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INTRODUÇÃO
Quando falamos em história das missões muitos sãos os nomes que nos
veem a mente. Alguns simplesmente pela nossa preferência denominacional, ou
teológica. Entretanto há alguns nomes que precisam ser lembrados independentes
destes pré-requisitos. Um destes nomes é David Brainerd.
Boyer comentando a morte de David Brainerd diz que ele findou a sua
carreira terrestre aos vinte e nove anos, entretanto, “apesar de sua grande
fraqueza física, fez mais que a maioria dos homens faz em setenta anos”.1 Já
Edwards escreveu: “Dou graças a Deus porque, pela sua providência, Brainerd
morreu em minha casa. Pois assim pude ouvir suas orações, presenciar sua
dedicação, e me sentir edificado pelo exemplo dele”.2
1
BOYER, Orlando. Heróis da fé. Rio de Janeiro: Casa Publicadora da Assembleia de Deus, 1996. p. 94.
2
Apud RAVENHILL, Leonard. Porque Tarda o Pleno Avivamento? Tradução de Myriam Talitha Lins.
Venda Nova, Editora Betânia, 1989. p. 79.
3
ROSS, Stephen. Missionary biographies. David Brainerd: Chronology of Life
Após a morte de sua mãe, mudou-se para Brainerd East Haddam onde
passou a viver com uma de suas irmãs mais velhas, Jerusa. Na idade de dezenove
anos, ele herdou uma fazenda perto de Durham, mas não aproveitar a experiência
da agricultura e assim voltou para Haddam um ano depois para se preparar para
entrar Yale. Em 12 de Julho 1739, aconteceu em sua vida uma experiência de
convers~o de “glória indizível”, que o levou a um desejo generoso de exaltar a Deus
e dedica-se as missões futuramente. Sua conversão e chamado para as missões são
descritos em seu diário com as seguintes palavras:
“Designei um dia para jejuar e orar, e passei esse dia clamando quase
incessantemente a Deus. Pedi-lhe misericórdia e que abrisse meus olhos
para a enormidade do pecado e o caminho para a vida em Jesus Cristo...
Contudo, continuei a confiar nas boas obras... Então, uma noite, andando na
roça, me foi dada uma visão da grandeza do meu pecado, parecendo-me
que a terra se abrira por debaixo de meus pés para me sepultar e que a
minha alma iria chegar ao inferno antes de eu chegar em casa...
4
SANTOS, Gilson. “David Brainerd (1718 – 1747)”. Em: Fé para Hoje, Número 29, Ano 2006, São José
dos Campos: Editora Fiel, pp. 7 - 10.
5
David Brainerd apud BOYER, Orlando. Heróis da fé. Rio de Janeiro: Casa Publicadora da Assembleia de
Deus, 1996. p. 86 – 87.
Há quem diga que ele estava sofrendo de tuberculose, doença que levaria à
sua morte sete anos depois.
O seu retorno para a Universidade de Yale, aconteceu em um período de
atrito entre os docentes e os estudantes, por causa do o entusiasmo espiritual dos
alunos, que tinha sido instigado por pregadores como George Whitefield, Tennent
Gilbert, Ebenezer Pemberton e James Davenport, que pregaram como visitantes na
Universidade.7 Tanto David Brainerd, como os demais alunos foram proibidos de
participar das reuniões ou encontro de “avivamento”. Essa proibição levou
Brainerd a criticar um dos tutores, Chauncey Whittelsey, como não tendo “mais
graça do que uma cadeira”.8 A consequência, de sua infeliz frase foi à expulsão.
Em 1742, Brainerd foi morar com o pastor Mills, de Ripton, a fim de
continuar o seus estudos para a obra do ministério. Ali passou grande parte do seu
6
David Brainerd apud BOYER, Orlando. Heróis da fé. Rio de Janeiro: Casa Publicadora da Assembleia de
Deus, 1996. p. 86 – 87.
7
Cf. PIPER, John. O sorriso escondido de Deus. O fruto da aflição na vida de John Bunyan, William
Cowper e David Braiberd. Tradução: Augustus Nicodemos. São Paulo. Shedd Publicações. 2002. 144.
tempo até passar ser licenciado para pregar nas regiões vizinhas, tarefa que fazia
normalmente a cavalo.9
Como resultado, ele ganhou a atenção de Jonathan Dickinson, um líder
presbiteriano em Nova Jersey, que tentou em vão colocá-lo de volta em Yale. Em
vez disso, foi sugerido que Brainerd dedicar-se ao trabalho missionário entre os
índios americanos, apoiado por uma sociedade Escocesa dedica à propagação do
conhecimento cristão. Ele foi aprovado para o trabalho missionário em 25 de
novembro de 1742.10 Concluído este periodo de preparação para o ministério,
Brainerd escreveu:
“Preguei o sermão de despedida ontem, à noite. Hoje, pela manhã orei em quase
todos os lugares por onde andei, e, depois de me despedir dos amigos, iniciei a
viagem para o habitat dos índios.”
Em junho de 1743, montou a sua primeira escola para os índios. Ele nomeou
seu intérprete atual, John Wauwaumpequunnaunt, como o diretor. Este novo
trabalho, trouxe-lhe grande motivação, pois entendia que era muito mais fácil
ensinar as verdades cristãs aos índios, depois de terem aprendido um pouco de
Inglês.13
“Eis-me aqui, Senhor, envia-me a mim até os confins da terra; envia-me aos
selvagens do ermo; envia-me para longe de tudo que se chama conforto da
12
EDWARDS, Jonathan. . A vida de David Brainerd. São José dos Campos: Editora Fiel, 1993. p. 51.
13
Cf. Dados biográficos disponíveis em:
<http://www.wholesomewords.org/missions/biobrainerd7.html> Acessado em 23 de Nov. 2010.
14
Ibid
15
EDWARDS, Jonathan. . A vida de David Brainerd. São José dos Campos: Editora Fiel, 1993. p. 138
16
BOYER, Orlando. Heróis da fé. Rio de Janeiro: Casa Publicadora da Assembleia de Deus, 1996. p. 86 –
87.
terra; envia-me mesmo para a morte, se for no teu serviço e para promover o
teu reino...”17
17
Ibid
18
Apud BOYER, Orlando. Heróis da fé. Rio de Janeiro: Casa Publicadora da Assembleia de Deus, 1996. p.
86 – 87.
19
Cf. Dados biográficos disponíveis em:
<http://www.wholesomewords.org/missions/biobrainerd7.html> Acessado em 23 de Nov. 2010.
20
RAVENHILL, Leonard. Porque Tarda o Pleno Avivamento? Tradução de Myriam Talitha Lins. Venda
Nova, Editora Betânia, 1989. p. 79.
21
Apud BOYER, Orlando. Heróis da fé. Rio de Janeiro: Casa Publicadora da Assembleia de Deus, 1996. p.
93, 94.
carreira terrestre aos vinte e nove anos, entretanto, “apesar de sua grande
fraqueza física, fez mais que a maioria dos homens faz em setenta anos”.22 Já
Edwards escreveu: “Dou graças a Deus porque, pela sua providência, Brainerd
morreu em minha casa. Pois assim pude ouvir suas orações, presenciar sua
dedicação, e me sentir edificado pelo exemplo dele”.23
22
Ibid p. 94.
23
Apud RAVENHILL, Leonard. Porque Tarda o Pleno Avivamento? Tradução de Myriam Talitha Lins.
Venda Nova, Editora Betânia, 1989. p. 79.
24
Apud BOYER, Orlando. Heróis da fé. Rio de Janeiro: Casa Publicadora da Assembleia de Deus, 1996. p.
94
Talvez o maior legado deixado por David Brainerd tenha sido o seu diário.
Muitos são os missionários que foram impactados por ele ao longo da história.
Homens como William Carey, Henry Martyn, Robert Mürray McCheyne, John
Wesley, Jonathan Edwards,Charles Spurgeon, Oswald Smith,Jim Elliot, citando
apenas alguns, testemunharam a grande influência da biografia de Brainerd em
suas vidas. Um biógrafo de Brainerd diz que ele “foi como uma vela que, na medida
em que se consumia, transmitia luz àqueles que estavam em trevas”25
John Piper sobre a influência de Brainerd na história das missões diz que:
“As aflições de David Brainerd nos deram um Di|rio publicado que tem
mobilizado mais missionários que qualquer outra obra semelhante. A
fornalha do sofrimento produziu o ouro da direção e inspiração para viver
a vida crist~, adorar o Deus crist~o e espalhar o evangelho crist~o”.26 “A
miséria abrasadora do isolamento e da doença de Brainerd explodiu em
missões mundiais, além de toda a imaginaç~o”.27
25
SANTOS, Gilson. “O Tom Sofrido da Voz Profética”. Em: Fé para Hoje, Número 9, Ano 2001, São José
dos Campos: Editora Fiel, pp. 13-22.
26
PIPER, John. O sorriso escondido de deus: o fruto da aflição na vida de john bunyan, william cowper e
david brainerd. São Paulo: Shedd Publicações, 2002. P. 19.
27
Ibid P. 19.
28
PIPER, John. Alegrem-se os povos: a supremacia de Deus em missões. São Paulo: Cultura Cristã, 2001.
p. 78
29
Ibid
30
Ibd p. 99
31
RAVENHILL, Leonard. Porque Tarda o Pleno Avivamento? Tradução de Myriam Talitha Lins. Venda
Nova, Editora Betânia, 1989. p. 79.
David Brainerd respirava missões. Pecebemos isso no seu diário quando ele
diz: "Completo vinte e cinco anos de idade hoje. Dói-me a alma ao pensar que vivi
tão pouco para a glória de Deus. Passei o dia na floresta sozinho, derramando a
minha queixa perante o Senhor”.32 Sua paixão pelas almas perdidas era uma marca
visível e gritante em sua vida. Essa paixão foi expressada em seu diário com as
seguintes palavras:
32
BOYER, Orlando. Heróis da fé. Rio de Janeiro: Casa Publicadora da Assembleia de Deus, 1996. p. 90.
33
Apud SMITH, Oswald. Paixão pelas Almas. 27 ed. São Paulo, Editora Vida, 1996. 124 pp.
A leitura do diário de Brainerd deixa isso ainda mais claro. A certa altura de
seu sofrível mistério ele diz: “N~o importa onde ou como vivi ou por que
dificuldades passei, contanto que tenha, desta maneira, conquistado almas para
Cristo”.35 Em outro lugar ele diz: “N~o tenho nenhum conforto, a não ser o que me
vem de Deus”.36
“Quero esgotar minha vida neste serviço, para a glória de Deus”.37 Estas
palavras ditas por David Brainerd foram uma realidade em sua vida. Ele descreve
uma experiência que mostra isso:
34
SANTOS, Gilson. “O Tom Sofrido da Voz Profética”. Em: Fé para Hoje, Número 9, Ano 2001, São José
dos Campos: Editora Fiel, pp. 13-22.
35
Apud ibid.
36
Ibid
37
Ibid
John Piper em seu livro “Em busca de Deus” comenta estas palavras
supracitadas de Brainerd, e diz que ele sabia em seu íntimo que, ao buscar viver
para a glória de Deus, ele sabia que não estava fazendo um sacrifício radical, apesar
de estar morrendo de tuberculose. A cada sofrimento, vinham novas experiências
da glória de Deus. Assim, David Brainerd foi um exemplo de alguém que abriu mão
das glórias da vida para viver para a glória de Deus.
CONCLUSÃO
38
Apud SMITH, Oswald J. David Brainerd: sua mensagem para os nossos dias.Tradução de Waldemar W.
Wey. Belo Horizonte, Edições Renovação Espiritual, 1961. p. 40,45.
39
LLOYD-JONES, Martyn. Avivamento. Tradução de Inge Kaenig. 2 ed. São Paulo, Publicações
Evangélicas Selecionadas, 1993. P. 108.
40
Apud SMITH, Oswald J. David Brainerd: sua mensagem para os nossos dias.Tradução de Waldemar W.
Wey. Belo Horizonte, Edições Renovação Espiritual, 1961. p. 9.
REFERÊNCIAS
APOSTILAS.
BÍBLIAS:
LIVROS:
EDWARDS, Jonathan. . A vida de David Brainerd. São José dos Campos: Editora
Fiel, 1993. p. 240
SANTOS, Gilson. “David Brainerd (1718 – 1747)”. Em: Fé para Hoje, Número
29, Ano 2006, São José dos Campos: Editora Fiel, pp. 7 - 10.
SANTOS, Gilson. “O Tom Sofrido da Voz Profética”. Em: Fé para Hoje, Número 9,
Ano 2001, São José dos Campos: Editora Fiel, pp. 13-22.
SMITH, Oswald J. David Brainerd: sua mensagem para os nossos dias. Tradução de
Waldemar W. Wey. Belo Horizonte, Edições Renovação Espiritual, 1961. 108 pp.
SMITH, Oswald. Paixão pelas Almas. 27 ed. São Paulo, Editora Vida, 1996. 124 pp.
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