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PRINCÍPIOS GERAIS

DO PROCESSO DE
INCLUSÃO EM
PARAFINA
Renata Coelho Freire Batista Queiroz
Escola Técnica Federal de Saúde
2009
Introdução
A maior parte dos tecidos não pode ser
observada in vivo. Devido a esse fato,
eles devem ser submetidos ao
processamento histológico, cujas
operações têm a finalidade de transformar
as células e tecidos em preparações
destinadas ao exame microscópico.
Introdução

 As etapas do processamento histológico


desenvolvem-se em fases sucessivas, de
acordo com os princípios fundamentais da
técnica histológica.
Etapas do Processamento Histológico
Colheita do Material - Para se examinar
um tecido, é preciso, antes de tudo, retirá-
lo do organismo, morto ou vivo, isto é, por
meio de uma necrópsia ou de uma
operação cirúrgica;

Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-
86502000000100001&script=sci_arttext
Etapas do Processamento Histológico
Fixação do Material: Os tecidos, em seu
estado natural, são geralmente opacos,
moles, frágeis e sujeitos à putrefação. Uma
das maneiras de torná-los mais duros e de
retardar os efeitos post mortem do tecido
consiste em mergulhá-los em líquidos
especiais chamados fixadores.

FORMOL BOUIN
Fonte: www.lupe.com.br
Etapas do Processamento Histológico
Redução da Peça – As dimensões da peça
poderão variar de acordo com o tipo do
material a ser analisado, mas a espessura
deve ser constante, devendo variar entre 2
a 6 mm.
Cassete

Fonte: www.anatomohistologia.uns.edu.ar
Processamento Histológico
 Apesar do processo de fixação produzir um
endurecimento apreciável dos tecidos, ela é
insuficiente para permitir a execução de
cortes muito finos ao micrótomo (4 - 6 μm).

 Há duas maneiras de se endurecer mais os


tecidos: através da congelação das peças
ou pela inclusão em substâncias
suficientemente duras.
Congelação

Micrótomo de Congelação Criostato


Fonte: www.lupe.com.br
Inclusão
 Meios Aquosos – não é necessária a
desidratação de peças. Esses meios são
mais usados para pesquisas de fisiologia
celular e histoquímica e anatomia vegetal.

 Meios Anidros – os produtos de inclusão


são insolúveis em água, sendo, portanto,
imprescindível a desidratação. Impregna-
se a peça com o solvente do meio de
inclusão.
Meios de Inclusão Aquosos
 Gelatina – usada para incluir peças
delicadas. Na técnica histológica é quase
que exclusivamente usada para a técnica
de Impregnações Argênticas de Rio
Hortega, em material escasso ou friável.

 Goma Arábica Glicerinada – para


objetos duros e quitinosos, como pêlos de
mamíferos.
Meios de Inclusão Anidros
 Celoidina – É feita a impregnação a frio
das peças, constituindo o método mais
indicado para tecidos que suportam mal
elevações de temperatura.
 Por ser mais elástica que a parafina,
permite obter cortes muito grandes, por
isto ela é muito usada para o estudo
topográfico do sistema nervoso.
Meios de Inclusão Anidros
Celoidina
Meios de Inclusão Anidros

 Parafina – constitui o melhor meio de


inclusão para as colorações com
corantes naturais ou com as anilinas,
permitindo a obtenção de cortes finos,
inclusive seriados.
Meios de Inclusão Anidros
Parafina
 É bastante utilizada nos laboratórios de
histopatologia, principalmente pelo
baixo custo e rapidez no processo de
inclusão.
 A principal desvantagem da parafina
está no seu uso quando em tecidos de
difícil penetração (ossos, dentes).
Parafina
É um produto derivado dos resíduos da
destilação do petróleo. Foi descoberta em
1830 pelo alemão Carl Reichenbach.
 Como seu nome indica (latim: parum =
pouca + affinis = afim), tem pouca
afinidade química, podendo-se conservar
indefinidamente.

Fonte: www.skpro.pt
Parafina

A parafina usada em histologia é um


corpo sólido cuja temperatura de fusão
varia entre 56°C e 58°C, tornando-se um
líquido incolor nessas temperaturas e de
cor amarelada quando superaquecida.
Parafina

 Os solventes de parafina abaixam o seu


ponto de fusão e diminuem sua
consistência. À medida que a parafina
fundida se resfria, vai se solidificando,
processo caracterizado pela sua
cristalização.
Parafina
 Elaé insolúvel em água e solúvel em xilol,
toluol e benzol.

 Porser insolúvel em água, não é possível


a inclusão direta dos tecidos em parafina,
logo após a fixação. É preciso realizar
uma série de operações prévias
relacionadas às propriedades da parafina.
Preparo das Peças para Inclusão
Em Parafina

São basicamente quatro etapas para a


inclusão em parafina:
1) Desidratação
2) Diafanização
3) Impregnação pela parafina
4) Inclusão ou formação do bloco de parafina
Preparo das Peças para Inclusão
em Parafina

Manual

Automático
Desidratação

Desidratação pelo Álcool

 Sendo a parafina insolúvel em água, é


necessária a desidratação da peça, pois,
mesmo após a fixação, os tecidos retêm
cerca de 85% de líquido, em média.
Desidratação
 Durante este processo, observa-se que as
peças diminuem sensivelmente de
tamanho, devido à saída de água dos
tecidos (retração).
 Para evitar-se uma grande retração nos
tecidos, faz-se desidratação progressiva
das peças.
95° 100° 100°

70°

Fonte: www.anatomohistologia.uns.edu.ar
Desidratação

 Um tecido mal desidratado não diafaniza


bem, não deixa haver penetração
suficiente da parafina e,
conseqüentemente, não permite bons
cortes e colorações.
Para uma boa desidratação...
 Respeitar os tempos necessários para
cada peça.
 Despejar, no recipiente em que se está
depositada a peça, um álcool do qual se
conheça o número de vezes que foi
usado, e, portanto, sua real graduação.
Para uma boa desidratação...
O recipiente contendo a peça deverá ser
agitado constantemente.

O álcool deve ser renovado várias vezes


e os recipientes devem ter fundo largo,
para que o volume de água seja o menor
possível nas imediações do local onde
repousa a peça.
Desidratação
Álcool 70%............................. 1h
Álcool 95%..............................1h
Álcool 100%............................1h
Álcool 100%............................1h
Álcool 100%............................1h

Álcool 70% Álcool 95% Álcool 100% Álcool 100% Álcool 100%
60 min. 60 min. 60 min. 60min 60min
Diafanização

 Consiste em trocar por um solvente de


parafina, o álcool que impregna o objeto
desidratado.
 Esta etapa é chamada diafanização, por
produzir uma transparência nos tecidos.
 São utilizados solventes orgânicos como
xilol, benzol, toluol.
Para uma boa diafanização...
Não agitar o recipiente;
Usar recipientes estreitos;
Utilizar pelo menos 3 banhos de xilol, com
uma hora cada.

XILOL I XILOL II XILOL III

1 HORA 1 HORA
Impregnação pela Parafina
 Não pode ser feita a frio, uma vez que a
parafina é sólida à temperatura ambiente.

 Durante a impregnação, a parafina deve


ser mantida na estufa, um pouco acima de
sua temperatura de fusão, ou seja, entre
58-60°C.
Impregnação pela Parafina

 Parafacilitar a impregnação pela parafina,


convém usar o copo parafinizador, que
contêm crivos.

A última parafina a ser usada, que será


usada para a inclusão, deve ser sempre
nova.
Impregnação pela Parafina
 Parafina I ..................................1 hora
 Parafina II..................................1 hora
 Parafina III.................................1 hora

Fonte: www.anatomohistologia.uns.edu.ar
Inclusão em Parafina
A peça é retirada do banho de parafina e
levada para uma forma contendo parafina
fundida;
 Podem ser utilizados moldes de papel ou
barras de Leuckhart, que são de metal e
permitem o ajuste de acordo com o
tamanho da peça;

Fonte: www.anatomohistologia.uns.edu.ar
Inclusão em Parafina

 Cada bloco deverá conter apenas um


fragmento de tecido. Caso sejam incluídos
vários fragmentos de peça, devem ser
dispostos de acordo com a sua
consistência.
Seqüência de Inclusão

Barras de Leuckart -
duas peças metálicas A seguir, realiza-se o
que ao se unirem preenchimento do molde.
formam um prisma.

Parafina
III
Fundida

Ao se colocar as
Barras de Leuckart
sobre a placa
metálica,
forma-se um molde.
Seqüência de Inclusão
Confecção do Bloco de Parafina

Introduzir e orientar a peça Etiquetar o bloco

Antes da
completa
Pinça aquecida pelo Bico de Bunsen solidificação,
coloca-se a
identificação
Peça
da peça em uma
das bordas;

Deixar que o bloco alcance a temperatura ambiente,


para que solidifique.
Desprender o bloco do molde e deixá-lo em água à
temperatura ambiente por algumas horas. Pode-se colocá-
lo sobre o gelo ou no refrigerador.
Inclusão em Parafina

 Aparar o bloco com bisturi ou faca: apara-


se a face inferior, que será encaixada no
carro porta-objeto, e as laterais do bloco
(deixa-se em forma de paralelepípedo);
Inclusão em Parafina

Fonte: www.anatomohistologia.uns.edu.ar
ARTEFATOS DEVIDOS A
IMPREGNAÇÃO E INCLUSÃO
1) Impregnação Imperfeita da Parafina –
Morfologicamente, o tecido imperfeitamente
impregnado apresentará aspecto
semelhante ao de “terra queimada ou
seca”.

Os cortes se dispersam além do normal no


banho quente e os banhos de xilol
contraem os cortes em demasia. Estes, ao
voltarem às dimensões originais,
apresentam as rachaduras.
ARTEFATOS DEVIDOS A
IMPREGNAÇÃO E INCLUSÃO
2) Inclusão Imperfeita – se o tecido não é
prontamente transferido do recipiente de
parafina para o molde de inclusão,
aparecerão rachaduras em volta dos
tecidos.
3) Erro na Técnica de Inclusão – na
inclusão múltipla, deve-se incluir cortes de
tecido em um mesmo bloco segundo sua
densidade, para evitar que os cortes fiquem
rasgados, quando na realização da
microtomia.
Resumindo...
DESIDRATAÇÃO

DIAFANIZAÇÃO

IMPREGNAÇÃO PELA
PARAFINA

INCLUSÃO
Próximos Tópicos...

Microtomia Coloração

Montagem
das Lâminas
Questão para Revisão
Descreva detalhadamente as quatro
operações fundamentais para o processo
de inclusão em parafina.

Trazer na próxima aula!!!

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