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Cerca de cinco mil habitantes residem no condomínio, construído numa área de 160
mil metros quadrados, no Parque São Vicente, em Mauá.
Em 2006, a juíza da 3.ª Vara Civil de Mauá, declarou como culpadas a fábrica Cofap, as
construtoras Soma e SQG e a prefeitura de Mauá.
O CONFLITO
Entre danos materiais e morais, a sentença definiu que cada família deveria ser
indenizada em até quatro vezes o que pagou pelo apartamento - valor que varia entre
cerca de R$ 500 mil e R$ 1,7 milhão.
Na impossibilidade de evacuar os prédios, visto que as famílias não tinham para onde
ir, várias ações de remediação do solo foram adotadas
PARTE “A”
Moradores / Proprietários – vítima de dano material (imóvel desvalorizado),
risco de problemas de saúde e novos acidentes.
Colaboradores – uma vítima fatal e uma pessoa com 40% do corpo queimado em
explosão. Riscos de problemas de saúde e novos acidentes.
PARTE “B”
COFAP (Grupo Fiat) – Causadora do dano: disposição de resíduos industriais no
terreno, entre 1972 e 1993.
Paulicoop Planejamento e Assessoria a Cooperativas S/C Ltda. – comprou o
terreno para instalação do condomínio.
Fazenda Pública do Município de Mauá (Prefeitura) - era ré por ter emitido o
alvará de autorização para a obra em terreno irregular, porém foi retirada do
processo porque as acusações prescreveram.
Administradora e Construtora Soma Ltda. - Construção do condomínio.
SQG Empreendimentos e Construções Ltda. - Construção do condomínio.
ATORES E SEUS PAPÉIS
PRESSÕES
Ministério Público do Estado de São Paulo – Promoção da Ação Civil Pública
Movimento Brasileiro Universitates Personarum JC & JC (Juventude, Comunidade,
Justiça e Cidadania) – Promoção da Ação Civil Pública
Instituto de Defesa da Cidadania – Promoção da Ação Civil Pública
CEF (Caixa Econômica Federal) – Conceção do financiamento para aquisição das
unidades. Foi questionada sobre o financiamento dos imóveis em área contaminada. Esta
afirmou que "a escolha dos apartamentos não foi da Caixa, mas dos mutuários, sob o ponto
de vista documental não há vícios quanto ao imóvel e a área não é irregular.
Parlamentares - acompanhar o trabalho realizado pelo MP e pela Comissão Legislativa,
e agilizar o cumprimento da lei.
CETESB (Cia Ambiental do Estado de São Paulo) – Atua no caso à partir de 2000
(quando houve a explosão), e aplica multa na responsável pela construção (SQG
Empreendimentos), exigiu ações de monitoramento, identificação, caracterização e
remediação do solo e águas subterrâneas, bem como acompanhamento e análise do
diagnóstico de contaminação realizado pela Geoklock.
IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) – acompanhamento e avaliação do
diagnóstico das áreas de contaminação feito pela empresa Geoklock.
Geoklock – empresa contratada pela Cofap p/ realização de diagnóstico para investigar
a localização, quantidade ou concentração e a composição dos resíduos do solo, avaliar seu
potencial para fazer mal à saúde e as vias de exposição.
ESTÁGIO ATUAL
Após dez anos, o caso Barão de Mauá teve um desfecho no dia 30 de setembro de 2010.
A Câmara de Meio Ambiente do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a sentença
da juíza Maria Lucinda Costa, que condena as rés Cofap, Paulicoop, construtoras
Soma e STG por danos ambientais, que terão de pagar R$ 51 mil como indenização
para as mais de 1,7 famílias, entre moradores que já deixaram o local e moradores que
ainda residem no condomínio, mas ainda não definiu se o valor será pago por
apartamento ou por pessoa residente.
A Prefeitura de Mauá, que era ré por ter emitido o alvará de autorização para a obra
em terreno irregular, foi retirada do processo porque as acusações prescreveram.
ANÁLISE ESTRUTURAL DO CONFLITO
QUADRO DE REFERÊNCIA
Pressões Pressões
PARTE A
Depósto de lixo industrial pela Cofap; Compra do
terreno pela Policoop, construção de condomínio
Percepção: Comportamento:
impunidade, isenção de indignação, revolta,
terreno contaminado.
excluída da ação
MEDIADOR
(Poder Judiciário)
PARTE B
(Cofap, construtoras , prefeitura e cooperativa.)
EPISÓDIO
EPISÓDIO O Conflito não existiria, se as responsáveis pelo empreendimento tivessem feito a SEGUINTE
PRECE-
DENTE remediação da área contaminada, ou ainda se mesmo com o acontecimento a percepção e
comportamento das partes fossem diferentes, o resultado poderia ser outro.
ANÁLISE DIACRÔNICA DO CONFLITO
QUEBRA DA COMUNICAÇÃO
HOJE
Incompatibi-
lidade
Aprovação de
Terceiros
Simplificação
Cognitiva
Viés Perceptivo
Desaceleração
CONCLUSÃO...
“O conflito tem muitas funções positivas. Ele previne a estagnação decorrente do
equilíbrio constante da concordância, estimula o interesse e a curiosidade pelo desafio
da oposição, descobre problemas e demanda sua resolução. Funciona,
verdadeiramente, como a raiz de mudanças pessoais, grupais e
sociais”.