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O Projeto de Lei do Senado Nº 268/2002 (PLC nº 7.

703-C/2006), que institui o Ato


Médico, já sofreu algumas modificações ao longo de sua tramitação no Congresso
Nacional, mas ainda condiciona à autorização do médico o acesso aos serviços de saúde
e estabelece uma hierarquia entre a medicina e as demais profissões da área.

O Conselho Federal de Medicina - CFM afirma que a medicina precisa regulamentar o


exercício de suas práticas profissionais, utilizando o argumento histórico de que há dois
mil anos não existia um rol de profissões ligadas à saúde, ficando todo diagnóstico e
prevenção sob controle dos médicos, num claro objetivo de retomar o controle do
mercado.

Em campanha contra essa proposta e trabalhando com base no princípio da


multidisciplinaridade na promoção da saúde, adotado pelo SUS - Sistema Único de
Saúde, profissionais de diferentes categorias da área de saúde defendem que o CFM se
volte para o campo democrático do debate e trate o assunto com uma visão menos
corporativista, na tentativa de ampliar a discussão para melhorar o atendimento aos
cidadãos. Os médicos podem e devem trabalhar a regulamentação de sua profissão,
como forma de a sociedade reconhecer a competência específica desses profissionais,
mas não em detrimento de qualquer outra profissão na área da saúde.

O texto atual do PL propõe o retorno a um modelo falido de atenção à saúde, centrado


no atendimento clínico, individual, medicamentoso e hospitalocêntrico, o qual não
encontra respaldo nem nos organismos internacionais de saúde nem na legislação
brasileira, que se valem de um conceito ampliado de saúde e de cuidados.

A discussão envolve todos os profissionais de saúde. A luta tem de ser a favor de ações
de saúde que possam tornar o atendimento mais democrático, amplo e eficaz. Os
Conselhos permanecem em constante campanha contra o projeto do Ato Médico,
demonstrando que o conceito de saúde é muito mais amplo do que apenas o de ausência
de doença.

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