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22 Mrsèvlas na Presente.

Riqueza do Poss1ve1
destinados a motoristas, eletrotécrricos e fabricantes de pecas japoneses,
7,5% aos estilistas alemães, 4% estão em Taiwan, Singapura e no Japão para
pequenos componentes, 3% na Grã—Bretanlra, na Irlanda ou em Barbados
para os serviços de informática e de marketing.
3. 0 f1m do naC1OnaI1SmO ecOnOm1CO
A finna é uma rede transnacional e seu centro de coordenação e de
decisão estratégica só tem nacionalidade na aparência, por suas origens.
Sua sede social pode situar-se em qualquer lugar. Pelo jogo dos preços de
transferência, ela realiza seus lucros ali onde paga menos impostos, ou
simplesmente não paga imposto algum. Ela negocia de potência a potência
com os Estados nacionais, coloca-os em concorrência e implanta suas
unidades de produção ali onde obtém as subvenções e os descontos fiscais
mais vantajosos, as melhores infraestruturas, uma mão de obra disciplinada
e barata. Assegura para si mesma, assim, rnna espécie de exterritorialidade,
despossuirrdo o Estado nacional desse atributo da soberania que é o poder
de cobrar o imposto, fixando suas taxas. "0 capital é doravante o único
detentor da soberania, escreve Marco Revelli, capaz de decidir diretamente,
por um ato régio, o destino das nações" e de "ditar suas próprias regras ao
antigo soberano"!
Nunca antes o capitalismo conseguira emancipar—se tão comple-
tamente do poder político. Mas é preciso acrescentar que os Estados que o
capitalismo domina são os Estados nacionais. E que ele só conseguiu
dominá―los substituindo-os por um Estado supranacional, onipresente, com
suas próprias instituições, aparelhos e redes de influência. Estas instituições,
já se terá entendido, são o OMC (ex-GATI'). o FMI, o Banco Mundial, o
OCDE. São elas que formulam e impõem as leis e os regulamentos
coercitivos da livre concorrência e da livre circulação das mercadorias e
dos capitais, e que propagam o credo neoliberal segundo o qual os problemas
serão mais bem resolvidos quanto mais espaço se der à lei do mercado.
Com o Estado supranacional do capital aparece pela primeira vez um
Estado emancipado de toda territorialidade e cujo poder, ainda que imposto
do exterior aos Estados territorializados, não recria fora deles um outro
lugar do político. Ao contrário, é independente e separado da sociedade,
situado em um não―lugar de onde limita e regulamenta O poder das
sociedades de dispor de seu lugar. Sem base social nem constituição política,
4. Marco Revem. **Eeonom1a e modcllo social: na] passagao na fordismo e royotism
o",
em F. rxtgnxo e R. Rossanda,up.c11.. pp. 2l l-l3.

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