• Um homem tinha nascido com um defeito na perna o que fazia
com que coxeara. Para se apoiar, quando caminhava, usava uma vara, galho de medida perfeita para sua altura e que tinha sido única herança de sua mãe. Muitos falavam que aquela vara, mágica, representava à morte, e isto era possível já que sua mãe havia sido uma conhecida feiticeira. O homem sabia que nunca poderia se desfazer do bastão devido a que temia cair, além do mais, era uma pessoa de pouca auto-estima. • Um tarde, viajando a pé até a aldeia próxima onde morava a irmã dele, foi obrigado a deter-se na metade do caminho e proteger-se da chuva dentro de uma caverna. O inverno tinha chegado há uns dias. Quando esteve lá dentro, sentiu como seus músculos arrefeciam e pensou então em acender um fogo para se aquecer, mas nada havia por perto para queimar. Supôs que, de não parar a chuva, teria que permanecer ali a noite inteira até o dia seguinte e ficar a mercê do frio e da escuridão. Então decidiu que a única coisa que tinha e que poderia servir para seu propósito era aquela vara. E não demorou mais, quebrou o pau em vários pedaços e jogou no fogo, que cintilava com umas poucas palhas secas. Foi ali quando o homem, sem saber, matou sua própria morte. • O dia seguinte o descobriu feito uma criança recém nascida que chorava no momento em que passou a caravana de mercadores e com eles uma mulher que escutou o pranto. Ela abrigou o menino em braços e o amou para sempre como se fosse o próprio filho. • Aquela mulher, dizem, ganhava a vida entalhando bengalas de madeira.