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Estagiárias
Amanda V. Jacques
Ana Paula M. Petry
Ana Paula S. Becker
Andressa Cesa
Professora Orientadora
Itajaí,
2010
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Estagiárias
Amanda V. Jacques
Ana Paula M. Petry
Ana Paula S. Becker
Andressa Cesa
JUNHO / 2010
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................4
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................................6
2.1 A Psicologia.........................................................................................................................6
2.1.1 A diversidade do objeto de estudo..............................................................................6
2.2 O psicólogo brasileiro: a psicologia que temos...................................................................7
2.3 Áreas de atuação................................................................................................................8
2.4 A prática psicológica na educação infantil........................................................................10
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................................52
REFERÊNCIAS.........................................................................................................................54
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1. INTRODUÇÃO
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 A Psicologia
Somente depois que as pessoas passaram a não mais poder pagar por
uma consulta com um psicólogo em seu consultório que a Psicologia passou a
reconhecer que o consultório não seria mais suficiente e que novas áreas
teriam que surgir. A partir disso, se formaram três tradicionais áreas de
especialidades: a Psicologia organizacional, clínica e escolar. Como já foi
discutido, a Psicologia é muito mais ampla que essas vertentes, possibilitando
ao profissional especializar-se ainda nas seguintes áreas: escolar ou
educacional, do trânsito, organizacional, do esporte, jurídica, clínica, hospitalar,
e Psicologia social. (ROMARO, 2006)
Psicologia Escolar ou Educacional: é o psicólogo que utiliza os
procedimentos de ensino-aprendizagem na análise e intervenção do clima
organizacional, buscando sempre a melhoria. Auxilia juntamente com uma
equipe multidisciplinar, na elaboração, avaliação, implantação de currículos,
projetos pedagógicos, e principalmente na política educacional da instituição,
desenvolvendo novos projetos educacionais. Realiza o seu trabalho com uma
equipe interdisciplinar e tenta unir o seu conhecimento com os demais
membros do grupo. Também desenvolve estudos sobre o homem e seu
ambiente físico, e sua relação com o processo de ensino-aprendizagem.
(ROMARO, 2006)
Psicologia do Trânsito: está relacionada com o estudo dos processos
psicológicos, psicossociais, e psicofísicos relacionados ao trânsito. O psicólogo
elabora e implementa ações de engenharia que relacionam-se com o tráfego,
realiza diagnósticos, além de tomar algumas ações educacionais aos vários
usuários da via (pedestres, ciclistas, condutores infratores). Este profissional
está presente nos exames psicotécnicos para indivíduos que estão tentando a
habilitação como condutores e elabora laudos, pareceres, relatórios e
pesquisas em cima de comportamentos individuais e coletivos, assim como
estuda o efeito que as drogas e bebidas alcoólicas podem causar no
comportamento dos condutores. (ROMARO, 2006)
Psicologia Organizacional: o psicólogo deste ramo atua em equipes
multiprofissionais utilizando métodos como entrevistas, testes, provas, e
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ambiente então deve ser uma condição favorável para a atividade lúdica ser
bem executada e realizada de maneira espontânea pela criança.
2.7 Psicomotricidade
constante ligação com a criança. Ao mesmo tempo em que esta ciência vai
educar os movimentos, irá favorecer o desenvolvimento das funções
intelectuais.
Portanto, no desenvolvimento global da criança é fundamental que haja
a estimulação por meio do movimento, uma vez que o emprego destas funções
psicomotoras irão lhe servir de base para a sua maturidade a fim de que
futuramente esteja preparada para escrever, ler, e falar corretamente.
(LAVOURA e WIPPEL, 2005).
Para ilustrar essa linha de pensamento, basta refletir que para chegar a
uma coordenação motora fina, necessária à construção da escrita, a criança
precisa desenvolver a motricidade ampla, organizar seu corpo, ter experiências
motoras que estruturem sua imagem e seu esquema corporal. Portanto há o
cruzamento de diferentes campos teóricos como a Psicologia e a
Psicopedagogia, onde é possível tornar efetiva a prática interdisciplinar neste
contexto de aprendizagem. Assim, de acordo com Goretti (s/d), antes de
aprender a matemática, o português e os ensinamentos formais, o corpo tem
que estar organizado, com todos os elementos psicomotores estruturados.
Pois segundo a autora, “uma criança que não consegue organizar seu corpo no
tempo e no espaço, não conseguirá sentar-se numa cadeira, concentrar-se,
segurar num lápis com firmeza e reproduzir num papel o que elaborou em
pensamento.” (p.5).
Desta forma, Molina (1988) complementa que a criança ao se confrontar
com os conflitos, cria estratégias que já dispõe para resolvê-los; assim, ao se
defrontar com os obstáculos da aprendizagem formal, o pré-escolar irá recorrer
á experiências anteriores que são basicamente psicomotoras. Desta forma, se
no lugar destas experiências, houver um “buraco”, não haverá aprendizagem.
Assim, é fundamental o professor estar oferecendo vivências motoras
adequadas ás crianças para que seu corpo vivido atue beneficamente no
processo de aprendizagem de conceitos formais e informais.
Nesse sentido, é importante refletir ao que Galvão (1995) inspirada pela
obra de Henri Wallon propôs sobre o que a postura escolar clássica gera no
sujeito em formação. Para isto, de acordo com a autora, ainda predomina no
contexto escolar uma visão academicista, ou seja, considera-se que a criança
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3. LEVANTAMENTO DE NECESSIDADES/DEMANDAS
4. MÉTODO
1ª Intervenção
Objetivo: A atividade foi realizada com o intuito das crianças adquirirem noções
corporais do seu corpo e do colega. Observando a coordenação motora fina e
esquema corporal.
Dinâmica: O papel pardo foi dado para as crianças, e em duplas uma contornou
o corpo da outra no papel. Logo em seguida cada uma cortou na forma do seu
corpo que o colega desenhou, e em seguida completou o seu próprio desenho
acrescentando boca, nariz, olhos, orelha, cabelo, braços, mãos, pernas, pés.
Após esta atividade, a criança que espontaneamente quiseram apresentar seu
desenho destacando o que mais gostava no colega teve espaço para falar.
2 ª Intervenção
mandou encostar o dedo no nariz”, essa atividade teve como objetivo observar
se as crianças fixaram as partes do corpo humano comentadas anteriormente,
além de perceber sua psicomotricidade ampla, equilíbrio e lateralidade, ainda
foi possível trabalhar as cores com esta dinâmica.
3ª Intervenção
Objetivo: Mostrar como a criança se vê, detalhando o retrato como cor dos
olhos, da pele, boca e nariz. O objetivo foi observar a percepção da criança de
como a mesma se enxerga, analisando também a motricidade fina dela.
Material: Papel sulfite para cada criança, lápis de cor, giz de cera.
4ª Intervenção
Logo em seguida foi feita uma fila atrás de uma das estagiárias e a atividade do
chefinho mandou, foi refeita agora com música, observando ritmicamente as
crianças. As mesmas deveriam imitar os movimentos que a estagiária exibiu.
5ª Intervenção
Material: Papel sulfite para cada criança, fita adesiva, cola, tesoura, lápis de
cor, giz de cera.
1ª Intervenção
Dinâmica:
• Na estratégia do “mestre manda”, os procedimentos foram: Pedir à
criança que pule três vezes com a mão nas orelhas;
Que apontem em seu corpo as partes que sugerimos por ex: aponte
onde estão o seu joelho, as suas unhas, a sua boca, etc.
2 ª Intervenção
3ª Intervenção
Dinâmica: O circuito foi proposto por nove estações. Sendo que em cada era
trabalhado conceitos específicos. Assim, para melhor compreensão do mesmo,
foi proposto por item cada etapa do circuito.
• “Estação de Aquecimento”
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• “Estação da floresta”
Nessa fase, as crianças imitaram um animal e usar a sua criatividade para isso
(podem rastejar, andar de 4, bater asas, levantar vôo, podem soltar a
imaginação e fazer movimentos para isto). Como objetivo específico pode-se
perceber a coordenação motora geral e a imagem corporal.
• “Estação da Amarelinha”
• “Estação do Desfiladeiro”
As crianças tentaram lançar uma bola pequena (do tamanho de uma de tênis)
na parede há 2m de distância, numa folha marcada com um x.
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• “Estação da corrida”
4ª Intervenção
Dinâmica: foram levados vários materiais como papel crepom, cola, cartolina,
EVA, lápis de cor, giz de cera, etc. e deixamos as crianças desenhar ou criar o
que quisessem e depois disto, pedimos a eles que colassem num papel pardo
e contassem uma história a partir do que produziram.
5ª Intervenção
bem como explorar a percepção corporal e ritmo das crianças através da letra
da música utilizada.
Dinâmica: Num primeiro momento, demos uma folha A4 branca para cada
criança com lápis de cor e canetinhas para elas desenhassem o que
quisessem, e posteriormente perguntamos á cada uma o que significava cada
desenho. Depois disto, organizamos a turma em grupos de 4 a 3 alunos e a
cada um foi dado um pouco de argila, a fim de criarem obras de arte que
depois foram colocadas em exposição para todos verem. Por fim, na dinâmica
da musicalização, uma das estagiárias levou o violão e cantou com as crianças
sentadas em roda músicas relacionadas ao esquema corporal, para que desta
forma, as crianças apontassem em seu corpo onde ficava determinada parte.
Material: Folhas brancas A4; Argila; canetas coloridas e lápis de cor e violão.
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1ª Intervenção
que este mesmo menino após pedir ajuda da estagiária conseguiu contornar os
dedos.
2 ª Intervenção
3ª Intervenção
4ª Intervenção
5ª Intervenção
1ª Intervenção
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2 ª Intervenção
espaço na folha de papel pardo das imagens, sendo que alguns desenharam
outras figuras fora do contorno do corpo humano, tendo diferentes significados.
Le Bouch (1982) nos diz que os desenhos da criança irão permitir não
somente avaliar os progressos realizados, mas também irão constituir
verdadeiros exercícios percepto-motores. Por ser uma operação ídeo-motora, o
desenho traduzirá mais ou menos fielmente, dependendo do nível de
coordenação da criança, os esquemas visuais aprendidos durante as
experiências anteriores. É importante mencionar que as crianças observadas
têm 5 anos de idade e neste ano irão completar 6. Portanto, segundo a teoria
acerca dos estágios do desenvolvimento cognitivo de Piaget, a criança com
idade aproximada entre 4 a 7 anos, é esperado que corresponda ao “estágio
pré-operacional” , o qual funciona intuitivamente e não logicamente; ou seja, o
indivíduo interpreta o mundo pela sua percepção subjetiva e egocêntrica, não
conseguindo ainda se colocar no lugar do outro nem levar em conta vários
aspectos de uma mesma situação. Nesse estágio também é esperado que a
criança desenvolva desenhos pautados no “realismo intelectual”, o qual remete
ao desenho do modelo interno e não como é visto realmente; também está
presente a visão raio-x, que seria por exemplo, pessoas através de paredes e
através do casco dos barcos desenhadas (DI LEO, 1991).
De acordo com a atividade que propomos ao grupo, foi possível
observar situações conforme as teorias citadas acima. Todas as crianças
expressaram a sua subjetividade e percepção a partir daquilo que para elas é
considerado como “cabelo, olho, mãos, boca, etc.” O que nem sempre
correspondia de como essas partes do corpo são vistas realmente. Para tanto,
é importante relacionar essas vivências com um dos conceitos estudados em
Psicomotricidade: imagem corporal; o qual remete a um dos objetivos
específicos que eram esperados nesta intervenção. Segundo Bueno (1998), a
imagem corporal é realizada dentro do conjunto de um processo simbólico [...]
expressando também, a intuição que tem do próprio corpo em relação ao
espaço dos objetos e das pessoas. Ela é constituída como uma imagem
totalizada, mas é obtida pelas experiências fragmentadas no tempo e espaço.
Nesse sentido, Tavares (2003 apud RUSSO, 2005, p.81) diz que “o conceito de
imagem corporal está vinculada ao significado dos termos imagens e corpo e
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que sua definição não é simplesmente uma questão de linguagem, tem uma
dimensão muito maior, se pensarmos na subjetividade de cada individuo.”
Estas considerações teóricas remetem que o indivíduo constrói a sua imagem
corporal, também a partir da relação com o outro; e ao que Becker (1999 apud
RUSSO, 2005 p.81) complementa: “As pessoas aprendem a avaliar seus
corpos através da interação com o ambiente, assim sua auto-imagem é
desenvolvida e reavaliada continuamente durante a vida inteira”.
No que condiz a motricidade fina, que segundo Bueno (1998), é
considerada como a capacidade de controlar os pequenos músculos para
exercícios refinados como: recorte, perfuração, colagem, encaixes,
contorno,colorir nos limites, etc. foi observado que as crianças conseguiram
atingir os respectivos objetivos da atividade ao contornar o corpo humano, mas
tiveram algumas dificuldades em colorir este mesmo corpo dentro dos limites
do tracejado. Já no que tange a lateralidade, este autor conceitua como sendo
a capacidade motora de percepção integrada dos dois lados do corpo: direito e
esquerdo. Isto é fundamental para que ocorra uma relação e orientação do
sujeito com o mundo exterior. A partir destes conceitos, pôde ser observado
que os pré-escolares de maneira geral, já possuem uma preferência por um
dos lados do corpo. Isto ficou evidente no momento em que eles desenharam e
escreveram os seus nomes no papel, optando pela mão direita ou esquerda.
Não foi verificado se alguma criança teve dificuldade neste sentido.
3ª Intervenção
na segunda etapa todos imitaram bichos porém muitos não emitiam os sons,
podemos inferir que estavam intimidados por ser uma atividade individual, na
terceira etapa que era o túnel todos passaram sem dificuldades, na quarta
etapa fizemos uma amarelinha, apenas duas crianças conseguiram pular sem
dificuldades, passar em pé por cima de um banco foi a quinta etapa, na qual a
maioria passou sem dificuldade tambem, como sexta etapa ficou a
cambalhota, que uma criança não virou, e uma teve dificuldade, porem todas
as outras passaram sem dificuldade. Foi uma manhã agitada e todos estavam
bem empolgados com a atividade, foi distribuído no fim da manha um bombom
por criança, como forma de estimular a importância de participar das
atividades, mesmo que esta não possua um vencedor.
Neste encontro foi possível perceber a interação e a disposição dos pré-
escolares na atividade inovadora que propomos a eles. Assim que demos início
aos comandos do circuito, a turma se mostrou bastante “eufórica” e na
expectativa até que chegasse a vez de cada um participar.
De acordo com os objetivos propostos, acreditamos que foi possível
satisfazê-los na medida em que se conciliou a teoria estudada com a prática
observada. Na primeira estação, onde era realizado o “aquecimento”, a maioria
das crianças mostrou uma certa dificuldade em efetuar os “polichinelos”.
Grande parte deles não conseguiu tornar efetiva esta prática, mas mostraram-
se receptivos para aprender, e desta forma muitos obtiveram êxito. Essa
atividade implica diretamente com a coordenação motora geral, ao que Bueno
(1998), menciona como sendo a possibilidade de controle dos movimentos
amplos de nosso corpo. Podendo permitir a possibilidade de contrair grupos
musculares diferentes de uma forma independente. Para isto, Alves (1981
apud BUENO, 1998), complementa que para essa coordenação ser efetiva é
necessário que haja uma perfeita harmonia de grupos musculares colocados
em movimento ou em repouso. Sua função é permitir, da forma mais eficaz e
econômica possível, movimentos que interessem á vários segmentos
corporais, como num gesto ou em uma atitude. Nesta mesma estação foi
percebido que algumas crianças obtiveram êxito quando precisaram equilibrar-
se alongando suas pernas, enquanto outras, foi preciso segurar em uma de
suas mãos a fim de equilibrar-se. Desta forma, como Bueno (1998) aponta, o
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equilíbrio estático, quando o indivíduo está, por exemplo, sobre um pé, é mais
complexo; uma vez, que exige mais concentração, sendo também, mais
abstrato. Contudo, o autor preconiza que o seu controle é importantíssimo para
a aprendizagem, sendo este conceito a base de toda a coordenação dinâmica
global.
Nas demais etapas do circuito foi observado que as crianças não tiveram
dificuldades em percorrer o “túnel fantástico” (conforme explicitado no plano de
ação), e também mostraram grande interesse em explorá-lo. Também, ao
percorrer a “estação do desfiladeiro”, que implicava elas andarem em cima de
um banco comprido, mantendo o equilíbrio e a postura, as mesmas
conseguiram atender aos objetivos propostos, diferenciando-se apenas na
forma em que andavam por cima do banco. Umas se mostravam mais
cuidadosas, andando vagarosamente, enquanto outras percorriam o trajeto
com maior velocidade. A grande maioria dos pré-escolares aos passar pela
“estação do colchonete”, conseguiu virar cambalhota; com exceção de uma
criança, que não virou cambalhota e nem se propôs a aprender quando nós
fomos ensiná-la. Assim, a mesma rolou pelos colchonetes, participando
também desta etapa da atividade. Na estação “mirando a cesta” e “tiro ao alvo”,
onde na primeira, propomos as crianças manterem-se afastadas por 2 metros
de uma caixa de papelão e lançarem uma bola de plástico mediana dentro da
caixa e a segunda atividade, das crianças manterem-se afastadas por 2 metros
da parede onde colamos uma folha com o desenho de uma bola no centro e
atirarem a bola no centro da folha com a marcação, todas se mostraram
receptivas em efetuar a tarefa e muitas conseguiram acertar a bola maior na
caixa e algumas acertaram a bola pequena (do tamanho de uma bola de tênis)
no centro marcado. Esta última tinha como objetivo observar a coordenação
visomotora dos pré-escolares, ao que Schiavo (2003) diz que: a coordenação
visomotora é a capacidade que o sujeito tem de coordenar o campo visual com
a motricidade de partes do corpo. Assim, a autora pontua que de acordo com o
tipo de movimento que é realizado esta coordenação poderá ser ampla ou
geral, quando se refere aos movimentos dos grandes segmentos do corpo
(membros superiores e inferiores). Sendo assim, um bom domínio da
coordenação visomotora favorece o desenvolvimento na leitura e na escrita.
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4ª Intervenção
seja verificar a psicomotricidade, eles nos mostram cada vez mais capacidade
para crescer e aprender em todos os aspectos da vida escolar e pessoal.
Este encontro nos proporcionou uma maior análise dos conceitos
teóricos observados na prática da vivência infantil. De acordo com os objetivos
propostos, acreditamos que foi possível observar a motricidade fina das
crianças. Para tanto, é interessante retomar os conceitos estabelecidos dentro
da Psicomotricidade no que tange a coordenação motora fina; que segundo
Lavoura (2005), é a capacidade de controlar os pequenos músculos para
exercícios refinados. Como por exemplo: colagem, recorte, encaixe, pintar com
os dedos dos pés, jogo de varetas, fazer dobraduras, dar laço e fazer um nó
simples, etc. Sendo assim, observamos que todas as crianças já sabiam
recortar e fazer colagens, sendo que algumas colocavam muita cola nas figuras
e também poucos ocupavam distribuidamente as folhas para colar as gravuras.
Nisto, pode-se elencar o conceito de organização espacial, que segundo Bueno
(1998), é a tomada de consciência da situação das coisas entre si. Sendo a
possibilidade para o sujeito de se organizar perante o mundo que o cerca, de
organizar as coisas entre si, de colocá-las em seu lugar e de movimentá-las. É
possuir a noção de direção (acima, abaixo, á frente, atrás, ao lado) e, de
distância (longe, perto, curto, comprido) em integração. Ou seja, toda a nossa
percepção do mundo é uma percepção espacial na qual o corpo é o termo de
referência. Sendo assim, é fundamental que as crianças construam fortes
alicerces nestes conceitos, tendo em vista que os mesmos irão desenvolver
habilidades que elas necessitam para o progresso de sua vida escolar; e para
que isto ocorra é necessário que haja oportunidades para que atividades assim
possam ser desenvolvidas.
5ª Intervenção
Neste dia levamos folhas sulfite, cada criança recebeu uma folha e foi
pedido para que eles desenhassem eles mesmos ou suas famílias, para ver
como eles percebiam o ser humano, sua imagem corporal. A maioria
desenhou toda sua família e outros desenharam o que tiveram vontade de
desenhar, cada um escreveu seu nome na folha e então recolhemos os
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CABRAL, A.; NICK, E. Dicionário técnico de psicologia. São Paulo: Cultrix, 2006.
GESELL, A. A Criança do 0 aos 5 Anos. 5 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
SANTOMAURO, B.; ANDRADE, L. O que não pode faltar. Nova Escola. São Paulo. n.
217, 2008. p. 49-57
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.