado no manômetro normal de uma bomba.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
114 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Quanto maior o desgaste da bomba, mais a curva de AMT x vazão fica
afastada da curva prevista. Assim, se o sistema tiver um medidor de va-
zão e com o uso de manômetros aferidos, um na sucção e outro na des-
carga, podemos fazer uma avaliação do seu estado. Não há necessidade
de levantar toda a curva, basta um ponto. Quando não temos instrumen-
to para indicar a vazão, ou ele não é confiável, é usual medir a pressão na
condição de vazão nula (shutoff), ou seja, com a válvula de descarga fe-
chada. Nesse tipo de teste, temos de tomar cuidado para evitar que o lí-
quido no interior da bomba venha a aquecer e acabe vaporizando. Por-
tanto, esse teste deve ser bem rápido. No caso de produtos com condi-
ções próximas da vaporização, não é aconselhável esse tipo de teste.
FIGURA 54
AMT x vazão
AMT ou H – metros
Em boas
condições
Com desgaste
Vazão – m 3 /h
Modelo 3 x 2 x 8 Dia = 200mm 3.550rpm
PROBLEMA 2
EQUAÇÃO 5
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
115
Pela Figura 50, entrando com a vazão de 70m3/h, encontramos 86m
para AMT, valor bem próximo dos 85,3m verificados.
Logo, a bomba pode ser considerada em bom estado.
Pense e
Anote PROBLEMA 3
Estimar a vazão de uma bomba cuja curva característica de AMT está repre-
sentada na Figura 50. Considerar que ela se encontra em bom estado e bom-
beando um líquido com as pressões de 2,5kgf/cm2 na sucção e de 8,9kgf/cm2
na descarga. A densidade do líquido é de 0,8 e sua viscosidade é baixa.
Sabemos que a densidade é igual ao peso específico quando expresso em
gf/cm3 ( = 0,8 gf/cm3).
EQUAÇÃO 5
Resumo
PETROBRAS ABASTECIMENTO
116 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Podemos calcular a AMT, de forma simplificada, pela fórmula:
10 X (Pd – Ps)
AMT =
AMT em metros
Pd e Ps – Pressão de descarga e de sucção em kgf/cm2
– Peso específico em gf/cm3 ou densidade
Uma bomba em boas condições terá seu ponto de trabalho sobre sua
curva de AMT x vazão. Portanto, a AMT é um excelente método para ava-
liar se uma bomba está desgastada.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
117
FIGURA 55
Líquido
Linha de
equilíbrio Vapor
FI
Temperatura ( o C)
Na Figura 38, vimos que existe uma perda de carga (queda de pressão)
entre o flange da bomba e a entrada das pás do impelidor. Imediatamen-
te antes das pás, temos a região de menor pressão. Então, caso ocorra
vaporização por problema de pressão no interior da bomba, este é um
dos locais mais prováveis.
Para cada vazão, a bomba irá requerer uma energia mínima por unida-
de de peso do líquido bombeado no flange de sucção (pressão e velocida-
de) para evitar que a pressão interna do líquido caia abaixo da pressão de
vapor, provocando a vaporização no seu interior. Essa energia no flange
de sucção recebe o nome de NPSH requerido pela bomba. Os fabricantes,
por meio de cálculos e de testes de bancada, fornecem a curva do NPSH
requerido versus vazão, cujo formato é mostrado na Figura 56.
O NPSH requerido é sempre determinado para água fria, expresso em
metros de coluna d’água, e crescente com a vazão. Cabe notar que sua curva
não se estende até a vazão nula, parando antes. Abaixo dessa vazão, passa
PETROBRAS ABASTECIMENTO
118 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
a predominar um outro fenômeno, chamado de recirculação interna, que
será visto mais adiante. Portanto, não podemos extrapolar o valor do NPSH
para vazões inferiores à fornecida pela curva do fabricante (Q1). Na reali-
dade, nessa região, os valores de NPSH requeridos aumentam significati-
vamente. Esses valores não são plotados pelos fabricantes por serem in-
fluenciados pelo sistema.
FIGURA 56
Q1 Vazão Q1 Vazão
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
119
Por definição, o NPSH é calculado no flange de sucção da bomba com
referência a um plano horizontal. No caso das bombas horizontais, o pla-
no é o que passa pela linha de centro do impelidor. Nas bombas in-line e
nas verticais, o plano é na linha de centro do flange de sucção.
O NPSH disponível pode ser calculado pela fórmula:
Pense e Anote
EQUAÇÃO 6
com
EQUAÇÃO 4
2,78 x Q 3,54 x Q
Vs = =
A Ds
PETROBRAS ABASTECIMENTO
120 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
FIGURA 57
Ps
hs Linha
de centro
Vs
VS2
2g
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
121
FIGURA 58
Perdas
Q1 Vazão
Ps
hs
Ps + Patm – Pvap V S2
NPSH disp = + + hs
2g
PETROBRAS ABASTECIMENTO
122 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
FIGURA 58A
1. Tubulação de sucção
1 2
2. Flange de sucção
3
3. Olhal do impelidor
5
4. Entrada das pás
4 5. Saída do impelidor
6. Voluta
7. Cone de saída
Pressão
absoluta Pdesc
em coluna abs
de líquido
Pabs
Pvap
Regiões
Pressão
absoluta Pressão Pdesc
em coluna absoluta abs
de líquido
Pabs
Pvap
a b
Regiões
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
123
Como já havíamos chamado a atenção, a região de menor pressão é a
imediatamente antes das pás do impelidor, região 4. No ponto “a” (Figura
58A – lado direito) a pressão interna passa a ser menor do que a pressão
Pense e de vapor, o que levará à vaporização do líquido. Logo após as pás, o líqui-
Anote do recebe energia do impelidor e a pressão interna aumenta, voltando a
superar a pressão de vapor, ponto “b”. A partir deste ponto, o vapor retor-
nará à fase líquida.
No bombeamento com vaporização, quase sempre a vaporização é par-
cial, ou seja, só uma parte do líquido é vaporizada. Vários pontos da re-
gião 4 não terão a pressão inferior à pressão de vapor. Se a vaporização
fosse total, a bomba ficaria completamente cheia de vapor, perderia a
escorva e deixaria de bombear totalmente.
Vejamos agora, de acordo com a Figura 59, montada a partir das Figu-
ras 38 e 58A, como representaríamos na figura o NPSH disponível e o NPSH
requerido.
Nesta figura, reproduzimos as energias de pressão absoluta (pressão
manométrica + atmosfética local) e de velocidade, já explicadas na Figura
38, e a energia total (energia de pressão + energia de velocidade) no flange
de sucção (região 2), para uma determinada vazão. As energias estão repre-
sentadas por colunas de líquido.
NPSH requerido, para uma determinada vazão, por definição, é a ener-
gia mínima total (pressão + velocidade) por unidade de peso que temos
de ter no flange de sucção da bomba para que não ocorra vaporização no
seu interior. Dispondo desta energia mínima, nenhum ponto no interior
da bomba estará com pressão abaixo da pressão de vapor. Como o ponto
de menor pressão é o 4 (antes das pás), o NPSH requerido será a diferença
entre a energia total na sucção (pressão + velocidade) e o valor da pressão
nesse ponto. Podemos dizer também que o NPSH requerido para uma va-
zão é a soma da perda de carga entre o flange de sucção e o ponto 4 (P da
Figura 59) com a energia de velocidade no flange de sucção (v2/2g).
Para uma mesma vazão, se aumentarmos ou reduzirmos a pressão de
sucção da bomba, a curva da pressão total subirá ou descerá paralelamente
à indicada na figura, não alterando o valor do NPSH requerido, uma vez
que a perda de carga P e a velocidade só dependem da vazão. O NPSH
requerido é uma característica apenas da bomba.
NPSH disponível por definição, para uma determinada vazão, é a ener-
gia total (de pressão + de velocidade) por unidade de peso que o sistema
disponibiliza no flange de sucção da bomba acima da pressão de vapor
(ver Figura 59). É uma característica do sistema no qual a bomba trabalha
e da pressão de vapor do produto na temperatura de trabalho.
Na Figura 59, estão representados dois casos. Do lado esquerdo, o NPSH
disponível é maior do que o NPSH requerido. Nesse caso, nenhum ponto
do interior da bomba fica com a pressão abaixo da de vapor; logo, não te-
PETROBRAS ABASTECIMENTO
124 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
mos vaporização. Do lado direito, o NPSH disponível é menor do que o
requerido, permitindo então que a pressão na região 4 fique abaixo da pres-
são de vapor, o que levará à vaporização de parte do produto bombeado.
FIGURA 59
7
10 x Pabs
Energia de pressão =
1 2 3 V2
Energia de velocidade =
5 2g
4 Energia em m
Pabs – pman + Patm em kgf/cm2
– Peso específico em gf/cm3 ou densidade
V – Velocidade média em m/s
6 g – Aceleração da gravidade = 9,8 m/s2
no nível do mar
NPSH
disp
v2
2g NPSH
req Velocidade
Pabs
P
Pvap
2
v
2g
Vsuc Vdesc
Regiões
NPSH
disp Pdesc
v2 Pressão abs
NPSH absoluta
2g req
Velocidade
Pabs
Pvap P
v2
2g
Vsuc Vdesc
Regiões
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
125
A condição para que ocorra a vaporização é que o NPSH disponível seja
menor do que o NPSH requerido. É o que dá origem à cavitação clássica.
Uma pergunta que alguns se fazem: Por que a velocidade de escoamento
do líquido entra no cálculo do NPSH disponível se um líquido para vapo-
rizar só depende de sua pressão estática?
Pense e Anote A resposta a esta pergunta está na Figura 59. O termo de velocidade no
flange de sucção, v2/2g, na realidade, não influi; ele é matematicamente
cancelado, uma vez que entra no NPSH requerido e no disponível. Para
evitar a vaporização, o que nos interessa é a diferença entre os NPSHs.
PROBLEMA 4
Dados:
1,02kgf/cm2
Pv = 0,3barA x = 0,306kgf/cm2 A
bar
Da Tabela 18, com as dimensões de tubos, temos para 4"sch 40 (área = 82cm2).
PETROBRAS ABASTECIMENTO
126 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Cálculo da velocidade de escoamento
EQUAÇÃO 4
2,78 x Q 2,78 x 60
Vs = = = 2,03m/s
A 82
EQUAÇÃO 6
10 x 0,227 4,12
NPSHdisp = + + 0,30 = 2,27 + 0,21 + 0,30 = 2,78 ~ 2,8 m
1 19,62
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
127
FIGURA 60
Curva do sistema
Queda de 1
AMT p/
vazão Q2
2 Curva AMT x Vazão
sem cavitação
Vazão
Q2 Q1
PETROBRAS ABASTECIMENTO
128 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
FIGURA 61
AMT (m)
Média AMT
Pt 4 Pt 3 Pt 2 Pt 1
0,3 X 50 = 1,5
Pt 8
NPSH req
EQUAÇÃO 6
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
129
É interessante chamar a atenção para o fato de que, na determinação
do NPSH requerido, a bomba já está perdendo em desempenho, ou seja,
3% de AMT. Logo, a bomba já está cavitando. Na realidade, o líquido co-
Pense e meça a vaporizar bem antes, com um NPSH disponível acima do requeri-
Anote do, mas não notamos perda de desempenho. É o que chamamos de cavi-
tação incipiente, a qual já pode estar causando danos ao impelidor. Isso
acontece bastante no bombeamento de água fria.
A conclusão é que, com o NPSHdisp = NPSHreq, a bomba já estará ca-
vitando, embora com pequena intensidade. Por esse motivo, é sempre de-
sejável manter uma margem de NPSH, que alguns definem como diferen-
ça (NPSHdisp – NPSHreq) e outros, como a relação (NPSHdisp/NPSHreq).
Quanto maior o crescimento do volume do líquido ao vaporizar, maior
deverá ser essa margem. A água fria é um dos piores produtos no que concer-
ne a esse aspecto, como veremos adiante. Como na vaporização os produtos
de petróleo crescem bem menos de volume do que a água, alguns estudos
sugerem reduções para seus valores de NPSH requeridos. A norma API não
aceita essas reduções, permanecendo os mesmos valores válidos para água.
Colocando as curvas de NPSH disponível e do requerido num mesmo
gráfico, Figura 62, vemos que o NPSH disponível no flange da bomba cai
com o aumento de vazão, enquanto o NPSH requerido aumenta com a
vazão. Logo, quanto maior a vazão, menor a margem de NPSH. O ponto
de cruzamento das duas curvas fornece a vazão máxima teórica com que
a bomba pode trabalhar sem cavitar.
FIGURA 62
NPSH (m)
NPSH requerido
Característica da bomba
Vazão
Q Qmax
PETROBRAS ABASTECIMENTO
130 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
lado, se a quantidade vaporizada for muito elevada, as bolhas formadas
ocuparão o espaço que deveria ser do líquido, prejudicando sua passagem
pelo impelidor, reduzindo o desempenho da bomba e fazendo com que a
vazão e a pressão de descarga sejam prejudicadas ou até inviabilizadas.
As bolhas de vapor formadas são impulsionadas pelo impelidor e tam-
bém arrastadas pelo líquido, atingindo regiões com maior pressão (ver
Figura 59). Ao atingir essas regiões, as bolhas entrarão em colapso, re-
tornando à fase líquida. A pressão interna da bolha de vapor é a própria
pressão de vapor. Quando a pressão externa for superior, ela retornará à
fase líquida.
O ruído e a vibração que ouvimos não são decorrentes da vaporiza-
ção do líquido, mas sim do retorno do vapor à fase líquida. Esse retorno
é denominado de implosão das bolhas (implosão é o oposto de explo-
são). Essa mudança súbita de fase gera ondas de choques que se trans-
formam em vibração.
FIGURA 63
Pext
Pv Pv
Microjato
Pv Pv
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
131
Com a bomba operando na condição de cavitação, são formadas mi-
lhares e milhares de pequenas bolhas continuamente, que acabam implo-
dindo. É como se tivéssemos um martelamento contínuo na superfície
metálica, ocasionando fadiga do material com o posterior arrancamento
de partículas do metal.
Pense e Anote
A região de implosão das bolhas costuma ser logo após o início das
pás. Nessa região, o líquido já está recebendo energia do impelidor e,
portanto, aumentando a pressão. Quando essa pressão ultrapassa a pres-
são de vapor, temos o colapso das bolhas. Na região da implosão, é que
ocorre o arrancamento do material.
Quando um líquido vaporiza, temos um aumento considerável de vo-
lume, e quando ele condensa, temos o inverso, uma redução considerá-
vel do volume. A seguir, mostramos uma tabela com o volume específico
da água saturada e do vapor em equilíbrio para diversas temperaturas.
TABELA 23
Temperatura (oC) Água (a)cm3/g Vapor (b) cm3/g Aumento de volume b/a
40 1,0078 19.550,3 19.398
70 1,0225 5.045,4 4.934
100 1,0434 1.672,52 1.603
200 1,1568 127,1 110
PETROBRAS ABASTECIMENTO
132 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Pela Tabela 23, vemos que cada grama de água vaporizada na tempera-
tura de 200ºC terá seu volume aumentado em 110 vezes. Já na temperatu-
ra de 40ºC, o aumento será bem maior, chegando a 19.398 vezes. Por isso,
quanto mais frio o líquido, maior a severidade do problema de cavitação.
Os produtos de petróleo apresentam um aumento de volume bem inferior
ao da água ao vaporizarem. Por isso, a cavitação é menos intensa compara-
tivamente, o que não quer dizer que não resultem em danos consideráveis.
A vaporização é uma transformação que necessita de calor para sua
realização. No caso da vaporização no interior da bomba, esse calor é re-
tirado do próprio líquido, fazendo com que ocorra um resfriamento nas
proximidades do ponto em que houve a vaporização. A perda de tempera-
tura reduz a pressão de vapor Pv, o que aumenta o NPSH disponível (ver
Figura 55 e equação 6).
Se não houvesse esse resfriamento, a intensidade da cavitação seria
maior. O resfriamento causado pela passagem de um líquido para vapor
fica evidente quando abrimos para a atmosfera um vent de uma linha
contendo GLP. Nesse caso, a temperatura cai tanto que condensa a umi-
dade do ar atmosférico, formando gelo.
A cavitação gera vibração, forte ruído, oscilação dos manômetros de
sucção e de descarga, perda de desempenho (vazão e pressão), além do
desgaste da bomba, principalmente do impelidor, pelo arrancamento de
partículas metálicas.
Agora que entendemos o que ocorre no interior da bomba, podemos
dizer que cavitação é o fenômeno de formação de bolhas de vapor por
insuficiência de energia na sucção da bomba (NPSHdisp< NPSHreq), cres-
cimento dessas bolhas e seu retorno à fase líquida (implosão), trazendo
todos os inconvenientes já citados. Chamamos essa cavitação de clássica
para não confundir com outras cavitações que podem ocorrer na bomba,
como a decorrente da recirculação interna, que será vista a seguir.
FIGURA 64
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
133
O nome de cavitação vem de cavidade, que significa vazio. No caso das
bombas, a cavitação se deve ao vazio formado na implosão das bolhas de vapor.
Pense e
Anote Resumo
Temos dois NPSHs (Net Positive Suction Head) que são expressos em metros ou em
pés. Um é o NPSH requerido: a energia mínima que a bomba necessita ter em seu
flange de sucção para cada vazão. O outro é o NPSH disponível: a energia que o
sistema disponibiliza no flange de sucção da bomba para cada vazão.
Para que não haja cavitação, temos que ter NPSHdisp > NPSHreq.
Cavitação é o fenômeno que ocorre quando temos a vaporização do líquido bombeado,
o crescimento das bolhas e a sua implosão.
O ruído e a vibração não são provenientes da vaporização, mas da implosão das bolhas.
A cavitação causa um ruído acentuado, desgaste no impelidor, vibração, oscilação das
pressões, perda de vazão e de pressão.
O desgaste no impelidor é na parte visível da sucção, logo no início das pás.
Esses mesmos fenômenos acontecem quando temos recirculação interna e entrada de
gases na bomba.
A principal solução para a cavitação é aumentar a pressão de sucção, ou seja, aumentar
o NPSH disponível.
O NPSH disponível pode ser calculado por:
EQUAÇÃO 6
EQUAÇÃO 4
2,78 x Q 3,54 x Q
Vs = =
A D2
NPSHdisp em m
Ps – Pressão de sucção kgf/cm2
– Peso específico em gf/cm3 ou densidade
Patm – Pressão atmosférica em kgf/cm2
Pvap – Pressão de vapor do líquido na temperatura de bombeamento em kgf/cm2A
Vs – Velocidade de escoamento na sucção em m/s
hs – Altura do manômetro em relação à linha de centro da bomba em m
Q – Vazão em m3/h
A – Área interna da tubulação em cm2
D – Diâmetro interno da tubulação de sucção
PETROBRAS ABASTECIMENTO
134 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Recirculação interna
No item anterior, vimos que a cavitação, devido à formação e à implosão
das bolhas, faz com que a bomba trabalhe com um ruído semelhante ao
de bombear pedras, forte vibração, oscilação dos ponteiros dos manôme-
tros e perda de vazão e de pressão. Na realidade existem três fenômenos
que podem levar a esses sintomas: a cavitação clássica, a recirculação in-
terna e a entrada de gases na sucção da bomba. Vamos entender como
cada um deles ocorre.
Já vimos o que é a cavitação clássica. Vamos entender agora o que vem
a ser recirculação interna.
Há algumas décadas, um fabricante de bombas preparou uma experiên-
cia nos Estados Unidos. Colocou uma bomba centrífuga numa bancada de
teste e convidou diversos interessados e especialistas em bombas, inclu-
sive concorrentes, para assistirem ao experimento.
Para facilitar a observação, as tubulações de sucção e de descarga foram
feitas de um material transparente chamado “plexiglass”. Na linha de suc-
ção, afastado alguns metros do flange, foi colocado um pequeno tubo que
permitia injetar o corante azul de metileno (ver esquema na Figura 65).
A bomba foi colocada em operação com a válvula de descarga total-
mente aberta. Era então injetado um pouco de corante, e podiam ser vis-
tos os veios coloridos de azul passar pela tubulação de sucção, entrar na
bomba e sair pela descarga, conforme era esperado.
A vazão foi sendo reduzida em etapas, por meio do fechamento gradativo
da válvula de descarga da bomba. Em cada uma destas etapas, era realizada
uma pequena injeção de corante. Quando foi atingida uma determinada va-
zão, as pessoas que estavam assistindo ficaram perplexas. As linhas azuis do
corante iam até o interior da bomba e voltavam vários metros na sucção,
tornavam a entrar na bomba e a voltar diversas vezes. Os presentes ao expe-
rimento estavam, naquele momento, tendo a oportunidade de ver o que
passou a ser conhecido como recirculação interna na sucção da bomba.
FIGURA 65
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
135
Esse fenômeno é bem conhecido hoje em dia, mas ainda não é perfei-
tamente equacionado e só começou a aparecer com muita freqüência a
partir da década de 1970. Os projetistas das unidades, para economizar
Pense e em tubulações e fundações, começaram a projetar os vasos e as torres em
Anote cotas mais baixas. Com isso, passaram a especificar bombas com NPSH
disponíveis menores. Para atender a essa solicitação, os fabricantes pas-
saram a projetar bombas com NPSH requerido menor.
Um dos modos de fazer essa redução é aumentando a área do olhal do
impelidor, reduzindo a velocidade e, conseqüentemente, a perda de car-
ga na sua entrada (P da Figura 59).
Os novos projetos das bombas passaram a utilizar impelidores com as
velocidades específicas de sucção mais altas, o que eleva à vazão em que
tem início a recirculação.
As bombas passaram a ter uma faixa operacional muito mais estrei-
ta, chegando a vazão mínima a ser, em alguns casos, de apenas 75% a
80% do BEP.
N Q
NSS =
NPSHreq
Em unidades americanas
Em unidades métricas
PETROBRAS ABASTECIMENTO
136 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Valem as mesmas observações usadas na velocidade específica da bom-
ba, ou seja, os valores de Q e NPSHreq são os do BEP – Ponto de Máxi-
ma Eficiência com o impelidor de diâmetro máximo. Bombas de dupla
sucção devem ter sua vazão dividida por dois.
Existe um trabalho que mostra que as bombas projetadas com veloci-
dades específicas menores do que 11 mil (unidades americanas) falham
bem menos do que as projetadas acima desse número.
Toda bomba centrífuga é projetada para trabalhar com uma vazão e AMT
determinadas. É o BEP da bomba. Quando a bomba trabalha nessa vazão,
seu rendimento é máximo. Nessa condição, o líquido entra alinhado com
as pás do impelidor, tangenciando-as e causando o mínimo de turbulência.
À medida que vamos reduzindo a vazão, o ângulo de incidência come-
ça a ficar desfavorável (ver Figura 66). Se continuarmos reduzindo a vazão,
atingiremos um ponto em que haverá descolamento do líquido da pare-
de da pá do impelidor, criando um vazio, uma região de baixa pressão que,
como vimos, proporciona a vaporização do líquido e também favorece a
formação de vórtices (redemoinhos).
As bolhas formadas pela vaporização deslocar-se-ão para regiões de
maior pressão e retornarão à fase líquida (implosão), causando danos si-
milares aos da cavitação clássica.
FIGURA 66
Pá do impelidor
Ângulo de Underfilled
incidência no BEP Overfilled
Vórtices
Ângulo de
incidência com Rotação
baixa vazão D1
D2
Fluxo de recirculação
na sucção
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
137
Os vórtices formados se propagarão para a sucção, ocasionando um
fluxo contrário ao normal no interior da bomba. A recirculação, inicialmen-
te, fica restrita à sucção da bomba, daí receber o nome de recirculação da
sucção (ver Figura 66, lado direito).
Se a vazão continuar a cair, o fenômeno aumentará de intensidade, fa-
Pense e Anote zendo com que os vórtices atinjam a descarga da bomba, e, nesse caso,
passaremos a ter a recirculação interna na descarga, também.
FIGURA 67
Pressão
Pressão de
descarga
Pressão de sucção
Vazão
PETROBRAS ABASTECIMENTO
138 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Nas bombas que trabalham próximo da linha de equilíbrio de fases,
um pequeno acréscimo de temperatura pode levar à vaporização (ver Fi-
gura 55). As bombas de água de alimentação de caldeira estão nesse caso.
Por isso, costumam possuir uma válvula de fluxo mínimo (Figura 128),
ou ter uma linha dotada de orifício de restrição que interliga a descarga
com o desaerador, garantindo assim uma vazão mínima para a bomba.
Essa vazão mínima que evita a vaporização pelo aquecimento do líquido
no interior da bomba recebe o nome de vazão mínima térmica.
Recentemente, com o aumento da preocupação com a recirculação
interna, as folhas de dados das bombas passaram a exigir do fabricante o
fornecimento da vazão mínima de recirculação interna ou vazão mínima
de operação estável, que costuma ser superior à vazão mínima térmica.
A norma API 610 define a vazão mínima estável em função da vibra-
ção. É a menor vazão que a bomba pode operar sem ultrapassar o limite
de vibração estipulado pela norma, que para bombas horizontais é de
3,9mm/s RMS (Figura 68).
Isto não quer dizer que toda bomba que trabalhe com vibração aci-
ma desse nível esteja com problemas de recirculação interna, uma vez
que desalinhamento e desbalanceamento, entre outros, também podem
contribuir para a vibração da bomba. Nesse caso, a norma API está se
referindo às vibrações de origem hidráulica, como é o caso da recircula-
ção interna. Teoricamente, a menor vibração de origem hidráulica ocor-
re com a bomba trabalhando próxima da sua vazão de projeto (BEP –
Ponto de Máxima Eficiência). Quanto mais afastada a vazão do BEP,
seja para cima ou para baixo, mais desfavorável o ângulo de entrada do
líquido no impelidor, provocando choques que tendem a aumentar a
vibração (Figura 68).
FIGURA 68
Vibração 3
3,9mm/s RMS
3,0mm/s RMS
4
70% BEP BEP 120% BEP Vazão
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
139
Examinando um impelidor com sinais de perda de material, podere-
mos identificar se o problema foi ocasionado por cavitação clássica ou por
recirculação interna.
Pense e Quando temos cavitação, examinado o olhal do impelidor, o desgaste
Anote tem início na parte visível das pás (região convexa).
Quando temos recirculação interna na sucção, o desgaste tem início
na parte não visível da pá, região côncava (próximo da região onde ocorre
a vaporização do líquido; ver Figura 69), sendo necessário um pequeno
espelho para ser vista. Quando a recirculação interna é na descarga, o
desgaste aparece na junção da saída das pás com as laterais do impelidor.
Nesse caso, ele é visível. Essa região fica cheia de poros devido à perda de
material. Quando os danos são na parte central de saída da pá, o desgaste
costuma ser decorrente da proximidade das pás do impelidor com a lin-
güeta da voluta ou com o difusor.
FIGURA 69
PETROBRAS ABASTECIMENTO
140 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Dependendo da severidade da cavitação ou da recirculação interna, os
danos não ficam limitados apenas ao impelidor e podem atingir a carcaça
ou o difusor.
A região da carcaça próxima à lingüeta é de alta velocidade; logo, de
baixa pressão, podendo, portanto, vir a cavitar.
FIGURA 69A
N Q
Ns =
0,75
AMT
N – rpm
Q – m3/s
AMT – m
Aumentando NSS
Bombas de
Faixa de refrigeração primária
transição
Impelidores com
olhais grandes e
alta velocidade
específica de sucção
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
141
Resumo
Pense e
Anote Recirculação interna é um fenômeno que ocorre quando a
bomba está trabalhando com baixa vazão. Temos dois tipos:
a recirculação interna na sucção e na descarga. A recirculação
na descarga ocorre numa vazão mais baixa do que a da sucção.
Os sintomas são semelhantes ao da cavitação: ruído, vibração,
oscilação das pressões, desgaste do impelidor.
O desgaste no impelidor ocorre na área da sucção no lado
invisível da pá e necessita de um pequeno espelho para ser
visto quando está na fase inicial. Na área da descarga,
o desgaste é na lateral das pás, na junção com os discos,
na parte visível delas.
O percentual em relação à vazão do BEP – Ponto de Máxima
Eficiência, com o qual a bomba inicia a recirculação, está
bastante ligado à velocidade específica (Ns) e à velocidade
específica de sucção (NSS) da bomba. Quanto maiores esses
valores, mais estreita a faixa de operação da bomba.
Uma das principais causas da recirculação interna é o
descolamento do fluxo do líquido, que ocorre quando o ângulo
de sua entrada na pá do impelidor fica desfavorável.
A solução para a recirculação interna é o aumento de vazão.
Entrada de gases
A entrada de ar ou gases misturados com o líquido no interior da bomba, a
partir de um certo percentual, gera os mesmos fenômenos ocasionados pela
cavitação e pela recirculação interna, ou seja, ruído, perda de desempenho,
vibração, oscilação dos manômetros. A diferença é que as bolhas não são for-
madas por vaporização no interior da bomba, mas já entram com o líquido.
Um dos problemas da entrada de gás junto com o líquido é causado
pela separação que ocorre pela centrifugação. O ar tende a ficar junto ao
olhal do impelidor, prejudicando o fluxo.
Existem controvérsias sobre os danos causados pela entrada de ar.
Quanto à perda de desempenho, todos concordam. Quanto aos danos no
impelidor, alguns autores afirmam que a entrada de gases não causa da-
nos significativos às bombas, simplesmente reduz o desempenho pelo
PETROBRAS ABASTECIMENTO
142 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
espaço ocupado pelos gases. Outros autores afirmam que os danos são
semelhantes aos causados pela cavitação.
Os gases podem já vir dissolvidos no líquido ou penetrar na tubulação
de sucção pelas juntas dos flanges quando a pressão de sucção é negativa.
Outros pontos de entrada de ar são na selagem por gaxetas e na tomada
da linha de sucção. Esta última, se não tiver a submergência adequada,
pode ocasionar a formação de vórtices (redemoinhos) (Figura 70).
FIGURA 70
Ar + líquido
Linha de sucção
Vórtice Nível do líquido
Submergência
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
143
Curva do sistema e ponto de trabalho
da bomba
Já sabemos que a bomba trabalhará sobre um ponto de sua curva de AMT
x vazão. Mas em qual deles?
FIGURA 71
Pense e Anote CURVA DO SISTEMA
PETROBRAS ABASTECIMENTO
144 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
A curva do sistema nos informa para cada vazão o quanto de AMT (head
ou carga) o sistema exigirá. Na vazão nula, só seria necessário vencer a
cota H e o P, já que a perda de carga seria nula. A Figura 71 mostra a
curva de um sistema com as perdas de carga de 7, 20 e 40 metros corres-
pondentes às vazões de 60, 80 e 100m3/h, respectivamente.
Foi visto que a bomba terá de trabalhar sobre sua curva de AMT x va-
zão. O sistema também exige que a bomba trabalhe sobre sua curva. Se
colocarmos essas duas curvas num mesmo gráfico, o ponto de encontro
delas é o único que satisfará à bomba e ao sistema simultaneamente.
Portanto, esse será o ponto de trabalho.
FIGURA 72
PONTO DE TRABALHO
AMT (m)
Curva do sistema
m 3 /h
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
145
Vejamos como os modos mais usuais funcionam.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
146 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Modificando a abertura da válvula, podemos obter qualquer vazão na
faixa de trabalho da bomba.
FIGURA 74
Vazão m 3 /h
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
147
de 30% de fechamento), é uma ótima oportunidade para economizar
energia por meio da redução do diâmetro do impelidor. Não é interes-
sante que o corte leve a válvula de controle a trabalhar totalmente
Pense e aberta, porque, nesse caso, ficaria inviável um aumento de vazão numa
Anote determinada necessidade do processo. O ideal é negociar com a equi-
pe de operação um valor seguro para cada caso específico antes de cal-
cular o corte do impelidor.
Para utilizar o controle por rotação, o acionador tem de possibilitar esse
recurso. As turbinas a vapor, os motores de combustão interna e os moto-
res elétricos com variadores de freqüência são os principais acionadores
que podem variar a rotação. Existem variadores hidráulicos a serem colo-
cados entre o motor elétrico e a bomba, que também cumprem essa fun-
ção. Esse modo de operar resulta em economia de energia quando com-
parado com a atuação da válvula na linha de descarga, uma vez que esta
reduz a vazão pelo aumento da perda de carga, ou seja, gastando parte da
energia cedida pela bomba.
FIGURA 75
AMT (m)
Curva do sistema
N1 ou D1
N2 ou D2
N3 ou D3
m 3 /h
N – Rotação
D – Diâmetro impelidor
N1 > N2 > N3
D1 > D2 > D3
PETROBRAS ABASTECIMENTO
148 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
N1 ou D1 – Q = 95m3/h e AMT = 79m
N2 ou D2 – Q = 84m3/h e AMT = 63m
N3 ou D3 – Q = 72m3/h e AMT = 50m
AMT
Sem orifício
AMT2
Com orifício
AMT1
Perda de
carga devido
ao orifício
Curva do sistema
Q1 Q2 Q
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
149
O controle por pré-rotação é realizado por pás guias móveis que ficam
situadas na frente do impelidor. As pás do impelidor se mantêm fixas. É
um sistema semelhante aos usados em compressores, sendo utilizado ape-
nas em bombas de fluxo misto ou axial de elevadas vazões.
Esses sistemas de controle, ajuste de pás do impelidor e controle de
Pense e Anote pré-rotação, não são normalmente empregados em bombas de refinarias.
AMT (m)
Sistema
PETROBRAS ABASTECIMENTO
150 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Controlando por cavitação
Esse método é empregado em pequenas bombas de condensado. Ele usa
o fato de a cavitação reduzir a vazão da bomba para controlar o nível da
bota do condensador.
FIGURA 78
AMT
Pontos de operação Pontos de operação
com cavitação sem cavitação
Curva do sistema
NPSHdisp
NPSHreq
NPSH completa
cavitação
Condensador
Válvula
aberta
Bota
h
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
151
Caso ocorra o contrário, ou seja, um aumento do consumo de vapor
na turbina, teremos mais condensado chegando à bota e elevando seu
nível. Com isso, aumenta o NPSH disponível, aumentando a vazão da
Pense e bomba até que seja atingida uma outra vazão de equilíbrio correspondente
Anote ao ponto C.
Para usar esse sistema, o material da bomba tem que ser apropriado
para suportar a cavitação, e a energia cedida em cada estágio da bomba
deve ser baixa, ou seja, inferior a 50m, para não potencializar os danos. A
grande vantagem desse sistema é a sua simplicidade, não exigindo todo
o aparato de uma malha de controle de instrumentação.
Resumo
Curvas características de
bombas centrífugas
As curvas características de uma bomba recebem esse nome por serem as
curvas que caracterizam seu desempenho.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
152 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
As curvas características são:
Altura manométrica total (AMT) x vazão
Potência x vazão
Rendimento () x vazão
NPSH requerido x vazão
AMT x vazão
AMT ou H – metros
Vazão m 3 /h
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
153
Curva de rendimento x vazão
Rendimento ou eficiência de uma bomba é a relação entre a potência que
ela fornece ao líquido e a potência recebida do acionador.
Pense e
Anote Rendimento =
Potência fornecida ao líqudo
Potência recebida do acionador
Rendimento x vazão
Rendimento %
BEP
Vazão m 3/h
PETROBRAS ABASTECIMENTO
154 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Tal ponto é o ponto de máxima eficiência, usualmente chamado de BEP
– Ponto de Máxima Eficiência (best efficiency point) da bomba. A va-
zão do BEP é a vazão para a qual a bomba foi projetada. O rendimento
é máximo porque o líquido entra no impelidor com o ângulo mais fa-
vorável em relação às pás, praticamente sem choques (ver Figura 66).
Por esse motivo, as bombas apresentam valores menores de vibrações
quando trabalham próximas desse ponto (ver Figura 68).
A curva de rendimento é válida para qualquer líquido, desde que a vis-
cosidade não seja alta. Sendo alta, deverá ser corrigida por meio de um
fator apropriado (ver Figura 110).
Potência x vazão
Potência em hp
Vazão m 3/h
Nos catálogos gerais dos fabricantes, a curva fornecida é para água fria e
necessita ser corrigida se o líquido tiver peso específico diferente. Nos catá-
logos próprios da bomba, a curva mostrada geralmente já está corrigida.
Pela Figura 81, para a vazão de 90m3/h, temos que a potência consu-
mida pela bomba é de 38hp.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
155
A potência consumida por uma bomba pode ser obtida pela fórmula:
EQUAÇÃO 7
EQUAÇÃO
Pense e Anote
.H.Q
Pot =
274
Pot – Potência em hp
– Peso específico em gf/cm3 ou densidade
H – AMT em metros
Q – Vazão em m3/h
– Rendimento
PROBLEMA 5
Calcular a potência consumida por uma bomba que possui as curvas carac-
terísticas de AMT e de rendimento, segundo as Figuras 79 e 80, bombean-
do água fria (=1,0gf/cm3) na vazão de 90m3/h.
AMT = H = 80m
= 70% = 0,70
.H.Q 1 x 80 x 90
Pot = = = 37,54hp
274 274 x 0,70
PETROBRAS ABASTECIMENTO
156 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Caso tenhamos a curva de potência, mostrada na Figura 81, a potência
poderia ser lida diretamente a partir da vazão.
Se nossa bomba estivesse trabalhando com GLP ( = 0,5gf/cm3) nessa
mesma vazão, a única variável da fórmula que mudaria em relação à água
seria o peso específico (já vimos que a AMT ou H não dependem do flui-
do). Portanto, a potência seria:
Para GLP
.H.Q 0,5 x 80 x 90
Pot = = = 18,77hp
274 274 x 0,70
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
157
Curva de NPSH requerido
O NPSH requerido pela bomba é fornecido pelo fabricante. A curva mos-
tra a energia mínima requerida no flange de sucção da bomba para as di-
Pense e versas vazões, energia esta expressa sob a forma de metros ou de pés de
Anote coluna de líquido. Essa energia no flange de sucção deve ser tal que garan-
ta que não ocorrerá a vaporização do líquido bombeado no ponto de menor
pressão no interior da bomba (ver Figura 58A). O fabricante informa o NPSH
requerido para a bomba trabalhando com água fria. Não há problema na
comparação deste NPSH com o disponível, que é calculado para o líquido
bombeado, uma vez que a pressão de vapor é subtraída (ver equação 6).
FIGURA 82
NPSH x vazão
Vazão m 3/h
PROBLEMA 6
PETROBRAS ABASTECIMENTO
158 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
FIGURA 83
Medidor
de vazão
FI
Dados
Pd
Fluido: álcool etílico
Vd Q = 80m3 /h
T = 55oC
Ps = –0,5kgf/cm 2M
Ps
hs = 0,20m
hs
Patm = 1,033kgf/cm2
L.C.
= 076gf/cm3
Vs
4”sch 40
EQUAÇÃO 4
2,78 x Q 2,78 x 80
Vs = = = 2,7m/s
As 82,1
Pressão de vapor:
Figura 25
Álcool etílico a 55ºC (curva 2)
Pvap = 0,35barA
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
159
Da Tabela 15, temos que 1 bar = 1,02kgf/cm2.
1 bar = 1,02kgf/cm2
Pense e
Anote
1,02kgf/cm 2
Pvap = 0,35barA x = 0,357kgf/cm2 A ~ 0,36kgf/cm2 A
bar
Resumo
PETROBRAS ABASTECIMENTO
160 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
EQU
EQUAÇÃO 7
EQUAÇÃO
A potência consumida por uma bomba pode ser obtida pela fórmula:
.H.Q
Pot =
274
Pot – Potência em hp
– Peso específico em gf/cm3 ou densidade
H – AMT em metros
Q – Vazão em m3/h
– Rendimento
Fluxo radial
Fluxo radial tipo Francis Fluxo misto Fluxo axial
Ns = 13 Ns = 33 Ns = 100 Ns = 200 Fluxo axial
AMT
Pot Pot
AMT
Pot AMT
AMT AMT
Pot Pot
Q Q Q Q Q
BEP BEP BEP BEP BEP
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
161
Curvas de AMT x vazão
Conforme aumenta a velocidade específica Ns, a curva de AMT fica mais
inclinada. A curva de AMT correspondente ao impelidor de fluxo axial,
mostrada à direita, na figura 84, apresenta o que chamamos de instabili-
dade, ou seja, possui uma região onde, para uma mesma AMT, podemos
Pense e Anote ter duas ou mais vazões distintas. Não é aconselhável operar nessa região.
Por isso, quando uma bomba apresenta essa anomalia, temos de garantir
que irá operar com uma vazão acima da correspondente dessa instabili-
dade. Temos, nesse caso, um novo tipo de vazão mínima, que é devido à
instabilidade da curva de AMT.
Q2 D2
=
Q1 D1
PETROBRAS ABASTECIMENTO
162 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
A AMT varia com o quadrado do diâmetro do impelidor.
2
AMT2
AMT1
=
( )
D2
D1
3
Pot2
Pot1
=
( )
D2
D1
EQUAÇÃO
EQUAÇÃO
AÇÃO 8
8
2 3
Q2
Q1
=
D2
D1
AMT2
AMT1
=
( ) D2
D1
Pot2
Pot1
=
( )
D2
D1
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
163
PROBLEMA 7
Dados Para
D1 – 200mm D2 – 180mm
Q1 – 100m 3/h Q2 – T2
AMT 1 – 80m AMT2 – ?
Pot1 – 46hp Pot2 – ?
AMT
2 2
AMT2
AMT1
=
()
D2
D1
➜
AMT2
80
=
( )
180
200
Potência
3 3
Pot2
Pot1
=
()
D2
D1
➜
Pot2
46
=
( ) 180
200
PETROBRAS ABASTECIMENTO
164 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
FIGURA 86
AMT
Sistema
Diâmetro 200mm
Diâmetro 180mm
Vazão
Resumo
EQUAÇÃO 8
2
Q2
Q1
=
D2
D1
AMT2
AMT1
=
()
D2
D1
3
Pot2
Pot1
=
()
D2
D1
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
165
A vazão varia diretamente com a rotação.
Q2 N2
Pense e Q1
=
N1
Anote
A AMT varia com o quadrado da rotação.
2
AMT2
AMT1
=
() N2
N1
3
Pot2
Pot1
=
() N2
N1
2
NPSHreq2
NPSHreq1
=
() N2
N1
EQUAÇÃO 9
EQUAÇÃO
2
Q2
Q1
=
N2
N1
AMT2
AMT1
=
() N2
N1
3 2
Pot2
Pot1
=
( )
N2
N1
NPSHreq2
NPSHreq1
=
()
N2
N1
Conhecendo a curva atual, para saber a curva para uma nova rotação,
basta escolher alguns pontos da curva conhecida e aplicar as equações
acima, seja a curva de AMT, de potência, ou de NPSH requerido.
A aplicação da variação de rotação como meio de controle em bom-
bas acionadas por motor elétrico está crescendo bastante com o barate-
amento dos dispositivos que permitem o controle da velocidade nesses
acionadores.
Os pontos obtidos com a variação da rotação são denominados pon-
tos homólogos. Na Figura 87, mostramos a mudança desses pontos de
A1, B1 e C1 para A2, B2 e C2 ao passarem da rotação rpm1 para uma rotação
PETROBRAS ABASTECIMENTO
166 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
mais alta, rpm2. Os rendimentos dos pontos homólogos são iguais, ou
seja, o rendimento de A1 é igual ao de A2, o de B1 é igual ao de B2, e assim
sucessivamente.
FIGURA 87
Pontos homólogos
AMT
Pot A1 – A2
A2
1 x Q 2 x Q B1 – B2
C1 – C2
A1 B2
Pot2 x Q
Índice 1 – rpm1
Pot1 x Q Índice 2 – rpm2
B1
C2
rpm2 > rpm1
AMT 2 x Q
C1
AMT1 x Q
Q (m 3/h)
PROBLEMA 8
AMT ou H – metros
Vazão m 3/h
Modelo 3 x 2 x 8 dia 200mm 3.550rpm
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
167
Temos:
2 60 86
3 80 83
4 110 72
2 2
AMT2
AMT1
=
( ) N2
N1
⬖
AMT2
72
=
( )
3.000
3.550
⬖ AMT2 = 72 x 0,8452 = 51,4
1 0 90 0,0 64,3
2 60 87 50,7 62,1
3 80 83 67,6 59,3
PETROBRAS ABASTECIMENTO
168 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
FIGURA 89
AMT (m)
Pt 1 N 1 = 3.550rpm Pt 2 Sistema
Pt 3
Pt 4
Pt1’ N2 = 3.000rpm
Pt2’ Pt3’
Pt 4’
m 3/h
Resumo
EQUAÇÃO 8
2 3 2
Q2
Q1
=
N2
N1
AMT2
AMT1
=
( )N2
N1
Pot2
Pot1
=
( )
N2
N1
NPSHreq2
NPSHreq1
=
() N2
N1
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
169
Forças radiais e axiais no impelidor
Sempre que uma pressão atua numa área, o resultado é uma força.
Como as áreas do impelidor de uma bomba ficam submetidas a dife-
Pense e rentes pressões, serão criados esforços, tanto no sentido radial quanto axial.
Anote Os mancais é que são os responsáveis por absorver estes esforços.
Esforços radiais
As bombas que possuem voluta simples, quando trabalham na sua vazão
de projeto (BEP), possuem ao longo de toda a voluta aproximadamente a
mesma pressão (ver Figura 90). Com isso, as forças radiais que atuam na
largura do impelidor se cancelam e a resultante radial é praticamente nula.
À medida que reduzimos ou aumentamos a vazão, a pressão ao longo do
impelidor já não será constante e, quanto mais nos afastamos do ponto
de projeto, maior a resultante da força radial. Quanto maior essa força,
mais o eixo irá fletir, facilitando a ocorrência de roçamentos internos e de
vibrações.
FIGURA 90
Força radial
Vazão
Vazão de projeto
Vazão de projeto Vazão diferente
da de projeto
PETROBRAS ABASTECIMENTO
170 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
FIGURA 91
Fr
Carga radial
BEP
Concêntrica
Simples
voluta
Dupla
voluta
Fr Vazão
Esforços axiais
A Figura 92, correspondente a um impelidor em balanço, mostra as áreas
e as pressões que nelas atuam, resultando em forças axiais.
FIGURA 92
Fa
P1 = P2 = P 3 = P 4
Pvol Pvol
Cancela
Somente no BEP
Psuc
Cancela
Pvol Pvol
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
171
Na parte externa ao olhal do impelidor, reina a pressão da voluta tanto na
parte traseira quanto na dianteira. As forças geradas nessa área tendem a
cancelar-se devido ao fato de a pressão ser a mesma de ambos os lados. Na
Pense e área do olhal, de um lado temos a pressão de sucção e, do outro, a pressão
Anote da voluta. Em bombas com impelidor em balanço, a área traseira é menor
devido ao eixo. As diferenças de área, com as pressões atuando sobre elas,
geram uma resultante axial que terá de ser suportada pelo mancal de escora.
O contato do líquido contra os discos do impelidor girando tende a
expulsá-lo para a periferia, o que leva à redução da pressão à medida que
se aproxima do eixo.
A pressão ao longo da voluta só é homogênea na vazão de projeto da
bomba. Fora dessa vazão, a pressão é diferente em cada ponto.
Para reduzir o esforço axial podem ser usados:
d1 2
A1 = F1 = Ps x A1 Fa
4 Pvol Pvol
F4
A4
(D2 – d12) A2 F2
A2 = F2 = Pvol x A2 F3 A3
4 Ps
A1
(d32 – d22) Ps F1
A3 = F3 = Ps x A3 D d1 d2 d3 D
4
(D2 – d32) F3 A3
A4 = F4 = Pvol x A4
4 Ps
A2 F2 F4 A4
Fa = F1 + F2 – F3 – F4 Pvol Pvol
PETROBRAS ABASTECIMENTO
172 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
O cálculo da força axial é complexo por não sabermos exatamente qual
a pressão reinante em cada ponto dos discos do impelidor (pressão da
voluta), conforme comentado anteriormente. Mesmo a pressão na parte
interna do anel de desgaste traseiro não é igual à de sucção, é ligeiramen-
te superior.
Dependendo da vazão, a AMT se modifica e, conseqüentemente, a pres-
são da voluta é alterada, podendo modificar o sentido dos esforços axiais.
Daí a necessidade de usar mancais de escora em ambas as direções.
Bombas que trabalham com alta pressão de sucção costumam ter es-
forços axiais elevados. Os fabricantes costumam limitar a pressão máxi-
ma de sucção.
Alguns projetos de bombas permitem o uso de três rolamentos, fican-
do dois em série, no sentido da resultante da carga axial, conforme pode
ser visto na parte inferior da Figura 41. Bombas de alta pressão na sucção
são candidatas a esse arranjo.
O anel de desgaste na parte traseira do impelidor, conforme mostrado
na Figura 93, é uma das formas de reduzir o esforço axial. Variando seu
diâmetro, podemos alterar a resultante da força axial.
Pás traseiras
do impelidor
Pvol
Pvol
Psuc
Redução de pressão
devido às pás traseiras
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
173
IMPELIDORES MONTADOS EM OPOSIÇÃO
Quando temos bombas multiestágios, cada impelidor gera um empuxo
axial no mesmo sentido. Se os impelidores forem instalados em série, os
esforços serão somados, resultando uma força considerável, a qual pode-
rá sobrecarregar o mancal. Para atenuar essa força axial, uma das soluções
Pense e Anote é inverter o sentido de metade dos impelidores.
FIGURA 95
F F F F F F
Essa solução implica interligar o fluxo que sai do meio da bomba com
a outra extremidade, tornando mais complexa a fundição da carcaça.
TAMBOR DE BALANCEAMENTO
FIGURA 96
Câmara de
balanceamento
(pressão primária
Para sucção da sucção)
Bucha do
tambor
F F F F F1
Tambor de
Pressão da descarga balanceamento
PETROBRAS ABASTECIMENTO
174 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Com esse método, os impelidores são mantidos em série, sendo colo-
cado um tambor de balanceamento após o último impelidor com uma
bucha externa com folga bem justa. Temos sempre um vazamento da des-
carga para a câmara de balanceamento por essa folga. Como a câmara de
balanceamento é ligada por uma linha à sucção da bomba, a pressão rei-
nante nela fica próxima da de sucção. Assim, o tambor de balanceamento
terá, de um lado, a pressão de descarga e, do outro, a pressão de sucção,
gerando uma força axial, Ft, que é oposta às geradas pelos impelidores,
reduzindo, dessa forma, o esforço a axial.
DISCO DE BALANCEAMENTO
Essa solução é semelhante à do tambor, só que, neste caso, é utilizado
um disco com esse propósito.
O líquido, sob a pressão de descarga, após o último impelidor, passa
através de uma pequena folga axial, indo para uma câmara de balancea-
mento. Dessa câmara, sai uma linha para a sucção da bomba com um
orifício de restrição. Por meio desse arranjo, a câmara de balanceamento
mantém com uma pressão intermediária entre a pressão de sucção e a de
descarga. O disco de balanceamento fica submetido, de um lado, à pres-
são de descarga e, do outro, à pressão da câmara de balanceamento. Essa
diferença de pressões nos lados do disco gera uma força axial que se opõe
à soma das forças geradas pelos impelidores, reduzindo significativamen-
te o esforço axial.
FIGURA 97
Orifício de restrição
Recirculação Câmara de
para sucção balanceamento
(pressão
intermediária)
Folga
axial
Pressão de
descarga
F imp F disco
Disco de balanceamento
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
175
Vejamos como trabalha o disco. Devido à diferença de pressão e de
áreas, o disco sempre irá gerar uma força no sentido da sucção para a
descarga. Suponhamos que o sistema esteja funcionando em equilíbrio.
Pense e Num dado momento, ocorreu um aumento do esforço axial dos impeli-
Anote dores, deslocando o conjunto rotativo no sentido de reduzir a folga axial
do disco. A passagem do líquido para a câmara de balanceamento será
reduzida, caindo a pressão intermediária dessa câmara. Isso elevará a for-
ça de compensação do disco, restaurando a posição do conjunto rotativo.
Ocorrendo o deslocamento do conjunto no sentido de aumentar a folga
axial, a pressão da câmara aumentará, reduzindo a força de compensação
do disco e retornando o conjunto ao equilíbrio.
Para cada força gerada pelos impelidores, teremos uma folga axial no
disco de escora, que a compensará. É fácil notar que, para esta solução fun-
cionar, os mancais devem permitir a movimentação axial do eixo, o que
não ocorre quando são utilizados mancais de rolamentos. Portanto, essa
solução só é aplicada em bombas com mancais de deslizamento na escora.
Orifício de restrição
Para sucção
Bucha
Câmara de
balanceamento
Disco e tambor de
balanceamento
F imp F imp
F disco / tambor
Câmara
intermediária
PETROBRAS ABASTECIMENTO
176 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Quando o impelidor da bomba é de dupla sucção e está instalado entre
os mancais, bombas BB, o empuxo axial tenderá a compensar-se, ficando a
resultante praticamente nula. Se esse impelidor for instalado em balanço,
teremos o empuxo axial devido à não-compensação da área do eixo.
Resumo
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
177
FIGURA 99
AMT – m
a a a Curva do sistema
b b b
c c c
1 Bomba 2 Bombas 3 Bombas
Vazão m 3/h
PETROBRAS ABASTECIMENTO
178 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
O ponto de trabalho, como sempre, será na intercessão da curva da
bomba com a do sistema. Na Figura 100, a curva do sistema interceptará a
curva para uma bomba na vazão de 28m3/h. Portanto, quando tivermos
apenas uma bomba operando, a vazão será esta. Se duas bombas estive-
rem operando, o ponto de operação será de 52m3/h, cada bomba contribu-
indo com 26m3/h. Com três bombas em paralelo, a vazão seria de 66m3/h,
ou seja, cada uma contribuindo com 22m3/h.
A vazão com duas bombas em operação só seria o dobro se a curva
do sistema fosse uma reta paralela ao eixo da vazão, o que na prática
não ocorre devido à perda de carga crescente que as tubulações apre-
sentam com o aumento de vazão. Quanto mais vertical a curva do sis-
tema, ou seja, com maior perda de carga na linha, menor o aumento
de vazão ao acrescentar bombas em paralelo, conforme pode ser visto
na Figura 101.
FIGURA 101
AMT – m
Curva do sistema 2
Curva do sistema 1
Vazão m3 /h
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
179
como vencer a pressão de descarga da bomba A nessa região da curva. Abai-
xo de 150m de AMT, as duas bombas começam a trabalhar juntas. A Figura
102C mostra a soma das vazões das bombas A e B em paralelo.
FIGURA 102
A
Bomba A
B
Bomba B
C
Bomba A + B
D
Bomba A + B + sistema
A+B Pt3
PtC
Pt1
A
PtD Pt2 B
PETROBRAS ABASTECIMENTO
180 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Supondo que a curva do sistema seja a mostrada na Figura 102D, a
bomba A, operando isoladamente, trabalharia no ponto Pt1 com a vazão
de 36m3/h. A bomba B, também operando isoladamente, no ponto Pt2
com 33m3/h. As duas, operando em paralelo, no ponto Pt3 com 54m3/h.
Nessa condição, a bomba A estaria contribuindo com 30m3/h (ponto C)e
a bomba B com 24m3/h (ponto D). A pressão de descarga (AMT) da opera-
ção em paralelo é superior à pressão de cada bomba individualmente. Pela
Figura 102, se a vazão das duas bombas operando em paralelo caísse para
menos de 23m3/h, apenas a bomba A teria vazão.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
181
válvula de retenção da bomba B não abrirá, funcionando o sistema ape-
nas com a bomba A.
CURVA ASCENDENTE/DESCENDENTE
A AMT – m
Vazão m 3/h
CURVAS PLANAS
B AMT – m
Vazão m 3/h
PETROBRAS ABASTECIMENTO
182 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
FIGURA 104
AMT (m)
Vazão m 3/h
Placa
de orifício
Resumo
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
183
Bombas operando em série
Geralmente, quando usamos bombas em série, estamos querendo aumen-
tar a pressão fornecida ao sistema. Mas, em algumas situações, esse tipo
Pense e de operação é usado para aumentar a vazão.
Anote FIGURA 105
Pelo esquema da Figura 105, vemos que a vazão que passa pela bomba
A é a mesma que passa pela bomba B. A primeira bomba, A, fornece uma
AMT para uma determinada vazão. A segunda bomba, B, acrescentará nes-
sa mesma vazão sua AMT. Para elaborar a curva das bombas operando em
série, basta somar as AMTs de cada bomba para a vazão em questão.
É raro ter mais de duas bombas operando em série, mas, se ocorrer, basta
somar suas AMTs.
FIGURA 106
AMT (m)
a
2 Bombas
b
1 Bomba
c
a b
PETROBRAS ABASTECIMENTO
184 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
FIGURA 107
a1 a2
a3
m 3 /h
b1 b2
b3
m 3/h
b1
b2
a1
a2 b3
a3
m 3 /h
A curva das bombas iguais operando em série, Figura 106, foi obtida
dobrando os valores de AMT “a”, “b” e “c” correspondentes às vazões
de 10, 25 e 40m3/h. A curva das bombas diferentes, Figura 107, foi obtida
somando a AMT da bomba A (a1) com a AMT da bomba B (b1) para a vazão
de 10m3/h. Usando o mesmo processo para outras vazões, no caso foram
zero, 25 e 40m3/h, obtivemos outros pontos. Basta unir esses pontos e
teremos a curva correspondente da operação em série.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
185
A operação em série é bastante usada quando o NPSH disponível é muito
baixo. Nesse caso, escolhe-se a primeira bomba com baixa rotação, o que
resulta em um NPSH requerido menor. Como a primeira bomba eleva a
pressão do líquido, o NPSH disponível para a segunda fica bastante con-
fortável. Essa segunda bomba é a que costuma ser a grande responsável
Pense e Anote pela parcela de AMT do sistema (pressão). Quando usado este sistema, a
segunda bomba recebe o nome de booster.
As curvas planas são interessantes para operação em série, diferente-
mente do que ocorre para as bombas que operam em paralelo. Os ganhos
obtidos em relação a uma bomba dependerão da inclinação da curva da
bomba e também da inclinação da curva do sistema.
Na Figura 108, são mostrados dois exemplos. Na esquerda, as curvas
das bombas são bem inclinadas e a curva do sistema é relativamente pla-
na. Na direita, temos o inverso, curvas das bombas são planas e do siste-
ma, inclinadas. No primeiro caso, o ganho de vazão foi de 10m3/h e, no
segundo, de 17m3/h.
FIGURA 108
2 Bombas
1 Bomba
Sistema
Vazão Vazão
m³/h m³/h
PETROBRAS ABASTECIMENTO
186 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Resumo
H(m)
1cSt
Bomba de centrífuga
120cSt
1.200cSt
Q (m³/h)
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
187
Pela Figura 109, vemos que, ao aumentar a viscosidade, as bombas
centrífugas vão sendo mais afetadas no seu desempenho. Já as bombas
de deslocamento positivo são pouco influenciadas, chegando até a me-
Pense e lhorar um pouco o desempenho com o aumento da viscosidade.
Anote O Hydraulic Institute (HI) fez testes com um grande número de bom-
bas diferentes e elaborou uma carta (Figura 110) para determinar os fato-
res de correção para vazão, AMT e rendimento das bombas que trabalham
com líquidos viscosos. Essa carta é seguida por todos para corrigir o efeito
da viscosidade no desempenho das bombas centrífugas radiais. Ela não é
válida para bombas de fluxo misto e axial.
Embora a carta tenha sido elaborada para corrigir a curva da bomba
como um todo, podemos usá-la para um ponto de trabalho apenas.
Para determinar os fatores de correção, entrar com a vazão em m3/h
pelo eixo inferior do gráfico. Se o impelidor for de dupla sucção, dividir a
vazão por 2. Subir verticalmente até o valor da AMT por estágio (havendo
mais de um estágio, dividir a AMT total pelo número deles). Deslocar ho-
rizontalmente até encontrar o valor da viscosidade. Subir verticalmente e
ler os valores de correção: Ch, CQ e CH.
São quatro curvas para CH.
Quando não dispomos da curva original para saber a vazão no BEP, ado-
tamos a curva média, que é a de 1,0Qoo.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
188 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Para obter os valores corrigidos, aplicamos as fórmulas:
Qvisc x AMTvisc x
Potvisc =
274 x visc
Q – Vazão (m3/h)
AMT – Altura manométrica total (m)
– Rendimento
Pot – Potência (hp)
visc – Viscoso
ag – Água
CQ – Fator de correção para vazão
C – Fator de correção para rendimento
CH – Fator de correção para AMT. São quatro fatores: 0,60; 0,80;
1,00; e 1,2 do BEP.
– Peso específico em gf/cm3 (o valor numérico é igual ao da
densidade)
PROBLEMA 9
Dados
Água Qag – 130 m3/h AMTag – 58m ag – 0,66
Óleo Qoo – 170 m3/h dens óleo – 0,86 visc – 72cSt
Q ag 130
= = 0,76 ou 76% do BEP
Q oo 170
Adotaremos 0,8Qoo.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
189
Entrando com esses dados na carta de viscosidade (Figura 110 – linha
pontilhada), obteremos:
Resumo
Quando a bomba trabalha com líquidos viscosos, a AMT, a
eficiência e a vazão sofrem uma redução. O Hydraulic Institute
publicou uma tabela na qual, em função da vazão, da AMT e da
viscosidade, podemos obter os fatores de correção para as
variáveis citadas.
As curvas dos fatores de redução da AMT são mostradas para
4 vazões distintas, correspondentes a 60; 80; 100; e 120% da
vazão de projeto (BEP – Ponto de Máxima Eficiência) da bomba.
Os novos valores para os produtos viscosos são obtidos
multiplicando-se os valores para desempenho da bomba para
água pelos fatores de correção obtidos.
Qvisc x AMTvisc x
Potvisc =
274 x visc
PETROBRAS ABASTECIMENTO
190 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
FIGURA 110
Ch
0,6Qoo
0,8Qoo
1,0Qoo
1,2Qoo
Cq
Cn
mm²/s = cSt
11
19
45
91
22
16
12
61
15
16,
60,
22
6,2
30
4
5
8
70
17
0
2
21,
11,
80
5
31
4
5
350
33,
45,
76
2
8
90
760
4
AMT (m)
200
150
100
80
60
40
420
30
25
20
15
10
300
8
1 ,5
30
6
4 ,5
6
2
25
2 ,5
3
10
120
80
15
20
50
220
60
100
40
160
Engler°
Lubrificação
A lubrificação adequada é fundamental para proporcionar campanhas lon-
gas para as bombas.
O objetivo da lubrificação de uma bomba, como a de qualquer outro equi-
pamento, é o de reduzir o atrito e o desgaste. Para tal, é necessário man-
ter um filme de lubrificante separando as superfícies metálicas que pos-
sam entrar em contato.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
191
FIGURA 111
Pense e Anote F
Contato metálico
Filme lubrificante
PETROBRAS ABASTECIMENTO
192 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
FIGURA 112
Óleo Óleo
Eixo Eixo
F F
Pressão de óleo
Distribuição da pressão
MANCAL DE DESLIZAMENTO
MANCAIS DE ROLAMENTO
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
193
uma vez cessada a força, a deformação deixa de existir. Essa deformação
aumenta a área de contato, reduzindo a pressão. O óleo lubrificante é
bombeado pelas esferas, formando um filme de óleo, que separa as esfe-
Pense e ras das pistas do rolamento.
Anote O óleo possui uma propriedade bastante interessante, que é a de au-
mentar a viscosidade com o aumento da pressão. Nos rolamentos, o lubri-
ficante fica submetido a pressões tão altas que se torna praticamente sóli-
do, o que evita o rompimento do filme de óleo formado. Pelos motivos
explicados, esse tipo é denominado de lubrificação elasto-hidrodinâmica.
Em um rolamento submetido a uma carga, como o peso próprio do con-
junto rotativo, somente as esferas inferiores absorverão os esforços. As es-
feras na parte superior do rolamento estarão sem carga. Como as esferas
giram, ora estarão com carga, ora sem carga, o que pode levar à falha por
fadiga, que é um dos principais modos de falha dos rolamentos.
As bombas centrífugas horizontais utilizam, com freqüência, mancais
de rolamentos. Caso as condições de rotação, juntamente com a carga,
levem a uma vida curta dos rolamentos, empregam-se mancais de desli-
zamento. O API 610 fixa a vida mínima em 3 anos.
Nas bombas verticais, são utilizados principalmente mancais guias
(buchas) para manter o eixo centrado na coluna. Para sustentação do con-
junto rotativo, algumas bombas utilizam mancal próprio, enquanto ou-
tras são sustentadas pelo mancal do acionador.
Os fabricantes de rolamentos afirmam que apenas 9% dos rolamentos
atingem sua vida normal, ou seja, 91% falham antes do prazo esperado.
Portanto, os mancais (com sua lubrificação) e a selagem são os itens que
merecem mais atenção nas bombas. Sendo bem tratados e acompanha-
dos, podem proporcionar muitos ganhos.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
194 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Os principais produtos utilizados na lubrificação das bombas são:
Graxa.
Óleo lubrificante.
• Por nível.
• Forçada (ou pressurizada).
• Por névoa de óleo.
• Próprio produto bombeado, fazendo as vezes do lubrificante.
Óleo lubrificante
É o principal produto utilizado na lubrificação de bombas centrífugas ho-
rizontais. Existem três tipos principais de lubrificação com óleo.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
195
FIGURA 113A
Pense e
Anote Copo
nivelador
Oleadeira Oleadeira Copo
nivelador
Nível Nível
de óleo Dreno Submergência Dreno de óleo
FIGURA 113B
Canaleta coletora
de óleo
B E
F F
G
G
Secção B-B B
PETROBRAS ABASTECIMENTO
196 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
(geralmente duplo), um resfriador e uma válvula de segurança. Alguns sis-
temas adotam apenas uma bomba de óleo lubrificante, acionada pelo eixo
da bomba principal. Nesse caso, necessitam de um anel pescador nos man-
cais para garantir a lubrificação durante a partida e a parada da bomba.
Os sistemas mais sofisticados podem ter uma lubrificação segundo o API
614, em que temos duas bombas de lubrificação, dois resfriadores de óleo,
dois filtros, duas válvulas de alívio, sistema de controle de pressão do óleo
lubrificante, alarmes e cortes por pressão de óleo e por temperatura dos
mancais, entre outros dispositivos.
FIGURA 114
FIGURA 115
Reclassificador
Distribuidor Tubing 1/4”
Coletor
transparente
Vent
Tubing 3/8”
Ladrão Coletor
Dreno de cléo ecológico
PETROBRAS ABASTECIMENTO
198 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Nas bombas tipo API anteriores à 8a edição, a névoa entra pelo centro
da caixa de mancais e sai pelo centro. Nas novas, quando especificado que
serão lubrificadas por névoa, o fabricante já fornece entradas independentes
para cada mancal, obrigando toda névoa injetada a passar pelos rolamen-
tos (Figura 115).
O reclassificador mais usado é o tipo névoa (ver Figura 116). Somente
este modelo é montado no distribuidor. Os outros são montados próxi-
mo ao ponto a ser lubrificado. O reclassificador do tipo névoa possui a
numeração 501, 502, 503, 504 e 505. Quanto maior o número, maior a
vazão de névoa. O tipo spray forma uma névoa mais densa e é usado
quando temos rolamentos de rolos. O tipo condensado forma gotículas
maiores de óleo e é utilizado para engrenagens.
O reclassificador direcional é empregado principalmente em bombas
BB, sendo roscado na caixa de mancal e com seu furo apontado para o
centro da esfera do rolamento (ver Figura 117). Ele possui uma marca ex-
terna para orientar a posição do furo durante a montagem.
FIGURA 116
TIPOS DE RECLASSIFICADORES
Spray Névoa
Condensado Direcional
Furo
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
199
FIGURA 117
Coletor
ecológico
NÉVOA DE PURGA
Reclassificador
Distribuidor
Válvula
de dreno
Controle
de nível
Óleo
Visor de
Para caixa acrílico
coletora
PETROBRAS ABASTECIMENTO
200 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Lubrificação pelo próprio fluido
Muito usada em bombas verticais, nas quais o próprio fluido bombeado
lubrifica os mancais guias. Nas bombas com acoplamento magnético e nas
bombas canned, ambas sem selagem, também é usual o líquido bombe-
ado ser utilizado na lubrificação dos mancais. Nessas bombas, o mancal
costuma ser de carbeto de tungstênio ou carbeto de silício.
FIGURA 119
Bomba Canned
Estator do motor
Mancal Radial Vendação
dos cabos
Luva
de eixo
Impelidor
Mancal
de escora
Ímãs
Mancais
Caixa de mancais
convencional
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
201
As principais falhas dos mancais das bombas são devido:
À MONTAGEM INADEQUADA
Pancadas, sujeiras etc.
Pense e
Anote À ENTRADA DE FLUIDOS ESTRANHOS NA CAIXA DE MANCAL
Água, produto bombeado, vapores e gases.
ÀS TOLERÂNCIAS INCORRETAS
Diâmetro do eixo, diâmetro da caixa, raios de concordância etc.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
202 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
cuo ou com processos de transferência de massa é conseguida a separa-
ção. Após 350ppm, nas temperaturas usuais da caixa de mancal, é que a
água consegue ser detectada visualmente no óleo, porque fica emulsio-
nada. A principal fonte de água no óleo é a umidade do ar.
300 3 0,03
300 ppm = = = = 0,03%
1.000.000 10.000 100
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
203
FIGURA 120
FIGURA 121
Vida do óleo
Vida em anos
Temperatura (°C)
PETROBRAS ABASTECIMENTO
204 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Resumo
LUBRIFICAÇÃO FORÇADA
A vazão e a pressão de óleo são fornecidas por uma bomba de
lubrificação.
Acoplamento
A função básica do acoplamento é a de transmitir o torque do acionador
para a bomba.
Os acoplamentos flexíveis possuem como funções complementares:
absorver desalinhamentos e amortecer vibrações que poderiam ser
transmitidas de uma máquina para outra. Os acoplamentos rígidos não
possuem essas funções.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
205
FIGURA 122
TIPOS DE ACOPLAMENTOS
DE LÂMINAS FLEXÍVEIS
PETROBRAS ABASTECIMENTO
206 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Existe uma grande diversidade de acoplamentos. Os principais tipos
empregados são:
Rígido.
De lâminas ou discos flexíveis.
De engrenagens.
De garras com elastômero.
Tipo pneu.
De pinos amortecedores.
De correntes.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
207
FS = 1,0 . Entretanto, é aconselhável usar segurança adicional,
principalmente nos acoplamentos de lâminas flexíveis, adotando, por
exemplo, FS = 1,1.
Pense e Para efeito de dimensionamento, sempre utilizamos a potência de placa
Anote do acionador, embora saibamos que a bomba normalmente exige menos
potência. Essa sobra fica como um fator de segurança adicional.
PROBLEMA 10
Dados:
Potência – 60hp
Rotação – 3.550rpm
Diâmetro eixo bomba – 60mm
TABELA 26
DADOS DO ACOPLAMENTO
PETROBRAS ABASTECIMENTO
208 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Cálculo do torque:
Pot Pot 66 66
Torque = = = = = 18,6 hp/1.000rpm
Rot rpm/1.000 3.550/1000 3,55
Resumo
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
209
Seleção de bombas
As bombas são escolhidas, principalmente, em função das suas caracte-
rísticas. Exemplificando, se o NPSH disponível pelo sistema for muito
Pense e baixo, podemos especificar uma bomba de dupla sucção ou uma com
Anote indutor de NPSH, que possuem NPSH requerido mais baixo. Se, ainda
assim, essas bombas não atenderem, podemos optar por uma bomba
vertical com o comprimento adequado, de modo que teremos uma co-
luna de líquido sobre o impelidor, aumentando o NPSH disponível. Al-
gumas partes da especificação provêm de normas, como no caso do API
610 que, entre outras coisas, recomenda carcaça partida radialmente para
os seguintes casos:
Temperatura do produto maior ou igual a 200ºC.
Líquidos inflamáveis ou perigosos com densidade menor do que 0,7
na temperatura de bombeamento.
Líquidos inflamáveis ou perigosos com pressão de descarga acima de
100bar.
PROBLEMA 11
PETROBRAS ABASTECIMENTO
210 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Com a vazão de 50m3/h e com a AMT = 200m, entramos na Figura
123 para bombas com 3.550rpm e determinamos a bomba 40-315.
FIGURA 123
H (m)
n = 3500
40 - 315
50 - 315
50 65
32 - 250 40 - 250 250 80 - 250
250
40 80 - 200
50 - 200
32 - 200 200
100
65 - 200
200
32 - 160 40 - 160 50
65
160
160 100
80 - 160 160
32 - 125
40 - 125 50 - 125
65
125
Q (m³/h)
1cv = 0,986hp
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
211
A potência consumida em hp será:
hp
Pot = 60,8cv x 0,986 = 59,9hp
cv
Pense e Anote
Poderíamos também ter estimado a potência de uma forma mais
precisa pela fórmula:
EQUAÇÃO 7
FIGURA 124
PETROBRAS ABASTECIMENTO
212 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
A pequena diferença de potência encontrada pelos dois métodos é
devido à imprecisão do gráfico.
Como o NPSH disponível é de 10m e o requerido é de 7m e, portanto,
o NPSHdisp > NPSHreq, a bomba selecionada atende.
Se o NPSH não atender, podemos tentar uma bomba de tamanho
imediatamente acima ou uma outra com menor rotação, o que logicamente
levaria a uma bomba maior.
Resumo
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
213
estes que são visíveis. Na abertura da bomba, as peças devem ser exami-
nadas para identificar o motivo da falha. Outros tipos de situações neces-
sitam de uma investigação para determinar sua causa.
Pense e Não devemos apenas substituir as peças danificadas, mas tentar en-
Anote tender que motivo levou à falha e tomar as providências para evitar sua
repetição.
A seguir, analisaremos os problemas mais freqüentes que ocorrem na
operação de bombas centrífugas e que necessitam de investigação. Vamos
dividi-los em cinco categorias principais:
Bombas que não estão atendendo em vazão ou pressão de descarga.
Bombas que apresentam vibração ou ruído.
Bombas que estão exigindo potência acima da esperada.
Bombas que apresentam aquecimento excessivo nos mancais.
Bombas com vazamentos.
Pequenos desvios em relação aos pontos das curvas são aceitáveis, seja
pela imprecisão do método de medição no campo, seja pela diferença de
desempenho de um impelidor para outro que, por serem peças fundidas,
sempre apresentam pequenas variações na forma.
No diagrama de bloco a seguir, Figura 125, procuramos fazer essa aná-
lise partindo das verificações mais fáceis de serem executadas para as mais
trabalhosas. Partimos do pressuposto de que a bomba operava satisfato-
riamente antes, ou seja, não é um problema de projeto ou da seleção da
bomba para a aplicação na qual está sendo utilizada.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
214 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
FIGURA 125
INÍCIO
N N Verificar abrindo
Bomba opera Bomba está vent da carcaça
cavitando? escorvada? (cuidado se a
bomba tiver vácuo
na sucção)
S S
N N
Vazão > projeto? Rotação correta? Corrigir rotação
S S
Viscosidade e N
Solicitar correção
Corrigir a vazão densidade para operação
normais?
S S
N N
Pressão de Ponto AMT x Q
sucção normal? igual da curva? Desgaste interno
Ponto POT x q N
Desgaste interno Desgaste interno
igual da curva?
Verificar motivo
do aumento da
perda de carga Bomba em
na sucção bom estado
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
215
A BOMBA ESTÁ CA
BOMBA VIT
CAVITANDO?
VITANDO?
Começamos com esta pergunta por ser a mais fácil de responder. A cavita-
ção é facilmente identificável pelo ruído característico, parecido com o de
Pense e “batida de pedras” na carcaça, pela alta vibração e pela oscilação das pres-
Anote sões de sucção e da descarga.
Cavitação ocorre, normalmente, quando a bomba está trabalhando com
vazões altas, tornando o NPSH disponível inferior ao NPSH requerido.
Como a bomba está apresentando baixo desempenho, ou seja, não está
conseguindo aumentar sua vazão, a recirculação interna, que ocorre quan-
do trabalhamos com vazões baixas, não é uma causa provável. Nos casos
de bombas com pressão de sucção negativa, convém verificar a possibilida-
de de estar entrando ar pelas juntas dos flanges ou pela selagem.
Se a resposta à pergunta sobre cavitação for positiva, uma das prová-
veis causas é o aumento da perda de carga na linha de sucção (redução do
NPSH disponível), que pode ter sua origem em:
✔Alguma obstrução parcial na linha de sucção, como válvula parcialmen-
te fechada, filtro sujo etc.
✔Bomba operando com vazão mais alta do que a de projeto. Vazão maior
significa maior NPSH requerido e menor NPSH disponível, portanto,
mais propício à cavitação.
✔Aumento da viscosidade do líquido (caso de líquidos viscosos), que
pode ocorrer pela redução da temperatura de bombeamento. O aumen-
to da viscosidade aumenta as perdas de carga, reduzindo a pressão de
sucção e o NPSH disponível.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
216 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Os meios de tirar uma bomba da condição de cavitação, por ordem de
facilidade, são:
1. Verificar a possibilidade de aumentar o nível do líquido no vaso de suc-
ção. Alguns sistemas possuem controle de nível nesse vaso, bastando,
nesse caso, alterar o valor de controle (set point).
2. Reduzir a perda de carga na linha de sucção, por exemplo, verificando
se o filtro da sucção está sujo ou se alguma válvula está parcialmente
fechada.
3. Limitar a vazão máxima da bomba em um valor em que não tenha-
mos ruído ou vibração.
4. Resfriar o líquido (reduz a pressão de vapor), desde que as condições
demandadas pelo processo (antes e depois da bomba) o permitam.
5. Verificar com o fabricante da bomba se existe outro modelo de impe-
lidor que atende a necessidade do processo e com NPSH requerido mais
baixo para essa carcaça.
6. Verificar se o modelo da bomba permite a instalação de um indutor de
NPSH.
7. Avaliar se o aumento do diâmetro da linha de sucção, ou a simplificação
do encaminhamento da linha, ou a eliminação de acessórios instalados
nela, com a conseqüente redução da perda de carga, trará o ganho ne-
cessário para evitar a cavitação.
8. Elevar o vaso de sucção ou rebaixar a bomba.
9. Alterar o material do impelidor para aço inoxidável, o qual resiste mais
à cavitação. Dentre os materiais usuais, o que apresenta menor des-
gaste é o ASTM A-743 CA6NM, que possui 12% de Cr. Essa solução ten-
ta atenuar o efeito da cavitação. É usada para conviver com o proble-
ma, aumentando apenas o tempo de falha do impelidor.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
217
FIGURA 126
Pense e Anote
Pvap
Altura
da coluna
do líquido
Ps
h
Ps + Patm – Pvap V2
NPSHdisp = + +h
␥ 2g
PETROBRAS ABASTECIMENTO
218 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
A rotação pode ser medida por meio de tacômetros com fita de refle-
xão ou por meio de aparelhos de vibração que possuam filtros de freqüên-
cias. Podem também ser usados freqüencímetros de lâminas (tacômetros
de Frahm), muito empregadas nas turbinas mais antigas.
Baixa rotação só ocorre em turbinas a vapor, motores de combustão
interna, ou com motores elétricos que possam ter sua rotação modifica-
da. Motores elétricos comuns trabalham sempre na rotação especificada,
ou próximo a ela, devido a um pequeno aumento da carga. Se não tive-
rem potência suficiente para trabalhar na rotação especificada, irão atuar
o sistema de proteção por alta corrente elétrica ou queimarão.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
219
narias tem medidor de vazão. Caso ele não exista, analisar se é possível
calcular a vazão pela variação do nível de um vaso ou tanque na sucção
ou na descarga. Existe a possibilidade de obter a vazão por meio de medi-
Pense e dores externos adaptados à linha.
Anote A AMT pode ser calculada simplificadamente com um manômetro na
sucção e outro na descarga.
10 x (Pd – Ps)
AMT =
␥
PETROBRAS ABASTECIMENTO
220 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
VERIFICAR SE A POTÊNCIA ESTÁ SOBRE A CURVA
Essa verificação é feita para complementar o diagnóstico.
Quando a bomba é acionada por motor elétrico, podemos avaliar gros-
seiramente a sua potência, medindo a sua corrente e comparando-a com
a da plaqueta, usando uma proporcionalidade. Se a corrente estiver aci-
ma de 80% da nominal do motor, o erro será pequeno. Caso queiramos
saber a potência do motor elétrico com mais precisão, teremos de obter,
além da corrente, a voltagem real, o fator de potência e o rendimento do
motor. Os setores de elétrica possuem aparelhos que permitem esses le-
vantamentos. O rendimento do motor tem de ser tirado de uma tabela
ou de uma curva do fabricante.
A potência fornecida por um motor elétrico é dada por:
Pot – Potência em hp
V – Voltagem em V
I – Corrente em A
FP – Fator de potência
– Rendimento do motor. Ex.: 90% – usar 0,90
745,7 – Fator de conversão de Watt para hp
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
221
Caso o acionador seja uma turbina a vapor, a avaliação da potência é
mais difícil, a não ser que tenhamos a curva de potência x consumo de va-
por e a medição da vazão do vapor consumido. No caso de turbina acionan-
Pense e do bombas, dificilmente dispomos desse dado. O que podemos verificar é
Anote se a potência máxima já foi atingida, tentando aumentar a rotação.
Os acionadores costumam ter uma folga de potência em relação à ne-
cessária para a bomba. Para motores elétricos, o API 610 recomenda:
PETROBRAS ABASTECIMENTO
222 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Desalinhamento entre a bomba e o acionador
É uma das principais causas da vibração, juntamente com o desbalancea-
mento. Para diagnosticar se o problema é de desalinhamento, levantar as
freqüências da vibração. O desalinhamento pode causar vibração nas fre-
qüências de 1N, 2N, 3N, 4N e 6N. As mais usuais são 1 e 2N, onde N é a
freqüência de rotação. Quando a freqüência predominante é de 2N, a cau-
sa mais provável é desalinhamento.
Testes efetuados em laboratório mostraram não ser verdadeira a afir-
mação de que desalinhamentos angulares se manifestam mais como vi-
bração axial e de que desalinhamentos paralelos se manifestam mais
como vibração radial.
Esses testes também mostraram que desalinhamento vertical afeta a
vibração horizontal e vice-versa. Esse estudo mostrou as seguintes freqüên-
cias como as mais prováveis para diagnosticar desalinhamentos em fun-
ção do tipo de acoplamento:
TABELA 28
N – rotação da máquina.
Não foi realizado teste com acoplamento de engrenagens metálico.
Desbalanceamento dinâmico
É uma das principais causas de vibração em equipamentos mecânicos.
No desbalanceamento, a freqüência radial é de 1N porque a força centrí-
fuga, responsável pela vibração, ocorre na freqüência de rotação. Quan-
do essa vibração é muito alta, provoca também vibração axial, podendo
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
223
ser confundida com desalinhamento. O desbalanceamento dinâmico é
causado por uma distribuição desigual de massa, oriunda de desgastes
ou de roçamentos. Algumas vezes, um balanceamento realizado no cam-
po no acoplamento pode reduzir a vibração, prolongando por algum
tempo a vida da bomba, mas, na maioria das vezes, é necessário abrir a
Pense e Anote bomba para correção.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
224 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Geralmente o problema maior costuma ser na tubulação de sucção
por esta possuir um diâmetro maior do que o de descarga. A tensão
ocasionada pelas tubulações em bombas que trabalham com produtos
quentes é mais crítica do que a de serviço frio devido à dilatação das
linhas ao se aquecerem.
Chumbadores soltos
Os chumbadores soltos costumam ocorrer em bombas que ficam muito
tempo submetidas a vibrações altas. Nesse caso, o chumbador pode se
soltar da base. Se ocorrer, deve ser removido e reinstalado com auxílio
de massa epóxi, que é apropriada para melhorar sua fixação. A vibração
deve ser diagnosticada e corrigida para evitar a repetição do problema
com o chumbador.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
225
Base inadequadamente grauteada
A importância do grauteamento bem feito é fundamental para o resul-
tado de baixas vibrações na bomba. Ele é o responsável por garantir a
Pense e união da base metálica da bomba à base de concreto e pelo aumento
Anote da rigidez da base metálica. Como o bloco de concreto pesa cerca de 5
vezes mais que a bomba, é fácil perceber a redução de vibração para
uma mesma força perturbadora que essa união pode provocar.
Batendo-se com um pequeno martelo na base metálica, pode-se iden-
tificar se existem pontos vazios. A chapa no local do vazio deve receber
dois furos nas suas extremidades, um deles para colocar a massa epóxi e
o outro para sair o ar, mesmo que o graute original seja de cimento.
Quando o graute está muito danificado, a base metálica deve ser re-
movida e refeito o grauteamento. Existem cimentos próprios para graute,
mas o epóxi é considerado superior, embora mais caro. A norma API 610
sugere a adoção de epóxi para grauteamento, no lugar de cimento, para
melhorar a aderência entre a base metálica e a fundação.
Roçamento interno
O roçamento interno ocorre geralmente nas partes de menor folga, como
anéis de desgaste e buchas. Pode ser ocasionado por má qualidade da
centralização das peças (guias), tensões exageradas nos flanges, vibrações
excessivas, uso de folgas inadequadas, ou por objetos estranhos no inte-
rior da bomba. As freqüências da vibração costumam ser diversas devido
ao efeito da excitação das velocidades críticas. Nem sempre o ruído cau-
sado pelo roçamento é audível. Os roçamentos severos provocam desba-
lanceamento, o que somado com o aumento das folgas, que reduzem o
efeito de sustentação, fazem com que a vibração cresça bastante. Como o
roçamento causa aquecimento localizado, uma termografia da bomba pode
indicar o local do roçamento se o mesmo for severo e próximo da carcaça.
Cavitação clássica
Ocorre quando temos o NPSH disponível inferior ao requerido. O ru-
ído é característico (como se estivesse bombeando pedras). Costuma
gerar vibrações altas juntamente com o ruído e oscilações nas pres-
sões. A vibração aparece numa ampla faixa de freqüências. É usual
excitar as freqüências naturais e diversas outras freqüências. Alguns
autores afirmam que o espectro mostra uma ampla faixa próxima de
2.000Hz. Muitas vezes a cavitação clássica é confundida com recircu-
lação interna, também uma forma de cavitação. Os manômetros, tanto
de sucção quanto de descarga, ficam oscilando. Ver o item seguinte
sobre fluxo mínimo.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
226 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Fluxo abaixo do mínimo estável
(recirculação interna)
Ocorre quando estamos trabalhando com vazões baixas.
O fenômeno é muito parecido com a cavitação e com a entrada de gases.
Um dos modos de distinguir qual dos problemas está ocorrendo é alterar
a vazão em pelo menos 10%.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
227
FIGURA 128
A B C
R3
R3
R2 R2
PETROBRAS ABASTECIMENTO
228 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
R2 – Raio da pá do impelidor (não é o raio das laterais do impelidor).
R3 – Raio da voluta na região da lingüeta, ou raio interno do difusor.
PROBLEMA 12
Dados:
R3 = 160mm
R2 = 300/2 = 150mm
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
229
A freqüência correspondente à passagem das pás ocorre também quan-
do temos recirculação interna na descarga e cavitação clássica.
Pitch
Diâmetro (PD)
n BD
f (Hz) = fR (1 – cos )
2 PD
PETROBRAS ABASTECIMENTO
230 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Defeito na pista interna
n BD
f (Hz) = fR (1 + cos )
2 PD
Defeito na esfera
[( )]
2
n BD
f (Hz) = fR 1– cos )
2 PD
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
231
Vazão mais elevada do que a de projeto
A curva de potência de uma bomba centrífuga radial cresce com a vazão.
Portanto, se a vazão estiver acima da especificada, a bomba exigirá po-
Pense e tência maior.
Anote Na bomba de fluxo axial a potência cai com a vazão, e na de fluxo mis-
to a potência tende a se estabilizar nas vazões mais altas; portanto, não
deverá ocorre exigência de potências excessivas.
Roçamento severo
O atrito provocado pelo roçamento consome uma potência adicional.
Quando ocorre roçamento, as vibrações ficam instáveis.
Aumento da viscosidade
Com o aumento da viscosidade, o rendimento da bomba cai, aumentando a
potência consumida para fornecimento de uma mesma vazão.
QxHx␥
Pot =
274 x
Desgaste interno
O desgaste do impelidor ou da carcaça reduz o rendimento da bomba, ele-
vando a potência consumida.
Aumento da rotação
Só pode ocorrer no caso de acionadores de velocidade variável.
A potência varia com o cubo da rotação. Portanto, uma variação de 5%
na rotação aumenta em quase 16% a potência (1,053= 1,16). Nesse caso,
a vazão também deveria ter sido alterada com a rotação.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
232 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Bombas que apresentam aquecimento
no mancal
As principais causas de aquecimento dos mancais são:
✔Rolamentos danificados.
✔Contaminantes no óleo, principalmente água.
✔Desalinhamento entre os mancais da bomba, ou entre o eixo da bom-
ba e do acionador.
✔Forças hidráulicas radiais, ou axiais elevadas.
✔Nível alto de óleo nos rolamentos.
✔Quantidade de óleo insuficiente chegando aos mancais.
✔Óleo com viscosidade inadequada.
✔Graxa em excesso na caixa de mancais.
✔Carga demasiadamente baixa no rolamento.
✔Bomba operando com alta vibração.
✔Tolerâncias do eixo ou da caixa fora do recomendado.
✔Linha de sucção não adequada no caso de bombas de dupla sucção,
que irão gerar esforços axiais elevados (ver Figura 154).
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
233
Bombas que apresentam pressão elevada na sucção são sempre candi-
datas a elevados esforços axiais e, conseqüentemente, altas temperaturas
nos mancais. Alterando o diâmetro dos anéis de desgaste, podemos redu-
Pense e zir o esforço axial e reduzir a temperatura, desde que seja o empuxo axial
Anote o responsável pelo aquecimento.
As bombas de carcaça que operam com simples voluta e fora da vazão
de projeto (BEP) também podem ter problemas de temperatura nos man-
cais devido ao aumento dos esforços radiais.
As bombas que utilizam impelidor com dupla sucção, caso tenham
uma curva na tubulação de sucção próxima à bomba, devem ter essa cur-
va perpendicular ao eixo. Se a curva ficar paralela ao eixo, a força centrífu-
ga fará com que o líquido preferencialmente vá mais para o lado externo,
o que provoca diferença de vazões em cada lado do impelidor, afetando o
balanceamento axial (Figura 145). Algumas vezes, esse esforço axial é tão
grande que dá para observar visualmente a movimentação de alguns mi-
límetros do eixo da bomba, juntamente com seu mancal.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
234 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Dados práticos
Apresentamos a seguir algumas recomendações relativas à manutenção
das bombas.
TABELA 29
TOLERÂNCIAS RECOMENDADAS
Local Ajuste
Acoplamento/eixo H7 / j6
Impelidor/eixo H7 /g6
Luva espaçadora/eixo H7 / g6
Rolamento/eixo – / k6
Alojamento rolamento/rolamento H6 / –
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
235
TABELA 30
Diâmetro (mm) H6 H7 f7 g6 h6 j6 k6 m6
>10 a 18 Máx. +11 +18 –16 –6 0 +8 +12 +18
Pense e Anote Mín. 0 0 –34 –17 –11 –3 +1 +7
>80 a 120 Máx. +22 +35 –36 –12 0 +13 +25 +35
>120 a 180 Máx. +25 +40 –43 –14 0 +14 +28 +40
>180 a 250 Máx. +29 +46 –50 –15 0 +16 +33 +46
>250 a 315 Máx. +32 +52 –56 –17 0 +16 +36 +52
>315 a 400 Máx. +36 +57 –62 –18 0 +18 +40 +57
>400 a 500 Máx. +40 +63 –68 –20 0 +20 +45 +63
PROBLEMA 13
temos
Máx. + 18 e Mín. + 2
PETROBRAS ABASTECIMENTO
236 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
PROBLEMA 14
Que valor devemos adotar para diâmetro interno da luva se o eixo possui
75mm diâmetro?
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
237
PROBLEMA 15
Fator de
L4 1.500 4 5,0625 12
flexibilidade = = = = 1,406 x 109 < 1,9 x 109
D2 60 2 3.600
2. Para o eixo das bombas verticais, da VS-1 até a VS-7, o API recomenda
que a excentricidade máxima seja de 40m por metro de comprimen-
to do eixo até o máximo de 80m de LTI.
A face do acoplamento das bombas verticalmente suspensas deve ficar
perpendicular ao eixo com 0,1m /mm de diâmetro da face, ou com 13m,
valendo o que for maior.
Para acionadores verticais a norma API recomenda:
FIGURA 131
CONCENTRICIDADES, EXCENTRICIDADES E
PERPENDICULARIDADES DO ACIONADOR VERTICAL
1 2
3
4 5
PETROBRAS ABASTECIMENTO
238 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
3. Para todas as bombas na caixa de selagem
FIGURA 132
CONCENTRICIDADE E PERPENDICULARIDADE
DA CAIXA DE SELAGEM
Perpendicularidade da face
LTI < 0,125mm
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
239
A RPBC utiliza as folgas e excentricidades da Figura 133 para bombas OH.
FIGURA 133
1 = 0,07mm 3 = 0,05mm
2 = 0,07mm 4 = 0,05mm
Passeio
8
radial
6
Passeio
7 axial
5
5 = 0,03mm 7 = 0,01 a 0,10mm
6 = 0,03mm 8 = 0,07mm
PETROBRAS ABASTECIMENTO
240 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
FIGURA 134
Pista externa
do rolamento
Eixo
ra < r rg < r
h r h r
ra rg
mín. r mín. r t
mín.
mín.
b
Teste hidrostático
Quando a carcaça ou a caixa de selagem necessitarem de teste hidrostáti-
co para confirmar sua resistência, ele deve ser realizado com 1,5 vez a
pressão de projeto. A pressão de trabalho não é considerada para esses
casos. Verificar se a classe de pressão do flange de sucção pode ser subme-
tida a essa pressão de teste. A pressão de projeto da carcaça pode ser ob-
tida na folha de dados da bomba.
Balanceamento
O API 610 – 9a edição recomenda balancear os componentes (impelidor,
tambor de balanceamento, indutor de NPSH e partes rotativas maiores)
com grau 2.5 da ISO 1940-1 ou com desbalanceamento residual de 7gmm,
o que for maior.
Os valores do desbalanceamento residual podem ser calculados por:
10.000 x G x M
desbalanceamento (g) =
NxR
G – Grau de balanceamento
M – Massa da peça em kg
N – Rotação em rpm
R – Raio de correção da massa em mm
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
241
PROBLEMA 16
M – 10kg
Pense e Anote G – 2,5 pelo API
N – 1.800rpm
D – 200mm
R – D = 200 = 100mm
2 2
BALANCEAMENTO EM 1 OU 2 PLANOS
B B B
D D D B
D
6 Balancear em 1 plano
B
D
6 Balancear em 2 planos
B
PETROBRAS ABASTECIMENTO
242 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
No balanceamento dos conjuntos
rotativos, usar:
GRAU G-2.5
Bombas abaixo de 3.800rpm ou acima de 3.800rpm
e com peças montadas com folga.
GRAU G-1.0
Bombas acima de 3.800rpm e com peças montadas
com interferência.
Guias
A caixa de selagem é montada guiada na carcaça. Com o passar do tempo,
ocorre um envelhecimento dos materiais fundidos, ocasionando um rela-
xamento de tensões, o que gera deformações nas guias. É comum ver so-
licitações para recuperação dos diâmetros dessas guias, onde normalmente
são colocados 3 ou 4 pingos de solda, que são usinados para “recuperar”
a folga recomendada. Na maioria das vezes, essa correção é desnecessá-
ria, sendo resultado de medições não consistentes devido às deformações.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
243
FIGURA 136
PARAFUSO QUEBRA-JUNTA
Pense e
Anote Carcaça Caixa de
selagem
Parafuso
quebra-junta
NÃO ADEQUADO
CORRETO CORRETO
Anéis de desgaste
Usar preferencialmente nos anéis de desgaste as folgas recomendadas
pelos fabricantes. Na falta delas, a norma API 610 – 9a edição, recomenda
como folga mínima entre partes girantes os seguintes valores:
PETROBRAS ABASTECIMENTO
244 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
TABELA 32
Para materiais não metálicos (por exemplo, PEEK), com baixa ou ne-
nhuma tendência de agarramento, os fornecedores poderão propor folgas
inferiores às citadas na Tabela 32. Nesse tipo de aplicação, normalmente,
um dos anéis é não metálico e o outro de AISI 410/420 endurecido, ou de
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
245
AISI 316 revestido de material duro. De modo geral, a folga com esse
material costuma ser de 50% da folga mínima recomendada pelo API.
Galling é a tendência que alguns materiais apresentam de agarramen-
Pense e to (trancamento, travamento) ao serem movimentados com contato en-
Anote tre suas superfícies. Os materiais diferentes e os de alta dureza possuem
menor tendência de agarramento.
Por causa dessa tendência, quando os anéis de desgaste da bomba são
de AISI 304 ou de AISI 316, é usual escolher um deles e fazer um revesti-
mento de algum material endurecido como carbeto de tungstênio, Stelli-
te, ou Colmonoy com uma profundidade de 0,8mm na superfície que even-
tualmente possa ter contato. O ideal é revestir a superfície do anel estaci-
onário por ser o mais difícil de substituir, deixando o anel rotativo (o do
impelidor) com o material básico. Se isso não for possível, aumentar as
folgas para evitar o contato desses materiais.
A diferença de dureza entre as superfícies de contato deve ser no míni-
mo de 50BHN, a menos que ambas as superfícies, a estacionária e a rota-
tiva, tenham dureza superior a 400BHN.
A fixação do anel de desgaste pode ser por interferência com pinos de
travamento, parafusos axiais ou radiais, ou pontos de solda.
Embora a norma API 610 considere essas folgas mínimas para separar
as superfícies rotativas das estacionárias, as folgas entre o tambor de ba-
lanceamento e de sua bucha costumam ter valores inferiores aos da tabe-
la. Nesse caso, seguir a recomendação do fabricante.
A folga máxima admissível para os anéis de desgaste é normalmente
de 1,5 a 2 vezes a folga citada pelo API. Em alguns tipos de bomba, como
no caso das de dois estágios em balanço (OH), o dobro da folga pode
levar a vibrações altas. Temos também que folgas grandes aumentam a
fuga de líquido da descarga para a sucção, o que leva a um gasto maior
de energia.
PROBLEMA 17
PETROBRAS ABASTECIMENTO
246 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Como o material AISI 316 sem revestimento tem tendência ao agarra-
mento, acrescentar 0,12mm. Como a temperatura de bombeamento é
maior que 260ºC, acrescentar 0,12mm.
Impelidor
Para reduzir estoques, é usual adquirir os impelidores no seu diâmetro
máximo. Nesse caso, pode ser necessário adequar seu diâmetro na hora da
substituição. Na Figura 137, são mostradas algumas recomendações bási-
cas sobre o corte do impelidor. Nas bombas com difusor, o corte do impe-
lidor deve ser realizado somente nas pás, deixando intactas suas laterais
(Figura 137 C). Assim, o líquido que sai do impelidor fica guiado até a entra-
da da voluta. Nas bombas com carcaça em voluta, não há ganho com esse
tipo de corte; portanto, ele deve ser total tanto nos discos como nas pás (Fi-
gura 137 A e B). Alguns fabricantes utilizam o corte oblíquo do impelidor em
bombas com difusor ou de dupla sucção. Nesse caso, para efeito de cálculos,
usar o diâmetro médio do corte do diâmetro D (ver Figura 137 D e E). Quan-
do o fabricante envia o rotor com esse tipo de corte, ele deve ser mantido
porque leva a uma maior estabilidade da curva da bomba. Com a utilização
de uma ponta montada, podemos desbastar o impelidor e ganhar em al-
gumas características interessantes no funcionamento da bomba.
FIGURA 137
D2 D1 D2 D1
D2 D1
A B C
D2 D1 D2
D1
D D D1 + D2
D=
2
D E
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
247
Quanto mais lisas as superfícies internas do impelidor, maior o seu
rendimento, o que pode ser obtido por meio do esmerilhamento das irre-
gularidades da fundição nos impelidores de maior porte. Nos de tamanho
reduzido, esse acabamento fica mais difícil pela falta de acesso.
Pense e Anote
Melhoria de desempenho da bomba
Por meio do esmerilhamento do impelidor, tornando-o mais liso, afinan-
do suas paredes ou modificando o perfil da lingüeta da voluta, é possível
obter ganhos de rendimento, de vazão e da AMT.
FIGURA 138
Espessura
Espessura normal original
Esmerilhar
Largura
Largura nova original de saída
Estreitamento
máximo
Deixar no
mínimo 2mm
Com estreitamento
AMT ou head e rendimento
Sem estreitamento
Ponto de maior
eficiência (BEP)
Vazão
PETROBRAS ABASTECIMENTO
248 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Para aumentar a AMT (pressão de descarga) em até 5%, podemos alar-
gar a passagem de saída do impelidor por meio da redução da espessura
das pás. Manter uma espessura mínima para evitar que a pá venha a que-
brar. Junto com o aumento de AMT, a vazão e o rendimento da bomba
aumentarão e o BEP será deslocado um pouco para a direita, conforme
pode ser visto na Figura 138.
FIGURA 139
Arredondar
e aumentar
a área de
entrada do
impelidor
Aguçar e
dar bom
acabamento
à entrada
das palhetas
FIGURA 140
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
249
Anel pescador
É importante que seja fabricado com material que não solte limalhas, uma
vez que pode roçar lateralmente.
Pense e Se estiver ovalizado, pode não girar com o eixo e prejudicar a lubrificação.
Anote Se o nível de óleo estiver muito alto, pode impedir a rotação do anel e,
se estiver baixo, pode não arrastar a quantidade de óleo necessária para a
lubrificação adequada do mancal. Devemos seguir a recomendação do
fabricante.
É comum as caixas de mancais com anel pescador possuírem sobre ele
uma oleadeira ou um bujão roscado que, uma vez aberto, permite verifi-
car se o anel está girando com o eixo.
Devemos ter cuidado com equipamentos que ficam na reserva giran-
do em baixa rotação, como no caso de turbinas a vapor e de bombas aci-
onadas por elas, uma vez que, abaixo de 400/500rpm, geralmente, os anéis
não giram, o que levaria à falha do mancal. Nesse caso, é interessante
determinar a rotação mínima que garanta o giro do anel pescador, colo-
car cerca de 100rpm adicionais, fixando esta rotação como a mínima de
operação.
FIGURA 141
Mancais de rolamentos
Durante a montagem, se necessário, use um martelo macio (de bronze
ou de uretano) para bater no eixo. Como a área de apoio de uma esfera é
mínima, qualquer força exercida gerará uma pressão elevada (Pressão =
Força/Área) e, como não temos lubrificação, marcará a pista do rolamen-
to, abreviando sua vida consideravelmente.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
250 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
O consultor Heinz Bloch costuma avaliar a qualidade da
manutenção de uma unidade examinando as mossas nos
acoplamentos e nas pontas de eixo. Quanto maior a
quantidade de mossas, pior a qualidade.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
251
FIGURA 142
FIGURA 143
PETROBRAS ABASTECIMENTO
252 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
de modo que, ao encostar um rolamento no outro, somente as pistas
externas se tocam, ficando uma folga pequena entre as pistas internas.
Esta folga só é eliminada com o aperto da porca do rolamento. Nessa
condição, a folga das esferas nas pistas assume o valor ideal para supor-
tar a carga axial e radial.
Mancais de deslizamento
As folgas dos mancais de deslizamento são fornecidas nos catálogos dos
fabricantes, ou como folgas radiais ou como diametrais. As folgas diame-
trais são o dobro das radiais. O melhor método de medição de folga nes-
se tipo de mancal é o com uso de Plastigage. Trata-se de um filamento
plástico que, ao ser deformado, adquire uma largura proporcional à folga.
Depois de deformado, basta comparar sua espessura com uma escala na
própria embalagem para saber a folga.
Nunca devemos passar lixa em mancais de deslizamento. A areia pene-
tra no metal patente e funciona como uma ferramenta de usinagem para
o eixo. Se necessitar remover alguma parte riscada ou danificada, utilize
uma rasquete.
FIGURA 144
Folga Folga
radial diametral
mm In
Folga diametral normal dos mancais = 0,07 + 0,001x D(mm) 0,003 + 0,001 x D (in)
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
253
EXEMPLO
Tubulação de sucção
A tubulação de sucção deve ser projetada para evitar pontos altos que
possam acumular gases no seu interior, o que prejudica o fluxo do líqui-
do. A bolha acumulada também pode soltar-se repentinamente, causan-
do problemas no bombeamento. Por esse motivo, a tubulação de sucção
deve sempre ser ascendente ou descendente.
Pelo mesmo motivo citado, as reduções devem ser excêntricas. A posi-
ção do lado plano vai depender da orientação da tubulação de sucção. Caso
a mesma venha reta, ou da parte de baixo da bomba, o lado plano deve
ficar para cima. Caso a tubulação venha de cima, o lado plano deve ficar
na parte inferior.
FIGURA 145
A B C
Plana no topo
Nas bombas com impelidor de dupla sucção, caso tenhamos uma cur-
va próxima à bomba, ela deve ser perpendicular ao eixo, conforme pode
ser verificado nas Figuras 145A e 145B. Se for paralela, teremos fluxo pre-
ferencial para um dos lados do impelidor devido à força centrífuga na curva
(ver Figura 145C), gerando um elevado empuxo axial, o que leva à falha
prematura do mancal.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
254 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
FIGURA 146
L 7D D
Zona de vórtices
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
255
Pense e Anote
Bombas de
deslocamento positivo
ou volumétricas
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
257
TABELA 147
Anote
Válvula de
segurança
Bomba
volumétrica
PETROBRAS ABASTECIMENTO
258 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
do pistão, temos de levar em conta no cálculo do NPSH disponível a parce-
la de energia correspondente à aceleração do líquido, subtraindo-a.
Como muitas bombas de deslocamento positivo trabalham com pres-
sões negativas na sucção, devemos ter cuidado com a entrada de ar pelas
juntas da tubulação de sucção, o que leva a uma perda de desempenho.
Bombas alternativas
As bombas alternativas fornecem a energia ao líquido por meio do deslo-
camento linear de um pistão, de um êmbolo ou de um diafragma.
Essas bombas são ditas de simples efeito quando bombeiam apenas num
dos sentidos do curso, e de duplo efeito quando bombeiam nos dois sentidos.
9 6 10 5 4 3 2
1. Carter
2. Eixo de manivela
3. Biela
4. Cruzela
5. Haste
6. Camisa
7. Cilindro
8. Pistão
9. Válvula
10. Anel de vedação
8 7
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
259
FIGURA 149
Válvula
corrediça
FIGURA 150
Exaustão
Válvula
Câmara de distribuidora
entrada de vapor de vapor
Entrada Exaustão
de vapor de vapor
Pistão
Sentido do
movimento de êmbolo
Exaustão
Válvula
distribuidora
de vapor
Exaustão Entrada
de vapor de vapor
Sentido do
movimento de êmbolo
Pistão
PETROBRAS ABASTECIMENTO
260 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
A bomba alternativa acionada a vapor possui dois cilindros em linha.
Um é o cilindro de vapor, que é o acionador. O outro é o cilindro do pro-
duto que será bombeado. Esses cilindros possuem seus pistões interliga-
dos por hastes, movendo-os solidários.
O cilindro de vapor possui uma válvula corrediça de distribuição de
vapor, comandada por um sistema de alavancas interligadas à haste da
bomba. Vamos acompanhar o funcionamento pelas Figuras 149 e 150.
Inicialmente, a válvula corrediça alimenta de vapor o lado esquerdo do
cilindro e abre o lado direito para a exaustão, fazendo com que o pistão e a
haste se desloquem para a direita. Quando o pistão de vapor chega ao final
do curso, a válvula corrediça está na posição da figura da direita, fazendo a
inversão das aberturas, e passa a admitir vapor do lado direito do cilindro
e a fazer a exaustão no lado esquerdo. Com isso, o pistão irá mover-se para
a esquerda. Ao chegar ao final desse curso, torna a inverter o movimento.
Assim, o vapor gera um movimento contínuo alternativo. O pistão da
bomba, que está interligado ao de vapor, aspira o produto de um dos lados
e empurra o produto pela válvula de descarga do outro. Ao chegar ao final do
curso, ele inverte. O cilindro mostrado é de duplo efeito e trabalha nos dois
sentidos. Tanto as válvulas de sucção quanto as válvulas de descarga traba-
lham com molas. A sua abertura é realizada pelo diferencial de pressão.
Para controlar a vazão na bomba acionada a vapor, temos de controlar
a quantidade de vapor admitida na bomba. Quanto maior a vazão de va-
por, maior a velocidade de deslocamento do pistão, ou seja, maior o nú-
mero de ciclos executados por minuto.
Devemos sempre garantir que esteja chegando líquido na admissão da bom-
ba alternativa acionada a vapor. Se ocorrer falta de produto na sucção ou a sua
vaporização, a bomba tenderá a disparar, já que a quantidade de vapor forne-
cida será a mesma de quando a bomba estava com carga. A bomba, em vez de
líquido, estará bombeando ar ou gases, os quais demandam bem menos po-
tência. Essa situação, geralmente, leva a bomba a disparar, com vibrações que
acabam por afrouxar partes roscadas, podendo vir a quebrar a bomba.
Bombas de diafragma
As bombas de diafragma disponíveis podem ter diversas configurações.
Vejamos o funcionamento da bomba de diafragma, lado esquerdo da
Figura 151.
Temos dois ciclos: admissão e descarga. Inicialmente, o ar comprimi-
do é admitido na parte inferior do pistão, fazendo com que ele suba, le-
vando junto o diafragma. O vácuo então formado na câmara abre a válvu-
la de sucção e fecha a de descarga do produto. À medida que o diafragma
vai subindo, o líquido vai enchendo a câmara da bomba. Ao atingir o pon-
to superior, termina o ciclo de admissão e começa o de descarga.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
261
Assim que o líquido parar de ser admitido, a esfera da válvula cai e
bloqueia a sucção. O ar comprimido que era direcionado para o cilindro é
desviado para a parte superior do diafragma. O diafragma começa a des-
cer, arrastando com ele o pistão. O líquido começa a ser pressurizado e a
deslocar-se, abrindo a válvula de descarga e permitindo o escoamento do
Pense e Anote produto. Quando o diafragma chegar ao seu ponto inferior, termina o ci-
clo de descarga e tem início um novo ciclo de admissão. A bomba de dia-
fragma descrita é acionada por um cilindro de ar, mas existem outros
modelos acionados por outros sistemas, como o de biela/manivela.
FIGURA 151
Bomba de diafragma
A B
Pistão
Válvula de
descarga
Câmara
Válvula de
sucção
Duplo diafragma
PETROBRAS ABASTECIMENTO
262 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Algumas bombas, que trabalham com fluidos agressivos, usam dois dia-
fragmas em série com óleo entre eles, evitando assim que ocorra conta-
minação caso o diafragma venha a romper.
A vazão fornecida pelas bombas de deslocamento positivo é pulsante.
Ela é máxima, quando o cilindro está no meio do curso, e mínima (zero),
quando está no início ou final do curso. Variando a vazão, a pressão tam-
bém sofrerá variação. Para uma mesma rotação, quanto maior o número
de cilindros, menor a pulsação de pressão e de vazão. Quando a pulsação
puder trazer algum problema, é usual colocar um amortecedor de pulsa-
ção na linha de descarga da bomba alternativa. Esses amortecedores po-
dem ser de diafragma, de bexiga ou de pistão.
FIGURA 152
Vazão
Vazão da bomba
alternativa simplex
Tempo de simples efeito
Vazão
Vazão da bomba
alternativa simplex
Tempo de duplo efeito
Bombas rotativas
As bombas rotativas fornecem energia ao líquido por meio de um elemen-
to rotativo. A rotação visa apenas deslocar o líquido e não acelerá-lo. Como
toda bomba de deslocamento positivo, as rotativas também aprisionam o
líquido em uma câmara na região de sucção e, por meio de rotação, em-
purram o líquido para a descarga.
Esse tipo de bomba não necessita de válvulas para o seu funcionamen-
to. Nas alternativas puras, é indispensável o uso de válvulas na entrada e
na descarga da bomba.
As bombas rotativas possuem folgas entre o elemento girante e o esta-
cionário, de modo que sempre temos um pequeno vazamento interno. Se
não tivéssemos as fugas, a vazão seria sempre a mesma, independente da
pressão (caso teórico). No caso real, quanto maior o diferencial de pres-
são da bomba (⌬P), maior esse vazamento e, conseqüentemente, um pouco
menor a vazão fornecida ao sistema.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
263
FIGURA 153
Vazão Vazão
Teórico Teórico
Bomba de engrenagens
As bombas de engrenagem podem ser de dois tipos: engrenagens inter-
nas e externas. As de engrenagens internas podem ser com crescente ou
sem crescente.
FIGURA 154
3 3
2 1 1 2
Engrenagens externas
PETROBRAS ABASTECIMENTO
264 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
BOMBA DE ENGRENAGENS EXTERNAS
Acompanhar o funcionamento pela Figura 154.
Ao girar, as engrenagens aprisionam o líquido que está na entrada da
bomba, região 1, entre dois dentes consecutivos e a carcaça, levando-o
para a região 2. Esse volume de líquido bloqueado vai sendo levado pelo
giro das engrenagens até chegar à região 3, onde é liberado, seja qual for
a pressão reinante na descarga. A engrenagem continuará girando e che-
gará à região 4, onde os dentes se engrenam, impedindo o retorno do lí-
quido para a sucção. As duas engrenagens, cada uma girando num senti-
do, bombeiam simultaneamente.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
265
vai girando, o líquido vai sendo deslocado axialmente, da sucção para
a descarga. Os fusos se engrenam vedando e impedindo o retorno do
líquido.
Pense e A vazão é contínua, logo, não temos pulsação de pressão.
Anote Algumas dessas bombas possuem uma válvula de alívio (segurança)
interna.
FIGURA 155
Entrada Saída
Eixo motriz
Mancal
externo
Selagem
Fusos temperados
Pistão de balanço
Tampa do balanço
Camisa dos rotores
Câmara de empuxo
ligada à descarga
FIGURA 156
Fuso
conduzido Saída Selagem
Mancal Engrenagens
de sincronismo
Fuso
motor
Entrada
PETROBRAS ABASTECIMENTO
266 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Bombas de palhetas
A bomba de palhetas, Figura 157, possui um rotor que gira excentricamen-
te com a carcaça. Nesse rotor, ficam alojadas diversas palhetas que, pela
força centrífuga ou por meio de molas, são expelidas, mantendo contato
com a carcaça. Na região de sucção, a carcaça possui um rebaixo para per-
mitir a entrada do líquido. Como o rotor é montado excêntrico com a
carcaça, na sucção, as pás consecutivas formam uma câmara com a carca-
ça, onde cabe um determinado volume.
O rotor, ao girar, bloqueia o líquido nessas câmaras, deslocando-o até
chegar à região da descarga. Devido à excentricidade do rotor, o volume
da câmara fica praticamente nulo nessa região, obrigando o líquido a sair
pela descarga da bomba.
Com rotação alta, esse tipo de bomba não apresenta pulsação de va-
zão nem de pressão.
FIGURA 157
BOMBAS DE PALHETAS
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
267
FIGURA 158
Estator
Caixa de mancais
Bomba de lóbulos
As bombas de lóbulos possuem dois rotores que giram em sentido con-
trário dentro da carcaça. Pelo seu formato, ao girarem, aprisionam na
sucção um volume de líquido entre seus lóbulos e a carcaça, volume esse
que é deslocado e liberado na descarga. Os rotores estão sempre em con-
tato na parte central, fazendo a vedação. Existem bombas de um, dois,
três e cinco lóbulos.
FIGURA 159
PETROBRAS ABASTECIMENTO
268 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Bomba peristáltica
Essa bomba é formada por um tubo flexível, montado sob a forma de U. Um
ou mais roletes giratórios ou excêntricos passam espremendo o tubo, deslo-
cando o líquido da sucção para a descarga. É uma bomba bastante simples e
que não precisa de selagem. A única parte que entra em contato com o líqui-
do é o tubo flexível. Seu principal desgaste ocorre no tubo flexível.
FIGURA 160
BOMBA PERISTÁLTICA
Tubo em U
flexível
Excêntrico
giratório
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
269
FIGURA 162
Dispositivo
Prato da de retorno
válvula com mola
Saída
Bucha
Mola
BLOCO DO CILINDRO
Peça que gira junto com o eixo e possui diversos furos em que se alojarão
os pistões axiais. É conectado ao eixo através de estrias.
PISTÕES
PLACA OSCILANTE
Ela pode oscilar em torno do eixo sobre uma junta esférica. Os pistões são
articulados com essa placa.
EIXO
PETROBRAS ABASTECIMENTO
270 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
PRATO D
PRAT A VÁL
DA VUL
VULA
VÁLVUL
VULA
Princípio de funcionamento
O eixo, a placa oscilante e o bloco do cilindro, juntamente com os pis-
tões, giram solidários. A placa oscilante permanece com uma determina-
da inclinação ajustada e é livre girar no seu plano.
À medida que o bloco de cilindros gira com o eixo, os pistões fazem
um movimento alternativo nos seus furos.
As portas de entrada e de saída do líquido são arranjadas de tal modo
que os pistões passam na entrada quando estão sendo recolhidos e pas-
sam na saída quando estão sendo empurrados.
O volume deslocado depende do diâmetro, do número de pistões e do
seu curso. O curso depende do ângulo de ajuste da placa oscilante.
A variação do curso do pistão é possível pela mudança do ângulo da placa
oscilante. Isso é feito por meio de um dispositivo de posicionamento angu-
lar da placa. O ângulo pode ser modificado manualmente por meio de um
parafuso de ajuste ou de uma linha-piloto (linha pressurizada). Batentes são
providos para as posições de curso máximo e mínimo.
Bomba de palheta externa Bomba de pás flexíveis Bomba com came e pistão
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
271
A bomba de palheta externa possui uma peça rotativa elítica, que é a
Anote lar e, com o giro, vai sendo deslocado da sucção para a descarga. A palhe-
ta impede o retorno do líquido para a sucção, obrigando-o a sair pela
descarga.
A bomba de pás flexíveis usa a deformação das pás para realizar o bom-
beamento.
A bomba de came e pistão funciona pelo movimento de um cilindro
que gira excentricamente e em contato com um cilindro maior. O cilindro
menor é guiado por uma haste cilíndrica (pistão) que trabalha numa bu-
cha esférica.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
272 Manutenção e Reparo de Bombas
Pense e Anote
Bombas
centrífugas
especiais
Auto-escovante
Submersa
Vortex
PETROBRAS ABASTECIMENTO
Manutenção e Reparo de Bombas
273
Bomba auto-escorvante
Essa bomba possui na frente de seu impelidor uma câmara com uma vál-
vula de retenção. Quando a bomba é desligada, o líquido fica retido nessa
Pense e câmara. Na próxima partida, não será necessário escorvá-la.
Anote
Bomba submersa
É uma bomba centrífuga tipo canned. A maioria das vezes esse tipo de
bomba é montado com mangueiras flexíveis. É muito usada para esgota-
mentos de poços e de valas.
PETROBRAS ABASTECIMENTO
274 Manutenção e Reparo de Bombas
Referências bibliográficas
0 : centrifugal pumps for petro-
AMERICAN PETROLEUM INSTITUTE. API 610
leum, petrochemical and natural gas industries. 9.ed. Washington: 2003.
MATTOS, E. E.; FALCO R. Bombas industriais. 2.ed. Rio de Janeiro: Inter-
ciência, 1998.
NELSON, W. E. Understanding pump cavitation. Chemical Processing. fev.
de 1997.
NSK. NSK Rolamentos - Motion Control NSK. São Paulo: 2002.
SKF. Catálogo 4000P Reg. 47-6100-1990-09. Torino: 1990.
SULZER BROTHERS LTD. Centrifugal pumps handbook. Winterthur: 1989.
WORTHINGTON. PSI pump selection for industry. Nova York: [19 —]
SENAI / RJ
PRODUZIDO PELA DIRETORIA DE EDUCAÇÃO